Lista: cinco vencedores do Oscar de "Melhor Filme" dessa década que trocaríamos (e por quais)

Desde 1999, quando "Shakespeare Apaixonado" venceu o Oscar de "Melhor Filme", arrematar o maior prêmio da indústria cinematográfica depende de uma forte campanha. Sessões exclusivas para os votantes, jantares, colocar seus atores na mídia, enfim, deixar o nome do filme em evidência é preponderante para a vitória. Se antes de todo o jogo de marketing era possível questionarmos os vencedores, imagine depois - tudo dentro da grande esfera que é a subjetividade, claro.

Vencer o careca dourado mais cobiçado muitas vezes não consegue fazer com que a obra vença o que é mais importante para o cinema: o tempo. Dentro na atual década mesmo já temos alguns exemplares que possuem o troféu na estante mas nem de longe são tão memoráveis quantos outros concorrentes - no entanto, felizmente, essa década ainda não premiou um filme verdadeiramente ruim. Por isso vim listar cinco filmes agraciados com o Oscar entre 2010-18 que trocaria, quais os motivos e quem deveria ter vencido.

5. 12 Anos de Escravidão (2014)


É bom deixar claro logo de início: "12 Anos de Escravidão", do ótimo Steve McQueen, é sim um grande filme. Um dos maiores expoentes do cinema norte-americano a explorar a escravidão, a pungente trajetória de Solomon Northup levou, além de "Melhor Filme", "Roteiro Adaptado" e "Atriz Coadjuvante" para a estreante - e maravilhosa - Lupita Nyong'o.

2010 poderia ter entrado no lugar - com "Guerra Ao Terror" sendo o campeão -, mas o motivo que me fez escolher 2014 foi pura e simplesmente os concorrentes de "12 Anos". Uma das melhores edições do Oscar, o ano teve "Gravidade", "Nebraska", "Clube de Compras Dallas" e "O Lobo de Wall Street" entre os indicados, só filmão. Apesar da pesada concorrência, sem dúvidas, meu vencedor teria sido "Ela", de Spike Jonze, aquela obra "isso-é-tão-Black-Mirror" que é um clássico instantâneo sobre o amor líquido no ápice da tecnologia. Quem diria que um dos maiores romances já feitas seria entre um homem e um computador?

4. Spotlight: Segredos Revelados (2016)


Quando temos dois nomes polarizando a votação, às vezes o prêmio principal acaba indo para um terceiro, que se torna uma espécie de "coringa": não tão forte quanto outros, mas inofensivamente bom, unindo todas as tribos. Foi o caso de "Spotlight: Segredos Revelados". Bom exemplar do cinema de jornalismo, "Spotlight" foi a escolha "segura" entre "O Regresso" e "Mad Max: Estrada da Fúria", num ano fraco da categoria. E o meu vencedor seria aquele que nem ao menos indicado foi: "Carol", de Todd Haynes.

Um dos filmes mais aclamados do século, "Carol" é uma obra-prima irretocável que passeia pelos corredores cheios de charme de um romance lésbico na década de 50, com performances antológicas de Cate Blanchett e Rooney Mara. Até hoje a roda cinéfila não entende como o filme não foi indicado nas principais categorias, uma das maiores furadas já cometidas pela Academia. Mas se for para escolher entre os indicados, o vencedor deveria ter sido "O Regresso", umas das mais extraordinárias e contemplativas histórias de vingança já feitas.

3. O Artista (2012)


Talvez o ano mais fraco da década na premiação, 2011 praticamente não teve grandes concorrências, com "O Artista" sendo absoluto favorito ao remontar o período clássico de Hollywood e ter a coragem de fazer um filme mudo e preto e branco em meio à era do 3D. Bonitinho e com boa veia de saudosismo e nostalgia, o longa foi o primeiro totalmente em P&B a vencer "Melhor Filme" desde "Se Meu Apartamento Falasse" em 1961, levando também os troféus de "Direção", "Ator" (para Jean Dujardin), "Figurino" e "Trilha Sonora".

O problema de "O Artista" é o mesmo da atual carreira de Dujardin: tornou-se irrelevante. E mais uma vez o melhor filme não estava entre os indicados: o iraniano "A Separação", de Asghar Farhadi. Vencedora do prêmio de "Melhor Filme Estrangeiro", a obra é uma das poucas em língua não-inglesa a ter sido indicada a "Roteiro" - no caso, "Original" -, e poderia tranquilamente ter concorrido a muito mais ao ser um dos mais imperdíveis filmes já feitos. E se for para ficar com algum dos reais indicados, "A Invenção de Hugo Cabret" e sua belíssima homenagem à Georges Méliès teria nosso ouro.

2. Argo (2013)


Nem tem muito o que falar aqui: alguém lembra desse filme??? O mais imemorável vencedor não só da década como do século, "Argo" já caiu no ostracismo mesmo sendo relativamente novo no hall dos vencedores. E também não há muito o que discutir sobre quem seria o merecido vencedor. "Amor" deveria ter na estante todas categorias ao qual foi indicado: "Filme", "Direção", "Roteiro Original", "Atriz" (para Emmanuelle Rivá) e "Filme Estrangeiro". Pelo menos esse último levou.

1. O Discurso do Rei (2011)


Que a Academia não aguenta um filme feito redondinho para ela, isso todo mundo sabe. Os chamados "Oscar baits", aqueles que gritam por alguns prêmios, estão aí ano após ano, e em 2011 o maior deles conseguiu arrepiar a epiderme dos votantes. "O Discurso do Rei" é a história do rei gago que passa o filme tomando coragem - e lições de fonoaudiologia - para fazer o discurso do título.

Só sendo a Academia - ou a Rainha Elizabeth, que chorou com a obra - para poder minimamente entender os motivos para condecorar um filme tão esquecível num ano com "A Rede Social", "Toy Story 3", "Minhas Mães e Meu Pai" e até "A Origem". Uma das maiores certezas envolvendo toda a história da premiação é: "Cisne Negro" deveria ter levado. Dádiva do audiovisual, o longa é uma aula de cinema, de ambientação, de atuação, de clima e de como fazer um final violentamente perfeito, num suspense psicológico de primeira linha que merecidamente está entre os maiores já feitos. A cara de Darren Aronofsky, diretor da película, ao perder o prêmio de "Melhor Direção" para Tom Hooper, diretor de "O Discurso", explica tudo.

***

Essa realidade paralela soa bem mais incrível, não? Mas se você tivesse o poder de mudar os vencedores, como ficaria a sua lista? Por favor, mantenham "Moonlight: Sob a Luz do Luar" no lugar que ele merece.

No timing de Anitta, Azealia Banks lança clipe para “Soda”, quatro anos após a música ser lançada

Já faz quatro anos desde que Azealia Banks lançou seu disco de estreia, “Broke With Expensive Taste”, mas antes de partir para a sua nova era, a rapper e cantora não deixou seus fãs sem o videoclipe para uma de suas melhores faixas.

A dançante “Soda” foi a responsável por encerrar essa longa e criticamente aclamada era, ganhando um clipe estrelado pela artista em um deserto.

Olha só:



Mas nem só de “Broke With Expensive Taste” viverás Azealia e, pronta pra dar início aos trabalhos do álbum “Fantasea II: The Second Wave”, a rapper também lançou neste ano a faixa “Movin’ Up”, usada como trilha sonora para a sua personagem no filme “Love Beats Rhymes”.

Em seu novo disco, é esperado que Banks conte com as colaborações de nomes como Mel B, do Spice Girls, e do rapper Busta Rhymes.

Lana Del Rey é a atração do Lollapalooza mais comentada pelo Twitter no Brasil

É headliner que chama mesmo! 

Lana Del Rey é uma das principais atrações do Lollapalooza Brasil 2018, que acontece entre os dias 23 e 25 de março em São Paulo, no Autódromo de Interlagos, e segundo uma pesquisa levantada pela assessoria do Twitter, foi a artista mais comentada desta edição até aqui, na frente das bandas Imagine Dragons e The Killers.


Na lista revelada pelo site, também encontramos a cantora sueca Zara Larsson, na quarta posição, e, fechando os cinco mais lembrados por seus usuários, ainda temos o brasileiro Alok. Isso que é informação de utilidade pública.

Além dos nomes citados, o Lolla desse ano também contará com apresentações de artistas como Pearl Jam, The Neighbourhood, Khalid, Chance The Rapper, Galantis, entre outros.

Durante todo o final de semana, você poderá acompanhar a nossa cobertura pelo Instagram @instadoit, com fotos e vídeos no nosso feed e stories!

Como a Disney se tornou o maior templo de entretenimento do mundo

"Pantera Negra" atingiu a marca de US$1 bilhão na bilheteria mundial. Assim, o longa se tornou o quinto filme da Marvel Studios a ultrapassar a marca ao lado de "Vingadores", "A Era de Ultron", "Homem de Ferro 3" e "Capitão América: Guerra Civil". Além da arrecadação gigantesca, o filme também alcançou o recorde de "Avatar" ao ficar cinco finais de semana em primeiro lugar nos EUA.

Por atingir tais números, "Pantera" provou que filmes com protagonistas negros conseguem fazer sucesso. Esse feito provou que as massas querem filmes conscientes, culturais, fora da caixa; e também provou que a Disney é a maior e mais bem-sucedida no ramo do entretenimento mundial.

Além da Marvel Studios, a casa do Mickey também tem em sua bagagem grandes estúdios e emissoras como Lucasfilm, Pixar, ABC, Freeform ("Pretty Little Liars") e ESPN; fora os parques e resorts na Flórida e Califórnia, além da gravadora Hollywood Records


Para colocar a cereja no bolo, a Disney também comprou os segmentos de cinema e televisão da Fox por US$ 52 bilhões. Caso a compra seja aprovada, "X-Men", "Quarteto Fantástico", "Avatar", "Os Simpsons", "American Horror Story", 30% de sociedade na plataforma de streaming Hulu, "Planeta dos Macacos", a franquia "A Era do Gelo", e muito mais passarão a pertencer a gigante.

Imagine as inúmeras formas que a Disney poderá monetizar essas propriedades no futuro: sequências de filmes, spin-offs, séries de TV, brinquedos em parques de diversão, desenhos animados e action figures. A lista é tão grande quanto o crescimento da empresa.

Independente de todas essas aquisições e projetos, o que realmente faz com que a Disney seja a maior e mais bem-sucedida empresa mundial de entretenimento é sua alma e visão estratégica. Cada aquisição externa da empresa, cada novo projeto, é uma jogada calculada para expandir sua marca para novos horizontes e adicionar mais propriedades intelectuais que se encaixem perfeitamente com os valores da empresa: nostalgia, positividade e sonhos.


É por isso que em 2009 a Disney comprou a Marvel por meros US$4.24 bilhões, quando a casa dos super-heróis estava prestes a ir a falência devido a crise econômica da época. Já em 2006, a Disney identificou uma necessidade econômica no modelo empresarial da Pixar de ter alguém para promover, financiar e distribuir seus filmes, comprando-a por US$7.4 bilhões. 

Com essa aquisição, considerada uma das mais bem-sucedidas na história da Hollywood, a Disney levou a Pixar aos seus melhores anos, provendo os recursos necessários para ambos estúdios eventualmente lançarem filmes que marcaram a história da animação. Steve Jobs, na época CEO do estúdio de animação, disse:

Nossa parceria com a Disney tem provavelmente sido a mais bem-sucedida parceria na história de Hollywood, e foi a melhor coisa que já aconteceu com a Pixar. Nós não estaríamos aqui hoje sem isso.

Através dos novos filmes, seja de animação ou de super-heróis, a empresa atinge novos feitos, quebra recordes, e, acima de tudo, deixa um impacto em nossa sociedade mundial; seja este cultural ou meramente social. Vimos isso acontecer com o empoderamento feminino de "Frozen", o debate racial e cultural de "Pantera Negra", os avanços tecnológicos na animação de "Toy Story" e "Enrolados", os recordes financeiros quebrados pelos filmes dos Vingadores, e os premiados efeitos visuais nas produções de "Stars Wars".

Cada marca e título sob as asas da empresa é catapultado para alturas espaciais. O resultado? Reconhecimento e adoração mundial, sucesso financeiro e crítico, praticamente garantido, para cada novo projeto. E, por fim, um universo criativo do qual todos querem fazer parte; tanto figurativo  quanto físico e material.

Por mais saturada e diversa que a indústria do entretenimento seja, não existe comparação. Não existe a mesma magia, sensação, identificação. É por isso tudo que hoje a Disney é o maior templo de entretenimento do mundo. 

A gente ouviu o EP de estreia da Cleo, “Jungle Kid”, e não é que ele é bom?

No comecinho dessa semana, a música brasileira ganhou mais um nome, desta vez já conhecido por seus trabalhos no cinema, internet e tevê. Cléo Pires ou, como escolheu ser chamada na carreira musical, Cleo, lançou nesta segunda (19) o seu EP de estreia, “Jungle Kid”, composto por cinco músicas inéditas.

Como qualquer outro brasileiro, é claro que a gente recebeu essa notícia com aquele pé atrás, afinal, a moça sempre se dedicou a atuação e, apesar de filha e irmã de músicos, nunca demonstrou uma relação muito próxima com esse tipo de trabalho. Mas agora sabemos que ela até demorou demais pra deixar isso acontecer.

Apesar dos músicos na família, seu som não tem nada a ver com o que eles fazem: as três primeiras faixas, em inglês, são inspiradas no rock, por nomes como PJ Harvey e Nine Inch Nails; já as duas últimas, em português, desembarcam sem medo no pop nacional, com influências que vão de Rita Lee e Fernanda Abreu à Anitta. 


“Jungle Kid” foi majoritariamente produzido por Guto Guerra, com quem Cleo alimentou uma relação de bastante liberdade criativa, e também traz nomes como Pablo Bispo, Sergio Bispo, Yuri Drummond e Rodrigo Gorky, responsáveis pelos últimos singles de Pabllo Vittar, Iza e Gloria Groove.

Das cinco faixas, o destaque fica pras canções em português, “Bandida” e “Faz o que tem que fazer”, não só pela pegada bem mais descontraída do que o rock eletrônico e introspectivo das outras, como também pela maneira como ela consegue se aproximar do que tem rolado no cenário brasileiro atual, sem perder esse carão de novidade “cool”, fora do comum.

Deem uma chance para Cleo, cês não vão se arrepender:


10 discos para ouvir antes do Lollapalooza 2018

Estamos chegando na reta final para o Lollapalooza 2018! Tá perdido ainda com relação a quem vai tocar? Não sabe o que ouvir pra chegar arrasando e sabendo tudo no festival? Calma! Chegou nossa tradicional lista dos 10 discos que você precisa escutar antes do Lolla.

Se prepare para baixar todos esses álbuns e ouvi-los em todos os lugares: no trabalho, no caminho pra escola/faculdade, em casa, no banho, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê!


Anderson .Paak, "Malibu" 

Eles disseram “tragam o groove de volta!”, então o Anderson .Paak foi lá e trouxe. Em “Malibu”, ele usa um poquinho de R&B dos anos 90 ali e um pouquinho de soul dos anos 60 acolá, e nos traz a sensação de estar entte essas décadas, sentados em uma praia, olhando o sol se por.


Chance The Rapper, "Coloring Book" 

Uma das maiores revelações do rap nos últimos anos, Chance The Rapper é tão foda que nem precisa lançar discos oficias pra arrancar elogios de artistas como Beyoncé e Kanye West. Um exemplo disso é sua mais recente mixtape, “Coloring Book”, que combina rimas ágeis com o melhor do hip-hop, pop e até gospel.



Imagine Dragons, "Evolve"

Você pode até não gostar do Imagine Dragons, mas uma coisa não pode negar: os caras souberam como criar seu próprio som. Mergulhando cada vez mais fundo na sua identidade, a banda assumiu de vez seu lado pop, e se a proposta é evoluir o som do Imagine, o resultado é o “Evolve”, álbum com hits como “Believer” e “Thunder”.



Khalid, "American Teen"

No “American Teen”, Khalid divaga sobre o universo da adolescência, sem soar piegas e, principalmente, sem tentar forçar uma maturidade que a gente, nessa idade, não tem. É isso que faz o álbum ser tão cativante. O som urban-R&B-moderno também colabora pra que a gente absorva tudo isso com muito carinho.



Lana Del Rey, "Lust For Life"

Se contassem pra gente, lá em 2011, que a Lana De Rey que “queria estar morta” passaria a ter vontade de viver, nós não acreditaríamos. Olha as voltas que o mundo dá! Vivendo uma fase muito mais leve de sua carreira, a cantora nos entregou no ano passado o “Lust For Life”, um disco mais esperançoso do que seus trabalhos anteriores e talvez o mais coeso desde o “Born To Die”.



Liniker e os Caramelows, "Remonta"

A MPB brasileira se reinventa na voz grave, melancólica e poderosa de Liniker. A poesia de suas letras é ousada e bela, tudo ao mesmo tempo, e junto com um som que mistura soul, blues e funk norte-americano, cria uma experiência transcendental.


Mahmundi, "Mahmundi"

O primeiro disco de Mahmundi não poderia levar outro nome se não o seu mesmo. Afinal, ela escreveu, produziu e cantou sozinha em todas as 10 faixas. O resultado é um pop diferente de tudo que temos visto atualmente no Brasil, dançante e com uma pegada anos 80.



The Killers, "Wonderful Wonderful"

É difícil encontrar bandas que depois de tanto tempo de carreira ainda consigam se reinventar e, principalmente, entregar bons trabalhos. Felizmente, podemos dizer que o The Killers resistiu ao teste do tempo. “Wonderful Wonderful” reune em apenas 11 músicas um pouco do que a banda sempre foi e um pouco do que ela está pronta pra ser no futuro.



Vanguart, "Beijo Estranho"

Um choque de realidade, mas com muito amor, leveza e fofura. É assim que funciona o "Beijo Estranho", o quarto disco da Vanguart. Nesse álbum, a banda apostou em uma poesia mais pé no chão e honesta sobre nosso dia a dia. Como resultado, todas as músicas parecem fazer parte da trilha sonora de um filme indie de romance moderno. Uma tapa na cara, mas que vale a pena.



Zara Larsson, "So Good"

O primeiro disco oficial,m de Zara, o “So Good”, compila músicas muito diferentes entre si, que mostram a flexibilidade dela como artista. É como se o disco de estreia de Rihanna tivesse sido produzido pelo Major Lazer.

Conversamos com o Metronomy sobre seu disco mais recente, expectativas para o Lolla, Rihanna e mais!

Tá chegando, minha gente! Nessa sexta-feira (23) começa mais uma edição do Lollapalooza Brasil, e no último dia de festival, no domingo, quem marca presença é a banda de música eletrônica Metronomy. No aquecimento pra esse show, conversamos com o vocalista, Joseph Mount, e descobrimos qual seria parceria dos sonhos do grupo, quem deles sabe português e como estão as expectativas deles para o Lolla.




It Pop: Falando um pouquinho do "Summer 08'", esse disco é uma continuação do "Nights Out" e fala sobre toda essa loucura que vocês viveram em 2008. Nesse ano, "Nights Out" vai completar 10 anos. Vocês pensam em fazer um novo álbum sobre suas experiências e como suas vidas mudaram desde então, meio que uma terceira parte? 
Joseph: Eu acho que, toda vez que eu faço um disco, eu sinto que é parte dessa história de quem eu sou e quem o Metronomy é, o que o Metronomy é. Eu não quis escrever algo especificamente sobre um tempo da minha vida. Tem coisas no álbum que são mais literais, que referenciam o momento em que ele foi feito. Sempre está lá, de formas diferentes.

It Pop: “Summer 08” também é sobre a culpa que vocês sentiram por não poderem ficar em casa com suas famílias. Dez anos depois, vocês estão lidando melhor com essa questão da fama, de fazer turnês e, algumas vezes, estar longe das pessoas que vocês amam? 
Joseph: Os parceiros que as pessoas da banda tem só viveram com a gente nos períodos da nossa vida em que estávamos em turnê. Isso é parte de quem somos. Se eu não fizesse o que eu faço hoje, eu nunca teria conhecido minha namorada, com quem eu tive filhos. Ainda que seja diferente de como era antes, isso nos ajuda a sentir como se nós fôssemos jovens, de certa forma. Nós temos feito isso desde que somos jovens. Agora, nossas crianças nos esperam nos bastidores, o que é estranho. Mas, nós podemos fazer isso! 

It Pop: Robyn é uma artista tão importante e icônica pra música pop, mas não tem lançado nada próprio desde 2010. Vocês conseguiram trabalhar com ela em “Hang Me Out To Dry”! Como foi essa experiência? 
Joseph: Sim, foi incrível! Como você disse, ela é uma artista muito importante, especialmente para o pop feminino. Você consegue ver a influência dela em todas as novas artistas, eu acho. Então, sim, ela é ótima! Tenho tentado fazer mais algumas músicas com ela e tomara que ela lance novas músicas logo.


It Pop: Muitos artistas da música eletrônica estão colaborando com artistas do pop. Ano passado a gente teve Kygo com Selena Gomez, Zedd com Alessia Cara... Se você pudesse colaborar com qualquer artista pop, além de, claro, Robyn, quem você escolheria e por quê? 
Joseph: Eu escolheriaaaa... Hmmmm... Eu escolheria a Rihanna. 

It Pop: Isso seria interessante.
Joseph: Eu gosto dela. Eu acho que ela é bem interessante. Ela não se limita a um tipo de música. Gosto dela. Ela seria uma boa escolha.

It Pop: Voltando um pouquinho pra “Love Letters”, eu vi que vocês trabalharam com o Michael Gondry nesse clipe. Ele já trabalhou com artistas importantes como Björk e Paul McCartney, e ele até tem um Oscar de Roteiro Original. Como foi trabalhar com ele? 
Joseph: Ele foi muito legal! Ele é uma pessoa que foi pra universidade comigo. Ele é apaixonado por fazer filmes. E mesmo que ele tenha seguido por um lado mais underground com os filmes dele, ele ainda tem muito entusiasmo pelo trabalho dele, o que é bem legal. Eu adoraria fazer outro clipe com ele!


It Pop: O quão importante é pra vocês fazer clipes que impactam na forma que as pessoas entendem a música? 
Joseph: Eu não sei se é tão importante para que as pessoas entendam a música. Mas é... tudo muda o tempo todo, mas quando estávamos começando a fazer clipes, parecia ser algo muito importante, porque foi um período importante, com o YouTube e tudo mais, então as pessoas estavam querendo “ver” a música e se interessavam nos nossos vídeos. Não acho que eles sirvam para que as pessoas entendam a música, embora muitas vezes eles literalmente representem as canções. Acho que eles ajudam as pessoas a gostar das músicas de uma forma diferente. 

It Pop: Vamos falar das músicas que você está ouvindo bastante recentemente. Quais músicas estão sempre nas suas playlists? Tem músicas novas nelas? 
Joseph: Eu estou gravando músicas novas, então estou ouvindo coisas que me ajudem a pensar nessas novas canções. O que significa que estou ouvindo muito Sade, que é muito anos 90. Estou ouvindo aquela música, "Dub Be Good To Me", do Beats International, também dos anos 90... Não sei se estou ouvindo músicas novas, não sou muito bom nisso. Quando eu estou fazendo um álbum eu tendo a voltar para as músicas antigas, estão estou ouvindo coisas mais velhas no momento. 

It Pop: Pode nos contar um pouquinho sobre esse novo disco?
Joseph: Eu acho que vai ser um disco muito bom! (Risos) Estou tentando fazer um álbum que as pessoas vão se apaixonar tanto quanto se apaixonaram por "Nights Out" e "The English Riviera". Um álbum pop muito bom. É isso que eu estou tentando fazer.



It Pop: Ok, ficamos animados!
Joseph: Ah, que bom!

It Pop: Você está vindo pro Lollapalooza Brasil! Animados?
Joseph: Sim, muito! Mal posso esperar! Nem falta muito, né? Estou bem animado!

It Pop: Muitos artistas quando chegam aqui e vêem a reação do público brasileiro dizem que não há nada como fazer show por aqui. O que vocês estão esperando dos fãs?
Joseph: Eu acho que vai ser bem divertido! Nós não vamos ao Brasil tem alguns anos, então esperamos que as pessoas estejam animados com a nossa volta. Eu sei que nós vamos estar animados! Essa volta vai ser algo bem especial. Eu não quero jogar minhas expectativas lá no alto, mas estou esperando que seja algo realmente fantástico. Espero mesmo!

It Pop: Vocês já estiveram no Brasil, então sabem falar alguma coisinha em português, né?
Joseph: Ah, não, eu sou péssimo! Sou bem ruim em português. Eu consigo falar... "obrigada"! Isso é o que eu consigo fazer.

It Pop: Ah, tá ótimo! Seu português tá melhor que o meu inglês. 
Joseph: (Risos) Ah, a Anna, que toca bateria na banda, está aprendendo português! Ela com certeza vai saber falar algumas coisas. 

It Pop: Ah, que demais! Bom, Joseph, é isso aí! Muito obrigada por falar com a gente. 
Joseph: Obrigado você!

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Rihannaaaa, mulher! Só vem! Enquanto o Metronomy não lança sua tão sonhada parceria com a cantora barbadiana, ficamos com o ótimo "Summer 08'" na expectativa pra esse show que promete.

Com homenagem a Marielle, Katy Perry mostra todo o seu amor por nosso país em show no Rio

Neste domingo (18), Katy Perry encerrou sua passagem pelo Brasil com a turnê do "Witness" em um show na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro. Com praticamente toda a estrutura de sua turnê, o carisma de sempre e em seu melhor momento vocal, ela entregou um show impecável e emocionante, que vai deixar saudade.

Na primeira música, "Witness", Katy já convida a todos para testemunhar, e claro que aceitamos os convite. Em seguida, vem "Roulette" e surpreende: apesar ser uma canção nova e que não virou single, foi bastante cantada, principalmente em seus "ahhhh". Então, é hora de "Dark Horse", o primeiro grande hit da noite. O público mostra que estava sedento para os sucessos, respondendo a altura.


A partir daí, foi uma sucessão de hits. Teve "Chained To The Rhythm", "Teenage Dream" e "Hot N Cold", com direito a brincadeira. A cantora quis saber como se dizia o nome da música em português, e é claro que quando ela disse "quente" e "frio" a plateia foi ao delírio. "T.G.I.F" chega pra confirmar: estamos numa grande festa. 

Durante "California Gurls", uma participação mais do que especial. O Left Shark, um dos marcos do SuperBowl de Katy, foi incorporado a turnê, e faz parte de um dos momentos mais divertidos do show. Ao final da música, a cantora e o tubarão lutam na passarela, e o público responde com muitos gritos. Ela vence o embate e obriga o Left Shark a dizer "desculpa!" bem alto, pra todo mundo ouvir.


Depois do momento fun, Katy chama sua garotas; é hora de "I Kissed A Girl". Como todos os seus hits passados, a faixa ganhou uma nova versão, com instrumental mais oitentista e cheio de sintetizadores para a turnê. O resultado, tanto para "I Kissed" quanto para as outras canções, foi bem  refrescante, além de ajudar a manter toda a atmosfera do show. Porém, temos que confessar: na segunda parte dessa música, quando as guitarras finalmente se fazem presentes, não tem pra sintetizador nenhum.


Depois de cantar hit atrás de hit, ela desacelera o ritmo. Com mais um figurino, Katy volta para "Deja Vú". O momento relaxante continua com "Tsunami", e é aí que vemos a estratégia de Katy para continuar a manter sua plateia entretida. Uma das rosas gigantes do cenário é um grande pole dance, onde um dançarino faz seus movimentos em meio a uma interpretação extremamente artística da canção. É impossível desgrudar os olhos. 

"E.T." vem pra deixar a atmosfera mais sombria e obscura por poucos minutos, só para "Bon Appétit" fechar o bloco trazendo toda a leveza de volta. A música se provou infinitamente melhor ao vivo, capaz de fazer todo mundo, até quem não a conhece, dançar, em um mashup com "What Have You Done For Me Lately", da Janet Jackson. 

Apesar de todos os hits animados, nada mexe mais com a plateia do que as músicas inspiradoras de Katy. Por isso, ao ouvir os primeiros acordes de "Wide Awake", a Praça da Apoteose imediatamente se acendeu com as luzes de celulares. Ao dar uma pausa para sua próxima canção, a plateia se adiantou e começou a entoar os versos de "Unconditionally". "Eu deveria cantar essa pra vocês, né?", Katy disse. Deveria mesmo.


Mas, diferente de São Paulo, aqui "Unconditionally" não é apenas um mimo para os fãs. É uma homenagem. No telão, uma foto: Marielle Franco, a vereadora do Rio de Janeiro assassinada brutalmente na última semana. E se o momento já não estivesse lindo, Katy fez mais e chamou ao palco a irmã e a filha de Marielle. A cantora pediu um momento de silêncio e depois disse, em nome dos Estados Unidos, que os entes da vereadora não estavam sozinhos. Katy, então, deu um espaço para que a irmã de Marielle falasse o que quisesse sobre o caso. Um pedido: justiça. 

Katy Perry não é brasileira. Ela não tem obrigação nenhuma de se pronunciar sobre o que acontece no Brasil. Provavelmente, apesar de ter se chocado com o caso, ela nem deve entender a dimensão de tudo isso, porque ela não vive aqui. Ela poderia ter feito um discurso bonito e, pronto, era isso. Mas, ainda assim, ela dedicou um momento de seu show para dar voz às maiores vítimas de tudo isso, os parentes de Marielle, e ajudar a trazer reconhecimento internacional ao caso. Um momento incrível, que mostra muito bem o tipo de pessoa que a cantora é o quanto ela realmente gosta do nosso país.


Katy continua o show com "Power", e lembra que nós temos o poder. "Cantem por Marielle!", ela diz. Após mais uma troca de roupa (ufa!), mais músicas inspiradoras. "Part Of Me", "Swish Swish" e "Roar" ganham ainda mais força depois da homenagem à vereadora. Por fim, "Firework" encerra o show da melhor forma possível.

Apesar de estar vivendo sua era mais conturbada, dos números baixos as críticas severas, o "Witness" foi também o trabalho mais humano da californiana. Katy erra e acerta como qualquer outra pessoa. Ela se arrisca, não alcança seus objetivos, se frustra e ainda é julgada, assim como todos somos, só que, em seu caso, para o mundo inteiro. Ainda assim, ela se mostra cada vez mais forte e capaz em seus shows. A "Witness The Tour" é sim um megaespetáculo, repleta de inúmeros adereços, mas nada disso faria sentido sem o carisma, a alegria e a entrega de Katy. E pra quem tinha dúvidas se a cantora continuava no hall dos grandes nomes do pop apesar do resultado não tão bom de seu último disco, aqui está a prova.

Anitta fala sobre Marielle Franco, apaga e reclama: “Não se pode mais ter opinião nessa vida”

Nos últimos dias, não se falou em outro assunto no Brasil. A vereadora Marielle Franco, mulher, negra, lésbica e recém eleita relatora da comissão que acompanharia os trabalhos da intervenção militar no Rio de Janeiro, foi brutalmente assassinada no dia 14 de março, despertando uma série de protestos e manifestações pelo país e fora dele, pedindo por justiça, explicações e culpados pelo crime.

Entre os pronunciamentos sobre o caso, houveram falas de muitos artistas, não só brasileiros, e cientes do quanto, por sua influência, ela poderia potencializar ainda mais essa discussão, muitos fãs começaram a questionar o silêncio de Anitta que, enquanto todos só falavam sobre o caso, se dedicava a comentar o BBB e seguir com sua agenda de shows, como se nada estivesse acontecendo.

É claro que ela não tinha nenhuma obrigação. Ninguém precisa ser forçado a falar sobre nada, quem dirá se sensibilizar. Mas faz apenas alguns meses desde que a cantora esteve numa favela do Rio, se dizendo orgulhosa de suas origens e de “levar a favela” para outros espaços, apenas alguns meses desde que ela lançou “Vai Malandra” e se mostrou empenhada a dar voz, rosto e nome para os moradores do Vidigal e, inclusive, se debruçou em discutir sobre a criminalização do funk que, assim como o assassinato de Marielle, seria mais uma maneira deles silenciarem, marginalizarem e, de certa forma, matarem a favela. E Anitta, enquanto divulgava seu novo single, estava interessadíssima em abordar todos esses assuntos, mas agora o cenário é outro.


Com manifestações por todo o país, o caso de Marielle ganhou uma nova página no final de semana, quando, durante seu show no Rio de Janeiro, a cantora californiana Katy Perry dedicou uma parte da apresentação para a ativista, exibindo sua foto em um telão e convidando sua filha e irmã para falarem com o público, dando espaço pra que pedissem por justiça e fizessem uma homenagem para Marielle. Não havia transmissão ao vivo para nenhuma emissora, muito menos uma maneira da gringa se aproveitar da situação. Foi uma postura de boa fé e respeito pelos que estavam ali presentes, e uma maneira de demonstrar que seu carinho pelo país ia além da preocupação em encher estádios.

Já Anitta, tava meio cansada. Cinco dias mais tarde, publicou um texto em que se disse pressionada a tocar no assunto, por conta do “ódio gratuito da internet”. Porque, sim, uma mulher foi assassinada com quatro tiros, se tornou o rosto da mudança há tempos reivindicada pela favela e movimentos sociais brasileiros, e enquanto todos viram nessa discussão uma oportunidade de usar suas plataformas em prol de algo maior, ela estava apenas sendo alvo do ódio gratuito desta malvada internet.

Nem tão malandra, a cantora ficou desconfortável com a repercussão do texto - uma falácia sobre não importar a cor, gênero ou classe social de Marielle, porque “ninguém merece morrer” - e voltou atrás, substituindo toda a conversa por um simples emoji, e, nos comentários, continuando a se defender. Num desses, uma fã estava perdida com toda a discussão, perguntando “O que há de errado com o texto? (...) Daqui dois meses vocês vão estar nessa comoção toda? (....) Foi isso o que ela quis dizer”. E Anitta reapareceu: “Não se pode mais ter opinião nessa vida. Se sua opinião não for igual a do outro é madeira em você… Dá não.”

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