Mais que amigas, as friends Nicki Minaj e Ariana Grande sensualizam em "Bed"

Já dizia o ditado: "em time que está ganhando, não se mexe". É por isso que as mais que amigas, friends, Nicki Minaj e Ariana Grande chegam agora a incrível marca de 4 parcerias lançadas com o novo single da rapper, a sexy "Bed", liberada nesta quinta-feira (14).

Deixando de lado o pop explosivo visto em "Side To Side" e que, pelas prévias, sabemos que também vai dominar "The Light Is Coming", "Bed" segue a linha de "Get On Your Knees", parceria das duas que fez parte do último disco de Nicki, o "The Pinkprint", sendo mais do que apenas sensual, e sim sexual.

Aqui, as duas exploram seus lados mais suaves: Ariana deixa de lado os já característicos agudos e Onika aposta em rimas menos rápidas, mas não menos ágeis, sobre como está pronta para conquistar seu amado. 



"Bed" é a quarta música liberada do "Queen", o novo álbum de Nicki Minaj. Marcado para 10 de agosto, o disco conta também com as já lançadas "Chun-Li" e "Rich Sex", com o Lil Wayne. 

Pare o que estiver fazendo e vem conhecer a Quebrada Queer, o primeiro grupo LGBTQ de rap do Brasil

O rap nacional ganhou uma novidade poderosa na última semana com a estreia do grupo Quebrada Queer, primeiro cypher a ser composto exclusivamente de artistas LGBTQ no Brasil e na América Latina. O primeiro trabalho do grupo foi apresentado pela plataforma RapBox na semana passada e veio acompanhado de um clipe, apresentando uma proposta de resistência e combate à normatividade típica do gênero.



O Quebrada Queer é composto por Guigo, Harlley, Lucas Boombeat, Murillo Zyess e Tchelo Gomez, rappers negros, gays e vindos da periferia de São Paulo, que formaram o grupo de forma totalmente independente e com o objetivo de trazer suas experiências como pessoas queer no Brasil para o cenário do rap no país.

Um momento histórico para o gênero musical que tem uma carência enorme de representatividade LGBTQ, se comparado com a indústria pop, por exemplo. O lançamento chamou atenção e foi apoiado por grandes nomes LGBTQ da música nacional através das redes sociais, como Pabllo Vittar, Linn da Quebrada e Mateus Carrilho.

A estreia do grupo é um reflexo claro de que não se pode limitar artistas queer e a sua produção a uma só caixinha. Novos nomes continuarão a surgir e mostrar que as suas histórias e experiências tem lugar nos mais variados espaços, gêneros e ritmos.

Fortaleça o trabalho da Quebrada Queer também no Spotify:

Crítica: contrastes brasileiros como ferramentas para o terror no bizarro "As Boas Maneiras"

Atenção: o texto contém detalhes da trama.

Como você bem sabe - ou deveria saber -, nesse Mês do Orgulho LGBT eu decidi focar em filmes com a temática aqui no Cinematofagia - só clicar na tag da coluna para ler todas as críticas caso tenha perdido alguma. A melhor parte de jogar o texto no mundo é o debate que ele gera. Depois de ler meus comentários para "Com Amor, Simon" (2017), uma amiga veio ponderando sobre como precisamos de filmes LGBTs que não discorram diretamente sobre as lutas e glórias de ser uma pessoa fora da hétero-cisnormalidade, e isso é bem verdade.

É evidente que o Cinema, essa arte tão absoluta no que tange o discurso, é ferramenta inevitável para os comentários sociais, então mostrar as dores e amores dos LGBTs é necessário. No entanto, também precisamos de filmes que encaixem essa população em situações corriqueiras, sem que suas batalhas específicas sejam o foco principal. Essa narrativa desassocia diretamente essa fatia com as reivindicações de direitos, afinal, ser LGBT não é apenas ser LGBT. Temos várias outras histórias dentro de nós, e, em muitas delas, nossa sexualidade e/ou gênero não é o prato principal na mesa.


Pois bem, quis o destino que o próximo filme a cair no meu colo fosse exatamente um que trouxesse personagens LGBTs sem que suas sexualidades fossem o mote da película. Estou falando do brasileiro "As Boas Maneiras", recém estreado em solo tupiniquim e vencedor do prêmio de "Melhor Filme" no Festival do Rio 2017. Dirigido pela melhor dupla de diretores em atividade no país - Juliana Roja e Marco Dutra -, a fita conta a história de Ana (Marjorie Estiano, em ótima atuação), uma rica e solitária mulher que contrata Clara (a hipnótica Isabél Zuaa) para ser babá de seu filho ainda não nascido. Conforme a gravidez vai avançando, Ana começa a apresentar comportamentos cada vez mais estranhos e sinistros hábitos noturnos que afetam diretamente Clara.


Se você já assistiu ao curta da dupla, "Um Ramo" (2007), e a obra-prima "Trabalhar Cansa" (2011), sabe que os dois gostam de passear pelo terror e suspense psicológico - seus trabalhos solos também refletem essa predileção: "Quando Eu Era Vivo" (2014) do Dutra e "O Duplo" da Rojas são exemplos do que chamamos "exercício de gênero". Em "As Boas Maneiras" não é diferente. O longa claramente se divide em duas partes bem distintas, que chamarei de Parte 1 e Parte 2, quase como se dois filmes diferentes se unissem parar contar uma mesma história.

A sessão já começa com o primeiro contato entre Ana e Clara. Essa, mulher negra, pobre e que está devendo o aluguel do mês, chega no luxuoso flat de Ana para sua entrevista de emprego. Ela dá logo de cara com uma candidata, eloquente e bem aparentada, enquanto ela é simples e sem referências. O curso de enfermagem, seu maior trunfo do currículo, nem chegou a ser finalizado pelas dificuldades da vida. Mas há algo que faz Ana escolher aquela mulher tão diferente ao invés de todas as outras que, sem dúvidas, devem ter currículos bem mais polpudos.

A montagem, sem perder tempo, nos tira do apartamento da patroa até a casa de Clara. A esperta fotografia começa o trajeto com um enquadramento bem aberto para focar tanto as casinhas da periferia quanto os riquíssimos arranha-céus de uma metrópole construída à base de CGI, a fim de potencializar a discrepância daquele lugar pé-no-chão para os prédios futurísticos com cobertura de vidro. Seja pela porta gigantesca da entrada de Ana até a geladeira dupla, o choque de realidades é gritante e, principalmente, brasileiro.


Entre todas as discussões sociais que a tela escancara, há a todo o momento um pesada áurea de que há algo de errado ali. Não sabemos se é aquela misteriosa empregada ou a estranha patroa, que, juntas, se tornam ainda mais desconcertantes - e a mise-en-scène impulsiona a impressão, como por exemplo: há um plano que enquadra toda a sala de Ana com seus móveis e objetos opulentes, mas, também, a carcaça de um boi embaixo de uma mesa, peça incompatível com todo o resto. Porém, ignorando todas as variáveis, os dois polos acabam demonstrando magnetismo, como se elas desde sempre precisassem uma da outra. A gravidez de Ana só reforça todos esses efeitos, tendo em vista que não há sinal do pai da criança.

Vamos desvendando os passos de Ana até aquele momento com muita calma. Ela precisa de um tempo para se sentir confortável ao lado de Clara e, assim, contar quais caminhos a vida escolheu para ambas terminarem juntas no sofá da sala. O pai foi um caso de uma noite só, que sumiu no mundo, fazendo com que a família de Ana a mandassem para a capital com o intuito de realizar um aborto. Todavia, a mulher mantém o bebê, o que a faz cortar relações com a família.

A soma dessa variável com a gravidez cada vez mais estranha de Ana gera a equação perfeita para ela ficar dependente de Clara, a única efetivamente ao seu lado. Apesar do pré-natal mostrar um bebê forte e saudável, a pressão da mãe está alta, e o médico corta a carne da sua dieta, o que gera a primeira grande ruptura entre a relação daquelas duas mulheres. Durante uma noite sonâmbula, Ana beija e morde Clara, num ato animalesco de prazer e fome. E essas ânsias não serão saciadas tão facilmente.


A primeira parte de "As Boas Maneiras" caminha sem medo sobre um o solo do suspense psicológico, bebendo largamente na fonte de "O Bebê de Rosemary" (1968), um dos maiores clássicos do terror da história - que, coincidência ou não, estreou há 50 anos na mesma semana de "As Boas Maneiras". Ana e Rosemary compartilham inúmeras similaridades, e a fita faz questão de deixar isso bem claro com o andar do primeiro bloco. O jogo que a plateia entra para desvendar quem é o peão dissonante entre as duas é desvendado com a aproximação do fim da gravidez de Ana, que culmina na sequência máxima de terror da obra.

Se você é daqueles que deseja sentar na frente de um filme sabendo o menos possível dele, talvez nem esteja lendo isso agora caso ainda não tenha visto "As Boas Maneiras". Mas é fácil saber - ou pelo menos supor - que estamos diante de uma fita que traz a figura do lobisomem: é só olhar para o pôster ou alguma das imagens promocionais - ou pegando a referência ao Lobo Mal da Chapeuzinho Vermelho quando o médico diz que o bebê tem "grandes olhos, grande boca e grandes mãos". Curiosamente, a palavra "lobisomem" só é mencionada na duração uma vez, entretanto, o relato de Ana sobre a noite com o pai do seu filho - ilustrado lindamente em animação - é o último prego para cimentar nossas certezas: ele era um lobisomem e, assim, seu filho também será.

E, quebrando a expectativa gerada pela comparação com "O Bebê de Rosemary", que não revela a imagem do bebê, a criatura de "As Boas Maneiras", fofamente batizada de Joel, é mostrada em todo seu esplendor. O ápice do terror do longa é alcançado aqui, e só é conseguido a partir de competentes efeitos especiais, que constroem um bichinho fidedigno, raro elemento de um gênero tão pouco explorado dentro do cinema nacional: o terror e a fantasia.


E aqui se encerra a Parte 1 do filme. A Parte 2 segue os passos de Joel e como ele deve lidar com sua condição e o meio que o cerca. Todo o tom narcotizante é inteiramente deixado de lado para dar lugar ao folclórico, quase um conto de fadas macabro. A mudança de narrativa é um choque bem grande, já que temos a impressão, no clímax da primeira metade, que a película está chegando ao fim. Demoramos um pouco para submergimos no novo filme que se inicia, principalmente por ele ser bem maior do que imaginamos - a fita completa tem 2h15min de duração.

Essa troca de conduções pode fazer com que a plateia se desligue do filme, que agora é uma fábula com traços de musicais (!). É bem verdade que a parte final é menos impactante que a primeira, e possui os momentos mais fracos de toda a obra - as cenas cantadas poderiam ter sido cortadas da edição para acelerar o ritmo -, porém é um complemento interessante ao primeiro segmento, consumindo agora outras fontes, como a do filme "Grave" (2016), que narra a vida de uma garota canibal, criada pela família como vegetariana para não despertar sua fome de carne - o mesmo estilo de vida que Joel é condicionado para sua própria proteção.

O cinema nacional infelizmente tende a cair na repetição, então "As Boas Maneiras" joga todos os arquétipos dos nossos clichês pela janela para dar lugar a uma trama incomum, fantástica e com muito frescor. Essa fábula urbana é um trabalho de gênero notório que demonstra sem titubear o quanto possuímos criatividade para sairmos da mesmice, entregando mercadorias cinematográficas aquém de nenhum lugar. Mesmo indo longe demais para uma plateia mais comercial, "As Boas Maneiras" é um louvor em concepção e realização, com um gore pontual que mostra que o sangue é verde e amarelo nesse bizarro filme sobre uma mulher lésbica que tem a vida mudada por um bebê lobisomem.

A parceria de Troye Sivan e Ariana Grande, "Dance To This", é incrível e não choca ninguém

Troye Sivan começou o ano lançando a pop perfection "My My My!" e seguiu surpreendendo com "Bloom", mas se engana quem pensava que a boa fase acabaria aí. Acompanhado de Ariana Grande, ele chega nesta quarta-feira (13) com "Dance To This" pra provar que realmente pegou o jeito da coisa. 

A colaboração desacelera o ritmo em comparação a suas antecessoras e traz um ar mais sensual, enquanto Troye e Ariana cantam sobre como o amor jovem não espera, mas convidam o amado para começar devagar: "podemos apenas dançar ao som dessa música. Me puxe pra perto, você sabe que nós já vimos todas as outras festas". 



A parceria, assim como os outros singles já lançados e a promocional "The Good Side" farão parte do "Bloom", o segundo disco de Troye, marcado para o dia 31 de agosto e que muito provavelmente será o melhor álbum pop masculino do ano. 

Já Ariana também deve lançar neste mês o que será o melhor álbum pop feminino, se não pop num geral. O "Sweetener" vem acompanhado do hit "No Tears Left To Cry" e da colaboração com Nicki Minaj, "The Light Is Coming", que chega na próxima semana, no dia 20 de junho. 

Alessia Cara anuncia o single “Growing Pains” e promove caça à letra da música em suas redes sociais

Alessia Cara vai lançar música nova essa semana! O primeiro single de seu segundo álbum se chama “Growing Pains” e estará entre nós na sexta-feira, 15 de junho, conforme anunciado pela cantora nesta segunda (11).


No domingo, ela liberou a letra da faixa de forma diferente: escolheu alguns fãs, enviou frases da música por mensagens diretas no Twitter, comentários no Instagram e tudo que tem direito, e fez com que eles precisaram se unir para montar a letra completa na ordem certa. O prêmio? A revelação do nome e da capa do single.

Dificultou, né? Mas fã que é fã não desiste nunca e nesta segunda mesmo o pessoal já tinha descoberto tudo, sem chocar ninguém. 



Uma letra dessas, bicho! 

O último trabalho de Alessia e seu primeiro disco, "Know-It-All", foi lançado no final de 2015 e trouxe os sucessos "Here" e "Scars To Your Beautiful". No ano passado, ela continuou surpreendendo com "Stay", parceria com o Zedd, e "1-800-273-8255", música importantíssima do rapper Logic com o Khalid sobre prevenção ao suicídio. Pra fechar com chave de ouro, a canadense ganhou o Grammy de Best New Artist no início de 2018. 


Dupla sertaneja sim! Nicki Minaj e Ariana Grande anunciam "Bed" para essa semana

É casadinha! Se já estávamos esperando uma nova parceria de Ariana Grande e Nicki Minaj, “The Light Is Coming”, para o próximo dia 20, agora temos mais uma para anotar na agenda: “Bed”, novo single da rapper com a cantora, chega já nesta quinta-feira, 14 de junho. 

O anuncio foi feito pela própria Nicki em suas redes sociais nesta segunda-feira (11), onde ela aproveitou para liberar a capa do single, em que aparece na piscina com a amiga, uma cena que provavelmente veremos no clipe da canção.
As duas tem dado indícios que uma nova parceria, além de “The Light Is Coming”, estaria chegando, e até postaram vídeos juntas se divertindo em suas redes sociais no que parecia um encontro para a gravação de um vídeo. Com essa nova música, chegamos ao incrível número de 5 (!) parcerias entre as amigas! Já podem fazer um álbum conjunto, viu? 

Se coisa boa puxa coisa boa, Nicki aproveitou o anuncio para liberar uma nova faixa do “Queen”. A música se chama “Rich Sex” e é mais uma parceria com seu também mais que amigo, friend, Lil Wayne.
 

O quarto disco de Nicki Minaj, "Queen", chega no dia 10 de agosto e vem acompanhado também das já lançadas "Barbie Tingz" e "Chun-Li".


Uma música pras gays! Troye Sivan anuncia lançamento de "Dance To This", com Ariana Grande

A gente já sabia que vinha por aí uma parceria entre Troye Sivan e Ariana Grande, chamada "Dance To This", mas acreditávamos que o cantor fosse segurá-la por mais alguns meses e lançar junto com seu segundo disco, o "Bloom". Aí que, bondoso que só, Troye mandou avisar que a colaboração estará entre nós mais cedo do que imaginávamos: na quarta-feira que vem, 13 de junho. 


Sem nos dar muitas pistas sobre como a música vai soar, além de dizer que será bem dançante (cê jura?!), Troye se limitou a elogiar pra caramba a agora amiga Ariana Grande, a quem ele chama de sua "pop queen".

Ela é realmente uma grande amiga. Eu não tinha certeza se teria participações especiais no álbum porque ele parecia muito pessoal, mas eu tinha essa música e eu achei que ela realmente precisava da Ariana Grande. Eu detesto pedir coisas às pessoas, mas eu arrumei a coragem para perguntar – e, dois dias depois, eu já estava com a música pronta.

Se juntas já causam, imagina juntas?

Considerando que o novo álbum do Troye chega somente no dia 31 de agosto e terá apenas 10 faixas, sendo que 3 já foram liberadas e mais uma está prestes a ser conhecida pelo público, confessamos que rola um medinho do garoto não segurar o melhor para o lançamento do disco e acabar não surpreendendo. Mas, já que mais uma música vai sair (e nós não estamos reclamando, calma lá!), vamo aproveitar, né? Hino na poc! 

Os melhores lançamentos da semana: Sabina Ddumba, Sabrina Carpenter, Tove Lo, SVEA e mais

Nada foi a mesma coisa após junho de 2015, quando as gravadoras e plataformas de streaming se uniram para a chamada New Music Friday: um dia global de lançamentos com artistas de todos os gêneros nas principais plataformas pela rede mundial de computadores.

Ao virar do dia entre quinta e sexta-feira, nós religiosamente corremos para o Spotify, pra sabermos quais são as novidades mais interessantes da semana, sejam elas de artistas  novos ou consolidados, e reunimos todas nesta playlist que, sendo assim, é atualizada semanalmente.




Apesar de todas as músicas acima serem 10/10, vale ressaltarmos que as melhores das melhores se encontram no topo da lista.

Caso se interesse em ler mais sobre as faixas escolhidas, aqui vamos nós, e não deixe de nos seguir pelo Spotify!

O QUE TEVE DE BOM


👍   O melhor lançamento da semana é de uma artista sueca, mas tem alguém chocado aí? Recebam Sabina Ddumba e a maravilhosa "Small World".

👍 Não dá mais pra dizer que gosta de música pop se você continua ignorando a Sabrina Carpenter. Ouvir "Almost Love" é uma obrigação.

👍  É tão bom quando um artista anuncia uma música e a gente já sabe, sem nem mesmo escutar, que é ótima. Mas é melhor ainda quando a canção sai e a gente pode comprovar que, sim, é um HINÃO DAQUELES. Um remix de "bitches", com Tove Lo, Charli XCX, Icona Pop, Elliphant e ALMA não tinha como dar errado, né? 



👍  A beleza do streaming é que ele nos possibilita descobrir coisas como "Don't Mind Me", que é >somente< a primeira música da carreira da SVEA (e já é boa nesse nível).

👍  Lellêzinha, vocalista do grupo Dream Team do Passinho, resolveu se arriscar em uma carreira paralela e não poderia ter começado melhor. Após ser desafiada a compor para mulheres negras, ela pegou sua vivência, repleta de dores e, consequentemente, resistência, e transformou tudo isso em um batidão daqueles. Depois de ouvir "Nega Braba", só temos um pedido: Lellêzinha, go solo!

NÃO PODE SAIR SEM OUVIR



Ouça e siga a playlist “It’s Nü Music Friday” no blog:

Crítica: "Com Amor, Simon" não é subversivo o suficiente para ser rotulado como ícone gay

Eu sou como você. Na maior parte, minha vida é totalmente normal. E, assim como muita gente, talvez até você mesmo, eu sou gay. Acho importante contar como foi todo o processo que me levou até aqui. Bem, ao contrário do protagonista de "Com Amor, Simon" (Love, Simon), que disse que percebeu sua sexualidade com 13 anos, sei desse fato desde que me entendo por gente. No começo, para mim, era algo absolutamente natural e que não fazia diferença na minha vida; mas, quando a gente cresce e vai se inserindo no meio, vemos que esse natural é bem diferente do natural dos outros.

Não sei se aconteceu com o Simon, mas nunca passei por grandes crises de sexualidade, me culpando ou desejando não ser como eu sou. Aquilo era mais uma característica como qualquer outra, apesar de diferente. Talvez por eu sempre ter sido muito certo do que sentia, o "ser gay" nunca foi um peso grande demais para carregar. Me pegava, sim, me questionando sobre ou o porquê, mas nada mudaria o fato de que eu era, então para que quebrar a cabeça?

E eu posso dizer: tive muita sorte com a reação da minha família quando o que era uma suspeita se tornou realidade - porque bater nos 20 anos sem nunca aparecer com uma namoradinha é o alerta principal, não é mesmo? Porém, incrivelmente, eu não cheguei contando: foram eles que vieram até mim afirmando. Por eu lidar de forma muito simples com isso, nunca senti a necessidade de contar, afinal, que diferença faria? Além disso, como o Simon brilhantemente pontua em um momento da fita, é uma injustiça universal termos que nos "assumir" enquanto uma pessoa heterossexual não precisa ter a conversa, sem ter necessidade de se reafirmar para todos como nós. Então sempre fiquei na minha mesmo.

Para resumir, todas as tormentas do se descobrir e se afirmar gay não teve grandes impactos em mim, o que, sei bem, é uma experiência que foge à regra. No entanto sou adepto à força do Cinema em conseguir gerar proximidade da plateia para com a história, mesmo se ela não partilhe das tramas que estão na tela. Minha última crítica, para "Os Iniciados" (2017), trazia um romance gay proibido no meio do interior da África do Sul, um contexto absolutamente aquém do meu, mas, olha só, tão distante e tão próximo ao mesmo tempo.


Dei todo esse relato pessoal para mostrar como um mesmo tema pode render abordagens tão distintas a partir de experiências únicas. E, também, com o intuito de revelar o quanto os tormentos de Simon não foram os mesmos que os meus. Mas isso faz diferença? Em tese, não deveria. "Com Amor, Simon" conta a história de um garoto gay que, prestes a entrar na faculdade, ainda não conseguiu externalizar sua sexualidade para o mundo, mesmo desejando o jardineiro da casa à frente. Certo dia, ele começa a conversar com Blue, pseudônimo de outro gay da mesma escola, que escolheu o anonimato para discutir sobre sua orientação. Também escondendo-se atrás de um fake, Simon cria uma afinidade com o tal garoto, até que seus e-mails são descobertos por Martin (Logan Miller), que passa a chantageá-lo.

"Com Amor, Simon" é baseado no livro "Simon vs. a Agenda Homo Sapiens", de Becky Albertalli, sucesso literário que rapidamente ganhou vida na telona. Voltado para o público jovem, o filme segue os passos das páginas e visa atingir a galera mais nova, quando a sexualidade está aflorando e, claro, trazendo uma tempestade de dúvidas. Um grande feito da produção é que ela é o primeiro filme gay adolescente a ser distribuído por uma das maiores produtoras de Hollywood, a 20th Century Fox. É um reflexo absoluto de como as demandas sociais por representação estão chegando até a indústria, que, sem esconder, visa o lucro em cima disso.

E o lucro veio: "Com Amor, Simon" já arrecadou quase 3,5X o valor gasto de produção. Mesmo não sendo um blockbuster a render milhões, é a prova de que há interesse por essas histórias. O maior sucesso, por sua vez, veio do público: no CinemaScore, ferramenta norte-americana de voto popular, a fita recebeu nota "A+", a maior existente - apenas 77 filmes na história conseguiram o feito. Nascia aí um clássico gay?

Fácil perceber o motivo - concordar é outra história. Toda a trama é o cume do oxigênio americano: high-school, amigos descolados na cafeteria entre aulas, festas regadas com bebidas e pegação, dúvidas sobre os crushes e selfies cheias de likes. A receita para qualquer um dizer "Sim, por favor!" está escancarada, até mesmo para quem não vive essa realidade; estamos tão calejados com mercadorias norte-americanas que o mundo do high-school é quase íntimo. Não tem como fugir caso você consuma a mídia hegemônica.


Quer mais? "Com Amor, Simon" é uma obra que se insere no mais absoluto presente. É um filme que está passando agora. É só ouvir várias das músicas da trilha sonora, como "No" da Meghan Trainor, "Bad Romance" da Lady Gaga, "As Long As You Love Me" do Justin Bieber, "Feel It Still" do Portugal The Man, etc. Toda a atmosfera busca capturar quem está vivendo na atual era, sejam pelas músicas, sejam pelos diálogos, sejam pelas tecnologias, enfim.

Então sim, estamos diante de uma fita urgente. E "urgente" não no sentido de "importante", mas no sentido de "temporalmente afiado". Particularmente, sempre fico temeroso com filmes que abraçam o "agora" de forma tão explícita, pois os mesmos são os que mais sofrem com o efeito do tempo: em 10 anos "Com Amor, Simon" pode já estar datado. Na verdade, ele já nasceu datado. Mesmo a todo o momento deixando claro que é um longa moderno, parece que os personagens estão dentro de um filme dos anos 90 quando vemos seus embates.

E isso é efeito colateral do maior erro da película: não saber dosar os acontecimentos com a faixa etária de seus próprios personagens. Lembrando, Simon e sua trupe estão quase saindo do nosso ensino médio, todavia, há diversas tramas, diálogos e interações que são dignas de garotos do fundamental. Há uma cena onde Abby (Alexandra Shipp, a melhor atriz a pisar nesse filme) é forçada por Martin a gritar no meio de uma lanchonete que é "uma incrível mulher" e que merece "um super-herói", cena digna daqueles nomes baratos da Sessão da Tarde, e esse é só um exemplo.


Ah, mas é um filme de adolescentes, não tinha como fugir mesmo disso, você pode pensar, o que não é verdade. De "Meninas Malvadas" (2004) a "Tragedy Girls" (2017), este com a maravilhosa Alexandra Shipp como protagonista, os nomes de filmes que se passam no mesmíssimo universo de "Com Amor, Simon" sem cair nos clichês ou na babaquice estão aí vivos e respirando sem a ajuda de aparelhos. A inteligência repousa na capacidade dos diretores e roteiristas em usar os chavões em benefício próprio, como os dois citados fazem brilhantemente.

Mas vamos lá, qual o homossexual que não consegue minimamente se identificar com Simon? É bem verdade que não dá para não dizer "entendo tanto isso" em pelo menos uma cena, ou até derramar uma lágrima ou duas. A produção é muito bem intencionada, e trata de um conflito em específico e importante de ser debatido: quando o gay sai do armário forçadamente. Apesar dos meios serem bastante fracos dentro do roteiro, a trama da expulsão de Simon do seu armário é uma realidade que pode ser cruel para quem não está preparado a dar esse grande passo, e sua explanação é uma boa aula para quem não é gay.

No entanto, o filme está longe de ser o ícone LGBT que tanto parece ser - seja pela forma que se vende, seja pela aceitação do grande público. Note: Simon vive numa família rica, absolutamente unida e feliz, mora em sua lustrosa casa no subúrbio e goza de todos os privilégios em ser branco e heteronormativo. Todos ao seu redor estão ali prontos para acolhê-lo após a relevação de sua sexualidade. Simon tem (quase) nada de subversivo. Essa pontuação não quer dizer que filmes com esse arquétipo não possam existir, vamos lá, com calma. Um dos maiores sucessos gays da década, "Me Chame Pelo Seu Nome" (2017), é o amontoado das mesmas características: um romance gay entre dois homens brancos sob uma planície ensolarada italiana.


A grande diferença é: "Me Chame Pelo Seu Nome" é um longa sobre um amor de verão. Seu "objetivo" é retratar o nascimento e a morte dessa paixão, e só. "Com Amor, Simon" tem como meta ser um exemplo de aceitação e orgulho gay. Porém, seu porta-voz não possui força o suficiente para quebrar grandes barreiras e se tornar ícone - efeito idêntico ao da quase-tragédia "Stonewall: Onde o Orgulho Começou" (2015), que tira o protagonismo das mãos dos verdadeiros nomes para colocar sob os cuidados de um cara branco e "fora do meio". E ambos são exemplos de obras que aparentam fazer mais do que fazem de fato.

Sim, há uma fatia considerável de fofura e até certo carisma nos corredores da película, mas nada é capaz de mascarar o comodismo presente nas representações escolhidas. É um louvor ver o círculo de amigos de Simon, cheio de diversidade ao contrário de tantos filmes embranquecidos do subgênero, contudo é Simon a estrela da parada. E ele é o tipo mais comum de garoto que pode existir, quase vivendo num conto de fadas urbano, a única diferença é sua sexualidade. Prefiro pensar com todo o amor no coração que isso não se trata de uma higienização da homossexualidade - as escolhas das características do protagonista não foram arbitrárias -, então percorro esse aspecto sem tanta retaliação, mas é inegável: Simon não é um representante de verdade para a classe LGBTQ. Seu filme tampouco, a não ser que você esteja no 2º ano do fundamental.

"Com Amor, Simon" é um filme que atingiu moderado sucesso comercial e largo apreço das plateias por ser uma produção que existe para satisfazer seu público alvo, entretanto, ao se limitar dentro do nicho jovem, acaba cerceando todos os outros consumidores, e o preço deve ser pago. Com uma narrativa maculada que subestima seus próprios personagens, temos aqui uma fita que pode até ajudar quem começa a discutir sobre sua própria homossexualidade, todavia é mercadoria plastificada que, sim, merece ser feita, mas está gritantemente atrás em termos de importância e relevância de tantos outros longas LGBTQs.

Teríamos uma história bem mais notável dentro do cinema gay e, talvez, dentro da Sétima Arte como um todo caso o protagonista fosse aquele colega de escola de Simon: subutilizado, negro, afeminado e que sofre preconceito na frente do nosso dito herói - que faz nada para ajudá-lo, diga-se de passagem. Ele, que põe a cara para bater todos os dias e se autoafirma mesmo com os opressores percalços, é a verdadeira revolução de "Com Amor, Simon".

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