As divas pop estão passando por uma crise e ela parece longe de acabar

Quando Rihanna começou a promover o disco “ANTI”, foram longas as tentativas de acertar o direcionamento do álbum, que contou com dois “primeiros” singles até que a barbadiana se unisse ao Drake na inevitavelmente bem sucedida “Work”.

A má recepção das canções anteriores, ainda que não fossem tão comerciais, era de se impressionar, principalmente por conta desse trabalho quebrar o jejum da cantora desde o álbum “Unapologetic”, que alcançou o topo das paradas nos Estados Unidos e Reino Unido, rendendo ainda singles como “Diamonds” e “Stay”.


O que acontecia com Rihanna, entretanto, não era novidade entre as divas do pop. Gaga, que em 2013 lançou o disco “ARTPOP”, amargou números bem menores do que o esperado com o single “Applause” e as coisas só pioraram nos seus passos seguintes, graças ao histórico de acusações por estupro e pedofilia do seu parceiro no outro single, “Do What U Want”, e confusa estratégia de divulgação de “G.U.Y”, que encerrou os trabalhos do CD.

Passada uma grande temporada de mudança de imagem, que incluiu o projeto de jazz com o músico Tony Bennett e parcerias com artistas como Diane Warren e Nile Rodgers, a cantora retornou no último ano com o álbum “Joanne” e capengou rumo ao seu primeiro grande hit em anos, mas não se tratava de nenhuma faixa explosivamente pop como foi “Just Dance”, “Poker Face”, “Bad Romance” ou “Born This Way” e, sim, a baladinha country “Million Reasons”.


No topo outra vez, meses após nos lembrar porque é considerada uma das maiores artistas da sua geração no palco do Super Bowl, Gaga se entregou ao pop que seus fãs tanto ansiavam com o videoclipe de “John Wayne”, do mesmo disco, e nos primeiros sinais de que a faixa repetiria a má recepção dos trabalhos anteriores, a gravadora sinalizou: a música não era um single. O bonde seguiria com “Million Reasons”.

Quando finalmente decidiu se desvencilhar da tal canção lenta, Gaga se desvencilhou também de toda a fase “Joanne”, dando espaço para a proposta dançante, comercial e óbvia para as playlists atuais do Spotify: “The Cure”. O que tinha tudo para ser a cura do que seus fãs tanto pediam, entretanto, revelou o que boa parte do público ainda não havia percebido: as divas do pop estão em crise.


Já faz algum tempo que a música pop vem se tornando menos interessante, ao menos quando falamos dela no seu sentido literal, das músicas que estão no topo das paradas. As divas do pop, espalhafatosas, ousadas, dispostas a levantarem bandeiras em prol de minorias e virarem premiações de cabeça para baixo deram espaço para o pop higienizado e heteronormativo de Taylor Swift, para as baladas (lindas, diga-se de passagem) que até as suas tias escutam da Adele e, não podemos esquecer, para esse monte de caras que quase parecem os mesmos de tão pouco que acrescentam ao cenário e semelhança das músicas monotemáticas que cantam (coloca na conta do Ed Sheeran, Shawn Mendes, Charlie Puth, etc).

Falar em “higienização e heteronormatividade”, por sua vez, é um bom ponto de partida pra todo esse entendimento. Isso porque pop é cultura, cultura carrega valores e ideologias, e o que vivemos neste momento é uma fase em que Meghan Trainor e The Chainsmokers ganham Grammys por trabalhos medíocres e esquecíveis, porque grandes gravadoras, empresas e plataformas os abraçam e investem neles enquanto astros inofensivos, que não desafiam o status quo.


Neste sentido, não devemos nos surpreender ao ver que, no ano seguinte ao que Beyoncé foi uma das artistas que mais vendeu com seu novo disco, um material audiovisual que discutiu o empoderamento feminino e negro, as paradas americanas passaram pela primeira semana sem uma mulher entre as dez maiores canções desde os últimos 33 anos – revertendo isso pela aparição de Alessia Cara em “Stay”, que na verdade pertence ao repertório do DJ Zedd.


Outra diva pop que parece estar acertando as contas com a mesma crise é Katy Perry. Seu quarto disco, sem previsão de lançamento, deu para a californiana o seu primeiro single carro-chefe que não alcançou o topo das paradas, “Chained To The Rhythm”, e parece estar prestes a lidar com a mesma dificuldade quanto aos números de sua segunda faixa, a parceria com o trio de hip-hop Migos em “Bon Appétit”.

No novo lançamento, a cantora ainda buscou se enturmar com os rappers, que tem levado a melhor nas paradas atuais, graças ao forte desempenho do gênero nas plataformas de streaming, mas calhou de bater de frente com a estreia de “I’m The One”, outra faixa toda cantada por homens, e, até então, amargar alguns dos seus menores números desde que emplacou seus primeiros sucessos. Com o disco sem previsão de estreia, não será uma surpresa se ela trabalhar em outras mudanças de imagem, posicionamento e sonoridade, sequer aparecendo com essas faixas no material final.


A indústria sempre funcionou de forma cíclica e, na era dos streamings, dos Chainsmokers e Ed Sheeran, o que temos é uma música pop indisposta para as divas. O que mudaria isso seria a chegada de outra artista tão disposta e preparada para “girar a roda” como fez Lady Gaga entre 2008 e 2010, quando resgatou a iconicidade e importância do trabalho visual, de uma forma que só havíamos visto ser tão bem feita nas mãos de Michael Jackson e Madonna. Mas isso se torna cada vez mais distante com a urgência do pop atual e pressa das gravadoras, que até lidam com artistas talentosas (Zara Larsson, Anne-Marie, Dua Lipa e contando), mas se perdem ao tentar torná-las estrelas instantâneas, fadando-as a mesma safra do pop presa aos ritmos comuns.

Os melhores lançamentos da semana: DJ Khaled, Tove Styrke, Gorillaz, Whethan e mais

Nada foi a mesma coisa após junho de 2015, quando as gravadoras e plataformas de streaming se uniram para a chamada New Music Friday: um dia global de lançamentos com artistas de todos os gêneros nas principais plataformas pela rede mundial de computadores.

Ao virar do dia entre quinta e sexta-feira, nós religiosamente corremos para o Spotify, pra sabermos quais são as novidades mais interessantes da semana, sejam elas de artistas  novos ou consolidados, e reunimos todas nesta playlist que, sendo assim, é atualizada semanalmente.




Apesar de todas as músicas acima serem 10/10, vale ressaltarmos que as melhores das melhores se encontram no topo da lista.

Caso se interesse em ler mais sobre as faixas escolhidas, aqui vamos nós, e não deixe de nos seguir pelo Spotify!

O QUE TEVE DE BOM


👍  Parece que o DJ Khaled lançou "I'm The One" só pra nos ensinar direitinho como fazer um hit: primeiro, chame um time de peso composto por grandes nomes como Justin Bieber, Quavo, Chance The Rapper e Lil' Wayne. Depois, invista em uma batida viciante. Por último, aposte em um refrão simples e pegajoso. O smash tá pronto!

👍 Se você tinha dúvidas de que a Suécia é o país oficial da música pop, elas vão desaparecer no momento em que você escutar o novo single da Tove Styrke, "Say My Name". QUE. HINO.  

👍 O Gorillaz voltou para nos abençoar com um dos melhores álbuns de 2017. Foi difícil escolher apenas uma música do "Humanz", mas ficamos com a incrível e apoteótica "Submission". Amém, Gorillaz!

👍  Depois de dar uma carreira ao Mura Masa, Charli XCX reaparece agora para fazer mais uma boa ação e apresentar o produtor Whethan ao mundo. E, como tudo que ela toca vira ouro, é claro que com a parceria dos dois, "love gang", não seria diferente.

👍  Melancólica, sombria e um pouco dramática, "Line Of Sight", parceria duo ODESZA com o WYNNE e o Mansionair, é perfeita para aqueles momentos em que queremos fazer danças estranhas no nosso quarto ou apenas precisamos de uma canção que nos faça refletir sobre a vida. 

 O QUE TEVE DE RUIM


👎 “Places”, o segundo disco da Lea Michele, é até melhor do que seu antecessor (o que não era algo difícil de se fazer), mas continua parecendo um amontoado de músicas descartadas pela Demi Lovato. 

💩 Depois de escutarmos "No Vacancy", a nova do OneRepublic, a gente só conseguiu ficar triste. Quando até eles estão apostando no tropical house é porque a situação da música está realmente crítica. Nossa banda está morta.

NÃO PODE SAIR SEM OUVIR




Ouça e siga a playlist “It’s Nü Music Friday” no blog:

Não tem The Weeknd, mas tem Lauren Jauregui na tracklist do novo disco da Halsey

Dentro de pouco mais de um mês poderemos escutar o novo álbum da Halsey, "hopeless fountain kingdom", mas enquanto o dia não chega a cantora tem revelado pouco a pouco informações sobre o material como, por exemplo, a tão esperada tracklist.

Com 16 músicas e poucas parcerias, o CD contará com as colaborações do rapper Quavo, do trio Migos, em "Lie" e do maravilhoso produtor Cashmere Cat em "Hopeless". Mas é claro que a faixa que estamos mais ansiosos para ouvir é "Strangers", a inusitada parceria com a Lauren Jauregui do Fifth Harmony.



Sentiram falta de alguém? Nós sim! Recentemente, a Apple Music confirmou a participação de The Weeknd na composição da terceira canção do material, que agora sabemos ser "Eyes Closed". Como uma coisa leva a outra, parecia certo que Abel também cantaria na faixa, porém, como é de costume, fomos todos tombados. Ô, Halsinha, cade nosso feat.?

Pra saber se o canadense vai pelo menos fazer uns backing vocals na música, teremos que esperar pelo lançamento do "hopeless fountain kingdom" no dia 2 de junho. Até lá, ficamos com o carro-chefe do material, "Now Or Never", no repeat:

Crítica: o amor é de todas as cores no incandescente e provocante "Azul é a Cor Mais Quente"

Quando “Azul é a Cor Mais Quente” começou a ser divulgado, antes mesmo da sua estreia no Festival de Cannes em 2013, o que mais se falava era sobre suas cenas de sexo. O diretor prometia longos planos íntimos das protagonistas, o que gerou uma impressão errada. Ele é muito mais que isso. Felizmente, o júri do festival conseguiu abrir essa espessa cortina e ver toda a complexidade do longa, que ganhou de forma unânime (um dos três filmes nesse século a conseguir o feito) a Palma de Ouro, o maior prêmio do festival e um dos maiores do mundo.

A entrega da Palma foi um momento único. Desde que foi implementado, em 1955, o prêmio é dado para o diretor do filme vencedor. Abdellatif Kechiche, diretor de “Azul”, recebeu a honraria, mas ao lado das duas protagonistas, Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux, sendo a primeira vez que o prêmio é dado para alguém além do diretor. Com isso, Adèle e Léa se tornaram as únicas mulheres, juntamente com a diretora Jane Campion, a ganharem o prêmio máximo, com Adèle sendo a mais nova da história (apenas 20 anos à época).

Imagem: Divulgação/Internet
“Azul é a Cor Mais Quente” é baseado num quadrinho de mesmo nome lançado em 2010 por Julie Maroh. Conta a história de Adèle, uma garota de 15 anos como qualquer outra. Ela vai à escola, conversa com suas amigas sobre garotos e tudo mais. Nessa grande fase do descobrimento, ela encontra na rua uma garota de cabelos azuis, que a deixa hipnotizada (sendo quase atropelada em seguida). Com aquela imagem na cabeça, ela continua sua vida e fica com Thomas (Jérémie Laheurte, namorado de Exarchopoulos na vida real), mas aquela relação não a completa. Ela ainda pensa na menina de cabelo azul. É aí que a menina, Emma, aparece na sua vida para mudá-la completamente.

Adèle é uma personagem imediatamente cativante, ela é uma garota aberta para o mundo. Seus olhos estão sempre abertos, seu nariz, sua boca. Como se ela tentasse consumir o máximo do que existe para formar quem ela é. E Adèle come. Come MUITO. Comida, livros, pessoas, o mundo. Aí entra Emma, com seus cabelos azuis. Enquanto Adèle é uma estudante de Literatura do ensino médio, Emma já está na faculdade, graduando-se em Belas Artes. “Existem as ‘Artes Feias’?”, questiona Adèle sobre o curso. Enquanto esta é curiosa, afinal, está desabrochando para o mundo agora, Emma possui um ar misterioso, regado pela sua experiência. Ela sabe o momento de olhar, de falar, de agir, enquanto Adèle fica perdida sem saber o que fazer. Suas grandes bochechas avermelham-se com facilidade, seus olhos tropeçam e ela ri de nervoso. Emma permanece sempre intacta. E as duas se conectam de forma impressionante.

Imagem: Divulgação/Internet
O filme trata de um amor lésbico. O principal defeito de filmes com temática LGBT, principalmente os romances, é colocar o espectador numa posição de observador. As pessoas da tela são seres estranhos, quase tratados como animais num zoológico, ali fixos para nossos olhos apenas. Abdellatif Kechiche então quebra essa barreira e joga a câmera nos detalhes: close-ups estão por todo o filme e focam os olhos das atrizes, as bocas, as mãos, as costas, os sexos. Nós então deixamos de ser meros observadores para fazermos parte do relacionamento, tamanha proximidade que temos com o casal.

Nós estamos bem próximos das primeiras trocas de olhares, das conversas, do primeiro beijo e do sexo. Principalmente do sexo. A primeira sequência tem nada menos que oito minutos ininterruptos. Não é algo verdadeiramente explícito, mas é bem, bem perto. E tudo é filmado sem pudor. As atrizes estão realmente dentro da cena, e demonstram uma intimidade absurda: demonstrar conexão da forma que é mostrado é algo raríssimo – alguns casais reais não possuem tamanha conexão. Tudo é filmado de forma seca e sem maquiagem. Não há grande fotografia, não há trilha sonora, há apenas a naturalidade de duas pessoas fazendo sexo.

Imagem: Divulgação/Internet
Aqui habita o maior acerto do filme: seu naturalismo. Todo o desenvolvimento é feito com bastante calma e cuidado, fazendo com que os acontecimentos ocorram de forma translúcida. “Azul” tem três horas de duração, mas não há momentos gratuitos; é tudo feito para compor o ritmo perfeito, para nós amarmos as personagens numa forma próxima do que elas se amam. 

Ao começar a sair com Emma, Adèle é confrontada na escola, uma fatia que toda pessoa LGBT infelizmente já provou. Ao invés de uma abordagem amigável, ela é (literalmente) cercada pelas “amigas” e apontada de forma pejorativa como “sapatão”. Adèle então parte para cima de uma que começou a descer o nível, repetindo exaustivamente que não é lésbica. A negação aqui não é apenas externa. Mesmo vivendo com Emma, Adèle esconde sua relação. Quando ela vai à casa de Emma e conhece seus pais, ela é tratada como namorada. Quando Emma vai à sua casa, é apenas uma amiga que a ensina Filosofia (e que tem namorado).

Imagem: Divulgação/Internet
Nesses jantares familiares somos introduzidos às realidades das duas, algo não tão explorado, já que as conhecemos a partir dos olhares de Adèle. Emma, na casa de Adèle, come macarronada e conversa sobre seu namoro, provas e trabalho, num formato classe-média. Adèle, na casa de Emma, conversa sobre arte, paixão, e os mistérios da vida – enquanto come ostras. A diferença social é evidente, mais uma diferença entre as duas, que parecem não dar muita bola para isso (o que é ótimo e assimilado pelo espectador de forma delicada).

Não sabemos exatamente quanto tempo vai se passando no decorrer do filme, havendo elipses que às vezes impactam. A maior delas é quando as duas passam a morar juntas e Emma tira os cabelos azuis. O que poderia ser apenas uma escolha de estilo tem peso primordial na trama. O título do filme é “Azul é a Cor Mais Quente”. Desde sempre sabemos que o azul é, na verdade, uma cor fria, mas para Adèle o azul é quente, misterioso e desafiador. Quando Emma retira a cor da sua cabeça é uma metáfora para o esfriamento da relação. Ela deixou de ser quente.

Imagem: Divulgação/Internet
Emma passa a ficar cada vez mais emocional e fisicamente distante de Adèle, que se torna o estereótipo de “mulher perfeita”: cozinha para Emma e seus amigos, posa ao lado da amada, sendo a musa do seu trabalho. Mas até Emma sabe que aquilo não faz Adèle completa. “Eu queria que você fosse feliz”, diz ela depois de uma exposição. Mesmo Adèle afirmando que está feliz, seus olhos parecem tristes. O fogo de Emma apagou com seus cabelos.

Assim como temos o deleite de amar junto com as duas, sofremos com as brigas e os desentendimentos. Em uma cena, Adèle vai à praia. Ela, tentando cobrir toda a dor que sente no momento, entra o mar e fica boiando. A câmera de Kechiche a rodeia até focar em seu rosto inerte, enquanto ela é coberta pela imensidão azul. Mais uma vez temos o simbolismo da cor: o que antes representava euforia para a protagonista agora revela tristeza. Ali é como se ela esperasse que o azul do oceano a tragasse para suas profundezas, ou até mesmo se deitar naquele mar da cor que ela tanto ama. É uma cena simples, porém de riqueza emblemática.

Imagem: Divulgação/Internet
Mas uma produção como essa não escaparia sem polêmicas. Já no lançamento da obra, repórteres criticaram as "más condições de trabalho" enquanto técnicos da produção acusaram o diretor de "abuso". Seydoux foi a público defender o filme e o diretor, dizendo: "Eu disse sim que [o filme] foi difícil. A verdade é que foi extremamente difícil, mas isso é ok. Eu não me importo por ter sido difícil, eu gosto de ser testada. A vida é tão mais difícil. Ele [o diretor] é muito honesto e eu amo seu cinema". Além disso, por que não escalar atrizes lésbicas para viver as protagonistas? Questões de representatividade são, sim, bastante importantes para o cinema, porém, pela forma como tudo foi feito, com tamanho esmero, o longa se torna uma relevante voz – assim como "Transamérica", "Clube de Compras Dallas" e outros exemplares.

"Azul é a Cor Mais Quente" é uma das maiores histórias de amor que o Cinema já fez, nos dando o privilégio de quase fazer parte de toda a magia que se desenvolve desde o começo entre as magníficas atrizes, dois monstros na tela que entregam performances a serem lembradas pelo resto da eternidade. Ao reduzir ao máximo a distância entre o lado de cá e o ecrã, o diretor consegue compor algo íntimo para quem assiste, jogando cargas de sentimento implacáveis que nos deixam sem ar. E não importa qual orientação sexual é a sua. O filme levanta a bandeira LGBT, mas o fato de se tratar de um romance lésbico é coadjuvante no real enfoque da película, que é, acima de tudo, o amor, e como ele é o sentimento mais complicado (e necessário) que existe.

"Most Girls", da Hailee Steinfeld, tem tudo pra ser um smash hit com personalidade

Quando deu início a sua carreira na música, Hailee Steinfeld apareceu em "Love Yourself" falando de empoderamento feminino, amor próprio e auto-aceitação. Funcionou. Hoje (28), a atriz e cantora voltou com o que pode ser o lead-single de seu álbum de estreia, "Most Girls", trazendo mais uma vez essa temática girl power e, mais uma vez, deu certo.

Produzida pelo Ryan Tedder, a música pega carona na tendência tropical que ainda não se foi por completo. Poderia ter soado chata e cansativa - de "Sorry" a "Let Me Love You", quantas canções já não se tornaram hits justamente por apostar nessa sonoridade? -, mas a mistura do ritmo com trip-hop e a letra empoderadora fazem com que o single saia do comum e ganhe personalidade.

Se tivéssemos que apostar, diríamoss que esse será um dos hits do verão norte-americano. 



É complicado definir a sonoridade e o estilo da garota agora, já que ela está há pouquíssimo tempo investindo na música e tem apenas um EP com cinco faixas, mas "Most Girls" continua seguindo essa linha dançante e divertida sem deixar de passar uma mensagem e, por isso, conseguimos perceber que, como no ditado "em time que está ganhando não se mexe", ainda teremos essa Hailee fun e militante por bastante tempo.

A gente espera que o álbum de estreia dela, que chega ainda esse ano, continue com toda essa personalidade de suas últimas canções. 

Ariana Grande e Cashmere Cat provam que são o duo perfeito em "Quit"

Lembram quando a Ariana Grande deu uma carreira de presente para o Cashmere Cat ao aparecer no single "Adore"? Agora ela fez a figurinha repetida e tratou de marcar presença no primeiro álbum do produtor, "9", com a ótima parceria lançada hoje (28), "Quit".

Para esse CD, Cashmere parece ter pego bastante influência da PC Music e misturado todos esses sons futurísticos com o seu já característico R&B alternativo, um pouco de house music e até de tropical. Parece confuso? Bom, deu certo. 

Por exemplo, a parceria com a Ariana pega duas dessas referências, tendo uma sonoridade bastante voltada para o R&B, que a gente já sabe que combina bem com a cantora, mas com uma pitadinha de tropical house. 



Eles dois funcionam muito bem juntos, né?

Além de "Adore" e "Quit", Grande também já colaborou com o Cashmere em "Be My Baby", do seu segundo disco "My Everything". Quanto hino junto!

Outra inédita que também saiu hoje foi "Night Night", parceria com a Kehlani, uma das nossas maiores apostas pra 2017. Apesar de ter a colaboração de uma cantora de R&B, o produtor decidiu explorar a voz e o estilo da americana de outra forma, nos entregando uma canção com bastante instrumental e muita PC Music.



Vale lembrar que o "9" já teve vários hinos lançados como "Wild Love" com o The Weeknd, "Trust Nobody" com a Selena Gomez, "Love Incredible" com a Camila Cabello e "9 (After Coachella)" com a e o SOPHIE, a maior influência de PC Music nesse álbum.

Obrigada Ariana Grande por ter dado uma carreira para esse produtor maravilhoso <3

Foda-se o que você está fazendo, pare e ouça o novo disco do Gorillaz, “Humanz”

Antes do mundo se render aos streamings, os Gorillaz já eram digitais. A banda estreou nesta sexta-feira (28) seu disco de retorno, “Humanz”, e mesmo que soasse estranha para os ouvintes da indústria atual, soube dançar conforme o ritmo: antes do álbum, singles impactaram o público gradualmente, tanto para mostrarem ao que vinham, quanto pra gerarem a famigerada expectativa. Funcionou.

Esse é o quinto álbum dos britânicos, primeiro desde 2011, quando lançaram “The Fall”, e chega acompanhado por uma line-up de peso, que inclui desde os novatos Vince Staples, Danny Brown, Kelela, Pusha T e D.R.A.M. à lendária Grace Jones.   

Com 26 faixas, “Humanz” é um disco que exige uma atenção além daquela dada aos trocentos lançamentos que chegam aos nossos ouvidos toda sexta-feira. Sua estrutura, com uma introdução e seis interludes, nos ajuda nessa jornada, em que uma das missões é não deixar que absolutamente nada nos passe despercebido.

Nós estamos diante de um dos melhores discos desse ano. 

Katy Perry quer ser o prato principal das paradas em “Bon Appétit”

Não demorou até que Katy Perry retomasse a proposta menos séria e dançante dos seus trabalhos anteriores, mas no single lançado nesta sexta-feira, “Bon Appétit”, ela faz isso com maestria, mantendo o tom oitentista e dançante de “Chained To The Rhythm”, enquanto traz reforços para garantir seu lugar na parada.

Logo no segundo single desse novo trabalho, a californiana se permite uma folga da recém-adotada postura política, com rimas fáceis e perceptivelmente chicletes, que se repetem de novo e de novo, pra garantir que você não irá esquecê-las tão cedo.


Os caras do Migos, que há pouco estavam tomando conta da Billboard Hot 100, andam cotados por quem quer garantir um hit. O trio apareceu na música nova do Calvin Harris, “Slide”, e se divide entre parcerias paralelas, como a aparição do integrante Quavo em “I’m The One”, do DJ Khaled com Bieber, Chance The Rapper e Lil Wayne. Agora, dão o ar da graça – e o peso de serem lembrados por declarações homofóbicas – nessa faixa de Katy, que, por sua capa, não nos deixa enganar: ela é o prato principal.

“Bon Appétit” é o pop que Katy sempre soube nos entregar. Dançante, diferente daquilo que está nas rádios e, ainda assim, soando comercial na medida certa. A levada anos 80 dão um ar classudo, que foge de qualquer coisa que The Chainsmokers ou Ed Sheeran tenham emplacado nos últimos meses, e nos dá o mínimo de esperança quanto a olhar para as paradas e encontrar nossas divas outra vez.

Bom apetite: 

Nada de Ariana Grande: "Bon Appétit", da Katy Perry, até vai ter uma participação... do Migos

Fãs de música pop estão acostumados a serem tombados. Alguns tombos são menores, outros são gigantes. Por exemplo, saber que a Ariana Grande não estará no novo single da Katy Perry, "Bon Appétit", doeu, mas descobrir que a canção até vai ter uma participação sim, só que do trio Migos, isso sim é um tombão da porra.

Um fã da californiana resolveu procurar a música no aplicativo Shazam e a encontrou um pouquinho diferente do que esperávamos:


FOI TUDO UMA PERFEITA ILUSÃO.

Vale lembrar que o trio, que anda fazendo bastante sucesso nos Estados Unidos com "Bad And Boujee", esteve recentemente envolvido em uma polêmica homofóbica. Se era pra fazer parceria com um artista de hip-hop em alta, tinham opções infinitamente melhores, né, Kátia? Ainda dá tempo de cancelar e fazer de novo. 

Hoje (26) o Saturday Night Live anunciou suas atrações musicais do mês de maio e confirmou que Katy Perry dará uma passadinha por lá no dia 20, onde deve fazer o que possivelmente será o primeiro live de seu novo single. 


Com ou sem Ariana Grande, "Bon Appétit" chega nessa sexta (28). 

Sony Music corta suas relações com Dr. Luke, mas isso não significa nenhum avanço para Kesha

O caso de Kesha contra Dr. Luke ganhou um novo episódio nessa terça-feira (25), quando o site Hollywood Reporter anunciou que a gravadora Sony Music encerrou sua parceria com o produtor e seu selo, Kemosabe Records.


A relação entre a Sony e Luke se firmou em 2011, resultando na contratação e contribuição para a visibilidade de artistas como Kesha, Becky G, Juicy J, entre outros nomes, mas chega ao fim dado o conturbado cenário em que o produtor se encontra, sendo acusado por abuso sexual e psicológico pela cantora Kesha.

O anúncio, entretanto, pouco avança em relação ao processo da cantora de “Dancing With The Devil”, que continua presa ao contrato de Dr. Luke e seu selo, mas agora sem as relações e alcance global da Sony, que ao longo dos últimos anos se absteve ao máximo quanto a ação judicial em andamento.

Kesha, que teve como seu último lançamento oficial o disco “Warrior”, de 2013, é contratualmente obrigada a lançar outros seis álbuns com o produtor, que no ano passado ofereceu a possibilidade dela lançar músicas novas caso retirasse publicamente suas acusações. Em resposta, a cantora garantiu que prefere perder sua carreira do que “mentir por um monstro outra vez”.



Enquanto o processo segue nas mãos da justiça americana, a cantora tem trabalhado em canções inéditas, esperando pela oportunidade de revelá-las ao público. Com o aval de Luke, chegou a participar da nova versão de “True Colors”, do DJ Zedd, mas não teve a mesma liberdade quanto as várias faixas entregues ao selo do produtor no ano passado, descartadas por não alcançarem o que eles acreditam ser as expectativas do público quanto ao seu retorno.

No começo desse ano, fizemos um vídeo resumindo todo o caso:



Em suma, não há muito o que comemorar. Dr. Luke perde o apoio da Sony Music, que nos últimos anos incentivou seu trabalho com artistas como Meghan Trainor, Pitbull, Jennifer Lopez e Fifth Harmony, mas continua com os direitos de seus trabalhos com Kesha e o selo Kemosabe, agora independente; a cantora continua no mesmo estágio anterior quanto aos trâmites legais, sem avançar um passo sequer quanto ao fim dessa parceria.

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