Tem PC Music, R&B e Camila Cabello em “Love Incredible”, do Cashmere Cat

Demorou, mas a primeira faixa com Camila Cabello desde o fim da sua participação no Fifth Harmony chegou ao público e, felizmente, é beeeem melhor do que qualquer coisa que tenhamos esperado.

A música, chamada “Love Incredible”, se trata de uma parceria com o produtor Cashmere Cat, com colaboração do londrino SOPHIE, e pouco diferindo da versão que havia vazado algumas semanas, oferece uma mistura de alt-R&B com PC Music, quase como se estivéssemos ouvindo uma faixa da Ariana Grande com alguma cantora de pop alternativo, tipo Halsey.

Seu guia definitivo sobre PC Music, a tendência pop de 2017

Na versão final, revelada na última sexta-feira (17) pelo Spotify, a novidade fica para seus segundos finais, nos quais os vocais de Cabello ficam bastante computadorizados (característica da PC Music), repetindo de forma distorcida o seu refrão.

Ouça:


Podemos usá-la como uma amostra do que a cantora fará em seu primeiro álbum solo? Ficamos na torcida para que sim.

A faixa faz parte do disco de estreia de Cashmere, “Wild Love”, que já rendeu parcerias com The Weeknd, Selena Gomez e MØ.

“Love Incredible” já está na nossa playlist de PC Music do Spotify, ouça também!

Clipe de “Chained To The Rhythm”, da Katy Perry, trará de volta seu alter-ego e um parque distópico oitentista

Kathy Beth Terry está de volta para fazer acontecer o single de retorno de Katy Perry, “Chained To The Rhythm”, que ganhará seu videoclipe daqui alguns dias, na próxima terça-feira (21).

O alter-ego desajeitado da cantora californiana foi quem anunciou a chegada do clipe novo por suas redes sociais, confirmando também que se livrou do aparelho dental e não vê a hora de se acabar nos doces no Oblivia, parque de diversões bizarríssimo, que será cenário para o novo vídeo.

Olha só a prévia:


Cês pegaram a referência na voz do narrador? É MUITO parecida com de Donald Trump, que é confrontado em alguns versos da faixa, que fala sobre nos prendermos em nossas bolhas, seguindo distraídos e conformados com os problemas ao redor.

E o que foi esse visual? Total anos 80, o que explica a volta de Kathy Beth Terry, mas numa proposta meio creepy, com uns elementos que de divertidos não têm nada, né? Essa era será bem adulta, mesmo.


“Chained To The Rhythm” não se tornou o hit instantâneo que todos apostavam, mas deve contar com uma ascensão após seu videoclipe e, numericamente bem posicionado ou não, já rendeu um dos melhores lyric video da carreira da cantora. A faixa também traz vocais de Skip Marley e foi co-composta pela Sia.

Em sua melhor forma, Azealia Banks veio buscar a coroa com faixa inédita; ouça “Crown”

De contrato assinado e no controle das suas redes sociais outra vez, a rapper Azealia Banks está pronta pra começar a nova fase de sua carreira com o pé direito, entretanto, revelou aos seus fãs uma música nova antes do álbum completo, aquecendo-os para o que está por vir em seu segundo disco, chamado “Businnes & Pleasure”.

A faixa nova de Banks se chama “Crown” e, com produção de seu parceiro de longa data, Lunice, derivou das sessões de gravações dos seus trabalhos anteriores, soando, inclusive, com o que conhecemos em seu álbum de estreia, “Broke With Expensive Taste”. Mas quem ouviu o disco sabe: isso está longe de ser uma reclamação.

Na letra dessa música, Azealia deixa o recado para quem ficar no seu caminho, avisando que ela não é como as outras quando sai em busca do seu objetivo e, se souber que ela está na cidade, é melhor se preocupar.

Ouça “Crown”:


Que falta essa música já nos faz pelo Spotify! Libera nas plataformas tudo, Zezé!

Ainda mais colorido: o novo trailer de "Power Rangers" traz uma tímida releitura da clássica abertura


Um dos únicos pontos realmente incômodos de todo o material de divulgação de "Power Rangers" fica por conta do aspecto visual, que abusava de tons escuros, dando até mesmo um tom sujo e antigo aos uniformes dos heróis. Felizmente, a escolha de tons foi mudando nas últimas semanas — os posteres divulgados recentemente se banhavam em tons cada vez mais coloridos. Agora, o novo trailer só reforça a mudança, coloridíssimo pra caralho.

Outro ponto importante deste trailer é a releitura tímida da clássica abertura da série de TV. Tal releitura já dava indícios de aparecer em algum momento. Desde o primeiro pôster temos um "Go Go", fazendo referência ao "Go, go! Power Rangers", e agora no trailer divulgado hoje a nova roupagem se torna mais nítida.


Com a estreia de “Power Rangers”, a ideia da Lionsgate é conquistar a fatia de fãs de super-heróis das telonas, deixando para trás o carão trash que nos remete a franquia, quem sabe tornando-o o próximo favorito tanto do público jovem quanto dos saudosos aos anos 90. O filme chega aos cinemas no dia 24 de março.

Crítica: "Lion: Uma Jornada Para Casa" é um "de volta para minha terra" manipulador e eficiente

Indicado ao Oscar de:

- Melhor Filme
- Melhor Ator Coadjuvante (Dev Patel)
- Melhor Atriz Coadjuvante (Nicole Kidman)
- Melhor Roteiro Adaptado
- Melhor Fotografia
- Melhor Trilha Sonora

É provável que você, ao esbarrar com “Lion: Uma Jornada Para Casa”, imediatamente faça uma ligação com “Quem Quer Ser Um Milionário?”: filmes com ambientação indiana, feitos para premiações e protagonizados por Dev Patel; as semelhanças são evidentes, e, depois que o filme de Danny Boyle levou oito Oscars em 2009, incluindo “Melhor Filme”, até demorou a despontar um grande nome vindo da Índia (mesmo que não seja, de fato, um filme indiano).

É certo que “Lion” não tenha nem 1/3 do poder que “Milionário” teve em 2009 – as bilheterias refletem bem, $378 milhões contra $44 milhões –, porém, o filme de Garth Davis, que provavelmente terminará a noite de 26 de fevereiro de mãos abanando, merece atenção especial, mesmo não sendo a oitava maravilha da cultura moderna.

Imagem: Divulgação/Internet
Indicado a seis categorias na 89ª edição do Oscar, “Lion” conta a história real de Saroo em duas fases de sua vida. Na primeira, o vemos ainda criança (interpretado por Sunny Pawar) num vilarejo pobre da Índia. Ele e seu irmão, Guddu (Abhishek Bharate), roubam carvão para poder trocar por comida e leite. Certo dia, os irmãos se separam e Saroo acaba entrando num trem vazio que o leva para Calcutá, onde a língua é diferente e o menino tem que viver na rua. Entre varias idas e vindas, ele acaba num orfanato, e é adotado por um casal de australianos. Anos depois, já adulto (e interpretado por Dev Patel), Saroo decide começar uma caça online para tentar descobrir onde ficava o vilarejo de sua infância.

Com essa divisão de foco sob a figura de Saroo na infância e maturidade, o longa constrói duas realidades fílmicas. A primeira, com Saroo na Índia, é conduzida com grandes ares de tensão: a sequência onde ele se perde possui longos minutos sem fala alguma, somente imagens e trilha sonora. O diretor nos aproxima daquele garotinho sujo perdido sem saber pra onde ir, e todos os percalços que ele enfrenta – e não são poucos. Esse gancho já nos conecta com o protagonista, fazendo com que imediatamente torçamos, e soframos, por ele – o carisma do fofíssimo Sunny Pawar é ferramenta imprescindível para esse efeito. Não dá para não amar aquele menininho.

Imagem: Divulgação/Internet
Antes da segunda parte, com Saroo adulto, há um estágio de transição quando ele é levado até a Austrália para viver com seus pais adotivos (Nicole Kidman e David Wenham). Aqui a obra encontra grande palco de discussão quando contrasta as realidades gritantemente distintas que Saroo se insere. Enquanto a população negra da Índia é afogada em miséria, a lustrosa e branca Austrália é reflexo de riqueza. As casas do protagonista são em universos diferentes, e ele, ao chegar à casa adotiva, não sabe o que é a maioria daqueles eletrodomésticos, sendo apresentado pela mãe num tour.

Será meio impossível não pensar que Saroo, no fim das contas, teve “sorte”. Ele saiu de uma realidade extremamente pobre para uma vida farta. O garotinho que tinha que roubar carvão agora tem tudo, então o acontecimento valeu a pena, não? É bastante fácil ter tal questionamento quando estamos desse lado da tela, confortáveis e blindados contra um evento trágico que é se perder de toda a sua família aos cinco anos. Claro, Saroo teria conseguido praticamente nada se não estivesse na Austrália, e é aqui que reside outra grande crítica do filme.

Imagem: Divulgação/Internet
O abismo social entre negros e brancos é visível quando esbarramos na palavra “oportunidades”. Saroo adulto, 20 anos após ter se separado da família, pode ir à capital estudar, algo que Saroo na Índia provavelmente jamais conseguiria. Colocando em termos bastante ralos, nosso protagonista teve que “virar branco” para conseguir subir na vida. O quão desolador é isso?

Felizmente o aparato familiar que acolheu Saroo é bastante amável. Sua mãe, interpretada com grande louvor por Kidman, é uma mulher de amor sem limites, que acolhe aquele garotinho perdido porque ama a situação de ser gentil com um ser estranho. Não há, em momento algum, um traço nela de que o acontecimento que ocasionou tudo aquilo foi uma “bênção” na vida de Saroo, como poderíamos suspeitar; pelo contrário: ao saber que Saroo procura sua família na Índia ela dá o total apoio ao invés da natural e esperável reação de se sentir "abandonada" ou "traída".

Imagem: Divulgação/Internet
Na parte adulta, Saroo (um sincero Dev Patel) leva uma vida normal, mas há o fantasma do passado assombrando sua vida, o que o afasta de sua namorada, Lucy (Rooney Mara). A atriz é quase subutilizada, servindo basicamente para o drama de identidade do protagonista, mas é mais um reforço para a carga dramática que essa parte final vai usar e abusar.

Fazendo planos enormes, gráficos e vagando pelo Google Earth atrás do vilarejo, o filme acerta em não se deixar levar pelo lado tecnológico – haveria um choque entre a fria abordagem pela internet com o calor emocional da história. Luke Davies, roteirista do filme – que é baseado no livro “A Long Way Home”, escrito pelo real Saroo –, contou que a maior dificuldade da adaptação foi não transformar o filme numa “busca online”. Ao afastar-se das telas de computador, “Lion” mantém a força humana, que é, de longe, o forte de toda a história. A internet é mera ferramenta de auxílio, e aqui é posta assim.

Imagem: Divulgação/Internet
Dos três longas indicados a "Melhor Filme" nessa edição do Oscar sobre "histórias reais na tela" ("Até o Último Homem" e "Estrelas Além do Tempo" sendo os outros dois), “Lion” consegue ser o melhor ao conseguir com mais eficácia burlar as limitações do molde. Nós sabemos que Saroo encontrará sua família no fim do longa – mesmo não sabendo exatamente todos os detalhes de como isso acontecerá, a estrutura geral é bastante evidente, assim como nos outros dois filmes “baseados em fatos reais”. O que faz “Lion” se sobressair é a forma como ele consegue não derrapar nos clichês de forma tão grave – como “Até o Último Homem” fez – e manter o poder da tocante história intacto, quando não extremamente potencializado pelas manipulações cinematográficas.

É bem entendível aqueles que amam enlouquecidamente o longa, que arrancará lágrimas com facilidade – o final é gás lacrimogêneo audiovisual, não se reprima; e aqueles que o acharão descartável, por não apresentar nada de novo e ser manipulador sem medo de ser feliz. “Lion: Uma Jornada Para Casa” discute subtextos que dão mais valor ao filme, como os contrastes sociais nossos de cada dia, o ato da adoção, privilégio branco e o poder avassalador desse sentimento maluco chamado "saudade", a prova de que o ser humano é um bicho impressionante, todavia, a falta de inventividade é motivo para colocar num patamar abaixo esse “De Volta Para Minha Terra” internacional. 

P.S.: a explicação do título original é a cartada final de como o cinema, ao saber controlar de forma competente os sentimentos da plateia, é a arte mais avassaladora que existe.

Selena Gomez e Kygo inventam o refrão de trás pra frente em "It Ain't Me"

Depois de um período parada para cuidar dos efeitos colaterais do lúpus, como ansiedade, depressão e pânico, Selena Gomez está de volta... ou, pelo menos, parcialmente de volta. Para dar fim a esse hiatus pós-"Revival", ela veio acompanhada do DJ Kygo, mais conhecido pelo sucesso "Firestone", e se jogou no house em "It Ain't Me". 

A faixa é um pop minimalista e, assim como "I Want You To Know", parceria da americana com o Zedd, funciona por quebrar o ritmo da maioria de suas músicas, sendo bem mais dançante e, de certa forma, descompromissada. Apesar de ser creditada igualmente a cantora e ao DJ, ao que parece, "It Ain't Me" não é o carro-chefe do novo álbum da Selena. E isso é ótimo, porque essa colaboração é boa, e funciona ainda mais como um respiro à parte da discografia dela do que como realmente um single próprio. 


Ok, não é um lead-single e, por isso, não é exatamente o que estamos sedentos para ouvir da hitmaker de "Kill Em' With Kindness", mas já da pra dizer que a nossa Selena está viva, né?

Além dessa música com o Kygo, ela ainda tem uma parceria com o produtor Jax Jones para sair, chamada "This Is Real" e, à parte disso, já está trabalhando em seu novo disco, que contará com os já conhecidos Justin Tranter e Julia Michaels, além de outros produtores e compositores muito promissores, e que deve chegar ainda esse ano. 

"Resident Evil 6" quase não tem roteiro, mas é um pipocão muito bem resolvido

A franquia "Resident Evil" nunca se preocupou em trazer uma produção que fosse fiel à série de jogos começada em 1996. A proposta de Paul W. S. Anderson se mostrou ousada logo no primeiro filme, trazendo uma protogonista que sequer existe na franquia de games, interpretada pela talentosa Milla Jovovich. Alice carregou durante cinco filmes um mistério envolvente quanto a sua origem, e agora, neste sexto, tem um desfecho surpreendente satisfatório.

Começamos o longa em uma Washington pós-guerra, com Alice sendo a única sobrevivente e, logo após ter sido ataca por um zumbizão da porra, é convocada pela Rainha Vermelha para salvar toda a humanidade através de um anti-vírus criado pela Umbrella. Alice tem 48 horas para voltar a Raccon City — finalmente! — e liberar o anti-vírus que se dissipa pelo ar. O roteiro que se preocupa em trazer algum diálogo morre aqui.


Após os dez primeiros minutos do primeiro ato em diante, o filme simplesmente não para. O ritmo frenético domina todos os atos, com poucos momentos que trazem um alívio ao espectador, um momento para respirar em meio de todo o caos é raríssimo. É através deste ritmo que entendemos — de novo — a proposta de Anderson que foi aplicada a partir do quarto filme: um filme de ação que não para. Terror? Só jump scare barato.

Exigir um roteiro complexo para a produção chega a ser risonho. A franquia nunca se propôs para tal e sempre funcionou dentro do que Paul W. S. Anderson quis trazer para as telonas. É um pipocão muito bem resolvido, obrigado, e não vemos sentido em cobrar um roteiro minuciosamente trabalhado quando temos uma direção fantástica, apoiada numa computação gráfica de dar inveja e sequências grandiosas. Anderson mostra mais uma vez que sabe dirigir um filme de ação.

Dentro daquilo que a franquia se propôs ao longo dos filmes, "Resident Evil 6" consegue trazer um desfecho improvável. Como reforçado no início do texto, roteiro é algo que Paul não se preocupou, refinando o melhor dos últimos dois filmes: a ação. São sequências grandiosas que preenchem toda a produção, que trazem uma das coisas mais divertidas em 2016 até o momento.


Até a Adele sabia que o Grammy de ‘Álbum do Ano’ deveria ser de Beyoncé


Atualização (17/04): A imagem que ilustrava a matéria foi substituída, após reivindicações de direitos do site Getty Images.

Se existia alguma dúvida sobre o Grammy repetir a mesma postura dos anos anteriores em sua última edição, esnobando Beyoncé e as indicações do disco “Lemonade”, ela acabou assim que a cantora subiu ao palco para receber o troféu por Melhor Álbum Urban Contemporâneo.

Horas antes do evento começar, publicamos o editorial “Os Grammys de Beyoncé dizem muito sobre o problema racial da premiação”, no qual ressaltamos que, apesar de ser um dos nomes mais premiados do show, a cantora nunca é devidamente reconhecida quando compete com artistas brancos e, de todos os prêmios conquistados até aqui, apenas um esteve entre os mais disputados, com os outros sendo distribuídos entre as ditas categorias negras – a tal da música urban. E a história se repetiu.


Das nove indicações ao Grammy de 2017, Beyoncé ganhou dois prêmios: Melhor Videoclipe para “Formation” e Melhor Álbum Urban Contemporâneo por “Lemonade”. Tendo perdido Melhor Filme Musical para um documentário dos Beatles e, no que soou como a perda mais significativa, Álbum do Ano para Adele.

O momento em que a cantora recebeu o prêmio de Melhor Álbum Urban Contemporâneo antecipou a nossa decepção, uma vez que, ao contrário das edições anteriores, o anúncio da categoria foi televisionado, seguido do discurso de uma Beyoncé que parecia ciente sobre o que estava por vir.

“Todos nós experimentamos dor e perda”, disse a cantora. “E muitas vezes não somos ouvidos. Minha intenção com esse filme e álbum foi criar uma obra que desse voz às nossas dores, nossa luta, nossa escuridão e nossa história. Confrontar problemas que nos deixam desconfortáveis”, continuou. 

Pra mim, é importante mostrar aos meus filhos imagens que reflitam sua beleza, então eles poderão crescer num mundo em que olharão no espelho, primeiramente através de sua própria família – bem como nos noticiários, Super Bowl, Olimpíadas, Casa Branca e no Grammy – e verão a si mesmos, sem duvidarem de que são lindos, inteligentes e capazes. Isso é algo que eu desejo para todas as crianças de todas as raças. E eu sinto que é vital que aprendamos com o passado e reconheçamos nossa tendência de repetir os mesmos erros.


Para contextualizar o momento atual e ilustrar que essa discussão é mais ampla que qualquer comparação entre os trabalhos de Beyoncé e Adele – bem como quando conflitos semelhantes aconteceram com Beck e Taylor Swift – é importante ressaltarmos que estamos falando de uma premiação que, ao longo dessa década, não premiou nenhum artista negro na categoria de Álbum do Ano, e toda a história se torna ainda mais problemática se fizermos um recorte de gênero, visto que a última mulher negra reconhecida nesta categoria foi a cantora Lauryn Hill, na edição de 1999.

Se tratando de Beyoncé, também assistimos ao modo cruel com que a Academia parece relembrá-la, apesar de seus privilégios enquanto rica e americana, da sua posição como uma artista negra, esnobando seu trabalho na mesma categoria em detrimento de um artista branco pela terceira vez, ainda que seu álbum tenha sido um dos mais relevantes, impactantes e aclamados do último ano.


Favorita da noite, a cantora Adele fez questão de reconhecer a grandiosidade de “Lemonade” em seu discurso de agradecimento, afirmando:

Eu não posso aceitar esse prêmio. Eu sou muito humilde e estou realmente grata, mas a artista da minha vida é Beyoncé. E esse álbum pra mim, ‘Lemonade’, é simplesmente tão monumental. Beyoncé, é tão monumental. E tão bem pensado, tão lindo e sincero, e todos nós pudemos ver um outro lado de você, que nem sempre nos deixa ver. Apreciamos isso. Todos nós, artistas, te adoramos. Você é a nossa luz.

Com a cantora aos prantos na plateia, Adele prosseguiu: “A forma como você faz eu e meus amigos nos sentirmos, a forma que você faz meus amigos negros se sentirem, é empoderadora. E você os faz se levantarem por eles mesmos. Eu te amo. Eu sempre te amei e continuarei amando.”


Após o discurso, a britânica ainda quebrou o troféu mais importante da noite, dizendo que metade seria de Beyoncé, e numa conversa com a imprensa mais tarde, questionou: “O que ela ainda precisa fazer para ganhar esse prêmio?”, e a resposta mais óbvia talvez seja “ser branca”.

Definitivamente, no álbum “Lemonade”, Beyoncé fez mais que um disco urbano. Indo do country ao rock, a cantora reuniu um verdadeiro time que permitiu tamanha diversidade dentro do disco e, mesmo com tanta variedade sonora, entregou um álbum coeso, completo e, inquestionavelmente, um dos melhores trabalhos de 2016. 


Durante um discurso de agradecimento no Emmy Awards, a atriz Viola Davis afirmou que a única diferença entre as artistas brancas e negras são as oportunidades, e, se pudéssemos acrescentar algo, também falaríamos sobre a cobrança exacerbadamente desproporcional ao que esperam e se mostram satisfeitos quanto aos trabalhos de artistas brancos.

Enquanto negra, sempre exigirão que Beyoncé seja três ou quatro vezes maior que artistas brancas caso queira algum reconhecimento e, ainda que esse momento nunca chegue, esperarão que ela, outros artistas negros e seus respectivos públicos se conformem com o que estiverem dispostos a nos oferecer. É sempre a mesma merda do copo meio vazio e ai de quem reclamar. É a letra de “Backlash Blues”, da Nina Simone, se provando cada vez mais atual, real, violenta e cruel.


Na edição desse ano, o Grammy lidou com o boicote de artistas como Frank Ocean e Kanye West, que não concordam com as últimas escolhas e posicionamentos da premiação, e após tamanho desrespeito com o trabalho de Beyoncé, bastante simbólico e agressivo para toda a classe artística negra, nosso desejo é que outros artistas despertem o mesmo descontentamento com esse e outros eventos que seguem os usando para entretenimento, enquanto se negam a reconhecê-los pelos grandes trabalhos que fazem.

Se há algum tempo lidamos com o #OscarSoWhite, já passou da hora de também confrontarmos o Grammy “too white to be Yoncé”.

O smash hit chegou! “Be The One” chega ao top 10 britânico e se torna o maior hit de Dua Lipa

A maior dificuldade dos novos artistas é conseguir se estabelecer nesse mercado fonográfico que está cada vez mais competitivo e Dua Lipa, mesmo sendo muito talentosa e uma grande promessa, também estava enfrentando esse obstáculo. Mas parece que os problemas dela acabaram porque ela acabou de conseguir seu primeiro Top 10 solo na parada britânica com o single "Be The One"!


Era hit que vocês queriam? ENTÃO TOMA ESSE HIT!

A música agora está em #10 no chart do UK, superando o pico de #15 conquistado por "Hotter Than Hell" e se tornando o maior hit solo da cantora até então. Além de "Be The One", Dua Lipa também tem mais duas canções no Top 15, no maior estilo enfia que cabe mais. São elas "No Lie", parceria com o Sean Paul em #13 e "Scared To Be Lonely", single conjunto com o Martin Garrix, que está uma posição abaixo, em #14. 

Mês passado a garota anunciou o adiamento de seu álbum de estreia autointitulado, que teria saído nessa sexta (10), mas que agora só chegará no dia 3 de junho. O motivo, segundo ela, foi a necessidade de acrescentar algumas colaborações e fazer um disco perfeito. Porém, esse adiamento também pode ter acontecido para que sua gravadora pudesse trabalhar melhor seu nome, fazer Dua conseguir um hit e, assim, garantir o sucesso desse primeiro CD. Agora com "Be The One" crescendo nas paradas, ninguém tem mais do que reclamar, né?

Com o novo trailer de "Ghost In The Shell", nós já temos o nosso filme mais aguardado de março


Nós não cansamos de bater na tecla sobre o whitewashing que "Ghost In The Shell" — inclusive, nos recusamos a chamar de "A Vigilante do Amanhã" — sofreu, mas hoje iremos focar única e exclusivamente no maravilhoso segundo trailer da produção que chega no finalzinho de março. Aliás, desculpa "Logan" e "Power Rangers", nós temos o nosso filme mais aguardado deste mês.

O novo vídeo saiu no comecinho da manhã, e para falar a verdade não tem muito material novo. O enredo continua intacto, sem grandes novidades. A cereja fica por algumas cenas novas e outras finalizadas, com efeitos especiais que outrora estavam ausentes no primeiro trailer. Confira:



"Ghost in the Shell" é um mangá que se passa após 2029, onde existe uma tecnologia capaz de fazer a fusão do cérebro à computação, à rede mundial. A história cyberpunk já foi para os cinemas três vezes através de filmes e para a TV duas, além de ganhar um jogo para Playstation 2. A adaptação norte-americana chega aos cinemas no dia 30 de março.

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