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De volta ao carnaval, vai ter Rico Dalasam no bloco do BaianaSystem, em SP

Rico Dalasam está de volta ao carnaval! O rapper, que no último ano lançou o EP “Balanga Raba”, sucedendo seu álbum de estreia, “Orgunga”, e o sucesso carnavalesco ao lado de Pabllo Vittar, “Todo Dia”, será uma das atrações musicais do Bloco Navio Pirata, em São Paulo, comandado pelo coletivo BaianaSystem.

A parceria entre Dalasam e o Baiana não é de hoje: no ano passado, os artistas também se uniram para o Carnaval, em Salvador, e um dos integrantes do grupo, Mahal Pita, foi o responsável pela produção de algumas faixas de Rico, incluindo seu single mais recente, “Fogo em Mim”.



O Baiana, por sua vez, está estreando o seu bloco em São Paulo, também com as participações de BNegão e Flora Matos. O repertório deve ficar por conta de seus discos, “Duas Cidades” e “Baianasystem”, além de parcerias como as recentes “Alfazema”, com Nação Zumbi, e “Ziguizira”, com Heavy Baile.



Um dos pontos altos de seus shows costuma ser a grandiosa “Playsom”, que é também um de seus maiores sucessos.



O Navio Pirata do BaianaSystem sairá nas ruas no dia 17 de fevereiro, a partir das 13h no Viaduto Santa Generosa, próximo a Av. 23 de Maio, e seguirá até o Viaduto Pedroso, na Liberdade, com fim previsto para às 17h. Segundo o Estadão, é esperado um público de aproximadamente 50 mil pessoas.

Lollapalooza | Os 10 discos que você precisa ouvir antes do festival

Lollapalooza é aquele festival em que você ama certas atrações, mas também chega disposto a conhecer e se apaixonar por inúmeras outras, né? É por isso que o evento, principalmente em suas últimas edições, tem se dividido entre nomes foderosamente conhecidos e outros nem tanto – o que é uma das suas coisas mais legais, convenhamos – e, se você for daqueles que ainda não teve tempo para se aprofundar sobre os artistas que virão, esse post é perfeito pra você.

Para que você não fique perdido no Lolla e consiga até arriscar uns versos de algumas músicas, preparamos uma lista com os 10 discos que você PRECISA escutar antes do festival. Tem pra todos os gostos: rock, pop, R&B, alternativo... Você vai chegar no Autódromo de Interlagos sabendo um pouquinho de quase tudo e, quem sabe, sairá de lá sabendo cantar todas as canções de trás pra frente. Vai que, né?

Confira nossa lista (que não está em ordem de importância, pois amamos todos esses artistas <3) abaixo:

1. "Starboy", The Weeknd

Muitos bons artistas vão passar por essa edição do Lollapalooza, mas o que estamos mais animados para assistir é o The Weeknd. O canadense lançou no ano passado seu terceiro disco, "Starboy", que veio com a missão de ser tão bom quanto seu antecessor, "Beauty Behind The Madness", e ele não só conseguiu como se superou. No novo álbum, Abel mistura seu clássico R&B alternativo com batidas eletrônicas e sintetizadores no maior estilo anos 80, nos entregando um trabalho maduro, consistente e que não deixa ninguém ficar parado.


2. "I See You", The xx

O terceiro álbum do The xx, lançado no começo de 2017, é o mais diverso entre os do grupo e o mais pop também. Entre tantas influências buscadas para esse novo material, a maior foi no "In Colour", disco solo do Jamie xx, produtor da banda. Por isso, o "I See You" diversas vezes incorpora esse projeto e mescla de tudo um pouco, como indie rock, eletrônico e vários sintetizadores, com o característico indie pop da banda e os vocais limpos e dramáticos de seus vocalistas, fazendo com que o The xx não perca sua identidade, apenas nos de a chance de amá-los em outras formas e ritmos.


3. "Lady Wood", Tove Lo

O poder feminino da edição fica por conta de Tove Lo, que vai fazer um show com foco maior nas músicas do seu novo CD. O "Lady Wood" usa de batidas alternativas e eletrônicas para falar sobre sexualidade feminina e libertação e traz a cantora sem medo de falar o que pensa, expor suas inseguranças e abrir seu coração. Pop sueco da melhor qualidade.


4. "I Like It When You Sleep, For You Are So Beautiful Yet So Unaware Of It", The 1975

Antes conhecidos por ser uma banda mais alternativa e de certa forma sombria, o The 1975 está cada vez mais pop e sem medo de ser feliz. O segundo álbum da banda inglesa, "I Like It When You Sleep" (não, não vamos falar o nome todo de novo!), é a mistura perfeita de synthpop com riffles de guitarra e a teatralidade e dramaticidade que só eles sabem imprimir em suas letras e clipes. Que eles fiquem no pop por um bom tempo!



5. "Cry Baby", Melanie Martinez

Se você gosta de música pop com conceito por trás, então a Melanie Martinez é pra você. Saída do The Voice americano, a rainha do conceitinho infantil usa do mundo de casas de bonecas e carrosséis como metáfora para falar de relacionamentos amorosos, amigos, família, padrões de beleza e muito mais, em meio a um indie pop viciante, no seu primeiro disco, "Cry Baby". No final, de infantil, Melanie e suas letras não têm nada.



6. "Gameshow", Two Door Cinema Club

A capa do álbum, com suas luzes neon, já entrega: vai ser dançante, sim! "Gameshow", terceiro álbum do Two Door Cinema Club que foi lançado no ano passado, continua no estilo rock alternativo que os irlandeses já estão acostumados, mas flerta bastante com o pop eletrônico, o funk e até o disco, soando eletrizante desde a primeira ouvida. E se o CD já é divertido assim, imagina o show?


7. "No Mythologies To Follow", MØ

A dinamarquesa MØ pode ser mais conhecida do grande público por suas mais recentes parcerias de sucesso, como "Lean On" e "Cold Water", ambas do Major Lazer, mas a gente te garante que ela é MUITO mais do que isso. Com seu álbum de estreia, o "No Mythologies To Follow", MØ se apresenta pra gente de forma original, misturando R&B contemporâneo com trip-hop e indie pop e nos entregando aquele som que a gente não sabia que precisava até escutar pela primeira vez.


8. "Duas Cidades", BaianaSystem

Rock, reggae, axé, música eletrônica... O segundo disco do BaianaSystem, "Duas Cidades", traz um pouco disso tudo com uma pitada de política para discutirmos o momento atual do Brasil. Representantes do nosso país nesse Lollapalooza, os caras do Baiana fazem um som diferente, misturando a "guitarra baiana" com o "system sound" (e daí o nome) e adicionando conceitos audiovisuais ao seu trabalho, retratando problemas cotidianos tanto em suas letras quanto em seus vídeos. Música boa com crítica social foda? Tá tendo e é do Brasil!


9. "Love You To Death", Tegan And Sara

Inteiramente produzido pelo Greg Kurstin, vencedor do Grammy de Produtor do Ano de 2016 e responsável por hits como "Stronger", da Kelly Clarkson, e "Chandelier", da Sia, o oitavo álbum da dupla Tegan and Sara, "Love You To Death" é, assim como o envolvimento de Greg sugere, cheio de músicas pop muito viciantes. As irmãs, que começaram com um som mais alternativo e indie rock, se jogaram de cabeça em um synthpop com cara de anos 80 nesse novo disco e nós não poderíamos ser mais gratos por isso. Meninas, por favor, nunca abandonem os sintetizadores!


10. "Skin", Flume

Vencedor do Grammy de Melhor Álbum Dance de 2016, Flume vem ao Lollapalooza como headliner de um dos palcos do festival e, depois de ouvir o disco "Skin", você vai entender o porquê. Passando pelo R&B contemporâneo com muitas batidas eletrônicas e uma house music diferenciada, o Flume é tudo que o The Chainsmokers quer ser, mas nunca será, fazendo um trabalho alternativo mas, ao mesmo tempo, muito pop, que tem como missão fazer todo mundo sair do chão e que, depois de duas ou três músicas, consegue esse feito com muita facilidade.



***

Pode vir, Lolla, que o nosso corpo está mais do que pronto! Se você ainda não comprou seu ingresso para escutar esses hinários ao vivo, corre que a ainda dá tempo! É só clicar aqui e depois escutar de novo e de novo todos esses álbuns para aprender as letras direitinho.

Lollapalooza | Conversamos com o BaianaSystem sobre representar o Brasil no Lolla, política, diversidade e mais

Nos últimos anos temos visto resnascer uma música brasileira pautada na discussão de temas cada vez mais importantes em nossa sociedade. A banda BaianaSystem, que tem grande importância em todo esse renascimento, traz consigo a missão de falar sobre política e relações sociais de forma dançante, misturando ritmos tradicionais da Bahia, com os criados com o uso da "guitarra Baiana", com "sound system".

O grupo tem se tornando cada vez mais conhecido em nosso país, seja pelo som experimental, trabalho audiovisual, letras fortes e imponentes e pelos shows, baseados em muito improviso e explosividade. Mas, se você ainda não conhece a banda por esses motivos, existe uma boa possibilidade de você já ter esbarrado com um vídeo bem famoso de um momento incrível que aconteceu no trio elétrico deles nesse Carnaval.

Conversamos com o Beto Barreto, guitarrista do BaianaSystem, sobre o disco "Duas Cidades" e tudo que está por trás do material e, claro, sobre o show que a banda fará no Lollapalooza representando o nosso país.

Primeiramente, muita gente não conhece o trabalho de vocês. Pode contar um pouquinho pra gente que banda é a BaianaSystem?
Beto: A Baiana System é um grupo aqui de Salvador que está na história desde 2009, 2010. Lançamos o disco em 2010 [primeiro álbum, "BaianaSystem"] e estamos agora fazendo um ano do segundo disco, o "Duas Cidades". A gente, na verdade, é um projeto audiovisual que mistura música, com imagens, com fotos, com vidas, música produzida aqui na Bahia que a gente queria que saísse daqui com algumas coisas de fora. O BaianaSystem é um projeto que a gente tá vivendo nesse período e que lida basicamente com experimentação da nossa música, da possibilidade de fazer diálogos com as outras referências que a gente tem e que as pessoas que colaboram com a gente podem ter. A gente é um grupo musical que tá aí produzindo e experimentando.

O ano de 2016 foi muito importante para vocês porque o disco "Duas Cidades" abriu muitas portas para a banda. Esperavam essa recepção? 
Beto: O "Duas Cidades" foi uma grata surpresa na forma que ele saiu. A gente já vinha circulando muito pelos festivais, tocando em São Paulo, já tinha feito umas coisas, mas [o álbum] ainda estava com um pouco de eco do primeiro disco, que saiu em 2010, e ainda era uma coisa muito embrionária. Estávamos tentando entender como valia a pena trabalhá-lo, com DJs, com as outras colaborações dos produtores, a gente foi entendendo isso. O trabalho visual também é algo muito importante na concepção do BaianaSystem. A gente ainda estava querendo lançar um trabalho em áudio, que chegasse no aspecto do que estava acontecendo [no Brasil]. E a gente conseguiu isso com o Daniel Ganjaman, que é de São Paulo e que também ajudou muito nessa tradução do som e do que a gente vinha fazendo para um público maior. A gente está em um processo de criação que é meio que "faz e sai" e não tem muita noção da expectativa, de como isso vai vir, e tivemos uma recepção muito legal. O disco entrou em algumas listas, ganhou alguns prêmios, e isso deu uma visibilidade, fez com que várias pessoas viessem a tentar entender o que era o Baiana, conhecessem um pouco. O disco "Duas Cidades" funcionou muito pra gente dessa maneira. A gente fez muito show em alguns lugares que a gente não estava fazendo, deu uma consolidada tanto no nosso show como no que as pessoas pensavam da gente.




O "Duas Cidades", além de ser um disco muito dançante, também é muito político, e isso está voltando aos poucos para a música brasileira. Ser um artista independente dá mais liberdade para se posicionar sobre esses assuntos?
Beto: Não sei te dizer diretamente, porque eu não sei como hoje em dia o mercado funciona. Pra gente é muito natural e eu não sei como seria diferente disso. A liberdade artística, política e temática que a gente tem é parte da forma como a gente produz e divulga música. A nossa liberdade é o que nos move, é o que faz com que a gente consiga se olhar e achar aquilo verdadeiro e saber que aquilo que a gente está fazendo é natural, pela própria resposta, pela forma que as pessoas reagem a nossa música. Eu acredito que seja uma coisa muito "pergunta e resposta", eu sinto que impacta, que nos nossos shows a música tem a força que precisa ter, a letra também tem. Pra gente isso é tudo parte de um mesmo processo que a gente não consegue separar e dizer se teríamos ou não essa liberdade [estando em uma gravadora], mas eu acho que cada vez mais as pessoas estão se posicionando e colocando isso intrínseco na sua arte.

Vocês vão se apresentar no Lollapalooza! Tá dando um frio na barriga? O que vocês estão preparando para o show?
Beto: Então, a gente está nesse processo de amadurecimento de identidade. A gente já estreou o show "Duas Cidades", mas tocamos diferente do disco. No show de estreia as músicas já não estavam do mesmo jeito, cantávamos a letra na base de outra música, fazíamos uma guitarra que era de uma música na outra. Então, o "Duas Cidades" é um show que tem vida, no sentido de que ele vai se ajustando, e a gente entende muito isso quanto tocamos em festivais maiores. A gente vai tocar no Lollapalooza depois do Carnaval e também lançamos uma faixa agora que se chama "Invisível". Novas imagens, novas coisas que estão saindo, e tudo isso é um caldeirão que de alguma forma vai ser colocado no Lollapalooza. Pra gente é uma honra estar no Lolla. É um dos festivais que tem isso de colocar o Brasil na roda, dar importância, e é onde outros artistas circulam... Então nossa expectativa é muito em cima disso, de poder trocar artisticamente com o que está acontecendo, com o que o Lollapalooza trouxe para aquele ano. No meio do ano a gente já deve viajar de novo para tocar em outros festivais, e [o Lolla] ajuda muito nesse panorama, a gente tocar em um festival no Brasil do porte do Lollapalooza e entender como que a música tá nesse contexto.



Você falou um pouquinho do novo clipe e uma nova faixa. Pode falar mais sobre isso?
Beto: Então, a faixa se chama "Invisível". Que do mesmo jeito que "Duas Cidades" é sobre um tema e abre muitas discussões sobre isso, "Invisível" também é bem isso. É um tema, uma provocação que a gente está trazendo. É uma faixa nova, que é um samba-reggae, e fala muito desse ver e não ver, do que você enxerga e do que você não enxerga, essa fronteira entre o visível, o invisível e todos esses aspectos. É um clipe produzido pela gente, é uma continuação do "Playson", que a gente também produziu, tem uma produção rodada aqui em Salvador, nas ruas do Centro e conta com a participação do B-Negão, totalmente independente, tanto o clipe quanto a faixa. 

A gente está passando por uma fase super diversificada e plural na música nacional, com muitos artistas LGBTs, drags, de várias partes do país. Como vocês se veem nessa nova cena independente em ascensão? Qual a importância de vocês hoje para esse cenário?
Beto: A gente se vê como parte disso. Eu entendo que a música brasileira sempre foi muito diversificada. Na verdade, eu acho que a diversidade é uma característica intrínseca da música brasileira. Temos produções incríveis em todos os estados. O que justamente sempre foi a questão, eu acho, é a distribuição, a visibilidade e o acesso a isso. O que eu acho que aconteceu nos últimos anos, justamente pela forma de se distribuir música, pela tecnologia, é que as pessoas conseguiram conhecer mais. Não necessariamente as coisas vem de cima agora, as coisas vem de uma maneira muito mais natural. E as pessoas também tem se permitido ouvir e interagir muito mais, essa coisa de circular pelos festivais e estar na internet faz com que as pessoas se comportem dessa forma. No caso da gente, a nossa essência é isso. A gente experimenta muito, nosso primeiro disco já era assim, tem frevo, tem samba, tem reggae, tem guitarra, nesse segundo disco, o "Duas Cidades", também tem muito ritmo e a gente não se prende, experimenta e se vê como parte disso, parte desse mercado que tá circulando, tocando música, produzindo e entendendo de que forma pode se comunicar com as pessoas. 

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O BaianaSystem será uma das atrações do primeiro dia do Lollapalooza, 25 de março, e promete representar bem o Brasil, fazendo a gente dançar e pular muito, sem deixar de colocar o dedo na ferida e levantar questões extremamente importantes. Enquanto o Lolla não chega, aproveite para escutar o segundo disco dos caras, "Duas Cidades", que mistura muitos ritmos brasileiros com letras cheias de significado, e já chegar com tudo na ponta da língua no Autódromo de Interlagos. 

O carnaval chegou mais cedo em “Procure”, single novo do Rico Dalasam

Nós ainda estamos viciadíssimos no álbum de estreia do Rico Dalasam, “Orgunga”, e torcemos pra que o disco renda outros videoclipes para o rapper, que promoveu as canções “Riquíssima”, “Esse Close Eu Dei” e “Relógios”, mas, aparentemente, os trabalhos com o CD ficarão pra mais tarde.

Nesta sexta (09) Dalasam revelou seu novo single, “Procure”, e com produção do Japa, do BaianaSystem, a música mantém o tom crítico das letras presentes no seu primeiro disco, com uma sonoridade que antecipa o carnaval brasileiro, mesclando elementos que vão do axé à música eletrônica, como ele e os caras do BaianaSystem fazem como ninguém.

Ouça:



“Procure” foi lançada de forma avulsa, então não sabemos se integrará um relançamento do “Orgunga” ou algum novo trabalho de Rico, mas é esperado que outras novidades cheguem por aí, uma vez que o rapper também esteve em estúdio com nomes como a drag Pabllo Vittar e o produtor Omulu.

Já que o assunto é parcerias, vale também rever o clipe de “Mandume”, lançado pelo Emicida na última segunda (05), com participação de Rico e vários outros nomes do rap nacional:

Com música boa brasileira e muito #ForaTemer, Coala Festival é um refúgio na contramão do Rock in Rio

(Foto por: Rafael Strabelli/Nação da Música)
O último sábado (03) foi dia de Coala Festival, em São Paulo, no Memorial da América Latina, e é claro que nós fomos conferir o que rolou de melhor no evento, que contou com shows de artistas como Silva, Lila, Céu, Cícero, Baiana System e Karol Conká.

Em sua terceira edição, o festival apresenta uma proposta que se prova singular a partir da sua line-up, toda composta por artistas brasileiros, acompanhada de um peso social que vai dos seus ingressos (a meia-entrada poderia ser adquirida com a doação de alimentos não perecíveis) ao discurso de seus artistas, que não deixaram de falar sobre o golpe em curso no Brasil e fez do “Fora Temer!”, o grito de guerra de toda a festa.

Por mais que tenhamos ido com os shows de Silva, Céu e Karol Conká em mente, sendo eles os artistas que éramos mais familiarizados, o grande destaque do evento foi o coletivo Baiana System, que apresenta uma mistura de música eletrônica com rap, axé e reggae, levando o público a loucura após a calmaria quase sonolenta dos artistas anteriores. É uma banda que carregaria facilmente um show em festivais maiores, se as produtoras desses, ao contrário do Coala, não desvalorizassem tanto as atrações nacionais, colocando-os em horários desfavoráveis da programação, para públicos minúsculos.

Karol Conká entregou uma performance objetiva e divertida, composta por músicas de seu disco de estreia, “Batuk Freak”, além das novas “Tombei” e “É O Poder”, e uma amostra do seu segundo disco, com a morna “Maracutaia”. Para essa última, a rapper anunciou um videoclipe estrelado por Thais Araújo e Lazáro Ramos, dizendo que o casal e ela estarão lindos na produção.
(Foto: Rafael Strabelli/Nação da Música)
Ainda desconhecida do grande público, Lila trouxe ao Coala um show único. Sua música, disponível no Spotify por meio do EP que leva o seu nome, é um samba pop com pé na MPB, que deve agradar dos fãs da velha música popular brasileira aos que se debruçam ao gênero com nomes como Mallu Magalhães, Maria Gadú e Mahmundi. Ela foi uma das artistas que não pouparam seu público da manifestação política contra o governo golpista, de Michel Temer, trazendo neste protesto uma agressividade imperceptível dentro do seu leve repertório.



Por fim, não podemos deixar de falar sobre Céu, que mesclou o seu show, com foco no recente – e impecável – “Tropix”, e entregou uma performance singular e completamente conectada a sua música, de forma que o palco se tornara um mundo só seu, funcionando como um portal pra que entrássemos um pouquinho no seu universo. Corrijam-nos se estivermos errados, mas toda a maneira como ela, a música e o palco se tornam uma só coisa ao vivo, nos lembrou bastante das primeiras apresentações da neozelandesa Lorde, com o disco “Pure Heroine”.

Ao final do dia, a certeza é de que o Coala Festival entrega o que se propõe. O ambiente é de uma diversidade que vai além dos looks à la Coachella e, antes de qualquer coisa, carrega importantes discursos, somados a uma valorização pouco vista à música nacional, que tem artistas de sobra para adorarmos por um bom tempo.
(Foto: Allison Ribeiro/Nação da Música)
Com a “Rock in Rio-lização” do Lollapalooza, que caminha para edições cada vez mais grandiosas e, consequentemente, massificadas, o Coala se torna um bom refúgio para os que buscam por um festival alternativo que abrace dos artistas consagrados aos emergentes, sendo uma experiência que mistura boa música com responsabilidade social, de uma maneira intencionalmente desleixada e, talvez por isso, tão bem sucedida.

Todas as fotos foram tiradas do site Nação da Música.

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