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Kanye West, a infame sextape de “Famous” e a famosa hora de parar

Kanye West não brincou quando nos desafiou a dizer o nome de “um gênio que não seja louco”, na letra de “Feedback”, do álbum “The Life of Pablo”. Foi nesse mesmo álbum que o rapper vacilou ao dizer que a Taylor Swift e ele deviam transar, já que, desde aquele episódio no VMA de 2009, acredita ter tornado-a famosa.

Como Kanye e controvérsia são coisas que andam de mãos dadas, o cara não só acompanhou todas as discussões que envolveram essa canção, em parceria com a Rihanna, como também decidiu lançá-la como single, mas, não contente com as críticas pelo machismo e misoginia de sua letra, foi além, levando a polêmica “Famous” para outro nível.

O último fim de semana foi escolhido pelo rapper para o lançamento do clipe de “Famous” que, segundo o próprio, levou cerca de três meses para ser finalizado. A estreia, por sua vez, não se resumiu ao tradicional lançamento do vídeo por meios digitais, mas, sim, um puta evento nos EUA, semelhante ao que ele realizou para a estreia do disco “Pablo”. Em seguida, foi a vez do videoclipe chegar a internet e, claro, pelo Tidal*, mas nem mesmo as barreiras da plataforma de streaming de Jay Z foram suficientes para impedir que a produção rapidamente chegasse ao público por outros meios e, enfim, entregasse o chocante material pensado por Kanye West.

Não há dúvidas: “Famous” é uma sextape. Ou, melhor dizendo, foi inspirado numa. Nem é preciso ir muito longe para saber do que ele está falando, é uma clara alusão ao vídeo protagonizado por Kim Kardashian e Ray J – responsável pela fama que a modelo, socialite e esposa de Kanye West usufrui até hoje. Mas toda a fórmula do vídeo constrói algo ainda mais agressivo e complexo. Isso porque essa sextape conta com inúmeros personagens, sendo eles: George W. Bush, Anna Wintour, Donald Trump, Rihanna, Chris Brown, Taylor Swift, Kanye West, Kim Kardashian, Ray J, Amber Rose, Caitlyn Jenner e Bill Cosby.

É claro que, no vídeo, nenhum deles está realmente fazendo sexo. Inspirado no quadro “Sleep”, do Vincent Desiderio, todas essas figuras, com exceção do próprio Kanye, estão representadas por estátuas de cera, enquanto dormem, cobertas por um único e longo lençol, e têm partes do seu corpo expostas ao público. E é isso o que temos ao longo de toda a produção, que, simulando o efeito de uma câmera caseira, passeia lentamente por entre os corpos e rostos, como se nos convidasse para sermos os olhos por trás de sua lente e, desta forma, compartilhasse da perversão que se aproveita desse momento de descuido e exposição de cada um desses nomes.

“Famous” é, antes de qualquer coisa, uma grande crítica. Falando sobre o clipe para a Vanity Fair, Kanye afirmou que “não está a favor ou contra ninguém que aparece no vídeo. É um comentário sobre a fama” e, pensando nessa perspectiva, faz muito sentido. Todos os nomes ali presentes são de pessoas que tiveram sua intimidade vasculhada por meio mundo, com seu consentimento ou não, e foram afetadas de alguma forma por essa superexposição. E por mais que saibamos que isso tem o seu lado errado, é algo que estamos habituados a continuar fazendo, afinal, “é o preço que se paga pela fama” e, sendo públicas, essas pessoas são vistas como se não tivessem o direito de viver algo realmente íntimo. “Que não ficasse famoso”.

Uma boa forma de compreender essa crítica, é não deixando passar o visual “sextape” do clipe. Todos sabem que o porn revenge é uma prática completamente errada e que não deve ser feita, mas se, no lugar desse vídeo, surgisse a notícia de que vazaram um vídeo íntimo da Taylor Swift com Calvin Harris, por exemplo, os sites que publicassem o registro atingiriam picos de acessos, vindos de pessoa que, mesmo sem serem convidadas, gostariam de ser os olhos por trás da lente, exatamente como Kanye as permite ser em “Famous”.



Kanye é um completo babaca, disso ninguém duvida. Mas é um babaca genial e, como já provou inúmeras vezes em sua carreira, genialmente perverso. Quando ele coloca várias mulheres poderosas ao lado de homens repugnantes, acusados de agressões físicas, abusos sexuais, entre outras coisas, ele não provoca apenas o telespectador, mas, também, todos os nomes ali presentes. Ele não apenas as expõe e explora, lenta e prazerosamente, mas também as rebaixa e faz isso sem economizar, afinal, onde sobra espaço para o mínimo de dignidade quando se divide uma cama com Donald Trump? E essa violência, por mais que, na cabeça dele, talvez seja apenas mais um momento provocativo de sua carreira, não é justificável.

Por mais que a polêmica mais óbvia do clipe seja a —estátua de — Taylor Swift, as intenções mais violentas do vídeo sobram para Kim Kardashian e Rihanna. Kim por reviver um momento que, ainda que tenha te dado fama, é vergonhoso, invasivo, e agora traz novas participações, colocando-a ao lado do seu marido e ex-namorado, apenas alguns centímetros da mulher que já foi seu padrasto. E Rihanna por aparecer ao lado do ex-namorado que quase a matou, enquanto canta os versos de Nina Simone que, nesse contexto, soam como um pedido de desculpas ao seu agressor.

O conceito do clipe, sobre a superexposição causada pela fama e a maneira como ela se torna um convite pra que todos invadam o seu lado mais íntimo, é muito bem aplicado, do clipe em si à forma como o próprio Kanye West expõe todas essas pessoas, que sequer deram permissão para aparecerem dessa maneira em seu vídeo. Mas chega a ser ingênuo enxergar toda a grandiosidade do clipe, sem perceber também que, por trás do seu discurso explícito, a inúmeras outras mensagens sendo passadas e intencionalmente pensadas para chocar o telespectador, indo dos casos de Kim e Rihanna aos personagens escolhidos e maneira como foram posicionados.



Logo de início, temos a magnata da Vogue, Anna Wintour, que assistiu ao desfile da nova linha do Kanye, durante o lançamento do disco “The Life of Pablo”, e o classificou como um “desfile de refugiados chiques”, ao lado de dois dos políticos mais odiados dos EUA e que compartilham de ideias semelhantes e xenofóbicas quanto aos refugiados no país, Bush e Trump. Na sequência, é Rihanna quem descansa ao lado do seu velho agressor, Chris Brown, seguida de Taylor Swift, que repousa acompanhada por Kanye West e Kim Kardashian. Ray J e Amber Rose formam o casal seguinte, como se, sendo ex-relacionamentos de Kanye e Kim, se merecessem, e, por fim, mas não menos preocupante, temos Caitlyn Jenner, que é uma mulher trans, ao lado do comediante e estuprador confesso, Bill Cosby.

Quando o clipe chega ao fim, são muitas as possíveis reações causadas. Enquanto arte, “Famous” cumpre o seu papel, nos chocando, mexendo com o nosso imaginário e, sendo isso algo subjetivo, podendo ou não causar repugnância, vergonha, talvez. Em termos visuais, o clipe também não decepciona, como boa parte da videografia de Kanye, e cumpre a cota, inclusive, quando o assunto é causar polêmica. Quem não se lembra das discussões em torno da capa de “My Beautiful Dark Twisted Fantasy”? Mas, por trás de todos esses significados, o clipe carrega uma pesada combinação do inconsequente desrespeito dele com os nomes aqui presentes, que resulta numa violência injustificável e que poderia ter sido evitada sem afetar o conceito central da obra.

Kanye West se tornou o maior inimigo de si mesmo, com um ego e sede pela provocação grandes o suficiente para ofuscarem a sua própria arte. 


O que muito nos impressiona aqui, é a questão do clipe significar algo mais violento para Kim, que é a esposa do rapper, e Rihanna, que é a sua parceira na faixa e amiga de longa data, do que para qualquer outra pessoa. E isso nos leva ao fato de que Kanye West se tornou o maior inimigo de si mesmo, com um ego e sede pela provocação grandes o suficiente para ofuscarem a sua própria arte. Ele tem razão, não conseguimos pensar no nome de nenhum gênio que não tenha sido chamado de louco, mas também esteve errado diversas vezes e, por mais que continue lá, se comparando com figuras como Jesus e Einstein, precisa ser questionado e colocado em seu devido lugar – e isso não há arte que mude. Como artista, Kanye sempre nos entregou um trabalho verdadeiramente provocante e impecável, como o disco “The Life of Pablo” não nos deixa mentir, mas nem a maior das obras de arte o tornaria impune por seus erros que, assim como a fama, tem o seu preço. Talvez seja essa a famosa hora de parar.



*Postagem atualizada com o player do Youtube/Vevo.

Kim Kardashian diz que Taylor Swift aprovou a música "Famous" antes de ser lançada




Ainda bem que não tem Azealia Banks no meio dessa confusão do Kanye West com a Taylor Swift. A música "Famous", do álbum "The life of Pablo" ainda está dando o que falar. Pra quem não lembra, ele diz "Eu acho que eu e Taylor ainda vamos fazer sexo. O motivo? Eu fiz essa vadia ficar famosa." West disse com todas as palavras que Taylor Swift tinha concordado com essa história, mas, ela negou e ainda usou isso como um argumento no seu discurso do Grammy. A história é tão mal contada que Kim Kardashian, esposa de Kanye West, disse em sua mais recente entrevista como capa da revista GQ que Taylor Swift não só aprovou a música como haviam várias pessoas ouvindo a conversa como testemunhas. Segundo Kim, tudo isso foi filmado e os advogados de Taylor Swift estão tentando destruir o tal vídeo.

E agora, gente? Leia o trecho da entrevista de Kim Kardashian abaixo:

"Ela aprovou tudo," Kim disse. "Ela sabia que ia ser lançada. Ela queria que saísse como se ela não soubesse de nada. Eu juro, o meu marido entra em muita confusão quando ele faz algo que não foi aprovado, então ele vai atrás da aprovação," completa. "Qual rapper ligaria para pedir a aprovação para falar sobre uma garota em uma música? Rick Rubin estava lá também, várias pessoas respeitadas na indústria musical ouviram a confersa e do nada ela fez isso. Foi engraçado que, durante a ligação, Taylor ainda chegou a dizer: 'Quando eu estiver no tapete vermelho do Grammy, toda a mídia vai achar que eu sou contra isso e eu só vou rir e dizer que é uma brincadeira e que eu estava por trás dela o tempo todo'. e eu fiquei sem entender, já que durante seu discurso ela se fez de vítima e disse que meu marido fez outra brincadeira de mal gosto com ela."

A equipe de Kanye West confirmou que o vídeo existe e que Taylor concordou com tudo o tempo todo. O representante de Taylor soltou uma nota sobre a entrevista de Kim Kardashian:

"Taylor não tem nada contra Kim Kardashian e reconhece a pressão que ela deve ter sobre seus ombros ao ter que repetir tudo que Kanye West manda. De qualquer maneira, isso não muda o fato de que o que Kim disse é errado. Kanye West e Taylor só se falaram uma vez por telefone quando ela estava em uma viagem de férias com sua família em janeiro de 2016, não se falaram mais desde então. Taylor nunca negou essa conversa. Teria sido uma ligação onde Kanye West pediu para que ela lançasse uma música dele no seu twitter e ela não concordou em fazer isso. Kanye West disse que ele usaria o termo "essa vadia" para se referir a ela. Uma música não pode ser aprovada se não foi ouvida. Kanye West nunca mostrou a música a Taylor Swift. Taylor ouviu ao mesmo tempo que todo mundo e foi humilhante. O que Kim Kardashian disse é que Taylor e sua equipe sabiam de tudo e isso não é verdade. Taylor não consegue entender o motivo de Kanye e Kim não a deixarem em paz."

Tem certo ou errado nessa história, gente?

Mudanças no Grammy em 2017: álbuns lançados por streaming poderão ser indicados


Atualização (17/04): A imagem que ilustrava a matéria foi substituída, após reivindicações de direitos do site Getty Images.

O Grammy finalmente está levando em consideração as mudanças no mercado fonográfico para a forma como premia os seus artistas e, após alterar regras em relações aos samples, que, inicialmente, foram vistas como uma maneira de garantir a elegibilidade da Beyoncé, que, naquela época, havia lançado seu álbum visual autointitulado, decidiram também rever as discussões quanto aos streamings.

É inegável que, do ano passado para cá, plataformas como Spotify, Apple Music e Tidal ditaram o que foi ou não tendência e, sendo alguns dos principais discos do ano trabalhos lançados com exclusividades nessas plataformas, se tornou inviável que a premiação não passasse a olhar para as novas formas de consumo e assim ela o fez.



Segundo um anúncio feito pela academia nessa quinta-feira (16) os discos lançados nas principais plataformas de streamings serão elegíveis em todas as suas categorias, tendo sua nomeação vetada apenas em caso de exclusividade para um serviço específico. Desta forma, mesmo que lançados apenas virtualmente, álbuns como “The Life of Pablo”, do Kanye West, e a mixtape “Coloring Book”, do Chance The Rapper, entram para a corrida pelos gramofones de 2017.



Discos como o recém-lançado “Views”, do rapper Drake, e “ANTI”, da Rihanna, são outros destaques resultantes de plataformas como as citadas e, muito provavelmente, sequer teriam a mesma atenção do público se não fossem por esses serviços, que garantiram – e seguem garantindo – uma boa fatia dos seus números paradas afora.

Fora a mudança em relação aos streamings, o Grammy também confirmou uma alteração quanto a categoria “Best Rap/Sung Collaboration”, que agora se chamará “Best Rap/Sung Performance” e passará a considerar músicas lançadas sem parcerias, o que deve garantir ainda mais nomeações para Drake, bem como Kendrick Lamar, Chance The Rapper e Kanye West.

A categoria “Artista Revelação” também traz uma alteração importante: os artistas, ao invés das edições anteriores, poderão ser indicados desde que possuam cinco singles já lançados, enquanto os anos anteriores só levavam em consideração nomes que já tivessem de um à três álbuns ou trinta singles.

Por fim, outra importante mudança fica quanto aos votos da academia, que serão limitados a 15 categorias, fora as quatro principais. Essa alteração, por sua vez, visa garantir que os membros priorizem as categorias que realmente entendem sobre, evitando aqueles casos em que uma artista vence determinada categoria apenas por ser mais conhecida e não por realmente possuir o melhor trabalho do ano naquele gênero.



A 59ª edição do Grammy Awards acontecerá no dia 12 de fevereiro e todos os discos e singles lançados de outubro do ano passado até o dia 30 de setembro desse ano são elegíveis aos tão desejados gramofones (save the date, Katy!), ainda que todos saibamos que Adele e Beyoncé deverão sair com boa parte dos prêmios em mãos.

Kanye West adiciona nova faixa ao "The Life of Pablo"; ouça "Saint Pablo"

Apesar de ter declarado estar feliz por finalizar o melhor álbum de todos os tempos, Kanye West parece estar longe de terminar sua obra-prima. Na noite desta terça-feira (14), o "The Life of Pablo" foi editado e ganhou uma nova faixa, "Saint Pablo", com participação do britânico Sampha. A atualização ainda não chegou ao Spotify, mas já pode ser ouvida no Tidal e na Apple Music.


Uma espécie de versão demo da música havia sido apresentada por Kanye em fevereiro, na casa noturna 10AK, em Los Angeles, com o pretensioso título de "Closer Thing to Einstein". A faixa divide seu novo nome com a turnê de West, que também foi anunciada ontem. A "Saint Pablo Tour" tem datas marcadas entre agosto e outubro, até o momento, apenas na América do Norte.

Obra inacabada

Não é a primeira vez que Kanye faz mudanças no "The Life of Pablo" desde seu lançamento, em 14 de fevereiro. De lá para cá, o rapper já atualizou o álbum diversas vezes, mudando trechos das letras de "Famous" e "Ultralight Beam", e adicionando Vic Mensa e Sia a "Wolves".

Em março, Kanye publicou em seu Twitter que considera seu álbum uma "expressão criativa viva e mutável", ou seja - o "The Life of Pablo" deve continuar recebendo adições e subtrações constantes, proporcionando uma experiência única para quem escuta e abrindo um universo de possibilidades criativas na era do streaming.


É por essas e outras que a gente acredita que o ego de Kanye West é, até certo ponto, totalmente justificável. Enquanto sua genialidade megalomaníaca continuar nos surpreendendo, estamos bem.

Existe uma demo de “Ultralight Beam”, do Kanye West, com um freestyle do Justin Bieber

Não dá nem pra imaginar o que sairia disso, mas é real: faltou pouco pra que o Justin Bieber participasse da música “Ultralight Beam”, uma das melhores do álbum “The Life of Pablo”, do Kanye West, e antes que você pense que o canadense faria isso cantando, já adiantamos: ele mandou mesmo um freestyle.

Como contou Fonzworth Bentley, que foi um dos muitos nomes envolvidos no “Pablo”, Kanye aproveitou que estava em Atlanta e, entre outros nomes, esteve em estúdio com Chance The Rapper e Poo Bear, que já colaboraram com o Bieber anteriormente. Bastaram algumas ligações pra que o canadense se dispusesse a colaborar com o rapper e, em seus estágios iniciais, “Ultralight Beam” ganhou então um freestyle do hitmaker de “I’ll Show You”.
“Justin pegou o microfone e cantou algo a capella. Foram algumas rimas livres. Era [pura] criatividade”, contou Bentley para a Fader.
No seu longo processo de produção, que segue mesmo após o seu lançamento, “The Life of Pablo” contou com inúmeras colaborações que foram descartadas, incluindo, além do Bieber, nomes como as cantoras Madonna, Jennifer Lopez e Bibi Bourelly. Essa última foi descoberta por Kanye West quando compôs “Bitch Better Have My Money”, posteriormente oferecida e lançada pela Rihanna.

Será que, assim como a descartada parceria do Kanye com a Miley Cyrus no remix de “Black Skinhead”, um dia a demo de “Ultralight Beam” com o Justin Bieber cairá na internet? Ou, sendo “The Life of Pablo” um disco que, segundo o próprio Kanye West, sempre estará em processo de produção, a música teria alguma chance de ser relançada com vocais do canadense? Nós realmente não sabemos se queremos isso.

No topo da Hot 100, a música “Panda”, do rapper Desiigner, é uma fraude

Se tornando um influente cada vez mais forte nas paradas, o Spotify começou a ditar o que entra ou não para as listas da Billboard e, após ser um dos principais motivos que levaram Kanye West e Rihanna para o topo das paradas, com seus respectivos novos álbuns, ajudou a emplacar o primeiro hit de hip-hop do ano: “Panda”, do rapper Desiigner. Mas a notícia não agradou todo mundo.

O grande problema para maioria é que, no fim das contas, a música é uma fraude. Pra começo de conversa, um dos poucos versos da música é a primeira grande mentira, já que ele canta sobre ter suas mulheres em Atlanta e sequer veio de lá, tendo nascido e crescido no Brooklyn, Nova York, e a segunda, sendo talvez um dos principais motivos do seu sucesso, é o fato do cara ser uma cópia descarada do Future, tanto na forma como rima quanto em todos seus trejeitos vocais. Não ficaremos surpresos se você tiver acabado de descobrir que a música, que até é boa, não era dele.


Apesar de ter se tornado um hit apenas agora, “Panda” já está aí há algum tempo. A música foi lançada em dezembro do ano passado, mas relançada em fevereiro, quando foi descoberta pelo Kanye West, que logo tratou de sampleá-la na canção “Father Stretch My Hands, Pt II”, do disco “The Life of Pablo”.


E bastou isso pra que ela entrasse no radar dos fãs do hip-hop atual e, pelo incrível que pareça, conseguir o que Future não teve a oportunidade de fazer, chegando ao topo da Billboard Hot 100.

Na próxima sexta-feira (29) tem disco novo do Drake, que vem emplacando um hit atrás do outro e também contando com bastante números vindos de streaming, o que deve tornar a disputa pelo topo bem interessante. Pelo menos com o Drake, a autenticidade estará garantida.

Fã processa Kanye West por lançar o “The Life of Pablo” no Spotify e Apple Music

O lançamento do disco “The Life of Pablo” em plataformas além do Tidal rendeu para Kanye West inúmeros títulos que ele provavelmente já esperava, como o primeiro disco a alcançar o topo das paradas apenas pelos streamings e também diversas aparições na Billboard Hot 100 com músicas que sequer foram lançadas como singles, mas se isso era um “god dream”, o rapper precisa se preparar para o nightmare.

Acontece que um fã de Kanye West decidiu entrar com uma ação judicial contra o rapper, acusando-o de enganar seus fãs para aumentar o número de usuários do Tidal, visto que, pelo Twitter, prometeu não lançar seu álbum em qualquer outro lugar que não fosse a plataforma de Jay Z e, dois meses depois, com uma ascensão que dobrou a quantidade de usuários pagos do serviço, disponibilizou o disco completo no Spotify e Apple Music.

Na ação, Justin Baker-Rhett afirma: “Nós apoiamos completamente o direito dos artistas se expressarem livre e criativamente, desde que sua liberdade criativa não seja uma licença para ludibriar o público. Acreditamos que seremos capazes de provar ao júri que Kanye West e o Tidal enganaram milhões de pessoas para assinarem seu serviço e que eles terminarão sendo responsabilizados por o que fizeram.”

Sendo a promessa de Kanye West feita apenas pelo Twitter, sem grandes formalidades, e a assinatura do Tidal algo que dependia unicamente da vontade dos usuários que, uma vez que pagassem o serviço, poderiam escutar não só as canções do rapper, como de vários outros artistas, não acreditamos que o processo seja levado a frente por muito tempo, mas, por via das dúvidas, já começamos a pensar em outros casos no qual artistas nos ludibriaram, pra que também iniciemos alguns processos. Lady Gaga e o segundo ato do “ARTPOP”, Britney e sua era urban-conceitual do “Britney Jean”, o “Prism” dark da Katy Perry... Todas serão lembradas.

Até o momento, o rapper Kanye West não se pronunciou sobre o ocorrido, mas quando ficar sabendo, esperamos que isso renda uma pérola impagável (pegaram o trocadilho? “Tidal”, “impagável”...) em seu Twitter.

“The Life of Pablo”, do Kanye West, é o primeiro CD a alcançar o topo das paradas por conta dos streamings

Kanye West fez história com seu “The Life of Pablo” (leia nossa crítica) nos EUA e agora terá do que se gabar pelo resto do ano.

Desde o lançamento do seu novo disco, o rapper Kanye West cogitou não lançar mais álbuns físicos, trabalhando apenas com os streamings pela internet e, inicialmente, queria manter o seu novo disco apenas no Tidal o que resultou num crescimento gigantesco na base de usuários do aplicativo —, mas, passada essa ideia, o álbum terminou sendo disponibilizado no Spotify e Apple Music, no dia 1 de abril, e resultou no inesperado: estreou direto no topo da Billboard Hot 200.

Discos em primeiro lugar nas paradas não é uma novidade para a carreira de Kanye, que está fazendo isso pela sétima vez consecutiva, entretanto, “Pablo” se torna o primeiro álbum a alcançar o topo da lista apenas devido aos números de streamings, que chegaram a 99 milhões de execuções apenas nos EUA.

Na contagem da Billboard, cada 1.500 execuções de streaming contam como uma unidade de disco vendida, fazendo com que Kanye West acumulasse cerca de 66 mil cópias vindas apenas dos serviços de streamings que, somadas às 28 mil resultantes das vendas do disco, garantiram ao cara o novo título.

Um paralelo engraçado que pode ser traçado é pelo fato de Kanye West ser o primeiro artista a conquistar essa marca e ter suas desavenças com a Taylor Swift, que representa justamente alguns dos artistas que são contra o Spotify, devido ao baixo retorno financeiro dado as gravadoras.



Antes de Kanye West, Rihanna havia conquistado algo semelhante com o álbum “ANTI”, que teve seu lançamento impulsionado pelas 44 mil cópias contabilizadas via streamings, enquanto Justin Bieber é o detentor do maior número de execuções pelas plataformas digitais numa semana de estreia, pelas 100 milhões de execuções do álbum “Purpose”.

O novo disco de Kanye West conta com a participação de artistas como The Weeknd, Future, Desiigner e Rihanna, sendo essa última a voz de “Famous”, que é o mais novo single do rapper. Leia nossa crítica para o novo CD de Kanye.

Drake lança não uma, mas sim DUAS músicas novas: ouça “Pop Style” e “One Dance”

Alguém se lembra do que ouvíamos antes do Drake chegar com a sua “Hotline Bling”? Certamente, não. Mas não se assustem, isso não é algo que precisaremos nos preocupar tão cedo, até porque, passado o hit que fez de 2015 o ano do cara, seu novo disco, “Views From The 6”, deve repetir o seu feito no ano seguinte.

Com lançamento previsto para esse mês, o novo álbum do Drake conta com “Hotline Bling”, a recente “Summer Sixteen” e uma especulada parceria com a Beyoncé, mas se isso parecia pouco, o que não faltaram nos últimos dias foram motivos para se animar. Sim, estamos falando daquelas duas vazadas, a dançante (!) “Controlla” e o inusitado cover de “These Days”.

AAAAND agora mais motivos estão entre nós.

Sem qualquer aviso prévio, Drake ‘beyoncelizou’ duas músicas inéditas nesta terça-feira (05), sendo elas uma parceria com o Kanye West e Jay Z, chamada “Pop Style”, e outra tão dançante quanto a vazada “Controlla”, chamada “One Dance”, com as participações de Wizkid e Kyla, seja lá quem eles forem.

As músicas novas reforçam o que podemos notar desde “Hotline”: Drake está numa das suas fases mais comerciais e, felizmente, sem perder características que marcam o seu trabalho. Aliás, algo que parece ditar essa nova fase é termos o cara cantando mais do que rimando e se isso significa que teremos outras coisas tão boas quanto seu smash hit, nossa resposta é “queremos”. A gente não pode nem ouvir que já adora.

Ouça as músicas novas:


Além de suas próprias músicas, Drake também colaborou com a Rihanna em “Work”, que segue no topo da Billboard Hot 100, e no ano passado lançou a mixtape “If You’re Reading This, It’s Too Late” e o disco em parceria com o Future, “What A Time To Be Alive”, fazendo um aquecimento E TANTO para o disco que está por vir. 

Drake é a nossa Carly Rae Jepsen do hip-hop.

SIM, agora dá pra ouvir o “The Life of Pablo”, do Kanye West, pelo Spotify!

Olha só que surpresa, o Kanye West mudou de ideia sobre mais uma coisa do seu disco “The Life of Pablo”! Calma, que dessa vez não estamos falando de um novo título ou tracklist, mas sim em relação ao lançamento do disco que, inicialmente, o rapper pretendia manter apenas no Tidal. Leia nossa crítica para o novo disco do rapper.

Nesta sexta-feira (01) Kanye West não só colocou o álbum, que é o sétimo da sua carreira, para venda, como também o disponibilizou em plataformas de streaming como o Spotify e Apple Music. O que será que fez ele mudar de ideia?

A chegada de “The Life of Pablo” nas principais plataformas da atualidade acontece logo depois do rapper lançar seu novo single, a parceria com a Rihanna em “Famous”, além de ter provado que sua relevância continua lá em cima, visto que foi responsável por praticamente dobrar o número de usuários do serviço de streaming do Jay Z.

No Spotify, “The Life of Pablo” conta com as últimas mudanças feitas por Kanye, quando o disco ainda estava no Tidal, como uma sutil remixagem dos samples de “Famous” e a volta de Sia e Vic Mensa em “Wolves”, que ainda derivou a canção “Frank’s Track”, com a participação que o Frank Ocean fazia na versão anterior da faixa.

Fora eles, o disco ainda traz aparições de The Weeknd, Future, Desiigner, Chance The Rapper e outros nomes. Leia nossa crítica e, abaixo, ouça o álbum completo:


Quem crê, diga amém.

TÁQUEPARIU! “Tidal Friday Releases” revela músicas inéditas de Beyoncé, Rihanna e Kanye West

Ninguém segura o Jay Z! O rapper anunciou há alguns dias que seu próximo disco, ainda sem previsão de lançamento, será o último de sua carreira. Entretanto, enquanto planeja a sua aposentadoria na música, parece ter muitos planos para seus outros trabalhos, como a plataforma de streaming Tidal.

Completando um ano desde o seu relançamento, o Tidal anunciou nessa sexta-feira (01) a “Tidal Friday Releases”, que se assemelha ao já conhecido “New Friday Music Releases”, adotado por plataformas como Spotify e Apple Music, mas com um diferencial que tem sido sua marca até aqui: exclusividade.

Em seu lançamento, a “Tidal Friday Releases” convoca o mais alto escalão do seu clã para nos tirar o ar e, nesta madrugada, revelou músicas novas de ninguém menos que Beyoncé, Rihanna e Kanye West, além de outros nomes menores.

O grande destaque dessa edição, obviamente, é Beyoncé, que mais cedo havia revelado o instrumental da música nova no site de lançamento da sua nova linha de roupas com a Ivy Park.  A canção, chamada “Phone Off”, conta com a participação do Chance The Rapper e mantém o clima urban do seu lançamento anterior, “Formation”, mas sem qualquer cunho social. Será o primeiro single do seu novo CD?

Rihanna, por sua vez, traz mais dancehall no que mais parece ser uma descartada do disco “ANTI”, seguindo uma fórmula bem próxima do single “Work”, que a levou para o topo da Billboard Hot 100. Enquanto “Work” conta com a participação do Drake, entretanto, a inédita “I Bet” a traz sem participações especiais.

Por fim, o rapper Kanye West, que nesta sexta-feira (01) também lançou o disco “The Life of Pablo” no Spotify e Apple Music, revelou a inédita “Sinner in Secret”, com uma sonoridade BEM diferente do seu último trabalho, o que nos leva a crer que a produção do seu novo disco, também prometido para esse ano, está mais avançada do que esperávamos.

Ouça as músicas abaixo:

Beyoncé, “Phone Off (feat. Chance The Rapper)”


Rihanna, “I Bet”


Kanye West, “Sinner in Secret”


Para conferir os outros lançamentos do Tidal Friday Releases, incluindo músicas novas do The Weeknd, 2 Chainz, Future, Drake, Kehlani e Zendaya, acesse o próprio aplicativo ou confira a lista na íntegra no site da plataforma clicando no link a seguir:

O novo single do Kanye West é “Famous”, com a Rihanna, e está no Spotify

O rapper Kanye West parecia decidido quando garantiu: nós só poderemos ouvir seu último disco, “The Life of Pablo”, pelo Tidal, o que significa que o álbum nunca estará no iTunes, Spotify e até mesmo lojas físicas. Mas ele não havia dito nada sobre seus singles.

De surpresa, Kanye lançou no Spotify e Apple Music o tão adiado primeiro single do “Pablo”, sendo esse a parceria com a Rihanna em “Famous” que, para quem não lembra, é justamente aquela faixa em que ele afirma que devia transar com a Taylor Swift por tê-la tornado famosa.

Ouça Kanye West, Rihanna e vários outros artistas na playlist “Pop! Pop! BANG!”

“The Life of Pablo” contou com uma estratégia de divulgação bastante confusa, se assemelhando ao que assistimos com a Rihanna e o disco “ANTI”, que também tinha a mão de Kanye. Inicialmente, o primeiro single do CD era a parceria com Paul McCartney em “All Day”, que chegou a ser indicada ao Grammy, mas a música terminou fora do disco e, sendo assim, o álbum foi lançado sem qualquer divulgação em andamento.


“Famous”, além do desnecessário verso sobre Taylor e a participação de Rihanna, traz samples de Nina Simone, resultando numa das fórmulas com maior apelo em todo o disco, o que talvez explique a sua escolha para single.

Ainda não sabemos se a música ganhará um videoclipe, sendo essa apenas mais uma das dúvidas que ainda pairam sobre essa fase tão desorganizada, ainda que musicalmente incrível, da carreira do rapper.

Além de Rihanna, “The Life of Pablo” conta com aparições de Sia, The Weeknd, Frank Ocean, Vic Mensa, Chance The Rapper, Future, Desiigner, Young Thug, Andre 3000, Kendrick Lamar e Kid Cudi. Leia nossa critica para o disco neste outro post.

Depois do “The Life of Pablo”, Kanye West diz que nunca mais lançará CDs físicos

O Kanye West mandou avisar que nunca mais lançará discos fisicamente, investindo de vez no lançamento de álbuns apenas pela internet, como fez com seu mais recente CD, “The Life of Pablo” — leia nossa resenha.

Pelo Twitter, o rapper contou que estava pensando em não lançar mais álbuns de maneira física, apenas liberando streamings, e, minutos mais tarde, chegou a conclusão: “certo, sem mais CDs vindos de mim”.


A gente conhece o rapper por se contradizer algumas vezes, mas podemos botar fé na declaração, uma vez que isso foi exatamente o que ele fez com o disco “The Life of Pablo”, lançado com total exclusividade do Tidal. Tal estratégia, entretanto, prejudicou o disco, de certa forma, impedindo-o de aparecer em paradas como a Billboard Hot 200 e UK Charts, por exemplo, além de provavelmente impedir que ele seja indicado em premiações como o Grammy.



Neste ano, é esperado que Kanye West lance outros materiais, incluindo outro disco solo e um provável colaborativo, com a participação de nomes como Drake, Lil Wayne, 2 Chainz e Future. Também há especulações sobre uma sequência para o álbum dele com o Jay Z, “Watch The Throne”, mas quanto a isso, nada foi confirmado.

Será que realmente não teremos mais discos físicos vindos de Kanye West? Será que ele tá sendo visionário ou genialmente babaca outra vez?

Depois de Sia, Vic Mensa e Frank Ocean, Drake e Björk se unem para terceira versão de música de Kanye West


Drake e Björk juntos cantando Kanye West? PERA!

Isso é bem sério. Muito sério, gente. Depois do mais recente álbum de Kanye West, The Life Of Pablo, ter sido lançado no Tidal, West twittou que ele iria "arrumar" a música "Wolves". Kanye sendo Kanye.

Vocês provavelmente já ouviram a música e sabem que ela já passou pela mão de vários artistas. A versão original da música, lançada em 2015, era com Vic Mensa e Sia, mas, a versão do álbum, foi com Frank Ocean, depois, ele "arrumou" a música, juntando todos os artistas anteriores na música. Agora, o que está explodindo na mídia, é uma possível versão da música de Drake e Björk
juntos. Vai com calma!

Esse rumor surgiu depois de uma foto no snapchat de Cashmare Cat, da produção da música. Por meio de borrões, podemos ver os nomes de Drake e Björk, em outra foto, o nome da música.

wolves drake bjork snapchat wolves drake bjork snapchat

A aparição do nome de Drake faz sentido, já que a música era, originalmente para um álbum de Kanye com Drake, já Björk, é um nome que nós não esperávamos aparecer relacionado a Kanye por agora, apesar dela estar trabalhando em novos materiais próprios.

Album Review: “The Life of Pablo”, de Kanye West, realmente é um dos melhores álbuns de todos os tempos

“Me dê o nome de um gênio que não seja louco”, te desafia Kanye West em “Feedback”, do seu novo disco, “The Life of Pablo”. A linha entre o genial e insano é bem tênue e, como você deve saber, o rapper entende muito bem disso.

Sendo um dos maiores ícones pop dentro do hip-hop, Kanye West nos apresenta seu sétimo álbum solo e, desta vez, com um peso midiático maior do que em toda a sua carreira. É claro que razões para isso não faltam. Pra começo de conversa, Kanye West é o marido da indescritível Kim Kardashian e vem de um histórico de coleções, discussões e polêmicas, do MTV Video Music Awards em que foi homenageado e precisou rever o episódio em que humilhou Taylor Swift dentro da própria premiação ao verso do novo álbum, no qual afirma que ela devia transar com ele por tê-la tornado famosa.



Toda essa proposta midiática problemática, entretanto, continua não sendo o suficiente para eclipsar o seu legado na música e, por mais que ainda tenhamos pontos para questionar, como a misoginia nos versos sobre Taylor Swift, bem como a maneira que trata outras mulheres em outras letras, incluindo sua esposa e sua ex-namorada, Amber Rose, é inegável que ‘Ye seja um dos maiores produtores da atualidade, além de um dos rappers mais dispostos a fugir do seu nicho, enquanto apenas soma mais referências e inspirações para esse meio.



O lado visionário de Kanye West sempre foi a chave para o seu sucesso. Se deixarmos de lado, pelo menos por alguns momentos, o ego e confiança que o autossabotam na maior parte do tempo, o que temos é um produtor à frente do dos dias atuais e que, só pra citar um exemplo, foi alvo de críticas por trocar suas rimas por versos cantados no disco “808s & Heartbreaks” (2008), para assistir em 2016 um outro rapper emplacar um hit praticamente todo cantado. Sim, nós estamos falando de você e sua “Hotline Bling”, Drake.



Outra característica marcante de West é o seu gosto para reinvenções de si próprio, o que tornou sua carreira uma trajetória de inúmeras facetas, fazendo com que dificilmente consigamos comparar seus últimos dois álbuns, “Yeezus” e “My Beautiful Dark Twisted Fantasy”, seja entre eles ou em relação à qualquer outro de sua carreira. E analisando calmamente, até isso parece ter sido um ponto na construção desse novo disco, que pode soar como um greatest hits aos desavisados, como se ele teletransportasse “The Old Kanye” ao mundo de “Yeezus” e fizesse com que ambos unissem sua inegável genialidade para o que o próprio descreveu como “um dos melhores álbuns de todos os tempos” — ênfase para “um dos...”, ele pede.



“The Life of Pablo”


“Ultralight Beam”

Por mais controversa que seja sua figura, Kanye West inseriu muitas vezes um contexto religioso em suas canções e, de “Jesus Walks”, em seu álbum de estreia, “The College Dropout”, ao questionável “Yeezus”, falou —e , de certa forma, brincou — bastante com o cristianismo. Em “The Life of Pablo” não foi diferente.

Quando anunciou seu sétimo álbum, anteriormente chamado por “So Help Me God”, “SWISH” e “Waves”, Kanye West fez mistério quanto ao Pablo que o inspirou nesta fase. Picasso? Escobar? A dúvida até fez parte da capa do álbum, que diz, “The Life of Pablo/Which One? Which One?” (“A vida de Pablo/Mas qual deles? Qual deles?”), e foi pelo Twitter que ele respondeu ao seus fãs: Pablo era, na verdade, Paulo, o apóstolo bíblico. Dito segundo homem mais importante da história do cristianismo, abaixo apenas de Jesus Cristo, e, como o próprio Kanye afirmou em seu Twitter, “o mensageiro mais poderoso do primeiro século”.

Na mesma rede social, ‘Ye disse que “The Life of Pablo” era um álbum gospel e, julgando por sua faixa de abertura, podemos afirmar que ele não mentiu. “Ultralight Beam” traça um paralelo entre o Pablo de Kanye e o Paulo da bíblia, enquanto sua “ultralight beam” faz uma alusão à forma que Deus se apresentou ao apóstolo: por meio de uma grande luz brilhante, que o cegou por três dias — coincidência ou não, mesmo tempo que Kanye West levou para lançar o álbum oficialmente, passada a estreia no Madison Square Garden, em Nova York.

Aberta por samples de uma oração feita por uma criança, que grita para manter longe os demônios, “Ultralight” caminha por algo orquestrado aos mínimos detalhes, enquanto Kanye West varia entre cantar e rimar, dividindo espaço com muitos outros samples, que constroem uma canção heterogênea, mas épica em todos os sentidos. Amém, ‘Ye.

“Father Stretch My Hands Pt. 1”

Enquanto “Ultralight”, literalmente, faz “Pablo” parecer um disco gospel, “Father” começa a traçar um paralelo dúbio bastante esperado no disco. A música começa com o sample de um pastor, que canta “você é o único que tem o poder de mudar, Pai” e, em questão de segundos, o que temos é Kanye West falando sobre as dúvidas que teve antes de ir para cama com Kim Kardashian. “E se eu foder essa modelo e ela tiver clareado seu ânus? E se esse clareamento pegar na minha camiseta? Eu vou me sentir um idiota.”

Idiota, “asshole” em inglês, é usado para brincar com esse termo e o tal clareamento, geralmente utilizado por pessoas que tentam igualar a cor ao redor do seu ânus com o restante da pele. O que não é algo que você esperaria encontrar numa resenha de um disco, sabemos. 

Musicalmente falando, essa é a primeira vez que “The Life of Pablo” encontra a sonoridade do “Twisted Fantasy”, com um arranjo que, se não fosse por sua letra tão explícita, facilmente ganharia as paradas.

“Father Stretch My Hands Pt. II”

Numa sonoridade bem mais agressiva que a parte anterior, a sequência de “Father” parece sair do disco “Watch The Throne”, com uma letra mais pessoal, na qual Kanye West relaciona o “pai” da igreja com seu próprio pai, Ray West, que se divorciou da sua mãe aos seus três anos, por sempre colocar o trabalho na frente da família.

Agora que é pai da North e Saint West, Kanye não quer repetir os erros de seu pai e, em seus primeiros versos, compara a atitude dos dois, por conta das vezes que esteve tão ocupado que mal pôde fazer uma ligação. “Eu te avisei, eu te avisei. Acordei de manhã e senti tanto a sua falta. Me desculpe por não ter retornado a sua ligação. O mesmo problema que meu pai tinha.”

“Famous”

“Cara, eu entendo o quão difícil deve ser amar uma garota como eu. Eu não te culpo muito por querer ser livre. Só queria que você soubesse”, canta Rihanna nesta faixa. Os versos, entretanto, são de “Do What You Gotta Do”, da Nina Simone, mas caíram perfeitamente bem nos vocais da barbadiana, combinando bastante, inclusive, com sua fase atual, na qual procura por seu trabalho atemporal.

A sonoridade de “Famous” torna a música um clássico em potencial para a carreira de ‘Ye e, se tratando de uma conversa direta dele com a sua fama, tem muitos motivos para, de fato, se tornar um. Essa também é a música do polêmico “eu acho que eu e Taylor Swift deveríamos transar / Eu tornei essa mina famosa”, pelo qual Kanye West recebeu inúmeras críticas assim que o disco foi lançado. 

A ideia de Kanye é tomar o crédito pelo atual sucesso de Taylor Swift, que talvez tivesse tido menos destaque naquele VMA de 2009, quando ganhava seu primeiro prêmio e foi surpreendida pelo rapper e sua insatisfação em ver Beyoncé sair sem o prêmio por “Single Ladies”. Se não houvesse aquele momento, as coisas teriam sido diferentes para ela? E para ele? Seja como for, a maneira como ele expõe isso na música é a pior possível, em nada se assemelhando a genialidade que ele aplica ao ironizar si próprio em “I Love Kanye”, que comentaremos mais abaixo, por exemplo.

Ao longo de sua carreira, Kanye foi contra muitos padrões do hip-hop, incluindo cantar, usar auto-tune, se juntar com artistas pop frequentemente, entre outras coisas, de forma que esse seria um bom momento para ele ir contra a misoginia tão naturalizada no gênero também. Wake up, Mr. West!

“Feedback”

As reflexões de Kanye West sobre a fama continuam em “Feedback”. Numa sonoridade facilmente comparável aos trabalhos do disco “Yeezus”, a faixa fala sobre o dinheiro não comprá-lo e, de maneira bastante agressiva, relembra versos do seu segundo álbum, “Late Registration”, enquanto se diz “a Oprah do gueto” e, desta vez, dá um novo sentido ao seu Pablo —qual deles? Se comparando ao Pablo Escobar, um dos maiores traficantes de cocaína de todo o mundo, afirmando, “parece que quanto mais fama eu conquisto, mais selvagem eu fico”.

Como parece ter se reencontrado musicalmente, após o experimental “Yeezus”, ‘Ye fala sobre ter ficado “sem cabeça” por algum tempo, mas como ele canta na música anterior, agora está acordado.

“Low Lights”

Passados os sintetizadores de “Feedback”, o disco dá uma acalmada ao som do testemunho de “Low Lights”. A música é toda ao piano, com leves toques eletrônicos entre seus versos, mas sem qualquer aparição de Kanye West, sendo totalmente levada por um sample de “So Alive”, da Sandy Rivera.

“Você quer que eu te dê um testemunho da minha vida e o quão bom Ele tem sido pra mim”, começa a mulher. Kanye afirmou que manteve essa canção no álbum pra que as mães ouçam enquanto levam seus filhos à escola, quase como se fosse um momento mais apropriado do que ele disse ser um “álbum gospel”. Funciona como uma interlude para o segundo ato do disco.

“Highlights”

“Diga para a minha mãe que agora eu quero que toda a minha vida seja feita de grandes momentos.” Com participação do Young Thug, “Highlights” funciona perfeitamente bem na sequência de “Low Lights”, prosseguindo com os pensamentos de Kanye que, desta vez, está mais positivo do que nunca.

A música começa com um exagero de samples, mas cai para algo mais simples e linear, sob uma batida que nos segue ao longo da produção. “Nós só faremos grandes momentos”, canta ele e o rapper em seu refrão. “Avisem minha querida que eu estou de volta à cidade.”

Nessa faixa, a positividade dele é tanta que, num dos versos, ele até arrisca falar sobre Ray J, ex com quem Kim Kardashian teve uma sex tape vazada, afirmando, “eu aposto que eu e Ray J teríamos sido amigos se não amássemos a mesma garota.”

“Freestyle 4”

Yeezus volta a aparecer em “Freestyle 4”. A música é toda desorganizada, enquanto ele, quase que literalmente, solta tudo o que vem a mente, como se estivesse sob o efeito de alguma droga. Nos versos, ele vai de uma tentativa de sexo fácil num local público — no qual a mulher tenta se aproveitar, cobrando um preço alto para fazer sua vontade — às possibilidades do que aconteceria caso ele e Kim Kardashian tivessem transado na frente de todos na festa da Vogue, em outubro do ano passado. “Será que todos começariam a transar?”

Perto do fim da canção, ‘Ye parece bastante perdido em suas próprias alucinações e, justamente quando afirma que pode “cantar sobre isso”, o rapper Desiigner assume os versos da música. “Eu estou com os caras que deveriam estar do seu lado agora.”

“I Love Kanye”

A música mais genial do disco. Se Kanye West não soube criticar a Taylor Swift em “Famous”, reproduzir os comentários negativos sobre si mesmo parece uma tarefa fácil em “I Love Kanye”.

Com apenas alguns segundos, a música é uma interpretação dele para os que criticam seu trabalho atual, dizendo que sente falta “do velho Kanye”, e em um dos versos, ele fala sobre o quão Kanye West seria ver o Kanye West lançando uma música em que fala sobre sentir falta do velho Kanye West. Hahah. “Olha só, eu inventei o Kanye. Antes não tinha nenhum Kanye. E agora eu olho ao redor e vejo vários outros Kanyes. (...) Isso é tudo o que o Kanye era. Nós continuamos amando o Kanye. E eu te amo como o Kanye ama o Kanye.”

Isso é tão Kanye.

“Waves”

Uma redenção do Kanye West ou do Chris Brown, que canta em seu refrão? Com a mesma grandiosidade que encontramos no “Twisted Fantasy”, essa música por pouco não fez parte do álbum, ainda que tenha sido seu título temporário por algum tempo. Seu lugar na tracklist foi garantido graças ao Chance The Rapper e, ainda que seja uma colaboração questionável, temos muito a agradecê-lo, já que é um dos maiores momentos do disco.

Bem mais radiofônica que as canções anteriores, “Waves” fala sobre as incapacidades que temos ao sermos limitados (“o sol não brilha na sombra / um pássaro não pode voar numa gaiola”), enquanto Brown parece bem positivo ao falar sobre as ondas que não morrem. “Me deixe ficar aqui por um tempo. Eu nem preciso dominar isso.”

“FML”

Toda essa postura aparentemente inquebrável de Kanye West é facilmente questionável quando ele é colocado sob pressão, como foi o caso em que precisou explicar os versos sobre Taylor Swift em seu Twitter ou quando, na mesma rede social, discutiu com Wiz Khalifa. Sua confiança, no fundo, pode esconder a necessidade de não expor suas inseguranças, justamente pelo fato de que, quando se está numa posição como a dele, mostrar suas inseguranças te torna vulnerável — Amy Winehouse e Britney Spears são alguns dos exemplos que não nos deixam mentir.

Ao lado de The Weeknd, com quem também trabalhou no disco “Beauty Behind The Madness”, ‘Ye apresenta um R&B alternativo, bem próximo da sonoridade do próprio Abel, mas com diversas singularidades aplicáveis a sua própria discografia. Falando de sua esposa e sua filha, North West, Kanye afirma, “Eu vou morrer por aqueles que eu amo.”

Weeknd, que também se diz autodestrutivo em seu disco (“Real Life”), parece brincar com isso no refrão, já que não sabemos sobre quem ele está cantando —ou talvez seja isso algo em comum entre os dois. “Eles queriam que eu fosse em frente e fodesse com a minha vida. Não posso deixar eles me atingirem. E mesmo se eu estiver sempre fodendo minha vida. Só eu posso falar de mim.” Uma das melhores e mais pessoais composições do disco.

“Real Friends”

Se a sonoridade de “Pablo” resgata o que Kanye fez em toda sua carreira, suas letras também servem como uma boa reflexão para a mesma coisa. Em “Real Friends”, com participação do Ty Dolla $ign, ‘Ye olha para trás para pensar em quem são seus verdadeiros amigos. “Não são muitos de nós. A gente sorri um para o outro, mas quantos fazem isso honestamente?”

A música mantém a proposta mais melódica investida desde a parceria com Chris Brown e, se escutá-la atentamente, é possível perceber um sample que parece antecipá-la para a música seguinte.

“Wolves”

Dois anos antes de sua polêmica com a Taylor Swift no VMA, Kanye West lidou com o falecimento de sua mãe, pouco tempo depois de lançar o disco “Graduation” (2007), e no ano seguinte à treta com a cantora, também enfrentou a separação com Amber Rose, que o deixou mal ao ponto de pensar no suicídio.

Como ele contou numa entrevista para a Ellen DeGeneres, Kim Kardashian foi a amiga que o consolou, até que eles se aproximassem o suficiente para chegar na história que conhecemos hoje, e, passados tantos acontecimentos, os pensamentos e sentimentos de ‘Ye ficaram bastante confusos.

Em versos curtos, objetivos, ele e Frank Ocean exploram todos esses altos e baixos em “Wolves”, que foi inicialmente pensada —e apresentada — como uma parceria entre Kanye, Sia e Vic Mensa. O arranjo pulsante é contido, quase inexpressivo, dando destaque para as falas diretas, e o verso mais importante fica na voz de Ocean, que conclui em seus segundos finais: “a vida é preciosa. Nós descobrimos isso. Nós descobrimos isso.”

“Silver Surfer Intermission”

Antes de se chamar “The Life of Pablo”, o álbum de Kanye West ganhou muitos títulos e um deles, “Waves”, despertou a insatisfação de Wiz Khalifa, que acusou West de roubar uma expressão que sequer o representava, do rapper Max B. Os dois discutiram feio e, nessa conversa, West ironizou o fato de Khalifa cobrar satisfações sobre algo que não tinha nada a ver com ele, mas ninguém melhor do que o próprio Max B para falar se Kanye pode ou não usar sua expressão.

Eis que, em “Silver Surfer Intermission” (“Interrupção do Surfista Prateado”, GENIAL!), o que temos é um recado deixado por Max B pelo telefone —diretamente de um presídio —, em que ele saúda Kanye West e se diz honrado em tê-lo usando o termo “wave”. Um 7x1 para o Kanye West, Wiz Khalifa.

“30 Hours”

“Minha ex disse que me deu os melhores anos da sua vida. Bem, eu vi uma foto recente dela e acho que ela tá certa”, diz Kanye West sobre Sumeke Rainey, com quem namorou por sete anos, até 2004. O título da música é uma referência ao tempo que ele levava para dirigir de Chicago até Los Angeles, fazendo a rota do estúdio à casa de sua amada.

O arranjo dessa nos lembra dos seus primeiros trabalhos, com o disco “The College Dropout” e “Late Registration”, enquanto o sample ao fundo reforça a mensagem: “e eu continuo dirigindo por trinta horas.”

“No More Parties In LA”

Essa é a primeira vez que Kanye West se junta ao Kendrick Lamar, que é o mais próximo do que temos dele no hip-hop atual e, não por mera coincidência, a sonoridade desse encontro tão inusitadamente desejado consiste numa fórmula que se assemelha tanto à sofisticação dos discos de Lamar, “good kid, m.A.A.d city” e “To Pimp A Butterfly”, quanto aos dois primeiros de West, o que apenas reforça as semelhanças artísticas entre os dois.

Na sua letra, os dois expõem os problemas da elite de Hollywood, e Kanye, agora sendo um pai de família, se vê sob a impossibilidade de sair curtindo festas por aí. 

Dois pontos interessantes sobre a canção: seu refrão foi composto durante as sessões do “My Beautiful Dark Twisted Fantasy” e, se você escutar a faixa prestando atenção, é possível perceber o elogio indireto de Kanye West ao Kendrick Lamar, quando o rapper solta um “assustador! Assustador!” logo após os versos que fizeram em conjunto.

Segundo Kanye West, há pelo menos quarenta músicas prontas produzidas pelos dois. Seria nosso sonho querê-las entre nós o quanto antes?

“Facts (Charlie Heat Version)”

E tava tudo calmo demais, né? “Facts” não era planejada para o “Pablo”, mas integrou o disco numa última hora, após os vários pedidos dos fãs de Kanye West. A versão do disco, entretanto, foi reformulada em relação à primeira, lançada pelo Soundcloud, e por isso ganhou os créditos extras ao produtor Charlie Heat, que redesenhou todo seu arranjo e a finalizou como podemos ouvir agora.

A proposta crua e explosiva de “Facts” volta a nos remeter ao “Yeezus”, enquanto ‘Ye fala sobre seus grandes números com a Adidas e não economiza nos shades à marca concorrente, Nike, com menções aos rappers que trabalham com ela, Drake e Don C. Fazendo referência ao seu discurso no VMA de 2015, West volta a falar sobre sua suposta candidatura a presidência dos EUA em 2020, garantindo: “eu vou dominar toda a eleição”. Se cuida, Donald Trump!

“Fade”

Se Kanye West estivesse no “ANTI”, da Rihanna, e substituísse Drake no primeiro single do disco, “Work”, nós iríamos adorar escutar essa canção na sequência da colaboração. Encerrando o álbum de maneira inusitada, Kanye West vai das batidas e versos agressivos de “Facts” para a dançante e anti-romântica “Fade”, na qual fala sobre um amor distante que vai sumindo aos poucos.

São muitos os samples nesta canção, sendo os principais “I’m Losing You”, da banda Rare Earth, e “Deep Inside”, do Hardrive, e ainda que sejam essas músicas marcadas pelos anos 60 e 70, o arranjo como um todo se encaixa muito bem no que estão tocando nas rádios atuais, da recente “Work” da Rihanna ao tropical house do Justin Bieber com “Sorry”, o que é bem corriqueiro em toda a discografia de Kanye, que não apenas utiliza samples, como os reinventam para o contexto atual.

A faixa traz participações de Ty Dolla $ign e Post Malone e, talvez pela proposta mais comercial, é uma boa aposta para ser um dos singles do disco —além de ser uma das nossas favoritas em todo o álbum.

***

Escutar “The Life Of Pablo” sem conhecer os discos essenciais da carreira de Kanye West pode ser uma experiência confusa. Com toda sua variedade de ritmos e gêneros, o álbum capta o melhor de tudo o que o rapper nos apresentou até hoje (o senso explorador de “The College Dropout”; as auto-reflexões do “Late Registration”; o pop do “Graduation”; vulnerabilidade do “808s & Heartbreaks”; grandiosidade e sofisticação do “My Beautiful Dark Twisted Fantasy” e agressividade do “Yeezus”) e, nesta altura do campeonato, soa quase como um aviso dele aos que falavam sobre esperar para ouvi-lo apresentando algo tão bom quanto o “My Beautiful Dark Twisted Fantasy” outra vez.

É claro que ‘Ye não é o mesmo de anos atrás e, neste tempo, muitos acontecimentos marcaram sua vida, dentro e fora dos holofotes, mas a maneira como todo “The Life of Pablo” é conduzido nos prova que ele se entende com a sua loucura e, na realidade, se esforça pra que consigamos ver através de seus olhos também. Kanye, que já se disse Yeezus, hoje é Pablo. Paulo. E enxergando-o por essa perspectiva, ficamos com a ideia de tê-lo tentando cumprir a sua missão, entregar a sua mensagem.

Nesse meio tempo, Kanye também tem um pouco de Pablo Escobar. O traficante e inconsequente, que domina uma das maiores redes de drogas de todo o mundo e ostenta seus lucros. Odiado e invejado. Errado e aclamado. E todo seu perfeccionismo, sua dificuldade em transformar seus pensamentos numa obra compreensível e obstáculos impostos por si próprio, seja no passado ou dias atuais, também o torna outro Pablo. O Picasso, o artista. Mas Kanye é Kanye. Kanye West.

Em seu Twitter, o rapper afirmou que “The Life of Pablo” é um dos melhores álbuns de todos os tempos e que não espera menos do que um Grammy de ‘Disco do Ano’ por sua grande produção. Isso, sem dúvidas, é algo bem Kanye para se dizer, mas ele não poderia estar mais certo. Quem crê, diga ‘amém, Kanye West’.

A salvação de Yeezus: após disco de Kanye West, Tidal conquista o dobro de usuários

Kanye West deve estar feliz da vida!

O rapper, que lançou neste mês o disco “The Life of Pablo” (ouça no Tidal), com participações de nomes como Rihanna, Frank Ocean e The Weeknd, tem se dedicado assiduamente ao Twitter, aonde desabafa, discute e, entre outras coisas, pede alguns milhões ao dono do Facebook, Mark Zuckerberg, mas tirando essa bagunça que ele tem feito pela rede social, Kanye West também conseguiu algo grande: a ascensão do Tidal.

Já faz algum tempo que a plataforma de Jay Z vem sendo promovida por meio de lançamentos exclusivos e, nessa brincadeira, já rolou clipes da Beyoncé e até disco da Rihanna com exclusividade por lá, entretanto, foi com o lançamento do “The Life of Pablo” que o Tidal, literalmente, dobrou seu número de usuários, partindo de 1 milhão para 2,5 milhões de ouvintes.

A grande procura pelo Tidal também está relacionada ao fato de Kanye West confirmar que seu disco não será lançado em nenhum outro formato, o que inclui o disco físico em lojas: ou seja, você escuta na plataforma do Jay Z ou simplesmente não escuta — legalmente falando, é claro.


Com o sucesso do “The Life of Pablo” e grande número de canções descartadas do projeto, Kanye West parece bastante animado em estúdio e, pelo Twitter, anunciou que lançará ainda esse ano mais um disco. Há especulações de que ele e Jay Z voltarão ao projeto “Watch The Throne”, que rendeu um hinário de mesmo nome em 2011, enquanto muitos apostam numa segunda edição do próprio “T.L.O.P.”, repensado para as lojas.

O crescimento do Tidal está apenas começando. Como falamos há alguns dias, a plataforma tem sido uma importante ferramenta nas mãos de grandes artistas negros que, pela primeira vez, estão se posicionando contra o racismo na indústria americana, e pelos próximos meses deve contar com outras atrações exclusivas, que deverá atrair ainda mais público. A benção de Yeezus, eles já têm.

Dá pra ouvir uma versão demo de “Highlights”, a parceria do Kanye West com a Madonna


Atualização (17/04): A imagem que ilustrava a matéria foi substituída, após reivindicações de direitos do site Getty Images.

O disco novo do Kanye West, “The Life of Pablo”, passou por muitas mudanças até chegar à versão lançada no Tidal e, entre essas alterações, muitas parcerias ficaram para trás.

Há especulações de que cantoras como Jennifer Lopez e Bibi Bourelly (a compositora de “Bitch Better Have My Money”) estavam no álbum, enquanto Madonna era uma parceria certa, já que havia sido confirmada pelo próprio Kanye West dentro do disco.

Os dois já trabalharam algumas vezes, sendo a mais recente em músicas como “Illuminati”, “Holy Water” e “Wash All Over Me”, do disco “Rebel Heart”, e nessas sessões em estúdio, produziram também uma canção para o disco dele, mas que não fez o requisito pra sua edição final.

A parceria entre Kanye West e Madonna aconteceu na canção “Highlights” e, como tem sido frequente nos últimos dias, caiu na internet numa versão não finalizada, nos dando uma prévia de como ficaria caso tivesse visto a luz do dia. No disco, ela aparece como uma parceria com o rapper Young Thug.

Ouça:



Em seu novo álbum, Kanye West colabora com Rihanna, The Weeknd, Frank Ocean, Chance The Rapper, entre outros nomes. Fora Madonna, quem também terminou descartada do disco foi a australiana Sia, que participava de “Wolves”, oficialmente lançada com os vocais de Frank Ocean. Ouça o disco completo pelo Tidal.

Há algo grande acontecendo na indústria e bem debaixo do nosso nariz



Atualização (17/04): A imagem que ilustrava a matéria foi substituída, após reivindicações de direitos do site Getty Images.

Imagine que você é um artista negro. Entretanto, toda a sua carreira depende das mãos e serviços de senhores brancos, por trás de grandes marcas, como Apple ou Spotify, e com exigências que podem limitar a sua criação a falar sobre coisas que as outras pessoas querem ouvir e não o que você realmente gostaria de dizer ou cantar.

Azealia Banks, ainda no começo de sua carreira, teve a internet como a principal plataforma para a sua ascensão, com o hit “212”, e viu a mesma derrubá-la numa velocidade imensa ao passar a questionar o racismo da indústria, bem como questões como a misoginia e machismo dos homens com quem trabalhou, e isso foi o suficiente pra que, literalmente, isolassem a rapper, tornando quase impossível que ela conseguisse voltar aos estúdios com nomes relevantes para a música atual, enquanto é vista pelo público como a louca, descontrolada e reclamona das redes sociais.

Eis que, pouco depois da estreia da rapper de Harlem, podemos ver o racismo ser questionado musicalmente, por artistas como Kendrick Lamar e até mesmo Beyoncé, dizendo coisas que Azealia Banks discute o tempo todo, mas sem o mesmo alcance deles e outros artistas negros que, ao contrário dela, encontraram um momento certo para usarem o peso de seus respectivos nomes ao seu favor.



Seja como for, ser um negro disposto a discutir sobre o racismo com um público racista é um risco à assumir. A própria Beyoncé, passada a estreia da grandiosa “Formation”, parece finalmente ter alertado os seus fãs sobre ser uma cantora negra e, desde sua performance no Super Bowl, no qual fez referência aos movimentos negros “Black Lives Matter” e “Black Panthers”, além de utilizar um figurino em homenagem ao Michael Jackson, tem enfrentado duras críticas, incluindo de grandes marcas — comandada por grandes brancos — como a emissora Fox que, em seus noticiários, falou sobre o desconforto em tê-la usando um evento esportivo para promover sua luta.

Na última segunda-feira (15), quem também provou ser um problema, quando quer brigar por seus direitos, foi o rapper Kendrick Lamar, durante o Grammy Awards. Não é de hoje que o racismo da premiação é questionado e, nesta edição, eles até se esforçaram para fazer isso passar batido, enquanto tinham como o líder de suas indicações o intérprete de “Alright”, mas não podemos nos enganar: de que adianta indicá-lo em tudo quanto é categoria, se só vão premiá-lo naquelas segmentadas para a “música negra”?



Foi aí que surgiu o insight. Em sua performance, dentro da mesma premiação, Kendrick Lamar apresentou as canções “The Blacker The Berry” e “Alright”, ambas do seu último álbum, o aclamado e extremamente questionador “To Pimp A Butterfly”, e fez uma performance de cunho totalmente político e social, enquanto, assim como Beyoncé no Superbowl que deveria ser do Coldplay, fez referência ao Michael Jackson (o figurino dele foi inspirado no clipe alternativo de “They Don’t Care About Us”) e, de maneira artística, duras críticas à repressão policial e racismo nos EUA.



Não seria isso o suficiente pra que os brancos do Grammy se sentissem desconfortáveis ao ponto de, futuramente, mantê-lo longe da premiação? Afinal, estavam todos ali para ver artistas serem premiados e não protestos sobre coisas tão irrelevantes quanto o racismo, né?

O risco, assumido não só por Beyoncé e Kendrick Lamar, é de ver seus trabalhos passarem a serem diminuídos e até mesmo ignorados por essas e outras premiações e organizações, entretanto, eles não estão sozinhos. Nunca estiveram. E até que demoramos para perceber o que realmente estava acontecendo.

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No último VMA, a maior premiação musical da MTV, o rapper Kanye West foi homenageado com o prêmio “Michael Jackson de Artista Vanguarda”, que visa premiar ícones da geração atual, e optou por não fazer uma performance musical, realizando, no lugar dessa, um longo discurso. O episódio foi claramente planejado pela emissora pra que fosse algo comentado, tanto que colocaram Taylor Swift, a cantora da qual ele tirou um prêmio das mãos ao vivo anos atrás, para apresentar a categoria, mas Yeezy passou longe de se intimidar pelo climão planejado pela emissora, fazendo do palco o cenário perfeito para tecer críticas à própria MTV, bem como a indústria em geral, e toda a desvalorização que o trabalho dele e outros artistas sofria. O cara estava num palco da MTV, recebendo um prêmio da MTV e criticando exatamente aquilo que o evento e tudo que o rodeava representava. Um risco sendo assumido outra vez.

Agora pega a sua máquina do tempo e volta para o dia 30 de março de 2015. Nova York. A grande coletiva de imprensa para o lançamento do Tidal, a plataforma musical relançada pelo rapper Jay Z, em parceria com inúmeros outros artistas, com a intenção de valorizar os números de seus artistas em relação ao baixo retorno dos principais serviços de streaming da atualidade, além de dar à eles maior autoridade sobre seus próprios trabalhos.


Se mostrando um rival em potencial para serviços como o Spotify, iTunes e até mesmo VEVO, o Tidal de Jay Z prometia nos entregar músicas, discos e videoclipes, além de algo que não encontramos nas outras empresas mencionadas: ingressos para diversos eventos, bem como materiais exclusivos que, sendo assim, você só encontraria na sua plataforma.

Quando lançado, toda discussão em torno do Tidal foi sobre seu peso comercial. A plataforma que pagará bem os artistas e, sendo assim, cobrará um pouco mais de seus usuários, e isso gerou até mesmo uma reação negativa da nossa parte, que afirmamos o desinteresse no serviço, mas algo passou completamente despercebido por nós e pela maioria dos que também torceram o nariz para o serviço: dezesseis artistas assumiram o posto de co-proprietários do Tidal, se tornando sócios da plataforma, e, desses, OITO eram negros.

Pra idealizarem melhor a ideia, a lista de artistas que apadrinharam o Tidal incluía grandes ícones da música mundial, como Madonna e Daft Punk, além de revelações dos últimos anos dos mais diferentes gêneros, como Arcade Fire, Jason Aldean, Calvin Harris e deadmau5, mas todo o resto era liderado por artistas do hip-hop e R&B: Jay Z, Beyoncé, Rihanna, Kanye West, Usher, Alicia Keys, Nicki Minaj e J. Cole. O que, levando em consideração que a plataforma visa abranger os principais serviços de consumo musical da atualidade, dá aos artistas mencionados total independência em relação aos outros serviços, tornando-os mais fortes e livres para explorarem seus trabalhos como bem entenderem e continuarem tendo uma plataforma para mostrarem isso.

Se Beyoncé, por exemplo, terminasse boicotada em outros serviços por seu posicionamento político-social em “Formation”, ela não seria como a Azealia Banks, que segue sendo isolada e tendo como único espaço para ter suas discussões o Twitter, podendo utilizar o Tidal como uma plataforma em que continuaria encontrando espaço o suficiente para lançar seus novos trabalhos e promovê-los.
A estratégia de alcance e impacto da plataforma já vem sendo testada há algum tempo. A própria Beyoncé, ao lado de Nicki Minaj, lançou com exclusividade na plataforma de Jay Z o clipe de “Feelin’ Myself”, nunca disponibilizado no Youtube ou VEVO. Nesse ano, foi a vez de Rihanna estrear seu “ANTI” na plataforma, dando ao Tidal a vantagem de uma semana em relação aos outros serviços de streaming, que só receberam o disco após ele ser disponibilizado para audição e download gratuito.

Usher, na primeira vez que se posicionou sobre o racismo e repressão policial dos EUA musicalmente, com “Chains”, também optou pelo Tidal como plataforma de lançamento, estreando a música, com participação da Bibi Bourelly e do rapper Nas, meses antes do lançamento do seu videoclipe em outras plataformas.



Outros artistas, como o cantor Prince, que é um dos maiores ícones negros dentro da cultura pop, também já mostraram sua preferência ao formato. O Tidal é o único serviço de streaming que detém toda a discografia do cara, incluindo seu último álbum, “HITnRUN — Phase One/Two”, enquanto o rapper Kanye West, que atualmente promove o álbum “The Life of Pablo”, foi ainda além, vetando o lançamento do seu CD em lojas e outros serviços, tornando-o, de fato, o primeiro disco totalmente exclusivo à plataforma, já que sequer será colocado à venda, o que, inclusive, alavancou a procura pelo serviço, que alcançou o primeiro lugar na lista de aplicativos da Apple.

Nos Estados Unidos, as discussões em torno das questões raciais estão mais quentes do que nunca. Após a performance da Beyoncé no Superbowl, emissoras americanas exploraram o passado do movimento das Panteras Negras, promovendo, inclusive, especiais, que desmitificavam os debates sobre o grupo, enquanto, também pela internet, o movimento Black Lives Matter se torna cada vez maior.

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Em seu novo disco, sucessor do “Beyoncé”, a cantora de “Formation” deve bater na tecla do racismo e outras questões sociais, em tempo que fomenta essas discussões muito bem acompanhada, já que contamos nos últimos anos com novos discos do Kanye West e Kendrick Lamar, bem como M.I.A. e outras artistas realmente dispostas a usar sua arte e relevância na indústria em prol da causa. E todos esses artistas, por sua vez, encontram no Tidal (clique aqui para baixar) uma fortaleza não vista antes, sendo a plataforma uma das poucas que não os tornam reféns de brancos que se apropriam de toda a indústria, querendo ditar quando ou onde eles devem brigar por seus direitos.



O slogan “Tidal para todos” nunca fez tanto sentido.

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