Crítica: “Dois Papas” aparenta ter sido pensado na hora que ligaram as câmeras

É bastante gratificante ver como Fernando Meirelles está aumentando seu portfólio na indústria após ser o primeiro diretor brasileiro a ser indicado ao Oscar de "Melhor Direção" pela obra-prima "Cidade de Deus" (2002) - que é co-dirigido pela Kátia Lund, injustiçada ao ser sempre esquecida na ficha do filme (ela nem ao mesmo foi indicada ao Oscar). Ele dirigiu os hits "O Jardineiro Fiel" (2005) e "Ensaio Sobre a Cegueira" (2008), todos no seio de Hollywood, vendo seu mais novo longa, "Dois Papas" (Two Popes), sendo produzido e distribuído pela Netflix.

É válido entrarmos na discussão sobre a plataforma e seu posicionamento diante da temporada de premiações. A Netflix em 2019 está no apogeu dentro do circuito da Sétima Arte, vendo quatro dos 10 indicados a "Melhor Filme" no Globo de Ouro 2020 sendo originais seus - "História de um Casamento", "O Irlandês" e "Dois Papas" em "Drama"; "Meu Nome é Dolemite" em "Comédia", um feito histórico. Mesmo "Dois Papas" não encabeçando a campanha - a plataforma tem focado bem mais em "História" e "O Irlandês" -, "Dois Papas" tem encontrado seus adeptos.

A obra começa com a morte do Papa João Paulo II em 2005. Os líderes da Igreja Católica partem para o Vaticano a fim de elegerem o novo papa, e a disputa está entre dois nomes: o alemão Bento XVI (Anthony Hopkins) e o argentino Francisco (Jonathan Pryce). Quem vive em um contexto católico já sabe o resultado: Bento XVI vence a eleição.

Por ter um núcleo no Vaticano com pessoas de absolutamente todos os cantos do planeta, é importante avaliar como é o uso da língua, afinal, todo mundo falando um inglês sem sotaque à la uma novela da Glória Perez não denotaria cuidado. Como era de se esperar, há uma pá de cenas em italiano, porém, Pryce sofre quando entra na língua materna de seu personagem. Francisco é argentino, no entanto, Pryce não fala espanhol. A solução foi dublar todas as suas falas na língua, o que é gritantemente artificial. A mixagem de som nas cenas em específico é tão desregulada que é quase impossível manter a atenção no que está acontecendo, principalmente quando há outros atores falando um espanhol verdadeiro. 


Para piorar ainda mais, a produção tenta esconder a falta de sincronia entre a boca de Pryce e a dublagem entupindo as cenas com milhares de cortes e colocando o ator atrás de pessoas, portas, janelas e o que tiver pela frente. Há um momento que Francisco caminha por um mercado e, o que seria uma sequência simples (ele apenas conversa e sai do local), é exagerada ao extremo com cortes, ângulos e movimentos para driblar a dublagem, tudo em vão.

Então o """estilo""" é arrastado em diversas outras cenas. Há duas sensações quentíssimas a partir disso: a primeira é que o filme se esforça herculanescamente na dificultação de cenas que são simplórias, no intuito de parecerem mais intricadas; a segunda é que não havia uma ideia fixa e bem definida da estética imagética da obra na pré-produção, sendo feita na hora que as câmeras eram ligadas. Na primeira conversa entre Bento e Francisco na residência papal, anos depois da eleição de Bento, os dois fazem um passeio pelo jardim do lugar, e a câmera vai para ângulos e enquadramentos totalmente aleatórios, sem uma fluidez para o que mais importa, que é o texto. Parece bem mais que as escolhas são feitas pela beleza das locações - que são incríveis - do que unir o visual com o narrativo. É gratuito um corte estar no rosto dos personagens e partir do nada para um ângulo aéreo e depois para atrás de um arbusto (?).

O cerne de "Dois Papas" habita na relação entre os dois personagens títulos. A película não demora em definir o posicionamento da dinâmica entre os dois homens, quando Francisco está no banheiro assoviando a melodia de "Dancing Queen" do ABBA, música que Bento jamais havia ouvido - e a fita não perde a oportunidade e coloca a cena da votação embaixo da música, um anacronismo bem charmoso. Inclusive, essa cena da votação, logo no início da sessão, é a melhor de todo o filme pela montagem ágil e energética, e a fotografia belíssima, que foca no contraste entre o branco sacro da Capela Sistina com o vermelho das vestes dos votantes. É aqui que as escolhas são corretas, porém, a sequência diverge de basicamente todas as outras em termos de composição e ritmo, então o que funciona aqui não funciona no resto.

A beleza real do longa é a dicotomia entre os personagens, uma dupla que é feita com arquétipos nada novos, mas que são eficazes. De um lado temos Bento XVI, o papa velho, doente e reacionário, contra Francisco, o novo e (dentro dos enormes limites da religião) revolucionário papa que diz que o perdão ajuda o pecador, não a vítima, enquanto assiste futebol e acha que cada gol é um presente do altíssimo. Suas composições são reflexos do status vigente da igreja: Bento enfrenta o escândalo dentro do Vaticano sobre corrupção e pedofilia. Sua instituição está tão falida quanto sua pessoa, e todos precisam do frescor de um novo papa e uma nova igreja, com ideias mais coerentes com a sociedade atual, e esse é Francisco.

Francisco almeja sua aposentadoria do sacerdócio, todavia, o único que tem o poder de conceder tal desejo é o próprio Papa, e Bento se nega veementemente. Seus motivos são revelados quando ele começa a se familiarizar com o "rival": ele quer que Francisco o substitua quando anunciar sua renúncia, um escândalo por si só - um papa não renunciava o cargo há mais de 700 anos. O roteiro é uma repetição dessa teimosia, cada um querendo algo que anula o desejo do outro, e o impasse cansa já na metade do filme.


Falando na duração, "Dois Papas" tem 125 minutos, o que é bastante sólido. Entretanto, pelo menos meia hora poderia ter sido deixada de lado. No segundo ato, o filme literalmente interrompe seu plot central para acrescentar um paralelo: Francisco não se acha digno do posto de papa pelo o que ocorreu durante a ditadura militar argentina. São 25 minutos de flashbacks remontando o que gerou essa mácula no homem, e este outro filme destoa completamente do que "Dois Papas" realmente é. Os rumos vão ladeira abaixo com o típico mote aula-de-história-na-tela, e só comprova o erro que é essa bagunça de decisões sem firmeza dentro da produção.

O roteiro adentra demais em um período histórico da Argentina que não tem o peso compatível com o espaço dado a este período. É interessante vermos o passado de Francisco para ilustrar o que o fez ser tão diferente de Bento XVI, principalmente quando aborda o passado na ciência do homem, só que nada é capaz de render misericórdia para uma mudança tão brusca de narrativa. Além disto, chega a ser cômico como o texto de Anthony McCarten (escritor do livro que o filme se baseia e do roteiro de, eeeeerrrrr, "Bohemian Rhapsody", 2018) é recheado de sacadas para ser inteligente. É verdade que alguns diálogos são bem inspirados - o da construção de muros ao redor da igreja, por exemplo -, mas é muito forçado o uso de pontuações gratuitas para serem usadas em outros momentos só para parecer que o roteiro foi pensado de maneira abstrua - como a fala de Bento sobre a fumaça de uma vela que previsivelmente será usada em outro momento.

O que faz "Dois Papas" ser minimamente assistível é a atuação fantástica da dupla protagonista. Tanto Hopkins quanto Pryce são majestosos na pele dos papas que não se bicam, e assusta como ambos são parecidos com os papas reais - Pryce é a cópia do Papa Francisco, até nas cenas com imagens reais dá para gerar uma dúvida. Mesmo em cenas que não possuem tanto brilho, suas performances fazem tudo valer a pena, e não havia possibilidade de esperarmos algo diferente. Meirelles, que dirige com tropeços o longa, não precisa nem suar para retirar o melhores dessa dupla monstruosa.

Entre diversos erros de produção, um grande acerto de "Dois Papas" é não tomar partido a partir da exposição da fé de seus personagens. Aliás, há um esvaziamento de um sentido real da instituição ao mostrar que o sentido é inventado - são homens discutindo o que deus havia lhes incumbido e, assim, moldado o rumo de uma legião. No entanto, se o argumento é a exposição de brigas de poder versus a santidade do cargo, "Dois Papas" na verdade é uma cinebiografia caótica e mal feita que visa santificar o nosso atual e humilde papa, que recusa a pompa da posição, liga ele mesmo para a companhia de aviação para reservar uma passagem e toma Fanta laranja com pizza recém ungida.

Você precisa conhecer o Fábio Sina e seu novo single, "Selvagem"

Se tem uma coisa que a gente gosta de fazer é apresentar novos artistas do pop nacional que já estão começando muito bem. Dessa vez, nossa indicação fica para o Fábio Sina, artista LGBTQ+ do subúrbio do Rio de Janeiro. 

Nascido no Complexo do Alemão, Fábio começou cantando em coral de igreja, mas hoje faz um som completamente diferente, que mistura pop e R&B, como podemos ver no seu novo single, "Selvagem", carro-chefe de seu primeiro EP de mesmo nome previsto para 2020. 

Com uma letra bastante chiclete e um refrão que fica na sua cabeça desde a primeira ouvida, a faixa, descrita como "divertida, sexy e pra dançar" pelo próprio Fábio, combina bastante com o que temos visto no pop nacional, misturando elementos acústicos e eletrônicos com aquele gostinho bem brasileiro. 



E pra combinar bastante com o nome da música, o clipe de "Selvagem" foi gravado em meio à natureza, numa cachoeira, com direito à muita coreografia e diferentes looks. A direção ficou por conta de Sandiego Fernandes e Jeff Libluc, mesmos nomes por trás de "AmerElo", do Emicida com a Majur e a Pabllo Vittar.



Ok, estamos mais do que convencidos a ficar de olho no trabalho do artista. 

Lizzo, Billie Eilish, Rosalía e mais: 10 mulheres que transformaram a música em 2019


Do topo dos charts às listas da Pitchfork e menções no Twitter, a música em 2019 foi dominada por mulheres criativas e dispostas a reinventar o som pop como conhecemos. Desde o teen pop ao reggaeton, o trap, o sertanejo e a pc music, tivemos artistas brilhando o ano inteiro e uma infinidade de obras musicais incríveis assinadas por mulheres.

Selecionamos 10 das artistas femininas que mandaram na indústria esse ano, e resumimos um pouquinho das conquistas de cada uma dessas maravilhosas. Vem ver:

Billie Eilish
Aos 17 anos, Billie Eilish já acumula 6 indicações ao Grammy após o sucesso estrondoso de seu debut, “When We All Fall Asleep, Where do We Go?”, composto inteiramente por ela e seu irmão Finneas. Com beats de trap e dubstep misturados ao seu bedroom pop melancólico, a sonoridade do álbum é perfeita para consagrá-la o ícone da geração Z. Billie ainda foi a artista feminina mais ouvida no Spotify em 2019, com o álbum mais escutado na plataforma durante o ano.

Rosalía
Após o sucesso mundial do seu segundo álbum de estúdio, “El Mal Querer”, a cantora espanhola deixou bem claro em 2019 que pode entregar de TUDO, lançando singles das mais variadas sonoridades: ela começa o ano com o smash “Con Altura”, parceria com J Balvin e El Guincho que hoje já conta com mais de 1 bilhão de views no YouTube; ao longo do ano ainda trouxe o hino das unhas enormes “Aute Cuture”, a rumba cantada em catalão “Milionária”, a parceria reggaeton com Ozuna “Yo x Ti, Tu x Mi”, e o glich pop “A Palé”, sempre misturando suas referências flamencas a sons urbanos. Rosalía ainda conquistou 3 Grammy Latinos pelo disco EMQ, e encerra o ano com duas indicações para o Grammy de 2020 como Artista Revelação e Melhor Álbum Latino.

Lizzo
Se 2019 foi o ano de alguém, foi o ano da Lizzo. A cantora alcançou o topo do Billboard Hot 100 por 7 semanas com “Truth Hurts”, que se tornou a música de rap feminino com mais tempo na primeira posição da história. Lizzo ainda conquistou 8 indicações ao Grammy 2020, incluindo o prêmio de Artista Revelação e de Álbum do Ano pelo seu “Cuz I Love You”, lançado ano passado e que deu espaço para músicas do início de sua carreira despontarem nos charts e conquistarem o mundo todo.

Lana Del Rey
Dona do primeiro lugar na lista de melhores álbuns do ano da Pitchfork, Lana Del Rey entregou em 2019 uma obra forte e completa com o seu “Norman Fucking Rockwell!”. Composto por ela em parceria com Jack Antonoff,  o álbum não só teve um ótimo desempenho nos charts e uma recepção extremamente positiva da crítica - a estreia atingiu a 3ª posição do Billboard 200 e recebeu um 9.4 da Pitchfork -, mas mostrou ao mundo a sua potência como compositora com 14 faixas impecáveis. A turnê do disco chega ao Brasil em abril, durante o Lollapalooza, e temos certeza que vem showzão por aí!

Normani
Dona do videoclipe mais comentado do ano, o primeiro trabalho completamente solo da ex-Fifth Harmony, “Motivation”, impressionou o mundo pela força de sua performance e por ser a ode perfeita às popstars R&B dos anos 90 - recentemente, ela ainda questionou em entrevista à Cosmopolitan porquê da música pop precisar ser "tão branca", e afirmou que ter exigido que o clipe tivesse o máximo de representação da cultura negra possível. Normani ainda teve o bem sucedido feat com Sam Smith "Dancing With A Stranger" na conta de 2019, que chegou à 7ª posição do Billboard Hot 100. A expectativa é altíssima para o seu debut, que deve chegar ao mundo em 2020. Estamos ansiosos!

Ariana Grande
Ari começou 2019 com o potente “thank u, next”, a redenção pop merecida depois de todas as reviravoltas em sua vida no ano anterior. O lead single com o mesmo nome teve sua estreia na primeira posição do Hot 100, e o segundo single do disco, “7 rings”, também debutou em primeiro. O álbum ainda foi considerado o melhor de 2019 pela Billboard e a Rolling Stone, e a cantora ainda garantiu uma turnê mundial extremamente bem sucedida: dedicada aos seus últimos dois trabalhos, a Sweetener Tour foi a maior já feita por Ariana, tanto em público como faturamento. A tour ainda engajou a audiência politicamente, registrando 33 mil americanos para as próximas eleições, como parte de uma ação da cantora para conscientização de seus fãs sobre a importância da participação no processo eleitoral no país.

FKA Twigs

Gratidão é só o que podemos sentir por Fka Twigs por nos ter presenteado com “MAGDALENE”. Considerado o segundo melhor álbum do ano pela Pitchfork com nota 9.4, o disco é cheio de faixas emocionantes e íntimas guiadas pelos delicados vocais de FKA, que ainda revelam todo o seu brilhantismo como compositora. O single “cellophane” ainda foi considerado a melhor canção do ano pela editoria, com versos que mergulham profundamente nas emoções de um coração partido.

Charli XCX
Princesinha da pc music, Charli trouxe esse ano o seu esperado terceiro álbum, batizado com o seu próprio nome. Composto e produzido com o seu colaborador de longa data, A.G. Cook, o disco traz uma série de colaborações grandiosas, desde a nossa diva conterrânea Pabllo Vittar à Lizzo, Sky Ferreira, Kim Petras e HAIM. A sonoridade pop futurista própria da artista garante uma legião de fãs dedicados ao seu universo ao redor do mundo, e cada faixa do disco parece dedicada à comunidade criada por seus admiradores, desde os versos sobre festejar até de manhã aos que revelam as dores de sentir-se desajustado. O álbum teve boa recepção pela crítica, com a faixa “Gone” com Christine and The Queens na quarta posição das melhores músicas de 2019 pela Pitchfork. Charli ainda mostrou seu lado empresária em 2019 com a série “I’m With The Band”, idealizada por ela para a Netflix: com 4 episódios, o programa mostra o nascimento da banda Nasty Cherry, que inicia a vida na música com a mentoria da cantora; é super interessante ver a visão madura de Charli sobre o futuro da indústria em ação.

Megan Thee Stallion
A hot girl Megan Thee Stallion iniciou todo um movimento de amor próprio e incentivo para as mulheres abraçarem a própria sensualidade livres de julgamentos com o meme Hot Girl Summer, que acabou se transformando em hit parceria com Nicki Minaj e Ty Dolla Sign. A faixa chegou à 11ª posição do Hot 100, maior posição conquistada pela rapper nos charts em apenas 2 anos do lançamento do seu primeiro trabalho de estúdio, “Make It Hot”. Megan começou a participar de batalhas de rap aos 16 anos, inspirada por sua mãe, a também rapper Holly-Wood, e conquistou o mundo com as rimas bem-humoradas do EP “Tina Snow”, batizado em homenagem ao alter-ego unapollogetic da artista. Seu mais recente trabalho, o disco “Fever”, recebeu nota 8 da Pitchfork, com a faixa “Cash Shit” considerada uma das melhores de 2019 pela editoria.

Marília Mendonça
Passando na frente de Lady Gaga na lista de artistas mais vistos da história no YouTube - e acumulando mais de 6,4 bilhões de views em seu canal -, a sertaneja Marília Mendonça é dona de um sucesso estrondoso: foi a artista mais ouvida do país no Spotify e na Deezer em 2019, conquistando na última a terceira posição entre os artistas mais ouvidos do mundo na plataforma. A cantora de apenas 24 anos ainda venceu do Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Sertaneja em 2019 com o projeto “Todos Os Cantos”, que passou por 16 capitais brasileiras ao longo do ano e conquistou também o primeiro lugar entre os álbuns mais ouvidos do Brasil no Spotify. Compositora desde os 14 anos, o cenário machista do sertanejo demorou anos para abraçá-la, e viveu no anonimato durante muito tempo escrevendo canções para grandes artistas do gênero como Cristiano Araújo e João Neto & Frederico. Hoje, Marília tornou-se referência mundial no gênero, colecionando hits suficientes para ser considerada a maior artista brasileira.

2019 ainda trouxe diversas outras artistas com obras incríveis na música, e a nossa lista poderia ter mais milhares de nomes. Ainda temos um longo caminho a ser percorrido por maior representação feminina na indústria - segundo a Forbes, mulheres representavam apenas 21% dos artistas na Hot 100 e Billboard 200 no início desse ano, e apenas 10% das indicações ao Grammy entre 2013 e 2019 eram mulheres. Torcemos por um 2020 com mais e mais artistas, compositoras, produtoras, engenheiras, empresárias e profissionais femininas em geral mostrando toda a sua potência criativa no meio musical.

Crítica: “Entre Facas e Segredos” e o malabarismo funcional entre tensão e diversão

Crítica: a crítica contém detalhes da trama.

Histórias de mistério, plots e assassinatos percorrem a cultura há gerações. Dos livros da Agatha Christie até os filmes de Alfred Hitchcock, o público sempre demonstrou imenso interesse pela clássica pergunta "Quem matou insira aqui o nome da vítima?". "Entre Facas e Segredos" (Knives Out) é uma releitura desse mote, o "filme de detetive" (ou "whodunit", o subgênero em inglês).

A noite do aniversário de 85 anos do patriarca da família Drysdale, Harlan (Christopher Plummer) termina com o homem morto. O que inicialmente sugeria um suicídio esconde segredos muito mais complexos, algo que o detetive Benoit Blanc (Daniel Craig) está ávido em desvendar. "Entre Facas em Segredos" tem como solo o questionamento sobre quem matou Harlan, e os suspeitos são inúmeros.

O casting do filme é repleto de estrelas - como Chris Evans, Janie Lee Curtis, Michael Shannon, Toni Collette, Katherine Langford e Jaeden Martell -, e basicamente todos têm culpa no cartório. A estrutura do filme é feita (por meio de uma montagem fabulosa) com cada personagem contando sua versão do enorme quebra-cabeça da noite do crime e flashbacks para que o espectador saiba o que era verdade ou mentira. O que poderia sugerir uma família feliz é rapidamente demolida com os depoimentos, cheios de ressentimentos por parte dos familiares - e a reconstituição das falas criativamente começa com muita simpatia e camaradagem (a maneira como o personagem conta para o detetive) e logo expõe a inconveniente verdade.


Basicamente, todos os principais suspeitos brigaram com Harlan por um único motivo: dinheiro. O patriarca era um famosíssimo autor e proprietário de grande fortuna, e todos ligados à família estão como urubus dentro da casa. A única que parece genuinamente preocupada é Marta (Ana de Armas em uma atuação excelente), a enfermeira particular de Harlan que tinha uma íntima relação com o falecido. Ela, que é fisicamente incapaz de mentir (ela vomita sempre que tenta), é a peça-chave do mistério, sabendo exatamente o que ocorreu naquela noite.

Uma das escolhas corretas do roteiro é não tentar sustentar o filme inteiro com a dúvida sobre quem matou Harlan - na metade da projeção já sabemos. A sacada é dar uma virada e mudar o foco da trama, que sai de "quem matou o patriarca?" para "como Marta vai se livrar da culpa?". É deveras evidente várias surpresas do filme - ele é aberto na casa de Marta, o que já dá a entender que ela é o gancho que prende toda a história -, além do exagero tremendo em jogar peças que gritam culpabilidade, mas que sabemos serem apenas desvios de foco para o real vilão do todo.

E falando em exagero, "Entre Facas e Segredos" tem de sobra. O estilo pode incomodar, porém, assim como um "As Panteras" (2000), você precisa ter em mente que o trem se move em uma constante de absurdos propositais. O longa é tanto uma homenagem quanto uma sátira do subgênero, remetendo a "Disque M Para Matar" (1954) e "Assassinato no Expresso Oriente" (1974) - é válido pontuar que ambos, dois dos maiores nomes do gênero "detetive", são baseados em livros, o que faz de "Entre Facas" uma agradável revelação por se tratar de uma obra original.

O aspecto homenagem/sátira cai principalmente em cima do personagem de Daniel Craig. Uma caricatura ambulante, ele é o ápice da figura clássica do detetive: sotaque esquisito, habilidade for farejar culpa e sacadas de cena feitas ao máximo. Não estranhamente, conversa (de maneira histriônica) com o Inspetor Hubbard de "Disque M", Hercule Poirot de "Expresso Oriente" e, claro, Sherlock Holmes - o personagem até passa o filme chamando Marta de "Watson". Essa é uma fita que não tem vergonha de escancarar suas referências literárias, cinematográficas e pop (um dos policiais fala que a casa é como o tabuleiro do jogo "Detetive", o que foi uma flechada no meu coração).


Rian Johnson, que assumiu a responsabilidade de dirigir "Star Wars: Episódio VIII - Os Últimos Jedi" (2017), comprova ser um habilidoso diretor quando sustenta um filme que aparenta ser simplório, mas é uma realização longe disso. "Entre Facas" é assumidamente uma comédia, contudo, sua fundamentação é o mistério. Portanto, como fazer a plateia rir sem que a tensão da trama seja perdida (uma reação mais que comum em inúmeros filmes que tentam - e falham - unir essas duas sensações contrastantes, não é mesmo, "A Freira", 2018)? Ainda por cima, temos os elementos hiperbólicos, que poderia ainda dar mais errado; e o filme funciona muito bem.

Pelo menos até o terceiro ato. A partir da cena que Marta cede à uma chantagem, a película começa a andar em círculos, jogando reviravolta em cima de reviravolta. Imediatamente lembrei do badalado "Um Contratempo", que deve ser o filme com mais reviravoltas por segundo na história do Cinema (sempre brinco que, caso você pisque durante o filme, perderá 15 reviravoltas e vai ter que recomeçar do início). O que faz "Um Contratempo" funcionar em termos de "temos que surpreender o público" é que seus plot twists são limpos e certeiros, apesar de excessivos. No caso de "Entre Facas", soa como se o roteiro estivesse fazendo malabares com os fatos dados no decorrer do filme, na esperança de que a solução caia nas mãos da produção ao invés de atingirem o chão - e tem pontos que caem de cara, como por exemplo a cena do pingo de sangue, que não é explicada mesmo sendo usada como motivação de um dos personagens.

Dentro todos os erros e acertos (felizmente aqui há mais acertos), o que mais me afeiçoou na fita é a maneira como o texto vai para o campo político. Tentei ao máximo deixar essa crítica livre de spoilers, todavia, abrirei mão da empreitada apenas no presente parágrafo. Marta é uma imigrante latina; sua mãe está nos EUA ilegalmente, um dos temores da protagonista ao se ver enrolada na morte de Harlan. Durante a projeção, inúmeros pontos envolvendo a problemática são inseridos, como o neto simpatizante do Nazismo e o marido xenofóbico e a favor da prisão de imigrantes latinos. Além de fomentar a persona dos peões envolvidos, o roteiro tem uma claríssima mensagem a passar - é hilário ver como cada um deles diz que Marta veio de um país latino diferente, pois, bem, para eles são todos iguais. Aquela burguesia que se esconde atrás de sorrisos perfeitos é cheia de ódio e interesses mesquinhos, e Marta, tomando seu café na sacada da sua nova mansão, assiste com prazer os abutres preconceituosos perdendo tudo. É uma vingança textual deliciosa e um dedo do meio para a Era Trump.

"Entre Facas e Segredos" se sobressai por ser um "filme família" capaz de agradar a todas as faixas etárias sem ser genérico ou redutivo - pelo contrário, é sólido e divertidíssimo. Há caminhos frescos percorridos que demonstram o quanto ainda é possível resgatar estilos com personalidade e eficiência. Grandioso pelo seu batalhão de estrelas e pelo roteiro que estrutura a trama sabiamente, os excessos podem até diminuir a sessão - o filme se esforça para parecer mais complexo do que realmente é -, mas, mesmo sendo familiar e até previsível, é capaz de gerar interesse por todos os 130 minutos e terminar socialmente afiado, sem perdão pelo trocadilho. E Chris Evans como um personagem que odeia cachorros é aula de atuação.

Mariah Carey faz história ao colocar "AllI Want For Christmas Is You" no topo da Billboard Hot 100

Inventora do Natal, ícone atemporal e agora dona da música nº 1 nos Estados Unidos essa semana. Após 25 anos de seu lançamento, Mariah Carey coloca o hino natalino "All I Want For Christmas Is You" no topo da Billboard Hot 100. 


Se o feito por si só já é algo impressionante, então espera só até ver todos os recordes que a artista quebrou com a chegada de "All I Want" no topo da parada. Para começar, ela estendeu seu recorde como a mulher que mais chegou ao 1º lugar da Hot 100, agora com 19 singles. Ela já tem oitenta semanas acumuladas na principal posição do chart!

Mariah também conseguiu outro feito bem legal: ela se juntou à um grupo de elite de cantoras que conseguiram chegar ao 1º lugar da parada em três décadas diferentes. São elas Madonna, Cher, Beyoncé, Britney Spears, Christina Aguilera, Diana Ross e Janet Jackson. Se a Mariah conseguir manter o 1º durante a primeira semana de 2020, ela se tornará a primeira artista a ter conseguido chegar ao topo da Hot 100 em quatro décadas diferentes. 

Agora falando especificamente de "All I Want For Christmas Is You", a música se tornou a canção que demorou mais tempo pra chegar ao 1º lugar da Hot 100. Vinte e cinco anos de espera não é pra qualquer um, né?

Por fim, com a Mariah Carey chegando ao topo da principal parada de singles dos Estados Unidos, 2019 estende sua liderança na década como o ano com mais 1ºs femininos na Hot 100. Foram eles: "thank u, next" e "7 rings", da Ariana Grande; "Without Me", da Halsey; "Shallow", da Lady Gaga; "Bad Guy", da Billie Eilish; "Señorita", da Camila Cabello; "Truth Hurts", da Lizzo; "Lose You To Love Me", da Selena Gomez e, agora, "All I Want For Christmas Is You". 

Lista: as 10 piores vitórias do Oscar na década (e o porquê)

Ah, o prêmio da Academia... A maior honraria do mundo do entretenimento é algo de investimentos absurdos por parte de pessoas e empresas em busca do tão sonhado careca dourado. Como já disse Madonna quando perguntada se queria um Oscar, "E quem não quer???". O auge do entretenimento televisivo, há quase um século a premiação faz o mundo parar para ver quem sairá da noite um pouco mais dourado, e nós, também, estamos aqui para julgar tudo isso.

A década de 2010 foi importante para a premiação e, consequentemente, a indústria. Tivemos a primeira mulher a vencer o Oscar de "Melhor Direção", tivemos calorosas discussões sobre a representatividade de minorias entre os indicados, tivemos o primeiro filme 100% negro e LGBT a vencer o maior prêmio da noite, enfim, vimos avanços, mas também vimos algumas decisões que nos fizeram falar "Academia, conte comigo para nada". E aqui trago as 10 piores entre elas.

Cada um dos 10 prêmios listados estão aqui tanto pelo valor absoluto - o que o agraciado fez em seu respectivo filme - quanto pelo valor comparativo - qual era a concorrência naquela categoria. Caso você discorde de algum a ponto de se inflamar, não esqueça: cada um deles está em casa com um Oscar em casa, então unbothered. Faça o mesmo.


10. Brie Larson vencendo "Melhor Atriz" por "O Quarto de Jack", Oscar 2016

Já existe há algum tempo um padrão que envolve o prêmio de "Melhor Atriz": premiar uma atriz nova e promissora em detrimento de uma mais velha e consolidada, afinal, essa lógica rende muito mais para a indústria. Brie Larson foi uma delas. A atriz é deveras competente e faz um bom trabalho em "O Quarto de Jack", todavia, sua vitória é um exagero tremendo, principalmente vendo que ela não era, nem perto, a melhor entre as indicadas: Cate Blanchett por "Carol" e Charlotte Rampling por "45 Anos" eram muito mais merecedoras.

9. "A Grande Aposta" vencendo "Melhor Roteiro Adaptado", Oscar 2016

A Academia se derrete por roteiros complicadíssimos, intricados e com falatório interminável, por isso não surpreendeu quando "A Grande Aposta" venceu "Roteiro Adaptado". Um daqueles filmes que só é valorizado pelo grupinho norte-americano, o roteiro brilhante de "Carol" estava indicado ali do lado, esnobado criminalmente, assim como a falta de indicação à categoria de "Melhor Filme" naquele ano.

8. Tom Hooper vencendo "Melhor Direção" por "O Discurso do Rei", Oscar 2011

O Oscar 2011 foi um daqueles que a gente, quase uma década depois, olha para trás e pensa "o que diabos aconteceu?". Indicados errados e vencedores piores ainda, um dos auges foi a limpa que "O Discurso do Rei" fez, vencendo quatro prêmios. Se for para escolher o pior, com certeza foi Tom Hooper levando "Melhor Direção". Não apenas pela robótica e nada inspirada direção: ele era, literalmente, o mais fraco dos cinco indicados. A cara do Darren Aronofsky (vencedor moral) no anúncio da categoria resume. 

7. "O Jogo da Imitação" vencendo "Melhor Roteiro Adaptado", Oscar 2015

"O Jogo da Imitação" é um daqueles filmes históricos desesperado para ganhar um Oscar. E conseguiu. É verdade que das oito indicações, felizmente venceu apenas uma, e logo naquilo que o filme faz de pior: o roteiro. Esquemático, rasteiro e pronto para uma matinê qualquer, a história de Alan Turing tinha tudo para ser uma sólida biografia LGBT, mas termina como um daqueles textos que sai direto em DVD. Bom pontuar que a categoria em 2015 estava um horror, contudo, "Whiplash" era concorrente. Não dá para entender.

6. "Esquadrão Suicida" vencendo "Melhor Maquiagem", Oscar 2017

Até hoje me pergunto se esse acontecimento é real: "Esquadrão Suicida" tem um Oscar para chamar de seu. Uma indicação já seria o auge de uma honraria para essa bagunça em formato de HQ audiovisual, contudo, a Academia foi ainda mais longe e escolheu a maquiagem do filme - que é, na melhor das hipóteses, "competente" - como a melhor do ano. "Star Trek: Sem Fronteiras" e "Um Homem Chamado Ove" seriam nomes mais dignos.

5. "Bohemian Rhapsody" vencendo "Melhor Montagem", Oscar 2019

Eu realmente podia escrever todo um texto sobre o quão desastrosa é a montagem de "Bohemian Rhapsody" (comento sobre na crítica do filme), porém, vou deixar esse tweet falar por si só.

4. Eddie Redmayne vencendo "Melhor Ator" por "A Teoria de Tudo", Oscar 2015

Você é um ator em acensão e quer um Oscar para chamar de seu? É fácil, só seguir essa fórmula: escolha um personagem real em sua cinebiografia + assista ao máximo de fitas sobre a personalidade, e copie seus trejeitos + exagere na carga emocional, se fizer chorar é ainda melhor + submeta-se a uma mudança física drástica. Seu nome já tá na estatueta, como foi o caso de Eddie Redmayne como Stephen Hawking. Se você assistir apenas à sua performance, pode até ver os motivos que a Academia tenha colocado o nome do ator no envelope, porém, visto que Steve Carell e Michael Keaton entregaram duas das melhores atuações daquele ano, a coisa empalidece. Piora ainda quando percebemos que aquela atuação antes tão coerente é o mote do ator, que desde então repete a mesma coisa em toda atuação.

3. "Green Book" vencendo "Melhor Roteiro Original", Oscar 2019

Já deu para perceber que a 91ª edição do Oscar estava empenhada em acumular fracassos, certo? Em um ano fantástico para o cinema, a Academia apontou o dedo para "Green Book" como o melhor roteiro daquela temporada. Um verdadeiro manual clichê sobre o racismo na nossa sociedade, há absurdamente NADA de inovador nesse texto da mente por trás de "Debi & Lóide" (sim). Chega a assustar quando pensamos que os votantes viram o texto de "A Favorita" e acharam que não era tão bom quanto o de "Green Book".

2. Jennifer Lawrence vencendo "Melhor Atriz" por "O Lado Bom da Vida", Oscar 2013

Aquele esquema que fez Brie Larson vencer o Oscar de "Melhor Atriz" foi o mesmo que rendeu o careca dourado para Jennifer Lawrence. A situação no caso de JLaw é muito pior por um motivo simples: enquanto a atuação de Larson era, vista unicamente, algo até entendível de receber o prêmio, a de JLaw em "O Lado Bom da Vida" é uma tragédia e a pior das cinco indicadas. O filme com toda certeza não ajuda: uma "Sessão da Tarde" sem tirar nem por, passamos por um draminha superficial e um romance água com açúcar para gerar vergonha, e JLaw jamais chega perto de transparecer ser a ninfomaníaca que seu papel tenta por na tela. Para consolar o coração, só pensar que ela venceu o prêmio por "Mãe!". É revoltante, também, lembrar que Emmanuelle Riva morreu sem um Oscar, mesmo depois da genial performance em "Amor".

1. Rami Malek vencendo "Melhor Ator" por "Bohemian Rhapsody", Oscar 2019

"Bohemian Rhapsody" foi, de longe, o maior delírio coletivo da década. Massacrado pela crítica, mas amado pelas premiações, a bomba foi capaz de sair o Oscar 2019 com QUATRO prêmios, o maior do ano - e todos os quatro poderiam estar aqui listados. Mas nada é tão assombroso quanto Rami Malek vencendo "Melhor Ator". Não que ele esteja horrível na pele de Freddie Mercury, mas está bastante longe da excelência que um Oscar pode representar, que seria muito bem exemplificada por Bradley Cooper em sua melhor atuação da carreira por "Nasce Um Estrela". A produção está mais preocupada em tornar Malek o mais similar possível com Mercury (e realmente consegue em vários momentos) do que em compor uma atuação de verdade, afinal, a performance é mais importante que o visual.  Um daqueles prêmios que daqui a alguns anos as pessoas vão olhar para trás e pensar "como foram capazes?". Cachorro coloca dentadura na boca e ganha Oscar de "Melhor Ator".

E vamos de aclamação! "Fine Line", do Harry Styles, é um dos melhores discos do ano

Harry Styles esperou até dezembro para lançar seu novo disco, o "Fine Line", mas, mesmo tendo chegado no finalzinho do ano, podemos dizer que esse é, com toda a certeza, um dos melhores álbuns de 2019. 

Em seu segundo material solo, lançado nesta sexta-feira (13), Harry revela seu íntimo como nunca tínhamos visto antes e canta sem pudor sobre o término de seu último relacionamento, colocando todas as suas emoções pra fora, apontando seus defeitos e se mostrando totalmente vulnerável. 

Para quem gostou da sonoridade pop-rock de seu primeiro trabalho solo, o "Fine Line" traz também várias referências de décadas passadas, mas combina essas influências com um pop mais moderno e classudo, como é o caso do que vimos na dançante e levemente disco "Adore You". E a produção é um dos maiores destaques desse novo álbum: ela flerta com diversos instrumentos, do saxofone ao piano, das guitarras ao baixo, sempre soando impecável e extremamente cuidadosa. 

Em uma primeira ouvida, nossas faixas favoritas são a emotiva e honesta "Cherry", que conta com um voicemail da ex-namorada de Harry, a francesa Camille Rowe, ao final; "She", que soa atemporal, conta com mais de seis minutos de duração e termina com um grandioso solo de guitarra; e a divertida e levemente psicodélica "Sunflower, Vol. 6"

Daqueles discos que vamos ficar viciados por muito tempo:

Dua Lipa prova que é uma das artistas pop mais interessante da atualidade no single "Future Nostalgia"

Se o primeiro single da nova era de Dua Lipa, a dançante "Don't Start Now", já te impressionou, prepare-se para elevar o hype nas alturas com a nova música da artista, a maravilhosa "Future Nostalgia"

Levando o nome do segundo disco de Dua, a faixa foi lançada nessa sexta-feira (13) e é um pop eletrônico com cara de Daft Punk e Kylie Minogue em seus tempos bem disco, que realmente mistura o antigo ao novo, tal como a proposta do novo álbum da cantora, ao soar definitivamente nostálgica, mas, ainda assim, refrescante e diferente de tudo que estamos ouvindo ultimamente.

Mas a sonoridade deliciosa não é único destaque aqui. A letra, poderosa e atrevida, também merece sua atenção. Aqui, Dua fala sobre como "querem uma música atemporal, mas ela quer mudar o jogo" e se intitula um "alfa feminino". Do jeito que Dua Lipa está provando que sabe se reinventar e se manter interessante, não duvidamos nada que logo, logo ela se torne uma das líderes do pop. 



O novo álbum da Dua segue sem data de lançamento, mas esperamos que ela libere o mais rápido possível esse que já promete ser um dos melhores discos de 2020. 

“My Oh My”, de Camila Cabello, viraliza no Tik Tok e dá sinais de hit

Tá certo que o início da divulgação do “Romance”, novo disco da Camila Cabello, foi bem conturbada, com muitos singles e faixas promocionais sendo lançados ao mesmo tempo, mas agora a cantora tem uma canção em mãos que pode virar esse jogo: “My Oh My”, sua parceria com o rapper DaBaby.



A faixa viralizou recentemente no Tik Tok, aplicativo de vídeos que tem ditado às tendências da música nos Estados Unidos, graças a um vídeo que a própria Camila postou, dançando ao som da canção. O marketing inteligente veio! 


Com a subida no aplicativo, “My Oh My” subiu também no Spotify e atingiu seu pico nessa quinta-feira (12). No chart global, a canção pulou para #32, enquanto no americano se encontra agora em #27. 

“My Oh My” ganhará sua primeira performance em um programa de TV nesta quinta e deve ser o próximo single de Camila, ganhando um videoclipe e, esperamos, bastante divulgação. Foca em um e vai!


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