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“Homecoming”, Coachella e o maior show da maior artista da nossa geração

Texto por Vinícius Zacarias, com revisão de Guilherme Tintel

Na madrugada desta quarta-feira (17) chega a Netflix o documentário obrigatório “Homecoming”, que disseca o maior show da carreira de uma das maiores artistas da nossa geração. Quem assistiu ao show da Beyoncé no Festival Coachella há um ano, não conseguiu voltar a dormir naquela noite de domingo. A deusa jamais igualada subiu ao palco com uma apresentação recheada de referências políticas, musicais e cênicas, ficando difícil enumerar todas neste breve texto. O espetáculo histórico e cultural, com muitas surpresas, repertório vasto e participações especiais, correspondeu a perfeição da virginiana que ficou ensaiando junto aos seus mais de 200 componentes 14 horas por dia nas últimas semanas.

Beyoncé é inerente a artista pois "reflete seus tempos", como dizia a Nina Simone, também referenciada no show junto a Malcolm X e Big Freedia, uma rapper negra transviada de New Orleans. Sua direção criativa construiu complementos ao fundo do palco com composição de fanfarras. O mais notável foi o trabalho da direção musical que montou todos os arranjos das músicas com base nos instrumentos de sopro e percussão, num trabalho notadamente exaustivo. São diversas referências que vão desde os uniformes das fraternidades negras norte-americanas até as leves indiretas à ex-amante de seu marido.

Essa noção de “culturas de fanfarras ou bandas musicais”, sobre a qual me dedico a discorrer, faz referência à expressão cultural muito forte no estado do Alabama, EUA, terra natal de seu pai, onde existem grandes organizações de escolas, bairros, corporações e concursos musicais. O Alabama também foi o palco do estopim para a organização do movimentos dos direitos civis depois que Rosa Parks, em 1955, resistiu a pressão de ceder assento no ônibus para brancos no período da oficial segregação racial no país. Apesar de forte incidência de resistência negra, o estado do Alabama é considerado o mais LGBTfóbico dos Estados Unidos.

Devido a isso, em 2015, a TV Oxigen estreou o reality show gay afro-americano de dança intitulado The Prancing Elites Project, composto por Adrian Clemons, Kentrell Collins, Kareem Davis, Jerel Maddox e Tim Smith que tentam conciliar suas vidas pessoais e profissionais na cidade de Mobile. O reality mostra o cotidiano e as provas que os meninos precisam passar diariamente, mostrando os conflitos que interseccionam os problemas de raça, gênero e sexualidade.

O reality teve apenas duas temporadas, mas destaco um dos primeiros episódios onde os meninos são desafiados a se apresentarem como balizas de fanfarra, com maiô justíssimo ao corpo e cheios de brilho, em meio a uma parada cívica tradicional. As reações foram de espanto e rejeição, gerando até mesmo represálias, como o fato de terem sido retirados do desfile por policiais (confira o vídeo abaixo).


Outra grande inspiração de cena para a Beyoncé foi o estilo de dança criado por jovens dançarinas de bandas escolares da universidade negra na cidade Jackson, no Mississipi. O estilo mistura acrobacias com movimentos de dança afro, jazz contemporâneo. No entanto a dança foi criado originalmente em 1971 pelo grupo Prancing J-Settes, ao apoiarem a banda Sonic Boom Of The South. Esse estilo, provavelmente, também serviu de inspiração para o The Prancing Elites Project.


Para muitos de nós, negros e gays ou mulheres negras, vivemos numa celeuma identitária que imbricam diversas dores, mas que nos motivam a resistir neste mundo estruturado pelo racismo e patriarcado e regido pelo heterossexualidade e sexismo. Assim como os meninos do Elites e as dançarinas do Mississipi, que também são fãs da Beyoncé, resistimos e tornamos nossas vidas possíveis através da arte. Tornamos nossa sobrevivência um produto criativo da vida.

Foi gratificante assistir um espetáculo que traz a referência cultural do Alabama intercalado com outras representações de masculinidades negras, como na sensibilidade e na capacidade da inteligência cômica dos novos dançarinos, propondo suas projeções para além do sexual, e também nas mulheres dançarinas gordas e com muita auto confiança. Faltou, claro, uma “fechação” bem viada no palco, mas tenho certeza que isso sobrou na platéia repleta de bichas pretas prontas para o ataque.

Mais uma vez, Beyoncé mostra-se antenada com a cena cultura negra de seu país e preparou um espetáculo altamente black pop conceitual, sem, necessariamente, ser enunciadas de forma explícita. Existe todo um charme conceitual por volta disso. O show do Coachella já é um clássico do entretenimento da produções de festivais de música. E como todo clássico, por mais que assistamos, sempre nos revelará surpresas.

Beyoncé é a maior inspiradora da cultura pop mundial, depois de Michael Jackson. Junto à Madonna, uma lenda ainda viva. Só um ser sagrado tem a capacidade de fazer de um show uma catarse de reflexão política sobre o mundo. Nina Simone deve estar orgulhosa.

O documentário está disponível na Netflix.

Vinícius Zacarias é doutorando em estudos étnicos, pesquisa movimentos culturais LGBT+ negros no Brasil. Siga-o pelo Facebook!

"Homecoming", o documentário sobre show da Beyoncé no Coachella é tudo o que nós precisamos

Na última semana, surgiu o rumor de que Beyoncé iria ganhar um documentário na Netflix para chamar de seu. Não demorou muito para que o próprio serviço anunciasse o tal documentário, mas sem dizer sobre o que ou quem era. Daí surge um prato cheio para a criação de teorias pelos fãs que apontasse para a intérprete de "Freedom" - cor e fonte usadas lembravam o #BeyChella, além dançarina da cantora postando o anúncio da Netflix.

Nesta manhã, eis que surge na rede mundial de computadores o trailer do documentário, e não é que é sobre a Beyoncé no Coachella em 2018 mesmo? 



Ainda não há mais informações quanto ao documentário, porém é bom especular que foi a própria Beyoncé que comandou tudo, né? Ninguém bota um "a film by" se não está totalmente envolvido no projeto. De qualquer forma, a gente vai poder ver como foi toda a produção por trás de um dos maiores shows da cantora e com certeza um dos mais históricos para o festival também.

"Homecoming" estreia na plataforma no dia 17 de abril.

“Shallow”, de Lady Gaga, não é a música mais premiada da história; recorde segue com Beyoncé

Quando Lady Gaga conquistou o Oscar de ‘Melhor Canção Original’ por sua música em “A Star Is Born”, “Shallow”, pipocaram comemorações quanto a música ter superado “Formation”, de Beyoncé, e se tornado a canção mais premiada da história.

Os números não eram tão exatos: alguns fã-sites da cantora falavam em 28 prêmios, enquanto outros comemoravam 32 títulos, que sairiam na frente dos 30 conquistados por Beyoncé (lista completa no fim do texto).

A notícia foi longe: nós comemoramos o feito aqui mais cedo; o G1, da Globo, deu a notícia afirmando ter como base uma matéria da Billboard e inúmeros outros sites, fóruns e fã-sites enalteceram o que corroborava um dos maiores momentos da carreira de Gaga desde o retorno com o disco “Joanne”.

Masssss fomos averiguar a informação com mais calma, afinal, estamos na era das fake news, né? E temos más notícias, que desta vez são reais.

O suposto título de música-mais-premiada-da-história de “Shallow” se baseava nesta lista aqui:


E a relação, apesar de contar com alguns prêmios incríveis, como Grammy, Oscar e Globo de Ouro, também deixa passar alguns títulos duvidosos e outros que sequer são prêmios reais, mas, sim, enquetes de sites e listas como os Melhores do Ano que publicamos por aqui, sabe?

Exemplificando: o tweet lista o ‘Vevo Certified’ de “Shallow”, que ultrapassou 100 milhões de visualizações no Youtube. Mas a Vevo, que descontinuou seu serviço como plataforma de streaming de vídeos em 2018, mantendo apenas uma parceria de conteúdo com o Youtube, não certifica vídeos desde 2015 —o último videoclipe certificado oficialmente pela Vevo foi “Uptown Funk”, do Mark Ronson com Bruno Mars. Ou seja, as visualizações são reais, mas o certificado não existe. Logo, “Shallow” não possui.


Em outro trecho da lista, temos um prêmio de ‘Best Original Song’ pela CCine Awards que, na realidade, se trata da premiação de um site brasileiro, realizada por meio de uma enquete com seus leitores online. Logo, não considerável para esse tipo de título. O caso é semelhante a outro título: de ‘Best Original Song’ do CinEuphoria, um blog português com exatos 120 seguidores. E também ao Golden Shepherd Awards (curiosidade: “golden shepherd”, em inglês, significa “pastor-alemão”), que sequer encontramos um blog ou site associado.

Rola ainda um ‘Best Song’ pelo site britânico Digital Spy que, assim como o site brasileiro citado, realizou apenas uma enquete aberta ao público. Não é uma premiação real, não conta como algo oficial.

Desta forma, na prática, cinco dos 32 prêmios comemorados não são títulos válidos, fazendo com que “Shallow” mantenha, até o momento, 27 prêmios, atrás dos 30 conquistados por Beyoncé, que segue com “Formation” como a música mais premiada da história.



De qualquer forma, ressaltamos que esses títulos em nada mudam a maneira como consumimos ou admiramos as duas músicas e que, com esta matéria, nossa intenção não é compará-las qualitativamente, colocando as cantoras e seus fãs uns contra os outros, mas, sim, reforçar nosso compromisso com a veracidade das informações aqui compartilhadas.

Mas se você for daqueles fãs que se preocupam sim com premiações e as usam como argumentos em discussões de fóruns e afins, guarda essa informação aqui: com “Shallow”, Gaga se tornou a primeira artista da história a conquistar os prêmios BAFTA, Globo de Ouro, Grammy e Oscar numa mesma temporada. O que é muitíssimo bacana e admirável também. Mete um gif da Gretchen no final e tá tudo certo.

LISTA DOS  30 PRÊMIOS DE “FORMATION”

A-List Award for Best Moving Image Advertising
AICE Award for Best Music Video
ASCAP Rhythm & Soul Award for Award Winning Hip Hop/R&B Song
BET Award for Video of the Year
BET Viewer's Choice Award
BET Centric Award
Cannes Lion's Excellence in Music Video
Clio Award for Video of the Year
Cultural Diver Award for Impact on Pop Culture
GRAMMY Award for Best Music Video
Kinsale Shark Award for Best International Music Video
Kinsale Shark Award for Best Directing in an International Music Video
London International Award for Best Music Video
London International Award for Best Direction
MTV Video Music Award for Video of the Year
MTV Video Music Award for Best Pop Video
MTV Video Music Award for Best Direction
MTV Video Music Award for Best Cinematography
MTV Video Music Award for Best Editing
MTV Video Music Award for Best Choreography
Music Society Award for R&B/Soul Recording of the Year
NAACP Image Award for Outstanding Music Video
National Film & Music Award for Video of the Year
One Show Award for Best Music Video
One Show Award for New Trends
Soul Train Award for Video of the Year
Soul Train Award for Song of the Year
UK Music Video Award for Best Styling in a Music Video
WatsUp Africa Music Video Award for Best International Video
Webby Award's People's Voice Award

10 musicais das últimas duas décadas para você amar e cantar junto

Nesta útlima quinta-feira, chegou aos cinemas "Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo", trazendo de volta Shopie (Amanda Seyfried), Donna (Meryl Streep), Tanya (Christine Baranski) e Rosie (Julie Walters) nos embalos dos sucessos do ABBA. Com o lançamento do novo filme, reunimos 10 musicas das últimas duas décadas para você se apaixonar e cantar junto.

Sem mais delongas, pega o microfone e vem com a gente.

Across The Universe, 2007

Atenção aos românticos de plantão, essa é para vocês! Em "Across The Universe", acompanhamos o romance do Jude (Jim Sturgess) e Lucy (Evan Rachel Wood), em meio a um turbilhão de emoções, revoluções e a Guerra do Vietnã. Ambientado nos anos 60, o filme tem as músicas dos Beatles, que se costuram com a trama de forma magnífica, numa releitura boa, e ainda conta com a participação do Bono, do U2.


Burlesque, 2010

Esse aqui a gente tem que confessar: só colocamos porque as performances são muito icônicas, já a trama... A história é bobíssima com as personagens de Christina Aguilera e Cher tentando salvar o The Burlesque Lounge. Porém, é impossível ficar parado com "Express", "Welcome to Burlesque" e "Show Me How To Burlesque".



Dreamgirls, 2006

Como uma atriz, a Beyoncé é uma ótima cantora e provou isto lá em 2006, quando protagonizou "Dreamgirls". Na trama, a gente acompanha a jornada das Dreamettes, da ascensão à separação. Com canções originais e outras do próprio musical da Broadway, você vai se sentir vidrado logo no primeiro ato. Ah!, e Jennifer Hudson cantando "And I Am Telling You I'm Not Going" é de arrepiar. Que mulher, gente!



Hairspray - Em Busca da Fama, 2007

Situado em 1962, "Hairspray" é um musical que traz Tracy Turnblad, uma jovem que ama dançar e sonha em participar do The Corny Collins Show. Com o musicão "You Can Stop The Beat", o filme é estrelado por vários nomes talentosos como Zac Efron, Nikki Blonsky, Amanda Bynes, Christopher Walken, John Travolta e Michelle Pfeiffer.



High School Musical 3, 2008

Trooooooy! Nós precisávamos trazer esta grande farofa, perdão aos cults que caíram neste post. "High School Musical" é uma das coisas mais legais que a Disney já produziu para o seu público infanto-juvenil, e o terceiro filme fecha a trilogia com chave de ouro por abusar mesmo do gênero, com coreografias excelentes e troca de cenários que só fazem sentido para um musical.



La La Land, 2016

Listar musicais e não citar "La La Land" chegaria a ser um insulto. O vencedor do Oscar de Melhor Filme por um minuto é um verdadeiro ode aos principais musicais já feitos, com um montão de referências, sem contar os bastidores hollywoodianos, que também são bem explorados pela produção. "La La Land" é 10/10 para quem tá se sentido meio incapaz de seguir seus sonhos e que precisa ganhar um upzão.




Mamma Mia, 2008

É claro que não podia faltar o próprio "Mamma Mia", né, gente, ainda mais com o lançamento do novo filme. É uma boa pedida para aqueles que amam hits antigos, principalmente os do ABBA, já que todas as músicas cantadas durante o filme são os grandiosos sucessos do quarteto; é impossível não querer dividir os vocais com Meryl Streep.




Moulin Rouge!, 2001

Como um filme se passando em Paris com Nicole fucking Kidman cantando poderia dar errado, gente? Além de nos presentear com o hit "Lady Marmelade" (que é uma regravação!), o filme conta com a direção de Baz Luhrmann ("The Get Down"). Nesse aqui, é fácilzinho cantar junto porque as músicas são regravações de cantores como Madonna e David Bowie.




Moana, 2016

"Moana" foi uma das grandes surpresas lançadas pela Disney nos últimos anos. O musical gira em torno da viagem feita pela personagem-título sozinha em busca do semi-deus Maui (The Rock), para salvar a tribo motunui. Com tudo no ponto, o filme trouxe a maravilhosa "How Far I'll Go", cantada pela novata Auli'i Cravalho na versão do cinema e por Alessia Cara na versão para as rádios. Aqui no Brasil, a música fica pela fofa Any Gabrielly.



Viva - A Vida é uma Festa, 2017

Pra finalizar, mais uma animação, mas essa aqui é para sair chorando pra caramba depois que o filme terminar. Vencedora dos Oscars de Melhor Filme de Animação e Melhor Canção Original, "Viva" é uma animação com protagonistas mexicanos que fala sobre a morte de uma das formas mais belas já vista no cinema. Só de lembrar de "Lembre de Mim", a gente já chora.



Lá no Spotify, a gente tem uma playlist maravilhosa com as músicas destes musicais e de outros que todo mundo precisa ouvir. Ouça Cantando Emoções.

Designer recria capas de Rihanna, Beyoncé e Kanye West como vinis dos anos 70

Se você é daqueles fãs que vive imaginando como aquela capa do seu ídolo poderia ter ficado muito mais foda se ele tivesse optado por uma direção diferente da original, vai pirar com o trabalho do designer gráfico Patso Dimitrov, que vem recriando capas de álbuns dos mais variados artistas, incorporando o visual dos vinis dos anos 70 e 80.

Uma publicação compartilhada por pvtso (@pvtso) em

Em seu Instagram (onde assina como @pvtso), o artista de Barcelona exibe suas versões para o trabalho de artistas como Rihanna, Beyoncé, Kendrick Lamar e Kanye West, e os leva direto para décadas passadas, com inspirações e referências que, arriscamos dizer, ficam ainda mais fodas que os trabalhos originais, já impecáveis.

Uma publicação compartilhada por pvtso (@pvtso) em

Numa entrevista para a Crack, Patso explica que a inspiração para estes trabalhos veio da admiração que ele sempre teve pelos discos de jazz e funk dos anos 70, somada ao interesse dele se aproximar de obras mais atuais, e conta ainda que desde sempre deu o seu toque para materiais que gostava.


Foda demais, né? Nas redes sociais do cara, tem sido cada vez mais frequente a presença de fãs pedindo por novas versões para as artes de seus artistas favoritos, então vale ficar de olho e, quem sabe, deixar os seus pedidos também.

Cardi B, Beyoncé e JAY-Z lideram indicações ao VMA 2018

Passamos da metade do ano, o que significa que está na hora de conhecermos os indicados ao Video Music Awards 2018, principal premiação musical da MTV. A lista completa, liberada nesta segunda-feira (16), trouxe alguns nomes bem interessantes e surpresas muito agradáveis.  

Cardi B mal chegou e já sentou na janela! A rapper abocanhou 10 merecidas indicações, entre elas para Vídeo do Ano, pelo clipe de “Finesse”, com o Bruno Mars, e Artista Revelação. Logo atrás dela, aparecem Beyoncé e JAY-Z com seu projeto The Carters e o clipe “APESHIT”, com 8 nomeações. 



Vale destacar também as 7 indicações de Drake e Childish Gambino, que, assim como os citados acima, também concorrem ao prêmio de Vídeo do Ano, com “God’s Plan” e “This Is America”, respectivamente. Ariana Grande e Camila Cabello fecham a lista de indicados ao principal prêmio da noite com “No Tears Left To Cry” e “Havana”. Ambas receberam 5 indicações no total. 

Confira a lista completa: 

Video of the Year:
Ariana Grande – “No Tears Left to Cry”
Bruno Mars – “Finesse (Remix)” [ft. Cardi B]
Camila Cabello – “Havana” [ft. Young Thug]
The Carters – “APES**T”
Childish Gambino – “This Is America”
Drake – “God's Plan”

Artist of the Year:
Ariana Grande
Bruno Mars
Camila Cabello
Cardi B
Drake
Post Malone

Song of the Year:
Bruno Mars – “Finesse (Remix)” [ft. Cardi B]
Camila Cabello – “Havana” [ft. Young Thug]
Drake – “God's Plan”
Dua Lipa – “New Rules”
Ed Sheeran – “Perfect”
Post Malone – “rockstar” [ft. 21 Savage]

Best New Artist:
Bazzi
Cardi B
Chloe x Halle
Hayley Kiyoko
Lil Pump
Lil Uzi Vert

Best Collaboration:
Bebe Rexha ft. Florida Georgia Line – “Meant to Be”
Bruno Mars – “Finesse (Remix)” [ft. Cardi B]
The Carters – “APES**T”
Jennifer Lopez – “Dinero” [ft. DJ Khaled & Cardi B]
Logic – “1-800-273-8255” [ft. Alessia Cara & Khalid]
N.E.R.D – “Lemon” [ft. Rihanna]

Best Pop Video:
Ariana Grande – “No Tears Left to Cry”
Camila Cabello – “Havana” [ft. Young Thug]
Demi Lovato – “Sorry Not Sorry”
Ed Sheeran – “Perfect”
P!nk – “What About Us”
Shawn Mendes – “In My Blood”

Best Hip Hop Video:
Cardi B – “Bartier Cardi” [ft. 21 Savage]
The Carters – “APES**T”
Drake – “God's Plan”
J. Cole – “ATM”
Migos – “Walk It Talk It” [ft. Drake]
Nicki Minaj – “Chun-Li”

Best Dance Video:
Avicii – “Lonely Together” [ft. Rita Ora]
Calvin Harris & Dua Lipa – “One Kiss”
The Chainsmokers – “Everybody Hates Me”
David Guetta & Sia – “Flames”
Marshmello – “Silence” [ft. Khalid]
Zedd & Liam Payne – “Get Low (Street Video)”

Best Latin Video:
Daddy Yankee – “Dura”
J Balvin – “Mi Gente” [ft. Willy William]
Jennifer Lopez – “Dinero” [ft. DJ Khaled & Cardi B]
Luis Fonsi – “Échame La Culpa” [ft. Demi Lovato]
Maluma – “Felices los 4”
Shakira – “Chantaje” [ft. Maluma]

Best Rock Video:
Fall Out Boy – “Champion”
Foo Fighters – “The Sky Is A Neighborhood”
Imagine Dragons – “Whatever It Takes”
Linkin Park – “One More Light”
Panic! at the Disco – “Say Amen (Saturday Night)”
Thirty Seconds to Mars – “Walk On Water”

Video With a Message:
Childish Gambino – “This Is America”
Dej Loaf and Leon Bridges – “Liberated”
Drake – “God’s Plan”
Janelle Monáe – “PYNK”
Jessie Reyez – “Gatekeeper”
Logic – “1-800-273-8255” [ft. Alessia Cara & Khalid]

Best Cinematography:
Alessia Cara – “Growing Pains”
Ariana Grande – “No Tears Left to Cry”
The Carters – “APES**T”
Childish Gambino – “This Is America”
Eminem – “River” [ft. Ed Sheeran]
Shawn Mendes – “In My Blood”

Best Direction:
The Carters – “APES**T”
Childish Gambino – “This Is America”
Drake – “God's Plan”
Ed Sheeran – “Perfect”
Justin Timberlake – “Say Something” [ft. Chris Stapleton]
Shawn Mendes – “In My Blood”

Best Art Direction:
The Carters – “APES**T”
Childish Gambino – “This Is America”
J. Cole – “ATM”
Janelle Monáe – “Make Me Feel”
SZA – “The Weekend”
Taylor Swift – “Look What You Made Me Do”

Best Visual Effects:
Ariana Grande – “No Tears Left to Cry”
Avicii ft. Rita Ora – “Lonely Together”
Eminem – “Walk On Water” [ft. Beyoncé]
Kendrick Lamar & SZA – “All The Stars”
Maroon 5 – “Wait”
Taylor Swift – “Look What You Made Me Do”

Best Choreography:
Bruno Mars – “Finesse (Remix)” [ft. Cardi B]
Camila Cabello – “Havana” [ft. Young Thug]
The Carters – “APES**T”
Childish Gambino – “This Is America”
Dua Lipa – “IDGAF”
Justin Timberlake – “Filthy”

Best Editing:
Bruno Mars – “Finesse (Remix)” [ft. Cardi B]
The Carters – “APES**T”
Childish Gambino – “This Is America”
Janelle Monáe – “Make Me Feel”
N.E.R.D – “Lemon” [ft. Rihanna]
Taylor Swift – “Look What You Made Me Do”

Push Artist of the Year:
July 2018 – Chloe x Halle
June 2018 – Sigrid
May 2018 – Lil Xan
April 2018 – Hayley Kiyoko
March 2018 – Jessie Reyez
February 2018 – Tee Grizzley
January 2018 – Bishop Briggs
December 2017 – Grace VanderWaal
November 2017 – Why Don’t We
October 2017 – PRETTYMUCH
September 2017 – SZA
August 2017 – Kacy Hill
July 2017 – Khalid
June 2017 – Kyle
May 2017 – Noah Cyrus

Tá, mas... quem ficou de fora?


Não podemos dizer que estamos surpresos de ver Janelle Monáe de fora das principais indicações, apesar de estarmos decepcionados. A artista lançou neste ano o álbum visual “Dirty Computer”, acompanhado de um filme onde explora questões de gênero, raça e sexualidade em um pano de fundo distópico. Impecável. Mas, como o trabalho não fez tanto sucesso com o público como com a crítica, acabou não sendo reconhecido pelo VMA. Vamos torcer para a recepção do Grammy ser mais positiva e ampla, né? 



As poucas indicações, todas em categorias técnicas, para “All The Stars”, parceria entre Kendrick Lamar e SZA para a trilha de “Pantera Negra”, também chamam atenção, ainda mais levando em consideração o sucesso estrondoso do filme nos Estados Unidos e os nomes envolvidos na parceria, já que o rapper levou o astronauta de “Vídeo do Ano” na edição de 2017 do VMA, com “HUMBLE.”.

Pra fechar, uma ausência bem estranha, considerando a ligação da artista com a premiação e o sucesso comercial da música: “Look What You Made Me Do”, de Taylor Swift. A produção, dirigida por Joseph Khan e que trouxe uma “nova” Taylor, quebrou recordes no YouTube e é, inegavelmente, o melhor clipe da carreira dela. Mas o VMA não curtiu muito essa nova “reputação” da cantora e resolveu indicá-la apenas nas categorias técnicas. 



Vale lembrar que o Video Music Awards já foi palco das mais marcantes apresentações da indústria da música (para o bem e para o mal), além de ter sido local do nascimento de tretas bem famosas da cultura pop. O que será que 2018 nos reserva? Vamos descobrir no dia 20 de agosto.

Azealia, Beyoncé, Carly Rae Jepsen e as 100 melhores músicas do século XXI, segundo a Rolling Stone

Qual a melhor música do século XXI até aqui? Nós diríamos “Run Away With Me”, da Carly Rae Jepsen, o novo single da Charli XCX, “5 In The Morning”, ou provavelmente a atual música de trabalho da Azealia Banks, “Anna Wintour”. Mas a Rolling Stone fez melhor e, em sua nova publicação, definiu as 100 Melhores Músicas do Século XXI, o que claramente não coincidiu com as nossas escolhas, mas passou perto.


A lista surgiu após uma pesquisa realizada com críticos, editores da revista e especialistas da indústria, e, na medida do possível, está bastante democrática, incluindo artistas do rock ao hip-hop. E, claro, Beyoncé, que aparece TRÊS. VEZES. Incluindo no posto de MELHOR MÚSICA DO SÉCULO com… Bem, você vai ver.


Alguns de nossos destaques ficam para “Paper Planes” (M.I.A.), “Toxic” (Britney), “Dancing On My Own” (Robyn), “Oblivion” (Grimes), “Call Me Maybe” (Carly Rae Jepsen), “Despacito” (Luís Fonsi e amigos) e “212” (Azealia Banks).


Confira a lista completa:

100. “Gasolina”, Daddy Yankee feat. Glory
99. “Int’l Players Anthem (I Choose You)”, UGK feat. Outkast
98. “Archie, Marry Me”, Alvvays
97. “1901”, Phoenix
96. “Tighten Up”, The Black Keys
95. “Can’t Get You Out of My Head”, Kylie Minogue <<< Blasfêmia.
94. “Jesus Walks”, Kanye West
93. “I’m Not Okay (I Promise)”, My Chemical Romance
92. “Stoned and Starving”, Parquet Courts
91. “Despacito (Remix)”, Luis Fonsi feat. Daddy Yankee and Justin Bieber <<< HINO SIM, aceitem!
90. “1 Thing”, Amerie
89. “Hate to Say I Told You So”, The Hives
88. “Hannah Hunt”, Vampire Weekend
87. “We Belong Together”, Mariah Carey
86. “I Love It”, Icona Pop w/ Charli XCX <<<< “5 in The Morning” vingada.
85. “My Shot”, Original Broadway Cast of ‘Hamilton’
84. “One More Time”, Daft Punk
83. “Lost Cause”, Beck
82. “New Slang”, The Shins
81. “Hollaback Girl”, Gwen Stefani
80. “Ante Up (Robbin-Hoodz Theory)”, M.O.P.
79. “Drop It Like It’s Hot”, Snoop Dogg feat. Pharrell
78. “Young Folks”, Peter Bjorn and John
77. “Losing My Edge”, LCD Soundsystem
76. “Get Lucky”, Daft Punk feat. Pharrell Williams
75. “The House That Built Me”, Miranda Lambert
74. “Letter From an Occupant”, The New Pornographers
73. “House of Jealous Lovers”, The Rapture
72. “Bad and Boujee”, Migos feat. Lil Uzi Vert <<< Trocaríamos fácil por “Apeshit”.
71. “Call Me Maybe”, Carly Rae Jepsen <<< Não sabemos bem porque não está em #1.
70. “American Idiot”, Green Day
69. “Thinkin Bout You”, Frank Ocean <<< Cinco letras: S I M.
68. “Springsteen”, Eric Church
67. “What You Know”, T.I.
66. “Beez in the Trap”, Nicki Minaj feat. 2 Chainz
65. “We Found Love”, Rihanna feat. Calvin Harris
64. “DNA”, Kendrick Lamar
63. “Sugar, We’re Goin Down”, Fall Out Boy <<< MAKE AMERICA EMO AGAIN.
62. “Teenage Dream”, Katy Perry <<< Ok, parece que um top 10 está perdido por aqui.
61. “Hung Up”, Madonna 
60. “The Wire”, Haim
59. “Bodak Yellow”, Cardi B <<< OKRRRR!
58. “Ni**as in Paris”, Jay-Z and Kanye West
57. “Do You Realize??”, The Flaming Lips
56. “Weird Fishes/ Arpeggi”, Radiohead
55. “212”, Azealia Banks feat. Lazy Jay <<< “Anna Wintour” vingada.
54. “Portions for Foxes”, Rilo Kiley
53. “Oblivion”, Grimes
52. “Chandelier”, Sia
51. “Single Ladies (Put a Ring on It)”, Beyoncé


50. “The Scientist”, Coldplay
49. “Sign of the Times”, Harry Styles <<< Ter uma carreira consolidada é essencial.
48. “Happy”, Pharrell William <<< Esse meme aqui.
47. “Redbone”, Childish Gambino
46. “Cry Me a River”, Justin Timberlake <<< Obrigado pelos mimos, Britney!
45. “Sorry”, Justin Bieber
44. “Stan”, Eminem
43. “Cranes in the Sky”, Solange
42. “Electric Feel”, MGMT
41. “Hurt”, Johnny Cash
40. “Beautiful Day”, U2
39. “No One Knows”, Queens of the Stone Age
38. “Formation”, Beyoncé
37. “You Want It Darker”, Leonard Cohen
36. “Gold Digger”, Kanye West feat. Jamie Foxx
35. “Blue Jeans”, Lana Del Rey
34. “Mr. Brightside”, The Killers
33. “Idioteque”, Radiohead
32. “In Da Club”, 50 Cent
31. “Wake Up”, Arcade Fire
30. “Mississippi”, Bob Dylan
29. “All Too Well”, Taylor Swift <<< As gays brancas desconhecem limites.
28. “Umbrella”, Rihanna feat. Jay-Z
27. “B.O.B.”, Outkast
26. “Hotline Bling”, Drake
25. “Uptown Funk”, Mark Ronson and Bruno Mars
24. “Lose Yourself”, Eminem
23. “Ms. Jackson”, Outkast
22. “Take Me Out”, Franz Ferdinand
21. “Bad Romance”, Lady Gaga
20. “Rehab”, Amy Winehouse
19. “Dancing on My Own”, Robyn <<< Merecia o #1.
18. “Blackstar”, David Bowie
17. “Work It”, Missy Elliott
16. “All My Friends”, LCD Soundsystem
15. “Crazy”, Gnarls Barkley
14. “Toxic”, Britney Spears <<< Merecia o #2.
13. “Alright”, Kendrick Lamar
12. “Get Ur Freak On”, Missy Elliott
11. “Since U Been Gone”, Kelly Clarkson
10. “Last Nite”, The Strokes
9. “Royals”, Lorde
8. “Rolling in the Deep”, Adele
7. “Runaway”, Kanye West feat. Pusha T <<< Justo.
6. “Maps”, Yeah Yeah Yeahs
5. “99 Problems”, Jay-Z <<< Trocaríamos fácil por “Apeshit”.
4. “Hey Ya!”, Outkast
3. “Seven Nation Army”, The White Stripes
2. “Paper Planes”, M.I.A. <<< Melhor música do universo e quem discordar estará errado.
1. “Crazy in Love”, Beyonce feat. Jay-Z



Concorda? Discorda? A RS pirou? Como seria a sua lista?

Parabéns, Azealia Banks, menina mulher, esse momento é seu!

Bora mostrar cultura pra esse povo? Beyoncé e Jay-Z viram obras de arte do Louvre no clipe de "APESHIT"

Semana passada, Beyoncé jogou no nosso colo pela terceira vez um álbum inteiro sem nenhum tipo de aviso: "Everything Is Love", produzido em parceria com o marido e rapper Jay-Z. O lançamento do disco veio acompanhado de um clipe para a faixa "APESHIT", que tem como cenário nada menos do que o grandioso Museu do Louvre, em Paris.

No clipe, casal Carter se apropria do espaço do museu e coloca-se no mesmo patamar das obras de arte mais famosas do mundo. Entre a Monalisa, Vênus de Milo e a Coroação de Napoleão, Bey e Jay tornam-se verdadeiros monumentos ao lado de produções e representações majoritariamente brancas e eurocêntricas.



Com direção de Ricky Saiz, que já havia trabalhado com Bey em "Yoncé", e fotografia de Benoît Debie, conhecido pelo trabalho com Harmony Korine em "Spring Breakers", o clipe é visualmente grandioso, e traz obras com contrastes super significativos à presença dos Carter no museu.

Uma das cenas de maior destaque em "APESHIT" é a do casal no topo da escada que leva à estátua da Vitória de Samotrácia, obra que data de mais de 100 anos a.C. e representa a vitória naval do povo rodiano, em uma representação que glorifica o corpo feminino em conexão com um universo tradicionalmente masculino: o da guerra. Bey e Jay à frente da estátua e as bailarinas, todas negras, se movimentando em perfeita sincronia nos degraus, os coloca como a representação moderna dessa  vitória, tanto em relação à presença feminina de Beyoncé em uma indústria ainda dominada por figuras masculinas, como a do casal como figuras negras que "venceram" e passaram por cima do racismo da indústria fonográfica e das diversas vulnerabilidades que ainda fazem parte da realidade da maior parte da população negra do mundo.

A simbologia de conflito entre as opulentas representações de corpos brancos no Louvre também surge quando o casal aparece junto à Vênus de Milo. Beyoncé surge com um body nude, posicionando-se de forma semelhante à estátua e com o cabelo trançado, trazendo ali uma nova proposta para a beleza "ideal" afastada do eurocentrismo.

Diversos outros momentos de "APESHIT" trabalham esse contraste dos Carter se apropriando e ressiginificando monumentos representativos de uma opulência da qual eles não poderiam fazer parte no período em que foram criados. Junto a "This Is America", de Childish Gambino, torna-se mais uma obra audiovisual icônica que discutem o lugar de corpos negros na sociedade e na produção cultural.

Agora só nos resta esperar por mais grandiosidade nos próximos clipes lançados, né? Quem ainda não tem conta no Tidal, mas é usuário premium do Spotify pode ouvir todas as faixas do "Everything Is Love" aqui:








Depois de Beyoncé, não veremos nenhuma performance do Coachella com os mesmos olhos

Texto por Vinícius Zacarias

Quem assistiu o show da Beyoncé no Festival Coachella na madrugada deste domingo, 15, não conseguiu voltar a dormir. A deusa jamais igualada subiu ao palco com uma apresentação recheada de referências políticas, musicais e cênicas, ficando difícil enumerar todas neste breve texto. O espetáculo histórico e cultural, com muitas surpresas, repertório vasto e participações especiais, correspondeu a perfeição da virginiana que ficou ensaiando junto aos seus mais de 200 componentes 14 horas por dia nas últimas semanas.

Beyoncé é inerente a artista pois "reflete seus tempos", como dizia a Nina Simone, também referenciada no show junto a Malcon X e Big Freedia, uma rapper negra transviada de New Orleans. Sua direção criativa construiu complementos ao fundo do palco com composição de fanfarras. O mais notável foi o trabalho da direção musical que montou todos os arranjos das músicas com base nos instrumentos de sopro e percussão, num trabalho notadamente exaustivo. São diversas referências que vão desde os uniformes das fraternidades negras norte-americanas até as leves indiretas à ex-amante de seu marido.

Esse conceito de "fanfarras", sobre o qual me dedico a discorrer, faz referência à expressão cultural muito forte no estado do Alabama/EUA, terra natal de seu pai, aonde existem grandes organizações de escolas, bairros, corporações e concursos musicais. O Alabama também foi o palco do estopim para a organização do movimentos dos direitos civis depois que Rosa Parks, em 1955, resistiu a pressão de ceder assento no ônibus para brancos no período da oficial segregação racial no país. Apesar de forte incidência de resistência negra, o estado do Alabama é considerado o mais LGBTfóbico dos Estados Unidos.

Devido a isso, em 2015, a TV Oxigen estreou o reality show gay afro-americano de dança intitulado The Prancing Elites Project, composto por Adrian Clemons, Kentrell Collins, Kareem Davis, Jerel Maddox e Tim Smith que tentam conciliar suas vidas pessoais e profissionais na cidade de Mobile. O reality mostra o cotidiano e as provas que os meninos precisam passar diariamente, mostrando os conflitos que interseccionam os problemas de raça, gênero e sexualidade.

O reality teve apenas duas temporadas, mas destaco um dos primeiros episódios onde os meninos são desafiados a se apresentarem como balizas de fanfarra, com maiô justíssimo ao corpo e cheios de brilho, em meio a uma parada cívica tradicional. As reações foram de espanto e rejeição, gerando até mesmo represálias, como o fato de terem sido retirados do desfile por policiais. (confira o vídeo abaixo)



Para muitos de nós, negros e gays, vivemos numa celeuma identitária que imbricam diversas dores, mas que nos motivam a resistir neste mundo estruturado pelo racismo e regido pela heterossexualidade. Assim como os meninos do Elites, que também são fãs da Beyoncé, resistimos e tornamos nossas vidas possíveis através da arte. Tornamos nossa sobrevivência um produto criativo da vida.

Foi gratificante assistir um espetáculo que traz a referência cultural do Alabama intercalado com outras representações de masculinidades negras, como na sensibilidade e na capacidade da inteligência cômica dos novos dançarinos, propondo suas projeções para além do sexual, e também nas mulheres dançarinas gordas e com muita auto confiança. Faltou, claro, uma "fechação" bem viada no palco, mas tenho certeza que isso sobrou na platéia repleta de bichas pretas prontas para o ataque.

Beyoncé não é rainha, é uma deusa. Só um ser sagrado tem a capacidade de fazer de um show uma catarse de reflexão política sobre o mundo. Nina Simone deve estar orgulhosa.

Vinícius Zacarias é mestrando em Ciências Sociais, pesquisa sobre performances culturais de homens negros gays da Bahia. Siga-o pelo Facebook!

Teve revival das Destiny's Child, Jay-Z, Solange e muito mais no primeiro show do #BeyChella

Beyoncé foi nesse sábado (10) a primeira mulher negra headliner do Coachella, um dos maiores festivais de música dos Estados Unidos que rola todo ano no deserto de Indio, na Califórnia. A apresentação da Bey foi a primeira desde a gravidez dos gêmeos, com um set de 26 músicas que ofuscou todo e qualquer outro acontecimento do festival - daí a popularização da hashtag #BeyChella.

Depois de Beyoncé, não veremos nenhuma performance do Coachella com os mesmos olhos

As performances foram quase todas acompanhadas de uma gigantesca fanfarra, com looks e coreografias típicos dos halftime shows de jogos de futebol de colégios americanos. Beyoncé trouxe toda a sua carreira para a setlist, oferecendo um prato cheio para os fãs com releituras de clássicos como "Crazy in Love", "Baby Boy" e "Single Ladies".




O "Lemonade", seu último álbum de estúdio, também foi super bem representado com performances épicas de "Freedom", "Formation", "Sorry" e "Don't Hurt Yourself", a última com a inclusão de discurso icônico do ativista Malcom X, um dos líderes do movimento por direitos civis para a população negra nos anos 1960 e 1970. Depois de mais de um ano afastada do público, Bey voltou aos palcos com muito sangue nozóio, sem medo de unir a política aos seus vocais poderosos e coreografias impecáveis.



Jay-Z não poderia ficar de fora do espetáculo e subiu o palco para cantar "Dèjá-Vu" com a esposa. Beyoncé ainda convidou as antigas parceiras Michele Williams e Kelly Rowland para cantar alguns dos maiores hits das Destiny's Child: "Say My Name", "Lose My Breath" e "Soldier", em um momento super emocionante para os fãs.

A outra irmã Knowles, Solange, também participou do show e se juntou à Bey para dançar "Get Me Bodied". O talento é de família mesmo, viu?



Queen B encerrou o show com um discurso emocionante sobre a sua participação no festival, que deveria ter acontecido em 2017 mas acabou sendo adiada pela gravidez:
Coachella, obrigado por me permitir ser a primeira mulher negra a ser atração principal em uma noite do festival. (...) Eu tive tempo para sonhar sobre esse show, com duas almas lindas na minha barriga, e isso é mais do que eu sempre sonhei. Eu espero que vocês tenham gostado, trabalhamos duro.

Todos os looks usados por Beyoncé e seus dançarinos durante o show foram criados por Olivier Rousteing, diretor criativo da Balmain, especialmente para a performance no Coachella. No próximo sábado (21), ela se apresenta mais uma vez no festival.

Será que a gente sobrevive a mais um espetáculo desses?

Atualização: A tal nova versão de “Sweet Dreams”, da Beyoncé, não era oficial

[ATUALIZAÇÃO] Segundo representantes da cantora, esse remix não se trata de um lançamento oficial e, até o momento, ainda não sabem qual foi a sua origem. Blue Ivy, o que a Bey já te falou sobre mexer no celular da mamãe, hein?

Matéria original:

Taí um comeback inesperado. Diretamente de 2008, quem ressuscitou na manhã desta quinta-feira (22) foi ninguém menos que Sasha Fierce, um dos alter-egos mais icônicos de Beyoncé, nascido numa fase de sua carreira em que a cantora ainda estava se aperfeiçoando visualmente e, felizmente, nos entregou alguns de seus melhores trabalhos.

Esse revival aconteceu com exclusividade no Tidal, pra variar, e rendeu uma releitura do single “Sweet Dreams”. Um bom indicativo para sonharmos alto com esse retorno surpresa, esperamos.

Ouça:


“Sweet Dreams” foi o sexto single de Beyoncé nesta era, que ainda contou com hits como “Single Ladies”, “If I Were a Boy”, “Diva” e a música que encerrou todos os seus shows desde então, “Halo”. Será que teremos outras releituras?

Sempre em estúdio, falar de Beyoncé e “surpresa” numa mesma frase chega a ser redundante, então o combinado é ninguém se impressionar se a cantora surgir do dia pra noite com o melhor disco do ano, apesar dele terminar não ganhando um Grammy por isso, como de costume.

O último trabalho da cantora foi o álbum visual “Lemonade”, que contou com a colaboração de Jack White e Kendrick Lamar, além de algumas das melhores músicas de toda a sua carreira.

Não sabemos sobre a Beyoncé, mas a Sasha Fierce está de volta.

Madonna ironiza sobre o Grammy e sobrou até pra Beyoncé...

Neste domingo (28) acontece mais uma edição do Grammy e, anualmente, artistas que não foram convidados ou indicados para a premiação usam as suas redes sociais para se manifestarem negativamente sobre o evento.

Daí que quem entrou nessa neste ano foi a cantora Madonna e, em seu Instagram Stories, a cantora apareceu com uma barriga falsa de gravidez, ironicamente comemorando: “muito feliz por ter sido indicada ao Grammy!”.


A última vez que Madonna ganhou um gramofone foi em 2007, época em que saiu com os prêmios de Melhor Artista Dance Solo e Melhor Videoclipe Dance (“Jump”), e depois disso, ela ainda recebeu inúmeras indicações, até pra “Bitch I’m Madonna”, mas terminou sem nenhum novo título.

Sem lançamentos dentro da época elegível para o Grammy deste ano, o shade de Madonna termina meio perdido, mas muita gente acredita que tenha sido para Beyoncé, principalmente porque a cantora foi acusada de forjar sua gravidez e, em 2017, se apresentou na mesma premiação com o barrigão de fora, numa performance de tirar o fôlego.


Por outro lado, tem quem defenda que a cantora de “All Night” não foi o alvo de Madonna e os fãs que estão vendo demais, mas, se não for isso, qual seria a razão para a barriga falsa?

Será que foi mesmo para a Bey? E, Madonna, se a senhora não lançou nada a tempo de concorrer ao Grammy, pra que passar vergonha mandando shade de graça, mulher?

A premiação começa a partir das 22h e, em nosso Twitter, vai rolar cobertura com comentários sobre os melhores momentos. Segue a gente por lá!

Só Beyoncé pra nos fazer ouvir essa nova versão de “Perfect”, do Ed Sheeran

Beyoncé ‘Not The Album’ (cheque essa lista com cinquenta maneiras diferentes de mencionar a cantora, caso ainda não conheça) tem se mostrado bem aberta a testar a sua força em parcerias e, depois de J Balvin (“Mi Gente”) e Eminem (“Walk On Water”), se uniu a ninguém menos que o cantor Ed Sheeran, para a versão que provavelmente se tornará um hit de “Perfect”, do último álbum do cara.

A nova versão da música foi revelada na noite desta quinta-feira (30) no Spotify e, excetuando o fato de que estamos falando sobre um remix com uma das maiores artistas da nossa geração, não apresenta nada realmente grandioso ou significativamente diferente do que já conhecíamos da música, o que nos reserva um banquinho na ala da zona de conforto, algo habitual para o cantor de “Shape of You”, mas estranhamente inesperado para Beyoncé que, há pouquíssimo tempo, nos entregou o impecável “Lemonade”.

Quando começou a promover o disco “Divide”, Ed Sheeran não escondeu suas pretensões sobre se tornar o maior artista masculino da atualidade e, certamente, ter ‘The Almighty’ Beyoncé numa de suas músicas é um passo importante para este título, mas, felizmente, Bruno Mars e The Weeknd chegaram antes, um dividindo com a cantora o palco do grandioso Super Bowl; outro compartilhando os vocais de “6 Inch”, presente no mais recente álbum dela. O que nos deixa tranquilos sobre isso.

Seja como for, é bem provável que, das parcerias apresentadas neste ano com a cantora de “Don’t Hurt Yourself”, essa seja a mais comercialmente bem-sucedida. Isso porque “Perfect” já estava performando bem na sua versão original e, como “Halo”, “Irreplaceable”, “I Was Here” e outras não nos deixam mentir, as rádios amam ter Beyoncé cantando uma música lenta.

A gente aproveita esse espaço pra implorar pra que Beyoncé, por favor, só volte a colaborar com alguém se esta pessoa se chamar Rihanna, Azealia Banks, Cardi B ou Lady Gaga. 

Você pode ouvir “Perfect” aí embaixo:


Beyoncé, sério, que porra é essa?

Isso aí sai nesta sexta-feira.

Uma playlist com Beyoncé, Marina e outras artistas que nos ditaram regras antes de Dua Lipa

É bem difícil que você tenha vivido até o dia de hoje sem ter ouvido pelo menos uma vez as regras de Dua Lipa que, como todos sabem, são “1) não pegue o telefone; 2) não deixe-o entrar e 3) não seja amiga dele”, mas, aproveitando que a cantora chega ao Brasil nesta semana, preparamos uma playlist que é um verdadeiro manual de sobrevivência pop.

“Regras: não há regras” obviamente começa com o hit de Dua, “New Rules”, e daí em diante, o que não faltam são hinos atemporais, incluindo “My Neck, My Back”, da Khia, “Get Me Bodied”, da Beyoncé, “Express Yourself”, da Madonna, e claro, “How To Be a Heartbreaker”, da Marina and the Diamonds.

Como novas regras são sempre bem vindas, também incluímos faixas mais recentes, como “How You Get The Girl”, da Taylor Swift, “Instruction”, do Jax Jones com a Demi e Stefflon Don, e até o hit do funk “Oh Novinha”, com MC Don Juan.

Caso sinta falta, só não incluímos a versão da Nicki Minaj para “Boss Ass Bitch” porque, infelizmente, a faixa não entrou para o Spotify.

Seja como for, pegue seu bloquinho e tome notas:


O elenco de "O Rei Leão" é tão maravilhoso que seria pecado assisti-lo dublado

"Mogli" foi a grandiosa produção da Disney que se banhou num CGI fudido de maravilhoso e que, após "Malévola", realmente trouxe todo o potencial que estes falsos-live action tinham a nos oferecer. A produção, inclusive, contou com um elenco de primeira para a captura de movimentos e voz, apostando parte de seu marketing nos atores talentosos — nomes como Idris Elba, Lupita Nyong'o e Scarlett Johansson são apenas alguns deste elenco de dar inveja.

Com o sucesso do longa-metragem, logo em seguida foi anunciada a produção de "O Rei Leão" no mesmo estilo, contando com a direção de Jon Favreau, também responsável por "Mogli". Já nas primeiras semanas tivemos as primeiras novidades acerca do elenco, que incluíam Donald Glover ("Homem-Aranha: De Volta ao Lar") como o Simba e a volta de James Earl Jones como Mufasa. Não teria como a gente se surpreender mais com o elenco, certo? Errado.

Hoje foi anunciado oficialmente o elenco principal do filme e temos fucking Beyoncé como Nala, confirmando os rumores quanto a contratação da cantora de "Love On Top". Chiwetel Ejiofor ("12 Anos de Escravidão") também compõe o elenco como um dos maiores vilões do cinema, o Scar, enquanto Billy Eichner (Parks and Recreation) e Seth Roger viverão Timão e Pumba. Os nenês Jd McCrary e Shahadi Wright Joseph ficarão encarregados da versão jovem de Simba e Nala.

O elenco foi divulgado através das redes sociais da Disney e do ícone Beyoncé.


Não é desmerecer o trabalho de dublagem brasileira, mas esse elenco tá tão fodendo bom que seria pecado assisti-lo dublado. É sério. Só gente foda! Seria muito desserviço não conferir a versão original deste filme ao menos uma vez.

"O Rei Leão" chega aos cinemas apenas em 2019.

Que hino! Blue Ivy faz feat. em faixa bônus do "4:44" do papai Jay-Z e não estamos sabendo lidar

Que a gente queria estar na barriga da Beyoncé não é novidade desde que Blue Ivy foi anunciada ao mundo, não é mesmo, mores? Cinco anos depois foi anúncio da gravidez dos gêmeos que parou a internet e fez o coração errar a batida - em duas horas, a foto icônica do ensaio da Beyoncé teve mais de 4 milhões de curtidas e foi um dos assuntos mais comentados no mundo todo.

Mas não basta ser da família real do pop, Blue Ivy tem que nos matar de fofura em toda e qualquer aparição que faz. A pequena fez uma participação na faixa bônus do novo álbum do papai Jay-Z, chamada "Blue's Fresstyle/We Family" e supostamente "vazou" assim como quem não quer nada o trecho em que ela faz seu "rap" totalmente autoral - ainda tem mais essa para nos matar de orgulho.


Na época de "Formation", Blue já tinha feito uma ponta no clipe da mamãe Beyoncé, coisa de segundos, mas já o bastante para nos fazer desejar ser irmão/irmã e entrar para essa família.

A versão física do novo álbum de Jay-Z, "4:44", foi lançado ontem (07). A faixa com a participação de Blue estará disponível apenas nessa versão. Já as outras canções do disco estão disponíveis... no Tidal. Jay-Z, libera isso aí!

Ouvimos o “4:44” do JAY-Z por várias horas e essas foram nossas primeiras impressões

Os rumores eram reais e, na última sexta-feira (30), o rapper JAY-Z lançou com exclusividade ao Tidal o seu novo disco, “4:44”. O álbum sucessor do “Magna Carta... Holy Grail”, é um verdadeiro livro confessional, no qual o marido de Beyoncé narra das vezes (sim, no plural) em que traiu a cantora aos problemas que teve com o seu amigo de longa data, Kanye West, abordando ainda narrativas sobre a forma como lida com o racismo e até mesmo a homossexualidade de sua mãe.

Das letras aos arranjos, “4:44” nos entrega uma experiência ainda mais complexa do que a oferecida pelo rapper em seu álbum anterior, contando com referências o suficiente para nos perdermos por algum tempo, o que só nos mantém ainda mais curiosos para ouvi-lo mais e mais vezes.

Abaixo, listamos alguns pensamentos que tivemos durante as primeiras vezes em que o escutamos.

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Kanye West está presente nesse disco


Apesar de JAY-Z e Kanye West estarem brigados, a influência do parceiro de Jay em “Watch The Throne” é perceptível do início ao fim do disco. A faixa de abertura, “Kill Jay Z”, inevitavelmente nos remete a “I Love Kanye”, do disco “The Life of Pablo”, o sample de Nina Simone em “The Story of OJ” é algo que Kanye West faria, o sample de Sister Nancy em “Bam” é o mesmo que o Kanye usou em “Famous” e por aí vai. Se não fossem as letras sobre ele, ‘Ye ficaria orgulhoso.



“The Story of OJ” é uma das músicas mais fodas desse ano, porque sim.


“Eu não sou um negro [qualquer], eu sou O.J.”, disse O.J. Simpson durante um de seus depoimentos enquanto era julgado pelo assassinato de sua mulher, em um dos maiores casos policiais dos EUA. A frase, por sua vez, foi o que permitiu que JAY-Z o associasse com essa faixa, na qual discute a forma como o racismo se mantém presente e violento na vida negra, independente da sua pele ser mais clara ou, como no caso de O.J. Simpson, você ser um negro famoso e milionário. “Negro claro, negro escuro, negro falso, negro real, negro rico, negro pobre, negro de casa, negro do campo, continuará sendo apenas um negro. Apenas um negro”, diz em seu refrão.

A música ainda traz um sample pontual de “Four Women”, da Nina Simone, na qual ela dá voz para quatro mulheres negras em tonalidades diferentes, demonstrando a forma como a escravidão deixou seus resquícios na vida de cada uma delas. Foda demais.

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O relacionamento dele com Beyoncé foi abusivo?


Da treta com Solange no elevador aos versos que fazem referência as agressões sofridas por Tina Turner em “Drunk In Love”, foram muitas as vezes em que o público se questionou sobre o relacionamento entre JAY-Z e Beyoncé ser abusivo em algum nível e, além das confissões sobre suas traições, o rapper dá margem pra que também interpretemos isso.

Na faixa “4:44”, um dos versos que nos chama a atenção é quando ele relembra que, no aniversário dela de 21 anos, pediu: “não me envergonhe”. Hoje ele se diz arrependido e afirma que deveria ter dito “seja minha”, mas toda a canção segue nessa narrativa em que ele fala sobre o quanto foi um macho babaca, para hoje reconhecer a mulher que tem ao seu lado. Nessa canção, ele também conta sobre quando ela descobriu uma de suas traições e se desculpa, inclusive, por abortos que ela teria sofrido em 2010 e 2013.

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...ok, precisamos lidar com o fato de que JAY-Z foi um homem babaca.


“Eu vou acabar com algo bom se você me deixar. Becky, me deixa em paz”? Meu cu, né JAY-Z. Se não bastasse o histórico narrado em “4:44”, na faixa “Family Feud” ele é ainda mais direto sobre as traições, agora fazendo menção a mesma Becky que também virou música com a Beyoncé em “Sorry”, do “Lemonade”, mas se colocando numa posição de vítima bastante incômoda para quem está ouvindo.

Cê foi lá transar sem ninguém te obrigar, sabendo que era marido da fucking Beyoncé. Não vem se fazer de inocente pedindo pra mina te deixar em paz, porque era você quem poderia ter dado um fim nisso antes mesmo de ter começado. Cuzão.



A sacada de “Moonlight” foi genial


Depois do soco de realidade na letra de “The Story of O.J.”, o racismo volta a ser pautado em “Moonlight”, uma reflexão sobre como a maioria se apega ao conformismo em meio aos pequenos avanços. “Nós continuamos em La La Land. Mesmo quando ganhamos, estamos perdendo”, diz em seu refrão.

A sacada fica para a relação com o último Oscar, no qual o drama LGBT negro “Moonlight” venceu o musical favorito muito branco “La La Land” e, mesmo com a estatueta da noite, teve seu momento marcado pelo anúncio confuso da premiação, que inicialmente deu o prêmio ao segundo filme. O que deveria ser histórico pelo filme vencedor, terminou lembrado pela gafe, fato que, de certa forma, ofuscou o brilho da produção negra.



Caralho, Blue Ivy, tu é muito esperta


Agora que Beyoncé teve gêmeos, Blue Ivy precisa se preparar pra dividir a maior fortuna do mundo com mais duas crianças, mas a menina é esperta. Na faixa “Legacy”, é ela quem começa perguntando, “papai, o que é um testamento?”. Quer menina mais esperta?

Falando sério, a letra fala sobre o legado que o rapper quer deixar para seus filhos e termina com um sample do Donny Hathaway, no qual ele profetiza: “Algum dia, todos nós seremos livres.”

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Dá vontade, não dá, Macklemore?


A gente bebeu muito mijo do Macklemore & Ryan Lewis pelo sucesso de “Same Love”, que trazia vocais da cantora bissexual Mary Lambert, abordando a relação homoafetiva, raramente discutida por artistas do hip-hop, e aqui está JAY-Z indo ainda mais fundo em “Smile”, na qual sua mãe é quem revela ser homossexual, da forma mais bela e inspiradora possível.

“Mamãe teve quatro filhos, mas ela é lésbica”, canta JAY-Z. “Precisou fingir por tanto tempo que se tornou uma atriz. Precisou se esconder no armário até ser medicada. Por vergonha da sociedade e da dor ser grande demais para aguentar. Chorei lágrimas de alegria quando se apaixonou, porque pra mim não importa se será ele ou ela, só quero te ver sorrir apesar de todo esse ódio.”

No final da faixa, é a própria mãe do rapper, Gloria Carter, quem recita um poema, no qual diz:
Vivendo duas vidas, feliz, mas não livre. Você vive nas sombras pelo medo de ferir alguém da sua família ou pessoas que você ama. O mundo está mudando e eles dizem que está na hora de se libertar. Mas você vive com o medo de apenas ser você. Viver nas sombras parece a forma mais segura de ser. Sem danos pra eles, sem danos pra mim. Mas a vida é curta demais, então é hora de ser livre. Ame quem você ama, porque a vida não está ganha. Sorria.

Dá o Grammy pra ela!

***


JAY-Z foi um puta babaca com a Beyoncé? Sim, ele foi. Mas, assim como ela fez em “Lemonade”, transformou todo esse transtorno em um dos seus melhores álbuns – e, felizmente, em um dos melhores álbuns desse ano – de uma forma em que não ficaremos surpresos se, assim como ela, conquistar o apreço critico como nunca antes – e, provavelmente, perder o Grammy para algum artista branco.

“4:44” é um disco que resgata a qualidade dos primeiros trabalhos de JAY-Z, com toda a maturidade artística que ele só poderia apresentar nos dias atuais, com o acréscimo do que absorveu ao longo de suas parcerias com artistas como Kanye, Beyoncé e até nomes mais novos do que ele neste jogo, como Frank Ocean e Kendrick Lamar.

É um disco sofisticado e agressivo, sutil e escandaloso, feito para ser amado e odiado. E, disponível apenas no Tidal, definitivamente, vale a audição.

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