Os melhores lançamentos da semana: Fresno, The Naked and Famous, JoJo, Tove Lo e mais


Desde junho do ano passado, a sexta-feira foi escolhida para o dia mundial de novos lançamentos musicais, chamado New Music Friday, e, no geral, todos esses lançamentos acontecem por plataformas como Spotify, Apple Music, Tidal, iTunes, etc.

Como tem se tornado costume, ao virar do dia entre quinta e sexta-feira, corremos para o Spotify, para sabermos quais são as novidades mais interessantes, sejam elas de artistas novos ou consolidados, e daí surgiu a ideia de tornarmos isso uma playlist que, obviamente, será atualizada semanalmente.



Como uma introdução, vale ressaltarmos que as músicas foram ordenadas de forma que as melhores se encontrem no topo e que, em todas as edições, faremos uma breve revisão sobre o top 10, apenas a título de informação.

Caso você não esteja interessado em ler sobre isso, pode apenas apertar o play na lista acima, mas se você realmente está disposto a saber o que temos a dizer sobre isso, aqui vamos nós:


 O novo disco da Fresno, “A Sinfonia de Tudo Que Há”, chegou ao Spotify e sua audição é obrigatória. Nosso destaque da semana é uma de suas faixas: “Deixa Queimar”.

 “The Water Beneath You”, do The Naked and Famous, é um synthpop explosivo que, se ouvido no volume máximo, pode salvar vidas.

 A volta da Jojo aconteceu e ainda nem estamos acreditando. “Vibe.” é uma das faixas mais promissoras do seu “Mad Love.”.

 Por mais que “Cool Girl” seja maravilhosa, estávamos sentindo falta da Tove Lo pop-não-genérico e, em “True Disaster”, a sueca nos entrega a obra prima que faltava nessa fase “Lady Wood”.

 Camila Cabello deu mais um passo para a sua carreira solo e, agora ao lado do rapper Machine Gun Kelly, nos convence facilmente com “Bad Things”.

 A sensação de ouvir “Not Like Gold”, da Milly Roze, é mais ou menos a mesma que tivemos ao escutar Kiiara pela primeira vez.

 O indie pop infeccioso da dupla Lucius em “Pulling Teeth” é tão, mas TÃO bom, que você dificilmente vai querer que a música acabe.

 Já que a Lady Gaga não quer salvar o pop, os brasileiros da banda Fire Department Club nos dá uma força. “Human Nature” é um dos melhores acontecimentos desse ano.

 Choque demais para uma só música: Far East Movement ainda existe e, no single “Freal Luv”, conta com a participação da Tinashe.

 O sucesso reencontrou The Veronicas em seu último single, “In My Blood”, e elas parecem decididas a repetirem a brincadeira com “On Your Side”. Vamos acompanhar.

Se surpreenda com a Camila Cabello em “Bad Things”, do Machine Gun Kelly

Camila Cabello aprendeu que menos pode ser mais e, em outro passo para sua promissora carreira solo, arrasou na parceria com o rapper Machine Gun Kelly, na recém-lançada “Bad Things”.

O mais novo single do cara traz os vocais da integrante do Fifth Harmony e, como o próprio já deveria imaginar, é a moça quem prende a nossa atenção à canção, apresentando aqui vocais mais contidos do que suas contribuições dentro da girlband, remetendo aos últimos trabalhos de Selena Gomez e Demi Lovato, sob uma sonoridade que resgata o R&B do começo dos anos 2000.

Ouça:



Não é que ela mandou super bem?

Antes de Machine Gun Kelly, Camila já havia participado de “I Know What You Did Last Summer”, do Shawn Mendes, e “Power In Me”, produzida pelo Benny Blanco para uma campanha beneficente, ambas sem a parceria do Fifth Harmony, e, até o fim desse ano, deveremos ter mais Cabello solo, graças a sua parceria com Diplo e a trupe do Major Lazer, prevista para integrar o novo disco do trio de música eletrônica, “Music Is The Weapon”.


Ela se garante sozinha ela.

Com Camila, as moças do Fifth Harmony se apresentarão no Brasil em dezembro desse ano, como parte do festival FunPopFun, da Fanta com a Vevo. O show, fechado, acontecerá em São Paulo e, mais uma vez, promoverá os trabalhos do grupo com o disco “7/27”.

Você tá dentro do “jogo de tiros” do The Weeknd no sangrento clipe de “False Alarm”

A espera pelo novo disco do The Weeknd, “Starboy”, ainda levará mais de um mês, já que o disco tá previsto para o dia 25 de novembro, mas o cantor tá trabalhando duro na sua divulgação e, após lançar o clipe da sua parceria com o Daft Punk, revelou mais uma amostra visual desse novo trabalho, agora ao som de “False Alarm”.

No clipe de “Starboy”, The Weeknd nos introduziu a estrela que tomou o lugar de sua antiga persona, mas em “False Alarm”, o cantor abre espaço pra que o diretor do vídeo, Ilya Naishuller, faça o que sabe de melhor: muita matança.



Pra quem não sabe, o cara é um músico e diretor russo, famoso pela direção do filme “Hardcore Henry”, além do videoclipe da sua própria banda, Biting Elbows, “Bad Motherfucker”, e em ambos traz alguns traços característicos de seu trabalho, sempre com muita ação, sangue e tiroteio, além da marcante câmera em primeira pessoa – um dos grandes diferenciais do seu filme, lançado em abril desse ano. Nós já tínhamos falado tudo isso por aqui.

Deu pra sentir o que esperar do videoclipe, né? É tiro pra todo lado, literalmente, e o cantor até aparece, mas só nos seus segundos finais. Pega o colete à prova de balas e assista abaixo:



Na última semana, The Weeknd se apresentou no Saturday Night Live, performando as canções “Starboy” e “False Alarm”. Ambas as apresentações estão em seu canal Vevo, no Youtube:



Vale lembrar que, no ano que vem, o canadense virá ao Brasil, como uma das atrações principais do Lollapalooza.

Mesmo com Kendrick Lamar, a volta do Maroon 5, em “Don’t Wanna Know”, é bem desanimadora


Estavam com saudades do Maroon 5? Depois de terem se aventurado em um som bem pop com o "V" (2014), a banda volta mostrando que quer continuar indo por esse caminho. A primeira amostra desse novo trabalho saiu na madrugada desse dia 12 e é a música "Don't Wanna Know", parceria com o rapper Kendrick Lamar.

A canção mostra como o som do grupo, que vem mudando bastante ao longo dos anos, está evoluindo para algo mais synth-pop ao nos trazer batidas que lembram imediatamente muitos hits recentes, como "Sorry", do Justin Bieber, só que em uma versão mais lenta e relaxada. Algo que também chama atenção é a repetição constante do refrão, que chega até a ficar chato, mas, como bem sabemos, não há fórmula mais pop, radiofônica e certeira do que essa.

No geral, "Don't Wanna Know" vence pelo cansaço. O que fica é o medo de ver o Maroon 5 perder sua identidade em uma busca para soar cada vez mais atual, combinando sempre com o que está em alta nas paradas. Com relação ao rap do Kendrick Lamar, o que sempre nos gera expectativa em qualquer canção que ele apareça, sentimos que serviu para quebrar um pouco de ritmo repetitivo e... só. Mas, se o objetivo da banda é hitar, não dá pra dizer que eles erraram, não é?



Vale lembrar que o Maroon 5 é atração confirmada no Rock In Rio 2017, que acontecerá nos dias 15, 16, 17, 21, 22, 23 e 24 de setembro. Ainda não foi revelado o dia exato em que a banda vai tocar. 

O álbum novo do grupo, que deve ser a base para esse show no Brasil, por enquanto não tem data de lançamento.

MC Carol, Karol Conka, Solange e uma conversa sobre o feminismo negro

Na última quinta-feira (6), MC Carol e Karol Conka se declararam “100% feminista”! Se você ainda precisava ter certeza, é porque não conhece muito bem a carreira ou a trajetória de vida dessas mulheres incríveis. Ambas são mulheres negras, que saíram do subúrbio de suas cidades – Carol é de Niterói e Conka, de Curitiba – e resolveram soltar a voz no funk e no rap, de longe os meios mais machistas da cena musical brasileira. Essas mulheres poderosas não são de poucas ideias: suas músicas vêm cada vez mais carregadas de discursos políticos, principalmente sobre pautas como feminismo e negritude.

Carol Bandida sempre teve postura de mulher independente, que não leva desaforo para casa e não se rebaixa diante de ninguém. Inclusive faz seu namorado, que é o maior otário, lavar suas calcinhas. Deixa muito claro para o mundo que é linda e gostosa, grita aos quatro ventos se for preciso e ninguém a convencerá do contrário. O discurso feminista é nítido! Apesar de que, para as mulheres negras periféricas, essa é a realidade diária de suas vidas: não é só uma nomenclatura, mas uma necessidade vital de sobrevivência.

Em suas últimas músicas, Carol tem deixado um pouco de lado o tom debochado para dar espaço para a revolta com uma sociedade racista, machista, elitista e excludente. Em “Não Foi Cabral”, ela pede desculpas a professora e dispara a verdade sobre a história do Descobrimento do Brasil, que não foi pacífica e bonita como nos é ensinado na escola, mas marcada pelo sangue, medo e o saqueamento completo das terras, riquezas e culturas dos índios.

Já em “Delação Premiada” (que, como “100% Feminista”, quem assina a produção é o Leo Justi) o assunto é a disparidade violenta no tratamento da polícia, que tem uma cartela de cor e classe para classificar quem é bandido – muitas vezes sem sequer perguntar –, além de relembrar muitos casos sem solução que cada vez mais aumentam a lista dessa instituição truculenta e genocida. Agora em “100% Feminista”, em parceria com a Karol Conka, ouvimos sobre a violência contra a mulher e a misoginia, que nos fere fisicamente e psicologicamente, inviabiliza, invisibiliza, machuca, aprisiona e mata mulheres todos os dias ao redor do mundo.



Karol Conka rouba a cena com seu jeito despojado, seu estilo ousado e o cabelo rosa que é sua marca registrada. Começou se apresentando no circuito do hip hop curitibano e foi conquistando seu espaço no mainstream até conhecer o produtor Nave, que deu um empurrão produzindo seus primeiros trabalhos e depois seu álbum “Batuk Freak” (2013), de forma independente. Ganhou de vez a atenção dos holofotes quando assinou o selo Buuum da Skol Music e lançou os singles “Tombei” (2015) e “É o Poder” (2016), com produção da dupla Tropkillaz. Em seus trabalhos sempre deixou claro que o lugar da mulher é onde ela quiser! Nessa nova música, MC Carol e Karol Conka se colocam enquanto mulheres negras, de “cabelo duro”. Fortes, porém frágeis; independentes e destemidas.

Fica impossível não se conectar automaticamente com outra mulher negra e ouvir, em meio ao batuque do samba e os riffs de guitarra, a ameaça empoderada da denúncia de uma violência doméstica: “Você vai se arrepender de levantar a mão para mim”. Ela mesma, A Mulher do Fim do Mundo, Elza Soares. Um dos nomes dentre os muitos mencionados na parceria feminista das negras que levam o mesmo nome. Anote e mergulhe nas pesquisas: Aqualtune e Dandara dos Palmares, líderes quilombolas na luta contra a escravização da população negra; Carolina Maria de Jesus, uma das primeiras escritoras negras da história do Brasil; para mencionar algumas mulheres ilustres que são imprescindíveis para o movimento feminista negro. Voltando para o mundo da música, tivemos Nina Simone, cantora, compositora e ativista pelos direitos civis dos negros norte-americanos; a voz da inquietação de quem sofre na pele com o racismo e suas mazelas.



Ao longo dos anos, muitas mulheres perseveraram para que a voz do feminismo negro não fosse silenciada. Atualmente, o movimento vem lutando para manter acesa a fresta de luz que vem conquistando com muita garra, insistência e afrontamento. E que instrumento melhor que a música para ecoar nosso grito de resistência ainda mais forte? Um dos últimos lançamentos internacionais que abordou o assunto com perfeição foi o álbum “A Seat at the Table”, da Solange. De uma forma precisa e até divinal, o último disco dessa garota do Texas multifacetada é o pacote completo: uma sonoridade musical absurdamente apaixonante, com participações de nomes de peso – como Lil Wayne, The Dream, Kelly Rowland e Kelela – combinadas às mensagens profundas de empoderamento negro. Solange diz que “você tem todo o direito de estar bravo" com o racismo e avisa para os outros “não tocarem em seu cabelo” afro. Ela não fica à sombra da irmã, Beyoncé! Tem seu brilho próprio, que de tão grande, pode até ofuscar alguns olhares preconceituosos. Lastimável que seu trabalho não foi reconhecido nem ovacionado da mesma maneira como foi, e ainda é, o Lemonade.



Já em terras tupiniquins, não podemos deixar de falar do trabalho brilhante da Tássia Reis em seu último disco “Outra Esfera”. De Jacareí para o mundo, é perceptível que a rapper se despiu de toda timidez e veio escancarar tudo que andava engasgado na garganta. “Ouça-me” é um pé na porta do silenciamento sofrido pelas mulheres negras e o grito da ancestralidade de quem nunca mais vai se calar. Ela avisa: “A revolução será crespa, (...) não podem conter”. Em “Da Lama / Afrontamento”, com a rapper Stefanie, ao ouvir chega a ser possível enxergar a imagem da desigualdade da vida na periferia e que a realidade das pessoas negras é uma tentativa constante de nadar contra a maré. É maravilhoso como tanto o trabalho da Karol Conká e da MC Carol quanto o da Tássia Reis são capazes de atingir desde o povo da periferia até uma parcela da população que desfruta de muitos privilégios – mas se desconstrói (diariamente) para ser consciente – com o mesmo diálogo.


Sabemos que ainda há muita resistência dessa sociedade racista e machista, mas a resistência do povo negro é de uma ancestralidade muito cheia de força. Seguimos, nem um passo atrás! E para isso, enaltecemos o trabalho das tantas mulheres negras formidáveis que existem mundo afora; seja na música, na televisão, na academia ou em qualquer outro espaço dos quais nos são negados. Viva, Janelle Monae! Viva, Djamila Ribeiro! Viva, Preta Rara! Viva, Jéssica Ellen! Viva, Luana Hansen! Viva, Andreza Delgado!

Um viva à todas as mulheres negras que existem e resistem! <3

A exposição continua! Nova versão de “Famous”, do Kanye West, é ainda mais machista


A novela não acabou! Vazou na internet o aúdio de uma versão não-finalizada da música "Famous", do rapper Kanye West, que gerou um grande buzz no mundo pop.

Taylor Swift, Kanye West... Não dá pra defender ninguém

Para relembrarmos a história, o single do álbum "The Life of Pablo" trouxe versos machistas, dizendo que a cantora Taylor Swift devia fazer sexo com ele, porque ele a tornou famosa. Na época, Swift se defendeu dizendo que não sabia da letra da música e até levou a rivalidade para um discurso no Grammy de 2016, quando aceitou o prêmio de Álbum do Ano. West, então, lançou o clipe da música mostrando várias celebridades, incluindo Taylor Swift, nuas em uma grande cama com lençóis brancos.

Kanye West, a infame sextape de “Famous” e a famosa hora de parar

Ele explicou que o conceito do vídeo, além de ser uma referência ao quadro "Sleep" do pintor Vincent Desiderio, era mostrar como o público gosta de invadir a privacidade dos artistas, violando a vida pessoal para sempre estar cientes de tudo que acontece por baixo dos panos. Alguns dias se passaram e Kim Kardashian, socialite e esposa de Kanye West, postou em seu Snapchat vídeos que comprovam que Taylor não só sabia, como havia aceitado o verso "I feel like me and Taylor might still have sex" ("Eu acho que eu e a Taylor ainda faremos sexo").

A hashtag #KimExposedTaylorParty subiu no Twitter e em poucos minutos era Trending Topics mundiais. O último capítulo de tudo isso foi quando a MTV convidou Kanye para se expressar no VMA 2016, dando a ele alguns minutos livres para que ele pudesse fazer o que quisesse. Ele conversou conosco, explicou o vídeo, brincou com a audácia de colocar Anna Wintour ao lado de Donald Trump e Ray J (ex-namorado de Kim Kardashian), e mais: lançou o clipe de "Fade".

O clipe de “Fade”, do Kanye West, é sobre o empoderamento negro e feminino

Agora uma nova etapa dessa novela mexicana está começando, após o vazamento dessa versão de "Famous".

[...] Eu sinto que Taylor Swift ainda me deve sexo. Por quê? Eu fiz essa vadia famosa! [...] Eu sinto que Amber Rose ainda me deve sexo. Por quê? Eu fiz essa vadia famosa! Não muito, mas um pouco mais famosa.
EITA. Antes da versão finalizada, Kanye West também citava sua ex-namorada Amber Rose, que está no polêmico vídeo da música. Eles finalizaram o relacionamento em agosto de 2010 e de uma forma não muito amigável, mas recentemente Amber e Kim Kardashian se encontraram e aparentemente fizeram as pazes, e o rapper até brincou com ela durante seu discurso no VMA deste ano. O que será que vem pela frente? Amber vai cancelar a trégua? Taylor vai se pronunciar?

A gente aposta no vazamento de uma terceira versão, COM A PARTICIPAÇÃO de Taylor.

Compilação maravilhosa! Caso você ainda não tenha visto, tem 7 clipes novinhos da Grimes por aqui


Grimes postou em seu YouTube uma compilação de vídeos chamada "The Ac!d Reign Chronicle" (As crônicas de Ac!d Reign), que totaliza em 38 minutos. Os clipes, que foram gravados durante a The AC!D REIGN Tour na Europa, estão divididos em sete músicas, quatro delas do seu álbum "Art Angels" e três do EP autointitulado da cantora HANA, que abriu os shows da turnê. 

A cantora contou que ela, seu irmão Mac Boucher e HANA começaram gravando o visual de "World Princess Part II", mas eles gostaram tanto do resultado que resolveram fazer mais sete vídeos em duas semanas.


Este verão eu trouxe meu irmão Mac e minha melhor amiga Hana para a turnê e nós gravamos vários vídeos musicais. Estes 7 vídeos foram gravados em um período de duas semanas ao longo da Europa durante a The AC!D REIGN Tour. Eles são vídeos de estilo guerrilha, à la "realiti", então não havia equipe, maquiagem, câmeras, iluminação. Apenas nós e nossos celulares, então não esperem algo muito sofisticado. Dito isso, estamos muito orgulhosos do que fizemos. Então sim, inicialmente nós decidimos filmar algo apenas para WP2, mas terminamos em poucos dias então continuamos gravando entre shows e dias de folga e começamos a gravar vídeos para Hana também. Aristophanes também fez alguns shows com a gente, então pudemos filmar SCREAM. Linda e Alyson, que dançam nos shows, também aparecem nos vídeos. Vocês podem assistir cada um individualmente ou todos juntos (com um material bônus). Links abaixo. Os vídeos são os seguintes: GRIMES: World Princess Part 2, Butterfly, Scream ft. Aristophanes, Belly of the Beat. HANA: Chimera, Underwater, Avalanche Por fim, nós estivemos acordados a noite toda terminando/subindo estes vídeos para o YouTube, então eu me desculpe por esse texto não estar melhor, mas estamos extremamente loucos.

Isso é tudo.

Drake passa Michael Jackson pra trás e quebra recorde de indicações ao American Music Awards


Na segunda-feira (10), os indicados ao American Music Awards — ou AMA, para os mais chegados — foram revelados durante o programa matinal Good Morning America e o cantor Drake é o que mais aparece na lista! Ele não só recebeu TREZE indicações, como também quebrou o recorde de Michael Jackson, que há 32 ANOS tinha recebido onze indicações em uma única edição da premiação. Em segundo lugar, vem Rihanna, com sete indicações, seguida por Adele e Justin Bieber, ambos com cinco cada.

ARTISTA DO ANO
Adele
Beyoncé
Justin Bieber
Drake
Selena Gomez
Ariana Grande
Rihanna
Twenty One Pilots
Carrie Underwood
The Weeknd

ARTISTA REVELAÇÃO
Alessia Cara
The Chainsmokers
DNCE
Shawn Mendes
ZAYN

COLABORAÇÃO DO ANO
The Chainsmokers - "Don’t Let Me Down (feat. Daya)"
Drake - "One Dance (feat. Wizkid & Kyla)"
Fifth Harmony - "Work From Home (feat. Ty Dolla $ign)"
Rihanna - "Work (feat. Drake)"
Meghan Trainor - "Like I’m Gonna Lose You (feat. John Legend)"

TURNÊ DO ANO
Beyoncé
Madonna
Bruce Springsteen & the E Street Band

VÍDEO DO ANO:
Justin Bieber - "Sorry"
Desiigner - "Panda"
Rihanna - "Work (feat. Drake)"

MELHOR ARTISTA MASCULINO – POP/ROCK
Justin Bieber
Drake
The Weeknd



MELHOR ARTISTA FEMININA – POP/ROCK
Adele
Selena Gomez
Rihanna

MELHOR DUO OU GRUPO – POP/ROCK
The Chainsmokers
DNCE
Twenty One Pilots




MELHOR ÁLBUM – POP/ROCK
Adele - "25"
Justin Bieber - "Purpose"
Drake - "Views"

MELHOR MÚSICA - POP/ROCK
Adele - "Hello"
Justin Bieber - "Love Yourself"
Drake - "One Dance (feat. Wizkid & Kyla)"

MELHOR ARTISTA MASCULINO – COUNTRY
Luke Bryan
Thomas Rhett
Blake Shelton

MELHOR ARTISTA FEMININA – COUNTRY
Kelsea Ballerini
Cam
Carrie Underwood

MELHOR DUO OU GROPO – COUNTRY
Florida Georgia Line
Old Dominion
Zac Brown Band

MELHOR ÁLBUM - COUNTRY
Luke Bryan Kill the Lights
Chris Stapleton Traveller
Carrie Underwood Storyteller

MELHOR MÚSICA - COUNTRY
Florida Georgia Line - "H.O.L.Y."
Tim McGraw - "Humble And Kind"
Thomas Rhett - "Die A Happy Man"




MELHOR ARTISTA – RAP/HIP-HOP
Drake
Fetty Wap
Future

MELHOR ÁLBUM – RAP/HIP-HOP
Drake - "Views"
Drake & Future - "What A Time To Be Alive"
Fetty Wap - "Fetty Wap"

MELHOR MÚSICA – RAP/HIP-HOP
Desiigner - "Panda"
Drake - "Hotline Bling"
Fetty Wap - "679"

MELHOR ARTISTA MASCULINO – SOUL/R&B
Chris Brown
Bryson Tiller
The Weeknd



MELHOR ARTISTA FEMININA – SOUL/R&B
Beyoncé
Janet Jackson
Rihanna

MELHOR ÁLBUM – SOUL/R&B
Beyoncé - "Lemonade"
Rihanna - "Anti"
Bryson Tiller - "T R A P S O U L"

MELHOR MÚSICA – SOUL/R&B
Drake - "One Dance (feat. Wizkid & Kyla)"
Rihanna - "Work (feat. Drake)"
Bryson Tiller - "Don’t"

MELHOR ARTISTA - ROCK ALTERNATIVO
Coldplay
Twenty One Pilots
X Ambassadors




MELHOR ARTISTA - ADULTO CONTEMPORÂNEO
Adele
Rachel Platten
Meghan Trainor

MELHOR ARTISTA - LATINO
J Balvin
Enrique Iglesias
Nicky Jam

MELHOR ARTISTA - CONTEMPORÂNERO INSPIRACIONAL
Lauren Daigle
Hillsong UNITED
Chris Tomlin



MELHOR ARTISTA - MÚSICA ELETRÔNICA/DANCE (EDM)
The Chainsmokers
Calvin Harris
Major Lazer

MELHOR TRILHA SONORA
Purple Rain
Star Wars: The Force Awakens
Suicide Squad: The Album

A premiação acontece em Los Angeles, no dia 20 de novembro, às 23:00 (horário de Brasília) e será transmitida pela ABC nos Estados Unidos e pela TNT no Brasil. 

Tony Bennett ataca novamente: músico pode se juntar à Lady Gaga no palco do Super Bowl


Infelizmente, a gente não está brincando.

Depois de ter lançado o "ARTPOP" em 2013, que não obteve os resultados esperados, Lady Gaga se juntou ao Tony Bennett para lançar o "Cheek To Cheek", álbum de jazz com o objetivo de limpar sua imagem. Todos conhecemos essa história, não é mesmo? Mas isso tudo ficou no passado e a Era Jazz morreu, certo? Aparentemente, não.

Com um álbum pop (ou não) a caminho, Gaga vive uma boa fase da sua carreira e nesse mês foi confirmada como atração do intervalo do Super Bowl, o maior evento esportivo dos Estados Unidos e um dos maiores do mundo.

Pensaríamos que essa seria uma oportunidade perfeita para que a americana fizesse um grande espetáculo, com muita dança, muito figurino, afinal, é o halftime do SuperBowl! Mas a ideia de Lady Gaga não é bem essa. Segundo o New York Daily News, ela quer muito ter o Tony entre seus principais convidados:

A prioridade dela é colocar o Tony no show. O problema seria encaixar um artista mais clássico como ele no show super pop que ela está planejando, mas Tony está enérgico e tem uma das maiores vozes de todas - um dueto entre eles seria um dos maiores momentos da história das performances do halftime.

Seria?

Só nos resta chamar a Duny, porque tá difícil. Lady Gaga, mulher, esquece o jazz!


Além de Tony Bennett, pode ser que Gaga esteja pensando em trazer os Rolling Stones. É mesmo a maior rockeira que você respeita.

O "Joanne", novo álbum da cantora, que pode ser pop, rock, country, jazz, indie ou tudo isso junto, chega dia 21 desse mês.

Editorial: Fernando Holiday e como a direita quer te vender um conservadorismo pop

Por Ben-Hur Bernard

Nós sempre produzimos heróis. Desde a Antiguidade sempre houve um sistema dinâmico que não só os produzia, mas os lançava e os tornava referência de seus tempos; porém os melhores heróis estavam predestinados a atravessarem essa barreira cronológica. Hércules é um dos principais exemplos, mesmo que mitológico. O semideus que se esforçou bastante para acabar com a hidra de 7 cabeças, ou com o cão Cérbero teve seus grandes feitos celebrados ao longo da história: em seu tempo, tinha os trovadores e estátuas; hoje, os filmes de animação da Disney.

E a criação do herói está justamente ai, na celebração de seus feitos, o problema é que cada tempo tem sua demanda pelo o que merece ser celebrado. Nos tempos de Hércules, nada poderia ser mais celebrado que sua força física, mas ao longo dos séculos, o prestígio foi mudando de figura. Da força física, para a complexidade humana, para os defeitos inerentes a todos os seres humanos, para o herói que também tem medos, para o anti-herói e agora, em tempos de textão no Facebook, o herói é aquele que sofre. É interessante pensar que todas essas características fazem parte de todos os heróis, assim como fazem parte de todas as pessoas. Mas o que torna uma pessoa comum em herói de seu tempo é justamente o poder que essa pessoa tem de se relacionar com o seu tempo, ou seja, de celebrar aquilo que está em voga (ou em Vogue) na sua atualidade.

Se Hércules fosse um herói do século 20 ou 21, seus músculos teriam menos destaque que suas dificuldades na adolescência. Na verdade, o spin off de TV (1998) que a Disney produziu após o sucesso do filme (1997) teve como foco justamente a fase teen do herói, onde ele era o garoto desengonçado, com suas angústias e dúvidas sobre seu destino. Mas se herói hoje é aquele que sofre, que é oprimido, que é alvo de bullying, esse herói não é branco, nem cisgênero-heterossexual, nem rico, nem homem. E esse fenômeno é global, hoje.

No Brasil, porém, esse novo cenário é um grande entrave, porque os heróis precisam continuar sendo produzidos, mas aqui, mesmo os oprimidos não se veem como tais. Ninguém quer ser negro, daí os eufemismos como “moreno” e as dezenas de termos que criaram para não expor a negritude, como “pardo”; ninguém quer ser homossexual, então se cria uma diferenciação ridícula entre o que é ser “gay” e o que é ser “bicha”, ou “lésbica” e “sapatão”; ninguém quer ser considerado pobre e jura que só por ter uma smart TV, ou um carro, ou uma casa própria financiada pelo Minha Casa, Minha Vida já o diferencia da massa de mortos de fome televisionada pela TV Globo nos anos 1990. E mais: por tudo isso, ninguém se identifica como esquerda, porque sê-lo é sinônimo de se assumir como oprimido, então as pessoas se identificam como direita. Assim, os direitos que a gente conquista não são direitos, são privilégios, afinal, rico não precisa lutar por direitos, rico trabalhou muito pra ter o que tem por mérito, então eu como uma pessoa que gozo de saúde e inteligência, se eu trabalhar muito, também vou conseguir. Não preciso ir na rua levantar bandeira.

Mas os heróis precisam continuar sendo produzidos... Qual a solução?

Uma das soluções encontradas instintivamente pelas pessoas que agora se veem perdidas nesse cenário é a tentativa de se lançar ao mundo também como uma pessoa que sofre. “Mas como uma pessoa branca, cisgênero, heterossexual e financeiramente confortável pode sofrer no Brasil?”. É muito simples: “Quando eu era pequeno, me chamavam de branquelo azedo na escola”; “Entre os meus amigos de faculdade, eu era o único evangélico e eles o tempo todo botavam a minha fé a prova”; “Me sinto constrangido de dizer que sou heterossexual, porque eu gosto de ser hétero, mas as pessoas dizem que por isso sou homofóbico”; “Nunca pude brincar na rua, livre, como os filhos da minha empregada – que por sinal não podia cuidar deles, porque ela cuidava de mim, acumulando duas funções, a de empregada e de babá – então eu cresci nesse condomínio murado e não tive uma infância plena”. 

Sim. Não é a toa o surgimento de termos como cristofóbico, magrofóbico, racista reverso, heterofóbico e não me surpreenderia o surgimento de outros como ricofóbico, direitofóbico, se é que já não cunharam. É que se você surge no Facebook contando vantagem de como você conseguiu aquela vaga maravilhosa naquele concurso federal concorridíssimo, ou seja, almejando a celebração heroica pública, ninguém se importa (posso até ouvir a Duny de Girls In The House dizendo isso). Quer ser herói? Tem que mostrar o quanto foi sofrido conseguir essa vaga e aproveitar pra relembrar como naquele verão de 2005 você foi ridicularizado porque você é tão branquinho, que você não bronzeava, só se queimava. E continua se queimando, né colega?


Mas só a criação de novas opressões não é o bastante, é preciso descreditar as que já existem legitimamente para que os heróis continuem sendo os mesmos privilegiados de sempre. Assim, com 48 mil votos, não é surpresa a eleição de Fernando Holiday, membro do Movimento Brasil Livre (MBL) e filiado ao Democratas (DEM) para a Câmara Municipal de São Paulo. Holiday é negro, periférico, tem apenas 20 anos e é o primeiro gay assumido a ser vereador da cidade. É de direita, liberal, anti-PT, contra as cotas para negros e contra qualquer bandeira de luta LGBT. Sua primeira fala como vereador eleito, inclusive, é pela extinção das secretarias LGBT e de Igualdade Racial em São Paulo.

Como negro, Holiday não é só contra as cotas, ele é contra inclusive ao dia da Consciência Negra (20 de novembro), pois julga não haver “necessidade ou eficiência”, principalmente porque a data foi escolhida em homenagem a Zumbi dos Palmares, morto em 1695. Para Holiday, Zumbi foi um assassino que inclusive tinha escravos

As acusações são de uma desonestidade absurda, pois escravos brancos sempre existiram na Europa, escravos negros sempre existiram na África e escravos indígenas ou pré-Americanos sempre existiram na América, sejam porque eram prisioneiros de guerra, ou por serem população de povoados conquistados. Mas escravidão globalizada de negros se deu também pela desumanização do negro, a própria Igreja na época anunciava que negros não tinham alma e, portanto, não eram humanos e que, assim, deveriam ser escravizados. 

A ausência de contextualização no discurso do vereador não só empobrece o debate, como é má intencionada por si só. E não há muita coerência em se dizer contra a escravidão e se filiar justamente ao partido de Ronaldo Caiado, cuja família se encontra na lista do Ministério do Trabalho e Emprego como sendo beneficiada por trabalho escravo.

E claro que ele não poderia falar tudo isso sem apontar que a luta do Movimento Negro no Brasil é vitimismo e que tudo isso se resolveria com a aplicação da meritocracia.

A escolha pelo DEM como seu partido também tem muito a dizer sobre como Holiday detesta o discurso de vítima da comunidade LGBT, afinal é de Carlos Apolinário, vereador pelo DEM/SP, o projeto de lei que cria o Dia do Orgulho Hetero na cidade. Ainda em 2015, quando se desenvolvia a narrativa midiática do Impeachment de Dilma, Holiday subiu ao púlpito da Comissão Geral sobre políticas públicas para a juventude e se autodeclarou como negro, pobre e homossexual e que isso não fazia dele vítima. Que o caminho para se vencer na vida é o mérito. Não precisamos aqui dizer o quão errado é o discurso meritocrático (precisamos?), não precisamos discutir que o mérito no Brasil não alcança quem muito trabalha, mas sim quem já possui privilégios. 


É muito ingenuidade, ou muita má fé de Holiday achar que se assumir gay sem se alinhar à esquerda o faz uma pessoa aceita, que ele não deve levantar bandeiras em prol dos direitos LGBT, pois isso é vitimismo, ou seja, uma distração que o impede de conquistar seus objetivos. Que basta batalhar pra chegar lá. Holiday está chegando lá (onde quer que isso seja) aos 20 anos, mas uma pessoa trans no Brasil vive em média até os 30. É necessário dizer, berrar, escancarar que a expectativa de vida de uma pessoa trans é essa porque ELA É PESSOA TRANS. Levantar bandeira para uma pessoa trans não é uma questão de mimimi, é uma questão de vida ou morte. Mas Holiday acha que uma secretaria para a comunidade, que inclusive ele faz parte (?) é um gasto desnecessário. Talvez para Holiday, ele pense assim: “Travesti, quer vencer na vida? Vá trabalhar”. Me pergunto onde ele acha que as travestis vão trabalhar pra poder “vencer na vida”.

O grande problema de criar todo esse discurso anti-LGBT e anti-negro, não sendo parte de nenhuma dessas comunidades, é que dificilmente um herói será celebrado se ele crer nessas ideologias. Mas se você fizer parte dessas comunidades, quem poderá dizer que você está errado? Se você for na página de Holiday no Facebook, verá uma porção de comentários de pessoas que não são negras ou LGBTs, mas que se escondem atrás de Holiday para dizer “Ta vendo? Não sou racista ou LGBTfóbico, eu até apoio esse candidato a vereador aqui, olha”.

Mas não basta sofrer sem sofrer para ser herói. Num mundo onde cada vez mais a internet nos permite a visibilidade, emergir como herói é um caso de sorte, talvez mais sorte que talento. Mas nada que o dinheiro e um bom marketing não possam comprar, afinal, espaço no Facebook todos podem ter, mas visibilidade, ai você tem que comprar com tio Mark. E ai que surge o MBL na vida de Holiday, ou surge o Holiday na vida do MBL, que para a nossa triste surpresa tem como co-fundador Pedro D'Eyrot, do Bonde do Rolê. Nas palavras de Pedro, em entrevista à Folha, “Partimos da tese de que faltava estética e apelo para difundir na sociedade uma visão de mundo mais liberal. [...] Era preciso – com o perdão da ironia – revolucionar o liberalismo.”. 

Vale destacar que Holiday surge na internet aos 18, em janeiro de 2015, com um vídeo pra lá de “excêntrico” sobre como as cotas são racistas. Um vídeo até bem editado pra quem é apenas um adolescente independente e “sem partido”, pronto pra ser viral. Isso, dias antes do protesto contra Dilma. Ai no ano seguinte ele emerge como um dos candidatos a vereador mais votados da cidade de SP. Precisamos falar mais alguma coisa?


Você certamente deve ter um conhecido que detestava as roupas extravagantes da Lady Gaga, mas que quando a viu no Oscar cantando as canções de A Noviça Rebelde, ele disse “Ah, agora sim ela está se mostrando uma cantora de verdade”. Mas se você perguntar quantos álbuns da Gaga ele já ouviu, ele dirá “Poker Face? O que é isso?”. Basicamente o MBL surge numa mesma proposta, só que ao contrário: ao invés de eles irem pro jazz, eles foram pro pop. E pop no sentindo amplo da palavra: popular e jovem.

E enquanto a esquerda se fragmenta em cubinhos que se dissolvem no ar, a direita não tem pudores nenhum de se apropriar de qualquer discurso ou estética pra se manter unida. Se pra ser herói agora você tem que ter sofrido bullying, eles produzirão um branco riquinho que foi oprimido; se é preciso dialogar com o funk e o rap, eles terão sua própria Iggy ou Eminem; se agora precisa ir às ruas com palavras de ordem, eles colocarão modelos magras e brancas na capa de uma revista de moda simulando um protesto. Tudo isso para que a produção de heróis não deixe de ser dominada pelos mesmos agentes da elite de sempre, porque se tem uma coisa que eles não sabem nessa vida é o que significa ser oprimido, mas não tem importância, eles podem pagar por isso.

Mas que nem eu, nem você, nem o próprio Holiday se enganem, ele não é o novo herói. Não podemos aqui dizer que ele está sendo manipulado pelos conservadores, ou usar de termos ofensivos como “capitão do mato” para apontar Holiday como um pobre coitado ignorante. Na verdade ele pode muito bem enxergar as grandes vantagens que ele tem com tudo isso, talvez ele não seja o ingênuo que nós gostaríamos que ele fosse. E isso só piora a situação. Mas que não nos enganemos: Holiday não é o novo herói, ele é apenas um parafuso na maquinaria que produz heróis em massa no mundo contemporâneo. Ele é somente uma peça que serve para tirar a voz dos pretos, gays e pobres que poderiam emergir como heróis entre seus iguais e de suas comunidades; e pra deslegitimar os discursos de opressão que esses mesmos pretos, gays e pobres poderiam apontar. 

Os heróis, enquanto continuarem a ser produzidos por quem já detêm o poder, continuarão a ser os Hércules: brancos, héteros, cisgêneros, filhos de deuses e dotados de poderes apenas por nascer. Com tudo isso, só sinto que Fernando Souza Bispo tenha se batizado de Fernando Holiday, pois agora ouvir "Holiday" da Madonna não será uma completa celebração.

***

Ben-Hur Bernard é jornalista e mestre em Estudos da Mídia; consumidor assíduo de cultura pop, devoto de M.I.A., tem Madonna e Britney como gurus e temente a Beyoncé. Ajuda a administrar o grupo Smart Pop e escreve também no Questões Milimétricas.

NÃO SAIA ANTES DE LER

música, notícias, cinema
© all rights reserved
made with by templateszoo