Tudo o que sabemos até agora sobre “Madame X”, o novo disco de Madonna

Madonna está oficialmente de volta e depois da estreia do primeiro single de seu novo disco, na parceria com o cantor colombiano Maluma em “Medellín”, será uma questão de tempo até que conheçamos por completo a nova ou, melhor dizendo, as novas facetas da Rainha do Pop com o projeto “Madame X”.

Com lançamento marcado para o dia 14 de junho, o novo álbum de Madonna vai das influências que ela adquiriu ao longo dos últimos anos morando em Lisboa, Portugal, ao atual cenário político mundial, onde se discute sobre Trump e Brexit, tendo como pano de fundo a jornada de Madame X, uma mulher misteriosa que viaja o mundo como uma agente secreta, professora, aprendiz, dançarina, freira, santa e prostituta, entre outras coisas.

O título, “Madame X”, foi um apelido que Madonna ganhou ainda nos anos 70, quando começou a estudar dança na renomada escola de Martha Graham. Na época, a artista já tinha sua tentação por quebrar regras e, tão logo percebeu nisso, Graham te deu seu novo nome. “Venha para a escola todos os dias e não te reconhecerei. Mude sua identidade todos os dias. Você é um mistério pra mim.”

E Madonna levou o conselho muito a sério. As pistas em torno do seu novo trabalho são muitas e, considerando os créditos de sua tracklist, também podemos ter algumas noções do que está por vir. Um dos pontos mais importantes é o fato do disco, muito provavelmente, apresentar duas facetas que irão se contrapor, musicalmente falando. Isso porque Madonna trabalhou uma parte dele ao lado do produtor Mirwais, com quem colaborou em discos como “Music” (2000), “American Life” (2003) e “Confessions on a Dance Floor” (2005), e outra com novos nomes da indústria, mantendo uma tendência que também acompanhou discos como “MDNA” e “Rebel Heart”, nos quais colaborou com Martin Solveig, Avicii e Diplo.



Um dos nomes mais presentes entre as composições do álbum é da novata Starrah, que assina 5 das 15 músicas novas. Nos últimos anos, a artista colaborou com nomes como Drake, Jay-Z, Nicki Minaj, Travis Scott e até Rihanna. É dela a letra de hits como “Needed Me”, da Rihanna, “Now or Never”, da Halsey, e “Havana”, da Camila Cabello, só pra citar alguns.

A exploração pelo meio do hip-hop continua se nos aprofundarmos ainda mais na tracklist: Jeff Bhasker, apesar de possuir um histórico que vai de Lana Del Rey ao Bruno Mars, tem como um de seus trabalhos mais expressivos a produção do “808s and Heartbreak”, do Kanye West. Mike Dean, que começou a trabalhar com a cantora no “Rebel Heart”, também é um longo colaborador de West e, nos últimos anos, assinou faixas de discos como “Blonde”, do Frank Ocean, e “Lemonade”, de Beyoncé.

E ainda temos as parcerias: Swae Lee, do duo Rae Sremmurd, que atualmente está entre as mais tocadas dos EUA com Post Malone em “Sunflower”, aparece na inédita “Crave”; Quavo, do Migos, colabora na produção do Diplo em “Future” e a brasileira Anitta dá o ar da graça na regravação de “Faz Gostoso”, funk em português originalmente lançado pela cantora luso-brasileira Blaya no ano passado, que deverá contar com novos versos, ainda não sabemos se em outros idiomas.


Na próxima quarta-feira (24) Madonna estreia o clipe de “Medellín” e, no próximo mês, levará uma dose do disco para o palco do Billboard Music Awards, nos dando mais algumas amostras do que conheceremos por completo em junho.

Ao menos no que depender deste primeiro single e das referências que pescamos até aqui, o saldo segue positivo. Aguardemos os próximos passos de Madame X.

Confira a tracklist completa do disco abaixo:

1. Medellín (com Maluma)
2. Dark Ballet
3. God Control
4. Future (ft. Quavo)
5. Batuka
6. Killers Who Are Partying
7. Crave (ft. Swae Lee)
8. Crazy
9. Come Alive
10. Extreme Occident
11. Faz Gostoso (ft. Anitta)
12. Bitch I’m Loca (ft. Maluma)
13. I Don’t Search I Find
14. Looking for Mercy 
15. I Rise

Crítica: “Tinta Bruta” e o cinema de resistência brasileiro quando a cultura vira descartável

Sempre quando tenho a oportunidade, abro espaço nessa singela coluna para enaltecer o cinema nacional, que ainda sofre preconceito dentro do nosso próprio país. Estamos em meio a uma era histórica do audiovisual tupiniquim, com longas fenomenais que infelizmente são mais apreciados lá fora. Acho ainda mais notório quando tais bons filmes são feitos fora do eixo principal da nossa indústria - São Paulo/Rio de Janeiro -, como é o caso de "Tinta Bruta".

Dirigido pela dupla Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, o longa estreou no Festival de Berlim 2018, onde ganhou o Teddy Award, dado ao melhor filme LGBT da seleção - prêmio esse vencido também pelo oscariado "Uma Mulher Fantástica" (2017) e nosso conterrâneo "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" (2014). O Teddy é um dos três grandes prêmios voltados ao cinema LGBT no mundo, junto com a Queer Palm no Festival de Cannes e o Queer Lion no Festival de Veneza, o que garante o prestígio da honraria.

Passado em Porto Alegre/RS, Pedro (Shico Menegat) é um garoto tímido e retraído que, a fim de fugir de uma crise pessoal, ganha fama como "GarotoNeon", se exibindo na webcam em um site gay - seu diferencial é dançar sob a luz negra com tintas fluorecentes. Existem três pontos-chaves dentro da trama que vai conduzir a narrativa da obra. O primeiro deles é o fato de que Pedro está sendo julgado por um crime que inicialmente não sabemos qual é. A primeira cena já é o protagonista no tribunal, com apenas uma pessoa o apoiando, sua irmã, Luiza (Guega Peixoto).


Entrando na intimidade dos irmãos, fica claro que Luiza é a única pessoa que consegue compartilhar o mundo fechado de Pedro. Sem as figuras paternas, eles têm somente um ao outro para cuidar, só que aqui reside a segunda ruptura do roteiro: a irmã está indo embora da cidade, o que deixará Pedro completamente sozinho. Ela demonstra real preocupação com a saúde do irmão, fazendo-o jurar que irá sair de casa todos os dias ao invés de se enclausurar ainda mais.

O terceiro fincamento de narrativa surge quando Pedro descobre que outro cara do mesmo site em que trabalha roubou a ideia de suas tintas neons - e também seus clientes. Pedro vai até o tal concorrente, Leo (Bruno Fernandes) - ou "Guri25", seu nick do site - e descobre que, muito mais que uma cópia, ele é um rapaz simpático até demais, o que gerará um casal no trabalho e na cama.

A trama-central de "Tinta Bruta" é deveras simplória: o florescer de uma relação que surgiu com uma rivalidade. Leo demonstra desde o primeiro momento uma atração por Pedro, todavia, há pesadas e grossas barreiras construídas ao redor do protagonista, um ser estranho que não permite (nem se permite) estranhos em seu universo. O grande valor da película reside nas sutilezas que surgem com o decorrer de sua duração.


"Tinta Bruta" é fundamentalmente um filme urbano: o relacionamento das pessoas com a cidade é fundamental para o entendimento do que a história quer nos contar. A fotografia privilegia vários takes de Porto Alegre, esmagando seus personagens na imensidão de concreto - e é exatamente assim que eles se sentem; é o velho "sozinho no meio da multidão". Por se passar através dos olhos de Pedro, a metrópole é ditadora de solidão, e mesmo com tanto a ser visto, há a latente sensação de que não há lugar para ele.

Quando conhece (quase obrigatoriamente) os amigos de Leo, Pedro nota que tal sentimento é compartilhado. "Todo mundo vai embora da merda dessa cidade", fala um em determinado momento, e o espectador vê personagens chegando e indo embora, num fluxo que, mesmo morando em cidades entupidas de arranhas-céus, muitas vezes não absorvemos. "Tinta Bruta" não foge da agonia da juventude, tema universal e atemporal que o Cinema já explora desde os primórdios - vide "Os Incompreendidos" (1959) e "Juventude Transviada" (1955), grandes nomes a abordarem o tema.

Talvez a sacada mais engenhosa dos diretores é a maneira como a obra observa Pedro, de maneira literal. Seu trabalho é ser visto por estranhos através da internet, e enquanto caminha pela cidade, a fita insere pessoas em suas janelas, como se observassem cada passo do protagonista. O quadro é ainda mais impessoal quando tais pessoas estão em contra-luz, apenas com suas silhuetas à vista. Seja na vida real ou no virtual, Pedro é seguido por seres que não mostram seus rostos.


Essas composições visuais se transformam quando o roteiro expõe o passado de Pedro, e como o bullying sempre se fez presente em sua vida - o que tem relação com o crime que cometeu. Até presente data, ele é ameaçado, humilhado e agredido por ser quem é, o que explica em demasia sua personalidade extremamente fechada, e até porque ele evita sair de casa. No entanto, não conseguia ignorar o fato de que tal personalidade também afeta a plateia, que encontra dificuldade em se conectar com Pedro - sua história é mais imersível, principalmente para quem também é LGBT. Curioso é perceber como a vida de Pedro é composta em cores mortas, encontrando cores apenas na frente da webcam - único momento em que ele se solta.

Como comento no início, acho louvável quando um filme é produzido e filmado fora do eixo industrial do Cinema brasileiro pois acaba, diretamente ou não, sendo um documento. Nós temos cenários no imaginário popular de inúmeras cidades, porém, há tantas outras, centros urbanos em destaque, que não possuem uma "cara". Porto Alegre é capturada com melancolia em "Tinta Bruta", mas sua identidade é guardada e, quem lá reside, vai imediatamente se sentir em casa. Entretanto, a universalidade é mantida sem problemas, revelando como estamos em uma enorme confusão entre os conceitos de "ação" e "movimento": vemos os mesmos lugares e as mesmas pessoas e continuamos com a impressão de que a vida não avança. Quando vamos fazer algo a respeito?

A jornada do protagonista reflete com esmero a jornada do espectador diante do ecrã: o pesar está presente em quase todos os quadros, mas por fim aprendemos que temos que perder para nos libertar. Nessa grande exposição do isolamento urbano, é difícil não se pegar repensando na maneira que estamos inseridos nas cidades e como a constante ocupação do dia a dia nos enclausura ainda mais. Filmes como "Tinta Bruta" largam distantes do puro entretenimento quando levantam a bandeira da resistência e reflexão. E não apenas na abordagem da vivência LGBT, mas também por nascer no auge de um governo que mutila a cultura como vertente descartável de um país. 

Se existe o prêmio de melhor trailer, pode entregar para o novo de "Godzilla 2"

"Godzilla" é a principal franquia de monstros gigantes no cinema. Iniciada no mercado japonês, a série de filmes chegou aos Estados Unidos em 1956, dois anos após a versão original. A versão "definitiva" norte-americana chegou quase 60 anos depois, em 2014, apostando totalmente na grandiosidade do monstro e os mistérios que o acercam. Com o sucesso, uma sequência foi engatada e chega aos cinemas brasileiros no próximo mês.

Trazendo Millie Bobby Brown e Vera Farmiga, o primeiro trailer da produção já chamou atenção pela majestosidade e música clássica, a combinação perfeita, mostrando que o longa-metragem não veio para brincar. O trailer final, divulgado hoje, traz tudo isso e muito mais ao som de "Somewhere Over The Rainbow", do clássico "O Mágico de Oz". Vem ver:


O vídeo traz mais um pouco da parceria entre os humanos e Godzilla, algo já explorado no antecessor. A diferença dessa vez é o nível de ameça, que cresceu ainda mais com a presença de outros monstros, como aponta o trailer. Vale ressaltar também que teremos uma caralhada de batalhas épicas entre Godzilla e eles. Simplesmente foda.

"Godzilla: Rei dos Monstros" chega aos cinemas em 30 de maio deste ano.

Beyoncé, enfim, estreia o icônico “Lemonade” no Spotify

Beyoncé é a melhor artista para ser fã neste ano e, dias após a estreia do documentário “Homecoming”, que levou para a Netflix um pouco do que a cantora fez no ano passado, no palco do Coachella, também chegou às plataformas de streaming um dos discos mais importantes desta geração: “Lemonade”
Originalmente lançado em 2016, o álbum visual foi mantido como uma exclusividade da plataforma de Jay-Z, Tidal, pelos últimos três anos, mas chega agora ao Spotify e outros serviços, mantendo a rotina de lançamentos que a cantora tem feito desde o álbum colaborativo com seu marido no projeto The Carters, “Everything is Love”.

Na edição revelada na madrugada desta terça (23) o “Lemonade” traz, além de suas tradicionais faixas, uma versão demo inédita de “Sorry”, que mostra como a música era em suas fases iniciais, muito diferente do que conhecemos no álbum lançado há três anos.

O mais interessante é pensar que, mesmo após tanto tempo desde sua estreia, esse é um disco tão repleto de camadas e referências que, hoje, ainda podemos ouvi-lo com mesmo entusiasmo da primeira vez.

Ouça abaixo:


Longe de acabar, a temporada de Beyoncé em 2019 ainda promete muitos ataques cardíacos em seus fãs, que, pelos próximos dias, aguardam a estreia do DVD da Formation Tour na Netflix e, como sugerem algumas especulações, também um registro da turnê conjunta com Jay-Z, On The Run, na mesma plataforma.

“Homecoming”, o documentário revelado há alguns dias, também foi lançado nos serviços de streaming em formato de disco ao vivo, contando com uma recepção extremamente positiva da crítica, que já dá como certo a sua participação na corrida pelo próximo Grammy de ‘Disco do Ano’. Se as suposições estiverem certas, essa será a primeira vez que um álbum ao vivo concorrerá nesta categoria, podendo ser, também, a primeira vitória de Beyoncé ao título.

A história segue sendo escrita. Vamos acompanhar.

Santo e profano, no Coachella, Kanye West é uma religião

Kanye West é o ápice da contracultura na música mainstream. Meses após o contraditório apoio ao Donald Trump, seguido de declarações duvidosas sobre o racismo estrutural e a história dos negros nos EUA, o rapper emplacou um hit sexual com Lil Pump na Billboard, “I Love It”, e então se isolou para voltar a cuidar da sua saúde mental e trabalhar em seu novo disco, até então chamado “Yandhi”.

Em janeiro, deu um novo passo musical quando, aos domingos, deu início ao Sunday Service, um culto musical no qual Deus se confunde entre Ele, da religião cristã, e ele, Kanye West, que já compôs obras como “I am a God” e o disco “Yeezus”.



Neste show, West se une ao coral The Samples, com um repertório que vai de releituras de seus maiores hits aos covers de Stevie Wonder, The Throne (seu projeto em parceria com Jay Z) e do rapper e pastor DMX, que também se apresentou em algumas dessas sessões dominicais.

E foi neste formato, um culto em tributo ao Kanye West, conduzido pelo próprio Kanye West (nota do editor: ouça “I Love Kanye”, do disco “The Life of Pablo”), que o rapper aceitou tocar no grandioso Coachella que, meses atrás, havia o convidado para o posto de headliner, ao lado de nomes como Childish Gambino e Ariana Grande, mas declinou a proposta desde que West pediu, em contrapartida, um palco diferente das demais atrações, que exigiria uma estrutura além do que o festival poderia atender no momento.

Para o Sunday Service, por sua vez, o músico foi mais modesto: queria o topo de uma montanha. E, como diz o ditado, se Kanye vai ao Coachella, a montanha vai até ele.

Ao redor da montanha, uma lista pra lá de privilegiada de convidados, com nomes que foram de Kim Kardashian e Justin Bieber às coreanas do girlgroup Blackpink, enquanto, no topo, Kanye conduzia o seu culto musical ao lado de pupilos como Kid Cudi, Chance The Rapper e Teyana Taylor, além de todo coral que, durante a maior parte da performance, foi o centro das atenções.

Na contramão de suas últimas turnês, mas em sintonia com seus últimos álbuns, nos quais o rapper assume cada vez mais o papel de produtor, e não intérprete principal, Kanye West quase não foi ouvido no seu palco do Coachella. Suas primeiras rimas só apareceram após cerca de duas horas de show, com “All Falls Down”, e assim ele seguiu, entre versos cantados, sorrisos para todos os lados e, em dado momento, choro, consolado por Cudi e Chance.



Assim como a passagem bíblica de Moisés ou, no Coachella, o show de Beyoncé no último ano, a performance de Kanye West é divisora de águas para o festival. Um dos rappers mais relevantes da música atual, abrindo mão do título de headliner, se apresenta na manhã de um domingo, conduzindo um tributo no qual sua arte é a sua religião. Pretos elevando suas músicas para outro patamar, outra vez.

Santo e profano, West nos lembra dos versos do brasileiro Baco Exu do Blues, autointitulado Kanye West da Bahia, que responde na faixa “En Tu Mira”, de seu primeiro CD, “Por que você fala tanto de Deus? É porque eu sou humano.E, apesar das poucas palavras, se utiliza da música para nos lembrar o porquê dele ainda ser um dos artistas vivos mais geniais da nossa geração e, enquanto gênio, também louco, protagonizando uma contradição que não poderia terminar diferente do seu Sunday Morning: com muitos aplausos e saudosa admiração.

Lizzo quer te fazer dançar enquanto te ensina sobre amor próprio em seu novo disco, "Cuz I Love You"

Se você está procurando ouvir música nova nessa sexta-feira (19), especialmente algo de um artista menos conhecido, temos uma ótima informação pra te dar: a estrela em ascensão Lizzo acaba de lançar seu mais novo e impecável disco, "Cuz I Love You"

Esse é o primeiro projeto dela lançado por uma grande gravadora, a Warner Music. Antes, a Lizzo já tinha lançado dois álbuns, o "Lizzobangers" (2014) e o "Big GRRRL Small World" (2015), todos explorando um lado mais hip-hop. Agora, em seu novo material, ela se diverte também em outros estilos: tem rap sim, mas tem também R&B, jazz, trap e neo soul, tudo junto e misturado resultando num pop único, uma introdução perfeita ao mundo da Lizzo. 

Liderado pela ótima e oitentista "Juice", o "Cuz I Love You" é um álbum compacto: são apenas 11 faixas espalhadas por 33 minutos. E embora cada música tenha suas referências e sua mensagem a passar, elas se completam perfeitamente e cumprem uma missão principal, que é fazer você se sentir bem consigo mesmo, mexer o seu corpinho em frente ao espelho e se amar muito.



Em "Like A Girl", produzida pelo OAK, a Lizzo fala sobre aqueles dias que a gente acorda se sentindo tanto que quer até se candidatar a presidência e transforma o tal "fazer algo como uma garota" em algo bom, exaltando mulheres negras icônicas, como a Lauryn Hill e a tenista Serena Williams.

Em "Soulmate", o papo é sobre como a gente precisa se olhar no espelho e mandar um "Damn, she da one". Em um jogo de palavras em inglês, a cantora fala sobre como "True love ain't something you can buy yourself / True love finally happens when you by yourself" (em tradução: "Amor verdadeiro não é algo que você pode comprar / Amor verdadeiro finalmente acontece quando você está consigo mesmo"). Yessss, girl!

"Jerome" e "Cry Baby" formam um combo: aqui, a artista conta sobre como saiu de um relacionamento tóxico e aprendeu a lidar com seu coração partido. Lizzo sabe que por mais que "grandes garotas precisem chorar", ela é um mulherão da p*rra, uma força da natureza, "realeza". 

As músicas com participações especiais também são destaque. Em "Tempo", Lizzo e Missy Elliott formam uma dupla dinâmica, enquanto em "Exactly How I Feel", com Gucci Mane, ela canta sobre a beleza de não esconder suas emoções: "não posso segurar minhas lágrimas, isso seria um crime porque eu fico linda chorando". 

Sem conceitinho, sem grandes explicações por trás, o terceiro disco da Lizzo foi feito pra você dançar e aprender a se amar enquanto isso. O que ela quer é passar um pouco de seu brilho e toda a sua atitude pra gente, e ela faz isso de forma genuína, honesta e com muita personalidade. Uma declaração de amor dela pra ela mesma, dela pra gente e, no final de tudo, ao absorvermos todo o material, de nós para nós mesmos.

Conversamos com o Years & Years no Lollapalooza: "temos muito respeito pelos LGBTQs do Brasil"

Foto: Diego Baravelli/G1

O Lollapalooza foi bom demais, né? Foram três dias de muita música boa, com artistas consolidados, novidades do cenário musical e muitas surpresas. E entre os melhores shows, temos que destacar o da banda britânica Years & Years, que finalmente veio ao festival, depois de muitos rumores e expectativa. Valeu a passagem!


Porém, antes de Olly Alexander, Emre Turkmen e Mikey Goldsworthy subirem no palco Adidas, eles bateram um papo ótimo com a gente! Pela primeira vez no país, eles falaram sobre o poder da comunidade LGBTQ brasileira, sobre estrelas da nossa música e os próximos passos do grupo. Ah, e de Rosalía também (e como não?).

Dá uma olhada na nossa conversa: 

It Pop (Nathalia): Toda vez que o Lolla ia anunciar uma nova line, a gente esperava ver o nome de vocês lá, e nunca rolou até... agora! Vocês vieram ao Brasil, finalmente! 
Olly: YESSSS, estamos aqui! 

Estão animados para o show? 
Emre: Estamos! E também pedimos desculpas por não ter vindo antes. Vai ser divertido! Estamos animados porque é o show final da turnê sul-americana e esse é um ótimo lugar para terminá-la. 

Acho que vocês cresceram ouvindo muita música pop, né? Mas e agora? O que estão ouvindo? Especialmente de pop, mas outros gêneros também
Olly: Eu estava até falando sobre isso, que estou em uma fase de procurar músicas que gosto... No momento, estou curtindo bastante a Rosalía.

Nós amamos a Rosalía! 
Olly: Ela é muito legal! Ela tem sido a última artista que estou ouvindo bastante assim. E... nossa, agora some tudo da nossa cabeça! Hahahaha!

Tudo bem, só a Rosalía já valeu, nós a adoramos! E sobre música brasileira? Conhecem alguma música brasileira ou algum artista daqui? 
Olly: Conhecemos a Pabllo Vittar! Eu e ela nos seguimos no Instagram! Quando ela me seguiu eu fiquei muito feliz, fiquei tipo “YESSSSS!”.

Quem sabe uma parceria, hein? 
Olly: Isso seria tãoooo legal! 
Mikey: Eu ouvia Sepultura quando era pequeno!

Beeeem diferente do som de vocês hoje! 
Mikey: Sim, só um pouquinho diferente! Eu amava o jeito que eles tocavam guitarra. Lendas! 

Nós tivemos muitos artistas LGBTQs aqui no Lollapalooza Brasil. Teve Sam Smith, Troye Sivan...
Olly: Liniker! 

Sim, tivemos a Liniker! 
Emre: Ela é incrível! 
Olly: Sim!

Estamos vendo cada vez mais LGBTQs dominando festivais, os charts, a música num geral. O que estão achando desse movimento?
Olly: Bom, estamos muito felizes com isso! Queremos fazer mais shows! Nos chamem!!!!
Emre: Não, isso é ótimo! Você pode pensar sobre a maioria das situações da vida “ah, isso tem o lado positivo e negativo”, mas isso aqui só tem lado positivo. 

Já tava na hora, né? 
Emre: Sim, com certeza! 
Olly: Precisamos de mais!

E eu não sei se vocês estão sabendo o que está acontecendo aqui no Brasil...
Emre: Sim, estamos.
Mikey: Estamos sabendo cada vez mais sobre.

É um país muito complicado de se viver para os LGBTQs e vocês tem muito fãs que fazem parte da comunidade. Gostariam de mandar uma mensagem aos seus fãs que estão passando por um momento difícil aqui, mas são inspirados por sua arte? 
Olly: Uau, eu só quero agradecer. Não consigo nem te dizer o quão incrível é vir para um país, especialmente um país que nunca viemos antes, como o Brasil, onde sabemos que não é fácil para os LGBTQs que vivem aqui, sabendo que nossos shows vão ser cheios de alegria, celebração e orgulho.

E muitas bandeiras LGBTQs também!
Olly: Isso é tão incrível de ver! Especialmente quando é difícil para essa galera. Eu apenas agradeço por ter a oportunidade de viver essa experiência com esse público. Eu tenho muito respeito por eles. Eles me inspiram! E acho que inspiram muitas pessoas ao redor do mundo também.
Mikey: É muito triste que tenha que ser tão difícil.

Sim, é mesmo. Mas, um dia, quem sabe, o Brasil vai viver um momento muito melhor do que esse. 
Mikey: Esperamos! 

Vocês falam bastante de amor e paixão em suas músicas, mas sempre relacionando esses tópicos com religião e fé. Queremos saber qual é a relação de vocês com a fé hoje? 
Mikey: Você diz religião mesmo? 
Emre: Não somos pessoas religiosas.

Digo mais no sentido de acreditar em algo...
Olly: Eu não estou procurando uma religião, mas eu tenho uma perspectiva muito espiritual, eu acho. Tipo, alguma coisa acontece e eu fico tipo “ok, talvez isso seja um sinal ou uma mensagem”.
Mikey: Ah, mas não acho que isso esteja no campo da religião. 
Olly: Hm, é... e eu acredito que devemos ser bons com os outros, porque tudo volta pra você!

E quais são os próximos passos para o Years & Years? Já estão trabalhando num novo álbum ou vão continuar em turnê? 
Olly: Bom, vamos fazer festivais pelo verão (do hemisfério norte) e aí, sim, vamos fazer o próximo disco! 

Podem nos contar algo sobre o próximo álbum? 
Emre: Vai ser um disco de reggaeton... 

(Ta aí uma brincadeira que a gente não ia se importar se virasse verdade, viu?) 

Emre: Com o Mikey cantando! 
Mikey: Vamos todos trocar de função na banda. 

Então já podem chamar a Rosalía, né? 
Emre: Ah, é RO-SA-LÍ-A? Pensei que fosse RO-SÁ-LI-A.

It Pop (Guilherme Tintel, também conhecido como o maior fã da cantora no Brasil): É Rosalía.
Todos: Ahhhh, ok! 
Mikey: Ele (Tintel) sabe! 

It Pop (Nathalia): Ele é um grande fã, sabe tudo dela! Hahahaha. Obrigada, gente! Foi ótimo!

Rolou também uma foto nossa com a banda. Olha só que coisa fofa:




Uma publicação compartilhada por Nathalia Accioly (@nathaliaaccioly) em


Sentiram a vibe da conversa? Um papo ótimo com uma banda que sabe valorizar a força e coragem de seus fãs. Nós amamos conversar com Olly, Emre e Mikey e esperamos vê-los muitas outras vezes por aqui - em situações muito melhores para a comunidade LGBTQ do nosso país, por favor.



Um agradecimento especial à cantora Rosalía. Mesmo não tendo passado pelo Lollapalooza Brasil, ela lançou recentemente a música "Con Altura" e nos ensinou a falar seu nome direitinho para que, assim, a gente pudesse ensinar também o Years & Years. ¡La Rosalía!

Sem nenhum defeito, IZA lança o clipe de seu novo single, “Brisa”


IZA tá de volta! A cantora divulgou hoje (18) seu novo single, “Brisa”, depois de lançar vários hits como “Pesadão”, “Ginga” e “Dona de Mim”. A faixa já veio acompanhada de um clipe maravilhoso, com uma vibe toda tropical, olha só:



A música, com forte inspiração no reggae, é mais uma aposta da IZA, que vem colhendo bons frutos desde o lançamento de seu álbum de estreia, “Dona de Mim”. Não é a toa que a cantora fez um show maravilhoso no Lollapalooza Brasil no dia 07 de abril, reunindo uma multidão no Palco Adidas – e seu figurino ainda dava um gostinho do que vinha por aí no novo vídeo.

Apesar de um novo disco ainda não ter sido anunciado, a gente já pode ir se deliciando com “Brisa”.

Pelo incrível que pareça, a parceria de Madonna e Maluma em “Medellín” é muito boa

Madonna sabe se reinventar e aproveitar o que está rolando de novidade na indústria como uma forma de seguir inovando no seu repertório. Ela pegou a Britney pra cantar com ela em “Me Against The Music”, além daquela performance icônica no VMA, puxou Timbaland e Timberlake para o hit “4 Minutes”, se uniu ao Martin Solveig em “MDNA”, Avicii no “Rebel Heart” e, de quebra, antecipou até mesmo os sons da PC Music com SOPHIE e Diplo em “Bitch I’m Madonna”. E, sendo Madonna, ela não pretende parar.

Com novo disco a caminho, Madame X agora se vira para a ascensão da música latina, resultado do sucesso de hits como “Despacito”, do Luís Fonsi, e “Mi Gente”, do J Balvin, e escala nomes como a brasileira Anitta e o colombiano Maluma para a nova empreitada.

O pano de fundo não poderia ser melhor: pra explicar as misturas, o disco virá costurado com uma história sobre uma mulher que assume múltiplos papéis e personalidades, atravessando o mundo para cumprir sua missão.

A primeira amostra desse trabalho chegou ao público nesta quarta (17) e se trata de “Medellín”, uma das duas parcerias escaladas com Maluma. Com produção e composição da própria cantora ao lado do francês Mirwais, com quem colaborou em discos como “Music”, “American Life” e “Confessions”, a música, sim, embarca Madonna ao som do hoje tão explorado reggaeton, mas com quês e camadas que não permitem que a faixa passe despercebida em meio às tantas apostas do gênero.

Apesar das críticas após o anúncio da parceria, aqui, até Maluma faz bonito. Tão interessado no status de artista internacionalmente consolidado quanto a brasileira Anitta, ele possui um vasto repertório de colaborações e, na maioria das vezes, acerta ao se adaptar a sonoridade de seus parceiros sem perder sua identidade. Funcionou mais uma vez.


“Madame X”, mesmo com as parcerias latinas, provavelmente terá muito a explorar também por sonoridades urbanas. Uma das maiores colaboradoras do disco é a compositora Starrah, responsável por hits de Rihanna, Nicki Minaj e Drake, além de uma das prováveis cartas na manga do álbum ser a inédita “Future”, parceria com o rapper do grupo Migos, Quavo, com produção do Diplo. A data de lançamento do disco segue em segredo.

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