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As divas pop estão passando por uma crise e ela parece longe de acabar

Quando Rihanna começou a promover o disco “ANTI”, foram longas as tentativas de acertar o direcionamento do álbum, que contou com dois “primeiros” singles até que a barbadiana se unisse ao Drake na inevitavelmente bem sucedida “Work”.

A má recepção das canções anteriores, ainda que não fossem tão comerciais, era de se impressionar, principalmente por conta desse trabalho quebrar o jejum da cantora desde o álbum “Unapologetic”, que alcançou o topo das paradas nos Estados Unidos e Reino Unido, rendendo ainda singles como “Diamonds” e “Stay”.


O que acontecia com Rihanna, entretanto, não era novidade entre as divas do pop. Gaga, que em 2013 lançou o disco “ARTPOP”, amargou números bem menores do que o esperado com o single “Applause” e as coisas só pioraram nos seus passos seguintes, graças ao histórico de acusações por estupro e pedofilia do seu parceiro no outro single, “Do What U Want”, e confusa estratégia de divulgação de “G.U.Y”, que encerrou os trabalhos do CD.

Passada uma grande temporada de mudança de imagem, que incluiu o projeto de jazz com o músico Tony Bennett e parcerias com artistas como Diane Warren e Nile Rodgers, a cantora retornou no último ano com o álbum “Joanne” e capengou rumo ao seu primeiro grande hit em anos, mas não se tratava de nenhuma faixa explosivamente pop como foi “Just Dance”, “Poker Face”, “Bad Romance” ou “Born This Way” e, sim, a baladinha country “Million Reasons”.


No topo outra vez, meses após nos lembrar porque é considerada uma das maiores artistas da sua geração no palco do Super Bowl, Gaga se entregou ao pop que seus fãs tanto ansiavam com o videoclipe de “John Wayne”, do mesmo disco, e nos primeiros sinais de que a faixa repetiria a má recepção dos trabalhos anteriores, a gravadora sinalizou: a música não era um single. O bonde seguiria com “Million Reasons”.

Quando finalmente decidiu se desvencilhar da tal canção lenta, Gaga se desvencilhou também de toda a fase “Joanne”, dando espaço para a proposta dançante, comercial e óbvia para as playlists atuais do Spotify: “The Cure”. O que tinha tudo para ser a cura do que seus fãs tanto pediam, entretanto, revelou o que boa parte do público ainda não havia percebido: as divas do pop estão em crise.


Já faz algum tempo que a música pop vem se tornando menos interessante, ao menos quando falamos dela no seu sentido literal, das músicas que estão no topo das paradas. As divas do pop, espalhafatosas, ousadas, dispostas a levantarem bandeiras em prol de minorias e virarem premiações de cabeça para baixo deram espaço para o pop higienizado e heteronormativo de Taylor Swift, para as baladas (lindas, diga-se de passagem) que até as suas tias escutam da Adele e, não podemos esquecer, para esse monte de caras que quase parecem os mesmos de tão pouco que acrescentam ao cenário e semelhança das músicas monotemáticas que cantam (coloca na conta do Ed Sheeran, Shawn Mendes, Charlie Puth, etc).

Falar em “higienização e heteronormatividade”, por sua vez, é um bom ponto de partida pra todo esse entendimento. Isso porque pop é cultura, cultura carrega valores e ideologias, e o que vivemos neste momento é uma fase em que Meghan Trainor e The Chainsmokers ganham Grammys por trabalhos medíocres e esquecíveis, porque grandes gravadoras, empresas e plataformas os abraçam e investem neles enquanto astros inofensivos, que não desafiam o status quo.


Neste sentido, não devemos nos surpreender ao ver que, no ano seguinte ao que Beyoncé foi uma das artistas que mais vendeu com seu novo disco, um material audiovisual que discutiu o empoderamento feminino e negro, as paradas americanas passaram pela primeira semana sem uma mulher entre as dez maiores canções desde os últimos 33 anos – revertendo isso pela aparição de Alessia Cara em “Stay”, que na verdade pertence ao repertório do DJ Zedd.


Outra diva pop que parece estar acertando as contas com a mesma crise é Katy Perry. Seu quarto disco, sem previsão de lançamento, deu para a californiana o seu primeiro single carro-chefe que não alcançou o topo das paradas, “Chained To The Rhythm”, e parece estar prestes a lidar com a mesma dificuldade quanto aos números de sua segunda faixa, a parceria com o trio de hip-hop Migos em “Bon Appétit”.

No novo lançamento, a cantora ainda buscou se enturmar com os rappers, que tem levado a melhor nas paradas atuais, graças ao forte desempenho do gênero nas plataformas de streaming, mas calhou de bater de frente com a estreia de “I’m The One”, outra faixa toda cantada por homens, e, até então, amargar alguns dos seus menores números desde que emplacou seus primeiros sucessos. Com o disco sem previsão de estreia, não será uma surpresa se ela trabalhar em outras mudanças de imagem, posicionamento e sonoridade, sequer aparecendo com essas faixas no material final.


A indústria sempre funcionou de forma cíclica e, na era dos streamings, dos Chainsmokers e Ed Sheeran, o que temos é uma música pop indisposta para as divas. O que mudaria isso seria a chegada de outra artista tão disposta e preparada para “girar a roda” como fez Lady Gaga entre 2008 e 2010, quando resgatou a iconicidade e importância do trabalho visual, de uma forma que só havíamos visto ser tão bem feita nas mãos de Michael Jackson e Madonna. Mas isso se torna cada vez mais distante com a urgência do pop atual e pressa das gravadoras, que até lidam com artistas talentosas (Zara Larsson, Anne-Marie, Dua Lipa e contando), mas se perdem ao tentar torná-las estrelas instantâneas, fadando-as a mesma safra do pop presa aos ritmos comuns.

Até a Adele sabia que o Grammy de ‘Álbum do Ano’ deveria ser de Beyoncé


Atualização (17/04): A imagem que ilustrava a matéria foi substituída, após reivindicações de direitos do site Getty Images.

Se existia alguma dúvida sobre o Grammy repetir a mesma postura dos anos anteriores em sua última edição, esnobando Beyoncé e as indicações do disco “Lemonade”, ela acabou assim que a cantora subiu ao palco para receber o troféu por Melhor Álbum Urban Contemporâneo.

Horas antes do evento começar, publicamos o editorial “Os Grammys de Beyoncé dizem muito sobre o problema racial da premiação”, no qual ressaltamos que, apesar de ser um dos nomes mais premiados do show, a cantora nunca é devidamente reconhecida quando compete com artistas brancos e, de todos os prêmios conquistados até aqui, apenas um esteve entre os mais disputados, com os outros sendo distribuídos entre as ditas categorias negras – a tal da música urban. E a história se repetiu.


Das nove indicações ao Grammy de 2017, Beyoncé ganhou dois prêmios: Melhor Videoclipe para “Formation” e Melhor Álbum Urban Contemporâneo por “Lemonade”. Tendo perdido Melhor Filme Musical para um documentário dos Beatles e, no que soou como a perda mais significativa, Álbum do Ano para Adele.

O momento em que a cantora recebeu o prêmio de Melhor Álbum Urban Contemporâneo antecipou a nossa decepção, uma vez que, ao contrário das edições anteriores, o anúncio da categoria foi televisionado, seguido do discurso de uma Beyoncé que parecia ciente sobre o que estava por vir.

“Todos nós experimentamos dor e perda”, disse a cantora. “E muitas vezes não somos ouvidos. Minha intenção com esse filme e álbum foi criar uma obra que desse voz às nossas dores, nossa luta, nossa escuridão e nossa história. Confrontar problemas que nos deixam desconfortáveis”, continuou. 

Pra mim, é importante mostrar aos meus filhos imagens que reflitam sua beleza, então eles poderão crescer num mundo em que olharão no espelho, primeiramente através de sua própria família – bem como nos noticiários, Super Bowl, Olimpíadas, Casa Branca e no Grammy – e verão a si mesmos, sem duvidarem de que são lindos, inteligentes e capazes. Isso é algo que eu desejo para todas as crianças de todas as raças. E eu sinto que é vital que aprendamos com o passado e reconheçamos nossa tendência de repetir os mesmos erros.


Para contextualizar o momento atual e ilustrar que essa discussão é mais ampla que qualquer comparação entre os trabalhos de Beyoncé e Adele – bem como quando conflitos semelhantes aconteceram com Beck e Taylor Swift – é importante ressaltarmos que estamos falando de uma premiação que, ao longo dessa década, não premiou nenhum artista negro na categoria de Álbum do Ano, e toda a história se torna ainda mais problemática se fizermos um recorte de gênero, visto que a última mulher negra reconhecida nesta categoria foi a cantora Lauryn Hill, na edição de 1999.

Se tratando de Beyoncé, também assistimos ao modo cruel com que a Academia parece relembrá-la, apesar de seus privilégios enquanto rica e americana, da sua posição como uma artista negra, esnobando seu trabalho na mesma categoria em detrimento de um artista branco pela terceira vez, ainda que seu álbum tenha sido um dos mais relevantes, impactantes e aclamados do último ano.


Favorita da noite, a cantora Adele fez questão de reconhecer a grandiosidade de “Lemonade” em seu discurso de agradecimento, afirmando:

Eu não posso aceitar esse prêmio. Eu sou muito humilde e estou realmente grata, mas a artista da minha vida é Beyoncé. E esse álbum pra mim, ‘Lemonade’, é simplesmente tão monumental. Beyoncé, é tão monumental. E tão bem pensado, tão lindo e sincero, e todos nós pudemos ver um outro lado de você, que nem sempre nos deixa ver. Apreciamos isso. Todos nós, artistas, te adoramos. Você é a nossa luz.

Com a cantora aos prantos na plateia, Adele prosseguiu: “A forma como você faz eu e meus amigos nos sentirmos, a forma que você faz meus amigos negros se sentirem, é empoderadora. E você os faz se levantarem por eles mesmos. Eu te amo. Eu sempre te amei e continuarei amando.”


Após o discurso, a britânica ainda quebrou o troféu mais importante da noite, dizendo que metade seria de Beyoncé, e numa conversa com a imprensa mais tarde, questionou: “O que ela ainda precisa fazer para ganhar esse prêmio?”, e a resposta mais óbvia talvez seja “ser branca”.

Definitivamente, no álbum “Lemonade”, Beyoncé fez mais que um disco urbano. Indo do country ao rock, a cantora reuniu um verdadeiro time que permitiu tamanha diversidade dentro do disco e, mesmo com tanta variedade sonora, entregou um álbum coeso, completo e, inquestionavelmente, um dos melhores trabalhos de 2016. 


Durante um discurso de agradecimento no Emmy Awards, a atriz Viola Davis afirmou que a única diferença entre as artistas brancas e negras são as oportunidades, e, se pudéssemos acrescentar algo, também falaríamos sobre a cobrança exacerbadamente desproporcional ao que esperam e se mostram satisfeitos quanto aos trabalhos de artistas brancos.

Enquanto negra, sempre exigirão que Beyoncé seja três ou quatro vezes maior que artistas brancas caso queira algum reconhecimento e, ainda que esse momento nunca chegue, esperarão que ela, outros artistas negros e seus respectivos públicos se conformem com o que estiverem dispostos a nos oferecer. É sempre a mesma merda do copo meio vazio e ai de quem reclamar. É a letra de “Backlash Blues”, da Nina Simone, se provando cada vez mais atual, real, violenta e cruel.


Na edição desse ano, o Grammy lidou com o boicote de artistas como Frank Ocean e Kanye West, que não concordam com as últimas escolhas e posicionamentos da premiação, e após tamanho desrespeito com o trabalho de Beyoncé, bastante simbólico e agressivo para toda a classe artística negra, nosso desejo é que outros artistas despertem o mesmo descontentamento com esse e outros eventos que seguem os usando para entretenimento, enquanto se negam a reconhecê-los pelos grandes trabalhos que fazem.

Se há algum tempo lidamos com o #OscarSoWhite, já passou da hora de também confrontarmos o Grammy “too white to be Yoncé”.

Os Grammys de Beyoncé dizem muito sobre o problema racial da premiação

Não é de hoje que, ao debatermos os problemas raciais em torno do Grammy, surgem pessoas questionando onde fica o racismo quando a premiação premia artistas como Beyoncé, Jay Z, Alicia Keys, entre outros, e prestes a assistirmos à mais uma edição do evento, temos aqui a resposta.

Frank Ocean critica o racismo do Grammy: “Meu maior tributo é ficar fora disso”

Na edição desse ano, Beyoncé é uma das artistas mais indicadas, por conta dos trabalhos com o disco “Lemonade” e voto de confiança da sua gravadora, que tentou nomeá-la até mesmo para a categoria country, por conta da faixa “Daddy Lessons”, mas a cantora possui grandes chances de terminar a noite sem o gramofone mais importante, de ‘Álbum do Ano’, graças a um histórico muito perceptível na sua estante de prêmios.



Sendo uma das maiores ganhadoras de Grammy da indústria atual, Beyoncé ostenta nada menos do que 20 prêmios da academia, entretanto, basta olhá-los com mais calma para perceber o detalhe assustador: na maioria das vezes em que compete com artistas brancos, a cantora perde, tendo apenas três prêmios dentro de categorias gerais.

Com exceção do prêmio técnico ‘Best Surround Sound Album’, de “Beyonce” (Grammy de 2015), ‘Melhor Vocal Pop Feminino’ de “Halo” (2010) e ‘Música do Ano’ de “Single Ladies” (2010), todos os outros gramofones de Beyoncé estão nas categorias dedicadas ao hip-hop e R&B, há anos utilizadas como uma forma da academia – e outras premiações – separar os artistas negros dos seus favoritos brancos, numa forma de reconhecer o talento dos primeiros, enquanto permanecem com o privilégio dos segundos.



A discussão em torno da segregação racial dentro do Grammy acontece há muito tempo e, nos últimos anos, artistas como Azealia Banks, Kanye West, J. Cole e Frank Ocean foram alguns dos que já se posicionaram sobre o assunto, mas na mesma medida em que esses debates avançam, percebemos o quanto ainda estamos longe de atingir um ponto de equidade, com ênfase para as edições dos últimos três anos, nas quais percebemos o crescimento de artistas brancos nas ditas categorias negras, perceptível favoritismo aos brancos que fazem R&B e hip-hop e até mesmo exclusão de negros entre as apostas e revelações do ano. 



Cientes da cobrança cada vez maior em torno dessas premiações, como foi o caso do Oscar, que lidou com a campanha ‘Oscar So White’ (Oscar Tão Branco, em português), a edição do Grammy desse ano se empenhou em refletir certa diversidade: Beyoncé é a artista mais indicada e, numa tentativa de reparar o erro de suas edições anteriores, o evento dedicará um prêmio de honra para Nina Simone, que nunca ganhou um Grammy em vida. O cantor Prince, que conquistou apenas quatro gramofones ao longo de sua carreira, também será homenageado.



Em 2017, nossa atenção fica para as categorias de Álbum, Gravação e Música do Ano, majoritariamente disputadas por Adele e Beyoncé, bem como Artista Revelação, que traz os artistas negros Chance The Rapper e Anderson Paak, ao lado de The Chainsmokers, Kelsea Ballerini e Maren Morris.



O Grammy Awards 2017 acontece na noite desse domingo (12), com transmissão ao vivo no Brasil pela TNT, e ficamos na expectativa de tê-los assumindo uma postura diferente dos anos anteriores. Já deu de ver artistas negros sendo desvalorizados por conta de trabalhos brancos muitas vezes superestimados.

Frank Ocean critica o racismo do Grammy: “Meu maior tributo é ficar fora disso”

Na noite desse domingo (12) acontece mais uma edição do Grammy Awards e, apesar de contar com alguns dos melhores lançamentos do último ano entre seus indicados, a academia não terá a oportunidade de premiar o cantor Frank Ocean por seu maravilhoso “Blonde”.



A decisão partiu do próprio Ocean, que não se vê representado pelo evento, e apesar de muitos apontarem o boicote da academia, visto que, como já fizeram outras vezes, poderiam considerar o disco elegível mesmo assim, o cantor não parece interessado no seu gramofone. E o motivo é simples: o racismo que ainda persiste dentro da premiação.

Faltando pouco para o evento acontecer, entretanto, as discussões reascenderam por conta dos produtores da premiação, David Wild e Ken Ehrlich, que deram uma entrevista para a Rolling Stone, na qual recordam o episódio com Frank e afirmam que sua recusa ao Grammy está relacionada à performance que ele fez em 2013.

Frank tinha uma ideia muito definida sobre o que e como ele queria fazer isso [a performance de ‘Forrest Gump’, em 2013]. Ken disse que ‘isso não é bom para a TV’, e o que ele disse foi ‘Nós não estamos colocando isso num programa de rádio... Você tem que tornar isso grandioso para a TV’”, relembrou David. “Ele sabia desde o início que esse não seria seu caso.

“Ele foi rígido”, continuou Ken. “Nós executamos sua visão sabendo que era defeituosa. Seus sentimentos sobre o Grammy hoje provavelmente estão ligados à isso.”



Em seu Tumblr, o cantor de “Nikes” respondeu aos comentários por meio de uma carta aberta, na qual ressalta que seu desinteresse pelo Grammy vai além de motivos pessoais, criticando o racismo e privilégio branco por trás da premiação do álbum “1989”, da Taylor Swift, na edição em que concorria com “To Pimp A Butterfly”, do rapper Kendrick Lamar.

Leia a carta traduzida na íntegra abaixo:

“Certo, Ken (e David). Por mais que eu odeie torna-los famosos ou mesmo responde-los diretamente, todos vamos morrer um dia e vocês já estão velhos pra caralho, então que se foda. 

Sim, minha performance de 2013 no Grammy foi absolutamente ruim. Dificuldades técnicas, bla bla bla. Obrigado por me lembrarem. Muito obrigado. Mas que se foda essa performance. Vocês acham que é por isso que eu deixei meu trabalho fora do Grammy neste ano? Não acham que eu teria aceitado tocar no evento para me ‘redimir’ se fosse o caso? 

Na verdade, eu queria participar da homenagem ao Prince, mas depois percebi que meu melhor tributo ao legado desse homem seria continuar sendo eu mesmo fora disso e bem sucedido. Vencer um programa de TV não me consagra bem sucedido. E levei algum tempo para aprender isso. Eu comprei todos meus mestres no ano passado, no auge da minha carreira, isso é ser bem sucedido. ‘Blonde’ vendeu um milhão de cópias sem uma gravadora, isso é ser bem sucedido. Eu sou jovem, negro, talentoso e independente... Esse é o meu tributo. 

Eu realmente andei assistindo a CBS durante essa época do ano para ver quem receberia a honra máxima, e sabem o que não é ‘bom para a TV’, caras? [Ver] ‘1989’ ganhando de ‘To Pimp A Butterfly’ na categoria de álbum do ano. Sem comentários para um dos momentos mais ‘defeituosos’ que eu já vi na TV. Acredite nas pessoas. Acredite naqueles que preferem assistir às seletas performances do seu programa pelo Youtube no dia seguinte, porque seu evento dá sono. Use esse velho gramofone para ouvi-los de verdade, caras. 

Eu sou um dos melhores vivos e, se você estiver disposto a discutir sobre os problemas culturais e os danos causados pela premiação que vocês produzem, então estarei aqui para isso. Tenham todos uma boa noite.”

Se for para acrescentar algo, só desenhando, hein?



Com a indicação do álbum “Lemonade”, da Beyoncé, ao lado do “25”, da Adele, na categoria ‘Álbum do Ano’, a edição do Grammy desse ano tem grandes chances de repetir a mesma polêmica da anterior, visto que um dos discos carrega não só o apreço crítico, como também um importante contexto questionador e político, enquanto o outro tem um dos maiores hits de sua intérprete, em tempo que, apesar da aclamação crítica, não reflete a grandiosidade dos seus trabalhos anteriores.

Afinal, é verdade que a M.I.A. influencia Madonna, Beyoncé e Rihanna?

Beyoncé fez a sua parte e, com o disco “Lemonade”, propôs uma longa discussão sobre questões sociais, incluindo a importância da representatividade – termo esse bastante utilizado quando a cantora se apresentou no Super Bowl, vestida em homenagem às Panteras Negras, ao som da protestante “Formation” – mas toda essa história de empoderamento parece não ter o mesmo peso para seus fãs quando o assunto são as minorias do Oriente Médio.

De uns dias pra cá, você provavelmente viu o nome de M.I.A. por sua timeline e, se não foi com essas palavras, encontrou alguma manchete sensacionalista bem semelhante: ela acusou Beyoncé, Rihanna e Madonna de roubarem o seu som.

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Já acostumados com a necessidade dos grandes veículos em conseguirem cliques por meio de covardes distorções, fomos saber o que a rapper disse, de fato, e a declaração completa, dada numa entrevista para a Q Magazine, foi essa aqui:
“Eu estou bem em ter Madonna, Beyoncé ou Rihanna se ‘inspirando’ no meu trabalho, mas eu gostaria que elas chegassem e, ‘Gente, essa imigrante que veio de lugar nenhum nos influenciou, então talvez nem todos os imigrantes sejam terríveis pra caralho’. Mas elas não pensam assim, então chegam e, ‘Talvez ela não se incomode se eu roubar essas coisas. Ela deveria ficar grata por nos ter roubando isso’”, continuou. “Mas às vezes você pensa, ‘Porra, eu tenho que pagar minhas contas’, sabe?”
Não parando por aí, ela também disse: “Beyoncé veio de uma escola à la Michael Jackson, onde a família constrói um mundo inteiro para te apoiar desde quando era uma criança. Eu nunca tive esse luxo. (...) Sou como um pasto. Um modelo para estrelas pop criarem mais conteúdo. Nós constantemente alimentamos o topo da pirâmide”.

E, assim, começou a Terceira Guerra Mundial.

Gostem os fãs dessas cantoras ou não, a grande verdade é que a rapper não disse nenhuma mentira. E, inclusive, acrescentaríamos nessa lista alguns nomes masculinos, como Kanye West e Jay Z, que sempre pagaram muito pau para M.I.A., mas sua crítica é ainda mais complexa do que isso.

M.I.A. vem de uma família de refugiados do Sri Lanka e, desde o começo da sua carreira, enfrenta problemas com os Estados Unidos, que chegaram a negar sua entrada pelo conteúdo de suas músicas em 2006, época em que gravava o álbum “Kala”. Os empecilhos impostos pelo governo americano, entretanto, foram só mais um impulso pra que ela tocasse cada vez mais na ferida, e isso lhe rendeu alguns dos melhores momentos da sua carreira, como o icônico clipe de “Born Free” e, em trabalhos mais recentes, um dos melhores clipes de 2016, “Borders”.


Para um país presidido por um homem que tem como prioridade a construção de um muro que inviabilize a entrada de imigrantes pelo México, saber que algumas das suas maiores artistas bebem da fonte de uma artista que levanta a bandeira em prol dos refugiados é de uma significância imensa. Aquela tal da representatividade. E é sobre isso que M.I.A. está falando.

O grande problema, para a maioria, foi o fato dela trabalhar com nomes e cair justamente em cima de uma artista que tem feito um trabalho foda pelo movimento negro por lá, mas se a ideia era incomodar, é claro que ela se lembraria dos nomes maiores. E, outra vez, ela não mentiu – nem sequer aumentou a história.

Beyoncé, de quem M.I.A. já se disse fã, é uma artista que mudou bastante sua sonoridade e apelo visual ao longo dos últimos anos. Quem vê a cantora de “Irreplaceable”, mal consegue imaginá-la fazendo coisas como esse último disco, e essa mudança conversa bastante com o que a rapper de “Bad Girls” já vem fazendo há anos. Embora não seja algo tão explicito, essa influência respinga até mesmo na sua sonoridade, sendo um dos exemplos mais marcantes a canção “Run The World (Girls)”, do disco “4” (2011), que sampleia Major Lazer, projeto liderado por ninguém menos que Diplo, que tem como uma das suas maiores produções de sucesso “Paper Planes”, da M.I.A.


Em 2014, Beyoncé chegou a convidá-la para um remix da música “Flawless”, do seu álbum visual autointitulado, mas não aprovou a versão final da parceria e, no fim das contas, lançou a colaboração que conhecemos com Nicki Minaj. Como forma de protesto, M.I.A. publicou a sua edição pelo Soundcloud, intitulada “Baddygirl 2”, e incluiu também trechos da canção “Diva” como samples. 


Falando de Rihanna, traçar uma inspiração fica bem mais fácil. A cantora sempre conversou bem com a musicalidade de M.I.A., que vai do hip-hop ao reggae, e nos shows do começo de sua carreira, chegou a arriscar covers do mesmo hit mencionado acima, “Paper Planes” – faixa essa que também foi sampleada duas vezes por Jay Z; a primeira vez em “Swagga Like Us”, parceria com Kanye West e T.I. lançada em 2008, e na segunda em “Tom Ford”, do disco “Magna Carta” (2013). Um dos momentos mais próximos de M.I.A. na carreira de Riri foi a canção “Rude Boy”, que nos remete à rapper tanto na sua sonoridade quanto videoclipe:


Quando gravou o disco “ANTI”, Rihanna finalmente teve a oportunidade de dividir estúdio com M.I.A., porém, a parceria ficou entre as muitas descartadas desse álbum – que também contaria com a colaboração de Azealia Banks.


Encerrando o burn book de M.I.A., chegamos na Madonna. Assim como Beyoncé, a admiração entre a rapper e a Rainha do Pop era mútua, tanto que Madonna quis colocá-la em duas músicas do disco “MDNA”: o single “Give Me All Your Luvin’” e a canção “B-Day Song”. Mas as coisas mudaram desde o Super Bowl em que a rapper ousou mostrar o dedo do meio em plena transmissão ao vivo, se tornando alvo de duras críticas pela imprensa americana e, claro, da própria Madonna, que pulou fora do barco quando percebeu que, se desse merda, sobraria pra ela também.


Sem perder tempo, no disco “Rebel Heart”, Madonna surgiu ao lado de Diplo, com uma sonoridade bem próxima às canções de M.I.A. em músicas como “Autotune Baby” e “Body Shop”.



Nas palavras da própria Madonna, “imitação é a melhor forma de homenagem”.

Pelas redes sociais, não existe discurso de igualdade, liberdade e representatividade que supere a irremediável necessidade de defender as divas do pop, mas se tem uma coisa que M.I.A. sabe fazer tão bem quanto música, é incomodar pelas razões corretas. 

Infelizmente, tudo isso é assunto demais pra quem pode simplesmente jogá-la contra meia dúzia de cantoras e deixar que a internet cuide do resto, mas pra quem está há anos batendo de frente contra o boicote de grandes organizações, qual a relevância de uma série de ofensas pelo Twitter?

Beyoncé já pode samplear essas frases de Chimamanda Ngozi Adichie em suas próximas músicas

Nosso primeiro contato com o trabalho de Chimamanda Ngozi Adichie aconteceu quando Beyoncé sampleou um de seus discursos, para a música “Flawless”, do álbum “Beyoncé” (2013), mas sua jornada no ativismo negro e feminista é longa, incluindo livros como “Americanah” e “Sejamos Todos Feministas”, e em uma de suas recentes aparições na imprensa, Chimamanda maravilhosamente colocou um jornalista em seu lugar, enquanto discutia a eleição de Donald Trump à presidência dos EUA.



No jornalístico BBC Newsnight, a escritora nigeriana dividiu a bancada com R. Emmet Tyrell, editor-chefe da revista American Spectator, e quando o senhor tentou sair em defesa de Trump, afirmando que o atual presidente dos Estados Unidos nunca foi racista, Chimamanda o respondeu de uma forma tão clara e objetiva, que amaríamos tê-la sampleada em todas as músicas de Beyoncé daqui para frente.
Me desculpe, mas se você é um homem branco, não tem que definir o que é racismo. Realmente não tem”, explicou. “Você não tem que sentar aqui e dizer que ele não foi racista, quando, obviamente, ele foi. E não é sobre a sua opinião. Racismo faz parte da realidade, e Donald Trump está habituado a ela.
Tyrell tentou questioná-la, afirmando que ela estava defendendo uma teoria marxista que, por sua vez, não permitiria sequer que ele abrisse a boca, e ela quase desenhou:
Não, com certeza você pode. O que estou te dizendo é que Donald Trump tem nos mostrado e tem dito coisas que são objetivamente racistas.
Vem, remix de “Formation”, por favor! Assista ao momento exato dessa discussão abaixo:



O melhor é que ela sequer olha para a cara de Tyrell e, quando ele cita a teoria marxista, ainda revira os olhos, hahaha. Maravilhosa! O debate completo pode ser assistido abaixo:

10 clipes pop para começar uma revolução

Se engana quem pensa que a política e cultura pop não andam de mãos dadas. De Madonna lutando contra estereótipos machistas e sexistas a Beyoncé levantando a bandeira da luta contra o racismo, foram muitas as vezes que o discurso de resistência se encontrou na música e, cá entre nós, nada melhor do que um bom refrão e puta videoclipe para espalhar uma mensagem tão importante, não é mesmo?


Em tempos que omissão se torna tão prejudicial quanto um mau posicionamento, aproveitamos o espaço tão amplo que construímos aqui no blog para relembrar alguns dos videoclipes que trazem essa proposta de luta contra as opressões, lembrando-os de quem são os inimigos e, claro, que não devemos deixar de lutar por nossos direitos jamais.


Madonna, “American Life”

Madonna nunca foi das mais sutis quando sua intenção era criticar algo. Entretanto, quando idealizou “American Life”, um manifesto anti-fashionista contra as guerras, ela talvez não esperasse que sua parceria com o diretor Jonas Akerlund fosse de encontro com a invasão americana ao Iraque. O clipe sofreu censura e chegou a ser removido dos canais oficiais da cantora, embora seja um dos seus vídeos mais relevantes.


M.I.A., “Borders”

Num dos melhores clipes desse ano, M.I.A. foi contra todas as convenções, mais uma vez, ao encarnar a líder de grupos de refugiados no clipe de “Borders”, lançado em meio às discussões dos supostos ataques terroristas na França.  Outro clipe dela que vale a menção é “Born Free”, do disco “/\/\/\Y/\”.


Brooke Candy, “Paper or Plastic”

Também entre os destaques desse ano, a volta de Brooke Candy dividiu opiniões pelas mudanças na estética de seu trabalho, mas continuou tão inquieta e agressiva quanto os materiais anteriores. “Paper or Plastic” traz ela e outras mulheres dando início a uma revolução contra o patriarcado.


Beyoncé, “Formation”

E falou em feminismo, chega Beyoncé. A maior ativista que você respeita, levantou as bandeiras do feminismo e movimento negro com o disco “Lemonade”, dando sequência ao discurso que abordou pelas beiradas ou de forma indireta, em trabalhos como “Run The World (Girls)” e “Single Ladies”. “Formation” tem Beyoncé se posicionando contra a violência policial com a população negra, chamando todas as mulheres negras pra entrarem em formação.


Lady Gaga, “Born This Way”

E o que você faz quando vive numa sociedade que não te aceita como realmente é? No caso de Lady Gaga e sua ode a autoaceitação, constrói uma nova. “Born This Way” é uma das maiores e mais significativas produções visuais de Gaga, abordando vertentes como o feminismo e a luta LGBT+, e traz a cantora como a mãe de uma nova geração. Esse é o manifesto da chamada “mãe monstro”.


Adam Lambert, “Never Close Our Eyes”

Entrando em um contexto fictício, “Never Close Our Eyes” é um dos melhores clipes da carreira de Adam Lambert, e se inspira nos clássicos distópicos da literatura, como “1984”, do George Orwell, e “Admirável Mundo Novo”, do Aldous Huxley, colocando-o dentro de uma prisão que controla mais do que sua liberdade e, daí em diante, incitando uma grande rebelião contra o sistema.


Halsey, “New Americana”

Agora bebendo de referências modernas de distopias, como “Jogos Vorazes” e “Divergente”, quem também se prepara para quebrar o sistema é Halsey, no clipe de “New Americana”. A produção traz a cantora como membro de um grupo secreto, que sobrevive de forma independente e se prepara para um eventual combate. Eis que o local é invadido e começam uma verdadeira caça às bruxas.


Emicida, “Boa Esperança”

Tem clipe nacional também. O rapper Emicida tocou em inúmeras feridas com seu último disco, “Sobre crianças, quadris, pesadelos e lições de casa...”, e um dos clipes mais expressivos neste sentido é “Boa Esperança”, no qual o rapper lidera uma revolta dos empregados, negros, contra seus patrões, brancos. Todo o conceito é bastante semelhante ao clipe “GOMD”, do J. Cole, que também merece uma menção na lista.


Kendrick Lamar, “Alright”

Ainda no rap, não dá pra falar em música e revolução da atualidade, sem lembrar de Kendrick Lamar e seu impactante “To Pimp a Butterfly”. O favorito do hip-hop de 2015 rendeu muito assunto e, no clipe de “Alright”, volta a abordar a violência policial, com uma grandiosidade visual de encher os olhos.


Kanye West X Jay Z, “No Church In The Wild”

Pra fechar a lista, ficamos com “No Church In The Wild”, do projeto Watch The Throne, de Kanye West e Jay Z. Nesse, a dupla nos coloca no meio de um puta protesto, repleto de brutalidade vinda da polícia e devolvida pelos manifestantes. Incômodo e certeiro, como deve ser.


Lembrou de algum clipe que merecia uma menção por aqui? Conta pra gente nos comentários! Aos interessados, disponibilizamos uma edição estendida da playlist no Spotify. E não se esqueça: temer jamais. Não há conquistas sem lutas. 

Maior plataforma ativista: Tidal fará novo evento beneficente com Beyoncé e Nicki Minaj

O Tidal, serviço de streaming do JAY Z, vai promover um show em prol de fundações de caridade, como a Robin Hood Foundation e outras que ainda serão anunciadas. Intitulado de "Tidal X: 1015", o evento acontecerá no dia 15 de outubro, no Barcley's Center, em Nova York. 


Este é o segundo evento beneficente organizado pelo serviço. No ano passado, o "Tidal X: 1020" reuniu os maiores nomes do hip-hop e destinou os lucros (1,5 milhão de dólares) à New World Foundation, "uma organização sem fins lucrativos dedicada a promover as relações comunitárias positivas e uma sociedade mais justa", segundo eles disseram na página do evento.

O show será transmitido exclusivamente pelo Tidal e contará com performances de Alicia Keys, Bebe Rexha, Beyoncé, DNCE, Lauryn Hill, Nicki Minaj e muitos outros!

10 fotos da Blue Ivy, a filha da Beyoncé, para mostrar que feio é o seu racismo

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Beyoncé quebrou tudo no último MTV Video Music Awards, com uma apresentação que levou ao palco da premiação um pouquinho do seu novo disco, “Lemonade”. 

Mas, além da sua música, a cantora também levou para o evento sua filha, Blue Ivy, e terminou surpreendida por uma triste reação do público pela internet, que distribuiu comentários racistas e discriminatórios contra a menina, que só tem quatro (!) anos, tanto de maneira explícita, com ofensas e associações com animais, à implícita, como “mas ela é feia e essa é a minha opinião”.

Antes de mais nada, esclarecemos então:  preconceito, discriminação e racismo não são questões de opinião. A liberdade de expressão, inclusive, não se aplica aos valores que você tenta aplicar aos outros, partindo da ideia de que “beleza” é algo subjetivo e, infelizmente, fortemente influenciado por padrões sociais, que historicamente supervalorizam características eurocêntricas, que a menina Blue Ivy não tem e nem precisa ter.

Como uma imagem vale mais do que mil palavras, separamos então 10 fotos da filha de Beyoncé e Jay Z, para deixarmos claro que feio é o seu preconceito.

Blue Ivy já chegou ao mundo destinada à comandá-lo, assim que a rainha não estiver mais apta a seguir com as suas funções. 


E, quando cresceu, as pessoas começaram a falar que “ela se parece demais com o Jay Z”. Bem, ele é o seu pai, ela não iria se parecer com o Kanye West, né?


E, sério, OLHA PARA ESSA MENINA LINDA!


Nessa imagem, do tapete do VMA, podemos ver um ícone fashionista contemporâneo e a Beyoncé.


Beyoncé que, inclusive, vem pegando várias dicas de moda com a filha.


E dicas sobre como quebrar a internet também.


Não há o que questionar...


Blue Ivy é uma criança MARAVILHOSA.


E você deveria pensar duas vezes...


...antes de tentar ofender a próxima suprema.


– Obrigado por esse post, It!

Liquidoncé: “Lemonade”, da Beyoncé, está por quase a metade do preço no Brasil

A internet já não aguenta mais ser quebrada pela Beyoncé, que nesse ano lançou o álbum visual “Lemonade”, com músicas como “Formation” e “Sorry”, além de parcerias com Jack White, James Blake, Kendrick Lamar e The Weeknd, e se você ainda não teve a oportunidade de adquirir o último disco da cantora, esse é o momento.

Como você sabe, “Lemonade” só foi disponibilizado para streaming no Tidal, sem qualquer previsão de chegada aos outros serviços, como Spotify e Apple Music, mas também foi enviado às lojas e, no Brasil, ganhou um descontão nas lojas Americanas, saindo por R$32,99 no kit CD + DVD. EU DISSE R$32,99 COM O CD E DVD. (Parei, DSCLP!)


A gente não sabe até quando essa limonada estará em promoção, mas, anteriormente, o kit ‘Disco do Ano’ estava saindo por R$54,99, o que faz esse novo preço parecer bem atraente, né?

Boatos que os primeiros a comprarem o disco poderão concorrer a viagens gratuitas pela Jay Z Airlines, companhia nova que está chegando no Brasil...

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Tony Bennett ataca novamente: músico quer trabalhar com a Beyoncé

Aos 90 anos, Tony Bennett parece mais ligado nas cantoras pop do que qualquer outra pessoa. O músico planeja voltar aos estúdios com Lady Gaga no ano que vem, para o sucessor do disco “Cheek To Cheek”, e depois de uma lista que, entre outros nomes, conta com colaborações de Amy Winehouse e Christina Aguilera, o cantor já sabe quem é a sua próxima parceria dos sonhos: a vítima da vez será a Beyoncé.

É claro que Bennett é talentosíssimo e todas suas parcerias com essas cantoras se tornam uma oportunidade de as vermos bem distante das suas zonas de conforto, mas, gente, imagina se a Bey se apega ao jazz, como rolou com a Lady Gaga, e dá uma sumida por uns anos? A gente paga a internet pra assistir álbum visual todo ano.

Tony revelou sua nova parceria dos sonhos numa entrevista ao Today Show, afirmando: “Eu gosto daquela Beyoncé. Ela é formidável e sempre muito cuidadosa.”


No disco “Lemonade”, lançado nesse ano, a hitmaker de “6 Inch” investe em diversas sonoridades distantes do seu pop e R&B, como country (“Daddy Lessons”) e rock (“Don’t Hurt Yourself”), mas confessamos que seria uma mistura interessante tê-la fazendo jazz, mas que não seja pra sempre. E nem por muitos anos. Na verdade, uma só música já nos deixa feliz. Nunca te pedimos nada, Tony.

Depois de post no Buzzfeed, Sia descobre o meme do “Cativeiro da Beyoncé” e a internet vai à loucura

Os brasileiros são as melhores pessoas da internet e disso ninguém duvida, mas temos que concordar que algumas das nossas brincadeiras são muito particulares e, quando chegam aos olhos e ouvidos dos gringos, causam certo estranhamento.

Um exemplo maravilhoso disso é o meme do “Cativeiro da Beyoncé”, que foi parar nessa sexta-feira (29) no Buzzfeed americano e, pouco tempo depois, chegou aos ouvidos da própria Sia, que parece ter curtido a brincadeira.

Pra quem não sabe, depois que a cantora de “Chandelier” deu uma entrevista à Rolling Stone, falando sobre um “acampamento de compositores” feito pela Beyoncé, durante o processo de produção dos seus discos, os brasileiros começaram uma teoria da conspiração na zoeira, afirmando que Beyoncé nunca a liberou do seu acampamento, mantendo-a em cárcere privado. Isso explicaria, por exemplo, o fato dela não mostrar o rosto nos seus novos trabalhos: na real, NÃO É A SIA! Hahahahahah!



Essa brincadeira sempre rende boas risadas por aqui e, como todo bom meme, já teve de tudo: GIFs com a Gretchen, Tulla Luana e Britney Spears, zoeiras com vídeos e tweets da Beyoncé e Sia, além de, numa ação mais recente, um episódio sensacional da websérie “Disk Duny”, no qual tentam resgatar a australiana.

Toda a história só chegou no Buzzfeed depois de uma conversa do Ryan Broderick, do site americano, com o José Gaspar, do Buzzfeed Brasil, e, antes de escrever para o site, Ryan chegou a mostrar sua descoberta no Twitter: “Se vocês pesquisarem ‘Cativeiro da Beyoncé’ vocês terão uma série de tweets afirmando que Beyoncé sequestrou a Sia e a força a escrever suas músicas todo dia”.


É claro que isso se tornou uma razão para os brasileiros pirarem ainda mais e, na mesma rede social, começaram a explicar sobre o meme para ele, além de dividir outras de nossas brincadeiras. Só que tudo isso foi mais longe do que o próprio Ryan esperava.

No Buzzfeed, o jornalista mostrou vários exemplos do meme, contando também a sua origem, como aprendeu com o José Gaspar, e o link chegou até a Sia, que não comentou a brincadeira, mas republicou a matéria em seu próprio Twitter! Hahahahahaha, isso só melhora.


Um ponto que preocupou os fãs, é a possibilidade da Beyoncé não curtir muito toda a zoeira e desistir de vir ao Brasil ou qualquer coisa assim, afinal, por mais engraçado que seja, o meme, na verdade, diz que ela não compõe e obriga alguém a fazer isso escondido, né? E essa história de “ghost writer” é algo que sempre rende uns momentos desconfortáveis, principalmente com artistas femininas no hip-hop.

O bom é que, depois dessa história ter ido tão longe, Sia pode, enfim, esperar por sua sonhada liberdade. Imagina a emoção dela ao saber que, nesse tempo que esteve presa, ela chegou ao #1 da Billboard?!

Parabéns, Brasil! Nós conseguimos de novo!


VMA 2016: Beyoncé, Adele e Drake lideram as indicações, saiba quais são nossas apostas!

Começou a contagem regressiva, gente!


A premiação musical que hoje você mais respeita, MTV Video Music Awards, revelou no começo de tarde dessa terça-feira (26) a lista completa de indicados da sua próxima edição, que acontecerá no dia 28 de agosto, e, com algumas surpresas, os líderes de indicações foram Beyoncé, Adele e Drake.

Beyoncé coleciona 11 indicações no VMA desse ano, sendo esse o recorde de toda a sua carreira, e precisa ganhar apenas cinco deles para superar a Madonna na lista de artista mais premiado pelo astronauta da MTV. O reconhecimento da cantora veio por conta do disco “Lemonade”, que foi indicado por seu filme e clipes individuais, incluindo “Formation”, que concorre à Clipe do Ano.



O hype da Adele não acaba e, sendo a segunda mais indicada, a britânica concorre pelos clipes “Hello” e “Send My Love”. Ficamos meio putos porque, ainda que tenha grandes números e seja uma ótima artista, Délinha nunca fez um clipe FODA, né? Mas tá aí, marcando presença, porque a emissora não ignoraria a rainha do Reino Unido.

As aparições de Drake se dão por conta de “Hotline Bling”, que não chegou a tempo do VMA do ano passado, e também pega carona em “Work”, com a Rihanna. Talvez fosse mais indicado, se “One Dance” já tivesse ganhado o seu vídeo, mas não foi dessa vez.



Uma das surpresas é a aparição de “M.I.L.F. $”, da Fergie, que é um clipe INCRÍVEL, mas foi lançado fora da data de corte e, ainda assim, foi lembrado pela MTV, mas apenas em duas categorias técnicas. Outra surpresa já era esperada por nós: a indicação de “Famous”, do Kanye West, para Clipe do Ano – o rapper também aparece com o mesmo vídeo em Melhor Clipe Masculino.

Confira a lista completa com as nossas apostas e alguns comentários abaixo: 


Vídeo do Ano

“Hello” – Adele
“Formation” – Beyoncé
“Hotline Bling” – Drake
“Sorry” – Justin Bieber
“Famous” – Kanye West

Já pensou a loucura que seria se “Famous” ganhasse? Mas a MTV não quer o Kanye West com outro discurso de quinze minutos, é claro que não. Levando em consideração que “Hello” não tem nada demais e “Sorry” já começou a perder o hype, a disputa fica entre “Formation” e “Hotline Bling”. Queríamos Beyoncé, mas apostamos no Drake.

Melhor Vídeo Feminino

“Hello” – Adele
“Into You” – Ariana Grande
“Hold Up” – Beyoncé
“Work” – Rihanna ft Drake
“Cheap Thrills” – Sia

A justiça foi feita com “Into You”! Estávamos bastante preocupados em não ter a Ariana Grande lembrada pelo ótimo trabalho que vem fazendo com o disco “Dangerous Woman”. De todas, só não torcemos pra “Hello”, porque, hello, o que esse clipe tem demais, gente? Nossa aposta é “Work”.

Melhor Vídeo Masculino 

“Don’t” – Bryson Tiller
“This Is What You Came For” – Calvin Harris ft. Rihanna
“Hotline Bling” – Drake
“Famous” – Kanye West
“Can’t Feel My Face” – The Weeknd

Pode entrar, Drake!

Melhor Vídeo Pop

“Hello” – Adele
“Formation” – Beyoncé
“Hotline Bling” – Drake
“Sorry” – Justin Bieber
“Wild Things” – Alessia Cara
“Into You” – Ariana Grande

“Se não for pra ganhar Vídeo do Ano, eu nem vou”, disse Formation. A gente aposta em “Sorry”.

Melhor Vídeo Hip-Hop

“Watch Out” – 2 Chainz
“Don’t” – Bryson Tiller
“Angels” – Chance The Rapper
“Panda” – Desiigner
“Hotline Bling” – Drake

I KNOW WHEN THAT HOTLINE BLING 🎶


Melhor Colaboração

Beyoncé feat. Kendrick Lamar – “Freedom”
Fifth Harmony feat. Ty Dolla $ign – “Work From Home”
Ariana Grande feat. Lil Wayne – “Let Me Love You”
Calvin Harris feat. Rihanna – “This Is What You Came For”
Rihanna feat. Drake – “Work”

Todos sabem que a melhor colaboração daí é “Freedom”, da Beyoncé com o Kendrick Lamar, mas nossa aposta fica para “Work From Home” (!), porque artista com fãs adolescentes é aquela desgraça injusta de sempre.

Melhor Vídeo de Rock

All Time Low – “Missing You”
Coldplay – “Adventure of a Lifetime”
Fall Out Boy feat. Demi Lovato – “Irresistible”
twenty one pilots – “Heathens”
Panic! At The Disco – “Victorious”

Com o hype de “Suicide Squad”, esse VMA tem tudo pra ser de “Heathens”, do twenty one pilots.

Melhor Vídeo Eletrônico

Calvin Harris & Disciples – “How Deep Is Your Love”
99 Souls feat. Destiny’s Child & Brandy – “The Girl Is Mine”
Mike Posner – “I Took a Pill in Ibiza”
Afrojack – “SummerThing!”
The Chainsmokers feat. Daya – “Don’t Let Me Down”

DON'T LET ME DOWN, WHOOOA OH 🎶


Melhor Vídeo Longo

Florence + The Machine – “The Odyssey”
Beyoncé – “Lemonade”
Justin Bieber – “PURPOSE: The Movement”
Chris Brown – “Royalty”
Troye Sivan – “Blue Neighbourhood Trilogy”

Escolher entre Beyoncé e Florence + the Machine chega a ser um desrespeito com a nossa religião, mas levando em consideração que ela inventou os álbuns visuais (brinks), esse prêmio PRECISA ser de “Lemonade”.

Melhor Artista Novo

Bryson Tiller
Desiigner
Zara Larsson
Lukas Graham
DNCE

A gente aposta na Beyoncé.

Melhor Direção de Arte

Beyoncé – “Hold Up”
Fergie – “M.I.L.F. $”
Drake – “Hotline Bling”
David Bowie – “Blackstar”
Adele – “Hello”

É meio frustrante ver que “M.I.L.F. $” foi tão mal explorado nesse VMA, já que merecia algumas indicações mais importantes (nem Vídeo Feminino, MTV?), mas, pela chuva de referências e qualidade como um todo, apostamos em “Hold Up”, da Beyoncé.

Melhor Coreografia

Beyoncé – “Formation”
Missy Elliott feat. Pharrell – “WTF (Where They From)”
Beyoncé – “Sorry”
FKA twigs – “M3LL155X”
Florence + The Machine – “Delilah”
#JUSTICEFORSENDMYLOVE

Imagina que louco se a Beyoncé ganhar por um clipe e o Kanye preferir o outro?

Melhor Direção

Beyoncé – “Formation”
Coldplay – “Up&Up”
Adele – “Hello”
David Bowie – “Lazarus”
Tame Impala – “The Less I Know The Better”

Eles não deixariam Adele sair de mãos vazias.

Melhor Fotografia

Beyoncé – “Formation”
Adele – “Hello”
David Bowie – “Lazarus”
Alesso – “I Wanna Know”
Ariana Grande – “Into You”

Beyoncé.

Melhor Edição

Beyoncé – “Formation”
Adele – “Hello”
Fergie – “M.I.L.F. $”
David Bowie – “Lazarus”
Ariana Grande – “Into You”

Beck. (Calma, Kanye, brincadeira!)


Melhores Efeitos Visuais

Coldplay – “Up&Up”
FKA twigs – “M3LL155X”
Adele – “Send My Love (To Your New Lover)”
The Weeknd – “Can’t Feel My Face”
Zayn – “PILLOWTALK”

Você já pensou no quão difícil é dançar e pegar fogo? Que The Weeknd leve pelo menos um VMA pelo hype passado. Apostamos em “Can’t Feel My Face”.

***



TAQUEPARIU, hein! Ainda não sabemos quais serão as performances e o apresentador desse VMA, mas algumas das especulações incluem Katy Perry, Britney Spears, Rihanna e Lady Gaga, o que significa que, se metade desses rumores se concluírem, essa será uma das melhores edições da premiação desde 2013 (obrigado, Miley).

E vale lembrar que, pelas próximas semanas, ainda deverá ser anunciado o artista homenageado na categoria “Michael Jackson de Artista Vanguarda”. Nossas apostas vão para Katy Perry, Jennifer Lopez e Taylor Swift.

Quem será a grande vencedora da noite e por que será a Beyoncé?

Querem resgatar a Sia do “Cativeiro da Beyoncé” no primeiro episódio da série “Disk Duny”

É por isso que a gente ama a internet! Estreou ontem (06) no Youtube a websérie “Disk Duny”, que será composta por curtas bem-humorados, relacionados a cultura pop, e em seu primeiro episódio, já contamos com uma aventura e tanto, na qual as protagonistas da animação tentam resgatar a Sia, que está presa no “Cativeiro da Beyoncé”.

Em pouco menos de três minutos, elas encontram a casa de Beyoncé e, depois de enganar a Blue Ivy, tentam salvar a compositora australiana. É claro que a Ms. Carter não deixa barato e, bem, aí você precisa assistir para entender (e rir com a gente):



“Caralho, Blue Ivy, tu é muito burra, cara!” Hahahahah! E o que foi a Sia cantando “Diamonds” no cativeiro? Rimos demais.

Pra quem está meio perdido com toda essa história, rolam diversas brincadeiras e teorias sobre Beyoncé prender a Sia, pra obrigá-la a compor para seus discos. Toda essa história começou depois que surgiram especulações sobre a cantora reunir compositores em um acampamento, no período em que trabalha os conceitos e possíveis canções de seus novos discos, facilitando o processo de criação e evitando possíveis vazamentos, já que tem todo o time reunido em um só lugar.

Com a Sia, tudo isso fica ainda mais legal, já que a australiana não mostra mais o rosto, deixando a dúvida se realmente é ela quem aparece nos programas de TV e shows, já que, até então, não sabemos se Beyoncé já a libertou outra vez. Brincadeiras à parte, também há bastante exagero em toda essa conversa, uma vez que Beyoncé e Sia trabalharam juntas pouquíssimas vezes e, por enquanto, só tiveram um hit em parceria, sendo esse “Pretty Hurts”, do álbum “Beyoncé”.

Pelos comentários do vídeo, o canal avisou que seu próximo resgate será de Lady Gaga e o disco “LG5”. Já queremos mais episódios de “Disk Duny” para ontem!

Os melhores álbuns do ano (até aqui)

Se você chegou até aqui com o pensamento de que 2016 não rendeu bons discos para uma lista como essa, precisa repensar o que andou ouvindo nos últimos seis meses.

Foi em janeiro que antecipamos nossos “30 discos mais aguardados do ano” e, entrando no segundo semestre de 2016, já estamos com vários deles entre nós. Neste momento, é muito importante pensar positivo e esperar que, daqui em diante, Rihanna não nos faça mais esperar vinte anos para um próximo disco, além de torcer pra que Beyoncé passe o resto de sua carreira lançando álbuns visuais  – prometemos fingir surpresa pelos próximos dez anos, pelo menos.

Esse ano foi, antes de qualquer coisa, um período e tanto para estreias de nos tirar o fôlego e, de quebra, ainda tivemos diversos artistas que nos fizeram deixar para trás qualquer impressão negativa que tenha ficado de seus trabalhos anteriores. O que é uma ótima coisa, por provar que não guardamos rancor e ainda nos garantir músicas bem interessantes para ouvirmos pelos próximos seis meses (e além).

Sinta-se livre para usar os comentários pra nos mostrar os seus favoritos (seja em ordem alfabética ou de sua preferência), bem como reclamar sobre aquele álbum, daquela cantora que foi friamente esnobado por nossa equipe. E não deixe de ouvir também todos os discos mencionados por aqui que você ainda não conheça, são todos imperdíveis.

OS MELHORES DISCOS DO ANO (ATÉ AQUI)


Gallant parece estar perdido em algum período entre as décadas de 80 e 90 – e isso é um elogio, caso se questione. Em seu álbum de estreia, “Ology”, o cantor apresenta um R&B sexy e classudo, que não se esforça para emplacar coisa alguma nos dias atuais, mas se preocupa em soar bem o suficiente para os fãs do gênero. Missão cumprida.

Pra testar: “Bourbon”, “Weight In  Gold” e “Open Up”.



Membro da A$AP Mob, que, entre outros nomes, também conta com o A$AP Rocky, o rapper A$AP Ferg levou a sua música para outro nível com o disco “Always Strive and Prosper”. No caminho contrário ao dancehall do Drake e rap-gospel de Kanye e Chance, “Strive” é um álbum majoritariamente eletrônico, no qual as rimas de Ferg são acompanhadas por ágeis arranjos, tornando-o um álbum favorito em potencial para os fãs de parcerias entre rappers e grandes DJs.

Pra testar: “Hungry Ham”, “Strive” e “New Level”.



Ainda que apresente certas similaridades com outros trabalhos lançados nos últimos anos, é inegável dizer que através de "Mind of Mine", ZAYN conseguiu se desprender da imagem teen que o seguia no 1D. Mostrando toda sua qualidade vocal entre baladas, midtempos e uptempos, que flertam desde o Pop, passando pelo R&B contemporâneo, até chegar no Alt-R&B (claramente influenciado por Frank Ocean e Malay Ho, que produziu ambos), o moço mostra nesse ótimo material de estreia, que não só tem muito potencial, como sair da boyband foi a decisão mais certeira de sua carreira.

Pra testar: “Pillowtalk”, “She” e “Wrong”.




O visual todo banda de rock, somado ao seu inexpressivo álbum de estreia, quase nos engana quanto ao potencial da boyband The 1975. No disco “I Like It When You Sleep, For You Are So Beautiful Yet So Unaware Of It”, entretanto, os caras se permitem explorar seu lado mais pop e o resultado é verdadeiramente animador, fazendo desse um disco dançante, cheio de nuances e com uma proposta oitentista contagiante.

Pra testar: “UGH!”, “Somebody Else” e “The Sound”.


A norueguesa que já vinha nos impressionando há algum tempo, Aurora, traz em seu disco de estreia, “All My Demons Greeting Me As A Friend”, temas obscuros, quase mórbidos, aliados a um instrumental quase sempre condizente e uma voz cristalina. Sua jornada musical está apenas começando, mas, de certo, a cantora tem um grande potencial e foi capaz de nos entregar um disco impecável. Estamos ansiosos para ver até onde ela pode ir.

Pra testar: “Running With The Wolves”, “Winter Bind” e “Warrior”.


Sucedendo o disco “Master Of My Make-Believe”, “99c” mostra os efeitos da música atual na sonoridade de Santigold que, numa discussão sobre o preço da arte, se permite reproduzir aquilo que tocam nas rádios. Essa é uma escolha arriscada, já que poderia fazer com que ela perdesse sua autenticidade, tornando-a “apenas mais uma”, mas basta ouvir o disco para saber que, desse risco, ela passou longe.

Pra testar: “Banshee”, “Chasing Shadows” e “Run The Races”.



A estreia viral de Baauer, com “Harlem Shake”, fez dele um dos nomes mais genialmente insuportáveis da nova EDM. Não é a toa que, no meio dessa ascensão, foi Diplo quem tratou de apadrinhar o cara. Anos após o seu smash hit, Baauer apresenta seu disco de estreia, “Aa”, com uma esforçada tentativa de inovar e se desvencilhar do hit viral, provando ser mais que um sucesso de internet.

Pra testar: “GoGo!”, “Sow” e “Temple (feat. MIA & G-Dragon)”.


Quando James Blake entra em ação, você precisa se preparar para ouvir a melhor e mais estranha música de toda a sua vida. O disco “The Colour In Anything” chega após sua participação no disco “Lemonade”, da Beyoncé, e entrega uma proposta bem mais ampla que seus primeiros trabalhos, embora mantenha características que o consagraram entre os fãs do seu alt-pop underground.

Pra testar: “Radio Silence”, “Choose Me” e “I Need A Forest Fire”.


O álbum “Hopelessness”, da britânica ANOHNI, definitivamente, não é para qualquer um. Da sua sonoridade à capa, na qual mistura o seu rosto com o Boy George que ilustra o disco de estreia do Culture Club (1982), esse é um álbum que provoca, toca em inúmeras feridas e, com seus arranjos, ora tímidos e contidos, ora agressivos, transforma todas elas em discursos poeticamente lindos, ainda que, na maioria dos casos, trágicos. Esse é um disco que, com todo o eufemismo do mundo, te fará cantarolar sobre assuntos que vão do transtorno de identidade de gênero à crise da AIDS que devastou toda uma geração queer.

Pra testar: “Drone Bomb Me”, “Execution” e “Why Did You Separate Me From The Earth?”.



Aquecendo o terreno para o seu novo disco, sucessor do impecável “Donker Mag”, o trio sul-africano Die Antwoord volta às raízes explosivas do seu álbum de estreia na mixtape “Suck On This”. Depois de fazer shows por várias partes do mundo, Yo-Landi, Ninja e DJ High-tek abrem o novo material zombando da forma que seus fãs pronunciam seu nome fora da África – “Soa estúpido pra caralho”, diz Ninja – e nos entregam uma verdadeira surra de seu rap eletrônico, contando, inclusive, com uma série de remixes que revitalizam músicas como “Pitbull Terrier”, “I Fink U Freeky” e “Enter Da Ninja”.

Pra testar: “Bum Bum”, “Gucci Coochie” e “Fok Julle Naaiers (God's Wicked Jungle Remix)”.


O disco de estreia do duo Majid Jordan é uma boa maneira de entendermos porque o rapper Drake não hesitou em contratá-los e, inclusive, colaborar algumas vezes com os caras (“Hold On, We’re Going Home” e “My Love”). No seu primeiro CD, a dupla de Toronto consegue ir do hip-hop ao pop realmente radiofônico, com uma sonoridade que remete aos trabalhos de nomes como The Weeknd, MNEK e Bruno Mars, além do próprio Drake, que parece ter trocado muitas figurinhas com os novatos.

Pra testar: “Pacifico”, “Something About You” e “King City”.


Ironia ou não, em seu primeiro disco autointitulado, a banda Fitz and The Tantrums foge por completo da sonoridade pela qual eram conhecidos. No terceiro registro da banda, com a produção do hitmaker em ascensão Jesse Shatkin (Sia, Fifth Harmony, Kelly Clarkson), eles miram no pop-de-festival, com refrãos certeiros, muitas palmas e arranjos verdadeiramente dançantes, sem perder o ar de frescor que sempre manteve o interesse do público em seus outros trabalhos. É despretensiosamente grandioso.

Pra testar: “Handclap”, “Complicated” e “Get Right Back”.


“Moth” significa “mariposa”, em inglês. Antes de ganhar asas, o inseto passa por um processo de metamorfose semelhante aos da borboleta, mas parece sofrer algum problema nesse caminho, tornando-se uma espécie diferente e com uma curiosa característica: ela é atraída pela luz, ainda que essa possa matá-la. Em seu terceiro disco, o duo Chairlift gosta de usá-la como uma metáfora sobre a vulnerabilidade humana, que se entrega às suas atrações, cientes dos riscos que poderão machucá-los mais do que gostariam. Tudo isso sob uma sonoridade pop fora do comum, repleto de coros, palminhas e sintetizadores, flertando com trip-hop e uma verdadeira variedade de gêneros.

Pra testar: “Ch-Ching”, “Crying In Public” e “Moth To The Flame”.


Os anos 80 voltam para os dias atuais com o disco “Matter”, da banda St. Lucia. Com um synthpop “para cima” e refrãos que fazem de cada uma dessas faixas, verdadeiros hinos para cantarmos a pleno pulmões, esse álbum é daqueles que nos fazem dançar sobre a maior decepção amorosa de nossas vidas e cresce a cada audição, sendo, de longe, uma das nossas maiores surpresas desse ano.

Pra testar: “Home”, “Help Me Run Away” e “Always”.


O pop roqueiro de garagem das meninas do HINDS e seu disco de estreia, “Leave Me Alone”, é o que provavelmente esperaríamos de uma parceria da Sky Ferreira com o HAIM. De Madrid para o mundo, o quarteto tem chamado a atenção das principais publicações alternativas americanas e, nesse álbum, imprime uma identidade instigante, que nos faz querer mais dessa sonoridade suja e descoordenada, acompanhada de letras tão pessoais. É um disco para se ouvir bêbado.

Pra testar: “Garden”, “Warts” e “Fat Calmed Kiddos”.



Para um artista que já tem toda uma carreira para chamar de sua, se reinventar pode ser um perigoso desafio, mas que Gwen Stefani soube tirar de letra no álbum “This Is What The Truth Feels Like”. Repleto de hits em potencial, o novo disco da voz do No Doubt chega batendo de frente com outros como “Revival”, da Selena Gomez, e “Purpose”, do Justin Bieber, e, devido a essa necessidade de reinvenção para se adequar às rádios atuais, nos lembra bastante do “Rebel Heart”, da Madonna.

Pra testar: “Where Would I Be?”, “Red Flag” e “Naughty”.


O último ano de Nick Jonas foi complicado, mas, no que depender dos frutos colhidos por seu novo disco, o cantor terá uma fase bem mais fácil daqui pra frente. Se em seu primeiro trabalho pop, autointitulado, Jonas nos trouxe um pop redondo, mas óbvio, bastante inspirado em artistas como Maroon 5 e Justin Timberlake, em seu novo passo, o cantor ousa e, longe de sua zona de conforto, agora de olho no Drake e Bieber, acerta mais uma vez, apresentando um material bem mais interessante do que foi a sua chegada às rádios do gênero.

Pra testar: “Voodoo”, “Touch” e “Under You”.



Na sua chegada musical aos EUA, a sueca Elliphant veio acompanhada por uma lista de grandes produtores, incluindo nomes como Diplo, Skrillex e o nome por trás do disco de estreia da Lorde, Joel Little. Mas se, com tantos nomes conhecidos, seu público esperou por um álbum óbvio, foi pego de surpresa pela mesma agressividade de seus trabalhos anteriores, aqui somados a um maior cuidado quanto às letras e arranjos, que resultaram num disco que grita por ser uma novidade do início ao fim, prendendo-nos desde a primeira audição.

Pra testar: “Everybody”, “Love Me Long” e “One More”.


Mesmo jovem, Birdy sempre nos mostrou uma maturidade instigante. Em seu novo trabalho, a britânica coloca tudo isso à prova, se permitindo um passo à frente na ousadia, enquanto arrisca novos estilos e firma ainda mais os seus poderosos vocais. “Beautiful Lies” é um dos álbuns mais consistentes e emotivos do ano, além de ser também o melhor registro de sua carreira, até aqui.

Pra testar: “Keeping Your Head Up”, “Hear You Calling” e “Save Yourself”.



O synthpop foi muito bem representado por nomes como Taylor Swift e Carly Rae Jepsen nos últimos dois anos, mas se tem uma artista que sabe fazê-lo como ninguém, é a dupla Tegan and Sara. No seu álbum de retorno, “Love You To Death”, as meninas parecem terem feito a lição de casa sobre as rádios atuais, enquanto mantém a maturidade de suas letras, sob arranjos comerciais e, ainda assim, muito bem elaborados.

Pra testar: “That Girl”, “Boyfriend” e “Dying To Know”.



Com uma sonoridade que foge às regras, semelhante ao que escutamos com AWOLNATION há alguns anos, Stephen pode ser o projeto musical que você sempre procurou. No disco “Sincerely”, suas letras vão desde a redescoberta de si mesmo às discussões políticas, com uma musicalidade vasta, que passeia entre o rock e música pop, flertando bastante com a música eletrônica.

Pra testar: “Remembering Myself”, “Line It Up” e “Crossfire”.



De nome crescente na cena underground, o produtor australiano Flume trouxe em "Skin", talvez, o álbum mais eclético do ano, que cumpre um papel importantíssimo, ao possibilitar uma experiência que vai muito além de só mover os pés. De nomes desconhecidos (e muito interessantes), como Vince Staples, em faixas como "Smoking & Retributions", à adorados pelo público, como Tove Lo, em "Say It", Flume equilibra muito bem todas as nuances de seu grande álbum.

Pra testar: “Never Be Like You”, “Lose It” e “Take A Chance”.



Saber que o disco “Death Of A Bachelor”, do Panic! At The Disco, foi o primeiro da banda a alcançar o topo das paradas americanas não é algo impressionante. Desta vez, apenas com Brendon Urie, a banda soube reunir o melhor do seu lado dramático e teatral, enquanto mescla influências que vão do blues ao hip-hop, além de, claro, o rock que os tornaram conhecidos. Daqueles discos que não conseguimos – e nem deveríamos – passar nenhuma faixa.

Pra testar: “Victorious”, “Death Of A Bachelor” e “The Good, The Bad and The Dirty”.



“To Pimp A Butterfly” colocou Kendrick Lamar no centro das atenções, fazendo com que todos quisessem um pedaço do rapper que entregou um dos melhores álbuns de hip-hop do ano passado. Mas, sem se apegar à pressão de superar o álbum anterior, o cara revelou uma compilação de faixas que não foram finalizadas e sequer intituladas, com uma ousadia que, sem dúvidas, Kanye West amaria ter feito primeiro. Embora seja um projeto apresentado de maneira despretensiosa, na medida do possível, “untitled unmastered.” mantém o nível dos outros trabalhos do rapper, provando que, sem muito esforço, ele consegue manter as nossas expectativas sob controle.

Pra testar: “untitled 02”, “untitled 04” e “untitled 07”.



O trip-hop, R&B noventista e alt-R&B se encontram em “Don’t You”, do trio novaiorquino Wet. Com vocais delicados, que contrastam com o peso momentâneo de seus arranjos, o disco nos pega pela profundidade de suas letras, além de instrumentais que criam toda uma áurea bastante singular, semelhante ao que Lorde nos causou com seu “Pure Heroine” (2013). É um álbum que consegue soar grandiosamente minimalista e te entrega novidades a cada nova audição.

Pra testar: “Don't Wanna Be Your Girl”, “All The Ways” e “You're The Best”.


A EDM teve uma ascensão significativa nos últimos anos, enfim, voltando a dominar as rádios e paradas, mas, com todo esse sucesso, também aconteceu de grandes hits se tornarem cada vez mais genéricos e, com isso, o gênero sofresse com uma enorme falta de novidades. Nesse meio, quem vai contra a maré, merece o seu reconhecimento e, em 2016, um disco que fez a sua parte nesse quesito foi o material de estreia do The Knocks, “55”. Seu pop passeia entre o dance para às pistas e para às rádios, com influências que vão do funk ao alt-pop, além de inúmeras participações especiais.

Pra testar: “Tied To You”, “Love Me Like That” e “Purple Eyes”.


Embora seja novo, o trio londrino Daughter já possuía uma sonoridade bem definida e aceitou os riscos de fugir da fórmula consolidada em seu novo material, “Not To Disappear”. No trabalho, a melancolia, carregada pela voz da vocalista Elena Tonra, continua, mas Daughter ousa e se aventura em novas referências adicionadas ao seu repertório. Aqui, podemos ver toques eletrônicos, dream pop e até faixas que nos remetem ao The XX, The Drums e até Florence + The Machine, mostrando um amadurecimento muito bem-vindo.

Pra testar: “Numbers”, “Alone/With You” e “Mothers”.



É como o ditado já diz: "em terra de "Reflection", "7/27" é rei!". Após terem uma estreia pra lá de morna (com algumas ressalvas evidentes), o Fifth Harmony retorna com uma sonoridade pra lá de madura, sem deixar de lado todo o apelo comercial que levou as meninas ao estrelato. Com músicas pra todos os gostos, Camila Cabello e sua trupe garantem a diversão com um álbum extremamente radiofônico e gostoso de se ouvir. Ponto pra quinta harmonia!

Pra testar: “That's My Girl”, “Scared Of Happy” e “Not That Kinda Girl”.



Quando se permitiu ir além dos hits, Rihanna descobriu todo um lado inexplorado de sua musicalidade, no qual conseguiu encaixar até um cover de Tame Impala. Em seu anti-disco, a cantora encarna uma persona mais séria, centrada em fazer boa música, e ainda que se perca vez ou outra, demonstra bastante maturidade, numa oportunidade de aprender mais do que é capaz e ensinar isso ao seu público.

Pra testar: “Consideration”, “Same Ol' Mistakes” e “Love On The Brain”.



Depois de um disco de estreia introspectivo e sem muito a acrescentar para uma indústria que havia acabado de conhecer uma cantora chamada Lorde, o duo neozelandês Broods não passou muito tempo na sua zona de conforto e, em seu passo seguinte, expandiu a sua sonoridade para fórmulas que vão bem além da sua intenção alternativa de estreia. “Conscious” é o disco em que Georgia e Caleb Nott começam a construir sua identidade, sob um solo formado por sintetizadores, refrãos chicletes e, claro, muita autenticidade.

Pra testar: “Free”, “Hold The Line” e “Recovery”.


O sucesso de “Hotline Bling” fez de Drake o rapper mais pop dos últimos tempos e, enquanto tocava nas rádios sem parar, o canadense se preparava para entregar um disco prometido há muito tempo, enfim apresentado no que hoje conhecemos como “Views”. No seu novo álbum, o rapper marca uma importante fase da sua carreira, na qual está mais disposto a assumir riscos, se afasta dos raps ágeis de suas mixtapes e entrega um trabalho ora contido e comercial, ora verdadeiramente ousado, e indiscutivelmente funcional.

Pra testar: “Feel No Ways”, “With You” e “Too Good”.



The Weeknd fez um ótimo trabalho enquanto cantava sobre sexo no disco “Beauty Behind The Madness”, com  uma maturidade que já não ouvíamos com o R&B nas rádios há algum tempo, mas bastou chegar o disco de estreia do duo contratado pelo Drake, dvsn, pra que Abel perdesse o seu posto. “SEPT. 5th” é um disco extremamente adulto, mas nada vulgar, no qual temos refletida em cada uma de suas letras a experiência de seus integrantes, contrastada com a leveza e sensação de novidade oferecida por seus arranjos, que vão do alt-R&B ao trip-hop.

Pra testar: “With Me”, “Hallucinations” e “Angela”.


Passada uma carreira repleta de clássicos que fez dele uma verdadeira lenda, o músico David Bowie não poderia ter se despedido do seu público de uma forma menos poética. O seu disco de adeus, “Blackstar”, é seu último passo de ousadia, no qual se desamarra da sonoridade de seus últimos trabalhos, investindo numa faceta grandiosamente obscura, melancólica, na qual brinca com seus próprios demônios, exorcizando um por um, até que, enfim, possa descansar em paz.

Pra testar: “Lazarus”, “Girl Loves Me” e “I Can't Give Everything Away”.


Uma versão mais descolada do Sam Smith, Jack Garratt fez seu hype valer a pena com o disco de estreia “Phase”, lançado em meio ao tumulto que estava a sua carreira, após ter sido aposta da BBC e cumprido uma série de festivais Reino Unido afora. Enquanto o disco “In The Lonely Hour”, do Sam, nos afundava naquela bad que nem imaginávamos sofrer, o “Phase” do Garratt serve mesmo para nos levantar, com arranjos pop desconstruídos e vocais que, sem dúvidas, parecem ter saídos de algum remix do Disclosure.

Pra testar: “Far Cry”, “Worry” e “Chemical”.



Todo ano o mundo pop escolhe um puta álbum pra ser injustiçado. E depois de Carly Rae Jepsen sofrer com isso em 2015, é a vez da Foxes passar pelo mesmo em 2016. “All I Need” é um álbum pop na medida para agradar as rádios, com produções redondas, vocais incríveis e ainda ótimas letras. Desde a primeira vez que o escutamos, estivemos certos de que teria um lugar cativo em nossas listas.

Pra testar: “Body Talk”, “Cruel” e “Devil Side”.



Ariana Grande comeu muito arroz e feijão e provou estar pronta para brigar pelo topo dos charts com outras grandes divas pop. Em “Dangerous Woman”, a garota mostra a evolução que todos esperávamos e entrega seu trabalho mais maduro e polido até agora. Com músicas que nos levam da balada aos mais variados gêneros, do dance ao blues, passando pelo reggae e, claro, seu tradicional R&B. Muito bem acompanhada, ela nos entrega o melhor álbum pop do ano, com participações de nomes como Nicki Minaj, Lil Wayne e Future.

Pra testar: “Into You”, “Everyday” e “Touch It”.


Em seu terceiro álbum sob o nome de Blood Orange, Dev Hynes sente em sua música o impacto dos EUA que não apenas mata negros, mas também os gays. “Freetown Sound” é um disco que dialoga com outros como “To Pimp A Butterfly”, do Kendrick Lamar, e “Lemonade”, da Beyoncé, enquanto aborda assuntos que vão do racismo ao feminismo, trazendo muito empoderamento e, sendo esse um cuidado louvável, participações que permitem que as pessoas certas falem sobre suas lutas. Tudo isso, entretanto, é embalado por uma sonoridade que passeia pelo R&B, soul e funk, tornando essa jornada menos pesada, ainda que repleta de assuntos sérios, e até um tanto dançante.

Pra testar: “Augustine”, “Best To You” e “Better Than Me”.


Embora seja uma obra inacabada, sofrendo alterações até hoje, o disco “The Life of Pablo”, do Kanye West, é daqueles que não conseguimos passar uma só faixa. Ainda que tenha prometido bastante antes de lançá-lo, o rapper sabia que alcançaria as expectativas do público, fosse seus fãs ou não, e assim o fez, com um álbum agressivo, bem-humorado, reflexivo e, como o próprio descreveu, um tanto quanto religioso. Esse é um álbum gospel. “Não é o melhor álbum de todos os tempos, mas um dos”, disse Kanye.

Pra testar: “Ultralight Beam”, “Father Stretch My Hands” e “I Love Kanye”.



“Lemonade” não é um disco sobre uma traição, mas, sim, sobre uma mulher que precisa lidar com esse momento e o supera da melhor forma, enquanto descobre uma força absurda dentro de si mesma e esfrega na cara do traidor: eu não preciso de você. Na sua fase mais madura, artisticamente falando, Beyoncé ousou da sonoridade às letras, entregando um disco que, sem dúvidas, faz com que ela faça mais que hits, faça história. É um marco na sua carreira e na cultura pop moderna. É um empoderamento necessário para os dias atuais e que ainda incomodará muita gente, mas você pensa que ela se preocupa? “She ain’t sorry.”

Pra testar: “Don't Hurt Yourself”, “6 Inch” e “Daddy Lessons”.



Três anos separam a nova mixtape do Chance The Rapper, “Coloring Book”, do seu material solo anterior, “Acid Rap”. E se em 2013, o cara já se mostrava um nome para ficarmos de olho, nesse novo álbum ele se consagra como uma das apostas mais fortes do hip-hop atual, bebendo bastante da fonte de outro nome que já passou por nossa lista: Kanye West. Em “Coloring”, Chance nos entrega o trabalho mais consistente, poderoso e singular do ano, com um rap que passa longe das fórmulas genéricas apostadas por tantos para as rádios e inspirações que chegam, inclusive, ao início da música negra nos EUA. Da última vez que vimos o rap ser tão bem representado, estávamos ouvindo um disco chamado “To Pimp A Butterfly”, de um cara chamado Kendrick Lamar.

Pra testar: “No Problem”, “D.R.A.M. Sings Special” e “How Great”.



(Textos por Gui Tintel, Maicon Alex, Luccas Almeida e Guilherme Calais)

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