Lenda viva, Normani anuncia um dos primeiros melhores singles de 2019: “Dancing with a Stranger”

Eu disse LENDA.

Normani tá pronta pra, enfim, consolidar de vez a sua carreira de maior artista da geração e, no próximo dia 11 de janeiro, lançará o single que definirá a sua carreira depois do sucesso de “Love Lies”: a parceria com Sam Smith em “Dancing with a Stranger”.

Com um título que já grita “hino atemporal”, a música foi anunciada pela própria artista de verdade, em suas redes sociais, e conta com a produção de Jimmy Napes e do duo Stargate.



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Jimmy, pra quem não sabe, é um colaborador de longa data de Sam, tendo trabalhado com o britânico em faixas como “Stay With Me”, “Lay Me Down”, “Too Good at Goodbyes” e a ganhadora do Oscar moral de Lady Gaga, “Writing’s On The Wall”.

Stargate, por sua vez, já assinou inúmeros hinos dessa indústria, incluindo os clássicos “Irreplaceable”, de Beyoncé, e “Diamonds”, da Rihanna.

“Dancing with a Stranger” foi composta pelo próprio Sam Smith, que confessou estar ansioso pra saber se o público gostará dessa canção tanto quanto ele.

Sim, gostaremos. Não precisa falar mais nada. Só vem.

A coroa tá muito pesada, Beyoncé: Pabllo Vittar pode cantar com Sofi Tukker no Coachella

Pabllo Vittar continua sua ascensão desde o sucesso do seu disco de estreia, “Vai Passar Mal”, e seu sucessor, “Não Para Não”, mas passada a sua participação em festivais como o brasileiro Rock in Rio, a cantora pode ir ainda além e, neste ano, subir ao palco do famigerado Coachella.

Com sua line-up recém anunciada, o festival que, no último ano, foi o palco para uma das performances mais memoráveis de Beyoncé, contará com duas atrações que já colaboraram com a drag brasileira: Diplo e Sofi Tukker. E, cientes disso, os fãs da cantora, chamados por ‘Vittarlovers’, não hesitaram em tomar suas redes sociais, pedindo pra que os artistas a convidem pra uma rápida aparição.

Quem já respondeu aos pedidos foi a dupla Sofi Tukker, com quem Pabllo colaborou na faixa “Energía”. Mencionando a cantora no Instagram, enquanto brincam, em português mesmo: “você quer?”. A gente quer, SIM.



Sofi Tukker foi uma das atrações do Lollapalooza Brasil 2018 e, na época, planejava uma performance inédita de “Energía” com Pabllo no festival. A parceria só não rolou porque no final de semana do evento, a brasileira foi submetida a uma cirurgia no rosto e estava em processo de recuperação.

Já Diplo, colaborou com Pabllo mais de uma vez: o músico foi o produtor de “Então Vai”, do seu álbum de estreia, e “Seu Crime”, do trabalho atual. Além de assinar também a faixa “Sua Cara”, dela e Anitta com o trio Major Lazer. No Brasil, os artistas chegaram a se unir no palco de uma premiação para tevê fechada.

Será que 2019 será o ano em que teremos uma drag brasileira no Coachella?

Ed Sheeran responderá judicialmente ao suposto plágio de Marvin Gaye em “Thinking Out Loud”

Marvin Gaye não está mais entre nós, mas seus advogados, sim.

Ed Sheeran segue respondendo ao processo judicial por plágio na música “Thinking Out Loud”, que seria uma cópia do sucesso de Gaye, “Let’s Get It On”, e depois de tentar um recurso pedindo a suspensão da ação, teve seu apelo negado pela justiça americana, que determinou que um júri deverá concluir se o britânico é ou não culpado neste caso.

“Thinking Out Loud” fez parte do disco lançado por Sheeran em 2014, “X”, e se tornou um dos seus maiores sucessos desde então. No processo, sua defesa afirma que a música é caracterizada por “tons sombrios e melancólicos, abordando o amor romântico duradouro”, buscando diferenciá-la de “Let’s Get It On” que, segundo eles, foi um “hino sexual”.

O cantor britânico, por sua vez, talvez não concorde tanto com seus próprios advogados. Visto que, em seus shows, chegou a realizar mashups das duas músicas antes da semelhança se tornar um caso judicial.



Outras canções que já renderam acusações de plágio para Ed Sheeran foram “Photographs” e o smash hit “Shape of You”. Neste último, o cantor chegou a entrar num acordo com o grupo responsável pelo hit “No Scrubs”, TLC, incluindo o nome de suas intérpretes e compositoras nos créditos de sua faixa.


Gaye, que lançou “Let’s Get It On” em 1973, faleceu tragicamente em 1984 após ser atingido por um tiro do seu próprio pai.

Crítica: “Black Mirror: Bandersnatch” é um videogame que vende uma interatividade vazia

Mais um fim do ano, mais "Black Mirror" na Netflix - e, não é de se estranhar -, mais debates sobre o mesmo assunto pelas redes sociais. Dessa vez, ao invés de uma temporada e seus episódios, a franquia (já podemos chamar assim?) lançou um filme, "Bandersnatch". O diferencial da vez foi o formato do longa: ele é um filme interativo, ou seja, o público recebe opções de escolhas para conduzir a história. Parece legal, não?

Sim, parece. No filme, Stefan (Fionn Whitehead, de "Dunkirk") é um programador que está adaptando o livro "Bandersnatch" em 1984 (o ano é sugestivo). A questão é que o autor do livro surtou ao escrevê-lo e assassinou a esposa, virando um ícone de insanidade sofrida devido à sua obra, e o mesmo efeito começa a abater Stefan e seu jogo. Durante a passagem da obra, ela pergunta ao espectador diversas coisas (se seu dispositivo tiver a opção de interatividade, caso contrário, um filme "convencional" será exibido), desde o que o protagonista vai comer até se ele aceita ou não um emprego, mudando os rumos do mesmo.


A tecnologia é interessante, mas os filmes interativos já existem há décadas: o primeiro deles foi o tcheco "Kinoautomat" (1967); em determinados momentos, um apresentador surgia na sala de cinema e fazia uma votação com a plateia para decidir qual o próximo passo do enredo. Óbvio que a tecnologia que separa "Kinoautomat" e "Bandersnatch" é grande, mas a premissa é a mesma.

Muito já se discutiu sobre a natureza do filme interativo: seria um avanço na linguagem cinematográfica ou outra forma de arte? O consenso nunca foi atingido, porém, para mim, "Bandersnatch" não é cinema, e sim um videogame. O próprio formato é conhecido como "movie game", mas não dá para configurar como uma mistura dos dois. Um jogo é, assim como um filme, uma narrativa que conta determinada história, seja ela complexa ou não; até um "Pac-Man" está contando alguma coisa. O que difere essas artes: a questão do controle de trama.


Se você pode controlar a história, é um videogame, não cinema. Um dos argumentos que diz que um "Bandersnatch" está na Sétima Arte é o fato de ser feito com pessoas reais, não gráficos, o que não sustenta a afirmativa. Então um longa-metragem em animação com interação não é mais um filme - por não ser um live action

Não me leve a mal, não estou diminuindo "Bandersnatch" ao não chamá-lo de cinema, não há arte superior a outra, e videogames - que sim, é uma arte - tem seu valor como qualquer uma. O meu ponto é, além de levantar essa discussão, deixar claro o quão difícil foi analisar o projeto - sou crítico de cinema, não de games. Pensei muito em nem escrever essa crítica, contudo, decidi fazê-la pela produção se autodenominar cinema e para explorar seus aspectos narrativos. Na verdade, a Netflix vende "Bandersnatch" muito mais como filme, e sim como um "evento".

É importante também deixar claro que analisar o roteiro da obra é mais complexo ainda por ter vários roteiros dentro dela, afinal, as escolhas levam a história para caminhos diferentes. Minha análise corresponde ao caminho que "Bandersnatch" me apresentou - me perdoem os que possuem tempo, mas não vou voltar milhares de vezes a trama com o intuito de ver todos os finais.


Note, eu falei que o caminho me foi "apresentado", e não que eu "escolhi" tal caminho. Isso contradiz a ideia do livre-arbítrio que o projeto vende? Sim, porque esse livre-arbítrio não existe. Esse novo "Black Mirror" é uma mentira, já que possui um roteiro central fincado, e várias vezes me forçou a escolher a opção que eles queriam ao finalizar o enredo com a opção que eu apertei - a escolha de Stefan falar sobre a mãe apareceu milhares de vezes em loop infinito, e diversas vezes caí em becos sem saída.

Para resumir, não há escolha quando você é forçado a escolher - na cena com a psicóloga, o próprio projeto reforça que eu vou para um lado que ele não quer, perguntando se eu tenho certeza da opção. Se a história, com 10 minutos de duração, apresenta caminhos que terminam a exibição rapidamente, qual o sentido? Colocar à força a plateia em outro trajeto é aniquilar a própria premissa. E nem como videogame dá para salvar "Bandersnatch": rapidamente fica chata a interatividade, afinal, a produção empurra você para o caminho que ela quer.

Quando pensamos em "Black Mirror", sua "marca" ou "identidade", o que deduzimos? A série é uma franquia que visa criticar o impacto da tecnologia sobre nossas vidas, em diversos graus, desde a tecnologia atual até desenvolvimentos mais longínquos. Contudo, o cerne da série não existe em "Bandersnatch": ele critica nada de tecnologia.


Não é como em "Playtest" da terceira temporada - que também foca em um jogo -, e o único aspecto tecnológico da trama é a construção do videogame de Stefan. Todo o estudo da sociedade e sua relação com a tecnologia não existe na obra, que dialoga muito mais com a questão de universos múltiplos e realidades paralelas. O que dá para encaixar no formato da série é uma crítica não-diegética, no fato de que nós estamos nos relacionando com a tecnologia por meio das escolhas de interatividade, mas nem isso é o suficiente para integrar "Brandersnatch" na marca.

Esse viés, pelo menos, retira o que há de melhor: quando o enredo conversa, explicitamente ou não, com quem está do lado de cá da tela. Stefan começa a afirmar que sente como se não possuísse controle de seus atos, como se uma força maior estivesse tomando decisões para ele. Inteligentemente charmoso, o roteiro aqui carrega empatia e empurra a ideia ao máximo, quando Stefan começa a conversar conosco de forma direta, perguntando o que deve fazer e, às vezes, até comentando a nossa decisão. É uma quebra da quarta parede espirituosa.

Com uma parte técnica sensacional - a fotografia, mixagem de som e trilha sonora são incríveis -, "Bandersnatch" não é um bom trabalho como cinema (afinal, nem cinema é) e tampouco como videogame. Tudo o que a trama tem de mais forte - os diálogos sobre Teoria do Caos e a relação de cada escolha impactando nossos destinos - é manchado por furos no roteiro e uma interatividade que se vende como absoluta, mas é limitada e limitadora de qualquer paciência - ter que voltar repetidas vezes para entrarmos na linha que o projeto quer é chatíssimo. Não há o anunciado livre-arbítrio e não há a crítica do relacionamento humano/tecnologia da marca "Black Mirror", então, o que sobra de "Bandersnatch"?

Charli XCX revela suas resoluções para 2019: "fazer um álbum e lançá-lo"

Quem nunca iniciou um ano cheio de resoluções? Na esperança de alcançar bons resultados, seja na vida pessoal ou profissional, a gente sempre faz aquela listinha com os objetivos dos próximos 12 meses. A Charli XCX não escapou dessa tradição e acabou revelando suas resoluções para 2019, que muito afetam nosso novo ano. 

Para finalmente atender aos muitos pedidos dos fãs, Charli contou que suas metas desse ano são "fazer um álbum e lançá-lo". Sim, por favor! "Já tá na hora, né?", comentou o ícone na legenda das postagem. Nós concordamos 100%.


Nos últimos anos, a britânica tem explorado sonoridades de forma independente, tendo lançado duas mixtapes apenas em 2017: a "Number 1 Angel" e a "Pop2", recheadas de parcerias com artistas como Tove Lo, Carly Rae Jepsen e ALMA. Como resultado, desde de 2014, quando lançou seu último disco, o "Sucker", Charli tem liberado diversos singles avulsos, além do EP "Vroom Vroom", o primeiro contato dela com a PC Music, em 2016. 

De "After The Afterparty" à "Boys", e as mais recentes "Girls Night Out" e "1999", colaboração com o Troye Sivan que alcançou o pico de #13 lá no Reino Unido, fica difícil saber por onde a cantora vai seguir no material, mas apostamos que ela vai unir a PC Music, totalmente experimental, e o pop mais tradicional de forma a fazer um disco mainstream, do jeito que ela sabe fazer, mas com muita personalidade. Queremos!



Resoluções de ano muitas vezes não duram os 12 meses, já que é bem comum rolar aquela desistência no meio do caminho, mas vamos torcer para que essa meta seja cumprida ao final de 2019. 

Do Soundcloud para o Coachella: quem serão os representantes da “PC Music” no festival

Falta pouco mais de dois meses para a edição deste ano do Coachella, mas, na última quarta-feira (02), o festival já adiantou a escalação musical completa dos seus dois finais de semana e, com algumas positivas surpresas, as principais performances do evento ficarão à cargo de Childish Gambino, Tame Impala e Ariana Grande.

Em meio a rumores sobre uma performance surpresa de Rihanna e um convite recusado por Kanye West, que não aceitou se apresentar no palco convencional do festival, a edição de 2019 ainda trará nomes como Solange, Janelle Monáe, The 1975, Diplo, J Balvin e do girlgroup sul-coreano Blackpink. Mas nossa atenção MESMO, se voltou para os nomes ainda menores do cartaz: os representantes da chamada “PC music”.

Como já falamos por aqui algumas vezes, a PC Music é um subgênero da música pop, que carrega influências que vão do europop 90s ao bubblegum bass e música japonesa, e nos últimos anos teve sutis aparições nos trabalhos de alguns artistas bem conhecidos, como foram os casos de Madonna e a sua “Bitch I’m Madonna” e Charli XCX em faixas como “Vroom Vroom” ou sua recente “1999”, com Troye Sivan.
De 2018 pra cá, outros artistas conhecidos viraram sua atenção para o estilo e, futuramente, ainda devem explorá-lo em seus novos trabalhos, incluindo divas como Rihanna e Lady Gaga.

No Coachella, por sua vez, serão três os representantes deste estilo entre as atrações do festival: uma das suas principais produtoras e indicada ao Grammy, SOPHIE; a banda britânica Kero Kero Bonito e o duo inglês Let’s Eat Grandma.

Uma das maiores apostas da PC Music para este ano, a produtora londrina SOPHIE é também uma das principais difusoras do gênero entre as grandes estrelas. Ela é o nome por trás dos trabalhos de Charli XCX neste estilo e também foi quem trabalhou com Diplo na faixa “Bitch I’m Madonna”, de você sabe quem. Em 2017, esteve em estúdio com Rihanna e, atualmente, também produz músicas para o novo disco de Lady Gaga, que deverá ser revelado ainda neste ano.



Como intérprete, lançou em 2018 seu disco de estreia, “Oil of Every Pearls Un-Insides”, com o qual garantiu a sua primeira indicação ao Grammy, sendo também a primeira mulher trans nomeada na história da premiação.

Com influências que vão do j-pop (pop japonês) ao dancehall, o som do trio Kero Kero Bonito é resultado do background multicultural de seus integrantes: a vocalista nipoinglesa Sarah Bonito e os multinstrumentistas londrinos Gus Lobban, que também atende pelo projeto paralelo Kane West, e Jamie Bulled.



Em sua discografia, possuem dois registros: o chiclete e eletrônico “Bonito Generation” (2016), onde mais se aproximam dos outros trabalhos inspirados pela PC music, e o recente “Time n’ Place” (2018) em que, além dos sons eletrônicos, aderem também aos violões e guitarras, alcançando um som mais “cru”, que provavelmente ditará o rumo do seu show no festival.

Let’s Eat Grandma, por sua vez, é um duo britânico formado pelas amigas de infância Rosa Walton e Jenny Hollingworth. Com um som psicodélico e baita experimental, elas exploram do rock eletrônico ao pop em suas mais destrinchadas camadas, como podemos ouvir em seu disco mais recente, “I’m All Ears”, presente entre os nossos favoritos de 2018.



Já aclamadas por veículos como NME, The Guardian e Pitchfork, as meninas têm tudo pra levar os sons da PC music para outro nível no palco do evento, sendo ainda uma boa aposta para se tornarem um nome frequente nos festivais que sucederão o grande Coachella.

Todas as artistas mencionadas por aqui se apresentarão nas sexta-feiras do Coachella, dias 12 e 19 de abril, ao lado de outras novidades do pop, como Rosalía, Gorgon City e as moças do Blackpink, com o rapper Childish Gambino como ato principal. De certo, um dia pra ficarmos atentos e não perdemos nenhuma atração de vista.

Ouça nossa playlist de PC Music na Deezer ou Spotify:

Os 50 melhores discos internacionais de 2018

Todo ser humano recebe o som de uma maneira extremamente singular. O som, que através do ar chega aos nossos tímpanos e é decodificado pelo cérebro, em nossa mente é convertido para um formato visual, aqui gerado após uma sequência de eventos mentais baseados em nossos sentimentos, lembranças e associações. Que, enfim, define a maneira como reagiremos a ele.

Pensar nisso é essencial para compreendermos a subjetividade do que é tratado como bom ou ruim e, consequentemente, considerarmos que, apesar dos críticos, números de paradas e qualquer outro indicativo, toda música, disco ou artista poderá soar bem para alguém, ainda que ele realmente não seja nenhum merecedor de um Grammy ou qualquer coisa assim.

Da maneira mais subjetivamente processada, ouvida e discutida possível, esses são os nossos 50 discos internacionais de 2018:

50. Shawn Mendes, “Shawn Mendes”




Esse romantismo acústico e piegas propositalmente brega, mas, ainda assim, legal para os jovens, é tipo o que o Timberlake amaria ter feito no seu “Man of the Woods”. Felizmente, Shawn Mendes fez primeiro e melhor. - GT

49. Bebe Rexha, “Expectations”




Em seu disco de estreia, Bebe Rexha propõe uma grande sessão de terapia. Ela fala da dificuldade da fama, de se estar a cada hora em um lugar e, assim, não conseguir criar raízes, dos relacionamentos que vem e vão nesse meio tempo e de sua saúde mental em todo esse contexto. Com letras poderosas - seu ponto forte - o "Expectations" lida com as expectativas pós-fama, e mostra que a vida de um artista não é só glamour, mas é como a própria Bebe diz: o que for pra ser, vai ser. Então, vamos lá, pra ver por onde essa estrada vai nos levar. - NA


48. James Bay, “Electric Light”




Na contramão do hit “Let It Go” e o disco que o lançou para o mundo, James Bay adotou novas camadas para o seu som e, no disco “Electric Light”, acertou num pop-roqueiro-moderninho que, da estética a sonoridade, utiliza da mescla de macetes e experimentações pra mostrá-lo enquanto um artista muito mais interessante do que seu primeiro sucesso demonstrava ser. - GT


47. Bea Miller, “aurora”




Bea Miller aderiu ao lançamento compartimentado, liberando primeiro 3 EPs, chamados de "Blue", "Red" e "Yellow" para, então, com a adição de mais algumas músicas, lançar oficialmente seu novo disco. O "aurora" conta uma história sensorial de como a garota superou uma depressão lidando com relacionamentos amorosos e consigo mesma: o azul representa a tristeza, o vermelho a raiva e o amarelo é a forma como ela se levantou a partir disso tudo. Para a artista que surgiu bem nova no The X Factor USA, foi uma forma certeira de mostrar seu amadurecimento, principalmente em termos de composição. - NA

46. Camila Cabello, “Camila”




Lançar um disco de estreia já não é fácil, mas a missão de Camila era ainda mais complexa: se apresentar como uma artista à parte do Fifth Harmony, mostrando identidade que desse sentido à sua saída do grupo. Com alguns singles descartados aqui e um problema com a gravadora acolá, ela mostrou sua força em "Havana" e nos entregou um primeiro álbum solo redondinho, no qual explora suas raízes latinas e influências musicais de uma forma bem particular e madura, para muito além do raggaeton que todos querem tirar uma casquinha. - NA

45. Clean Bandit, “What Is Love?”




Soa como um greatest hits que veio antes mesmo das canções se consagrarem sucessos britânicos que chegarão aos EUA uns seis meses depois de terem sido #1 no Reino Unido. - GT

44. Chloe x Halle, “The Kids Are Alright”




Amadrinhadas por ninguém menos que Beyoncé, as irmãs Chloe e Halle tem muito mais do que apenas isso para se orgulhar. Em seu primeiro disco, as meninas mostram que podem ser novas, mas cantam como se já tivessem anos de experiência, explorando dos tons mais altos de seus vocais aos sussurros em meio à harmonias perfeitas. Em músicas como "Grown" e "Warrior", elas fazem parecer fácil o ato de imprimir uma identidade tão forte já é um álbum de estreia. - NA

43. The Aces, “When My Heart Felt Volcanic”




Tem discos bons que se tornam ainda melhores em dias onde tudo parece meio cinza. É o caso do "When My Heart Felt Volcanic", da girlband estreante The Aces. Numa vibe meio The 1975 e HAIM, as meninas se apoiam em letras bem millenialls e na voz suave da vocalista Cristal Ramirez para te levar à um passeio por histórias que com certeza você vai se identificar. - NA

42. Rita Ora, “Phoenix”




Depois de 6 anos complicados, uma troca da gravadora e um Calvin Harris no caminho, Rita contrariou todas as expectativas e não só conseguiu resgatar sua carreira como se tornou uma grande hitmaker no Reino Unido. Como? Apostando em um som que é seu, que é bem britânico e que também é bem eletrônico. É farofa, mas é de qualidade. - NA

41. 5 Seconds Of Summer, “Youngblood”




O ano de 2018 foi esquisito e uma das coisas mais estranhas foi ver o 5 Seconds Of Summer abandonar seu som adolescente para investir em algo mais maduro e, por que não?, autêntico. Os garotos ainda tem um longo caminho a percorrer, mas parecem ter entendido que, para durar nessa indústria, é preciso sair de sua zona de conforto, e em faixas como "Youngbloog", "Talk Fast" e "Walls Could Talk" dá pra ver que eles sabem como fazer isso, só precisam exercitar. - NA

40. MØ, “Forever Neverland”




É difícil amarrar a carreira de MØ do seu disco de estreia aos hits com Diplo, mas em seu novo álbum, “Forever Neverland”, a dinamarquesa dá um necessário passo para trás pra preencher essa história e, consequentemente, acenar aos fãs que não queriam ou esperavam por alguma outra “Lean On”. É bom tê-la de volta. - GT

39. Little Mix, “LM5”




Falar de cultura pop é falar também do que está acontecendo no mundo, porque ela reflete as principais questões que vivemos no nosso dia a dia. A carreira do Little Mix é um exemplo disso. Quanto mais liberdade ganham, mais as garotas são capazes falar da sua geração de uma forma própria e interessante. O "LM5" é um passeio pelo mundo da mulher milleniall, que se reconhece e se respeita como um mulherão da p*rra em seus relacionamentos, que vive o conceito de sororidade em suas amizades e que sabe que se olhar no espelho e gostar do que vê é um trabalho diário, mas não foge de um desafio. You on that feminist tip? HELL YEAH, I AM! - NA


38. Anne-Marie, “Speak Your Mind”




Pop sem defeitos. - GT

37. Post Malone, “beerbongs & bentleys”




De primeira, você torce o nariz por ser mais um branco em destaque fazendo rap. Na sequência, você tem a impressão de estar perdido por algum disco emo que simplesmente invadiu a sua playlist e soa realmente muito bom nesta proposta. Faixas como “Stay”, “Rich & Sad” e o mais recente hit “Better Now” são muito mais interessantes do que o sucesso que o alçou para o topo das paradas e te convencem a descobrir o que mais ele tem a cantar e dizer. - GT

36. Charlie Puth, “Voicenotes”



Apague da sua mente o desastroso "Nine Track Mind" e trate o "Voicenotes" como a estreia oficial do Charlie Puth. Com muitos synths e letras atrevidinhas, e uma sonoridade que vai do mais pop dos anos 80, como em "Done For Me" e "BOY", ao som meloso dos anos 90 (tem até parceria com o Boyz II Men!), o disco não dá a sensação de um início de carreira promissor? - NA

35. Lady Gaga & Bradley Cooper, “A Star Is Born Soundtrack”




O fato de termos nomes incríveis como Mark Ronson, Andrew Wyatt e Julia Michaels liderados por Lady Gaga e Bradley Cooper (quem diria?) em uma trilha-sonora já seria motivo suficiente pra fazer de "A Star Is Born" um grande acontecimento. Mas é sua capacidade de nos prender em um turbilhão de emoções, cantadas de forma extremamente visceral por seus protagonistas, que faz com que a soundtrack seja do tipo que fica em nossa mente mesmo com tantos lançamentos e oferta de conteúdo por aí. - NA

34. Rae Morris, “Someone Out There”




Um dos discos mais diferenciados de 2018, "Someone Out There" faz um pop eletrônico que não tem nada a ver com o que está fazendo sucesso por aí, em termos de música no geral e em termos de EDM também. Por isso, o álbum é também um dos mais refrescantes, estranhos e maravilhosos do ano, com músicas como "Reborn", "Atletico" e "Dip My Toe" deixando aquela sensação inconfundível que só sentimos quando terminamos de ouvir uma boa música pop. - NA

33. Pusha T, “Daytona”




Seguindo a cartilha de produções do Kanye West no último ano, o segundo disco de Pusha T em carreira solo pode ser curto, mas não menos grandioso. “Daytona” é o álbum que o consolida entre os grandes do rap atual e, de quebra, ainda resgata a megalomania musical de West de uma forma que nem o próprio tem alcançado em seus próprios trabalhos. - GT

32. twenty one pilots, “Trench”




Ninguém pode negar que o "Blurryface" é o disco de maior sucesso do twenty one pilots. Por isso, pairava no ar a questão: como a banda vai se superar em seu sucessor? O "Trench" pode não ter tido tanto sucesso comercial quanto seu antecessor, mas com certeza mostra uma grande evolução de Tyler e Josh. Mais coeso e imersivo, o álbum pega tudo de bom que foi apresentado no anterior e leva a um outro nível, com uma produção mais refinada e letras tão reflexivas quanto, mas ainda mais cativantes. Sim, eles se superaram. - NA

31. Let's Eat Grandma, “All My Ears”




É assim que queremos que o pop soe no futuro. - GT

30. Mariah Carey, “Caution”




Com 28 anos de carreira e inúmeras marcas na indústria musical, Mariah Carey não precisa mais provar nada pra ninguém. Mas não é que ela se superou com o "Caution"? A artista conseguiu atualizar seu som para 2018 dando espaço ao novo, trazendo consigo produtores como Skrillez e DJ Mustard para lhe ajudarem nessa missão, mas sem deixar pra trás as marcas registradas que a fazem ser uma voz inconfundível no R&B e uma grande compositora.  - NA

29. Alessia Cara, “The Pains Of Growing”




Falar das tristezas e alegrias do limbo pós-adolescência não é algo novo na música, mas poucos conseguem sair do comum ao abordar o tema. Alessia Cara faz isso com maestria. Seu segundo disco não escapa de clichês como músicas sobre a vida depois da fama ou términos difíceis de relacionamentos, mas, diferente do que vemos por aí, é extremamente honesto. Isso porque a artista é capaz de se assumir como alguém que nada sabe e que não tem a pretensão de saber, fazendo do "The Pains Of Growing" um diário para compartilhar seus achismos e descobertas diárias sobre o que é amadurecer, ser independente e seguir em frente com as marcas positivas e negativas do seu passado. - NA

28. Bad Bunny, “X 100PRE”




2018 rendeu para Bad Bunny que, entre outras coisas, colecionou hits e uma indicação ao Grammy (por sua participação em “I Like It”, da Cardi B), mas foi nos últimos dias do ano que o rapper deu sua cartada final, quando presenteou seus fãs com o disco “X 100PRE”, que traz colaborações de Diplo, Ricky Martin e do Drake no hit que antecipou o registro, “MIA”. Mais uma amostra do quão plural é a música latina além do reggaeton, o disco vai do trap ao pop, com muitos versos que, no que depender do que ele conquistou no último ano, provavelmente o manterá como um nome frequente nos streamings e paradas. - GT

27. NAS, “Nasir”




Seja na calmaria de “everything”, cantada por Kanye West, ou no preciso toque na ferida de “Cops Shot The Kids”, “Nasir” é um disco que relembra a razão de NAS ser um dos nomes mais importantes do hip-hop americano, em tempo que, distante das paradas, se aproxima de Kendrick, J Cole e outros que muitos beberam de sua fonte numa inflamada conversa com a América Negra. - GT

26. Christine and The Queens, “Chris”




Já chegou aclamada. Bebendo de fontes que vão da sueca Robyn aos clássicos pop de Michael Jackson e Madonna, além de uma improvável admiração por Kanye, foi com o disco “Chris” que a artista francesa Christine and The Queens reafirmou o hype que já vinha conquistando desde seu primeiro CD, “Chaleur Humaine” (2014), relançado numa versão em inglês em 2015. Essencialmente pop, “Chris” utiliza de arranjos dançantes e groovados pelo funk enquanto canta sobre experiências e desilusões amorosas da forma mais melancolicamente esperançosa que já ouvimos desde o “Melodrama” de Lorde. - GT

25. Empress Of, “Us”




Filha de imigrantes hondurenhos, nascida e crescida no EUA, Empress Of se considera parte da primeira geração hondurenha-americana, e isso fica claro em seu segundo disco. No “Us”, co-composto e co-produzido por ela, Lorely Rodriguez navega por história de amor intensas e bem milleniall, enquanto exalta sua latinidade, não por meio de sons latinos, como o reggaeton, mas sim por composições bilingues, já que faz parte da realidade de filhos de imigrantes falar tanto em inglês quanto em espanhol numa mesma conversa. E se a letra traz a raiz hondurenha, seu lado americano fica visível na sonoridade, um pop dançante e experimental de quem cresceu e viveu as transformações do cenário dos EUA. - NA

24. J Balvin, “Vibras”




Quem conhece o cantor colombiano J Balvin apenas pelos hits, provavelmente não imagina o quão bom – e diverso, musicalmente falando – é o disco lançado pelo músico em meio ao sucesso de faixas como “Mi Gente”, “Ahora” e “Machika”. Em “Vibras”, o maior representante latino das paradas atuais universaliza o reggaeton abrindo diálogos com o pop, trap e R&B. - GT

23. Hayley Kiyoko, “Expectations”




Da curiosidade aos sentimentos pós-descobertas, Hayley Kyioko e sua bíblia do pop lésbico, “Expectations”, são duas das mais positivas surpresas do pop para essa nova geração, que já não encontra nos discursos de apoio dos artistas héteros representatividade o suficiente para, de fato, se verem conquistando o spotlight. É um nome que, felizmente, ainda ouviremos muitos falarem. - GT

22. Jake Shears, “Jake Shears”




Em carreira solo, Shears traz de volta toda a vibe e sonoridade que nos convenceram a não tirar os olhos dos Scissor Sisters láaa em sua estreia, mas ainda soando como uma novidade. O álbum autointitulado passeia entre o pop e um rock setentista escrito em grandes letreiros de neon que facilmente poderiam pertencer ao Sir Elton John e, apesar de ter passado praticamente batido em 2018, é um dos discos mais grandiosos do ano. Em todos os sentidos. - GT


21. Panic! At The Disco, “Pray For The Wicked”




Brendon Urie pode não ter feito a América emo outra vez, mas fez de “Pray For The Wicked” um dos maiores momentos da banda Panic! At The Disco, justamente na fase em que a banda é, basicamente, formada apenas pelo vocalista. Uma boa novidade aos que descobriram que eles ainda existem pelo hit “High Hopes”; uma evolução linear aos que seguiram acompanhando após o auge no final dos anos 2000. - GT

20. Ariana Grande, “Sweetener”




Depois do "My Everything" e do "Dangerous Woman", Ariana Grande se firmou como um dos maiores expoentes do pop nessa geração e entendeu que esse rótulo finalmente lhe daria o que ela buscava desde o lançamento do "Years Truly": a liberdade para criar. Com seus altos e baixos, o "Sweetener" é um trabalho onde a artista se permite experimentar, aprofundar suas composições e mixar diferentes tipos de sons (com muitos "yuhs", é claro). Não é que ela não goste daquele pop chiclete de "Break Free" e "Into You", mas chega um momento em que um artista precisa se (re)encontrar com aquilo que o fez querer seguir essa carreira no início de tudo. - NA

19. Years & Years, “Palo Santo”




Falar de amor, relacionamentos, términos e sexo pode ser algo trivial, mas não para o Years & Years. O trio sabe não só dar sua devida importância a esses assuntos, como também abordá-los de forma quase sagrada, destacando a pureza, a nobreza e a santificação em todas essas questões que permeiam nosso dia a dia. É isso que faz o "Palo Santo" ser uma verdadeira bíblia do pop. - NA

18. Drake, “Scorpion”




Pode parecer difícil ouvir um disco de 25 músicas numa era em que conseguir a atenção do público para um mero single já é quase uma missão impossível, mas Drake conseguiu. “Scorpion” tem suas fillers e, no que dependesse de nós, teria umas 15 músicas a menos, mas simplesmente não podemos olhar para uma tracklist com canções como “Summer Games”, “Don’t Matter to Me”, “Nice for What” e “Emotionless” e dizer que ela é ruim. - GT

17. Kendrick Lamar, “Black Panther”




Não é fácil ver uma trilha existir a partir de um filme. A soundtrack de "Pantera Negra", liderada e imaginada por Kendrick Lamar, consegue isso. Não que ela não carregue o melhor do longa em suas músicas - pelo contrário. Ela traz o storytelling do filme e todo o empoderamento, a dualidade de pensamento entre os personagens e a atmosfera presente nesse que é um dos maiores sucessos do ano. Mas, com o auxílio de outras grandes estrelas como SZA, The Weeknd, Jay Rock, Khalid e Travis Scott, a trilha ganha vida própria ao fazer um passeio por gêneros de raízes negras como rap, trap, R&B e até música eletrônica, misturando tudo que há de mais atual com sons e levadas da música africana. Uma obra-prima. - NA

16. Kacey Musgraves, “Golden Hour”




Kacey não é uma tradicional estrela da música country, e é isso que faz dela o nome perfeito para o momento que os Estados Unidos e o mundo estão vivendo. Na contramão do conservadorismo, que encontra refúgio no gênero, a artista assumiu com o disco "Golden Hour" o papel de líder na busca pela inovação do country. E ela faz isso não só experimentando com outras sonoridades, como é o caso de "High Horse", mas também trazendo mensagens sobre drogas, empoderamento feminino e direitos LGBTQs. É por isso que o álbum se tornou um dos mais importantes do ano: transgredindo o gênero por dentro, Kacey não tem a intenção de se tornar uma artista pop, mas sim de ficar por lá e iniciar uma mudança em uma comunidade tradicionalmente machista e homofóbica, tudo isso sem deixar pra trás a sensação de aconchego de seus materiais. - NA 

15. Christina Aguilera, “Liberation”




Se numericamente “Liberation” não significou uma página virada pra Christina que, desde o álbum “Lotus”, vê seu nome associado ao baixo desempenho nas paradas, qualitativamente falando, o disco foi mais um dos seus acertos que os fãs de música pop preferiram subestimar. - GT

14. Sofi Tukker, “Treehouse”




Se nos palcos a música eletrônica é representada por propostas engessadas, que mais repetem o arroz-e-feijão do gênero do que qualquer outra coisa, é na internet que ela segue se redescobrindo entre novos nomes e propostas. E é aqui que encaixamos o duo Sofi Tukker e a porralouquice daçante e convidativa do disco “Treehouse”. - GT

13. Troye Sivan, “Bloom”




Antes de lançar o "Bloom", Troye falou como esse era o disco que ele sempre quis lançar, quase como se o "Blue Neighborhood" fosse uma etapa pela qual ele precisasse passar para, então, ser o artista que sempre teve em mente. Quando escutamos seu novo álbum, isso fica nítido. O cantor deixa pra trás os momentos de descoberta de sua sexualidade na adolescência e passa para uma nova fase onde se sente confortável em sua própria pele, capaz de ser e viver plenamente todas as experiências, do amar às decepções. Ao contar suas histórias em meio ao pop delicioso e dançante que por muitos anos os LGBTs viram pessoas de fora da comunidade fazer, Troye se reafirma como um ícone em progresso para uma geração que finalmente pode ser ver completamente representada nos artistas que ama. - NA

12. Jorja Smith, “Lost & Found”




Uma das grandes apostas e revelações do último ano, a estreia de Jorja Smith é também um passe pra que a britânica já embarque nesta indústria sentando na janela. “Lost & Found” a acompanha nesta jornada sobre si mesma, em meio a canções que vão do soul ao trip-hop e arranjos só não tão grandiosos quanto seu próprio vocal. - GT

11. Teyana Taylor, “K.S.T.E.”




Sigla para o imperativo “keep the same energy” (ou “mantenha a mesma energia”, em português), o disco de retorno de Teyana Taylor entrega um dos melhores momentos musicais de Kanye West, que assina a sua produção executiva, em 2018, e eleva a cantora direto ao patamar de outros nomes responsáveis por trazer frescor ao R&B nos últimos anos, como SZA, Khalid e Rihanna. - GT

10. SOPHIE, “Oil Of Every Pearl's Un-Insides”




No que depender da londrina SOPHIE, a música pop nunca mais será a mesma. Depois de parcerias com Charli XCX, Madonna, Diplo e sessões de gravações ainda não reveladas com Rihanna, Lady Gaga e vários outros artistas, a cantora e produtora utiliza seu primeiro disco, “Oil of Every Pearl’s Un-Insides”, como uma justa introdução ao seu som intencionalmente fora dos trilhos: é dançante e desritmado, barulhento e relaxante. E novo, como pede a velha música pop. - GT

09. The 1975, “A Brief Inquire Into Online Relationships”




Quase um episódio de Black Mirror, o novo disco do The 1975 mistura sons caóticos que vão de guitarras elétricas à synths tropicais com letras que parecem inofensivas à princípio, mas basta uma olhada com mais atenção para entendermos o quão sombrias elas são ao retratar os relacionamentos e a solidão da era digital. É isso que faz o "A Brief" ser o melhor disco da banda até então: eles não tem medo de finalmente assumir a esquisitice do 1975 ao aprofundar reflexões de forma completamente estranha ou inusitada. No papel pode parecer desconexo, mas a gente promete que no ouvido faz todo o sentido. - NA

08. Young Fathers, “Cocoa Sugar”




Definir a sonoridade do Young Fathers não é uma tarefa fácil, mas uma coisa é certa: não há absolutamente nenhum outro artista fazendo o que eles fazem e como eles fazem em qualquer plataforma de streaming, rádio ou parada musical. Em seu terceiro disco, “Cocoa Sugar”, a banda vai do hip-hop ao indie rock, com pé no pop, R&B, afrobeats e mais o que surgir pela frente, e acerta em todos eles. - GT

07. Kali Uchis, “Isolation”




Nascida na Colômbia, Kali Uchis foi criada como toda imigrante latina: com valores de ambos os lados da América. Assim, o "Isolation" é, como o nome já indica, reflexões surgidas a partir do isolamento dela, que reflete sobre a chegada de sua família aos Estados Unidos, a atmosfera capitalista e meritocrática em que cresceu e o impacto dessas questões na mulher, parceira e artista que ela é hoje, em sua saúde mental e em sua vontade e ambição de ser cada vez mais. Da temática aos arranjos intimistas e viciantes, é um disco como poucos que já vimos. - NA

06. Kanye West, “ye”




O ano de Kanye West foi caótico, mas foi na música que o rapper teve a oportunidade de canalizar boa parte desta confusão. “ye” é, antes de qualquer coisa, um memorando ao próprio Kanye sobre quem ele é e onde está. Em meio à críticas e acusações por posicionamentos e declarações questionáveis, além do relacionamento com uma das famílias mais brancas dos EUA, o disco humaniza a figura do artista que se autodeclara um deus, pautando a saúde mental do homem negro e a montanha russa pela qual passeiam suas emoções. - GT

05. The Carters, “EVERYTHING IS LOVE”




Eles são dois dos maiores e mais poderosos artistas da América, se viram no olho do furacão após terem sua vida pessoal exposta por conta de uma traição, mas transformaram esse limão na melhor limonada possível. “Everything is Love” é daqueles discos que você já acha genial antes mesmo da primeira audição, mas depois escuta apenas para garantir que estava certo, e mais do que provar o quanto Beyoncé e Jay-Z ainda têm química de sobra, o disco nos força a lembrar que antes de celebridades ou pessoas públicas, eles devem ser celebrados por o que fazem de melhor, e isso sempre será sua arte. - GT

04. Robyn, “Honey”




Nem tão familiar aos fãs mais novos de música pop, que provavelmente conheceram seu hit “Dancing On My Own” na voz de Calum Scott (sofro), Robyn foi um nome essencial para a música pop como conhecemos hoje, tendo ditado direta e indiretamente boa parte do que pavimentou o que entendemos do gênero na entrada dos anos ‘10 e, com isso, conquistou o título de rainha do pop sueco. Hoje, quase dez anos desde o icônico “Body Talk”, ela retorna numa missão semelhante ao que fez Daft Punk quando surgiu com seu “Random Access Memories”, vindo na contramão da urgência da indústria atual e todas suas faixas de dois minutos e pouco, sem pontes e quase compostas apenas por refrãos, trazendo “vida de volta à música”. Parece saudosista demais, mas ainda assim soa à frente do seu tempo. Uma experiência pop que só ela seria capaz de fazer. - GT

03. Rosalía, “EL MAL QUERER”




Nem só de reggaeton viverás o homem. Rosalía despontou como uma das revelações do ano e, em meio ao hype da sua “Malamente”, aproveitou o embalo pra estreia do disco “El Mal Querer”, onde entrega várias doses da música latina em sua pluralidade, de um “neoflamenco” ao R&B, com pé no pop, trap e mais um pouco. Em tempos de streaming e uma maior “democratização” sobre de onde e para onde vão as músicas, seu trabalho acompanha artistas como Cardi B e BTS, numa resposta concreta aos que ainda se fecham aos EUA quando buscam por apostas em potencial para “girarem a roda” da indústria. - GT

02. Cardi B, “Invasion Of Privacy”




Com "Bodak Yellow" em mãos e um carisma sem igual, Cardi B viu sua carreira despontar ao encontrar uma audiência disposta a ouvir tudo o que ela tinha pra dizer, sem filtros. Era hora de se apresentar propriamente. Nascida e crescida no Bronx, filha de imigrantes latinos e ex-stripper, a rapper faz do "Invasion Of Privacy" um livro sobre seu "conto de fadas de verdade", no qual fala de forma despretensiosa, orgulhosa e, sim, empoderadora, sobre o que aprendeu nas ruas do bairro e no clube, como a importância de amar seu dinheiro mais do que a qualquer homem, cair 9 vezes e levantar 10 e sobre como mandar numa relação. E assim, sem querer, ela conseguiu unir à cultura negra a latina, entranhadas em seu sangue, em um dos discos mais divertidos da década. É impossível resistir. - NA

01. Janelle Monáe, “Dirty Computer”




Num momento em que todos querem cantar sobre assuntos políticos, poucos conseguiram entregar sua mensagem de uma forma tão vendável e, ainda assim, sincera, como fez Janelle Monáe. A artista que sempre teve uma discografia e videografia impecáveis, cruzou apenas em 2018 a fronteira do mainstream de maneira concreta e, ao som e visual do seu “Dirty Computer”, o fez da forma mais majestosa possível.

“Dirty Computer” é daqueles discos que nasceram para serem lembrados, pautando orientação sexual, liberdade feminina negra e racismo, enquanto te faz dançar e enche seus olhos com visuais que vão do Prince ao universo ‘Netflixano’ de Black Mirror. Pop e subversivo, popular e conceitual, objetivo e complexo. Um trabalho que a coloca num posto de iconicidade que há tempos já deveria ser seu. - GT

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Textos por Gui Tintel e Nathalia Accioly.

Os 15 melhores discos brasileiros de 2018

Uma das formas de expressão mais intrínsecas do ser humano e, hoje, pela massificação da ignorância e desinformação, tão subvalorizada, a música, enquanto arte e cultura, também é um movimento de resistência. E não o faz apenas quando fala diretamente sobre suas lutas, mas, desde sempre, por aquilo que representa e por aqueles que dá voz.

No último ano, a música brasileira foi grandiosamente bem representada do Sudeste ao Nordeste do país, com expoentes que vão do funk ao rap, do pop ao brega, e que, antes da intenção de emplacar hits nas rádios ou streamings, usaram seus trabalhos para gerar em nós uma das reações mais naturais da nossa espécie: sentir.

Esses são os nossos 15 discos nacionais favoritos de 2018:


15. Anavitória, “O Tempo é Agora”

Na era dos álbuns visuais, a dupla Anavitória foi além e, para o disco “O Tempo é Agora”, estenderam sua música ao cinema, através de um longa que, assim como suas canções, trata dos clichês pós-adolescência e todo esse turbilhão de sentimentos daqueles que querem sentir, mas não sabem exatamente o que. Digno de festivais, o álbum te prende conforme expõe as entranhas de seus relacionamentos e, consequentemente, te faz se identificar com uma história ou outra, seja você o personagem que vai, ou aquele que fica.

14. Elza Soares, “Deus é Mulher”

No auge dos seus 81 anos, Elza Soares mantém o título de uma das artistas mais ousadas da música brasileira e, numa sequência do aclamado “A Mulher do Fim do Mundo”, debate religião, empoderamento feminino e sexualidade em um disco que a afasta da sonoridade de seus trabalhos anteriores para aproximá-la do rock, num passo tão audacioso quanto assertivo, que dá uma verdadeira aula para qualquer outro artista que atualmente faça música visando uma relevância que resista ao tempo.

13. Potyguara Bardo, “Simulacre”

Não é de hoje que, no imaginário do fã de divas pop, suas ídolas são verdadeiras deusas, que fazem de cada uma de suas canções e fases um novo momento da sua devoção. Em “Simulacre”, por sua vez, a drag Potyguara Bardo se desassocia do ser humano de uma maneira ainda mais próxima da cultura brasileira, por meio de uma personagem “neo”-folclórica, que transborda toda sua personalidade, experiências e anseios por batidas regionais e eletrônicas, além de jogos de palavra que facilmente a aproximam do que a música queer tem feito nacional e internacionalmente, ao exemplo de artistas como SOPHIE, Le1f e Linn da Quebrada.

12. Duda Beat, “Sinto Muito”

Dona da versão abrasileirada de “High By The Beach” da Lana Del Rey, Duda Beat conquistou seu lugar ao sol com o trip-hop e pop brega do disco “Sinto Muito”: um compilado de confissões amorososas, melancólicas e dançantes, que conversam com seus antigos e futuros romances, além dela mesma, que parece se entender no meio deste caminho. Uma das contribuições mais que bem-vindas do Nordeste ao pop nacional.

11. Lia Clark, “É da Pista”

A gente ama um pop sem vergonha. Lia Clark despontou em outros carnavais, mas manteve não só uma sequência de clipes e singles impecáveis, como uma identidade muito própria, que a destacou em meio às várias outras artistas que surgiram no segmento drag praticamente na mesma época que a sua. “É da Pista”, desde seu nome, quer te fazer dançar, e é nesta proposta descompromissada que o álbum não só convence, como também diverte, elevando seu trabalho musical e, muito provavelmente, te fazendo grudar em vários dos seus versos.

10. Alice Caymmi, “Alice”

Três anos desde o seu “Rainha dos Raios”, Caymmi volta ainda mais segura neste disco autointitulado, no qual uma canção parece amarrar a outra, em tempo que somos guiados por todas as reflexões e reviravoltas amorosas que ora soam pessoais demais para nos associarmos, ora soam como se tivessem sido compostas exatamente sobre nós.

9. Karol Conka, “Ambulante”

Alguns anos e tretas depois do sucesso de “Tombei”, Karol Conka se une ao produtor Boss in Drama para um registro que ecoa liberdade em todos os sentidos. Resultado do que rimou, viveu e aprendeu durante todo esse tempo que esteve longe dos holofotes, “Ambulante” faz com que a brasileira volte a soar como uma novidade, em tempo que populariza o seu ser político, com letras que vão do empoderamento feminino e negro à sua ascensão social.

8. Iza, “Dona de Mim”

Dos ritmos africanos aos brasileiros, passando pelo R&B e, claro, toda uma estética pop, Iza definiu em “Dona de Mim” uma proposta tão completa que, logo em sua estreia, a equiparou aos outros nomes que dominavam a música nacional.

7. Mahmundi, “Para Dias Ruins”

Preservar a sua saúde mental e, em meio ao caos, se resguardar numa zona de conforto, para alguns também é uma fase de resistência. Bem indisposta a falar sobre ódio, tristeza ou corações partidos, a música de Mahmundi é aquele abraço que te recarrega para toda uma nova jornada. Leve, pop, refrescante e sempre muito bem-vinda.

6. Jão, “LOBOS”

Brega para millenials, Jão canta sobre amor com as narrativas mais clichês, sofridas e piegas possíveis, mas as renova dentro de arranjos que abraçam do sertanejo à la Luan Santana ao pop acústico do Shawn Mendes, ocupando uma lacuna ainda não muito clara do pop nacional, há tempos carente de bons nomes masculinos para cantá-lo.

5. Heavy Baile, “Carne de Pescoço”

A essência do funk está nas ruas, mas quando esse dialoga com outros gênero e, principalmente, se reconhece enquanto uma vertente brasileira da música eletrônica, o leque de possibilidades sonoras se torna ainda maior e mais interessante. “Carne de Pescoço” é isso, a reafirmação do funk ser a nossa EDM, pautando dos bailes à política, com participações de nomes como Tati Quebra Barraco, MC Carol, Lia Clark e o MC integrante do coletivo, Tchelinho.

4. ÀTTØØXXÁ, “LUVBOX”

Sucesso no carnaval pelo hit “Pôpa da Bunda”, o grupo de pagodão baiano seguiu investindo na sua revolução dançante, romântica e pra lá de eletrônica que, ao lado de artistas como BaianaSystem, Rico Dalasam e outros citados nesta lista, aponta para o futuro da música brasileira em “LUVBOX”.

3. Marcelo D2, “Amar é Para os Fortes”


Se a chama política fez com que muitos artistas se acomodassem em cima do muro, pelo medo de perderem público ou espaço, o efeito foi justamente o contrário com D2, que viu neste momento a oportunidade perfeita de retornar com sangue nos olhos ao som do necessário “Amar é Para os Fortes”. Grandioso do som ao seu visual, o disco acerta nas referências, alvos e pluralidade, te entregando uma proposta sucinta (são trinta minutos de música), mas completa no que se propõe.

2. Pabllo Vittar, “Não Para Não”


Se teve uma coisa que Pabllo aprendeu com o sucesso de singles como “KO” e “Corpo Sensual”, foi que o pop nacional carecia de artistas que, enfim, olhasse para a nossa música no momento de fazê-lo. “Não Para Não” renova a imagem e som de uma das artistas mais interessantes dos prováveis último dez anos da música brasileira, enquanto se esforça para apresentar sons nordestinos em formatos mais modernos possíveis, com influências que vão do k-pop à PC Music.

1. Baco Exu do Blues, “Bluesman”

“Eu sou o primeiro ritmo a formar pretos ricos”, nos introduz Baco em seu “Bluesman”. Um dos nomes responsáveis por ascender o rap baiano no mapa, o músico se entrega no seu segundo álbum, sob rimas e reflexões que vão das suas transas e romances à saúde mental do homem negro. Pautando, inevitavelmente, raça, e a influência desta em todos os gêneros musicais. Blues em sua essência, mas não sonoridade, o disco passeia do rap ao pop da maneira mais classuda possível, numa versatilidade que exige um olhar menos marginalizado pra que compreenda a sua grandeza, que cabe bem à ilustração de sua capa: um homem negro vestido num terno, fazendo arte em frente ao que foi o Carandiru.

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