Katy Perry diz que, se as pessoas quiserem muito, ela lançará um novo álbum

Olha só! Katy Perry parece ter ficado um pouco traumatizada com o lançamento de discos depois do não-tão-bem-sucedido-"Witness", de 2017, mas tudo isso pode mudar se seus fãs quiserem muito vê-la lançar um novo material. 

Katy tem se dedicado a lançar diversos singles avulsos quando sente vontade e sem muito compromisso, mas, e recente entrevista para a rádio norte-americana KISS FM, disse que pode considerar lançar seu quinto disco:

Se as pessoas começarem a pedir muito por um álbum, então vamos dar isso a elas. Se as pessoas exigirem, então, ótimo, vamos fazer! 


No Twitter, os fãs compraram a briga e começaram a pedir, ou melhor, exigir por um novo disco da cantora. E aí, será que rola?

Por enquanto, tudo que temos são pequenas amostras do que pode vir a ser o KP5. Katy lançou nesse ano a faixa "Never Really Over" e, mais recentemente, "Small Talk", enquanto se prepara para liberar a aguardada "Harley's In Hawaii", que já está com o clipe gravado.

De volta às farofas! Novo single da Kesha deve soar como "Mr. Saxobeat" e "New Rules"

Estamos a cada dia mais perto do retorno da Kesha. Segundo rumores, a cantora deve lançar o primeiro single de seu novo disco em outubro e o álbum completo ainda esse ano, e parece que alguns fãs já conseguiram escutar um pouquinho da primeira música de trabalho dessa nova era. 

Segundo informações dos sortudos que tiveram acesso à faixa, a canção se chama "Raising Hell" e soa como uma mistura de "New Rules" e "Mr. Saxobeat". A música deve chegar mesmo no próximo mês, já que a artista será headliner do Atlanta Pride no dia 12 de outubro. Solta o saxofone, Kesha!

Ao que tudo indica, o single já teve seu clipe gravado e contará com uma coreografia assinada por Richard Jackson, que trabalhou com a Lady Gaga nos vídeos de "Bad Romance", "Paparazzi" e "Poker Face". Nada mal, hein?

Segundo o The New York Times, o sucessor do "Rainbow" deve chegar em dezembro e contará com co-composições de Tayla Parx, mais conhecida por seus trabalhos com a Ariana Grande, Nate Rues, da banda fun., e Dan Reynols, do Imagine Dragons. Na produção teremos John Hill e Jeff Bhasker. Segundo a Billboard, Kesha chamou também o compositor Justin Tranter e Ryan Lewis, produtor de"Praying", para o projeto.

Treme, treme! Lia Clark e Gloria Groove vão lançar clipe para “Terremoto”

Nessa sexta-feira (30), Lia Clark pegou a gente de surpresa e anunciou em seu Twitter que o clipe de "Terremoto", sua parceria com a também drag Glória Groove e uma das melhores músicas do “É Da Pista”, está pronto. 

Muito pedido pelos fãs das duas, o vídeo de "Terremoto" está rodeado de mistério, mas estamos na espera de mais uma superprodução e, quem sabe, mais uma adição para o Universo Compartilhado do Pop BR, que já tem clipes como “Bumbum no Ar”, com a Wanessa Camargo, e "Coisa Boa", da Gloria.



A colaboração de Lia e Gloria será a quinta música do primeiro álbum de Clark a ganhar um clipe, sucedendo "Tipo de Garota""Q.M.T.", com o Heavy Baile, "Bumbum no Ar" "Taca Raba", com PANKADON.

O clipe ainda não tem data de estreia, mas fique atento, porque terremotos nunca avisam quando vão chegar e te sacudir.

Crítica: “Midsommar” e o hipnótico horror cultural em plena luz do dia

Atenção: a crítica contém spoilers.

Caso você ainda não tenha sido apresentado a Ari Aster, ele é proprietário do melhor filme de terror da década: "Hereditário" (2018). Conseguir um marco em um gênero tão difícil (e logo em sua estreia) fez com que o sucessor, "O Mal Não Espera A Noite" (Midsommar), fosse recebido com imensas expectativas. E isso é tanto benéfico quanto maléfico.

"Midsommar" segue os passos de Dani (Florence Pugh, maravilhosa desde seu estouro em 2016 com "Lady Macbeth"), uma estudante que vê sua vida ruir quando a irmã bipolar se suicida e, ao mesmo tempo, mata os pais. Em absoluto choque, Christian (Jack Reynor), seu namorado, é o único em quem ela pode se apegar no meio dessa tragédia; a questão é que Christian está há muito tempo tentando terminar com Dani, sem saber como cair fora da relação por puro medo e covardia.

Existem diversas similaridades entre "Hereditário" e "Midsommar", assim como várias diferenças, porém, a mais gritante é a que está presente em todo o filme: "Midsommar", com exceção do prólogo, se passa inteiramente na luz do dia, ao contrário de "Hereditário", um filme majoritariamente noturno. Essa quebra não só difere as obras como separa "Midsommar" de quase todos os filmes de terror já feitos.

Dos primórdios do terror na Sétima Arte, ainda com os filmes mudos, até os adventos tecnológicos dos efeitos visuais da modernidade, um elemento é quase intrínseco no gênero: a escuridão. Este é o medo básico do ser humano, o medo do escuro, do desconhecido, daquilo que está nas trevas esperando para atacar, e os nomes, desde clássicos como contemporâneos, a se passarem no escuro – ou, pelo menos, possuírem seus clímaces longe da luz do sol – são abundantes, desde “O Bebê de Rosemary” (1968) e “O Exorcista” (1973) até “Rec” (2007) e “A Bruxa” (2015). "Midsommar" bebe na fonte de "O Homem de Palha" (1973) e "A Montanha Sagrada" (1973) em suas composições, simbolismos e construções imagéticas - e ambos são predominantemente diurnos.

Para tentar fugir do luto que, mesmo meses depois, ainda é uma ferida aberta, Dani aceita o convite (forçado) de Christian para ir até a Suécia com os amigos do rapaz. Lá, eles vão participar de uma celebração de nove dias que acontece a cada 90 anos, em uma comunidade isolada que anualmente celebra a festa da Rainha de Maio, um dos vários ritos daquela cultura.

Ao chegarem no vilarejo, bastante afastado de qualquer contato com o mundo, o clima de toda a fita é instaurado quando temos um sol fortíssimo iluminando todas as dimensões da propriedade. Não há detalhes escondidos, bem ilustrados quando a entrada do local é um gigante sol feito de madeira. Na chegada, somos apresentados aos costumes locais de celebração do solstício de verão, período em que há mais horas de dia do que de noite.


E aqui há o primeiro sinal de que tem algo de errado: com exceção de poucos momentos menos ensolarados, o sol jamais vai embora. Por ser um grupo de universitários, os jovens aproveitam a viagem para curtir e aceitam de bom grado os alucinógenos oferecidos pelos habitantes do vilarejo, o que agrava ainda mais a sensação de deslocamento temporal. Um deles pergunta as horas e, mesmo com o sol a pino, eram 9h da noite segundo os relógios.

Confesso que aqui encontrei o primeiro descontentamento com “Midsommar”: quando ele abraça um molde tão cansado sem, de fato, elevá-lo a algo fora da caixa. O filme é como os milhares já feitos que possuem adolescentes/jovens adultos indo para o meio do nada e, atraídos por sexo e drogas, caem nas presas dos vilões. “Cabana do Inferno” (2002)? “O Albergue” (2005)? Os exemplos estão aí. A coisa vai ainda mais longe com o personagem de Will Poulter, o alívio cômico que atira piadinhas e está mais preocupado em pegar alguma das várias garotas do vilarejo. É um humor deslocado.

Isso pode dar a falsa impressão de que “Midsommar” pende para o lado comercial ou pipoca do terror, o que não é verdade, nem de longe. A película é lentíssima e dedica seus 147 minutos na imersão do espectador na cultura local, o que é uma faca de dois gumes. Aster não queria que seu filme soasse culturalmente gratuito, e fica evidente que houve extensa pesquisa ao redor dos rituais inseridos naquele contexto, porém, ao mesmo tempo, a obra muitas vezes soa como um “Globo Repórter”.

Vemos muito de perto o passo a passo de cada momento das celebrações, e muitas vezes tudo soa chato. Não imediatamente, há muito hipnotismo diante das imagens, todavia, ao passarmos pela sequência, cai um pensamento de “isso não acrescentou muita coisa” ou “isso poderia ter sido sem tantos detalhes”. E olha que estou falando da versão cortada da A24, distribuidora do filme, para os cinemas; a versão original do diretor tem 3h.

Outro grande aspecto diferenciador entre "Hereditário” e “Midsommar” é que o primeiro é um terror, com o objetivo de causar medo. O novo, no entanto, não assusta - ele, um horror, quer te causar incômodo. Há cenas chocantes, claro, no entanto, as construções climáticas não seguem os mesmos caminhos que um filme de terror seguiria – até pelo fato de tudo ser tão expositivo pela questão da luz. Confesso que foi um pouco árduo superar a decepção que senti quando vi que "Midsommar" não tinha aspectos macabros ou assustadores como esperava pelo combro "sucessor de 'Hereditário' + cultos pagãos".


O primeiro momento que escancara o horror é no primeiro ápice dos rituais, quando dois idosos se suicidam ao se atirarem de um penhasco. A fotografia (espetacular) de Pawel Pogorzelski, sob os olhos sádicos de Aster, segue sem medo as quedas e foca nos corpos sendo destroçados com o impacto. Dani e seu grupo, claro, fica horrorizado, principalmente porque toda a comunidade não parece se abalar com a cena. A matriarca explica: aquilo é um costume corriqueiro, já que a comunidade enxerga a morte como uma parte natural do nosso ciclo. “Ao invés de morrermos com medo ou vergonha, nós entregamos nossas vidas. Não faz sentido lutarmos contra o inevitável, isso corrompe o espírito”. A última parte é dita estrategicamente para Dani, um prelúdio do que está por vir.

Aliás, “Midsommar” está soterrado em foreshadowings – há diversos fragmentos do roteiro dados logo no início - e é divertido ficar atento às paredes à procura de pistas. A imagem que abre o filme já mostra os idosos se atirando do penhasco; o galpão que possui as camas é um enorme mural com várias pinturas do que está prestes a acontecer; o quadro na casa de Dani, com uma garota coroada beijando um urso, que reflete o final; e a brincadeira das crianças da vila, chamada “esfola o tolo”, o destino de um dos personagens; além de outros exemplos.

Após o suicídio dos idosos, parece que o horror de “Midsommar” finalmente chegou para ficar, mas ainda temos um longo trajeto a percorrer. O roteiro introduz uma discussão muito boa sobre estudos culturais: Dani quer ir embora após presenciar tão horripilante cena, porém, como diz Christian, aquilo para o vilarejo é normal, e que nossa cultura, que coloca idosos em asilos, deve ser assustador para eles. Há muitos estudos que questionam a validade do ato de não se discutir culturas, mesmo quando estas são problemáticas ou abertamente ruins. Qual o limite de proteção de uma tradição?

Outro fator latente para Dani é que o namorado não parece muito interessado no que está acontecendo ou nos sentimentos da garota. Sempre é outra pessoa a acalmar os nervos da protagonista, enquanto Christian permanece inerte e até egoísta em relação a todos a sua volta. No final do segundo ato, no auge do desaparecimento premeditado dos personagens, Christian joga o corpo fora e diz não ter associação alguma com um dos seus (até então) melhores amigos, para o assombro de Dani, que o vê vomitando aquelas palavras naturalmente.


Outro problema da fita é a maneira como ela expõe o sumiço gradual dos personagens: ela não expõe. Tirando um deles, não vemos na tela o ataque contra os personagens, que desaparecem quase passivamente. O que poderia ser um forte elemento climático, não é construído para embarcar demasiadamente no misterioso, do que fica fora do quadro. É tanto que, quando os corpos começam a aparecer, o impacto não é tão forte como poderia exatamente por não haver a tal construção ao redor dos sequestros.

O último ato, ponto alto da celebração, começa com o concurso para decidir quem será a Rainha de Maio. Depois de muita droga e alucinações, Dani vence, e é coroada em uma enorme comemoração, enquanto Christian é induzido a entrar em um ritual próprio: ele é escolhido pelos anciões a engravidar uma das garotas do local, prática realizada com frequência – por ser uma comunidade pequena, apenas primos podem copular, sendo preferido forasteiros, levados até lá com o intuito de procriação.

A cena em questão é uma cópula bizarra: filmada com uma beleza incongruente, Christian transa com a garota enquanto várias mulheres nuas assistem. É tudo tão constrangedor que chega a ser engraçado, e esse é o tipo de humor retirado de maneira inteligente, ao contrário do pastelão que vinha pontualmente aparecendo. Mesmo entre risos, não dá para não perceber o horror da sequência.

E é claro que Dani vai saber do ocorrido, o que desencadeia no ataque máximo: ela percebe que perdeu absolutamente tudo. Sua família está morta, os colegas desapareceram e seu imprestável namorado finalmente deu um motivo definitivo para acabar a relação. Enquanto surta, várias mulheres da vila a acolhem e, em um ritmo assustador, choram e gritam na mesma frequência de Dani.

Esse momento é fundamental para entendermos os rumos do final do filme: Dani finalmente é emocionalmente compreendida. Ela, agora a Rainha de Maio, é acolhida com imenso prazer pela comunidade, sendo chamada de “irmã” pelas garotas do local, que, quase literalmente, compartilham dos sentimentos daquela que é a realeza. E isso explica as várias cenas com os moradores da vila imitando os sentimentos dos outros – quando o idoso se atira do penhasco e não morre, os habitantes gritam em sincronia com a dor do personagem; durante a cópula, as mulheres ao redor gemem junto com a garota perdendo a virgindade. Eles são um corpo só.


A última etapa da celebração, após a coroação da Rainha de Maio, é o sacrifício para a manutenção da paz do local: nove pessoas devem morrer para expulsar o mal da vila. Oito delas já estavam previamente escolhidas: os amigos de Dani; outros visitantes; dois membros do culto, voluntários para a dádiva do sacrifício; e o último deve ser decidido pela Rainha de Maio. As opções são: um dos moradores do local, escolhido através de um sorteio; e Christian. Não é lá grande surpresa quando Dani escolhe sacrificar Christian.

“Midsommar” é uma gigante alegoria sobre a posse do controle. Dani perde o controle absoluto de sua vida: ela vê sua família inteira morrer de uma só vez e o namorado, aquele que deveria lhe dar suporte emocional, está cada vez mais distante e prestes a cair fora. Ela busca desesperadamente algo que lhe dê a paz que é a sensação de controlar as rédeas da própria vida, e ela encontra na vila. Ela é capaz de decidir entre a vida e a morte de pessoas, o controle absoluto, e ela escolhe matar aquilo que a prendia na vida passada, na escuridão. Até mesmo a transição do filme é uma metáfora perfeita para isso: quando sua família morre, é noite; ela só encontra a luz do dia quando está na vila, e essa luz é infinita.

É claro, o filme não está glorificando tudo isso; há uma forte crítica ao fanatismo religioso. Dani está na ruína absoluta, extremamente suscetível a qualquer coisa que lhe garanta conforto, e aquela religião pagã é a receita exemplar para isso, ainda mais tão regada a alucinógenos que, como bem diz os moradores, ajudam quem toma a desapegar do passado e se abrir às novas sensações. É por isso que, vendo o namorado em chamas, ela sorri. O que antes era vulnerabilidade agora é ocupada pelo poder. Ela finalmente se vê parte de um todo – ilustradas pelas visões que Dani tem do seu próprio corpo fundido com a natureza. Sob o efeito de drogas e fundamentalismo, a redoma sacra que envolve docemente a protagonista em seus braços é tudo o que ela precisava. É bom demais para se revoltar contra os absurdos que estavam diante dos seus olhos.

"Midsommar" não é um fácil filme: sua robusta duração, desconcertantes sequências e inundação de simbolismos tornam a sessão uma trabalhosa digestão para a plateia. Tão diferente, mas ao mesmo tempo tão parecido com "Hereditário" ao usar o luto como pontapé de seu clima, é injusto comparar as duas obras quando seus objetivos (e luzes!) são tão discrepantes - e, convenhamos, superar "Hereditário" seria utópico. "Midsommar" é narcotizante e hipnótico ao reforçar o terror antropológico e cultural, além de mais uma comprovação (dessa vez colorida e vibrante) de que Ari Aster é um mestre no que faz e um dos mais bizarros términos de relacionamento que o Cinema já fez. Teria sido mais fácil terminar por mensagem.

Crítica: mesmo parecendo mais adulto, o balão de “It: Capítulo 2” está murcho

Atenção: a crítica contém spoilers.

Após 27 anos do primeiro encontro com Pennywise (Bill Skarsgård), ou A Coisa, o Clube dos Perdedores é obrigado a voltar para a cidade de Derry e confortar de uma vez por todas o palhaço demoníaco que está disposto a continuar com sua matança. "It: Capítulo 2" (It Chapter Two) continua a saga iniciada em "It: A Coisa" (2017) dois anos após o lançamento deste que é a maior bilheteria de um terror em toda a história (sem o ajuste inflacionário) - foram $700 milhões ao redor do globo.

Desde o início da produção da sequência, um fato me chamava muita atenção: como os atores escolhidos para interpretarem as versões adultas eram bizarramente parecidos com as crianças do primeiro filme. Não vou nem citar a lista dos nomes, porém eles parecem ter sido escolhidos a dedo - e até coadjuvantes são iguais aos atores mirins. Mais sorte ainda quando nomes tão grandes como Jessica Chastain, James McAvoy e Bill Harder aparecem no casting.

O filme é aberto, assim como o anterior, com um assassinato pelas mãos do Pennywise, para avisar que o palhaço já está na ativa. Contudo, o caso do "Capítulo 2" já chegou envolto de controversas: um casal gay é brutalmente espancado por um grupo homofóbico, e um deles é morto pelo Pennywise. Já adianto: não li ao livro de Stephen King. Lendo comentários acerca, soube que a passagem em específica contém no material original, porém, na tela, a cena é preocupantemente descontextualizada.

A ideia, imagino, era fomentar a áurea de violência da cidade, quase exalada a partir da presença de Pennywise - um dos criminosos inclusive fala "Bem-vindo à Derry" quando espanca um dos gays. Todavia, é muito diferente da morte de Charlie no primeiro filme, já que foi inteiramente feita a partir de um monstro sanguinário e não-humano. Ver corpos homossexuais sendo violentados por puro ódio e que não acrescentam na narrativa só tem um nome: gratuidade.


Quando os pedaços do cadáver deste personagem - interpretado pelo reizinho Xavier Dolan, já acostumado a sofrer quando atua em filmes - são encontrados, é o alerta de que os Losers devem voltar e impedir que as mortes continuem se espalhando. O primeiro ato começa com Mike (Isaiah Mustafa), o único do grupo original a nunca ter saído de Derry, ligando para todos os outros amigos de infância e informando para eles correrem até a cidade.

Pois bem, esse início é deveras confuso. Não fica muito claro qual a dinâmica que está acontecendo entre os personagens que foram embora: eles parecem não se lembrar dos eventos da infância. Após a sessão, fui ler sobre e descobri que sim, no livro é isso que acontece, no entanto, o filme presume esse conhecimento prévio (e indevido) e não se preocupa em desenvolver o que é a base para o pontapé inteiro da trama. Ora parece que os personagens lembram de nada, ora que lembram de alguma coisa, é uma desordem sem tamanho.

O único que lembra de tudo é Mike, exatamente por não ter saído da cidade. Essa dinâmica é tão contraditória que, fundamentalmente, quem saiu da cidade se recorda de nada, entretanto, Ben (Jay Ryan), o ex-gordinho e agora malhadíssimo que eventualmente vai mostrar sua nova barriga de tanque, ainda nutre um amor por Bervely (Chastain) vinte e sete anos depois. Supera.

Mesmo sendo os mesmos personagens do primeiro longa, os protagonistas são pessoas diferentes, afinal, quase três décadas se passaram. O roteiro é corrido demais ao abordar suas vidas presentes, o que apresentaria ao espectador quem eles são no agora - há pontuações interessantes, principalmente no caso de Bervely, presa em uma repetição da relação extremamente abusiva com seu pai; seu atual marido é um psicopata que a trata como objeto. Um deles até comete suicídio e nem aparece por dois minutos inteiros, um peso narrativo irrisório.

Aí começa o segundo passo do plot. Mike explica os acontecimentos e diz já ter um plano para matar A Coisa, um ritual indígena que também ilustra como o palhaço chegou em Derry: pegando carona em um meteorito. Sim, Pennywise é um alienígena. Enquanto essa mitologia é muito boa, o lado do ritual é apresentado de maneira incongruentemente pronta. É como uma receita que magicamente brotou do chão, sem preparação ou background algum para o público.


E falando em receita, "Capítulo 2" é uma cópia da estrutura do filme antecessor. Podemos pensar, "bem, é uma decisão lógica, afinal, é a continuação", mas não, não é. No "Capítulo 1", nós acompanhamos cada um dos personagens enfrentando Pennywise particularmente, e a mesma coisa acontece aqui. Uma enorme parte da duração - que é bem robusta, quase 3h - é dedicada à separação de seus peões e cada um deles esbarrando com os terrores d'A Coisa.

Mesmo havendo momentos inspirados - a sequência da Bervely com a idosa é ótima -, é uma repetição gigantesca e previsível. Sabemos cada passo, cada susto, cada desdobramento, o que não engrossa uma atmosfera, afinal, uma das premissas básicas do terror é o medo do inesperado. Andando passo a passo atrás do molde original, surpresas quase não estão à vista.

Algo que me chamou atenção é como a película não é.........adulta. Não esperava algo cerebral ou cult, mas "Capítulo 2" não amadurece sua narrativa em momento algum, além de empalidecer quando posto lado a lado com o elenco infantil. Soa estranho quando temos atores consagrados não dando conta de superarem um bando de crianças, e fica cristalino quando o filme embarca em flashbacks e coloca protagonistas originais na tela. Eles possuem muito mais química e um tom mais correto.

Se o primeiro é uma aventura macabra, o segundo não alcança uma coesão de estilo, afinal, aquele grupo de quarentões caindo em trapalhadas é desconcertante. O que deveria ser mais sério e atmosférico é apenas uma emulação do que deu certo antes - e que, obviamente, não funciona de modo igual. "Capítulo 2" é, sim, mais "assustador" - não chega a dar medo, todavia, possui uma gama bem legal de ideias de terror (a cabeça com pernas de aranha é uma delícia) - só que são tantos tiros para todos os lados que se torna uma bagunça com supérfluos - subtramas, como a do garotinho na sala de espelhos, podiam ser descartadas.

Depois de horas de sustos (alguns bem baratos), chegamos no "vamo-vê", o embate com Pennywise. O clímax já começa errado quando o tal ritual que caiu dos céus serve para coisa nenhuma e é esquecido rapidamente - o que também joga fora a relevância narrativa do momento em que os personagens se separam. Quando cara a cara com A Coisa, agora em forma de uma aranha enorme, a montagem ruim vai derrubando o que já estava fraco.


A solução do problema é a última pá de terra no enterro do filme: os Losers começam a xingar e menosprezar Pennywise, que vai (fisicamente) diminuindo até chegar a um ponto que seu coração fica exposto, a peça chave de sua existência. Em um primeiro estalo, achei curioso o conceito da derrocada do vilão: Pennywise é a personificação do bullying - ele ataca as inseguranças e medos de suas vítimas, como qualquer "valentão" -, e só é derrotado quando o bullying se volta contra ele. No campo das ideias, o gosto desta solução é doce, porém, na tela, é cinematograficamente preguiçosa.

E de preguiça o terror comercial e hollywoodiano entende. Forças sobrenaturais, demônios imbatíveis, entidades sanguinárias são, geralmente dentro desse nicho, derrotados por uma artimanha patética. Quer exemplos? A maior franquia de terror moderna é "Invocação do Mal", que já rendeu vários spin-offs e dinheiro aos baldes, e os dois filmes principais da saga possuem a mesma preguiça: em "Invocação do Mal" (2013), o satanás vai embora com pensamentos felizes; e Valak, o demônio em forma de freira em "Invocação do Mal 2" (2016), cai por terra ao ouvir seu nome. Simples assim.

Vendo por um lado positivo, além de ser uma sessão que não cansa tanto para a longa duração, "Capítulo 2" abraça uma metanarrativa criativa quando coloca o Stephen King em pessoa falando mal dos finais de suas próprias histórias - uma ideia pra lá de disseminada entre os leitores -, além de gerar referências bem divertidas do universo kinguiano, como para "O Iluminado" (1980) - tem um "Heeere's Johnny!" - e "Carrie: A Estranha" (1976) com a inundação de sangue.

A impressão que "It: Capítulo 2" desenha à plateia é que parece ser um filme andando com muletas: está preste a cair a qualquer momento, mesmo não indo ao chão de fato. A vivacidade que residia na obra anterior abre espaço para uma irregularidade colateral - o roteiro formulaico e efeitos visuais ruins explicam. Sempre será um prazer ver Bill Skarsgård encarnando um dos vilões mais icônicos da contemporaneidade cinematográfica, mas nosso retorno à Derry não é o prazer que foi a primeira vez que chegamos nessa cidadezinha infernal. Talvez, na próxima, o balão vermelho não estará tão murcho (Skarsgård já afirmou que voltaria para um terceiro).

E taca stream nesses anjos! O clipe de "Don't Call Me Angel", de Ariana, Miley e Lana, está entre nós

Finalmente! "Don't Call Me Angel", a tão aguardada parceria entre Ariana Grande, Miley Cyrus e Lana Del Rey para o novo "As Panteras", foi lançada nessa sexta-feira (13) e, da música ao clipe, podemos comprovar: valeu toda a espera. 

A canção, produzida pelo trio Max Martin Ilya, conhecidos por serem colaboradores de longa data da própria Ariana, é um hit certo e tem grandes chances de chegar ao #1 na Hot 100, fazendo de 2019 o ano com mais canções femininas em nº 1 na década. Tem nossa torcida!


No vídeo da música, com direção de Hannah Lux Davis, Ariana, Miley e Lana se transformam nas panteras, ou nos "anjos do Charlie", como o título do filme ficaria em uma tradução literal. Elas treinam para missões, mostram suas habilidades de espiãs e ainda aproveitam pra se divertir muito em um casarão. 



Anjos que nunca erraram!

"Don't Call Me Angel" fará parte da trilha completa de "As Panteras" que terá curadoria de Ariana, assim como a soundtrack oficial de "Pantera Negra", que ficou nas mãos de Kendrick Lamar, e a de "Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1", que teve curadoria da Lorde. De acordo com a Billboard, o álbum completo chegará no dia 1º de novembro. 

Já o filme, estrelando Kristen Stewart, Naomi Scott e Ella Balinska, e com direção de Elizabeth Banks, chega no dia 15 desse mesmo mês. 

Bate panela, coesão e aclamação! Charli XCX lança seu novo disco, "Charli"

Era aclamação que você queria? Pois você vai ter!

Depois de anos desde o lançamento de seu último disco - pra quem na se lembra, foi o "Sucker", lá de 2014 -, um EP e duas mixtapes experimentais no caminho, Charli XCX lançou nessa sexta-feira (13) seu terceiro álbum, chamado apenas de "Charli".

Se o nome é simples, o mesmo não podemos dizer da sonoridade. Fazendo valer o uso de seu próprio nome como título do disco, Charli traz a síntese de tudo o que explorou nos seus trabalhos passados, com o "Vroom Vroom", "Number 1 Angel" e "Pop2": ela está mais pop, mas sem abandonar o bate panela de PC Music que a gente tanto ama e que virou uma marca registrada da artista. 

Com produção executiva da própria com o produtor e parceiro de longa data A.G. Cook, o "Charli" tem 15 faixas, sendo 8 delas parcerias, e é um disco coeso, daqueles que você nem sente o tempo passar. Entre os destaques, estão as já lançadas "Cross You Out", com a Sky Ferrera, e "Gone", com a Christine & The Queens, além de, claro, "Shake It", a super-esperada parceria da britânica com Big Freedia, CupcakKe, Brooke Candy e Pabllo Vittar.

Já mostrei que eu sou queen, falo sério pra vocês, a coroa é pesada, mas eu me acostumei!

Vem, era disco! Dua Lipa lançará primeiro single de seu novo álbum nos próximos meses

Agora vai!

Presa em cativeiro durante meses para focar na criação de seu segundo disco, Dua Lipa vai finalmente dar o pontapé inicial em sua nova era, que promete ser dançante ao explorar uma sonoridade disco. Em entrevista liberada pela revista NME nessa terça-feira (10), ela confirmou que seu novo single chega nos próximos meses. 

Seu novo projeto, segundo a artista, traz um som "mais maduro" e fez com que ela corresse mais riscos. Para o sucessor do "Dua Lipa", a cantora fez cinquenta a sessenta faixas numa pegada que, quem já ouviu, descreve como "disco-heavy"

Ao falar sobre o material, que vai ter muita "instrumentalização ao vivo", como a presença de Nile Rodgers já indica, Dua o descreveu como "apenas uma festa" com "muitos elementos nostálgicos". "Eu sinto que você poderia dançar durante todo esse disco", ela disse. 

Pode vir, Dua, que nós estamos prontos pra dançar!

Lucas Santtana e Duda Beat só querem amar ao som de um forrozinho em “Meu Primeiro Amor”.

Não é segredo pra ninguém que a música nordestina é extremamente rica, cheia de grandes nomes que marcaram a história e um pedaço caloroso do Brasil que não cansa de nos presentear talentos. E uma das artistas em maior ascensão de lá, sem dúvidas, é a pernambucana Duda Beat

A “Rainha da Sofrência Pop”, como é carinhosamente apelidada por seus fãs, não cansa e já engatou sua terceira parceria em 2019, agora ao lado do baiano Lucas Santtana no forrozinho apaixonado de “Meu Primeiro Amor”.


Mas não se engane se você acha que música de amor não pode fazer uma crítica social também. Entre um verso e outro a letra fala sabre xenofobia, diferença de classes e, claro, política. É ou não é uma bela mensagem de que o amor vence as barreiras do preconceito?

Em tempo, “Meu Primeiro Amor” é o primeiro single do novo álbum de estúdio de Lucas Santtana, o “O Céu é Velho Há Muito Tempo”, que chega em outubro de 2019. Enquanto não sai o álbum, arrasta os moveis e começa a treinar o dois pra lá dois pra cá.

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