Lady Gaga quebra o silêncio sobre R. Kelly e decide banir "Do What U Want" do próprio catálogo

Lady Gaga finalmente falou sobre sua relação com R. Kelly após o lançamento do documentário "Surviving R. Kelly", no último dia 03 - que chocou a internet com relatos das mulheres que abriram as denúncias de abuso sexual. Na madrugada de hoje (10), a duas vezes vencedora do Globo de Ouro publicou uma declaração sobre toda a situação. Além de comentar sobre o quão arrependida está em ter feito "Do What U Want" com o cantor, decidiu que irá excluir a faixa de todas as suas plataformas.

Eu estou 100% do lado dessas mulheres, acredito nelas e sei a dor e o sofrimento que elas passam. O que eu ouvi contra R. Kelly é absolutamente horrível e indefensável. Como uma vítima de assédio sexual, eu fiz tanto a música quanto o vídeo [de "Do What U Want"] num período obscuro da minha vida, porque eu estava com raiva e ainda não tinha processado o trauma que me ocorreu. Eu não posso voltar atrás, mas posso seguir em frente e continuar apoiando mulheres, homens e pessoas de qualquer identidade sexual e raça. Eu compartilho isso não para criar desculpas para mim, mas para explicar. Eu vou excluir essa música do iTunes e de todas as plataformas, e não trabalharei mais com ele [R. Kelly]. Me desculpem, tanto pela minha falta de senso quando eu era jovem, como por não ter falado isso mais cedo. 

O comunicado surgiu, também, após diversas pressões da mídia sobre o posicionamento de Gaga, que, segundo o produtor do documentário, negou-se a conceder entrevista - assim como a maioria das celebridades contactadas, ao contrário de John Legend. Não é sobre imagem, é sobre fazer o que é certo. E a nota, também, dá o fim para qualquer dúvida sobre o cancelamento do clipe de "Do What U Want" - a cantora preferiu cancelar tudo quando percebeu o close errado que se meteu, o que matou a era "ARTPOP". Alguns sacrifícios são necessários.

Com a morte de "Do What U Want" com o R. Kelly, bom lembrar que o feat. com a Christina Aguileira sempre foi muito melhor, não é mesmo? Obrigado, Gaga, por ser um exemplo de que podemos assumir nossos erros e lutar pelo o que é certo. Cristal tocado pelo dom da sensatez.



RIP Do What U Want
2013 - 2019

Puta que pariu, se “Coisa Boa”, da Gloria Groove, não for um smash hit, a gente desiste do Brasil

Pronta pra pista, a artista acima da média, Gloria Groove, começou 2019 com o pé direito e nos revelou na madrugada desta quinta (10) a sua aposta para o carnaval desse ano com seu novo single: “Coisa Boa”.

Fazendo companhia para seus outros hits, “Bumbum de Ouro” e “Arrasta”, a nova música da drag a leva de volta para o funk, mas com um diferencial: desta vez, a aposta tá no 150 BPM. Tendência que nasceu acelerando o funk do Rio de Janeiro e, desde o último ano, rendeu sucessos como “Tu Tá Na Gaiola” e “Dentro do Carro”.

Já familiarizada com o gênero, Groove aproveita “Coisa Boa” pra mostrar seu talento tanto cantando quanto no rap. E, no que depender desse batidão, ainda deverá entregar uma coreografia lindona no seu clipe, que será lançado daqui algumas horas.

Sem dúvidas, estamos diante de um dos primeiros hits em potencial para o carnaval. 

Ouça abaixo:



Antes de “Coisa Boa”, Gloria havia aparecido no novo single de Lexa, “Provocar”, e explorado mais uma faceta do seu som com o R&B de “Apaga a Luz”. Em 2017, a rapper lançou seu primeiro disco, “O Proceder”, no qual passeia do rap ao pop, com influências que vão de nomes do rap, como Nicki Minaj e Lil Wayne, aos sucessos brasileiros dos anos 90 e 2000.

Ouça a playlist “Quem viver, verão”, com as apostas para hits do carnaval de 2019:

Pabllo Vittar dá pistas de seu próximo single no Instagram: “Buzina” ou “Seu Crime”?

Pabllo Vittar não para não (desculpa, a gente não resiste ao trocadilho) e, em seu Instagram, começou a atiçar seus fãs em relação seu próximo single, que será também a sua aposta para o carnaval.

Respondendo às perguntas enviadas por seu Story, Vittar comentou sobre as faixas “Buzina” e “Seu Crime”, favoritas do público para a temporada, dando a entender que ganharemos videoclipe e, inclusive, mandando um “tá sentindo o cheiro de single?”. Estamos, sim. Desde que o “Não Para Não” foi lançado.

Cata aí embaixo os prints:

Enquanto não fica muito clara qual será a aposta da drag, uma coisa é certa: a faixa que for escolhida pra single, vai garantir um clipe com coreografia e tanto. E isso ela já nos mostrou com os shows da nova turnê, que mal nos dão tempo pra respirar.

“Não Para Não” foi lançado no último ano e, até aqui, já contou com dois singles: “Problema Seu” e a romântica “Disk Me”. Essa última recentemente ganhou um EP de remixes, com versões assinadas pelos brasileiros Omulu e Maffalda.


Nosso corpo tá pronto!

Crítica: “A Casa Que Jack Construiu” mostra que, talvez, o Inferno seja aqui mesmo

Atenção: a crítica contém spoilers.

Mais um filme de Lars Von Trier recebido com polêmica - pretends to be shocked. O dinamarquês há muito tempo provou ser um cineasta controverso ao abordar temas difíceis e filmá-los sem pudor. De "Anticristo" (2009) a "Ninfomaníaca" (2013), se não houver pessoas se levantando e indo embora durante um longa dele, há algo errado. Com seu mais novo, "A Casa Que Jack Construiu" (The House That Jack Built), não poderia ser diferente.

Já na estreia, no Festival de Cannes 2018, a controversa foi instalada - inúmeros espectadores abandonaram a sessão pelas cenas explícitas de violência. A obra segue Jack (Matt Dillon) por 12 anos, desbravando sua carreira enquanto serial killer. Dividido em cinco segmentos, cada um explora uma faceta da mente do protagonista enquanto contracena com uma de suas vítimas ou as consequências de seus atos.

Trier revelou que a história foi inspirada na ascensão de Donald Trump - ou "o rei rato", como carinhosamente define o diretor -, e como vivemos numa era que reforça a ideia que a vida é "sem alma e puramente má". Ter esse conceito em mente é fundamental para entender o que Trier quer dizer em vários momento da complexa obra. Não que Jack seja uma representação cinematográfica no novo presidente dos Estados Unidos, ele é uma evocação do que Trump representa socialmente. Nem mesmo na atualidade a fita transcorre, e sim entre a década de 70 e 80.


O fato é que Trier adora criticar a terra do Tio Sam. Com "Dogville" (2003) e "Manderlay" (2005), o cineasta expõe os moldes norte-americanos para, consequentemente, escancarar a cultura capitalista e opressora que a maior potência do mundo influi. "Dogville", uma obra-prima irretocável, foi bastante criticado nos EUA pela mensagem "anti-americana", o que era uma reação esperada.

Com o anúncio de "Casa que Jack", confesso, temi bastante pelo destino da produção. Von Trier tem uma grande leva de fãs e haters, e já foi chamado dos piores nomes possíveis (misógino, insano, grotesco, doente...). Um filme sobre a vida de um psicopata que assassina, em sua maioria, mulheres, era um risco tremendo, um passo em falso seria um festival de glamourização do feminicídio. Já posso adiantar: não estamos diante de um filme misógino. Estamos diante de um filme que aponta o dedo para a misoginia.

Sim, essa linha é tênue e aberta ao debate - alguém apontar (com argumentos) que "Casa que Jack" é misógino é uma visão válida que não deve ser silenciada. Há diversos exemplos ao longo da história do Cinema que possuem abundantes complexidades e não abraçam o didatismo, afinal, a arte não tem obrigação de ser uma aula na tela. Para dar solidez à minha afirmação, prefiro analisar a fita a partir de cada um de seus segmentos, chamados de "Incidentes".

1º Incidente

No meio de uma estrada, Jack encontra uma mulher (interpretada pela musa Uma Thurman), cujo carro está quebrado. Ela insiste em ir com o homem até uma oficina, mesmo afirmando que ele tem cara de psicopata. No tortuoso caminho, ela cria uma narrativa de como seria caso Jack a matasse e os motivos.


O primeiro segmento já instaura o tom da película, absolutamente sarcástico. Chega a ser cômico como a mulher basicamente estimula Jack a matá-la e reitera a possibilidade de estar sozinha com ele no carro. Tagarelando sem parar, Jack atende os pedidos daquela ovelha que gentilmente se deita na boca do lobo, matando-a.

É aqui que entra o problema, mas do lado de cá da tela. Enquanto lia comentários de quem assistiu ao filme, vi inúmeros na linha de "nossa, que mulher chata, eu também teria matado", enquanto outros comentavam como gargalharam gostosamente nas salas de cinema quando a mulher é assassinada.

O que esse pequenino fato tem a nos dizer? A vida feminina beira a irrelevância. Sim, é óbvio que estamos falando de uma obra de ficção, mas tais comentários são amostras do que acontece no mundo real, sempre em patrulha para justificar a morte de qualquer mulher. Ah, morreu porque procurou, não é? Ela entrou no carro do cara sozinha porque quis. Teve um déjà vu?

2º Incidente

Jack bate à porta de uma mulher (Siobhan Fallon Hogan) e diz ser um policial. De prontidão ela desconfia, no entanto, o protagonista consegue enrolá-la e entrar na casa, a última decisão da vida da mulher. A escolha da presa de Jack soa aleatória, ele simplesmente escolheu qualquer uma, mas ali surgia o codinome de Jack, "Senhor Sofisticação", enviando fotos de seus crimes para a imprensa - quase um "Zodíaco".


Alavancando ainda mais a ironia, o codinome é um absurdo quando, dentre todos os adjetivos possíveis para o "trabalho" de Jack, "sofisticação" é o último aceitável. Ele é um completo imbecil - no sentido de "falta de inteligência" mesmo -, com um sistema de matança cheio de furos - aqui ele quase não consegue matar a mulher. Jack é o serial killer mais incompetente da história do Cinema.

Na fuga da cena do crime, Jack amarra o cadáver em plástico e o arrasta pelas estradas, deixando um gigante traço de sangue que levaria qualquer policial até seu esconderijo (!). É de uma idiotice hilária. Só que uma enorme chuva acontece, lavando o rastro. Essa é a apoteose da "filhadap*tagem" do roteiro de Von Trier, que joga descaradamente um deus ex machina para ironizar como parece ter alguém lá em cima do lado de Jack, pronto para arrumar qualquer burrice que ele fizer (e são muitas).

3º Incidente

Uma mãe (Sofie Gråbøl) está namorando Jack (coitada). Ela leva os dois pequenos filhos para uma tarde no campo, onde aprenderão a atirar com o homem. O segmento mais sério da película, há simbologias escancaradas aqui. Trier entra na América atual, antro que venera armas de fogo e ensina crianças a mesma paixão.

Se não bastasse a clareza, todos os personagens estão, no momento, usando bonés vermelhos, referência ao "Make American Great Again", slogan de Trump. O caçador então vira presa, e Jack, literalmente, caça cada um deles, matando as crianças primeiro - e ele se diverte com a "brincadeira".


A cena é um resumo fiel à crise de armamento no país, com pessoas acordando num belo dia e decidindo entrar numa escola e atirar em quem aparecer pela frente. Não há humanidade além do vazio esmagador de fazer aquilo pelo poder de fazê-lo. O roteiro ainda vai à infância de Jack, que decepa a pata de um patinho e serenamente o observa se afogar.

Este determinado momento - realmente chocante - foi alvo massivo de ataques contra o filme. O PETA (famosa organização em defesa dos animais) saiu em apoio ao filme e à cena, parabenizando Trier por mostrar de forma fidedigna os traços infantis de psicopatia. Segundo eles, abusos contra animais são "sintomas" clássicos de distúrbios em crianças: "Apesar de exibição de violência gratuita possa deixar espectadores enjoados, é verdade que serial killers, como o personagem, muitas vezes começam torturando animais, fazendo com que a cena seja ainda mais realística e perturbadora". A organização, é claro, averiguou que o momento foi realizado com efeitos especiais.

4º Incidente

A única vítima de Jack a possuir nome, Jacqueline (Riley Keough) também é namorada - ou algo do tipo - do protagonista, que a chama de "Simples". É um detalhe sutil que grita a misoginia de Jack, afirmando que a mulher é burra. Ele confessa todos os crimes e pede para Jacqueline gritar por socorro. Ela grita, mas nada acontece.

Mesmo num condomínio lotado, ninguém move um dedo, e Jack grita "ninguém aqui vai te ajudar", com a fotografia abrindo o campo de visão para sermos engolidos pela indiferença social. Correndo até um policial, Jacqueline pede ajuda desesperadamente, porém, ele também se mostra inútil. No fim das contas, ela tem o mesmo fim de todas as outras. Sair com o cadáver até o carro é como sair segurando um sofá: ninguém dá a mínima, e a sequência é filmada com uma sagacidade bizarra.


O segmento não poderia ser mais óbvio: estamos cada vez mais nos importando apenas conosco e menos com o próprio vizinho. Apesar do alarde com os gritos da mulher, não houve uma só pessoa que parou o que estava fazendo para descobrir o motivo das súplicas, nem mesmo o policial. Lembrei imediatamente de uma discussão que vi nas redes sociais, comentando como mulheres devem gritar que o local está pegando fogo, pois só assim receberiam ajuda.

E, se isso não for desesperador, não sei o que é. Um incêndio move as pessoas porque pode afetar quem está ao redor. Uma mulher sendo morta? Mais um dia normal, em briga de marido e mulher ninguém mete a colher. A vida feminina vale menos que um imóvel queimado.

5º Incidente

Durante toda a narrativa, Jack conversa com Verge (Bruno Ganz), uma voz que questiona as decisões do protagonista. Esses diálogos - predominantemente fora da tela - funcionam como porta-vozes do próprio Trier. Numa auto-indulgência tremenda, que pode ser assimilada tanto positiva quanto negativamente, Jack diz que é uma mentira quem afirma que, na arte, os acontecimentos são os desejos reprimidos do autor, algo que já foi apontado sobre o Trier em pessoa diversas vezes. Ele usa o protagonista para levar sua mensagem diretamente à plateia.

Em outra parte, Verge pergunta qual o motivo de sempre serem mulheres e por que elas parecem tão destinadas a morrer. Para comprovar que não é um misógino inveterado, Jack prende vários homens de várias etnias, a fim de matá-los todos com uma só bala. O experimento serve unicamente para Jack falar "tá vendo, não odeio mulheres, eu também mato homens", uma lógica que funciona apenas em sua cabeça. Mas a polícia intercepta o galpão de Jack - já que ele fugiu em uma viatura com a sirene ligada (!) - e ele é morto. Claro, toda a sequência é construída por meio de metáforas visuais: um buraco se abre no chão, e Jack segue Verge enquanto a polícia atira e arromba o local.


Chamado de "Catábase", o último bloco da produção leva Jack para o Inferno após sua morte. Verge - uma referência a Virgil, poeta italiano que inspirou "A Divina Comédia" de Dante - é o guia de Jack nos tortuosos caminhos do sub-mundo, e ambos passeiam até o local mais fundo. O protagonista tem finalmente o que merece - a condenação eterna - e Trier nos faz passear pelo Inferno da maneira mais bela possível.

Toda a sequência extrai as imagens mais irretocáveis do ano, um esmero em efeitos visuais e design de produção de cair o queixo. Com inúmeras referências, desde "A Divina Comédia" - que relata a jornada do protagonista através do Inferno -  e o quadro "A Barca de Dante" de Eugène Delacroix, não é entregue apenas um júbilo narrativo. "A Casa que Jack Construiu" atinge a perfeição estética no recinto mais temido pela cultura religiosa, o que é, para dizer o mínimo, engraçado.

O Inferno na fita é belo, silencioso e tranquilo, enquanto o nosso mundo é o contrário, o local onde o mal habita em sua pureza. Criticando sem medo tudo o que o império de Donald Trump representa para a cultura mundial, estamos no meio da era da ignorância, da intolerância, do preconceito e da violência. Expurgamos nossos demônios sobre outras pessoas e desejamos o extermínio. "A Casa Que Jack Construiu" é um filme dificílimo, apesar do tom jocoso, com imagens e pontuações que chocam. E devem chocar. Toda a pretensão do longa - que não é pouca - é necessária para entendermos que estamos caminhando para o caos. Essa é a mensagem seminal da produção: talvez o Inferno seja aqui mesmo.

Mulheres no topo: Halsey substitui Ariana Grande no 1º lugar da Billboard Hot 100

Olha só que ótimo jeito de começar 2019!

Nos últimos anos, as mulheres da música tem encontrado bastante dificuldade de se estabelecer nas paradas de sucesso, principalmente nos Estados Unidos. Mas elas estão prontas para virar o jogo, e já começaram 2019 com o pé direito.

Depois de 7 semanas não consecutivas no topo da Hot 100, o hit “thank u, next”, da Ariana Grande, deu lugar ao sucesso “Without Me”, da Halsey. O novo 1° da parada norte-americana já está há 13 semanas no chart, e boa parte delas no top 10, só esperando o momento certo pra chegar lá em cima. Merecidíssimo, né? 


Sem rivalidade feminina aqui! Em seu Instagram Stories, Ariana fez questão de mostrar sua felicidade com o #1 da amiga e deixou aquela torcida pra que 2019 seja o ano das mulheres. 

Esse é o segundo 1° de Halsey na Hot 100. A primeira vez que a cantora chegou ao lugar mais alto da parada foi com o duo The Chainsmokers em “Closer”. Assim, “Without Me” marca a primeira vez que a artista chegou ao topo do chart com uma música própria. 

Em seu Twitter, ela reagiu à notícia:

“Essa música é fruto de um momento de muita solidão e as últimas semanas têm me mostrado o quão amada e apoiada eu posso ser. Eu não sei nem o que dizer. Eu realmente preciso de um segundo para que eu possa me recompor e expressar propriamente a minha gratidão. Estou tão confusa e feliz. Obrigada”


Sobre “Without Me”, a americana contou que a música é a primeira em que se desprendeu da persona de Halsey e mostrou seu verdadeiro eu, a Ashley. Muito pessoal, a  canção, ao que tudo indica, fala de seu ex-namorado, o rapper G-Eazy. Apesar disso, Halsey, que é uma mulher LGBT e negra, chegou a performar a faixa em um programa com a ajuda de apenas uma bailarina, em meio a uma dança levemente sensual que gerou críticas da galera mais conservadora dos EUA, provando que ela está fazendo algo de muito certo no quesito da representatividade.

Globo de Ouro 2019: quem vai ganhar, quem deveria e porquê é a noite de “Nasce Uma Estrela”

A corrida para o Oscar 2019 começa já em 2018, quando a roda crítica de cada estado norte-americano solta seus vencedores; mas é com o Globo de Ouro que a largada é oficialmente dada. A primeira premiação televisionada - e, consequentemente, a ter maior peso - acontece amanhã (06) em Bervely Hills, sob o comando da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla original).

É importante pontuar que os vencedores do Globo de Ouro não são garantias para o prêmio da Academia. De todas as premiações televisionadas, o Globo é o que mais se distancia do Oscar, tanto por ser uma entidade diferente quanto por rolar outros métodos de votações.

Como ainda estamos bem no início dos jogos, algumas categorias possuem um maior número de filmes ainda não lançados, então as apostas são baseadas nas tendências da temporada e no gosto da HFPA - bem característico, para dizer o menos rs. Ano passado errei "Filme Drama" (apostei de "A Forma da Água"), porém acertei com" Filme Comédia", dado a "Lady Bird". Essas são minhas apostas para 2019.


Melhor Filme: Drama

Quem vai ganhar: Nasce Uma Estrela
Ainda não entendi porquê a Warner decidiu submeter "Nasce Uma Estrela" na categoria de "Drama" quando o filme é um musical - "Bohemian Rhapsody" também seguiu o mesmo caminho. A única justificativa talvez seja visando o Oscar, já que a categoria tem mais peso do que a de "Comédia" - no atual século, só dois vencedores de "Melhor Filme Comédia" também venceram o Oscar: "Chicago" em 2002 e "O Artista" em 2011. De qualquer forma, "Nasce Uma Estrela" tem todos os requisitos que fazem a HFPA enlouquecer: estreia na direção e atuação, história poderosa e trilha sonora impecável. Apesar de "Infiltrado na Klan" ser o melhor dali, "Estrela" seria um vencedor com dignidade. "Pantera Negra", o que você está fazendo aqui, querido?

Melhor Filme: Comédia

Quem vai ganhar: O Guia
Categoria muito fraca esse ano - "Podres de Rico", sério? -, aposto que o mais acessível de todos será o vencedor, e esse é "O Guia". Feito no molde de premiações e ainda falando de racismo (de modo raso, mas ainda assim), é aquele filme Sessão da Tarde que não ousa arriscar para não errar, e a prova deve ser o prêmio. Inegavelmente a categoria deveria ser de "A Favorita", obra-prima e melhor filme entre todos os indicados, independentemente do gênero.

Melhor Direção

Quem vai ganhar: Bradley Cooper (Nasce Uma Estrela)
Briga forte em "Direção" entre Cooper e Alfonso Cuarón por "Roma". Consigo ver a HFPA pendendo para o lado de Cooper - eles amam um diretor estreante e Cooper já é queridinho da casa -, mas Cuarón pode levar como prêmio de "consolação", já que "Roma" não era elegível na categoria de "Melhor Filme" (por ser estrangeiro). Entre os indicados, eu iria com Spike Lee e seu retorno triunfal com "Infiltrado na Klan" - e alguém deve ser preso pela esnobada de Yorgos Lanthimos, não indicado por "A Favorita".

Melhor Atriz: Drama

Quem vai ganhar: Lady Gaga (Nasce Uma Estrela)
Lady Gaga é melhor já ter preparado o discurso, porque será uma surpresa se não levar "Melhor Atriz Drama". Ela não é a maior entre as indicadas - Glenn Close, conte sempre comigo -, mas a HFPA não vai perder a oportunidade de aclamar uma estreia tão certeira, que, além de ser uma transição competente entre indústrias, ainda canta, e canta muito. Ao contrário do Globo por "American Horror Story", esse não será comprado.

Melhor Ator: Drama

Quem vai ganhar: Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
Cinebiografia? Nem viram e já amam. A farofa vai ser servida quando Rami Malek derrotar Bradley Cooper pela encarnação de Freddie Mercury em "Bohemian Rhapsody". É verdade que Malek é uma das poucas salvações do filme, todavia, Cooper entregou a maior atuação de sua carreira, e não deveria ter concorrência. Dentro do histórico da premiação, contudo, Malek tem cara de vencedor.

Melhor Atriz: Comédia

Quem vai ganhar: Olivia Colman (A Favorita)
Olá, Olivia Colman, ou deveria lhe chamar de futura vencedora do Oscar? Mesmo com Emily Blunt ameaçando na cola por "O Retorno de Mary Poppins", Colman e sua insana Rainha Anne de "A Favorita" largam na frente.

Melhor Ator: Comédia

Quem vai ganhar: Christian Bale (Vice)
Essa é uma das categorias difíceis de comentar, já que a maior parte dos filmes ainda não foi lançado. Christian Bale vem sendo forte nome entre os críticos, e deve ser a única vitória para "Vice", que é o líder de indicações da edição. Viggo Mortensen pode acabar levando para reforçar o prêmio de "O Guia".

Melhor Atriz Coadjuvante

Quem vai ganhar: Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
A aposta mais fácil da noite, King vem passando o rodo na temporada e possui a performance mais premiada do ano. Ainda não vi "Se a Rua Beale Falasse", então não posso deixar de ovacionar Emma Stone e Rachel Weisz que estão perfeitas em "A Favorita".

Melhor Ator Coadjuvante

Quem vai ganhar: Richard E. Grant (Você Poderia me Perdoar?)
Outra categoria com filmes ainda não lançados é a de "Ator Coadjuvante", e a briga fica entre Mahershala Ali por "O Guia" e Richard Grant por "Você Poderia me Perdoar?". Grant tem levado vários na rodada de críticas e Ali já ganhou o Oscar por "Moonlight" há pouco tempo, o que pode ser o primeiro passo de Grant para a Academia.

Melhor Roteiro

Quem vai ganhar: A Favorita
O Globo de Ouro não separa roteiros originais e adaptados, como a maioria das premiações, colocando todo mundo no mesmo barco. "A Favorita" deve abocanhar pela mistura de drama de época com humor negro, diálogos afiados e interesse histórico. 

Melhor Filme Estrangeiro

Quem vai ganhar: Roma
É fato que a HFPA premia, muitas vezes, filmes que nem ao menos chegam ao Oscar - os dois últimos vencedores ("Elle" e "Em Pedaços") não foram nem indicados. Dessa vez não deve existir concorrência. "Roma" é o filme mais aclamado do ano e só não entrou em "Melhor Filme Drama" pela língua.

Melhor Canção

Quem vai ganhar. Shallow (Nasce Uma Estrela)
Lady Gaga não vai esquentar cadeira nesse Globo de Ouro, devendo sair vencedora dos dois prêmios que foi indicada - além de apresentar uma categoria, pode ficar ali mesmo no palco. "Shallow" é a maior canção do cinema em 2018 e merece o reconhecimento devido.

Se você não gostou de “Black Mirror: Bandersnatch”, provavelmente não entendeu

Goste de “Black Mirror” ou não, você assistiu e comentou sobre pelo menos uma de suas temporadas por alguma rede social nos últimos anos. Uma das produções mais hypadas da Netflix, a série nunca termina quando seu episódio chega ao fim e, em sua mais recente cartada, o filme interativo “Bandersnatch”, não foi diferente.

A proposta do longa não é das mais novas: como no clássico global dos anos 90, “Você decide”, a trama desenrola conforme nossas escolhas. Ou, por assim dizer, conforme as escolhas que a plataforma espera – e muitas vezes, induz – que façamos.

Assim como as temporadas anteriores, “Bandersnatch” utiliza da tecnologia para tecer uma crítica que ultrapassa limites de tempo, espaço e universos. Logo, apesar da história se passar em 1984 (o ano que deu nome ao romance de George Orwell, do qual nasceu o “Big Brother” e a expressão “o grande irmão está te assistindo”, que falava sobre o controle e manipulação de um governo autoritário sob uma sociedade diariamente vigiada), passado, presente e futuro se confundem com a linha do tempo narrada. E, quando menos esperamos, nós e a própria Netflix nos tornamos partes da história e de qualquer coisa que possa vir a dar errado dentro dela. 


Desta forma, confundindo – ou mesclando, como você preferir – o lado de cá e de lá da tela, “Bandersnatch” acompanha a trajetória de Stefan: um jovem programador que fica obcecado por um livro de aventuras interativas que leva o mesmo nome do filme e, numa maneira de modernizar a iniciativa, transforma-o num jogo em que os usuários podem opinar nos rumos da história. Assim como o filme, assim como a atração da Globo dos anos 90.

Com o desenrolar da trama, entretanto, a personalidade e estado mental do jovem se aproximam do autor do livro fictício “Bandersnatch”, Jerome F. Davis, que, na história, teria sofrido um colapso durante a criação do livro e assassinado a sua esposa, qual acreditava ser uma agente secreta do governo americano colocada em sua casa pra vigiá-lo. E, neste cenário de confusões, o próprio Stefan passa a surtar e refletir essa bagunça mental em seu jogo.

O que fica perceptível logo de cara é que “Bandersnatch” não é tão guiado pelo espectador quanto alguns esperavam. Suas escolhas ramificam as narrativas que te levarão aos vários finais alternativos da história, mas, tão logo você segue um caminho não previsto ou almejado pela Netflix, a história retorna para algum ponto crucial, até que você repense suas escolhas e faça a escolha deles. E ao contrário do que motivou tantas críticas, é exatamente aqui que eles acertam. “Bandersnatch” não é sobre estar no controle, mas, sim, ser controlado.

Todos os universos e histórias exploradas por “Black Mirror” sempre tiveram como ponto central alguma crítica à tecnologia ou a maneira como a sociedade lida com ela atualmente e, na realidade de “Bandersnatch”, assumimos tanto o papel de vítima – somos forçados a fazer escolhas que não concordamos, mas que precisamos fazer para sairmos de seu labirinto –  quanto de vilões – nossas escolhas, em certos pontos, passam a fazer mal ao personagem central. É praticamente impossível passar pelo filme sem tirar a vida de pelo menos uma pessoa. Nos satisfazendo com a menor das aberturas de estarmos controlando algo, enquanto apenas somos guiados dentro de seus roteiros. Algo familiar para uma realidade habituada ao “on-demand” (inglês para “sob demanda”), mas com acesso limitado ao que definem os algoritmos, presentes na Netflix, Spotify, Youtube, Facebook e até mesmo suas pesquisas do Google.


O falso controle aos espectadores não deveria ser visto com surpresa. Em seu trailer, “Bandersnatch” enfatiza a fala de uma senhora, numa propaganda de tevê, que avisa: “você não está no controle.” Já no longa, um dos personagens mais esclarecidos sobre o universo explorado, o programador de jogos Colin Ritman, protagoniza um monólogo maravilhoso num momento de mútua alucinação e lucidez, causado por uma droga que ele diz usar para “sair do buraco” – estado utilizado pelo filme para descrever os momentos em que você se vê preso no labirinto, sem saber quais escolhas fazer.

Longe de não ter falhas, a proposta do filme pode ficar cansativa para quem se recusar a seguir as escolhas da plataforma e, num momento que transborda vergonha alheia, se utiliza de metalinguagem descartável para criar um alívio cômico que acaba meio solto para o tom da trama. Mas, num geral, e, principalmente, sendo um dos primeiros passos da plataforma neste segmento, é um produto que entrega o que propõe. E que, sendo em “Black Mirror”, te obriga a consumir e falar sobre isso.

Que outra produção da casa seria capaz de te fazer ligar a TV – o filme não é compatível com diversos modelos de smartphones – e usar o controle remoto, apenas para te dizer que você é quem está sendo controlado?

Em seu formato convencional, a quinta temporada de “Black Mirror” estreará ainda neste ano. Segundo seus criadores, suas novas histórias continuarão girando em torno da tecnologia e seus efeitos sob a sociedade, mas deverão contar também com histórias felizes, não se limitando ao tom distópico que ditou a série até aqui.

Produtores brasileiros transformam músicas de Pabllo Vittar e Luísa Sonza em “PC Music”; ouça!

Tá feliz, Charli XCX?

Quem acompanha o blog, sabe o quanto a gente gosta de PC Music e, inclusive, incentivamos a procura pelo gênero, pautando vários de seus artistas e, pelo Spotify e Deezer, mantendo a playlist “Não uso drogas, ouço PC Music”.

Não sabe o que é PC Music? Vem ler esse post aqui!

Mas se já falamos de um cenário nichado quando pensamos nos nomes internacionais adeptos ao gênero, pensar em nomes nacionais que se arrisquem neste som nos dá uma lista ainda mais limitada, incluindo artistas como Gloria Groove (“O Proceder”, “Gloriosa”), Pabllo Vittar (“I Got It”, “Buzina”) e Jaloo (“Say Goodbye”), só pra citar alguns.

Pensando nisso, os produtores Rodrigo Kills e Cybergeez se uniram para espalharem a palavra de outra forma: os brasileiros estão testando a proposta de artistas como SOPHIE, Hannah Diamond e Charli XCX em remixes de hits nacionais.

A estreia da dupla rolou com essa versão de “Buzina”, da Pabllo, que já é originalmente inspirada na PC Music, com quês de k-pop:



E, em seu segundo lançamento, eles apostaram no atual single da Luísa Sonza, “Boa Menina”, que nesta versão se desconstrói sob um pop explosivo e todo tecnológico. Olha só:



Muito conceito, né? Amamos!

A gente bateu um papo com os produtores, que são de São Paulo e Rio Grande do Norte, e eles nos contaram que mais remixes para artistas brasileiros serão lançados, mas que seus planos são ainda maiores: querem mostrar seu primeiro álbum de faixas autorais neste ano.

A trajetória não é novidade para o cenário nacional. Hoje um dos produtores e compositores de Pabllo Vittar, o brasileiro Zebu começou sua carreira com covers e remixes pela internet. No Youtube e Soundcloud, o produtor mantém seus canais com os registros antigos, que vão de releituras para clássicos populares nacionais como “Essa Tal Liberdade”, do Só Pra Contrariar, aos remixes inusitados como “Ar Condicionado For The Summer”, que mistura MC Carol com Demi Lovato. 



Um de seus maiores sucessos, também disponível no Spotify, foi a parceria que catapultou o nome de Jão entre as revelações do último ano: um cover de “Medo Bobo”, da Maiara e Maraísa, aos moldes do que faria o australiano Flume, se conhecesse a dupla femineja.



Com esses remixes inspirados na “PC Music”, os planos de Rodrigo e Cybergeez são contribuírem para a popularização do gênero, que neste ano chegou pela primeira vez ao Grammy e ao Coachella e, pelos próximos meses, deverá ascender ainda mais, dado o interesse de artistas como Lady Gaga e Rihanna na sonoridade.

Qual artista brasileiro você gostaria de ver investindo nesta proposta?

John Legend participa de doc contra R. Kelly: “Não defendo estupradores de crianças”

O cantor John Legend foi um dos poucos nomes famosos que aceitaram participar do documentário sobre os crimes e abusos cometidos por R. Kelly, a produção da Lifetime “Surviving R. Kelly”, e, em suas redes sociais, afirmou que apoiar a série foi uma decisão fácil.

“Pra todos que têm me falado sobre como fui corajoso em aparecer no documentário: isso nunca me pareceu ser algo arriscado”, afirmou. “Eu acredito nestas mulheres e não me preocupo com um estuprador de crianças. Fácil de decidir.”


A mesma decisão, entretanto, não pareceu tão fácil para outros artistas. Nomes como Lady Gaga e Jay-Z, com quem R. Kelly colaborou em anos anteriores, também foram procurados pela produção e recusaram o convite. Questionados por veículos da imprensa americana, os artistas e suas assessorias também negaram comentar o assunto.

Legend tem sido uma figura frequente na oposição a R. Kelly. Antes da participação neste documentário, o cantor e compositor já havia apoiado o movimento “Mute R. Kelly”, organizado por mulheres negras para reivindicar o boicote ao estuprador por organizações da indústria musical, e em suas redes sociais, reforçou também a admiração pela iniciativa da emissora Lifetime e da diretora do documentário, Dream Hampton.

“Deveríamos todos sermos gratos a Dream Hampton por seu trabalho tão necessário pra criação de ‘Surviving R. Kelly’”, explicou. “Essas sobreviventes merecem serem levantadas e ouvidas. Espero que isso as aproximem de algum tipo de justiça.”


R. Kelly responde a uma série de denúncias, com acusações que vão de estupros à pornografia infantil, além da realização de um culto sexual envolvendo mulheres mantidas em cárcere privado. Nos anos 90, o músico chegou a se casar com a cantora Aaliyah que, na época, tinha apenas 15 anos.

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