Ainda mais colorido: o novo trailer de "Power Rangers" traz uma tímida releitura da clássica abertura


Um dos únicos pontos realmente incômodos de todo o material de divulgação de "Power Rangers" fica por conta do aspecto visual, que abusava de tons escuros, dando até mesmo um tom sujo e antigo aos uniformes dos heróis. Felizmente, a escolha de tons foi mudando nas últimas semanas — os posteres divulgados recentemente se banhavam em tons cada vez mais coloridos. Agora, o novo trailer só reforça a mudança, coloridíssimo pra caralho.

Outro ponto importante deste trailer é a releitura tímida da clássica abertura da série de TV. Tal releitura já dava indícios de aparecer em algum momento. Desde o primeiro pôster temos um "Go Go", fazendo referência ao "Go, go! Power Rangers", e agora no trailer divulgado hoje a nova roupagem se torna mais nítida.


Com a estreia de “Power Rangers”, a ideia da Lionsgate é conquistar a fatia de fãs de super-heróis das telonas, deixando para trás o carão trash que nos remete a franquia, quem sabe tornando-o o próximo favorito tanto do público jovem quanto dos saudosos aos anos 90. O filme chega aos cinemas no dia 24 de março.

Crítica: "Lion: Uma Jornada Para Casa" é um "de volta para minha terra" manipulador e eficiente

Indicado ao Oscar de:

- Melhor Filme
- Melhor Ator Coadjuvante (Dev Patel)
- Melhor Atriz Coadjuvante (Nicole Kidman)
- Melhor Roteiro Adaptado
- Melhor Fotografia
- Melhor Trilha Sonora

É provável que você, ao esbarrar com “Lion: Uma Jornada Para Casa”, imediatamente faça uma ligação com “Quem Quer Ser Um Milionário?”: filmes com ambientação indiana, feitos para premiações e protagonizados por Dev Patel; as semelhanças são evidentes, e, depois que o filme de Danny Boyle levou oito Oscars em 2009, incluindo “Melhor Filme”, até demorou a despontar um grande nome vindo da Índia (mesmo que não seja, de fato, um filme indiano).

É certo que “Lion” não tenha nem 1/3 do poder que “Milionário” teve em 2009 – as bilheterias refletem bem, $378 milhões contra $44 milhões –, porém, o filme de Garth Davis, que provavelmente terminará a noite de 26 de fevereiro de mãos abanando, merece atenção especial, mesmo não sendo a oitava maravilha da cultura moderna.

Imagem: Divulgação/Internet
Indicado a seis categorias na 89ª edição do Oscar, “Lion” conta a história real de Saroo em duas fases de sua vida. Na primeira, o vemos ainda criança (interpretado por Sunny Pawar) num vilarejo pobre da Índia. Ele e seu irmão, Guddu (Abhishek Bharate), roubam carvão para poder trocar por comida e leite. Certo dia, os irmãos se separam e Saroo acaba entrando num trem vazio que o leva para Calcutá, onde a língua é diferente e o menino tem que viver na rua. Entre varias idas e vindas, ele acaba num orfanato, e é adotado por um casal de australianos. Anos depois, já adulto (e interpretado por Dev Patel), Saroo decide começar uma caça online para tentar descobrir onde ficava o vilarejo de sua infância.

Com essa divisão de foco sob a figura de Saroo na infância e maturidade, o longa constrói duas realidades fílmicas. A primeira, com Saroo na Índia, é conduzida com grandes ares de tensão: a sequência onde ele se perde possui longos minutos sem fala alguma, somente imagens e trilha sonora. O diretor nos aproxima daquele garotinho sujo perdido sem saber pra onde ir, e todos os percalços que ele enfrenta – e não são poucos. Esse gancho já nos conecta com o protagonista, fazendo com que imediatamente torçamos, e soframos, por ele – o carisma do fofíssimo Sunny Pawar é ferramenta imprescindível para esse efeito. Não dá para não amar aquele menininho.

Imagem: Divulgação/Internet
Antes da segunda parte, com Saroo adulto, há um estágio de transição quando ele é levado até a Austrália para viver com seus pais adotivos (Nicole Kidman e David Wenham). Aqui a obra encontra grande palco de discussão quando contrasta as realidades gritantemente distintas que Saroo se insere. Enquanto a população negra da Índia é afogada em miséria, a lustrosa e branca Austrália é reflexo de riqueza. As casas do protagonista são em universos diferentes, e ele, ao chegar à casa adotiva, não sabe o que é a maioria daqueles eletrodomésticos, sendo apresentado pela mãe num tour.

Será meio impossível não pensar que Saroo, no fim das contas, teve “sorte”. Ele saiu de uma realidade extremamente pobre para uma vida farta. O garotinho que tinha que roubar carvão agora tem tudo, então o acontecimento valeu a pena, não? É bastante fácil ter tal questionamento quando estamos desse lado da tela, confortáveis e blindados contra um evento trágico que é se perder de toda a sua família aos cinco anos. Claro, Saroo teria conseguido praticamente nada se não estivesse na Austrália, e é aqui que reside outra grande crítica do filme.

Imagem: Divulgação/Internet
O abismo social entre negros e brancos é visível quando esbarramos na palavra “oportunidades”. Saroo adulto, 20 anos após ter se separado da família, pode ir à capital estudar, algo que Saroo na Índia provavelmente jamais conseguiria. Colocando em termos bastante ralos, nosso protagonista teve que “virar branco” para conseguir subir na vida. O quão desolador é isso?

Felizmente o aparato familiar que acolheu Saroo é bastante amável. Sua mãe, interpretada com grande louvor por Kidman, é uma mulher de amor sem limites, que acolhe aquele garotinho perdido porque ama a situação de ser gentil com um ser estranho. Não há, em momento algum, um traço nela de que o acontecimento que ocasionou tudo aquilo foi uma “bênção” na vida de Saroo, como poderíamos suspeitar; pelo contrário: ao saber que Saroo procura sua família na Índia ela dá o total apoio ao invés da natural e esperável reação de se sentir "abandonada" ou "traída".

Imagem: Divulgação/Internet
Na parte adulta, Saroo (um sincero Dev Patel) leva uma vida normal, mas há o fantasma do passado assombrando sua vida, o que o afasta de sua namorada, Lucy (Rooney Mara). A atriz é quase subutilizada, servindo basicamente para o drama de identidade do protagonista, mas é mais um reforço para a carga dramática que essa parte final vai usar e abusar.

Fazendo planos enormes, gráficos e vagando pelo Google Earth atrás do vilarejo, o filme acerta em não se deixar levar pelo lado tecnológico – haveria um choque entre a fria abordagem pela internet com o calor emocional da história. Luke Davies, roteirista do filme – que é baseado no livro “A Long Way Home”, escrito pelo real Saroo –, contou que a maior dificuldade da adaptação foi não transformar o filme numa “busca online”. Ao afastar-se das telas de computador, “Lion” mantém a força humana, que é, de longe, o forte de toda a história. A internet é mera ferramenta de auxílio, e aqui é posta assim.

Imagem: Divulgação/Internet
Dos três longas indicados a "Melhor Filme" nessa edição do Oscar sobre "histórias reais na tela" ("Até o Último Homem" e "Estrelas Além do Tempo" sendo os outros dois), “Lion” consegue ser o melhor ao conseguir com mais eficácia burlar as limitações do molde. Nós sabemos que Saroo encontrará sua família no fim do longa – mesmo não sabendo exatamente todos os detalhes de como isso acontecerá, a estrutura geral é bastante evidente, assim como nos outros dois filmes “baseados em fatos reais”. O que faz “Lion” se sobressair é a forma como ele consegue não derrapar nos clichês de forma tão grave – como “Até o Último Homem” fez – e manter o poder da tocante história intacto, quando não extremamente potencializado pelas manipulações cinematográficas.

É bem entendível aqueles que amam enlouquecidamente o longa, que arrancará lágrimas com facilidade – o final é gás lacrimogêneo audiovisual, não se reprima; e aqueles que o acharão descartável, por não apresentar nada de novo e ser manipulador sem medo de ser feliz. “Lion: Uma Jornada Para Casa” discute subtextos que dão mais valor ao filme, como os contrastes sociais nossos de cada dia, o ato da adoção, privilégio branco e o poder avassalador desse sentimento maluco chamado "saudade", a prova de que o ser humano é um bicho impressionante, todavia, a falta de inventividade é motivo para colocar num patamar abaixo esse “De Volta Para Minha Terra” internacional. 

P.S.: a explicação do título original é a cartada final de como o cinema, ao saber controlar de forma competente os sentimentos da plateia, é a arte mais avassaladora que existe.

Selena Gomez e Kygo inventam o refrão de trás pra frente em "It Ain't Me"

Depois de um período parada para cuidar dos efeitos colaterais do lúpus, como ansiedade, depressão e pânico, Selena Gomez está de volta... ou, pelo menos, parcialmente de volta. Para dar fim a esse hiatus pós-"Revival", ela veio acompanhada do DJ Kygo, mais conhecido pelo sucesso "Firestone", e se jogou no house em "It Ain't Me". 

A faixa é um pop minimalista e, assim como "I Want You To Know", parceria da americana com o Zedd, funciona por quebrar o ritmo da maioria de suas músicas, sendo bem mais dançante e, de certa forma, descompromissada. Apesar de ser creditada igualmente a cantora e ao DJ, ao que parece, "It Ain't Me" não é o carro-chefe do novo álbum da Selena. E isso é ótimo, porque essa colaboração é boa, e funciona ainda mais como um respiro à parte da discografia dela do que como realmente um single próprio. 


Ok, não é um lead-single e, por isso, não é exatamente o que estamos sedentos para ouvir da hitmaker de "Kill Em' With Kindness", mas já da pra dizer que a nossa Selena está viva, né?

Além dessa música com o Kygo, ela ainda tem uma parceria com o produtor Jax Jones para sair, chamada "This Is Real" e, à parte disso, já está trabalhando em seu novo disco, que contará com os já conhecidos Justin Tranter e Julia Michaels, além de outros produtores e compositores muito promissores, e que deve chegar ainda esse ano. 

"Resident Evil 6" quase não tem roteiro, mas é um pipocão muito bem resolvido

A franquia "Resident Evil" nunca se preocupou em trazer uma produção que fosse fiel à série de jogos começada em 1996. A proposta de Paul W. S. Anderson se mostrou ousada logo no primeiro filme, trazendo uma protogonista que sequer existe na franquia de games, interpretada pela talentosa Milla Jovovich. Alice carregou durante cinco filmes um mistério envolvente quanto a sua origem, e agora, neste sexto, tem um desfecho surpreendente satisfatório.

Começamos o longa em uma Washington pós-guerra, com Alice sendo a única sobrevivente e, logo após ter sido ataca por um zumbizão da porra, é convocada pela Rainha Vermelha para salvar toda a humanidade através de um anti-vírus criado pela Umbrella. Alice tem 48 horas para voltar a Raccon City — finalmente! — e liberar o anti-vírus que se dissipa pelo ar. O roteiro que se preocupa em trazer algum diálogo morre aqui.


Após os dez primeiros minutos do primeiro ato em diante, o filme simplesmente não para. O ritmo frenético domina todos os atos, com poucos momentos que trazem um alívio ao espectador, um momento para respirar em meio de todo o caos é raríssimo. É através deste ritmo que entendemos — de novo — a proposta de Anderson que foi aplicada a partir do quarto filme: um filme de ação que não para. Terror? Só jump scare barato.

Exigir um roteiro complexo para a produção chega a ser risonho. A franquia nunca se propôs para tal e sempre funcionou dentro do que Paul W. S. Anderson quis trazer para as telonas. É um pipocão muito bem resolvido, obrigado, e não vemos sentido em cobrar um roteiro minuciosamente trabalhado quando temos uma direção fantástica, apoiada numa computação gráfica de dar inveja e sequências grandiosas. Anderson mostra mais uma vez que sabe dirigir um filme de ação.

Dentro daquilo que a franquia se propôs ao longo dos filmes, "Resident Evil 6" consegue trazer um desfecho improvável. Como reforçado no início do texto, roteiro é algo que Paul não se preocupou, refinando o melhor dos últimos dois filmes: a ação. São sequências grandiosas que preenchem toda a produção, que trazem uma das coisas mais divertidas em 2016 até o momento.


Até a Adele sabia que o Grammy de ‘Álbum do Ano’ deveria ser de Beyoncé


Atualização (17/04): A imagem que ilustrava a matéria foi substituída, após reivindicações de direitos do site Getty Images.

Se existia alguma dúvida sobre o Grammy repetir a mesma postura dos anos anteriores em sua última edição, esnobando Beyoncé e as indicações do disco “Lemonade”, ela acabou assim que a cantora subiu ao palco para receber o troféu por Melhor Álbum Urban Contemporâneo.

Horas antes do evento começar, publicamos o editorial “Os Grammys de Beyoncé dizem muito sobre o problema racial da premiação”, no qual ressaltamos que, apesar de ser um dos nomes mais premiados do show, a cantora nunca é devidamente reconhecida quando compete com artistas brancos e, de todos os prêmios conquistados até aqui, apenas um esteve entre os mais disputados, com os outros sendo distribuídos entre as ditas categorias negras – a tal da música urban. E a história se repetiu.


Das nove indicações ao Grammy de 2017, Beyoncé ganhou dois prêmios: Melhor Videoclipe para “Formation” e Melhor Álbum Urban Contemporâneo por “Lemonade”. Tendo perdido Melhor Filme Musical para um documentário dos Beatles e, no que soou como a perda mais significativa, Álbum do Ano para Adele.

O momento em que a cantora recebeu o prêmio de Melhor Álbum Urban Contemporâneo antecipou a nossa decepção, uma vez que, ao contrário das edições anteriores, o anúncio da categoria foi televisionado, seguido do discurso de uma Beyoncé que parecia ciente sobre o que estava por vir.

“Todos nós experimentamos dor e perda”, disse a cantora. “E muitas vezes não somos ouvidos. Minha intenção com esse filme e álbum foi criar uma obra que desse voz às nossas dores, nossa luta, nossa escuridão e nossa história. Confrontar problemas que nos deixam desconfortáveis”, continuou. 

Pra mim, é importante mostrar aos meus filhos imagens que reflitam sua beleza, então eles poderão crescer num mundo em que olharão no espelho, primeiramente através de sua própria família – bem como nos noticiários, Super Bowl, Olimpíadas, Casa Branca e no Grammy – e verão a si mesmos, sem duvidarem de que são lindos, inteligentes e capazes. Isso é algo que eu desejo para todas as crianças de todas as raças. E eu sinto que é vital que aprendamos com o passado e reconheçamos nossa tendência de repetir os mesmos erros.


Para contextualizar o momento atual e ilustrar que essa discussão é mais ampla que qualquer comparação entre os trabalhos de Beyoncé e Adele – bem como quando conflitos semelhantes aconteceram com Beck e Taylor Swift – é importante ressaltarmos que estamos falando de uma premiação que, ao longo dessa década, não premiou nenhum artista negro na categoria de Álbum do Ano, e toda a história se torna ainda mais problemática se fizermos um recorte de gênero, visto que a última mulher negra reconhecida nesta categoria foi a cantora Lauryn Hill, na edição de 1999.

Se tratando de Beyoncé, também assistimos ao modo cruel com que a Academia parece relembrá-la, apesar de seus privilégios enquanto rica e americana, da sua posição como uma artista negra, esnobando seu trabalho na mesma categoria em detrimento de um artista branco pela terceira vez, ainda que seu álbum tenha sido um dos mais relevantes, impactantes e aclamados do último ano.


Favorita da noite, a cantora Adele fez questão de reconhecer a grandiosidade de “Lemonade” em seu discurso de agradecimento, afirmando:

Eu não posso aceitar esse prêmio. Eu sou muito humilde e estou realmente grata, mas a artista da minha vida é Beyoncé. E esse álbum pra mim, ‘Lemonade’, é simplesmente tão monumental. Beyoncé, é tão monumental. E tão bem pensado, tão lindo e sincero, e todos nós pudemos ver um outro lado de você, que nem sempre nos deixa ver. Apreciamos isso. Todos nós, artistas, te adoramos. Você é a nossa luz.

Com a cantora aos prantos na plateia, Adele prosseguiu: “A forma como você faz eu e meus amigos nos sentirmos, a forma que você faz meus amigos negros se sentirem, é empoderadora. E você os faz se levantarem por eles mesmos. Eu te amo. Eu sempre te amei e continuarei amando.”


Após o discurso, a britânica ainda quebrou o troféu mais importante da noite, dizendo que metade seria de Beyoncé, e numa conversa com a imprensa mais tarde, questionou: “O que ela ainda precisa fazer para ganhar esse prêmio?”, e a resposta mais óbvia talvez seja “ser branca”.

Definitivamente, no álbum “Lemonade”, Beyoncé fez mais que um disco urbano. Indo do country ao rock, a cantora reuniu um verdadeiro time que permitiu tamanha diversidade dentro do disco e, mesmo com tanta variedade sonora, entregou um álbum coeso, completo e, inquestionavelmente, um dos melhores trabalhos de 2016. 


Durante um discurso de agradecimento no Emmy Awards, a atriz Viola Davis afirmou que a única diferença entre as artistas brancas e negras são as oportunidades, e, se pudéssemos acrescentar algo, também falaríamos sobre a cobrança exacerbadamente desproporcional ao que esperam e se mostram satisfeitos quanto aos trabalhos de artistas brancos.

Enquanto negra, sempre exigirão que Beyoncé seja três ou quatro vezes maior que artistas brancas caso queira algum reconhecimento e, ainda que esse momento nunca chegue, esperarão que ela, outros artistas negros e seus respectivos públicos se conformem com o que estiverem dispostos a nos oferecer. É sempre a mesma merda do copo meio vazio e ai de quem reclamar. É a letra de “Backlash Blues”, da Nina Simone, se provando cada vez mais atual, real, violenta e cruel.


Na edição desse ano, o Grammy lidou com o boicote de artistas como Frank Ocean e Kanye West, que não concordam com as últimas escolhas e posicionamentos da premiação, e após tamanho desrespeito com o trabalho de Beyoncé, bastante simbólico e agressivo para toda a classe artística negra, nosso desejo é que outros artistas despertem o mesmo descontentamento com esse e outros eventos que seguem os usando para entretenimento, enquanto se negam a reconhecê-los pelos grandes trabalhos que fazem.

Se há algum tempo lidamos com o #OscarSoWhite, já passou da hora de também confrontarmos o Grammy “too white to be Yoncé”.

O smash hit chegou! “Be The One” chega ao top 10 britânico e se torna o maior hit de Dua Lipa

A maior dificuldade dos novos artistas é conseguir se estabelecer nesse mercado fonográfico que está cada vez mais competitivo e Dua Lipa, mesmo sendo muito talentosa e uma grande promessa, também estava enfrentando esse obstáculo. Mas parece que os problemas dela acabaram porque ela acabou de conseguir seu primeiro Top 10 solo na parada britânica com o single "Be The One"!


Era hit que vocês queriam? ENTÃO TOMA ESSE HIT!

A música agora está em #10 no chart do UK, superando o pico de #15 conquistado por "Hotter Than Hell" e se tornando o maior hit solo da cantora até então. Além de "Be The One", Dua Lipa também tem mais duas canções no Top 15, no maior estilo enfia que cabe mais. São elas "No Lie", parceria com o Sean Paul em #13 e "Scared To Be Lonely", single conjunto com o Martin Garrix, que está uma posição abaixo, em #14. 

Mês passado a garota anunciou o adiamento de seu álbum de estreia autointitulado, que teria saído nessa sexta (10), mas que agora só chegará no dia 3 de junho. O motivo, segundo ela, foi a necessidade de acrescentar algumas colaborações e fazer um disco perfeito. Porém, esse adiamento também pode ter acontecido para que sua gravadora pudesse trabalhar melhor seu nome, fazer Dua conseguir um hit e, assim, garantir o sucesso desse primeiro CD. Agora com "Be The One" crescendo nas paradas, ninguém tem mais do que reclamar, né?

Com o novo trailer de "Ghost In The Shell", nós já temos o nosso filme mais aguardado de março


Nós não cansamos de bater na tecla sobre o whitewashing que "Ghost In The Shell" — inclusive, nos recusamos a chamar de "A Vigilante do Amanhã" — sofreu, mas hoje iremos focar única e exclusivamente no maravilhoso segundo trailer da produção que chega no finalzinho de março. Aliás, desculpa "Logan" e "Power Rangers", nós temos o nosso filme mais aguardado deste mês.

O novo vídeo saiu no comecinho da manhã, e para falar a verdade não tem muito material novo. O enredo continua intacto, sem grandes novidades. A cereja fica por algumas cenas novas e outras finalizadas, com efeitos especiais que outrora estavam ausentes no primeiro trailer. Confira:



"Ghost in the Shell" é um mangá que se passa após 2029, onde existe uma tecnologia capaz de fazer a fusão do cérebro à computação, à rede mundial. A história cyberpunk já foi para os cinemas três vezes através de filmes e para a TV duas, além de ganhar um jogo para Playstation 2. A adaptação norte-americana chega aos cinemas no dia 30 de março.

"Estrelas Além do Tempo" é um filme maravilhoso sobre três mulheres negras poderosas


A ideia de trabalhar na NASA pode soar muito glamorosa e, até mesmo, um sonho para alguns. Afinal de contas, estar envolvido com missões espaciais da mais alta tecnologia é ter em mãos parte do futuro, do avanço e do desconhecido. Provavelmente foi esse o pensamento que o oficial que ajuda o trio de “computadores humanos” Katherine G. Johnson (Taraji P. Henson), Dorothy Vaughan (Octavia Spencer) e Mary Jackson (Janelle Monáe) a rebocar o carro que as levava ao trabalho teve – mostrado, inclusive, no momento em que pergunta se elas trabalham diretamente com os astronautas. Mas a realidade é diferente – ou, teoricamente, era.

“Estrelas Além do Tempo” (“Hidden Figures”), dirigido por Theodore Melfi, une a corrida espacial entre EUA e União Soviética com as últimas fases da segregação racial legal, resultando em algo impressionante e comovente à sua maneira. Isso porque o longa, apesar de ser um drama, não se desenrola de maneira “pesada”, o que de forma alguma torna as situações em que as personagens são postas menos revoltantes a quem assiste ou vela o racismo.

Um exemplo disso são as cenas da saga diária de Katherine para ir ao banheiro específico para negras: mesmo com o jeito desajeitado de correr carregando uma porção de pastas (e uma música animada tocando ao fundo), o sentimento de compaixão pela personagem e revolta pela condição que lhe é imposta acontece. A narrativa, portanto, se constrói entre alívios cômicos e momentos mais dramáticos, em que o próprio trio protagonista denuncia o racismo e expõe a realidade em que vivem. Em alguns pontos, o longa tem uma leve semelhança com “Histórias Cruzadas”, que, inclusive, também conta com Octavia Spencer no elenco.

Sendo um filme limitado em fotografia, figurino e, até mesmo, na edição (não por falta de qualidade, mas sim pelo tipo de história que é contada), quem o empurra são as próprias personagens. A grandiosidade da atuação de Taraji, Octavia e Janelle é inquestionável: mesmo dando claramente mais enfoque para Katherine, expert em fórmulas e equações que luta para mostrar seu potencial num cargo, até então, exclusivo para homens brancos, as histórias de Dorothy, que se empenha para manter o emprego aprendendo a manipular os computadores (que era uma nova tecnologia na época) e de Mary, que briga na justiça para estudar e se tornar engenheira da NASA têm bastante destaque e não dão a sensação de que faltou algo.


As personagens de Kirsten Dunst, Jim Parsons e Kevin Costner também merecem os créditos por ajudar a empurrar a trama. Mas nem tudo são flores, principalmente se tratando do arco entre Katherine e Al (Costner). A percepção que se tem, ao assistir o filme, é a de que o que acontece entre os dois é uma ajuda mútua: Al precisa da destreza de Katherine na matemática para ajudá-lo no projeto que coordena e, para isso, tenta fazer com que ela tenha condições de trabalhos dignas (demonstrado, principalmente, na cena em que ele quebra a placa de "colored restroom"). Esse acontecimento por si só não seria problemático se não fosse uma invenção do diretor, e não algo baseado em fatos.

Em entrevista para o Vice News, Theodore Melfi afirmou que essa cena foi inventada e que não via problema em existir o "branco bonzinho", tão comumente em filmes que retratam a luta negra de alguma forma. "É preciso haver pessoas brancas que façam a coisa certa, precisa haver pessoas negras que façam a coisa certa", disse Melfi ao repórter. "E alguém faz a coisa certa. E quem se importa com quem faz a coisa certa, desde que a coisa certa seja alcançada?". Além disso, não somente esse ato "heroico" não aconteceu como as próprias corridas diárias ao banheiro destinado às mulheres negras também são fictícias, já que a própria Katherine Johnson afirmou que, na verdade, enfrentava as regras e ia no banheiro das brancas. Ou seja: para exaltar a figura de Al, o diretor colocou em desmérito as atitudes de Katherine. Ponto negativo para Melfi.

“Estrelas Além do Tempo” muito provavelmente não é o tipo de longa inesquecível, daqueles que se encaixam num “top 10” de melhores filmes da vida, mas, certamente, deixou sua marca em diversos sentidos. Apesar da decepção com o whitewashing existente por trás das câmeras (que, consequentemente, interfere no resultado final), o filme tem sua importância. Isso porque vem numa corrente em que cada vez mais filmes com personagens negros estão ocupando as salas de cinema e, também, pelo fato de ser uma história de não só de uma, mas de três mulheres incrivelmente fortes e inspiradoras – tudo isso num momento em que os EUA beira o retrocesso e o caos.


Só hinários! 18 dos principais discos do Prince chegaram ao Spotify

Atualização (17/04): A imagem que ilustrava a matéria foi substituída, após reivindicações de direitos do site Getty Images.

O tiro foi dos grandes! O cantor Prince será homenageado no Grammy 2017, que acontece na noite deste domingo (12), e pronto para receber aqueles que ainda não são familiarizados com o trabalho do cantor, bem como os saudosistas, a plataforma de streaming Spotify preparou uma baita surpresa: há algumas horas, os principais discos do cantor surgiram por lá.

A chegada de Prince ao Spotify já era especulada há algum tempo e, após eles promoverem um anúncio todo roxo, os rumores aumentaram, mas agora é pra valer, dando fim ao contrato de exclusividade que o cantor possuía com o Tidal, uma vez que era contrário a desvalorização que os streamings supostamente propunham à música.

Até o momento, 18 dos 39 discos chegaram ao catálogo do serviço, incluindo a coletânea “4Ever”, lançada pela Warner Bros. em novembro do ano passado. Os outros foram “For You”, “Prince”, “Dirty Mind”, “Controversy”, “1999”, “Purple Rain”, “Around The World In A Day”, “Parade”, “Sign ‘O’ The Times”, “Lovesexy”, “Batman”, “Diamonds and Pearls”, “[Love Symbol]”, “Come”, “The Vault: Old Friends 4 Sale”, “PLECTRUMELECTRUM” e “Art Official Age”. EITA.



Um dos maiores ícones negro da música, Prince defendeu o movimento Black Lives Matter e, ao longo de sua carreira, foi uma figura que desafiou diversos padrões historicamente tratados como tabus, da sexualidade às fronteiras musicais, inexistentes quando se trata do seu trabalho. O músico faleceu em abril de 2016, mas manteve um legado que, definitivamente, eternizou o seu nome, influenciando uma lista de artistas que vai da Rihanna ao Bruno Mars.

Ouça abaixo a playlist que preparamos, “Prince: Tem Que Respeitar”, com alguns dos melhores sucessos do músico:

Os Grammys de Beyoncé dizem muito sobre o problema racial da premiação

Não é de hoje que, ao debatermos os problemas raciais em torno do Grammy, surgem pessoas questionando onde fica o racismo quando a premiação premia artistas como Beyoncé, Jay Z, Alicia Keys, entre outros, e prestes a assistirmos à mais uma edição do evento, temos aqui a resposta.

Frank Ocean critica o racismo do Grammy: “Meu maior tributo é ficar fora disso”

Na edição desse ano, Beyoncé é uma das artistas mais indicadas, por conta dos trabalhos com o disco “Lemonade” e voto de confiança da sua gravadora, que tentou nomeá-la até mesmo para a categoria country, por conta da faixa “Daddy Lessons”, mas a cantora possui grandes chances de terminar a noite sem o gramofone mais importante, de ‘Álbum do Ano’, graças a um histórico muito perceptível na sua estante de prêmios.



Sendo uma das maiores ganhadoras de Grammy da indústria atual, Beyoncé ostenta nada menos do que 20 prêmios da academia, entretanto, basta olhá-los com mais calma para perceber o detalhe assustador: na maioria das vezes em que compete com artistas brancos, a cantora perde, tendo apenas três prêmios dentro de categorias gerais.

Com exceção do prêmio técnico ‘Best Surround Sound Album’, de “Beyonce” (Grammy de 2015), ‘Melhor Vocal Pop Feminino’ de “Halo” (2010) e ‘Música do Ano’ de “Single Ladies” (2010), todos os outros gramofones de Beyoncé estão nas categorias dedicadas ao hip-hop e R&B, há anos utilizadas como uma forma da academia – e outras premiações – separar os artistas negros dos seus favoritos brancos, numa forma de reconhecer o talento dos primeiros, enquanto permanecem com o privilégio dos segundos.



A discussão em torno da segregação racial dentro do Grammy acontece há muito tempo e, nos últimos anos, artistas como Azealia Banks, Kanye West, J. Cole e Frank Ocean foram alguns dos que já se posicionaram sobre o assunto, mas na mesma medida em que esses debates avançam, percebemos o quanto ainda estamos longe de atingir um ponto de equidade, com ênfase para as edições dos últimos três anos, nas quais percebemos o crescimento de artistas brancos nas ditas categorias negras, perceptível favoritismo aos brancos que fazem R&B e hip-hop e até mesmo exclusão de negros entre as apostas e revelações do ano. 



Cientes da cobrança cada vez maior em torno dessas premiações, como foi o caso do Oscar, que lidou com a campanha ‘Oscar So White’ (Oscar Tão Branco, em português), a edição do Grammy desse ano se empenhou em refletir certa diversidade: Beyoncé é a artista mais indicada e, numa tentativa de reparar o erro de suas edições anteriores, o evento dedicará um prêmio de honra para Nina Simone, que nunca ganhou um Grammy em vida. O cantor Prince, que conquistou apenas quatro gramofones ao longo de sua carreira, também será homenageado.



Em 2017, nossa atenção fica para as categorias de Álbum, Gravação e Música do Ano, majoritariamente disputadas por Adele e Beyoncé, bem como Artista Revelação, que traz os artistas negros Chance The Rapper e Anderson Paak, ao lado de The Chainsmokers, Kelsea Ballerini e Maren Morris.



O Grammy Awards 2017 acontece na noite desse domingo (12), com transmissão ao vivo no Brasil pela TNT, e ficamos na expectativa de tê-los assumindo uma postura diferente dos anos anteriores. Já deu de ver artistas negros sendo desvalorizados por conta de trabalhos brancos muitas vezes superestimados.

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