Camila Cabello, Gal Gadot e mais um monte de famosas no clipe de "Girls Like You", do Maroon 5 com a Cardi B

A mais nova era do Maroon 5 anda bem apagadinha (você lembra que os caras lançaram o "Red Pill Blues" no ano passado?), mas não há nada que um nome de peso em um remix e um clipe cheio de celebridades não resolva, né?

Pra dar uma levantada na divulgação do material, Adam Levine e sua trupe recrutaram Cardi B para uma nova versão da faixa "Girls Like You" e lançam nessa quinta-feira (31) não só a música como também seu videoclipe estrelado por muitas mulheres famosas e poderosas. 

Segura a quantidade de nomes importantes no vídeo: Camila Cabello, Phoebe Robinson, Aly Raisman, Sarah Silverman, Gal Gadot, Lily Singh, Millie Bobby Brown, Ellen DeGeneres, Cardi B, Jennifer Lopez, Mary J Blige, Danica Patrick, Elizabeth Banks, Rita Ora, Tiffany Haddish, Ashley Graham, Beanie Feldstein, Alex Morgan, Angy Rivera, Franchesca Ramsey, Amani Al-Khatahbeh, Rep. Ilhan Omar, Jackie Felder, Chloe Kim e Trace Lysette, além de, claro, Behati Prinsloo, modelo e esposa de Adam, e sua filhinha. Tá bom ou quer mais?

Se todas essas celebridades foram colocadas aqui para nos distrair do fato de que essa música é bem fraquinha, a gente não sabe, mas não vamos negar que... funcionou! Parabéns, Maroon 5!



Pra provar que as mulheres estão mesmo mantendo a instituição Maroon 5 viva, o "Red Pill Blues" teve como hit o single "What Lovers Do", parceria com a SZA. Agora é só lançar "Help Me Out", colaboração com a Julia Michaels como single, pra mostrar quem é que manda. 

Ariana Grande tá cheia de novidades sobre o "Sweetener" para nos contar

Ariana Grande ficou um bom tempo reclusa, sem dar entrevistas e concentrada na criação de seu novo disco, mas agora que voltou a falar com os veículos, não para mais. Prova disso é sua nova entrevista com a revista FADER, revelada nesta quarta (30), onde ela contou muitas novidades importantíssimas sobre o "Sweetener"

Falando de parcerias, a cantora confirmou que o álbum trará apenas 3 featurings, sendo eles Pharrell Williams em "Blazed", Missy Elliot (!) em "Boderline" e Nicki Minaj em "The Light Is Coming" (acabou pra você, Drake!). Sobre a participação de Nicki, Ariana não economizou elogios e revelou que antes de escolhe-la para a faixa, fez audições com 8 rappers. Depois de não ter se "apaixonado" por nenhuma das versões, ela mandou a música para a amiga, que a chamou para ouvir seus versos às 5 da manhã.

Eu fui para o estúdio de chinelo e pijama e ela arrasou. Isso é o que Nicki Minaj faz, ela eleva uma música. Se você vai colocar um rapper numa faixa, eles precisam realmente estar ali por uma razão, e ela faz isso todas as vezes.

Sobre "Boderline", a revista revela que a música é produzida por Pharrell e é uma realização pessoal para Ariana, que cresceu ouvindo Missy Elliot e que sempre estudou bastante seus clipes dirigidos por Dave Meyers, nome que acabou também dirigindo "No Tears Left To Cry". 


Recentemente, Ariana confirmou ter adicionado 5 novas canções ao "Sweetener", mas agora ela conta um pouco mais do porquê de tâ-las colocado apenas agora. A decisão de coloca-las veio depois que a cantora passou por um período emocional onde esteve no "fundo do poço". Ela não havia adicionado as músicas antes por medo que seus fãs as achassem "muito emocionalmente honestas". Entre as novas músicas, três são produzidas por Pharrell, uma por Max Martin e outra por Tommy Brown. 

Para finalizar (ufa!), Ariana deu uma atualizada na tracklist final do material, revelando 11 das 15 canções. As faixas são, ainda sem ordem definida:

1. Raindrops
2. Sweetener
3. No Tears Left To Cry
4. The Light Is Coming (feat. Nicki Minaj)
5. R.E.M.
6. God Is A Woman
7. Get Well Soon
8. Sucessful
9. Blazed (feat. Pharrell)
10. Breathing
11. Boderline (feat. Missy Elliot)

O "Sweetener" chega em agosto para acabar com nossas lágrimas e adocicar nossa vida.

Lista: 10 filmes do "novíssimo cinema brasileiro" para você não falar mal do nosso cinema

Um comentário bem frequente que ouço entre o público em geral é o quanto nosso cinema é ruim. Há uma áurea de preconceito latente ao redor do mercado audiovisual nacional, por vários motivos, desde a ruptura da produção na ditadura; o fim da Embrafilme na década de 90, maior fomentadora cinematográfica do país; e a dominação de distribuição da Globo Filmes na atual conjuntura.

Comédia com atores globais, comediantes e youtubers são os filões máximos a entupirem as salas de cinema em solo tupiniquim, o que mancha a imagem do cinema como um todo. Achamos que nossa produção se resume nisso, o que é um enorme equívoco gerado pelo velho capitalismo: vemos aquilo que chega até nós, e os filmes mais independentes entram em poucas sessões, sem força para brigar contra os "É Fada!" (2016) da vida.

Por isso cá estou, com o objetivo de dar dez nomes no novíssimo cinema brasileiro para você nunca mais torcer o nariz ao esbarrar com um filme nacional. Para fins historiográficos, o chamado "novíssimo cinema brasileiro" é a atual fase da nossa produção, apontando "para a emergência de um novo modelo de produção, que não se resume às duas principais metrópoles brasileiras (o eixo Rio-São Paulo) e com a ênfase em processos colaborativos e com baixíssimos orçamentos, muitos deles realizados sem leis de incentivo", nas palavras de Marcelo Ikeda.

Importante apontar que a lista não conta com os dez melhores e nem está em ordem de preferência. São nomes importantes seja pela representatividade nacional até nomes mais desconhecidos que merecem sair do anonimato, com muito mais espalhado pelo nosso solo. E esse é só o começo.


Aquarius (2016)

Do que se trata? Uma jornalista aposentada defende seu apartamento, onde viveu a vida toda, do assédio de uma construtora. O plano é demolir o edifício Aquarius e dar lugar a um grande empreendimento.

Por que é bom? O selecionado moral do Brasil ao Oscar 2017, "Aquarius" é uma dos maiores (e melhores) representantes do nosso cinema para o mundo. Liderado por uma atuação antológica de Sonia Braga, o embate principal de Clara e a construtora é por si só fascinante, mas "Aquarius" possui subtramas belíssimas como 1 sexualidade 2 feminina 3 pós-câncer na 4 velhice, debatendo sobre o resgate de memória e a luta do velho vs. novo. Com uma das melhores cenas finais da nossa história, "Aquarius" é igual Maria Bethânia. Intenso.

Nota: ★★★★

Do que se trata? Cinebiografia de Arlindo Barreto, um dos intérpretes do palhaço Bozo no programa matinal homônimo da televisão brasileira durante a década de 1980. Barreto alcançou a fama graças ao personagem, apesar de jamais ser reconhecido pelas pessoas por sempre estar fantasiado. Esta frustração o levou a se envolver com drogas, chegando a utilizar cocaína e crack nos bastidores do programa.

Por que é bom? Nosso último representante ao Oscar, "Bingo" é uma viagem (por vezes macabra) à cultura da celebridade e como ela afeta o ser humano e as relações com as pessoas ao seu redor, carregado com bastante louvor por Vladmir Brichta. Insano, sem pudores e com um plano sequência em particular para demonstrar sua força, "Bingo", ao mesmo tempo em que humaniza, mostra os machismos, assédios e vícios de um homem que ajudou a moldar a televisão brasileira à base de 70% de inspiração e 30% de uísque. O Brasil não é mesmo para quem está começando.

Nota: ★★★★

Boi Neon (2015)

Do que se trata? Iremar é um vaqueiro de curral que viaja pelo Nordeste trabalhando em vaquejadas enquanto sonha em largar tudo e começar uma nova carreira na moda, como estilista no Pólo de Confecções do Agreste.

Por que é bom? Enterrando-nos no complexo interior nordestino, transitamos de forma bastante sensível pela vida dos personagens que, por si só, são quebras absolutas de arquétipos. O protagonista, Iremar (um incrível e cru Juliano Cazarré), é vaqueiro, mas seu sonho é ser estilista. O diretor/roteirista já remonta sentidos e foge do senso comum - Iremar é hétero. Quem dirige o caminhão da turma não é um dos peões, e sim Galega. E ainda temos uma garotinha fora da forma de bolo "princesa" e uma grávida com dois empregos. São sutilezas e pequenos detalhes que desconstroem um meio ainda tão precário em algo mais compatível com as demandas sociais da nossa atualidade, retratando de forma neon uma região sempre mostrada em preto & branco.

Nota: ★★★★½

O Céu de Suely (2006)

Do que se trata? Dois anos atrás, Hermila partiu. A experiência em São Paulo foi boa, mas a cidade era cara demais. Agora ela está de volta a Iguatu, no sertão cearense. A casa da avó, Zezita, e da tia, Maria, é acolhedora e confortável. Mas não demora muito e Hermila se dá conta de que precisa ir embora dali outra vez. Inspirada nas conversas com a amiga Georgina, ela adota o nome de Suely e inventa um plano audacioso para levantar dinheiro e conseguir viajar.

Por que é bom? Talvez a mais criativa representação e redescoberta do Nordeste no cinema moderno, "O Céu de Suely" é um estudo de personagem afiadíssimo. Quando o marido some no mundo, Hermila escolhe sua própria liberdade ao decidir rifar seu próprio corpo. Transitamos pelas ruelas cearenses, conhecemos seus personagens e, inteligentemente, o roteiro vai unindo as peças para transformar Hermila em Suely, seu "eu lírico" libertino que deve enfrentar todos os preconceitos e machismos para fugir dali. Eu vou fazer um leilão, quem dá mais pelo meu coração?

Nota: ★★★★

Hoje eu Quero Voltar Sozinho (2014)

Do que se trata? A vida de Leonardo, adolescente cego, muda completamente quando um novo aluno entra no colégio, Gabriel. O adolescente precisa lidar com o ciúme da amiga e também com os inesperados sentimentos que o recém-chegado desperta nele.

Por que é bom? Nome definitivo do cinema LGBT brasileiro exportado para o mundo, "Hoje eu Quero Voltar Sozinho" é a evolução do curta "Eu Não Quero Voltar Sozinho", que já expressava a ânsia de virar um longa metragem. E a troca dos títulos não é por acaso: com a maior metragem, todo o desenvolvimento do garoto cego que se apaixona pelo amigo de classe demonstra a quebra das amarras que suas condições teoricamente exercem. Se um filme roubar um sorriso seu, como você faria pra devolver? No quesito roubo, "Hoje Eu Quero" faz um verdadeiro arrastão, arrancando sorrisos com sua simplicidade, naturalidade e delicadeza.

Nota: ★★★★

O Lobo Atrás da Porta (2013)

Do que se trata? Uma criança é raptada. Na delegacia, Sylvia e Bernardo, pais da vítima, e Rosa, a principal suspeita e amante de Bernardo, prestam depoimentos contraditórios que nos levarão aos recantos mais obscuros dos desejos, mentiras, carências e perversidades do relacionamento desses três personagens.

Por que é bom? Devo contar a minha experiência ao assistir "O Lobo Atrás da Porta": não sabia que se tratava de um filme baseado em fatos, mais especialmente na "Fera da Penha", crime que também não conhecia. Tudo isso teve um impacto ainda maior na sessão pela maneira que a película amarra as pontas soltas do mistério, numa construção social fidedigna nessa obra-prima poderosíssima. Com algumas das cenas mais revoltantes que vi nos últimos tempos, essa ode ao cinema nacional trata de assuntos sérios como o aborto e o machismo e ainda traz Leandra Leal no melhor momento da carreira.

Nota: ★★★★½

Do que se trata? A pernambucana Val se mudou para São Paulo com o intuito de proporcionar melhores condições de vida para a filha, Jéssica. Anos depois, a garota lhe telefona, dizendo que quer ir para a cidade prestar vestibular. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, porém o seu comportamento complica as relações na casa.

Por que é bom? A maior obra-prima do nosso cinema nessa década, e olhe que o páreo é duro pelo título, "Que Horas Ela Volta?" transcende a barreira regional para entrar no panteão internacional ao unir uma história que tanto reflete as rachaduras da nossa sociedade quanto universaliza seus dramas. Carregado por uma louvável atuação de Regina Casé, que não me assustaria caso fosse indicada ao Oscar, a obra escancara nossa cultura da servidão ao jogar com papéis hierárquicos e como devemos urgentemente rever a existência do quartinho da empregada, reclusa nos corredores da casa grande.

Nota: ★★★★★

O Silêncio do Céu (2016)

Do que se trata? Vítima de um estupro dentro de sua própria casa, Diana escolhe manter o trauma em segredo. Mario, seu marido, também tem algo a esconder. O silêncio que toma conta do casal ao longo dos dias se transforma, aos poucos, em uma espécie de violência peculiar.

Por que é bom? Filmes que abordam o estupro são imprescindíveis dentro das discussões na Sétima Arte, e "O Silêncio do Céu" entrega uma abordagem diferente diante do tema: sua ótica segue os passos do marido após o estupro da esposa, não os da mulher. A abordagem pode soar polêmica por se passar quase inteiramente na visão do homem, porém é relevante e orquestra discussões fortes sobre vingança e personagens sociais em nome da harmonia. E não estranhe ao ver Carolina Dickman falando em espanhol: a obra se passa no Uruguai, mas é uma produção brasileira.

Nota: ★★★★

Trabalhar Cansa (2011)

Do que se trata? Helena é uma dona de casa que resolve abrir um minimercado. Tudo vai bem até Otávio, seu marido, perder o emprego. A partir de então estranhos acontecimentos tomam conta do local, afetando o relacionamento do casal com a empregada doméstica.

Por que é bom? Dirigido por dois dos melhores diretores brasileiros contemporâneos, Marco Dutra (de "O Silêncio do Céu") e Juliana Rojas (de "Sinfonia da Necrópole", que quase entra nessa lista), "Trabalhar Cansa" é um retrato cinematograficamente potente da classe média com apropriações inteligentes do terror, elementos primordiais para o sucesso desse clássico absoluto. Com cenas bizarras e construções homeopáticas da sensação de que há algo muito errado ali, o verdadeiro protagonista de "Trabalhar Cansa" é o bendito mercado erguido sobre um prédio infectado. E sua doença se espalha rapidamente.

Nota: ★★★★½

Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010)

Do que se trata? 2010; Nascimento enfrenta um novo inimigo: as milícias. Ao bater de frente com o sistema que domina o Rio de Janeiro, ele descobre que o problema é muito maior do que imaginava. E não é só. Ele precisa equilibrar o desafio de pacificar uma cidade ocupada pelo crime com as constantes preocupações com o filho adolescente.

Por que é bom? "Tropa de Elite" é, sem muito quebrar cabeça, o filme mais famoso do nosso país. Alguém já esqueceu da loucura que foi quando as cópias piradas se alastraram pelos quatro cantos do Brasil antes mesmo do filme chegar - com sucesso - aos cinemas? Se o primeiro se manteve pelo boca a boca, "Tropa de Elite 2" se mantém pela altíssima qualidade. Muito mais que a polêmica com a violência policial, "O Inimigo Agora é Outro" eleva sua história num patamar bem acima ao trazer um retrato quase documental da complexa e preocupante realidade do Rio de Janeiro, uma ponta do iceberg em solo nacional. Aquele traveling do tribunal é a prova irrefutável de sua expertise.

Nota: ★★★★½

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Já está convencido que nosso cinema é maravilhoso? De representantes ao Oscar até as pérolas anônimas, quatro dos listados estão entre 100 melhores filmes da década no Letterboxd, que reúne notas do planeta inteiro: Que Horas Ela Volta? (#29), Aquarius (#44), Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (#72) e Bingo: o Rei das Manhãs (#97). O mundo já está aclamando o cinema made in BR, só falta você.

Lia Clark faz a sua própria versão de "Womanizer" com o clipe de "Q.M.T."

O retorno da drag Lia Clark ao batidão ganhou um clipe digno de salvar o brasileiro nessa terça-feira (29). Com um monte de referências à Britney Spears e o icônico "Womanizer", o clipe de "Q.M.T." traz a Lia em cinco versões diferentes, enlouquecendo a cabeça de um homem em um escritório de advocacia.



"Q.M.T." foi dirigido pela dupla Os Primos, responsáveis por "Corpo Sensual", da Pabllo Vittar, "Bumbum de Ouro", da Glória Groove, e "Mulher Gato", da Wanessa. O humor das letras (que já lembrava o hino "If U Seek Amy") foi muito bem representado com o clipe, que traz uma Lia super sexy e debochada em todas as suas versões. Uma homenagem incrível à rainha Britney.

A queen até assinou o roteiro do clipe junto ao produtor da música, Pedrowl, e fez questão de deixar a homenagem bem destacada no vídeo, que leva a frase "Inspired by my queen Britney Spears" na descrição. Amamosney!

Hino latino do ano! Cardi B lança clipe para "I Like It", sua parceria com Bad Bunny e J Balvin

Cardi B está grávida, mas quem disse que isso vai atrapalhar os planos de divulgação de seu primeiro disco, "Invasion Of Privacy"? Antes de parar por completo e esperar a chegada de sua primeira filha, a rapper deixou alguns clipes gravados, e depois de liberar o vídeo para "Be Careful", lança nesta terça-feira (29) o de "I Like It".

Parceria com Bad Bunny e J Balvin, "I Like It" celebra as raízes latinas de Cardi e é, definitivamente, uma das melhores faixas de seu material de estreia. A música é tão boa que em sua primeira semana desde lançada alcançou o Top 10 da Billboard Hot 100, isso sem nenhuma divulgação ativa, como performances, e sem nem ter sido anunciada como single. Hit espontâneo faz assim, né?

No videoclipe, Cardi, Bad Bunny e Balvin aparecem curtindo um pouco entre becos e ruelas bem coloridas, no melhor estilo latino, enquanto a rapper aparece com roupas que nos remetem a Celia Cruz, a rainha da salsa. 



Será que temos aqui o próximo #1 latino da Hot 100?

Além de "Be Careful" e "I Like It", poderemos ganhar ainda um vídeo para "Ring", parceria de Cardi com Kehlani. É o que disse Mike Ho, diretor de clipes, em seu Instagram. Do jeito que a rapper se preparou para essa gravidez, a gente nem duvida que tenha estoque de clipes, viu. 


Está mais do que na hora da Ariana Grande cantar no Super Bowl e nós podemos provar

Na próxima quarta-feira vai rolar uma festa especial Ariana Grande no Tex Bar, na Rua Augusta, em São Paulo. E como serei um dos DJs da festa, estava me aprofundando nos hits da menina “No Tears Left To Cry” quando me dei conta de um detalhe que talvez tenha passado despercebido por meio mundo nos últimos dois anos: ela, além de ser uma das “ex-acts” mais bem-sucedidas da sua geração, já tem hits de sobra, né? E se pudesse, seguraria tranquila um Super Bowl.

É sério, você pode ler isso e pensar “que porra esse cara tá pensando, gente?”, mas os números não mentem e, mais do que isso, a nossa memória, que nos faz cantarolar cada um dos seus sucessos, está aí para nos fazer morder a língua quantas vezes forem necessárias para aceitarmos essa informação.

Para fortalecer a minha teoria, eu fui além e fiz uma playlist no Spotify, na qual incluí alguns dos hits que seriam imprescindíveis para o caso de Ariana Grande ser convidada para o Super Bowl e, apesar da lista ter rendido boas uma hora e alguns segundos de música, a gente precisa contar com a imaginação e o talento do DJ e técnico de som que trabalhará nas transições de faixas, para tornar todo esse tempo nos breve, porém marcantes, quinze minutos de show do intervalo.

Mas vamos lá, vamo usar a imaginação.


O show da Ariana Grande obviamente começa com “No Tears Left to Cry”. Sua música nova é um dos melhores singles pop de 2018 e, definitivamente, rende uma abertura épica, mas que não entrega o ouro do seu show logo de primeira. Pra aproveitar o fôlego dessa primeira, ela já emenda duas masterpieces do “Dangerous Woman”: o smash hit injustiçado “Into You” e a perfeição que sequer foi single, “Be Alright”. E a gente dança. Claro que dança.


O ritmo dá uma acalmada com a interlude “Knew Better/Forever Boy”, até que ela recebe o seu primeiro convidado. Ela vai cantar “Love Me Harder”, com The Weeknd. As pessoas não estão sabendo lidar com tanto talento, mas eles querem ver todos cantando ainda mais alto. Por isso, seguem com o hit do canadense: toma uma “Can’t Feel My Face” pra ficarem espertos!


Tá rolando todo um show pirotécnico e, em meio ao fogo, The Weeknd deixa o palco. Mas a introdução da música seguinte já faz todos gritarem outra vez, é a hora de “Everyday”. Antes do verso de Future, entretanto, Ariana faz outra escolha inusitada: a incrível “Bad Decisions”, aqui marcada pela percussão ao vivo, enquanto seus vocais seguem tomando conta do espetáculo.


Os saudosistas de plantão estão aos prantos com a dobradinha de “Baby I” e “The Way” e, surpreendendo o público mais uma vez, dessa vez ela conta com a participação do rapper e seu ex-namorado, Mac Miller. Gritos, gritos, mais gritos. 

Agora foca aqui, foca aqui, porque essa introdução todo mundo conhece. Com direito a fanfarra e um coral quase gospel, Grande entrega uma das maiores performances do hit “Focus” e, obviamente, segue com o smash hit “Problem”. No lugar de Iggy Azalea, entretanto, quem surge é Nicki Minaj. Essas duas não se desgrudam. A performance da vez é para “Bang Bang”, numa versão remix que vai do seu refrão para os versos de Ariana, sem a participação de Jessie J – injustiçadíssima, merecia um convite para um evento desses, não merecia? E, ainda com Nicki Minaj, a cantora faz com que todos se lembrem de mais uma que sempre esteve na ponta da língua: “Side to Side”.


As luzes se apagam e, quando vemos Ariana Grande novamente, ela está no centro do palco. A plateia ilumina toda a arena com o flash de seus celulares. Fica difícil segurar o choro com a sua versão para “Somewhere Over The Rainbow”. O piano continua para mais uma faixa, mas mal é notado por trás dos vocais de “Leave Me Lonely”, com a participação da sempre incrível MACY. GREY.


Você poderia jurar que está assistindo a esse espetáculo há muito tempo, mas se passaram apenas 10 minutos, acredita? E ela sabe muito bem o que fará a seguir.

A era “Dangerous Woman” é exaltada outra vez, agora com a sua faixa-título, e a performance se torna ainda mais grandiosa com esse medley dela e “Greedy”. Esse show poderia acabar aqui e já seria histórico, mas calma, que vem mais uma pra dançar: “One Last Time” começa no volume máximo. Alguém se lembrava que essa música era tão boa? E nós não queríamos estar no lugar da Ariana, mas ela ainda tem fôlego pra mais uma e agora com seu último convidado da noite, Zedd, claro, com “Break Free”.


Fogos, explosões, arco-íris, muita dança. Ela tá com um sorriso de orelha à orelha, e a certeza de que fez um dos melhores shows da história do Super Bowl.

O especial Ariana Grande acontece no Tex Bar nesta quarta-feira, dia 30, e você pode ter mais informações sobre a festa no evento do Facebook.

Abaixo, também tem uma playlist com a setlist maravilhosa desse show icônico que descrevi acima:



Que deus abençoe a Ariana Grande! 🙌

Ai, papai! Conversamos com o Mateus Carrilho sobre o lançamento "Privê" e o que esperar de sua carreira solo

Mateus Carrilho coloca no mundo nessa segunda-feira (28) o seu primeiro trabalho solo, o single "Privê". Com uma vibe mega divertida e bem-humorada, a faixa vai ganhar clipe ainda essa semana e é o primeiro gostinho que os fãs terão do EP do cantor, que deve ser lançado em breve. 

Desde "Tô Na Rua", o último lançamento da Banda Uó antes de se despedir, foram meses de muito trabalho para Mateus, tudo com o objetivo de criar um projeto que trouxesse com força a sua identidade. A produção é do Brabo Music Team, time que está por trás dos sucessos de Pabllo Vittar e outros nomes que estão despontando na música pop nacional, como Alice Caymmi e Cléo.  

Conversamos com o Mateus sobre "Privê", o processo de produção dos novos trabalhos e tudo que está por vir nessa etapa, e já deu pra perceber que o que não falta é vontade de fazer essa nova cara do pop acontecer. 


***


It Pop: “Privê” chegou nessa segunda-feira, mas antes você já tinha dividido alguns “spoilers” sobre a música e o clipe nas suas redes sociais. A música é parte de um álbum, de um EP? Temos datas de lançamento? Estamos sedentas!

Mateus: “Privê” faz parte do EP que eu vou lançar, produzido pelos meninos da Brabo Music, Zebu, Maffalda, Dj Gorky, Pablo Bispo, Artur Marques, só os feras do baile que produziram “Vai Passar Mal”, o disco da Pabllo. Então, tô muito bem assessorado (risos)! O EP sai em breve, ainda sem data definida. Mas está próximo! Eu sei que os fãs estão sedentos, violentos e querem pra c*ralho! Risos. Mas logo, logo sai, nos próximos meses.

It Pop: Conta um pouco sobre o clipe e porque “Privê” foi escolhido para ser o primeiro lançamento da sua carreira solo. 

Mateus: Eu quis fazer um clipe que tivesse muito a vibe e a cara da música, bem literal mesmo. Eu decidi começar com uma música “fácil”, e eu queria um clipe que tivesse a mesma linguagem, porque acho que às vezes as coisas precisam ser naturais para dar certo, e você precisa ser fiel à essência delas. É uma música simples, uma música divertida, que tem um ritmo e uma batida bastante popular no Brasil, e acho que vai ser uma ótima oportunidade para aproveitar o gancho de visibilidade que eu tô tendo agora pra viralizar e ser visto mesmo. É uma música que eu amo, e nada melhor do que começar com uma “bomba”, né? (Risos)

It Pop: Do começo, como foi o processo de distanciamento musical da Banda Uó e encontrar um som que fosse a sua cara?

Mateus: Olha, a gente já vinha se distanciando um pouco daquela loucura criativa e cheia de excessos que a Banda Uó sempre teve, até por uma questão de amadurecimento mesmo. Já vinha acontecendo uma vontade de fazer algo novo, e foi até fácil [encontrar o meu próprio som] porque eu já vinha há um ano formatando uma ideia do que poderia ser esse novo trabalho, ainda sem saber se seria só pra mim ou se seria junto com a Banda Uó. Só que a partir do momento que não tava ficando mais com a cara da Banda Uó, eu achei que não deveria ser pra Banda Uó e sim pra mim mesmo, entendeu? (Risos)

As composições foram chegando de maneira bem orgânica. Eu acho que a maior diferença da minha carreira solo para a Banda Uó é de fazer um trabalho que fosse mais simples e direto, coisa que a Banda Uó não era. Eu definitivamente acredito que não era, porque muitas vezes as pessoas nem entendiam sobre o que a gente tava falando. Realmente foi a vontade e a necessidade de fazer algo novo, e foi nesse momento que chegou a ideia de uma carreira solo. E bateu, sabe? Rolou mega. E a cara que isso vai ganhar as pessoas vão ver em breve, e a gente vai construindo, sem pensar.



It Pop: “Tô Na Rua”  foi lançado em dezembro do ano passado e no fim de maio já tá rolando lançamento de música solo e clipe. Conta um pouco sobre esse processo de produção dos trabalhos novos e como é o seu envolvimento na composição das músicas.

Mateus: O processo de produção e criação foi muito natural e até rápido. As ideias partiram de mim e foram enviadas para os produtores, que me mandaram as músicas de volta com os meus áudios de telefone já com batidas. Eu achei isso uma coisa fantástica! Eu também montei uma playlist no Spotify pra eles entenderem o que eu tava querendo. Mas a gente sentou, fez um intensivão na casa do Gorky, e eu acho que, pelos meninos já me conhecerem, conhecerem o meu trabalho com a Banda Uó, eles captaram muitas coisas que eu nem precisei explicar.

E o que eu achei bem fantástico desse processo de criação das músicas é como a gente foi fazendo elas meio que “na tora” assim, algumas coisas foram surgiram na hora. Tinha uma música por exemplo, que é mais romântica, que era de um jeito que a gente foi sentindo que não tava mais batendo. E na hora “baixou um santo”, a gente mudou toda a melodia da música e ela ganhou uma outra cara completamente diferente, um outro sentimento. Realmente achei que foi uma maneira muito gostosa de fazer música, tava todo mundo com muita vontade de fazer e foi leve, foi fácil. Eu achei que a gente soube se resolver de uma forma fácil, e era isso que eu tava buscando, mais simplicidade no meu trabalho. E quando eu digo simplicidade, não tem nada a ver com fazer menos. É a maneira como se comunica. E acho que bateu, chegou onde eu queria.

It Pop: E quais são as suas maiores influências para esse primeiro trabalho solo?

Mateus: Olha, eu não mirei em ninguém, eu não falei “eu quero ser assim ou assado”, até porque eu estava tentando encontrar qual seria a minha particularidade. Mas assim, óbvio, eu me inspirei em cantores masculinos que fazem um trabalho pop, que é o que eu queria fazer, pensando em “ingredientes” mais nacionais.

A gente têm atualmente as meninas que estão comandando o pop, fazendo um monte de coisa legal, e também as drags que dominaram e revolucionaram a cena pop no Brasil. E eu acho que falta um mercado masculino também, sabe? De figuras masculinas, que façam um trabalho que seja verdadeiramente nosso, sem “cara” de um artista ou outro. E as influências musicais vieram muito mais de ritmos do que até de precisamente de artistas. Foi mais pensando “quero um arrocha”, ou “quero uma pegada mais latina”, por exemplo.

It Pop: Você já assumiu a direção de alguns clipes durante a sua carreira na Banda Uó, como “Tô Na Rua” e “Cowboy”. Você pretende fazer algo assim de novo para o trabalho solo?

Mateus: Ó, não é tentando me gabar, viu, (risos) mas eu dirigi quase todos os clipes da Banda Uó. Eu não assinei eles e sempre acabava deixando na mão de algum outro diretor, mas a direção criativa de quase todos fui eu que fiz. E eu gosto muito de fazer, eu sou a pessoa que tem que estar enfiada nisso, sabe? Não existe pra mim não participar desse processo. É a minha verdade, é uma das minhas maiores particularidades, então, eu pretendo continuar, sim, na parte do processo criativo. Mas eu já não faço mais questão de dirigir, de assinar. No dia a dia eu participo, eu olho, mas prefiro agora deixar na mão de quem tem que fazer isso e eu só me preocupar em estar na frente da câmera e fazer o “lipsync for your life” e tá tudo certo. Mas criativamente eu vou estar sempre ali por trás.



It Pop: Ainda sobre o EP que está por vir, podemos esperar feats? A gente viu uns stories seus no estúdio com a MC Tha. Tem ~coisa boa vindo aí~?

Mateus: VAI TER FEAT! Então, eu não gosto de revelar nada antes de escutar. Não é pessimismo, mas já aconteceu de eu abrir a boca antes da hora e dar merda, então eu fico calado (risos), MAS, vão ter sim parcerias, parcerias femininas, e vai ser legal. Tá bonito. Esse spoiler já pode rolar!

It Pop: O seu feat com a Pabllo, “Corpo Sensual”, foi um sucesso massivo no país inteiro. Você acha que foi uma oportunidade importante pro público te reconhecer como um artista que existisse também separado da Banda Uó?

Mateus: Sem dúvida, “Corpo Sensual” foi um divisor de águas na minha vida. Quando você faz parte de um grupo, as pessoas na maioria das vezes não te conhecem individualmente. Eu entendi que antes de “Corpo Sensual” as pessoas nem sabiam meu nome, era o “Mateus da Banda Uó” ou o “de bigode da Banda Uó”. Tudo bem que depois se tornou “o cara do clipe da Pabllo” (risos), mas assim, a gente vai chegando lá aos poucos, né? Mas foi importantíssimo pra mim, entender o quanto eu queria isso. Eu acho que a minha carreira solo vem nessa busca de fazer com que as pessoas entendam meu trabalho, entendam quem eu sou como artista, o que acho que nunca ficou claro em todos esses anos. É a minha oportunidade e sem dúvida eu vou fazer bonito. Espero fazer bonito.




It Pop: E falando em Pabllo, a gente têm visto uma super crescente de artistas LGBT na música brasileira. Glória Groove, Lia, Aretuza, Linn da Quebrada, Liniker, As Bahias, Jaloo, Mulher Pepita, são vários exemplos bem-sucedidos que estão transformando a cara da indústria, em uma história que dá para considerar ter sido começada pela Banda Uó. Como você vê a evolução desse processo, desde os primeiros lançamentos da Banda Uó?

Mateus: Existiram muitos artistas antes da Banda Uó, eu acho que a Banda Uó se enquadrou em um novo movimento. Antes da gente teve o Daniel Peixoto, que eu tive como ídolo desde muito novo. Mas eu acho que a gente teve uma história na música, no pop, a Banda Uó foi precursora desse movimento [de artistas LGBT] em termos musicais, de videoclipes. Hoje em dia eu vejo como uma evolução do mercado, como esses artistas cresceram e a maioria deles eram fãs da Banda Uó. Digamos que a gente chegou um pouquinho antes da hora (risos)!. Mas foi gostoso. Foi difícil, mas foi gostoso. E hoje em dia, nossa, que felicidade é ver esse mercado grande, crescendo, e ter a oportunidade de ter mostrado as coisas. Isso é muito feliz e muito especial. Eu me sinto bastante contente de saber que existe uma luz no fim do túnel, e antes a gente não sabia se isso existiria ou não.

***

E a gente mal pode esperar pra te ver mais uma vez transformando a cara da música pop no Brasil, Mateus! <3

"Privê" já está disponível em todas as plataformas digitais. Nessa terça-feira (29) o Mateus faz a primeira performance ao vivo da música no programa da Pabllo, "Prazer, Pabllo Vittar" no Multishow, e na quarta rola o lançamento do clipe no TVZ. Divulgação pesadíssima, sim! Dá o seu primeiro play no hit aqui, ó:
 

Vem, #1! Novo single de Ariana Grande com Nicki Minaj pode ter participação de Drake 💡

Ariana Grande continua estável no Top 10 da Billboard Hot 100 com “No Tears Left To Cry”, mas já está pensando em seu novo single. De pista em pista, sabemos que a música escolhida é “The Light Is Coming”, uma parceria com a Nicki Minaj, e agora estamos na missão para desvendar uma possível segunda colaboração na faixa. 



Neste domingo (27), a cantora postou uma pequena prévia da canção em suas redes sociais, onde podemos ouvir os versos da Nicki.


Tudo certo, né? Aí que o que já estava bom pode ficar ainda melhor, porque, segundo algumas postagens no Instagram, parece que Drake também fará uma pontinha em “The Light Is Coming”.


Todo mundo usando emoji de lâmpada e a Nicki recorrendo a carinha de silêncio para o Drake... tá bem suspeito isso aí, hein! 

Com “No Tears”, Ariana conquistou um Top 3 no principal chart dos Estados Unidos. Quando se junta a Nicki Minaj, que também tem ótimas posições na tabela, o sucesso é certo, é só lembrarmos do hit mundial “Side To Side”, que abocanhou um #4. Somando tudo isso ao Drake, que vem se alternando no topo da Hot 100 com “God’s Plan” e “Nice For What” já há algum tempo, além de ter carregado vários feats para o Top 10, estamos confiantes em dizer que “The Light Is Coming” será um grande hit e, sim, o #1 vem, sem dúvidas.


Tanto “No Tears” quanto “The Light” fazem parte do “Sweetener”, o quarto disco de Ariana Grande, que deve ser lançado entre julho e agosto. Recentemente, a cantora revelou ter adicionado mais cinco (!) novas canções ao material. Será que vem mais feats por aí? 

Crítica: "Os Estranhos: Caçada Noturna" representa o lucrativo mercado de preguiça criativa no terror

Atenção: a crítica contém alguns detalhes da trama.

Quando "Os Estranhos" (2008) estreou nos EUA, causou um barulho considerável: sucesso de bilheteria, arrecadando quase 10X o valor gasto na produção, a tagline "Baseado em fatos reais" piscava aos berros em todos os materiais promocionais. Uma história sobre três estranhos mascarados que invadem uma casa e iniciam um jogo de gato e rato com suas vítimas era o suficiente para chamar a atenção, porém adicionando o tempero do real, a receita ficava irresistível.

O diretor/roteirista Bryan Bertino se inspirou em diversos crimes reais para compor a história, desde relatos de invasões da sua infância até o massacre da Família Manson, um dos assassinatos mais bárbaros da história. Nesses casos, considero chamar a obra de "baseada em fatos" uma artimanha um pouco enganosa.

A propaganda não mente, é verdade, no entanto a história não é única o suficiente para receber tal rótulo. Se for por isso, "Halloween: A Noite do Terror" (1978) também é baseado em fatos, ou qualquer longa de terror em que o(s) vilão(ões) use(m) máscaras, como em "Os Estranhos". Todo filme, de alguma forma, se baseia em fatos - até mesmo um "Avatar" (2009) da vida possui a veia imperialista norte-americana em sua essência no argumento -; então, para poder levar a tagline a sério é preciso que a produção possua algo autêntico o suficiente para se destacar do resto. Mas nós somos seres movidos pelo real. Buscamos o que for concreto em absolutamente tudo.


Com o sucesso de "Os Estranhos", não demorou nem três meses para a continuação ser anunciada. Estou falando de agosto de 2008. Estamos em 2018. Dez longos anos separam os filmes, o que gerou grande antecipação ao redor da sequência, finalmente vendo a luz do dia na telona. E em "Os Estranhos: Caçada Noturna" acompanhamos uma família que, antes de deixar a filha rebelde numa escola interna, decide passar um tempo justamente no mesmo local onde os três mascarados estão fazendo sua caçada.

The end. Os 85 minutos de duração são feitos disso. O mote principal de uma produção como "Os Estranhos" é a matança, a tensão, o gore, todavia, para que isso tenha relevância na tela, a plateia deve se apegar às presas, caso contrário suas mortes serão banais. A família em questão gira em torno de Kinsey (Bailee Madison), a caçula rebelde que está sendo mandada pro internato. Com uma pegada meio gótica, ela é o clichê da aborrecente que detesta os pais. Ela só consegue ter uma relação minimamente funcional com seu irmão, Luke (Lewis Pullman) - e digo "minimamente" porque, apesar de manterem um diálogo, trocam ofensas a todo momento.

O roteiro não explora o que aconteceu entre aquelas pessoas para Kinsey terminar quase sendo "banida". Há uma cena em específico onde ela e a mãe, Cindy (Christina Hendricks), rapidamente conversam sobre os eventos passados, deixando claro que algo grave ocorreu, sem jamais entregar respostas. O que o texto entrega da situação é basicamente o que lemos na premissa, e nada além.


E nem só no terror isso ocorre: em qualquer gênero é primordial o desenvolvimento dos personagens - sejam eles pessoas, animais, eventos, o que for. Sem esse trabalho narrativo, o público não liga para o que acontece com eles, o que derruba a obra. E "Caçada Noturna" começa sendo derrubado aqui mesmo. Os lugares-comuns das personalidades unidos com a falta de aprofundamento transforma os personagens em ovelhas prontas para o abatedouro, e não damos a mínima para isso.

E, 10 anos depois, os três mascarados - apelidados de "Homem Mascarado", "Garota Pin-Up" e "Cara de Boneca", não assustam mais. Esse é um comum problema: quando a obra já nasce datada. Demorou demais para que a saga dos três continuasse, então seu impacto foi diluído pelo principal rival de qualquer arte: o tempo. Há um aparato de motivação que funciona à duras penas, todavia, dentro de toda a gama do gênero, é banal demais um grupo de pessoas que mata por matar, ou, como um dos vilões responde ao ser questionado o porquê de estar fazendo aquilo, "por que não?".

Então de um lado temos as vítimas sem desenvolvimento e, do outro, os vilões sem motivações palpáveis. Não nos importamos pelo destino de personagem algum. O que sobra? A tentativa de construir uma atmosfera. As locações escolhidas para a caçada são deveras acertadas, rendendo passagens com belíssima fotografia que alia a escuridão com luzes foscas e uma neblina tão característica do terror, mas a direção perde grandes oportunidades de orquestrar uma mise-en-scène aterrorizante.


A maior parte dos planos do filme são abertos, mostrando bastante a dimensão do local onde os personagens se encontram. Os vilões possuem quase uma áurea de onipresença, então imagine o quão divertidamente assustador não seria se, enquanto os mocinhos correm desesperados, houvesse um dos assassinos imóveis ao fundo da tela, apenas observando. São detalhes como esses que ajudam o espectador a ingerir o clima de austeridade, como se não houvesse escapatória.

Mas nenhum erro é tão elementar, principalmente entre o terror, que transformar seus personagens em completos idiotas - e, nesse departamento, "Os Estranhos" entende bem, sendo burro desde o primeiro longa. Há diversas escolhas absolutamente imbecis por parte das presas, como, percebendo haver algo de errado, saírem correndo e deixando TODOS os celulares para trás, para serem destruídos pelos vilões sem dificuldades. Não satisfeitos com essa e todas as burradas, há duas chances em que, armados, os personagens podem matar os assassinos e... não o fazem. Você está de frente com a pessoa que matou sua família e não piscará antes de te matar, há uma arma apontada para ela e o que você faz? Nada. Vira as costas e vai embora, para voltar a ser caçado em questão de minutos.


Se posso colocar algum smile feliz na ficha da obra é saber jogar com a imprevisibilidade em relação ao destino dos personagens - ou melhor, quem vai morrer antes de quem. O maior spoiler desse texto encontra-se nesse parágrafo - apesar do acontecimento ocorrer bem cedo na película -, então, caso você seja daqueles alérgicos a detalhes mais fundos, pule pro próximo parágrafo. O roteiro melhor constrói a personagem da mãe, uma mulher que, diante de situações extremas com a filha, aceita acabar com as economias da família em nome da harmonia, e é surpreendente que ela seja a primeira a morrer. Com cara de mocinha que sobrevive depois de muito apanhar, a fita joga toda a expectativa no lixo e mata a matriarca rapidamente, o que é uma escolha esperta. Além disso, é bom pontuar a deliciosa cena no clímax em referência a "O Massacre da Serra Elétrica" (1974), o melhor momento do longa.

Produto perfeito do cinema de terror fast-food, "Os Estranhos: Caçada Noturna" representa todo um mercado lucrativo de preguiça criativa que jamais deixará de ser produzido, visto o alto número de consumidores - a produção já arrecadou cerca de 6X do seu custo. Enquanto o primeiro explora melhor a ambientação em prol do suspense, "Caçada Noturna" não dá a mínima para a atmosfera e prefere cair de cabeça num gore fraquíssimo e sem propósito, excluindo toda a veia de comédia sádica dos vilões e abraçando os gritos das vítimas, cada vez mais imbecilóides. E olha que o original já era ruim.

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