"Look Mom I Can Fly": Travis Scott mostra sua jornada ao topo em novo documentário da Netflix


Travis Scott, um dos maiores rappers da atualidade, deu um novo salto em sua carreira e nos deixou entrar um pouco mais em sua história. “Voando Alto” (“Look Mom, I Can Fly”), seu novo documentário lançado na Netflix ontem (28), mostra grande parte da sua trajetória, nos deixa acompanhar sua história de amor com a música que só cresce desde que ele era criancinha (e muito fofo, por sinal) tocando bateria na sala de casa. 

O filme mostra como a ascensão rápida do rapper à fama não teve nada de fácil em seu caminho. Logo no começo vemos a casa onde Jacques Webster - sim, esse é o nome do Travis! - cresceu, criado pela sua avó, dividindo quarto com seu irmão autista. 

Também é bem legal acompanhar os primeiros shows de um Travis já bastante seguro de si e de seu som, mas ainda se descobrindo como artista. Todo mundo começa de algum lugar, né? Os conceitos que hoje acompanham sua música levaram anos para amadurecer e hoje percebemos que isso mudou a forma como ele se apresenta para uma indústria em tamanha ascensão como é a do rap americano. Seus shows são de outro mundo - sério, vê o documentário e diz se não é verdade- , e isso fica ainda mais evidente a cada cena em que partes dos shows aparecem. É animal! 

Seus fãs são grande parte de todo esse espetáculo também. Não só dos shows, sendo parte real e que dá vida a cada apresentação, mas também da figura que Travis tem como artista. Depoimentos do documentário só provam o quanto o som único dele falou com quem nunca se sentiu parte de nenhum grupo. Por ser tão fiel a si mesmo, Travis conquistou uma legião fiel de pessoas que vêem ser único como uma qualidade graças a ele. 

A parte do nascimento da primeira filha de Travis com Kylie Jenner, Stormi, é uma daquelas que faz o maior coração de pedra chorar. Num certo momento, Travis conta que a bebê estava chorando e, assim que ele a pegou no colo, ela se acalmou. É visível o impacto que a filha tem no músico, e o amor que ele tem por ela impacta quem vê. Todos os momentos em que ela aparece são de pura doçura e amor transborda. É fofo demais, gente! 

No mais, também é muito claro como o rapper é grato por tudo que conquistou. Ele, como tantos outros na mesma indústria, sabe os sacrifícios que fez para chegar ao lugar de admiração em que está. Se depender dele, nem o céu é o limite. Com certeza veremos muito mais do rastro de inspiração que ele quer deixar no mundo. Vale a pena conferir!


Nunca esteve nos planos, mas a DC entendeu que não precisa criar um grande universo compartilhado

A soma de inúmeros fatores fizeram com que a DC Comics, junto da Warner, demorasse para criar um universo compartilhado nos cinemas. Enquanto a concorrente já tinha feito oito longa-metragens e o primeiro "Vingadores", a Warner lançava "Homem de Aço", que parecia dar o começo para um universo promissor, mas então vieram "Esquadrão Suicida", "Batman VS Superman" e "Liga da Justiça".

Os três falharam em critérios distintos que fizeram com que ela realmente tacasse o foda-se e começasse a moldar um universo não-compartilhado. Claro, muito provavelmente não estavam nos planos do estúdio, mas parece ser o melhor caminho, visto que boa parte das produções que serão citadas aqui já estavam em desenvolvimento ou no ar antes mesmo do cinema não ir bem das pernas.

O "Arrowverse" foi totalmente no caminho oposto do cinema: deu certo. Somente na CW, são cinco séries que vira e mexe fazem os seus crossovers e, ainda em 2019, a trama dos quadrinhos "Crise nas Infinitas Terras" será adaptado nas telinhas e terá um montão de participações especiais.

"Coringa", o filme que motiva parcialmente a redação deste texto, começou a ser cogitado após a péssima recepção da versão pretensiosa de Jared Leto em "Esquadrão Suicida" e muitos torceram o nariz para a proposta. Fazer filme de origem para um vilão que sempre foi misterioso? Ainda não tendo a HQ "A Piada Mortal" como base? A DC está louca!


Parece que todos estavam errados! No famigerado Rotten Tomatoes, sua aprovação é de 88% até o momento da publicação deste texto. No Festival de Veneza o filme foi ovacionado. Aliás, é o primeiro filme do gênero a ser exibido no festival. O longa-metragem ainda não estreou no circuito popular, mas não é difícil prever que "Coringa" seja realmente "tudo isso".

Ainda no DC Universe, o serviço de streaming da quadrinista, "Titans" "Doom Patrol" caminham para criar um universo totalmente próprio, mas não seria surpresa se "Crise nas Infinitas Terras" juntasse tudo isso pelo menos no âmbito televisivo.


Apesar de seu universo principal ter dado errado, algumas produções conseguiram se sobressair, como "Mulher-Maravilha", "Aquaman" e "Shazam!". Os filmes (e os futuros deste universo) abrem a possibilidade de um grande filme-evento ao melhor estilo da quadrilogia "Vingadores", mas só enxergo essa possibilidade em um futuro bem distante. A construção deste tipo de universo falhou, mas os filmes em seus universos únicos deram certo, principalmente o filme estrelado por Gal Gadot e o filme do eterno Khal Drogo.

São quatro universos separados muito bem sucedidos - o principal, CW, DC Universe e o selo diferentão e cool aspirante a Oscar da DC ainda sem nome - então pra que juntar tudo? Para se assemelhar a concorrente? A própria Marvel pretende diminuir suas conexões e fazer histórias mais únicas. Nunca esteve nos planos, mas a DC entendeu que não precisa criar um grande universo compartilhado. Pelo menos por enquanto.

Crítica: “Bacurau” e um Nordeste que não pensa duas vezes antes de meter a peixeira

Atenção: a crítica contém spoilers.

O Festival de Cannes 2019 foi um evento histórico para o cinema brasileiro; três diretores levaram prêmios na disputa: Karim Aïnouz com "A Vida Invisível" (o representante nacional para o Oscar 2020 de "Melhor Filme Internacional"), levando "Melhor Filme" na mostra "Um Certo Olhar"; e Juliano Dornelles & Kleber Mendonça Filho com "Bacurau", o primeiro tupiniquim a ganhar o Prêmio do Júri na história. Qual a semelhança entre os três? São todos nordestinos - Aïnouz é cearense enquanto a dupla Dornelles & KMF são pernambucanos.

"Bacurau" é o primeiro deles a estrear em solo brasileiro. Bacurau é um vilarejo nos confins do interior de Pernambuco. Teresa (Bárbara Colen) chega para o enterro da matriarca da cidade, ponto de virada no destino daquelas pessoas, coincidentemente ou não. Mas antes mesmo de dirigirmos pelas estradas de terra batida que nos levam a Bacurau, o longa começa bem distante, no espaço. Os créditos iniciais, ao som de "Não Identificado" na voz de Gal Costa, passeia pelas estrelas até focar no globo terrestre.

Nesse balé espacial, a câmera passa sem pudores por um satélite, flutuando despreocupadamente no que parece ser o céu acima do continental Brasil. Ao nos jogarmos no solo, o choque é gritante: demorei a conseguir por os pés no filme quando não entendia a relação de uma abertura tão contrastante com o meio em que a história se passa. Um letreiro avisa: estamos em um futuro próximo. As discrepâncias são propositais.

A própria música que nos dá boas-vindas já ilustra o que está por vir: "Minha paixão há de brilhar na noite no céu de uma cidade do interior como um objeto não identificado". A tecnologia dissonante está presente na vida dos habitantes de Bacurau, que estranham quando o vilarejo simplesmente some do mapa (literalmente): ao abrir um Google Maps da vida, não há rastro de Bacurau. Logo depois, os sinais de celulares caem misteriosamente, o caminhão pipa que abastece a população é baleado e pessoas começam a surgir assassinadas. E muito bom lembrar que, enquanto Teresa se aproxima de Bacurau, passa por um caminhão recheado com caixões tombado na estrada. Prelúdio para desgraças maior do que esse?


O primeiro ato do filme é bem lento, atento em construir uma atmosfera que em momento nenhum dá uma amostra do que existe por trás de cada cacto do sertão, todavia, dá para sentir o gosto de que há algo macabro, esperando o momento certo de dar as caras. O acontecimento que abre o segundo ato é a chegada de dois motoqueiros, que estão fazendo trilha pelo sertão.

"Vocês vieram conhecer o museu?", questiona uma das moradoras aos forasteiros, que declinam. "Ah mas o museu é muito bom", joga outra, e os visitantes continuam negando o convite, que logo vão embora. A cena é deveras emblemática e importantíssima para entendermos o que "Bacurau" quer nos dizer por trás da superfície árida do ecrã. Pensemos: o que toda cidade do interior desse país tem como lugar turístico principal: uma igreja. Bacurau também tem uma igrejinha muito simpática, contudo, ela não funciona eclesiasticamente: foi transformada em um depósito.

Os moradores de Bacurau não convidam os visitantes a irem na igreja da padroeira da região, e sim para irem até o museu. Eles são enfáticos quando afirmam a belezura que é a casinha com objetos e fotos do local, então, o que está sendo dito aqui? Quando a igreja é fechada e o museu se torna a atração turística, Bacurau está nos dizendo que o que mais importa para eles não é a religião, e sim a história.

A alegoria, muito sutil, é o primeiro grande reforço da obra em enaltecer o que há de valoroso naquela realidade: a identidade de seu povo. No futuro, as pessoas abrem mão da fé para valorizar a memória acima de tudo, afinal, é ela que molda a cultura de um local - e particulariza sua gente. Os visitantes, ao declinarem o convite de conhecer o museu, estão, narrativamente, informando sobre o pouco interesse na história. Soa familiar?


A câmera se desgruda de Bacurau e segue os motoqueiros, que estão com um grupo de norte-americanos em uma casa igualmente no meio do nada. São eles os responsáveis por todas os infortúnios quando estão criando um caos gradativo para gerar pânico e, assim, matar todos os habitantes de Bacurau. A cena é grotesca pelos absurdos que são jogados na mesa: os americanos estão em uma missão, garantindo pontos por cada pessoa assassinada. Tudo soa ainda pior quando há dois brasileiros ajudando a empreitada, encabeçada por uma figura misteriosa que fala nos pontos nos ouvidos dos "caçadores" gringos.

Os brasileiros informam que estão ajudando os americanos porque são do sul do país, a região rica e imigrante. "Nós somos quase como vocês", diz um deles, para a gargalhada dos estrangeiros, que dizem que ambos não são brancos. O estudo da xenofobia não poderia ser mais direto: tanto os "opressores" quanto os "oprimidos" (que bizarramente auxiliam os "opressores") tratam o nordestino como animais para o abate, seres sub-humanos que podem ser exterminados como divertimento.

A partir daqui, "Bacurau", que vinha sendo um drama, abocanha elementos do suspense e terror, principalmente dos slashers - os filmes com assassinos sanguinários caçando suas vítimas. Com a sacada da pontuação por morte, transformando o macabro em um jogo, conseguimos lembrar desde "O Albergue" (2005) até "A Deusa da Vingança" (2016). E, é claro, quando os peões são pontos no tabuleiro, "Bacurau" é um faroeste legítimo, alucinante e que faz qualquer um pular da cadeira.

O tratamento é bem binarista: Dornelles e KMF não estão aqui para tecer complexos aparatos psicológicos para seus personagens enquanto indivíduos com diferentes antecedentes. Os gringos são ruins, os habitantes de Bacurau são vítimas, e é assim mesmo, preto no branco. O que sustenta - com folga - essa dicotomia é tanto o cuidado do roteiro ao expor seus acontecimentos quanto o contexto histórico e social que "Bacurau" encontra em seu lançamento. Nada é gratuito.


A prova da falta de gratuidades é a pluralidade do povo de Bacurau: tem desde médicos e prostitutas até assassinos de aluguel e rebeldes renegados. Em algum momento, todos possuem diferenças que os fazem lutar entre si mesmos, como facções dentro do vilarejo, contudo, diante do perigo externo, a rabugenta Domingas de Sônia Braga (perfeita) e o cangaceiro não-binário de Silvero Pereira (mais perfeito ainda) sentam no mesmo lado da trincheira.

O filme ressignifica o cangaço enquanto unidade disposta a lutar contra o medo. O avanço da tropa gringa é recebido com preparação, e é milagroso ver o local escolhido para refugiar o povo de Bacurau: é a escola que garante a proteção de todos. O simbolismo alegórico mais uma vez dá um tapa na cara quando escolhe estrategicamente suas interpretações quanto ao real, e Bacurau pode ser fictícia, mas é governada por um prefeito inútil que controla desde a liberdade quanto os recursos, dados em muitas vezes de maneira precária. Não poderia ser mais verdadeiro.

"Bacurau" está lado a lado do que, sem modéstias, chamo de "Santíssima Trindade do cinema nacional moderno": "Que Horas Ela Volta?" (2015) de Anna Muylaerte e "Divino Amor" (2019) do também nordestino Gabriel Mascaro. Os três, cada um com sua abordagem, estudam, criticam e expõem os impropérios e desigualdades do nosso país de maneira igualmente brilhante e extremamente necessárias enquanto caminhamos para uma realidade que parece ter a cultura como elemento desimportante. Juntos, as três obras-primas tupiniquins não apenas comprovam a qualidade do nosso cinema como evocam o espírito de mudanças nesse país tão plural e que tem tanto a melhorar.

Se o povo de Bacurau, o vilarejo, dá o sangue para manter sua identidade viva contra quaisquer ameaças, "Bacurau", o filme, é uma dádiva que levanta a mão e grita "o cinema nacional resiste". E mais ainda: o cinema nordestino - que parece ser o polo principal da indústria contemporânea brasileira. Pondo seu local geográfico no protagonismo, é a terra que faz brotar o mandacaru que sabe onde estão os valores mais importantes de uma sociedade, e que não tem medo de descer a peixeira em quem tenta oprimi-la ou apagá-la. No faroeste psicodélico e distópico de "Bacurau", o Nordeste não vai pensar duas vezes antes de cair na capoeira, então não se meta.

Alerta de filmão: saiu o trailer final de Coringa. Confira!


Os fãs do maior vilão das histórias em quadrinhos podem respirar aliviados. "Coringa" promete ser um filmaço que entrará para a história. A Warner Bros lançou nesta quarta-feira (28) o trailer final de Coringa,  e é de dar arrepio, fazer pensar e deixar ansioso.

O filme contará a trajetória do famoso vilão da DC Comics e o personagem icônico será interpretado por Joaquin Phoenix, conhecido por filmes como "Ela" e "Gladiador". O nome foi muito bem recebido pelos fãs que ficaram animados com o anúncio.

Coringa, a história de um palhaço que no lugar de piadas cômicas tem em sua história muita maldade envolvida, dá início a nova fase da DC, com filmes mais maduros e pesados.




Curtiram? Nós seguimos impactados e ansiosos para a estreia que acontece no Brasil no dia 3 de outubro de 2019.

Zara Larsson desabafa e explica atraso no lançamento de seu novo álbum: "é difícil ser cantora pop"

Não é só usuário do Facebook que gosta de um textão. Zara Larsson fez um desabafo cheio de questionamentos sobre a indústria musical e sua carreira. A cantora já deixa avisado de antemão: álbum novo só em 2020. 

Utilizando uma foto de um dos seus shows, Zara começou seu post desculpando-se com os fãs. “Quando você pensa que seu álbum seria lançado em 2019, porém, por não se sentir satisfeita, provavelmente vai voltar ao estúdio novamente ~ desculpa ~ vocês ficarão decepcionados, mas não surpresos.”


Ver essa foto no Instagram

When you thought your album was coming out 2019 but due to not feeling satisfied it probably wont so youre going right back in the studio again ~sorry~ yall be like disappointed but not surprised. I try to not feel pressured about it. To not overthink too much and not listen to others opinion about what i shouldnt do i what i should do. But its really hard to be a popsinger, at least when you want to be mainstream, because you get so judged on every release. Its like every song i drop has to be a single, or at least people think it is, and its not like that. Its hard to do things "just for fun" and try things. At the same time, i dont want people to forget about me lol. I mean, ive always said i wanna put out an album a year and... Well. But besides that, i want it to feel PROUD of my songs and my work. I want to put songs on there that i LOVE and im just not there yet. I promised myself to not compromise my music and I fucking wont.
Uma publicação compartilhada por Zara Larsson (@zaralarsson) em

O fato é que a cada ano surgem novos cantores e bandas e a pressão para não ser esquecido e ser relevante só aumenta. Entendemos que para se destacar e ser real com você mesmo é preciso um trabalhinho extra. É exatamente isso que nossa pequena Barbie sueca conta em seu texto:


Eu tento não me sentir pressionada por isso. Para não pensar demais e não ouvir a opinião dos outros sobre o que não devo fazer, ou o que devo fazer. Mas é realmente difícil ser cantora pop, pelo menos quando você quer ser mainstream, porque você é tão julgado em cada lançamento. É como toda música que eu solto tem que ser única, ou pelo menos as pessoas pensam que é, e não é assim. É difícil fazer as coisas “apenas por diversão” e experimentar coisas. Ao mesmo tempo, não quero que as pessoas se esqueçam de mim, lol.

Seu último álbum lançado,  “So Good” (2017), foi o que alavancou a carreira da cantora internacionalmente, inclusive fazendo-a faturar os principais prêmios da Suécia como: Prêmio Grammis de Artista do Ano e Grammis Award for Album of the Year.

Enquanto os novos hinos para balançar a raba não vem, matamos a saudade com "Ain't My Fault".


Aquecimento "Norman Fucking Rockwell": tudo o que sabemos sobre o novo disco da Lana Del Rey

Nessa sexta-feira (30) chega ao mundo o sexto álbum de estúdio de Lana Del Rey, o “Norman Fucking Rockwell”, e que promete ser um hinário desses que a gente já se acostumou a receber, com muito sofrimento, guitarra e músicas “para se ouvir na estrada”.

Para entrar no clima de lançamento, a rainha lançou duas faixas: “Fuck It I Love You” e “The Greatest” como singles oficiais com direito a clipe conjunto (o famoso matar dois coelhos com uma cajadada só). Só melhora! 



E como Laninha não tá brincando em serviço nessa era, já tem clipe novo! No vídeo de "Doin' Time", seu cover da banda Sublimes, ela aparece gigante, andando pela Califórnia e tomando conta da cidade. Olha só:


Além dos singles oficiais, teremos no disco os hinos já lançados "Mariners Apartment Complex", "Venice Bitch" e "Hope Is a Dangerous Thing For a Woman Like Me To Have - But I Have It".

Agora falando de conceito, algo que não pode faltar no trabalho da Lana, a gente te explica o nome do álbum. Norman Rockwell foi um ilustrador muito famoso no século XIX por seus desenhos para capas de jornais, séries de TV e filmes. Sempre muito criticado, teve sua arte chamada de elitista, sendo o favorito de presidentes e políticos para ilustrações, além de, ao longo da vida, ter lutado contra a depressão. Apesar de tudo, ele deixou seu legado - assim como a cantora.

E tem mais coisa vindo aí pra Lana! Em recente entrevista para o New York Times, ela falou sobre como ama o trabalho da Ariana Grande, revelando inclusive como foi o convite para participar da trilha do novo "As Panteras", que terá curadoria da dona do "thank u, next": "quando ela me pediu para participar do tema do filme, eu disse: 'tudo bem, se você realmente quer que eu participe!". A faixa, que deve se chamar "Angel" e será uma parceria tripla entre Ari, Lana e Miley Cyrus deve chegar em algumas semanas. 

Lizzo, Normani, Rosalía e Lil Nas X: o que foi REALMENTE importante no VMA 2019

Ok, ok, nesta altura do campeonato você já sabe que a noite da última segunda-feira (26) rolou mais uma edição do MTV Video Music Awards e, parabéns, Taylor Swift!, que deixou a premiação com alguns dos principais prêmios pelos quais concorria com os trabalhos do disco “Lover”. 

Mas nós estamos aqui pra falarmos de coisas realmente sérias, tipo, Lizzo, como foi que dormiram por tanto tempo no ponto com você? É sério. A gente falou pela primeira vez da cantora aqui em meados de 2015 e, em 2019, ela consegue ser foda o suficiente pra cantar músicas lançadas há anos como se fossem as coisas mais atuais que já ouvimos na vida.

Atualmente entre as mais ouvidas dos EUA com “Truth Hurts”, graças a trilha sonora de “Someone Great”, da Netflix, a artista apresentou seu hit originalmente lançado em 2017 e outro hino mais antigo ainda, “Good As Hell”, de 2016, e TOMOU. CONTA. DA. PREMIAÇÃO. Com uma verdadeira aula de vocais ao vivo, coreografia, presença de palco e, sim, muita representatividade nas mãos de quem sabe o que está fazendo. Fazia tempo que uma performance não nos arrepiava e empolgava como essa. Lizzo é a popstar que precisávamos e não fazíamos ideia.



Agora só falta “Truth Hurts” chegar ao topo dos Estados Unidos e vingar essa artista que esteve por tantos anos fazendo hinos que quase ninguém ouvia. Inclusive, ouçam seus discos: “Lizzobangers” (2013), “Big Grrrl, Small World” (2015) e “Cuz I Love You” (2019). Dá de dez a zero em muita coisa lançada nos últimos cinco anos. Mesmo.

Ao contrário de Lizzo, quem não quis saber de trabalho antigo foi o rapper Lil Nas X. Dono do maior hit do ano, “Old Town Road”, o rapper abertamente gay começou sua performance zoando sua trajetória ao topo das paradas e os mil remixes do seu primeiro single, que ficou por 19 semanas em 1º lugar na Billboard Hot 100, e, em seguida, empolgou a plateia da premiação com uma apresentação toda futurista do seu novo single, “Panini”. Dale tanta dança e luz pra esse reizinho que mal chegou e já consideramos pacas!

Ainda na ala das performances que nos tiraram o ar, uma das grandes revelações do ano, Rosalía, chegou aos Estados Unidos de Trump  para uma performance todinha em sua língua natal ao som de “A Ningún Hombre”, de seu disco de estreia, “El Mal Querer”, e as recentes “Yo x Ti, Tu x Mi”, com o rapper Ozuna, e “Aute Cuture”.



Vencedora pela primeira vez de dois prêmios VMAs por sua parceria com J Balvin em “Con Altura”, Rosalía levou ao palco tudo o que tanto enaltecemos em seus trabalhos de estúdio: não faltou presença de palco, carão, coreografia e, claro, a voz marcante da fada hispânica. Arriscamos dizer que, com essa performance, ela mais do que assinou seu passe para as próximas edições.

Reizinho latino, J Balvin também subiu ao palco para cantar ao lado de Bad Bunny a parceria “Que Pretendes”. Grandiosa, como não podemos evitar o adjetivo, a apresentação transformou o palco da premiação num imenso universo inspirado no disco colaborativo dos dois, “Oasis”, e como não poderia ser diferente, fez todos dançarem do início ao fim.



Numa noite com tantos nomes novos arrasando, ainda sobrou espaço para a homenagem da premiação a rapper Missy Elliott, que acabou de lançar seu primeiro EP em mais de dez anos, “Iconology”, e, no palco do VMA, tratou de nos lembrar o porquê dela ser um dos maiores e mais memoráveis nomes do hip-hop — e, aqui, dizemos isso sem distinção de gênero. Ela não é só a mais foda entre as mulheres, ela é uma das mais fodas entre todos os rappers. Esperamos que os artistas que estavam na plateia tenham tomado muitas notas.



E como iconicidade demais é bobagem, a gente encerra esse resumão do que realmente importa com ela: a deusa Normani, que finalmente estreou seu primeiro single solo desde o fim do Fifth Harmony e, sem dó nem piedade, mostrou quem é que está com a bola da vez com a maravilhosa “Motivation”. Carão? Teve demais. Coreografia? Garantidíssima. Fôlego? Pra dar e vender. Deu o nome e venceu o jogo. Olha só:



Abaixo, você confere a lista completa dos vencedores:

VIDEO DO ANO

“A Lot” – 21 Savage ft. J Cole
“thank u, next” – Ariana Grande
“bad guy” – Billie Eilish
“Sucker” – Jonas Brothers
“Old Town Road” – Lil Nas X feat. Billy Ray Cyrus
“You Need to Calm Down” – Taylor Swift

ARTISTA DO ANO

Ariana Grande
Billie Eilish
Cardi B
Halsey
Jonas Brothers
Shawn Mendes

MÚSICA DO ANO

“thank u, next” – Ariana Grande
“In My Feelings” – Drake
“Sucker” – Jonas Brothers
“Shallow” – Lady Gaga & Bradley Cooper
“Old Town Road” – Lil Nas X feat. Billy Ray Cyrus
“You Need to Calm Down” – Taylor Swift

ARTISTA REVELAÇÃO

Ava Max
Billie Eilish
H.E.R.
Lil Nas X
Lizzo
Rosalía

MELHOR COLABORAÇÃO

“Boy With Luv” – BTS & Halsey
“I Don’t Care” – Ed Sheeran & Justin Bieber
“Shallow” – Lady Gaga & Bradley Cooper
“Old Town Road” – Lil Nas X & Billy Ray Cyrus
“Señorita” – Shawn Mendes & Camila Cabello
“ME!” – Taylor Swift & Brendon Urie

APOSTA

Bazzi
Billie Eilish
CNCO
H.E.R.
Lauv
Lizzo

MELHOR POP

“Easier” – 5 Seconds of Summer
“thank u, next” – Ariana Grande
“bad guy” – Billie Eilish
“Please Me” – Cardi B & Bruno Mars
“Sucker” – Jonas Brothers
“You Need to Calm Down” – Taylor Swift

MELHOR R&B

“Raise a Man” – Alicia Keys
“Make it Better” – Anderson.Paak feat. Smokey Robinson
“Feels Like Summer” – Chilkdish Gambino
“Trip” – Ella Mai
“Cold’ve Been” – H.E.R. feat. Bryson Tiller
“Waves” – Normani feat. 6LACK

MELHOR HIP HOP

“Rule The World” – 2 Chainz feat. Ariana Grande
“A Lot” – 21 Savage feat. J Cole
“Money” – Cardi B
“Higher” – DJ Khaled feat. Nipsey Hussle & John Legend
“Old Town Road” – Lil Nas X feat. Billy Ray Cyrus
“Sicko Mode” – Travis Scott feat. Drake

MELHOR MÚSICA LATINA

“Secreto” – Anuel AA & Karol G
“Mia” – Bad Bunny feat. Drake
“I Can’t Get Enough” – benny blanco feat. Tainy, Selena Gomez & J Balvin
“Con Calma” – Daddy Yankee & Snow
“Mala Mía” – Maluma
“Con Altura” – Rosalía feat. J Balvin & El Guincho

MELHOR K-POP

“Kill This Love” – BLACKPINK
Boy With Luv” – BTS ft. Halsey
“Tempo” – EXO
“Who Do U Love” – Monsta X ft. French Montana
“Regular” – NCT 127
“Cat & Dog” – Tomorrow x Together

MELHOR ROCK

“Love It If We Made It” – The 1975
“Bishops Knife Trick” – Fall Out Boy
“Natural” – Imagine Dragons
“Low” – Lenny Kravitz
“High Hopes” – Panic! At The Disco
“My Blood” – twenty one pilots

MELHOR DANCE

“Call You Mine” – The Chainsmokers & Bebe Rexha
“Solo” – Clean Bandit & Demi Lovato
“Say My Name” – David Guetta feat. Bebe Rexha & J Balvin
“Taki Taki” – Dj Snake feat. Selena Gomez, Ozuna & Cardi B
“Happier” – Marshmello & Bastille
“Electricity” – Silk City feat. Dua Lipa

VÍDEO COM MENSAGEM

“Nightmare” – Halsey
“Ruynaway Train” – Jamie n Commons, Skylar Grey feat. Gallant
“Preach” – John Legend
“Land of the Free” – The Killers
“Earth” – Lil Dicky
“You Need to Calm Down” – Taylor Swift

MELHOR DIREÇÃO

Billie Eilish – “Bad Guy” – Directed by Dave Meyers
FKA twigs – “Cellophane” – Directed by Andrew Thomas Huang
Ariana Grande – “thank you, next” Directed by Hannah Lux Davis
Lil Nas X ft. Billy Ray Cyrus – “Old Town Road (Remix)” – Directed by Calmatic​
LSD ft. Labrinth, Sia, Diplo – “No New Friends” – Directed by Dano Cerny​
Taylor Swift – “You Need to Calm Down” – Directed by Drew Kirsch & Taylor Swift

MELHOR EFEITOS VISUAIS

Billie Eilish – “when the party’s over” – Visual Effects by Ryan Ross, Andres Jaramillo
FKA twigs – “Cellophane” – Visual Effects by Matt Chandler, Fabio Zaveti for Analog
Ariana Grande – “God is a Woman” – Visual Effects by Fabrice Lagayette, Kristina Prilukova & Rebecca Rice for Mathematic
DJ Khaled ft. SZA – “Just Us” – Visual Effects by Sergii Mashevskyi​
LSD ft. Labrinth, Sia, Diplo – “No New Friends” – Visual Effects by Ethan Chancer​
Taylor Swift ft. Brendon Urie of Panic! At The Disco – “ME!” – Visual Effects by Loris Paillier & Lucas Salton for BUF VFX​

MELHOR EDIÇÃO

Anderson .Paak ft. Kendrick Lamar – “Tints” – Editing by Elias Talbot
Lil Nas X ft. Billy Ray Cyrus – “Old Town Road (Remix)” – Editing by Calmatic​
Billie Eilish – “Bad Guy” – Editing by Billie Eilish
Ariana Grande – “7 Rings” – Editing by Hannah Lux Davis & Taylor Walsh
Solange – “Almeda” – Editing by Solange Knowles, Vinnie Hobbs, Jonathon Proctor
Taylor Swift – “You Need to Calm Down” – Editing by Jarrett Fijal​

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

BTS ft. Halsey – “Boy With Luv” – Art Direction by JinSil Park, BoNa Kim (MU:E)
Ariana Grande – “7 Rings” – Art Direction by John Richoux​
Lil Nas X ft. Billy Ray Cyrus – “Old Town Road (Remix)” – Art Direction by Itaru Dela Vegas
Shawn Mendes & Camila Cabello – “Señorita” – Art Direction by Tatiana Van Sauter​
Taylor Swift – “You Need to Calm Down” – Art Direction by Brittany Porter
Kanye West and Lil’ Pump ft. Adele Givens – “I Love It” – Art Direction by Tino Schaedler​

MELHOR COREOGRAFIA

FKA twigs – “Cellophane” – Choreography by Kelly Yvonne
ROSALÍA & J Balvin ft. El Guincho – “Con Altura” – Choreography by Charm La’Donna​
LSD ft. Labrinth, Sia, Diplo – “No New Friends” – Choreography by Ryan Heffington​
Shawn Mendes & Camila Cabello – “Señorita” – Choreography by Calvit Hodge, Sara Biv
Solange – “Almeda” – Choreography by Maya Taylor, Solange Knowles
BTS ft. Halsey – “Boy With Luv” – Choreography by Rie Hata​

MELHOR CINEMATOGRAFIA

Anderson .Paak ft. Kendrick Lamar – “Tints” – Cinematography by Elias Talbot
Billie Eilish – “hostage” – Cinematography by Pau Castejon
Ariana Grande – “thank you, next” – Cinematography by Christopher Probst​
Shawn Mendes & Camila Cabello – “Señorita” – Cinematography by Scott Cunningham
Solange – “Almeda” – Cinematography by Chayse Irvin, Ryan Marie Helfant, Justin Hamilton
Taylor Swift ft. Brendon Urie of Panic! At The Disco – “ME!” – Cinematography by Starr Whitesides

MELHOR GRUPO

5 Seconds of Summer
Backstreet Boys
BLACKPINK
BTS
CNCO
Jonas Brothers
PRETTYMUCH
Why Don’t We

MELHOR HINO

Ariana Grande – “7 Rings”
DJ Khaled, ft. Cardi B & 21 Savage – “Wish Wish”
Halsey – “Nightmare”
Lizzo ft. Missy Elliott – “Tempo”
Maren Morris – “GIRL”
Miley Cyrus – “Mother’s Daughter”
Taylor Swift – “You Need To Calm Down”
Megan Thee Stallion ft. Nicki Minaj & Ty Dolla $ign “Hot Girl Summer”

MÚSICA DO VERÃO

Ariana Grande & Social House – “boyfriend”
Billie Eilish – “bad guy”
DaBaby – “Suge”
Ed Sheeran & Justin Bieber – “I Don’t Care”
Jonas Brothers – “Sucker”
Khalid – “Talk”
Lil Nas X ft. Billy Ray Cyrus – “Old Town Road (Remix)”
Lil Tecca – “Ransom”
Lizzo – “Truth Hurts”
Miley Cyrus- “Mother’s Daughter”
Post Malone ft. Young Thug – “Goodbyes”
ROSALÍA & J Balvin ft. El Guincho – “Con Altura”
Shawn Mendes & Camila Cabello – “Señorita”
Taylor Swift – “You Need To Calm Down”
The Chainsmokers & Bebe Rexha – “Call You Mine”
Young Thug ft. J. Cole & Travis Scott – “The London”

Crítica: “Era Uma Vez em Hollywood” é uma tortura fantasiada de homenagem à Sétima Arte

Atenção: a crítica contém spoilers.

Indicado a 10 Oscars:

- Melhor Filme
- Melhor Direção
- Melhor Roteiro Original
- Melhor Ator (Leonardo DiCaprio)
- Melhor Ator Codjuvante (Brad Pitt)
- Melhor Design de Produção
- Melhor Fotografia
- Melhor Figurino
- Melhor Edição de Som
- Melhor Mixagem de Som

* Crítica editada após o anúncio dos indicados ao Oscar 2020

Quentin Tarantino lançando um filme significa que eu estarei no cinema. Não sou desses que acha o diretor o suprassumo da Sétima Arte, mas, de "Cães de Aluguel" (1992) até "Os 8 Odiados" (2015), nunca o vi lançar uma película ruim - "Pulp Fiction: Tempo de Violência" (1994), sua obra-prima, é um dos melhores filmes já feitos, inclusive. Não tinha como não dar meu dinheiro para "Era Uma Vez em Hollywood" (Once Upon a Time in Hollywood), seu novíssimo projeto.

No final da década de 60, Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) é um ator que alcançou o ápice da fama em Hollywood na década anterior, andando atualmente por uma crise artística. Seu melhor amigo - e dublê e motorista e o que aparecer -, Cliff Booth (Brad Pitt), sempre está ali para dar suporte a Rick, no protagonismo ou como coadjuvante de uma série que ninguém assiste.

A mansão de Rick, nos altos montes da ensolarada Califórnia, é ao lado da residência de ninguém menos que Roman Polanski e sua esposa, Sharon Tate (Margot Robbie), um dos apogeus do Cinema na época - Polanski havia acabado de lançar "O Bebê de Rosemary" (1968), um dos maiores clássicos de toda a história.


Essa dicotomia representa perfeitamente o status artístico do fim da Era de Ouro de Hollywood: de um lado, Rick, a encarnação do declínio; do outro, Polanski e seu magnetismo de sucesso e genialidade. Você pode tentar, mas será árduo não lembrar de "Crepúsculo dos Deuses" (1950), o melhor estudo da fama dentro de Hollywood já criado na telona: Rick chega perto da insanidade de Norma Desmond, o cânone da fama perdida, ao tentar alcançar o prestígio de outrora - semelhanças com Riggan Thomson de "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)" (2015) não são mera coincidência.

Já podemos apontar o óbvio: "Era Uma Vez..." é uma homenagem ao Cinema - mais especificamente à Hollywood, todavia, pincela outros nichos como o faroeste italiano, (conhecidos como Spaghettis). A metanarrativa, então, é uma das principais forças da produção, que mergulha na indústria até demais. O filme chega perto de 3h de duração, o que fundamentalmente não é um problema, a questão é a maneira como Tarantino decidiu preencher seu arrastado filme. Realmente me surpreendi quando lembrei que tanto "Django Livre" (2012) quanto "Os 8 Odiados" possuem durações maiores à de "Era Uma Vez...", e o tempo voa nos dois primeiros, ao contrário do último.

Para quem conhece a filmografia do diretor - que sempre escreve os próprios roteiros - sabe que suas narrativas evocam os dramas de seus personagens de maneira não tão linear. Os acontecimentos não são exatamente fechados, com cada passo sendo um tijolo na construção da trama - um estilo que, particularmente, não me agrada tanto. O que fazia com que isso jamais fosse um empecilho é a vivacidade de suas histórias, sempre cativantes - o que inexiste em "Era Uma Vez...".

A trama gira entorno dos três personagens principais - Rick, Cliff e Sharon. Mesmo se encontrando e se aproximando, eles possuem núcleos completamente distintos, três histórias deveras diferentes; e a montagem não se apressa em mostrar em detalhes cada uma delas. Rick gasta horas nos sets de filmagem, Sharon no cinema vendo o filme em que atua e Cliff flerta com uma garota que acaba se revelando uma das integrantes da família Manson. Nenhuma delas é exatamente empolgante.


Tarantino, cinéfilo inveterado, quer ovacionar o faroeste - gênero fundamentalmente hollywoodiano - e nos cola em Rick por intermináveis filmagens, que são sofríveis. Com cenas longuíssimas, a sensação de que 10% do exibido era o necessário está sentada do nosso lado, o que é reflexo do domínio criativo que o diretor tem sobre suas obras - que tem o poder em decidir como será o corte final do filme, algo raro dentro da indústria.

Com Cliff, soterrado na sombra do personagem de Rick, ganha camadas de composição que surgem e somem sem impacto algum - o filme literalmente para a história para mostrar que ele matou a própria mulher. O que em qualquer enredo seria ponto incontestável, serve para coisa nenhuma - se não existisse, o filme percorreria sem mudanças. E aqui é apenas um dos vários exemplos de entupimentos do roteiro.

É em Sharon que o plot parece alavancar. Não é a primeira vez que Tarantino se apropria de um fato real e a mistura com a ficção - "Bastardos Inglórios" (2009) ressignifica a História e mete a bala em Adolf Hitler, e o mesmo acontece em "Era Uma Vez...". No entanto, aqui temos um grande "porém": ao contrário de Hitler, Sharon Tate não é uma figura universalmente conhecida - durante a sessão que assisti, várias pessoas não a conheciam. E, por não a conhecerem, o viés híbrido do filme não fez sentido.

Sharon foi assassinada pela família Manson, e em "Era Uma Vez...", Tarantino faz o oposto de "Bastardos": poupa a vida da mulher com uma virada deliciosa que subverte expectativas. To-da-vi-a, essa expectativa, essencial no clímax, só existe se você conhecer o destino de Sharon. Sem um desenvolvimento digno em cima do culto bizarro criado por Charles Manson (que aparece em apenas UMA cena), o crime acontece na tela sem motivações e se apega demasiadamente em um fato aquém de sua existência e que não encontra explicações o suficiente dentro de seu corpo. Sem o conhecimento prévio, Sharon é só a vizinha que em uma noite descobriu que a casa ao lado foi invadida. E isso é um grande problema.


E Tarantino não está nem um pouco preocupado se você não catar as milhares de referências que explodem na tela a cada segundo, virando um festival impossível de ser assimilado tamanha afetação. Ele vai nos confins da cultura norte-americana das duas décadas exploradas e põe tudo na tela milimetricamente, uma porrada no interesse do público - ou você quer mesmo ver um episódio de uma série policial de 1965? Chega a ser uma tortura - e tenho certeza de que, caso estive assistindo ao filme em casa, teria abandonado.

Tudo é, como sempre, embalado com muito afinco, da fotografia coloridíssima da era dos hippies até a energética trilha sonora - mas a cansativa história, os inúmeros personagens de apoio que entram e saem da tela, as sequências infinitas de gravações, as subtramas deixadas pra trás, tudo colabora para assassinar a diversão que é elemento intrínseco dentro do cinema tarantiano - e que, em alguns momentos, faziam as falhas passadas serem perdoadas.

É uma surpresa ver o infortúnio de Tarantino ao abraçar um longa mais voltado para o drama - ele se saiu tão bem no subestimado "Jackie Brown" (1997). "Era Uma Vez em Hollywood" carrega os estilos que moldaram um cinema tão característico, porém, sua nova produção é uma inorgânica homenagem à fantasia hollywoodiana pela sua trama que vai matando a própria vida a cada minuto (e são muitos). Se as atuações são de primeira linha e os momentos de ação maravilhosos, "Era Uma Vez" parece não entregar uma recompensa à plateia, mesmo com seu protagonista sendo recebido de portões abertos na magia irrefreável da mitologia por trás da terra do Cinema - e que não está presente no filme que conta sua história, coisa diferente em outras homenagens à Sétima Arte na contemporaneidade, como "La La Land" (2016). Tarantino, pela primeira vez, não é cool, é só chato.

Taylor Swift canta o amor em toda a sua intensidade no seu novo disco, "Lover"

Só os amantes online! 

Nessa sexta-feira (23), Taylor Swift lançou seu sétimo disco, o "Lover", e como o nome já sugere, o material veio repleto de canções de amor que exploram o melhor dessa nova fase pessoal da artista,  deixando pra trás a áurea pesada do "reputation".



Apesar do tom diferente de seu disco antecessor, o "Lover" traz um pouco da sonoridade cheia de sintetizadores explorada no "reputation". Isso porque Taylor recrutou mais uma vez o produtor Jack Antonoff, vocalista da banda Bleachers e nome por trás do "Melodrama", da Lorde. Além de trabalhar novamente com o cara, Taylor chamou um parceiro inédito para o álbum: Joel Little, produtor de "ME!" e "You Need To Calm Down".

Mas, calma. Se você tinha medo que o disco soasse como os dois primeiros singles, pode ficar tranquilo. Apesar de Joel Little ter produzido muitas outras canções, podemos garantir que ele fez um trabalho muito melhor com as faixas inéditas. E em termos de composição, temos letras ótimas e que em nada nos lembram o fatídico "Hey, kids! Spelling is fun!". Pode dar o play sem medo.

Em nossa primeira ouvida, os destaques foram a política "Miss Americana & The Heartbreak Prince"; "The Man", na qual Taylor fala sobre a desigualdade entre homens e mulheres na indústria; a fofíssima "Cornelia Street", que resume bem o tema do álbum; "Soon You'll Get Better", perfeita pra quem sente falta da Taylor no country; e "Cruel Summer", co-composta pela St. Vincent, produzida pelo Jack, uma continuação do hino "Getaway Car" e que provavelmente será o terceiro single oficial do "Lover".

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