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Pop brasileiro em sua melhor forma, Duda Beat, Mateus Carrilho e Jaloo revelam “Chega”

Chega de tanta bobagem, de tanta besteira!

Duda Beat, Mateus Carrilho e Jaloo uniram suas forças numa música inédita e, depois de apresentá-la no palco do Lollapalooza, durante o show da cantora pernambucana, finalmente revelaram a canção nas plataformas de streaming.

“Chega” mistura o melhor da sonoridade dos três artistas, resultando num pop brega pra ninguém botar defeito, com uma letra que fala sobre um amor repentino que chega e te arrebata, dominando todos seus pensamentos.

Ouça:


Mas gente, que delícia de música, né? E esse visual da capa? Lindo demais!

“Chega” dá sequência a uma série de parcerias que marcou o último passo dos três artistas: Duda, após o disco “Sinto Muito”, se uniu ao Omulu em “Meu Jeito de Amar”; Mateus lançou recentemente sua colaboração com a Tainá Costa em “Toma” e Jaloo, desde o último ano, trabalha um disco só de feats, que conta com nomes como Badsista em “Say Goodbye” e MC Tha em “Céu Azul”. Todo mundo se ajudando e somando ao rolê.

O pop brasileiro em sua melhor forma.

Ai, papai! Conversamos com o Mateus Carrilho sobre o lançamento "Privê" e o que esperar de sua carreira solo

Mateus Carrilho coloca no mundo nessa segunda-feira (28) o seu primeiro trabalho solo, o single "Privê". Com uma vibe mega divertida e bem-humorada, a faixa vai ganhar clipe ainda essa semana e é o primeiro gostinho que os fãs terão do EP do cantor, que deve ser lançado em breve. 

Desde "Tô Na Rua", o último lançamento da Banda Uó antes de se despedir, foram meses de muito trabalho para Mateus, tudo com o objetivo de criar um projeto que trouxesse com força a sua identidade. A produção é do Brabo Music Team, time que está por trás dos sucessos de Pabllo Vittar e outros nomes que estão despontando na música pop nacional, como Alice Caymmi e Cléo.  

Conversamos com o Mateus sobre "Privê", o processo de produção dos novos trabalhos e tudo que está por vir nessa etapa, e já deu pra perceber que o que não falta é vontade de fazer essa nova cara do pop acontecer. 


***


It Pop: “Privê” chegou nessa segunda-feira, mas antes você já tinha dividido alguns “spoilers” sobre a música e o clipe nas suas redes sociais. A música é parte de um álbum, de um EP? Temos datas de lançamento? Estamos sedentas!

Mateus: “Privê” faz parte do EP que eu vou lançar, produzido pelos meninos da Brabo Music, Zebu, Maffalda, Dj Gorky, Pablo Bispo, Artur Marques, só os feras do baile que produziram “Vai Passar Mal”, o disco da Pabllo. Então, tô muito bem assessorado (risos)! O EP sai em breve, ainda sem data definida. Mas está próximo! Eu sei que os fãs estão sedentos, violentos e querem pra c*ralho! Risos. Mas logo, logo sai, nos próximos meses.

It Pop: Conta um pouco sobre o clipe e porque “Privê” foi escolhido para ser o primeiro lançamento da sua carreira solo. 

Mateus: Eu quis fazer um clipe que tivesse muito a vibe e a cara da música, bem literal mesmo. Eu decidi começar com uma música “fácil”, e eu queria um clipe que tivesse a mesma linguagem, porque acho que às vezes as coisas precisam ser naturais para dar certo, e você precisa ser fiel à essência delas. É uma música simples, uma música divertida, que tem um ritmo e uma batida bastante popular no Brasil, e acho que vai ser uma ótima oportunidade para aproveitar o gancho de visibilidade que eu tô tendo agora pra viralizar e ser visto mesmo. É uma música que eu amo, e nada melhor do que começar com uma “bomba”, né? (Risos)

It Pop: Do começo, como foi o processo de distanciamento musical da Banda Uó e encontrar um som que fosse a sua cara?

Mateus: Olha, a gente já vinha se distanciando um pouco daquela loucura criativa e cheia de excessos que a Banda Uó sempre teve, até por uma questão de amadurecimento mesmo. Já vinha acontecendo uma vontade de fazer algo novo, e foi até fácil [encontrar o meu próprio som] porque eu já vinha há um ano formatando uma ideia do que poderia ser esse novo trabalho, ainda sem saber se seria só pra mim ou se seria junto com a Banda Uó. Só que a partir do momento que não tava ficando mais com a cara da Banda Uó, eu achei que não deveria ser pra Banda Uó e sim pra mim mesmo, entendeu? (Risos)

As composições foram chegando de maneira bem orgânica. Eu acho que a maior diferença da minha carreira solo para a Banda Uó é de fazer um trabalho que fosse mais simples e direto, coisa que a Banda Uó não era. Eu definitivamente acredito que não era, porque muitas vezes as pessoas nem entendiam sobre o que a gente tava falando. Realmente foi a vontade e a necessidade de fazer algo novo, e foi nesse momento que chegou a ideia de uma carreira solo. E bateu, sabe? Rolou mega. E a cara que isso vai ganhar as pessoas vão ver em breve, e a gente vai construindo, sem pensar.



It Pop: “Tô Na Rua”  foi lançado em dezembro do ano passado e no fim de maio já tá rolando lançamento de música solo e clipe. Conta um pouco sobre esse processo de produção dos trabalhos novos e como é o seu envolvimento na composição das músicas.

Mateus: O processo de produção e criação foi muito natural e até rápido. As ideias partiram de mim e foram enviadas para os produtores, que me mandaram as músicas de volta com os meus áudios de telefone já com batidas. Eu achei isso uma coisa fantástica! Eu também montei uma playlist no Spotify pra eles entenderem o que eu tava querendo. Mas a gente sentou, fez um intensivão na casa do Gorky, e eu acho que, pelos meninos já me conhecerem, conhecerem o meu trabalho com a Banda Uó, eles captaram muitas coisas que eu nem precisei explicar.

E o que eu achei bem fantástico desse processo de criação das músicas é como a gente foi fazendo elas meio que “na tora” assim, algumas coisas foram surgiram na hora. Tinha uma música por exemplo, que é mais romântica, que era de um jeito que a gente foi sentindo que não tava mais batendo. E na hora “baixou um santo”, a gente mudou toda a melodia da música e ela ganhou uma outra cara completamente diferente, um outro sentimento. Realmente achei que foi uma maneira muito gostosa de fazer música, tava todo mundo com muita vontade de fazer e foi leve, foi fácil. Eu achei que a gente soube se resolver de uma forma fácil, e era isso que eu tava buscando, mais simplicidade no meu trabalho. E quando eu digo simplicidade, não tem nada a ver com fazer menos. É a maneira como se comunica. E acho que bateu, chegou onde eu queria.

It Pop: E quais são as suas maiores influências para esse primeiro trabalho solo?

Mateus: Olha, eu não mirei em ninguém, eu não falei “eu quero ser assim ou assado”, até porque eu estava tentando encontrar qual seria a minha particularidade. Mas assim, óbvio, eu me inspirei em cantores masculinos que fazem um trabalho pop, que é o que eu queria fazer, pensando em “ingredientes” mais nacionais.

A gente têm atualmente as meninas que estão comandando o pop, fazendo um monte de coisa legal, e também as drags que dominaram e revolucionaram a cena pop no Brasil. E eu acho que falta um mercado masculino também, sabe? De figuras masculinas, que façam um trabalho que seja verdadeiramente nosso, sem “cara” de um artista ou outro. E as influências musicais vieram muito mais de ritmos do que até de precisamente de artistas. Foi mais pensando “quero um arrocha”, ou “quero uma pegada mais latina”, por exemplo.

It Pop: Você já assumiu a direção de alguns clipes durante a sua carreira na Banda Uó, como “Tô Na Rua” e “Cowboy”. Você pretende fazer algo assim de novo para o trabalho solo?

Mateus: Ó, não é tentando me gabar, viu, (risos) mas eu dirigi quase todos os clipes da Banda Uó. Eu não assinei eles e sempre acabava deixando na mão de algum outro diretor, mas a direção criativa de quase todos fui eu que fiz. E eu gosto muito de fazer, eu sou a pessoa que tem que estar enfiada nisso, sabe? Não existe pra mim não participar desse processo. É a minha verdade, é uma das minhas maiores particularidades, então, eu pretendo continuar, sim, na parte do processo criativo. Mas eu já não faço mais questão de dirigir, de assinar. No dia a dia eu participo, eu olho, mas prefiro agora deixar na mão de quem tem que fazer isso e eu só me preocupar em estar na frente da câmera e fazer o “lipsync for your life” e tá tudo certo. Mas criativamente eu vou estar sempre ali por trás.



It Pop: Ainda sobre o EP que está por vir, podemos esperar feats? A gente viu uns stories seus no estúdio com a MC Tha. Tem ~coisa boa vindo aí~?

Mateus: VAI TER FEAT! Então, eu não gosto de revelar nada antes de escutar. Não é pessimismo, mas já aconteceu de eu abrir a boca antes da hora e dar merda, então eu fico calado (risos), MAS, vão ter sim parcerias, parcerias femininas, e vai ser legal. Tá bonito. Esse spoiler já pode rolar!

It Pop: O seu feat com a Pabllo, “Corpo Sensual”, foi um sucesso massivo no país inteiro. Você acha que foi uma oportunidade importante pro público te reconhecer como um artista que existisse também separado da Banda Uó?

Mateus: Sem dúvida, “Corpo Sensual” foi um divisor de águas na minha vida. Quando você faz parte de um grupo, as pessoas na maioria das vezes não te conhecem individualmente. Eu entendi que antes de “Corpo Sensual” as pessoas nem sabiam meu nome, era o “Mateus da Banda Uó” ou o “de bigode da Banda Uó”. Tudo bem que depois se tornou “o cara do clipe da Pabllo” (risos), mas assim, a gente vai chegando lá aos poucos, né? Mas foi importantíssimo pra mim, entender o quanto eu queria isso. Eu acho que a minha carreira solo vem nessa busca de fazer com que as pessoas entendam meu trabalho, entendam quem eu sou como artista, o que acho que nunca ficou claro em todos esses anos. É a minha oportunidade e sem dúvida eu vou fazer bonito. Espero fazer bonito.




It Pop: E falando em Pabllo, a gente têm visto uma super crescente de artistas LGBT na música brasileira. Glória Groove, Lia, Aretuza, Linn da Quebrada, Liniker, As Bahias, Jaloo, Mulher Pepita, são vários exemplos bem-sucedidos que estão transformando a cara da indústria, em uma história que dá para considerar ter sido começada pela Banda Uó. Como você vê a evolução desse processo, desde os primeiros lançamentos da Banda Uó?

Mateus: Existiram muitos artistas antes da Banda Uó, eu acho que a Banda Uó se enquadrou em um novo movimento. Antes da gente teve o Daniel Peixoto, que eu tive como ídolo desde muito novo. Mas eu acho que a gente teve uma história na música, no pop, a Banda Uó foi precursora desse movimento [de artistas LGBT] em termos musicais, de videoclipes. Hoje em dia eu vejo como uma evolução do mercado, como esses artistas cresceram e a maioria deles eram fãs da Banda Uó. Digamos que a gente chegou um pouquinho antes da hora (risos)!. Mas foi gostoso. Foi difícil, mas foi gostoso. E hoje em dia, nossa, que felicidade é ver esse mercado grande, crescendo, e ter a oportunidade de ter mostrado as coisas. Isso é muito feliz e muito especial. Eu me sinto bastante contente de saber que existe uma luz no fim do túnel, e antes a gente não sabia se isso existiria ou não.

***

E a gente mal pode esperar pra te ver mais uma vez transformando a cara da música pop no Brasil, Mateus! <3

"Privê" já está disponível em todas as plataformas digitais. Nessa terça-feira (29) o Mateus faz a primeira performance ao vivo da música no programa da Pabllo, "Prazer, Pabllo Vittar" no Multishow, e na quarta rola o lançamento do clipe no TVZ. Divulgação pesadíssima, sim! Dá o seu primeiro play no hit aqui, ó:
 

O adeus da Banda Uó e o fim de um ciclo que marcou a música pop brasileira

“Tô Na Rua” foi, sem dúvidas, um dos melhores e mais tristes lançamentos da música pop brasileira no último ano. Melhores porque entregou um dos trabalhos mais interessantes da Banda Uó que, sob a produção de Pedrowl e um de seus integrantes, Davi Sabbag, demonstrou não só muito mais maturidade musical, como também estarem pronta para alçar voos maiores; tristes porque esses voos não acontecerão como um trio, mas, sim, com os três em suas respectivas carreiras solos.


A despedida da banda, que surgiu na internet há seis anos, com uma versão eletrobrega para o hit “Whip My Hair”, de Willow Smith, dá fim a todo um ciclo que abriu as portas para muito do que a música pop brasileira se tornou hoje, incluindo a ascensão de nomes como Pabllo Vittar, Lia Clark e, por que não?, de certa forma, até mesmo Anitta.


Apadrinhados pelo Bonde do Rolê, que na época já tinha a frente de suas produções Rodrigo Gorky, hoje também produtor de Pabllo Vittar, Alice Caymmi, entre outros, a Banda Uó começou a fazer seu nome pela zoeira, todo o sentimento do trash que era legal, mas bastava se aprofundar em seus trabalhos para ver que, apesar das brincadeiras e versões escrachadas para hits gringos, o que tínhamos era a boa música pop sendo produzida e em português e com muitos refrãos chicletes e arranjos que transformavam essas melodias nas propostas mais brasileiras possíveis. E dava certo.


O primeiro disco veio pela Deckdisc. “Motel” (nossa resenha), de 2013, era o primeiro passo ousado da banda, que agora se desvencilhava das versões e covers para abraçar suas próprias canções, e o resultado não poderia ter sido melhor: o álbum rendeu canções como a caricata “Faz Uó”, a maravilhosa “Búzios do Coração”, a homenagem inesperada a Rita Cadillac, “Show da Rita”, e até a participação do produtor Diplo, naquela época ainda no início do hype que se estende até os dias atuais, na faixa “Gringo”.


Dois anos mais tarde, chegou a hora deles descobrirem se podiam ir além e, com seu segundo disco, “Veneno” (nossa resenha), miraram ainda mais alto. O álbum investiu pesado em fórmulas mais comerciais e letras menos explícitas que o anterior, mas sem deixar de lado toda a zoeira que sempre acompanhou a banda, assim como as referências, aqui revividas diretamente dos anos 80 brasileiros.


O grande hit dessa era foi a parceria com Karol Conka, “Dá1Like”, mas o trabalho ainda rendeu releituras para sucessos como “Pretty Fly (For a White Guy)”, do The Offspring, na faixa “É Da Rádio?”, e “U Can’t Touch This”, do MC Hammer, em “Arregaçada”, além de clipes para as canções “Sauna” e “Cremosa”.


Assim como a música pop brasileira se viu entretida, em outrora, por nomes como Mamonas Assassinas e Blitz, a Banda Uó surgia como uma alternativa moderna - e muito bem vinda - de toda essa pegada trash para os dias atuais, dentro de uma era em que as rádios e os programas dominicais de TV eram gradualmente substituídos pelo Youtube, Spotify e tantas outras formas de se oferecer e consumir música, e nessa breve trajetória, não só descobriram e conquistaram seu espaço, como se fizeram ser vistos, curtidos e compartilhados, com um trampo independente e muito bem feito em português. Abrindo as portas para todos os outros que vieram depois.



Mais do que isso, a banda também se tornava um diferencial para os diálogos em torno da sexualidade e diversidade, anos antes do Brasil se ver entre a maior drag queen da música atual e toda essa onda de ódio, desinformação de LGBTQfobia que, enfim, vem sendo amplamente debatida. E se hoje, com tanto acesso à informação e possibilidade de discussões, isso ainda é um problema, quem dirá há anos atrás, para um grupo formado por dois gays e uma mulher trans e negra.


Com “Tô Na Rua”, entretanto, essa despedida tem mais um tom de “até a próxima” do que um adeus propriamente dito, e como os próprios cantam, eles continuarão por aí, sempre saberemos onde os encontrar. Nesta sexta (02) acontece o último show da Banda Uó em São Paulo, no Tropical Butantã, e se fossemos vocês, não perderíamos o fim desse capítulo por nada.

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