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Entrevista: Yann fala sobre o lançamento de EP visual, como Anitta salvou o pop brasileiro e "RuPaul's Drag Race"

Você tem um minutinho para dar atenção a um ótimo artista independente made in Brazil? O cantor Yann finalmente lançou seu EP "Entre o Fim e o Recomeço", que conta com o carro-chefe o hino "Até te Encontrar" (que demos cinco motivos para você amar nesse post aqui, lembra?). Completamente visual, a primeira parte do álbum completo do cantor conta com a participação da atriz e nossa eterna Lara Pereira Fontini de "A Favorita", Mariana Ximenes.

Convidamos Yann prum papo sobre música, inspirações, o cenário musical brasileiro, as dificuldades de ser um membro LGBT na nossa sociedade e, é claro, "RuPaul's Drag Race"! Você pode ler enquanto ouve o Volume 1 do "Entre o Fim e o Recomeço", recomendamos.




IT: Oi Yann, como você está?

YANN: Muito, muito bem. E você, Hackaq?

IT: Vou bem também, passei o dia com “Até te Encontrar” na cabeça.

YANN: Ah, maravilhoso. Fico feliz em perturbar seu cérebro haha.

IT: Vamos começar já nesse assunto com uma pergunta difícil: qual sua música favorita do “Entre o Fim e o Recomeço”?

YANN: Hmm... sendo bem honesto, varia muito. Acho que no momento “Love” porque foi a última que finalizei, então foi a que escutei menos, mas tenho uma queda forte por “Futuro Ex”. Talvez por ter sido, de longe, a mais trabalhosa.



IT: Eu lembro, há um bom tempo, que você já falava dessa música? O que teve de tão difícil?

YANN: Ela passou por diversas transformações. Aliás, foi uma das primeiras que comecei a fazer quando iniciei o projeto há dois anos. Originalmente era meio tropical house, mas aí logo em seguida o Bieber veio nessa onda e pensei: "ferrou, o pop todo vai ser assim, preciso mudar". E sorte que fiz isso mesmo. Depois demorou mais de 30 versões pra chegar exatamente aonde queria. Sou doentemente detalhista. Meu produtor me odeia haha.

IT: O EP será inteiramente visual? Já tem algum gravado além de “Até te Encontrar”?

YANN: SIM! Tem clipe pra todas vindo. “Futuro Ex” e os outros estão em pré produção. To bem animado pra lançar ele, mas ainda falta um pouco.

IT: Os clipes serão meio "Era Joanne", interligados, ou não?

YANN: Sim e não. Eles existem de forma independente, mas tem vários elementos que se interligam. O clipe “Até te Encontrar” é na verdade uma introdução. Não é uma narrativa linear, mas todas tratam sobre o meu processo de descobrimento e superação.

IT: Superação do quê, exatamente?

YANN: Da perda de um relacionamento. Na verdade, para o conceito do álbum, misturei algumas experiências. Tipo quando fazem filme biográfico e avisam que tal personagem é na verdade uma mistura de várias pessoas.

IT: A letra de “Até te Encontrar” trata muito bem disso, é quase que a faixa-chave do conceito do EP, ou to errado?

YANN: Bem isso mesmo. Por isso que escolhi ela como introdução pro “Volume 1” do EP.



IT: Ela é, de longe, minha faixa favorita, acho a produção muito boa, mas é a letra que me ganha. Já disse que acho a "Habits" brasileira hahahah. Como ela surgiu?

YANN: Hahaha. A primeira versão dela surgiu em outro projeto que ia fazer. Acabou que era só um trecho da música, mas senti que existia algo aí. Quando mergulhei nesse projeto, resolvi revisitar ela e terminei de compor a música. A ideia era tratar bem desse momento de desespero/euforia em que caímos na noite buscando anestesiar um término. Depois que surgiu essa letra de abertura "Me apaixono todo dia, até eu levantar" tudo acabou fluindo. Porque é bem essa ideia de sentir que consegue se reapaixonar na noite, até o segundo que a realidade bate e a sobriedade renasce hahaha.

IT: O dia chega e com ele a ressaca moral, entendo bem hahaha. Mas agora vários sites do país estão falando de “Love”, parceria com a atriz Mariana Ximenes. Como surgiu a música e a parceria?

YANN: Quando eu estava começando esse processo de composição do álbum eu tinha esse desejo de fazer uma música com alguma atriz, uma música que tivesse uma parte falada. Eu não imaginava que iria rolar [com a Mariana], eu nem ia tentar nada, mas sabe quando você quer muito algo na sua cabeça? Nessa mesma semana chegou um e-mail e tinha o de várias pessoas, inclusive o da Ximenes. “Gente, isso é um sinal, é pra ser, não é possível” hahaha. Aí eu mandei um e-mail para ela, contei o disco inteiro e dias depois tinha uma resposta dela topando. Demoramos uns seis meses para resolver tudo, porque ela tava gravando novela, e nos encontramos, trocamos histórias e com base nisso compus “Love”. A letra tem detalhes de histórias que ela me contou e histórias minhas. São verdades compartilhadas.

Foto: Divulgação/@marixioficial

IT: Como foi o processo de gravação?

YANN: Foi lindo vê-la interpretando e cantando uma musica que escrevi. Quando a Mari falava o texto, ela dizia chorando, lágrimas caindo mesmo. Ela é inacreditável. Eu a adoro, ela é uma das melhores atrizes da geração dela, um talento e uma intensidade absurda. Ela tem também esse lado delicado, sabe? Eu gosto muito dessa dicotomia que ela tem entre intensidade e delicadeza.

IT: Já podemos esperar um "Cheek To Cheek" de vocês dois? 
                       
YANN: Hahaha, veremos até onde vai a dupla Maryann, mas por enquanto estamos no “Love” mesmo. 

IT: O nome do EP leva "Vol. 1". Teremos outras partes ainda esse ano? Ele também será visual? Beyoncé realmente mudou as nossas vidas?

YANN: Tem uma segunda parte que quero que chegue esse ano ainda, já estou na metade das gravações. Mas em mundo de artista independente, existem surpresas. E quero muito que seja [visual]. Pra rolar é provável que eu precise vender meu rim, mas ta valendo hahaha.

IT: Fiquei sabendo que tuas nudes estão com cotação altíssima na roda gay, qualquer coisa já sabe hahaha. Inclusive, a pergunta que todos estão se fazendo? Está namorando?

YANN: Hahahaha. Estou sim!

IT: O vale chora hahaha. A gente tá acompanhando uma mudança bastante interessante na música brasileira. Com Anitta e Ludmilla, por exemplo, o pop voltou a ser um dos principais gêneros do mercado, que abriu espaço para artistas LGBTs, como Pabllo Vittar, Gloria Groove, Jaloo e Aretuza Lovi. Como você enxerga tudo isso sendo LGBT?

YANN: Eu acho maravilhoso. Bem ou mal, antes da Anitta o pop tava muito fechado no Brasil. Anitta abriu muitas portas para a gente, e, consequentemente, por ela trazer um holofote para esse gênero, acabou surgindo todas essas oportunidades com a Pabllo, o Jaloo e tantos outros artistas LGBTQs sensacionais. Quanto mais visibilidade para a nossa comunidade, melhor. Imagina a gente pequeno, podendo crescer com uma Pabllo para olhar. Você não se sente tão sozinho. Eu sempre vi nos meus ídolos pop representações de quem eu sou, do que eu quero ser, das minhas inspirações. E eu sempre falo, as Spice Girls me salvaram. Eu passava por muito bullying na escola quando era pequeno e gay. Então eu via nas Spices uma forma de fuga, existia uma autenticidade ali. Era incrível ver uma banda daquele porte falando de feminismo.


IT: Falando na nossa comunidade, semana passada começou a nona temporada de “RuPaul’s Drag Race” (também conhecido como a nossa Copa do Mundo). E aí, tá torcendo pra quem?

YANN: Já começo torcendo pra Charlie Hides (que amo os videos do YouTube) e Peppermint, mas ainda preciso assistir mais pra conhecer as outras queens direito. Essas duas eu já conhecia bem antes do programa, então é injusto com as outras haha.


IT: Adoro as duas, mas meu coração é da Sasha Velour e da Nina Bo'nina Banana Fofana Osama Bin Laden Brown Boom Boom Boom Boom. Eu não consigo não amar as estranhonas hahahaha. Até o próprio programa tem passado por muitas mudanças no sentido de exposição de gênero aceita. Uma Sasha nas primeiras temporadas nem entraria.

YANN: Nina é religião! E é uma evolução natural do programa, a ideia das temporadas iniciais era mostrar estilos mais tradicionais de drag, fazer com que o público se acostumasse com isso e, com o tempo, introduzir elementos novos. Cada temporada que passa, temos mais visibilidade. Peppermint é a primeira mulher abertamente trans a entrar no programa [na nona temporada].

IT: Isso é muito verdade e um passo gigante na representatividade. Até no próprio meio é complicado ser trans. Quem não se lembra da Monica Beverly Hillz na quinta temporada ou da Sonique na segunda chorando no palco quando revelaram?
                    
YANN: Sim, existe muito preconceito contra mulheres trans fazendo drag. Como se elas já não passassem preconceito suficiente. Até parte da nossa própria comunidade precisa se virar contra a representatividade delas nessa forma de arte. Inacreditável.


YANN: Sim, sim. Passos lentos, mas reais. As últimas três décadas foram revolucionárias pra nossa comunidade. Se formos pensar, até recentemente, ainda mostravam homossexualidade na tevê como uma doença. Quer dizer... tem gente que ainda tenta argumentar isso.

IT: Vamos voltar a falar de música? Vai ter “Entre o Fim e o Recomeço Ball Tour”?

YANN: Está nos planos, estou tentando articular isso agora. Quero muito mesmo, gosto demais de cantar ao vivo e trocar energia com a plateia.

IT: Se você pudesse lançar um álbum com três grandes parceiras, quem seriam?

YANN: Pergunta difícil hahaha. Tem muita gente, posso pensar nas deusas maiores da minha vida pop, que me criaram e me inspiraram até hoje, como Grace Jones, Kate Bush, Madonna. Por acaso tem uma música no segundo disco que eu tenho o sonho irreal de fazer com a Anitta. Não sei se ela toparia porque é bem alternativo, algo muito diferente do que ela já fez, mas seria sensacional pelo timbre de voz dela. Eu nem cogito, não me coloco nessa pretensão, mas vamos sonhar, né? Hahaha.


IT: Com a Mariana era um sonho irreal e deu certo, então vamos tentar hahaha. Para finalizar, o que você espera que seja o "legado" do “Entre o Fim e o Recomeço”? Qual o objetivo final dele?

YANN: Meu objetivo sempre foi colocar para fora esses sentimentos. O processo de composição, para mim, sempre foi extremamente pessoal, baseado em experiências minhas, então quero compartilhar essas verdades e compartilhar esses momentos da minha vida. Uso a música como meu diário, cada lançamento fala da minha vida, e quero que as pessoas ouçam e se identifiquem com minha história. Acontecendo isso já valeu pra mim, é tudo o que eu quero.

IT: Não sei os outros, mas eu me conecto demais com “Até te Encontrar”, me vejo muito na letra, então seu objetivo foi atingido com sucesso aqui hahaha.

YANN: Ahhh, fico tão feliz de ler isso, mesmo.


Yann é maravilhoso, não é mesmo? Além de ouvir o "Entre o Fim e o Recomeço" no Spotify, seguir o cara no Facebook, Instagram e Twitter. Agora vamos aguardar o Volume 2 do EP - vai que tem Anitta, não é mesmo?

Lollapalooza | Conversamos com o BaianaSystem sobre representar o Brasil no Lolla, política, diversidade e mais

Nos últimos anos temos visto resnascer uma música brasileira pautada na discussão de temas cada vez mais importantes em nossa sociedade. A banda BaianaSystem, que tem grande importância em todo esse renascimento, traz consigo a missão de falar sobre política e relações sociais de forma dançante, misturando ritmos tradicionais da Bahia, com os criados com o uso da "guitarra Baiana", com "sound system".

O grupo tem se tornando cada vez mais conhecido em nosso país, seja pelo som experimental, trabalho audiovisual, letras fortes e imponentes e pelos shows, baseados em muito improviso e explosividade. Mas, se você ainda não conhece a banda por esses motivos, existe uma boa possibilidade de você já ter esbarrado com um vídeo bem famoso de um momento incrível que aconteceu no trio elétrico deles nesse Carnaval.

Conversamos com o Beto Barreto, guitarrista do BaianaSystem, sobre o disco "Duas Cidades" e tudo que está por trás do material e, claro, sobre o show que a banda fará no Lollapalooza representando o nosso país.

Primeiramente, muita gente não conhece o trabalho de vocês. Pode contar um pouquinho pra gente que banda é a BaianaSystem?
Beto: A Baiana System é um grupo aqui de Salvador que está na história desde 2009, 2010. Lançamos o disco em 2010 [primeiro álbum, "BaianaSystem"] e estamos agora fazendo um ano do segundo disco, o "Duas Cidades". A gente, na verdade, é um projeto audiovisual que mistura música, com imagens, com fotos, com vidas, música produzida aqui na Bahia que a gente queria que saísse daqui com algumas coisas de fora. O BaianaSystem é um projeto que a gente tá vivendo nesse período e que lida basicamente com experimentação da nossa música, da possibilidade de fazer diálogos com as outras referências que a gente tem e que as pessoas que colaboram com a gente podem ter. A gente é um grupo musical que tá aí produzindo e experimentando.

O ano de 2016 foi muito importante para vocês porque o disco "Duas Cidades" abriu muitas portas para a banda. Esperavam essa recepção? 
Beto: O "Duas Cidades" foi uma grata surpresa na forma que ele saiu. A gente já vinha circulando muito pelos festivais, tocando em São Paulo, já tinha feito umas coisas, mas [o álbum] ainda estava com um pouco de eco do primeiro disco, que saiu em 2010, e ainda era uma coisa muito embrionária. Estávamos tentando entender como valia a pena trabalhá-lo, com DJs, com as outras colaborações dos produtores, a gente foi entendendo isso. O trabalho visual também é algo muito importante na concepção do BaianaSystem. A gente ainda estava querendo lançar um trabalho em áudio, que chegasse no aspecto do que estava acontecendo [no Brasil]. E a gente conseguiu isso com o Daniel Ganjaman, que é de São Paulo e que também ajudou muito nessa tradução do som e do que a gente vinha fazendo para um público maior. A gente está em um processo de criação que é meio que "faz e sai" e não tem muita noção da expectativa, de como isso vai vir, e tivemos uma recepção muito legal. O disco entrou em algumas listas, ganhou alguns prêmios, e isso deu uma visibilidade, fez com que várias pessoas viessem a tentar entender o que era o Baiana, conhecessem um pouco. O disco "Duas Cidades" funcionou muito pra gente dessa maneira. A gente fez muito show em alguns lugares que a gente não estava fazendo, deu uma consolidada tanto no nosso show como no que as pessoas pensavam da gente.




O "Duas Cidades", além de ser um disco muito dançante, também é muito político, e isso está voltando aos poucos para a música brasileira. Ser um artista independente dá mais liberdade para se posicionar sobre esses assuntos?
Beto: Não sei te dizer diretamente, porque eu não sei como hoje em dia o mercado funciona. Pra gente é muito natural e eu não sei como seria diferente disso. A liberdade artística, política e temática que a gente tem é parte da forma como a gente produz e divulga música. A nossa liberdade é o que nos move, é o que faz com que a gente consiga se olhar e achar aquilo verdadeiro e saber que aquilo que a gente está fazendo é natural, pela própria resposta, pela forma que as pessoas reagem a nossa música. Eu acredito que seja uma coisa muito "pergunta e resposta", eu sinto que impacta, que nos nossos shows a música tem a força que precisa ter, a letra também tem. Pra gente isso é tudo parte de um mesmo processo que a gente não consegue separar e dizer se teríamos ou não essa liberdade [estando em uma gravadora], mas eu acho que cada vez mais as pessoas estão se posicionando e colocando isso intrínseco na sua arte.

Vocês vão se apresentar no Lollapalooza! Tá dando um frio na barriga? O que vocês estão preparando para o show?
Beto: Então, a gente está nesse processo de amadurecimento de identidade. A gente já estreou o show "Duas Cidades", mas tocamos diferente do disco. No show de estreia as músicas já não estavam do mesmo jeito, cantávamos a letra na base de outra música, fazíamos uma guitarra que era de uma música na outra. Então, o "Duas Cidades" é um show que tem vida, no sentido de que ele vai se ajustando, e a gente entende muito isso quanto tocamos em festivais maiores. A gente vai tocar no Lollapalooza depois do Carnaval e também lançamos uma faixa agora que se chama "Invisível". Novas imagens, novas coisas que estão saindo, e tudo isso é um caldeirão que de alguma forma vai ser colocado no Lollapalooza. Pra gente é uma honra estar no Lolla. É um dos festivais que tem isso de colocar o Brasil na roda, dar importância, e é onde outros artistas circulam... Então nossa expectativa é muito em cima disso, de poder trocar artisticamente com o que está acontecendo, com o que o Lollapalooza trouxe para aquele ano. No meio do ano a gente já deve viajar de novo para tocar em outros festivais, e [o Lolla] ajuda muito nesse panorama, a gente tocar em um festival no Brasil do porte do Lollapalooza e entender como que a música tá nesse contexto.



Você falou um pouquinho do novo clipe e uma nova faixa. Pode falar mais sobre isso?
Beto: Então, a faixa se chama "Invisível". Que do mesmo jeito que "Duas Cidades" é sobre um tema e abre muitas discussões sobre isso, "Invisível" também é bem isso. É um tema, uma provocação que a gente está trazendo. É uma faixa nova, que é um samba-reggae, e fala muito desse ver e não ver, do que você enxerga e do que você não enxerga, essa fronteira entre o visível, o invisível e todos esses aspectos. É um clipe produzido pela gente, é uma continuação do "Playson", que a gente também produziu, tem uma produção rodada aqui em Salvador, nas ruas do Centro e conta com a participação do B-Negão, totalmente independente, tanto o clipe quanto a faixa. 

A gente está passando por uma fase super diversificada e plural na música nacional, com muitos artistas LGBTs, drags, de várias partes do país. Como vocês se veem nessa nova cena independente em ascensão? Qual a importância de vocês hoje para esse cenário?
Beto: A gente se vê como parte disso. Eu entendo que a música brasileira sempre foi muito diversificada. Na verdade, eu acho que a diversidade é uma característica intrínseca da música brasileira. Temos produções incríveis em todos os estados. O que justamente sempre foi a questão, eu acho, é a distribuição, a visibilidade e o acesso a isso. O que eu acho que aconteceu nos últimos anos, justamente pela forma de se distribuir música, pela tecnologia, é que as pessoas conseguiram conhecer mais. Não necessariamente as coisas vem de cima agora, as coisas vem de uma maneira muito mais natural. E as pessoas também tem se permitido ouvir e interagir muito mais, essa coisa de circular pelos festivais e estar na internet faz com que as pessoas se comportem dessa forma. No caso da gente, a nossa essência é isso. A gente experimenta muito, nosso primeiro disco já era assim, tem frevo, tem samba, tem reggae, tem guitarra, nesse segundo disco, o "Duas Cidades", também tem muito ritmo e a gente não se prende, experimenta e se vê como parte disso, parte desse mercado que tá circulando, tocando música, produzindo e entendendo de que forma pode se comunicar com as pessoas. 

***

O BaianaSystem será uma das atrações do primeiro dia do Lollapalooza, 25 de março, e promete representar bem o Brasil, fazendo a gente dançar e pular muito, sem deixar de colocar o dedo na ferida e levantar questões extremamente importantes. Enquanto o Lolla não chega, aproveite para escutar o segundo disco dos caras, "Duas Cidades", que mistura muitos ritmos brasileiros com letras cheias de significado, e já chegar com tudo na ponta da língua no Autódromo de Interlagos. 

Batemos um papo com a banda The Maine: “Os brasileiros sabem fazer uma banda se sentir amada”

Formada no Arizona, Estados Unidos, em 2007, por John O'Callaghan, Pat Kirch, Jared Monaco, Garrett Nickelsen e Kennedy Brock, a banda The Maine já percorreu um longo caminho na indústria musical. De aposta de uma gravadora a artista independente, de emo a rock, pop, alternativo e todos os ritmos nesse meio, o grupo chega aos seus 10 anos de existência mais vivo do que nunca, com um sexto álbum a caminho, uma turnê prestes a chegar no Brasil e, principalmente, querendo continuar por muito tempo.



Foi nesse clima festivo e pra cima que tivemos a oportunidade de conversar com o guitarrista, Kennedy. No nosso papo, falamos um pouco sobre como é ser uma banda independente nos dias atuais, o novo disco, "Lovely Little Lonely", que chega no dia 7 de abril, o Brasil, as fãs brasileiras e, claro, sobre esses 10 anos de banda e tudo que o The Maine passou para chegar até aqui. Leia a entrevista completa abaixo:

Oi, Kennedy! Meu nome é Nathalia e eu sou do It Pop, um blog brasileiro de música!
Kennedy: Olá! Tudo bem?

Tudo bem! E com você?
Kennedy: Tudo bem sim!

Podemos começar?
Kennedy: Vamos lá!

Vamos falar do sexto álbum. Como o "Lovely Little Lonely" é diferente dos trabalhos anteriores? 
Kennedy: Eu acho que é o álbum mais focado que já fizemos. Acho que no passado nós tentamos muito ter músicas que se conectassem de forma coesa e esse álbum consegue isso. Parece que as músicas se juntam e fazem sentido e isso é muito especial pra gente. 

Qual a inspiração por trás do título do álbum? 
Kennedy: John (O'Callaghan, vocalista) teve a ideia do título. Ele descreveu como a sensação que você tem quando está no fundo de uma piscina sozinho. O especial sobre esse CD é que ele conversa com as pessoas, vai ajudar quem precise dessas músicas e vai estar lá para os nossos fãs.



Vocês já passaram pelo pop, rock, emo, alternativo... Como vocês se definem hoje?
Kennedy: Nós somos uma banda de rock, uma banda que toca guitarra mesmo, uma banda do "ao vivo". Como banda nós gostamos de fazer outras coisas em nossos trabalhos e experimentar, mas em geral somos rock. 

E como vocês definem o "Lovely Little Lonely"? Vai ser mais pop, mais rock...?
Kennedy: Vai ser um pouco disso (pop e rock). Ele é um álbum catchy e vai chegar em várias pessoas. Estamos muito animados com essa fase da banda e como a banda está nesse momento e vocês poderão sentir isso nas nossas músicas. 

O primeiro single, "Bad Behavior", já saiu. Quando deve sair o próximo? 
Kennedy: Na verdade, nós vamos lançar o vídeo de "Bad Behavior" amanhã (23/02) e quanto mais perto do lançamento do álbum nós estivermos, mais músicas vamos liberar. Pelo menos uma nova vai sair. Agora, nós basicamente estamos tentando divulgar "Bad Behavior" e a resposta tem sido muito boa. Mas vamos lançar outra música perto do lançamento do álbum, sim. 



Pode nos contar alguma coisa especial sobre as canções desse álbum? 
Kennedy: É o que eu disse, é nosso trabalho mais coeso e o as canções se juntam e fazem o álbum fluir. 

Vocês não costumam fazer parcerias. Estão com alguma parceria em mente? 
Kennedy: Gostamos de tocar música com nossos amigos na estrada e tentar criar coisas diferentes à partir daí. Eu acho que vamos tentar fazer algo assim quando voltarmos para a estrada e nos próximos anos. Estão, podem esperar várias coisas assim. Estamos tentando nos manter ocupados e lançar muitas músicas, então coisas legais assim estão nos nossos planos.  

Vocês estão fazendo 10 anos de banda! Como é estar junto por tanto tempo e se ver crescendo profissional e pessoalmente? 
Kennedy: É bem radical! Tem sido uma jornada louca e tivemos que nos achar e achar um jeito de fazer essa nossa paixão funcionar, tudo ao mesmo tempo. Tem sido incrível. Outro dia fomos celebrar (nosso aniversário) e fizemos um festival no Arizona (cidade de origem). Foi a combinação de vários sentimentos de todos os anos de sofrimento para fazer tudo dar certo, mas também dos momentos incríveis e dos pontos altos. Foi uma jornada muito legal e o que é mais legal é que todo mundo da banda está ainda mais animado para fazer música agora do que estávamos quando começamos. Nós queremos fazer cada vez mais.

Vocês trabalharam em uma gravadora por um tempo, mas decidiram sair e se tornar uma banda independente. Por que tomaram essa decisão? 
Kennedy: Pra gente foi uma questão de controle criativo. Somos muito envolvidos na nossa banda e em como ela se apresenta para o público e começamos a ver nossa banda seguindo para um caminho que não era o que queríamos que ela fosse. No final, foi uma decisão incrível e somos muito sortudos de conseguir fazer isso por conta própria. 

Vocês estão fazendo algo para ajudar outras bandas independentes?
Kennedy: Sim! No Arizona nós temos vários amigos. Somos amigos das bandas Technicolor e Beach Weather e tentamos dar oportunidade a eles. É difícil para uma banda dar ajuda a outra banda, mas tentamos ajudá-los sempre que dá, por exemplo, vemos em quais lugares e momentos o som deles se encaixa e tentamos colocá-los para tocar ali, e também levamos eles para a estrada conosco.


Agora, vamos falar do Brasil! Estão animados para voltar?
Kennedy: Estou feliz (em português)! Estou tão animado! Eu amo o Brasil, as pessoas, o lugar, eu amo tentar falar português. 

Seu português é ótimo! Eu entendi tudo! 
Kennedy: Eu não lembro palavras (em português). Eu esqueço as palavras! Tem sido tão bom pra gente e amamos voltar. Dessa vez vamos a mais cidades e por isso estou ainda mais animado. 

O que vocês estão preparando para os shows por aqui? 
Kennedy: Vamos tocar as músicas novas do novo álbum e os shows vão ser selvagens e loucos! Vai ser uma mistura de coisas novas e velhas e vamos fazer um show bem inclusivo, pra todo mundo mesmo. Vai ser no estilo rápido e divertido e temos que deixar a energia lá no alto o tempo todo. 

Qual a diferença entre os shows que vocês fazem no Brasil e os que vocês fazem em outros lugares? 
Kennedy: É sempre diferente tocar em qualquer lugar. Para gente os shows do Brasil são os mais barulhentos! Os brasileiros cantam mais alto que todo mundo. Na primeira vez que eu estive aí, eu não ouvi nada quando estava no palco e eu fiquei muito chocado, mas amei cada segundo. Os brasileiros sabem como fazer uma banda se sentir amada. 

A gente sabe que vocês não costumam cobrar para tirar fotos com fãs. Por quê? 
Kennedy: Não sentimos que isso era certo. Somos pessoas, eu sou uma pessoa, não tem razão para as pessoas pagarem para me conhecer. Nós só conseguimos ir nesses lugares por causa de todas as pessoas que nos apoiam. Sempre achamos que temos que falar com ações e não com palavras e queremos mostrar que realmente nos importamos com essas pessoas. Além disso, essa é uma oportunidade de praticar meu português de merda. Somos muito felizes de conhecer as pessoas no Brasil e nós gostamos tanto de conhecer eles quanto eles gostam de nos conhecer. Também acho que o dinheiro não tem que ser barreira que impeça as pessoas de chegarem na oportunidade. Todos devem ter chance de experienciar as coisas boas da vida e, se podemos levar felicidade a essas pessoas, não vamos fazê-las pagar por isso. 

Pra terminar, um recado para os fãs brasileiros que estão ansiosos para ver vocês de novo!  
Kennedy: Até mais (em português)! Obrigada por tudo, por nos apoiar, por nos deixarem ser nós mesmo. Não vamos esquecer isso e continuaremos a amar o Brasil. Vamos ter uma turnê incrível e louca! Estou feliz pra caralho (em português)!


***

E não é que o Kennedy já está falando português melhor do que a gente?

Em julho, a banda volta ao Brasil e terá a oportunidade de aprender ainda mais palavras no nosso idioma. Confira as datas:

15/07 - Tropical Butantã - São Paulo
16/07 - Bar da Montanha - Limeira
18/07 - Teatro CIEE - Porto Alegre
19/07 - Local a confirmar - Curitiba
21/07 - Arena Futebol Clube - Brasília
22/07 - Teatro Bradesco - Belo Horizonte

E se você ainda não garantiu seu ingresso, calma que dá tempo! É só clicar aqui.

Aproveitamos também para agradecer ao Kennedy por disponibilizar seu tempo para conversar conosco. Ele foi muito simpático e divertido, falou um ótimo português e demonstrou um carinho imenso e verdadeiro pelo nosso país. Estamos esperando vocês, seus lindos!

Entrevistamos o Clean Bandit: “Os fãs podem ficar tranquilos, a música com Marina estará no próximo CD”

Depois de morar por sete semanas no #1 da principal parada britânica com "Rockabye", o Clean Bandit já está planejando os próximos passos. A banda arrasa nos números: são 16 milhões de singles e 1,6 milhões de álbuns vendidos, além do Grammy de Best Dance Recording (Melhor Música Dance/Eletrônica) com "Rather Be", parceria com Jess Glynne. Misturando música clássica com eletrônica, o grupo, integrado por Grace Chatto e os irmãos Jack e Luke Patterson, vem conquistando cada vez mais reconhecimento e espaço no cenário musical, além de fãs no mundo todo.

Conseguimos um tempinho na agenda de Grace para conversar sobre os planos da banda, o novo álbum, novas parcerias e como é se apresentar em festivais com um público tão grande. A entrevista completa vocês conferem abaixo!



It Pop: Vamos começar com "Rockabye". A música é um hit no mundo todo! Vocês estão orgulhosos dela? Como foi trabalhar com Anne-Marie e Sean Paul?
Grace: SIM, SIM! Nós estamos muito orgulhosos da música. É uma música muito especial para mim e é o tipo de música que eu amo, como o que Anne canta também é muito interessante... E a gente sempre quis trabalhar com o Sean Paul, eu amo o senso de humor dele. Foi um sonho que se realizou!


It Pop: Anne-Marie é uma artista que estourou há pouco tempo. Por que vocês convidaram ela para uma colaboração e como vocês escolhem os artistas para trabalhar?
Grace:  Um dia, estávamos em um festival e Anne estava cantando com o Rudimental. Ficamos obcecados pela voz dela e percebemos na hora que ela seria perfeita para "Rockabye". A gente escolhe o tipo certo de palavras para cada música e é assim que selecionamos o artista. Depende muito da letra.

It Pop: Vocês já trabalharam com vários artistas diferentes. Existe alguém que você queira muito colaborar?
Grace: Hum, bem, meus artistas preferidos no momento são Lana Del Rey, James Bay... Mas nós estivemos trabalhando com Zara Larsson, Elton John, e eles são músicos excelentes.

It Pop: Sim, eu vi que vocês postaram uma foto no estúdio com a Zara. O que você pode nos dizer sobre isso?
Grace: Ela é incrível! Ela é tão jovem, mas é muito madura como artista e como pessoa. Ela tem uma voz poderosa. Talvez seja o próximo single que vai sair, ainda não temos certeza.

It Pop: E vocês mantêm contato com essas pessoas? Por exemplo, a Jess Glynne...
Grace: Sim, sim. Nós sempre nos encontramos em festivais e estamos trabalhando com ela no seu próximo álbum.


It Pop: Clean Bandit é uma banda que mistura eletrônica e música clássica. Como é isso para você?
Grace: Nós gostamos dessa mistura. Eu sempre toquei música clássica e Jack sempre gravava áudios, ele estava sempre nos meus ensaios. Um dia, decidimos brincar com isso, adicionando graves e algumas batidas. Foi assim que isso começou pra gente.

It Pop: É verdade que o segundo álbum sai este ano? E ele vai seguir os caminhos do "New Eyes" ou vai ter um estilo diferente?
Grace: Sim, ele vai sair este ano mesmo. Estamos trabalhando nele já faz um tempo, Eu acho que não será como "New Eyes". Existem muitos estilos musicais nele.

It Pop: E vocês já têm um nome pra ele?
Grace: Não, ainda não escolhemos...

It Pop: Já que estamos falando sobre isso, você tem um álbum preferido do ano passado?
Grace: Hmmm, um álbum favorito... Acho que o da Rihanna, "Anti".

It Pop: Vocês já tocaram em vários palcos ao redor do mundo. Como foi a primeira vez que você se apresentou para um público grande?
Grace: Eu toquei música clássica a minha vida toda e a plateia é muito diferente, é quieta. Então, na primeira vez que nos apresentamos como um banda, as pessoas estavam animadas, pulando, dançando, e eu amei ter essa conexão com o público.

It Pop: E qual é a lembrança mais legal de um show que você tem?
Grace: Eu acho que foi quando nos apresentamos com a Orquestra Filarmônica da BBC e nós recriamos o nosso álbum "New Eyes". Foi um momento muito especial.


It Pop: Vocês ficam nervosos no palco? Por exemplo, num evento como o Mobo Awards...
Grace: Não, eu não fico muito nervosa. Eu acho que nesse dia a Anne-Marie ficou nervosa, mas nós apenas aproveitamos o momento.


It Pop: Ainda falando sobre shows, vocês planejam uma visita ao Brasil?
Grace: Ah, eu adoraria! Possivelmente, um dia. Nós só estamos planejando o nosso ano agora com nossos agentes e empresários, mas já faz muito tempo que eu quero ir ao Brasil ver os fãs.

It Pop: Eu imagino que vocês já estejam cansados dessa pergunta, mas é algo que os fãs querem muito saber. A música "Disconnect", com a Marina and the Diamonds, vai estar no novo álbum?
Grace: Sim! Vai estar sim. Nós ainda estamos trabalhando nela e fazendo mudanças, mas vai sim estar no nosso próximo álbum. Os fãs podem ficar tranquilos!

A gente conversou com a Anne-Marie, do hit “Rockabye”: “Mal posso esperar para ir ao Brasil”


Anne-Marie é uma das grandes revelações no cenário musical britânico. A cantora está com o single "Rockabye" em #1 na principal parada do Reino Unido, uma parceria incrível com Clean Bandit e Sean Paul. Com indicações e performances nas premiações MOBO e EMA, a dona do EP "Karate" já conseguiu também dois certificados de platina e um de ouro para o hit "Alarm", que já conta com mais de 100 milhões de streams no Spotify.

Numa breve entrevista, conversamos com Anne sobre vários assuntos, desde sua rápida ascensão até uma possível vinda ao Brasil, e as respostas dela você confere logo abaixo.


It Pop: Oi Anne, eu sou o Vitor, escrevo para o site It Pop no Brasil e vou te fazer algumas perguntas.
Anne-Marie: Ei Vitor, prazer em te conhecer. Você está bem?

It Pop: O prazer é meu! Estou bem sim e você?
Anne-Marie: Também estou, obrigada.

It Pop: Você se apresentou com a Jessie J no musical "Whistle Down the Wind" quando você tinha apenas doze anos de idade. Isso te inspirou a continuar sua carreira de cantora?
Anne-Marie: Foi muito inspirador! Ver alguém que cresceu no mesmo lugar que você conquistar algo tão grande realmente me fez pensar que eu poderia conseguir o mesmo. 

It Pop: Você já conhecia o trabalho do Rudimental antes de vocês colaborarem?
Anne-Marie: Sim! Eu amei o primeiro álbum deles; algumas das minhas músicas preferidas estão nele. Trabalhar com eles foi muito natural, principalmente quando estávamos em tour. Eu me orgulho muito de ter sido chamada para participar do segundo álbum deles, porque eu amo o que eles fazem.

It Pop: Apesar de pouco tempo de carreira, você já se aventurou do R&B alternativo até o dancehall. Existe algum limite quando se trata de fazer música?
Anne-Marie: Na verdade, não. Sempre que escrevo uma música é primordial que ela tenha uma história, me preocupo com o que eu estou dizendo na letra. E em termos de produção, eu deixo o que precisa estar na música apenas estar na música.

It Pop: E você pode me dizer suas principais influências, tanto musicalmente quanto para escrever canções?
Anne-Marie: Musicalmente, quase tudo. Rock, jazz, soul, pop, rap, hip hop... Mas minhas influências para escrever vieram de Alanis [Morissette] e Lauren Hill. Mulheres fortes, mensagens fortes, sabe?

It Pop: A letra de "Alarm" conta uma história real?
Anne-Marie: Infelizmente sim... Eu tive essa experiência horrível com um ex-namorado, mas pelo menos eu escrevi essa música!

It Pop: Você também foi campeã mundial de karatê! Você consegue me dizer se existe alguma semelhança entre cantar e lutar?
Anne-Marie: Com certeza! Você precisa ter uma mente forte, foco e estar preparado para qualquer coisa.

It Pop: Sua performance no EMA, sem dúvidas, foi um momento importante para sua carreira. Como foi estar entre tantos artistas legais?
Anne-Marie: Me apresentar junto com grandes artistas internacionais foi uma experiência maravilhosa. Foi uma noite incrível em um lugar lotado de talento.

It Pop: Quando seu álbum sai? Estamos muito ansiosos!
Anne-Marie: Vai sair logo, em 2017!

It Pop: E você pode me contar algo sobre ele que você não contou pra ninguém?
Anne-Marie: Eu trabalhei muito nesse álbum, mais do que em qualquer outra coisa.

It Pop: Com a internet, os artistas vêm ganhando fama cada vez mais rápido. Você está preparada para isso?
Anne-Marie: Eu acho que sim, mas eu não gosto de criar muita expectativa.

It Pop: Queremos te parabenizar pela sua música "Rockabye", que está em #1 nas paradas do Reino Unido! Eu estou viciado na música. Como foi colaborar com o Clean Bandit e Sean Paul?
Anne-Marie: Foi muito divertido, eu já conhecia Clean Bandit há algum tempo e acho que por isso foi ótimo trabalhar com eles, e Sean Paul é uma lenda viva!

It Pop: Qual seu álbum favorito de 2016?
Anne-Marie: Definitivamente, "A Seat At The Table", da Solange, mas eu venho ouvindo muito Anderson Paak.

It Pop: Você já tem muitos fãs brasileiros, que com certeza te esperam aqui! Você já planeja vir conhecê-los?
Anne-Marie: Sim, eu mal posso esperar!

It Pop: E, finalmente, gostaria que você deixasse uma mensagem para aqueles que estão conhecendo seu trabalho pela primeira vez com esta entrevista.
Anne-Marie: Eu coloco muito amor no meu trabalho e espero que as pessoas consigam perceber isso quando ouvirem. Quero agradecer aos fãs que me apoiaram durante esse tempo e deixar um "oi" para aqueles que estão me conhecendo agora!
***
Sem novos detalhes sobre seu álbum de estreia, nos contentamos com o que Anne já nos deu: um EP incrível, singles deliciosos e parcerias certeiras, como "Rockabye", que você pode ouvir abaixo.

Entrevistamos a aposta para o pop desse ano, Dua Lipa: “Quero surpreender vocês”


Dua Lipa é mais uma dessas novas cantoras com a missão de salvar a música pop (e com o potencial para isso). Enquanto grandes artistas apostam cada vez mais em trabalhos conceituais, Dua vem na contramão, com uma proposta dance-pop divertida e honesta que não deixa ninguém ficar parado.

Filha de albaneses, a britânica de apenas 21 anos não só canta como também compõe, mostrando toda a sua atitude em suas letras. E é essa atitude que está fazendo a garota crescer rapidamente e ocupar ótimas posições na parada oficial de singles do UK, chegando ao #15 com "Hotter Than Hell" e #30 com "Blow Your Mind (Mwah)". 



Depois do ótimo desempenho com suas canções, Dua Lipa se prepara para lançar seu primeiro disco. O álbum, que leva o mesmo nome da cantora, chega logo em fevereiro e já é um dos mais esperados de 2017. E foi assim, cercada de expectativas, animada com o lançamento desse trabalho e, principalmente, muito surpresa com todo esse reconhecimento, que batemos um papo com a garota. 

Oi, Dua! Como você está?
Dua Lipa: Eu estou bem, obrigada!

Meu nome é Nathalia e eu sou de um blog brasileiro de música chamado It Pop. Para começar, eu gostaria de dizer que eu sou uma MUITO sua fã! Sério, estou muito feliz de poder te entrevistar!
Dua Lipa: Ah, obrigada, muito obrigada!

Podemos começar?
Dua Lipa: Sim, podemos!

Ok, vamos lá! As pessoas estão começando a ouvir suas músicas agora, ver seus vídeos, conhecer e curtir o seu trabalho... Como tem sido pra você receber todo esse reconhecimento?
Dua Lipa: É incrível, é tudo que eu poderia ter desejado! É o melhor reconhecimento que você poderia sonhar em receber, principalmente quando você é um novo artista, você nunca sabe como as pessoas vão receber o seu trabalho, e tudo acontece de uma forma que você só consegue ficar grata por isso. 

O que podemos esperar do seu primeiro álbum?
Dua Lipa: É uma junção de vários momentos. Ainda é um álbum pop, mas eu quero surpreender vocês. Eu quero levar vocês para esses momentos. 



Estou animadíssima para escutá-lo! Vamos ver alguma colaboração no CD?
Dua Lipa: Não que eu saiba... ainda. 

Ainda?! Quando eu penso em artistas com os quais você poderia colaborar, eu sempre penso no Years & Years e na Tove Lo. Você gosta desses artistas? Gostaria de colaborar com eles?
Dua Lipa: Eu amo eles! Seria muito divertido. 

Eu gostaria muito de ver isso! Vamos ouvir mais uma música nova antes do álbum ser lançado?
Dua Lipa: Ah, possivelmente... Pode ser que vocês escutem mais uma nova canção. Estou animada porque é uma música que eu quero muito lançar e vocês podem ter a oportunidade de ouvi-la.

Pode nos contar alguma coisa sobre essa canção?
Dua Lipa: É mais uma música pop up-beat. É sobre nunca querer voltar com seu ex. É sobre aquela situação onde você continua voltando para a mesma pessoa que não é a pessoa certa... Vai ser sobre isso... Ok, não posso falar mais!

Hahaha, tudo bem! Quando pensamos na sua sonoridade, nós pensamos que é aquele pop que não se leva tão a sério, que é divertido, que é refrescante. É isso que você quer passar com as suas músicas?
Dua Lipa: Não, eu acho que é pop, mas é honesto. Eu me levo um pouco a sério, não muito, tipo aquela seriedade a todo o momento... Eu não sei, eu acho que quando você escuta as minhas músicas percebe que elas são muito honestas e eu sou muito séria com relação a isso. Quando o álbum sair, ele vai mostrar um outro lado meu, eu acho. 

Entendi. Como foi gravar com o Ansel Elgort para a nova versão de "Be The One"?
Dua Lipa: Foi muito bom trabalhar com ele! Ele é incrível e tão esforçado. Foi inspirador ter a oportunidade de trabalhar ao lado dele. 



Nós amamos "No Lie"! Como foi trabalhar com o Sean Paul?
Dua Lipa: Ele é maravilhoso e um amor. Ele é muito pé no chão e muito legal, e trabalhar com ele foi uma experiência muito divertida. Ele é uma pessoa que eu escuto desde que eu era muito pequena e ter a oportunidade de trabalhar com ele foi muito legal.

E nós estamos ouvindo alguns rumores sobre uma colaboração com o The Chainsmokers. É verdade? Isso vai rolar?
Dua Lipa: Nada que eu possa confirmar. 

Você tem feito turnê com o Troye Sivan. Pretende fazer sua própria turnê, de repente vir ao Brasil em algum momento...?
Dua Lipa: Eu adoraria ir ao Brasil! Eu com certeza amaria ir e espero ter a oportunidade de fazer isso. Mas eu não sei... Eu ainda vou ver para onde vou ano que vem e o que vai acontecer, mas eu estou muito animada para tudo isso. 

Última pergunta! Pode deixar uma mensagem para aqueles que não conheciam você e suas músicas e estão descobrindo você agora com essa entrevista?
Dua Lipa: Bom, eu sou uma cantora e compositora de Londres, lancei algumas músicas que as pessoas deveriam dar uma olhada, como "Be The One", "Blow You Mind" e "Hotter Than Hell" e pode parecer que tudo aconteceu do dia para a noite, mas eu tenho trabalhado muito e por muito tempo. Eu faço música pop e a principal mensagem que eu quero passar é de que todos nós estamos passando pelas mesmas coisas. Eu quero que minhas canções representem as pessoas, que sejam honestas, que sejam 100% eu e isso é tudo que eu tenho para oferecer. 

É isso. Muito obrigada, Dua, foi ótimo!
Dua Lipa: Obrigada, muito obrigada!

***

Simpática, fofa e pé no chão, né? O primeiro CD da Dua chega dia 10 de fevereiro de 2017 e pelas músicas lançadas até agora promete ser pop na medida certa e, como ela mesma disse, recheado de memórias e situações com as quais podemos nos identificar. Enquanto ainda não temos o "Dua Lipa" para escutar em looping, ficamos com os ótimos singles lançados até aqui e a certeza de que ainda vamos ouvir falar muito dessa garota. Mwah!



Aproveitamos para agradecer a Warner Music Brasil pela colaboração para que essa entrevista acontecesse e também a Dua Lipa, que fez com que tudo parecesse uma conversa entre amigas e até soltou umas novidades pra gente. 

Conversamos com a Bebe Rexha sobre seu primeiro CD, Britney Spears, MTV e mais


Assim como Sia, Charli XCX e tantas outras cantoras, Bebe Rexha se tornou famosa pelas composições que escreveu. Nascida em Nova York e filha de pais albaneses, a cantora, que na verdade se chama Bleta Rexha, escreveu o hit "The Monster", parceria do Eminem com a Rihanna, "All Hands On Deck", da Tinashe, além de muitas outras canções, como "Hey Mama", do David Guetta com a Nicki Minaj, onde também canta o refrão. Agora, depois de tanto tempo nos bastidores, Bebe está pronta para fazer sucesso usando também sua voz. 

Nessa primeira investida para consolidar sua carreira de cantora, Rexha lançou o EP "I Don't Wanna Grow Up", em 2015, sendo "I Can't Stop Drinking About You" a faixa de maior sucesso desse trabalho. Além dessas músicas, ela participou também de "Me, Myself & I", parceria com o G-Eazy, e de "In The Name Of Love", com o DJ Martin Garrix. 



Agora, Bebe está preparada para lançar o disco que vai, finalmente, apresentá-la para o mundo todo. Animada com os planos para essa nova fase, a cantora foi super simpática e divertida e nos contou um pouquinho sobre como é trabalhar com grandes artistas (e se tornar amiga deles!) e o que podemos esperar desse primeiro álbum. No final, saímos com aquela sensação de que Rexha é "gente como a gente" mesmo e que, se pudéssemos, com certeza seríamos amigas.

Oi, Bebe!
Bebe: Como você está?

Eu estou bem! E você?
Bebe: Eu estou ótima!

Então, meu nome é Nathalia, eu sou do It Pop, um blog brasileiro de música. Podemos começar a entrevista?
Bebe: Sim!

Ok, vamos falar sobre o EMA! Você foi a apresentadora e arrasou! Foi incrível! Me conte tudo sobre a premiação: como você recebeu o convite para ser apresentadora, como foram as performances...
Bebe: Foi, honestamente, uma experiência incrível! Performar "In The Name Of Love" com o Martin (Garrix), performar "I Got You", encontrar amigos... Eu encontrei o Shawn Mendes e a Zara Larsson... Vi o Bruno Mars cantar e o DNCE também. Eu cresci vendo MTV e querendo ser parte disso, eu me lembro de assistir ao VMA com a minha mãe e com meus familiares. Foi uma experiência incrível, fico muito feliz e honrada de ter tido essa chance.

Você cantou seu novo single, "I Got You", no EMA. Quando vós vamos assistir ao vídeo da canção?
Bebe: Assim que eu terminar de editá-lo, na verdade, deve sair nas próximas semanas.



Estou animada! Você já escreveu músicas para alguns artistas... como foi trabalhar com eles?
Bebe: Eu escrevi para a Rihanna e o Eminem, David Guetta e Nicki Minaj, Martin Garrix... Sabe, eu adoro trabalhar com a Nicki Minaj, ela é uma pessoa incrível, tão talentosa e doce, e o mesmo vale para o Martin Garrix, tão humilde e muito novo. E David Guetta! Eu acho que esses artistas são tão apaixonados, eles trabalham duro. É muito divertido colaborar com outros artistas.

Quando você decidiu cantar suas próprias músicas e não só compor para outros artistas?
Bebe: Ah, eu acho que eu sempre fui uma artista! É só que toda vez que eu escrevia uma música era muito mais fácil entregá-la para outros artistas porque eu não tinha nenhuma conexão que me ajudasse a lançar essa música. Então, eu tive que entregar essas canções, porque elas tinham mais chance de sucesso com outras pessoas. Eu acho que tudo aconteceu de forma orgânica e agora é a hora de lançar minhas próprias músicas e eu sou muito grata por poder fazer isso.

Como você recebeu a notícia de que a Britney gravaria uma nova versão de "Me, Myself & I"?
Bebe: Na verdade eu descobri no VMA, quando eu estava lá. Eu não tinha nem ideia!

E você gostou dessa versão?
Bebe: Sim, eu cresci ouvindo Britney Spears e ela é uma grande inspiração para mim, uma grande entertainer. Eu estava muito animada, então eu a conheci e ela é muito gentil. Nós ficamos juntas e ela colocou uma foto no Instagram e eu estava nervosa, fiquei vermelha de timidez e isso foi demais. Eu acho que foi incrível... espero cantar músicas dela.



Falando em inspirações, quem são suas maiores inspirações?
Bebe: Acho que minhas maiores inspirações na música são Kanye West, One Shell, Alanis Morissette, Tracy Chapman e Bob Marley.

Estamos esperando há muito tempo para ouvir seu primeiro álbum! Quando vai sair?
Bebe: Meu álbum vai ser lançado no próximo ano, fevereiro de 2017, nos dois primeiro meses do ano. Se chama "All Your Fault" e vai ter participações muito legais como Ty Dolla $ign, G-Eazy e Nicki Minaj, para falar de alguns, e eu estou muito animada para lançá-lo. É sobre decepções amorosas e sobre como superá-las, aprender a se amar e a se tornar uma mulher forte e independente. É um álbum muito real e honesto. Pega inspiração de situações passadas e é bastante promissor. Eu espero que o mundo o queira.

Você está planejando vir para o Brasil? As pessoas aqui te amam! Talvez ano que vem?
Bebe: Eu ouço! Eu ouço! Eu ouço! O Brasil é incrível e os meus fãs estão sempre dizendo "Venha para o Brasil! Venha para o Brasil! Venha para o Brasil!". Eu com certeza vou ao Brasil, ainda não sei quando, mas vai acontecer no próximo ano, com certeza!

Fiquei muito animada agora!
Bebe: Quando eu fizer um show aí, você tem que ir!



Eu vou! Eu vou! Pode deixar uma mensagem para as pessoas que nunca ouviram suas músicas antes e estão descobrindo você com essa entrevista?
Bebe: Oi, meu nome é Bebe, eu sou da cidade de Nova York, sou uma garota filha de pais muito trabalhadores. Eu sempre fui obcecada por música, eu amo criar arte e eu espero que a minha música ajude outras pessoas a não se sentirem tão sozinhas ou que lhes sirva para dançar ou cantar junto por 3 ou 4 minutos. Se eu fizer as pessoas felizes ou não se sentirem tão sozinhas, eu sei que fiz meu trabalho bem!

É isso! Obrigada, Bebe, foi ótimo!
Bebe: Muito obrigada!

E eu espero te ver no Brasil ano que vem, hein!
Bebe: Estou animada!

***

Olha só, gente! A Bebe me convidou para o show dela. Quem vamos? Estamos no aguardo! Como a própria disse, seu primeiro CD estará disponível entre os dois primeiros meses de 2017 (tá chegando!). Até lá, a gente fica com o EP "I Don't Wanna Grow Up" e com todas as deliciosas faixas extras que a cantora tem lançado, na torcida para que essa voz marcante seja a dona de muitos hits do ano que vem. 

Aposta da Warner, Lettícia amaria cantar com Tiago Iorc e comemora sucesso de “Lance Proibido”

Quando você é uma artista no começo da sua carreira, as entrevistas são uma importante maneira de contribuir para a construção da sua imagem, indo além do que os versos da sua música permitem e, desta forma, mostrando a personalidade que, por suas respostas, o público decidirá se se identifica ou não.

No momento em que aceitamos entrevistar um artista, também temos nossos objetivos, sendo algum deles conhecer um pouco mais o artista, tirando-o da sua zona de conforto, apresentá-lo aos leitores, numa forma de abrir o nosso espaço para esses novos nomes, bem como agregar ao nosso próprio trabalho, sendo essas entrevistas experiências que também nos ensinam a lidar com os diferentes tipos de personalidade que ganham espaço na mídia.

Uma das gravadoras que melhor têm revelado novos nomes para o pop nacional é a Warner e, depois de artistas como Anitta e Ludmilla, um dos novos lançamentos do selo é a cantora adolescente Lettícia.



Com apenas 15 anos, Lettícia estreou nesse ano o clipe da sua nova música de trabalho, “Lance Proibido”, e emplacou a canção dentro da trilha sonora do filme “É Fada”, bastante comentado pela estreia da Youtuber Kéfera nas telonas, e pouco tempo após esse lançamento, que chegou com exclusividade no It Pop, batemos um papo com a moça, que você pode conferir abaixo.

Nós abrimos o bate-papo falando sobre a estreia de “Lance Proibido”, que teve mais de vinte mil visualizações no seu dia de estreia, e a cantora se mostrou animada com a recepção: “Eu fiquei muito feliz com esse retorno. É um momento marcante pra minha vida, um amadurecimento tanto pessoal, quanto pra minha música, então os números foram ótimos, estou muito feliz”.

Ter um dos seus primeiros lançamentos numa produção cinematográfica é grandioso para qualquer um e, sobre isso, Lettícia também teve muito o que comemorar: “Fui na pré-estreia [de ‘É Fada’], aqui em São Paulo, e foi muito legal me ouvir nas telonas. Está sendo incrível pra mim”.

O pop nacional tem crescido e, com isso, a exigência do público também está cada vez maior, mas isso não parece um problema para a cantora. “Trabalho muito pra isso, estudo muito, busco referências, então estou me preparando muito para isso e acho que o público está se identificando com a minha música, o que é muito legal pra mim”.

Apesar das preparações e dessa identificação, Lettícia ainda não assina a composição de suas músicas: “todas minhas músicas lançadas até hoje foram compostas por Mãozinha, Umberto Tavares e Jeferson Junior, que são meus anjinhos musicais”, disse a cantora. “Eles sempre me ajudam e a gente aborda temas que são experiências minhas, coisas que eu gosto”.

Atualmente trabalhando em seu primeiro EP, a cantora se mantém focada na divulgação do novo single, e quando questionada quanto aos riscos de se apegar apenas ao público adolescente, enxerga o potencial de “Lance Proibido” conquistar fãs mais velhos. “O pessoal que está se identificando com a minha música é mais novo, tem a minha idade, mas os mais velhos [estão se identificando] também”.

E, apesar da influência de artistas como Anitta, Rihanna e Ariana Grande, ela não pretende adotar um discurso de empoderamento ou feminismo em seus trabalhos: “Esse assunto é muito polêmico. Enfim, eu não me considero feminista, mas também não me considero uma pessoa não feminista, tanto que nem entro nesse assunto”, explicou. “Respeito a opinião de todos e acho que as pessoas têm o direito de se defender, o direito de concordar ou não, e é isso aí”.

Ainda sobre suas influências, Lettícia não parece ter uma linha bem traçada. “As influências são as que a gente tem sempre, né? Britney, Rihanna, todos esses nomes internacionais”, começou, explicando que a mudança de sonoridade do seu novo single partiu de uma ideia dos seus produtores: “Eles quiseram criar uma coisa diferente, que pudessem notar esse amadurecimento, tanto pessoal quanto na música, e acho que ‘Lance Proibido’ foi criada a partir dessa junção de informações do que aconteceu na minha vida”.

No começo de sua carreira, a menina pensa alto e amaria fazer uma parceria com suas parceiras de gravadora, Anitta e Ludmilla, além do cantor Tiago Iorc: “Divo master!”, brincou.



Por fim, pedimos pra que ela deixasse um recado aos que estavam conhecendo seu trabalho a partir dessa entrevista:
“O que eu poderia dizer ao público é que esse trabalho foi feito com muito carinho, com muita dedicação, e é uma coisa muito importante pra mim, uma experiência muito nova, que estou amando. Eu convido vocês a assistirem ao meu novo clipe, aposto que vocês vão se identificar e curtir muito. É uma experiência que, se você não passou, ainda vai passar, e é isso aí.”

Entrevistamos a Allie X: “Todas as cantoras deveriam se inspirar em Lady Gaga”

Allie X vem se apresentar no Brasil no próximo mês e para dar um gostinho, batemos um papo bem legal com ela! A cantora, nascida no Canadá, é destaque no pop underground e já possui uma legião de fãs, principalmente nas terras tupiniquins. Em uma conversa no Skype, Allie demonstrou ser uma pessoa bastante carismática, divertida e atenciosa, além de contar várias novidades e compartilhar um tanto de experiências fantásticas que ela já viveu em tão pouco tempo de carreira. Se você é fã de música pop, se curve à X, porque ela vai te cativar com seu som super catchy.




It Pop: Oi Allie, meu nome é Vitor, sou do It Pop, um site brasileiro e sou a pessoa que vai te entrevistar hoje. Estou um pouco nervoso, porque eu sou muito fã do seu trabalho e fico muito feliz por estar falando com você!
Allie X: Ei, não fique nervoso! Eu que agradeço por gostar do que eu faço.

It Pop: Como você está?
Allie X: Eu estou bem! Tive uma ótima noite de sono e estou tomando chá agora. E você, está bem?

It Pop: Como eu disse, um pouco nervoso, mas bem. Obrigado por perguntar! Você está pronta?
Allie X: É claro.

It Pop: Vamos começar com sua vinda ao Brasil... Está muito perto! Você sabe que tem muitos fãs brasileiros. Como foi essa aproximação?
Allie X: Eu tenho um brasileiro na minha equipe, ele se chama Jungle George, ele já escreveu músicas comigo, fez algumas fotos e vídeos, e eu acho que isso me fez conhecer um pouco da cultura do Brasil, um pouco de português também... Eu achei bem aleatório ter um público tão grande aí, mas foi algo bem orgânico e natural. Fico muito agradecida pelo carinho que recebo e espero que essa conexão cresça ainda mais.


It Pop: Quais as suas coisas preferidas no Brasil? Palavras, comidas, lugares...
Allie X: Eu já estive no Brasil uma vez, em São Paulo, e eu fiquei encantada pela comida. Era uma delícia! Eu amo comer peixe, vegetais... Eu experimentei comidas maravilhosas lá, e eu amei o espírito da cidade. Tinha um ambiente agradável, artisticamente falando; amei ver grafite em toda parte e como a cidade parecia selvagem. 

It Pop: Você planeja apresentar alguma música nova nos shows por aqui?
Allie X: Eu ainda não decidi o set exatamente, mas eu espero colocar algo que ainda não toquei ao vivo.

It Pop: E como você se prepara para os shows? Você tem algum ritual?
Allie X: Na verdade, eu canto melhor se eu não aquecer minha voz, porque eu tenho um tipo de voz que, tipo, se eu aquecer, ela fica muito fina, muito aguda, então é melhor quando minha voz está um pouco cansada, porque ela soa melhor. E, eu não sei, eu tento ficar em algum lugar com espaço livre, porque fico um pouco nervosa antes dos shows, então eu tento transformar isso em animação. Eu também tento aparentar o melhor de mim, porque isso é importante para mim e para meus fãs... E comer algo leve!

It Pop: Eu sei que você assiste muitas séries e que você espera terminar o novo disco bem rápido para colocá-las em dia. Quais são as que você mais gosta e como você administra o seu tempo entre diversão e trabalho?
Allie X: Eu amo "RuPaul's Drag Race"! Eu amo "Black Mirror", estou assistindo na Netflix... É muito louco, mas bem relevante. Eu amo alguns sitcoms dos anos 90, tipo "Frasier", "Seinfeld", "Friends". Eu gosto muito de "Homeland", "Luther"... Como você pode perceber, eu assisto Netflix demais! Eu não me socializo muito. Eu passo o meu dia inteiro trabalhando e então eu vou assistir alguma série, dormir, isso é o normal pra mim. É meio entediante...

It Pop: E você participou de "All Stars 2", dando voz à Katya. Como foi isso? Você chegou a encontrá-la?
Allie X: Foi muito divertido... e aleatório. Meus amigos fizeram a música para aquele episódio e eles me chamaram para ser a Princesa Diana. Foi bastante legal; eu não a encontrei, mas Michelle Visage estava lá no dia.



It Pop: Aproveitando que estamos no assunto, você tem uma drag queen preferida?
Allie X: Violet Chachki, é claro! 

It Pop: Sim, e vamos falar dela agora, porque eu quero saber sobre o vídeo de "All The Rage", que eu amo! Como foi trabalhar com a Violet?
Allie X: A Violet se destacou para mim como alguém perfeita para o vídeo, porque eu queria alguém para demonstrar uma outra parte do meu ego. A aparência e o estilo dela são muito parecidos comigo. E então, eu entrei em contato com ela e ela gostou da ideia. Eu não sei, nós somos fãs uma da outra e esperamos fazer mais coisas juntas.



It Pop: E se você pudesse escolher qualquer pessoa, viva ou morta, quem você escolheria para gravar uma música?
Allie X: Talvez Nina Hagen, você sabe quem é ela? Eu adoraria trabalhar com Nina Hagen.

It Pop: E você planeja gravar algum dueto?
Allie X: Possivelmente...

It Pop: Ok, eu senti algo sobre o "Collxtion II"...
Allie X: (risos).

It Pop: Você pode me dizer quando ele vai sair?
Allie X: Eu também não posso te dizer isso...

It Pop: Então me conte como foi trabalhar com o Troye Sivan. Foi uma experiência legal?
Allie X: Foi uma experiência muito boa e eu não estou dizendo isso só porque é uma entrevista. Foi uma boa convivência, sabe? Como quando você sai com seus amigos... Todos os nossos encontros foram assim. Eu já trabalhei com um bocado de artistas em Los Angeles, como compositora, e é muito frustrante quando o artista não sabe o que ele quer. Eu sinto como se eu não tivesse nada para oferecer. Como quando me chamam para dar uma identidade ao artista, tipo "ah, ela é cool, então isso vai passar para o artista". Mas com o Troye, ele sabia o que ele queria, ele nos direcionou, nós conversávamos sobre coisas que estavam acontecendo nessa vida e como nos identificávamos. Outra coisa é que nós nunca tentamos escolher um single ou criar um hit, necessariamente. Nós apenas estávamos curtindo, e acho que isso pode ser percebido no álbum.

It Pop: E vocês ainda conversam?
Allie X: Sim, a gente se encontra quando ele está aqui. Nós não estamos constantemente em contato, mas acho que nos falamos todo mês.

It Pop: Essa próxima pergunta é meio aleatória...
Allie X: Eu amo perguntas aleatórias!

It Pop: Eu, particularmente, amo a letra de "Sanctuary" e sempre quis saber a história por trás da música, porque eu acredito que seja algo sobre amizade verdadeira.
Allie X: Sim, sim, é isso. Começou numa sessão com um produtor, o nome dele é Jonas Jeberg, ele é da Dinamarca, mas mora aqui. E nós criamos a melodia do refrão, mas não havia letra. Nós dois sabíamos que aquilo estava interessante, então na outra sessão eu levei meu amigo Brett, que estava comigo na equipe do Troye, e ele apareceu com o conceito de "Sanctuary". Aí começamos a explorar o que aquilo significava e eu mentalizei algo como um grupo de pessoas, uma cidade que está contra você e você não se sente mais bem-vindo ali. É isso que eu digo nos versos "if they come with torches" (se eles vierem com tochas), perseguindo você com fogo, você corre para esse lugar seguro onde eles não podem entrar, que pode ser um amigo, sua família, seu amor ou até você mesmo! É sobre criar esse lugar onde você se sente acolhido, amado e pode ser você mesmo. E eu acho que isso é algo que eu quero passar para meus fãs, o conceito de X, você pode ser quem você quer e você pode criar um lugar seguro para você. Não importa se uma cidade inteira não te entende ou não acredita em você, nós todos só temos essa única vida, e com todo esse caos que acontece ao nosso redor, por que não viver de um jeito verdadeiro e que te traz coisas boas? Independente se quem você seja.



It Pop: Eu te disse minha música preferida. Qual é a sua?
Allie X: Isso muda... Atualmente eu estou muito orgulhosa de Bitch e animada com algumas músicas novas para o "Collxtion II" que ninguém sabe.

It Pop: Uma coisa que eu gostaria de saber, mas não só eu, como uma boa parte dos seus fãs. O que você fala no final de Bitch? Existem algumas possibilidades pela internet, mas eu não acho que elas estão certas...
Allie X: Aaaaah, a resposta é o que você ouve! O que estão dizendo por aí?



It Pop: No Genius está escrito "Let me know, tell me to go... through the crowd, only forsure, nobody’s sat at me and stared, oh well, oh well".
Allie X: A parte do "oh well, oh well" está certa!

It Pop: Uma das suas particularidades é a maneira como você trabalha com o visual, que é bem diferente de tudo que já vimos, como no vídeo de "Catch". Quais são suas inspirações quando você está pensando num videoclipe?
Allie X: O que eu gosto, pessoalmente, são imagens que são perturbadoras e bonitas ao mesmo tempo. Eu gosto de imagens fantasiosas, que não parecem reais, mas é uma fantasia dentro de uma realidade, se isso faz sentido. Eu não estou falando de algo como ficção-científica ou "Star Wars". É como pegar o que você vê no seu dia-a-dia e enxergar de um jeito fantástico e distorcido, como se você estivesse olhando para um mundo dentro de um mundo. Eu gosto de justaposição, gosto de quando algo está limpo e sujo ao mesmo tempo, inocente e sexual... Eu não sei, isso faz sentido para você? Essa é a minha inspiração visual.



It Pop: Ainda falando de visual, você usa muitos gifs. De onde veio isso?
Allie X: Logo após eu mudar para L.A. eu comecei a experimentar gifs. Sempre fui fascinada por gifs, o jeito como você pode criar movimento e o intervalo entre o final e o início de um gif. Eles são mais fáceis de fazer do que videoclipes, então se tornou parte do projeto.

It Pop: Você, assim como a Sia, tinha ou ainda tem uma vontade de preservar sua identidade. Como você lida com o público e o privado?
Allie X: Com o decorrer do tempo, eu passei a me sentir mais confortável para revelar meus olhos e minha identidade para meus fãs. O desejo de esconder minha identidade tem muito a ver com o conceito de X, existe um sentido de anonimato que aparece quando você se torna X, e eu gosto de manter o pessoal para mim e mostrar o que eu sinto confortável em mostrar para o público, o que é muito artístico.

It Pop: Você disse um pouco sobre X. Como você define X?
Allie X: X é a possibilidade de tudo. Quer dizer, se você voltar milhares de anos no tempo, os X sempre estiveram presentes e foram símbolos para religião, ciência, matemática... No meu caso, eu trabalho com a ideia de que você pode se tornar quem você quer ser ao se tornar um X. Isso te dá a liberdade de apagar seu passado e criar um novo futuro. Te dá a liberdade de ser anônimo.

It Pop: Você gostaria de se tornar uma artista muito famosa?
Allie X: Eu acho que alguém que se torna muito famoso perde privacidade e começa a se sentir saturado de algum jeito. Mas por outro lado, você pode compartilhar algo que você criou com o mundo e você tem o poder de mudar o mundo para o bem. Pessoalmente, eu quero levar o meu projeto o mais longe que eu puder, sem ter que sacrificar minha integridade. Se eu me tornar muito famosa, eu acho que teria que escrever músicas de outro jeito ou ser outra pessoa, e eu não quero isso. Mas a minha meta não é continuar underground pra sempre.




It Pop: Tenho certeza que alguém já te disse isso, mas você se parece demais com a Lady Gaga!
Allie X: Eu me pareço muito com a Lady Gaga?

It Pop: Sim! Você já se inspirou nela?
Allie X: Sim, eu sou uma fã da Gaga e me inspiro nela, com certeza. Eu acho que todas as artistas femininas deveriam ser inspiradas por ela. Ela abriu um caminho e sempre trabalha com muita integridade. Eu acho que existe muita diferença entre a gente, mas eu tenho muito respeito por ela.

It Pop: E você ouviu o último álbum dela, o "Joanne"?
Allie X: Eu ouvi algumas músicas, mas não o álbum todo.

It Pop: Million Reasons ou A-YO?
Allie X: A-YO!

It Pop: Qual estilo musical você mais ouve? 
Allie X: Recentemente, eu venho ouvindo muita música eletrônica. Eu gosto de ouvir coisas que eu nunca ouvi antes, então eu estou basicamente vivendo na playlist de Discover do Spotify, mas de vez em quando eu gosto de ouvir coisas familiares, rock, pop dos anos 90... Eu não sou muito fã de um estilo musical apenas.

It Pop: Você tem um álbum favorito este ano?
Allie X: Eu não consigo pensar no meu preferido agora, mas o que veio com essa pergunta foi o "The Altar", da Banks. Eu venho ouvindo muito ultimamente. É muito bom!

It Pop: Uma última pergunta. Para as pessoas que não te conhecem, o que você diria para levá-las ao seu mundo? Como você apresentaria Allie X para as pessoas que não conhecem Allie X?
Allie X: Eu diria que eu escrevo músicas pop que vêm de um cérebro estranho e interessante. 

It Pop: É isso, acabamos. Obrigado pelo seu tempo e pelo carinho!
Allie X: Eu que agradeço pela profunda entrevista e espero te ver no show.

***

Enquanto Allie não dá uma data para o lançamento do seu segundo álbum, continuamos ouvindo repetidamente o "Collxtion I", que você confere no player abaixo. A artista se apresenta no dia 9 de dezembro, em São Paulo. Clique aqui para mais detalhes.

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