Os 35 melhores álbuns brasileiros de 2016

Como dizem os caras d’O Terno em um dos nossos discos favoritos de 2016, “tudo está melhor do que parece”. Assim como passamos o ano divulgando e enaltecendo os muitos hinários internacionais, também precisamos abrir espaço para os artistas brasileiros que, sem dúvidas, nos representaram da melhor forma possível, e do pop ao rap, o que não faltaram foram opções.

Elza Soares fez o melhor álbum de sua carreira e, sob o título de Mulher do Fim do Mundo, entregou o melhor que a música nacional poderia ser, acompanhada de outras mulheres que fizeram nossa trilha sonora valer a pena, da MC Carol às estreantes do duo Anavitória.

Para um ano em que assuntos como racismo, homofobia e feminismo foram intensamente discutidos, o disco de estreia do Rico Dalasam, “Orgunga”, foi uma pedida e tanto, colado em “Outra Esfera”, da Tássia Reis, e o ousado projeto que resultou em “Sabotage”, álbum póstumo e autointitulado do melhor rapper que o Brasil já conheceu.

Esses são os 35 melhores discos nacionais de 2016:

35. Mayam, “8”



Apesar da inspiração científica para o título do álbum, “8” é bem terrestre e pé no chão. Voltamos ao passado, época dos primeiros amores e arrependimentos, em busca de amadurecimento. Sempre olhando para a frente. Mayam passeia entre o rock e a MPB, mas o uso de elementos eletrônicos é bem presente nas oito excelentes composições. – Sebastião Mota

Pra testar: “De Nós Dois (part. Maria Gadú)”, “As Cordas” e “As Horas Passam”.

34. Luísa Maita, “Fio da Memória”



A influência do samba e bossa nova continua tão presente neste álbum de Luísa Maita quanto em seu antecessor, o disco de estreia “Lero-Lero” (2010), com a diferença de que, neste trabalho, a cantora se permite reexplorar essas inspirações, enquanto brinca de misturá-las com outros gêneros e estilos. O resultado é um disco inventivo, diverso e, mesmo com toda sua variedade, bastante coeso. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Na Asa”, “Porão” e “Música Popular”.

33. Felix Robatto, “Belemgue Banger”



Félix é o tipo de artista que torna a música brasileira ainda mais rica. Em “Belemgue Banger” o músico reafirma a importância histórica da cultura paraense no cenário nacional. Por trás de 12 faixas leves, bem humoradas e descontraídas, existe uma pesquisa sobre os gêneros musicais que deram origem ao que conhecemos hoje por lambada e guitarrada, contando ainda com uma regravação do rei do carimbó, Pinduca. Difícil é segurar a pélvis depois de apertar o play. – Sebastião Mota

Pra testar: “Vamos Farrear”, “Sereia Elétrica” e “Hoje Vai Ter Fritação”.

32. Rashid, “A Coragem da Luz”



Se a principal influência de Emicida em seu último álbum foi Kanye West, é Kendrick Lamar quem notavelmente inspirou o disco de estreia do rapper Rashid. “A Coragem da Luz” remete a revelação do hip-hop principalmente por sua sonoridade, que abraça do jazz ao samba, mas também traz muito de Lamar na maneira como o brasileiro aborda tantos assuntos de uma forma sutil e que, ainda assim, toca na ferida, indo do racismo às desigualdades sociais. Com um repertório que nos atrai por sua vastidão, não só musicalmente, o rapper discute com referências à clássicos como “Pulp Fiction”, “Laranja Mecânica” e “1984”, excepcionalmente bem aplicados à sociedade atual. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Homem do Mundo”, “Laranja Mecânica” e “A Cena”.


31. Carne Doce, “Princesa”



A carne é doce, mas é dura. Contrastando com o titulo do álbum, “Princesa” é um grito de luta pró-feminista. Banhado pelo rock psicodélico e experimental, por vezes soa como recordações da cantora, mas sem fugir do discurso principal do disco. A coroa pela qual a princesa de Carne Doce luta para colocar na cabeça é a da igualdade, da luta pelo fim da cultura machista e do falocentrismo. – Sebastião Mota

Pra testar: “Cetapensâno”, “Amiga” e “Artemísia”.


30. Sarina, “Ela”



Em seu segundo disco, o trio multicultural reúne em 10 canções românticas temas do cotidiano, costurando o indie rock aos elementos regionalistas. Concebido inteiramente de maneira independente, o ponto forte são os vocais leves, mas poderosos, brilhantemente casados com a música nordestina. – Sebastião Mota

Pra testar: “Nova”, “Traiçoeira” e “Colheita”.

29. Baleia, “Atlas”



Denso. Essa é uma definição adequada para o segundo álbum do sexteto carioca. “Atlas” é sobre o mundo contemporâneo, a vida urbana, a ruptura de modelos e o bombardeamento de informações às quais somos submetidos diariamente. É sobre a relação com a cidade, as escolhas e como lidar com suas consequências. Tal qual o titã condenado por Zeus, na mitologia grega, estamos fadados a carregar esse mundo caótico. Se no debut “Quebra Azul” (2013), Baleia era 8, em “Atlas” é 80. Tudo é pensado, é coeso. Cada instrumento, cada ruído, cada distorção no vocal. Tudo. Daqueles álbuns que revelam algo novo a cada vez que você o escuta. Sem dúvidas, Baleia é uma das bandas mais interessantes da história da música brasileira. – Sebastião Mota

Pra testar: “Hiato”, “Volta” e “Estrangeiro”.

28. Monza, “Hoje Foi Um Dia Fantástico”



Se ainda existem barreiras entre o rock e a música pop, a banda Monza encontrou formas de burlá-las em alguma época entre o final dos anos 80 e metade da década seguinte. “Hoje Foi Um Dia Fantástico” é um disco homogêneo e, em sua essência, carrega guitarras cansadas, contrastadas com versos bem-humorados, quase como aquele sorriso esgotado depois de um dia puxado. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Helena”, “De Manhã” e “Pedido de Casamento”.

27. Raphão Alaafin, “Eu Gosto”



Embora seja esse seu disco de estreia, Raphão Alaafin transparece muita confiança no seu taco em “Eu Gosto”. De Marcelo D2 aos Racionais, são muitas as influências da música brasileira no seu som, que invoca ainda muitas doses de soul, jazz, rock e até funk carioca. Originalmente lançado em 2015, o CD ganhou notoriedade nas plataformas de streaming neste ano e, por conta disso, chegou aos nossos ouvidos. A surpresa pela nova descoberta não poderia ter sido melhor. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Rap Sim, Rap Não”, “Vinheta 3” e “Cuidado! Tem Guardinha no Rap”.

26. Liniker e os Caramelows, “Remonta”



Nos anos 80, Sandra de Sá e Tim Maia cantavam que valia tudo, menos dançar homem com homem e mulher com mulher. Mais de trinta anos depois, Liniker chega não só disposto a ir contra esse pensamento, como também ser o homem e a mulher. “Remonta” é um disco que ilustra toda a diversidade que envolve o nome do artista e, do início ao fim, justifica o espaço que ele conquista desde o EP “Cru” (2015), com influências que vão do motown sessentista ao pop da atualidade. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Remonta”, “Você Fez Merda” e “BoxOkê”.

25. MC Guimê, “Sou Filho da Lua”



Anitta diluiu o funk nacional dentro da música pop e, desde então, foram muitos os nomes que tentaram seguir seus passos, sendo um dos artistas mais convincentes até aqui MC Guimê. Na contramão do rap, que tem se encontrado em influências do soul e jazz, como influência dos EUA e a ascensão de nomes como Kendrick Lamar, o disco “Sou Filho da Lua” coloca o brasileiro dentro de um território indiscutivelmente pop, no qual amadurece o conteúdo que já carregava nos singles lançados até aqui e explora ainda mais vertentes numa sonoridade que pende para o lado eletrônico da força. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Sampa”, “Aliados” e “Eu Vou Que Vou”.

24. Mahmundi, “Mahmundi”



Quem disse que o pop nacional morreu? Está vivíssimo e muito bem, obrigado. “Mahmundi” demorou, mas finalmente aconteceu. Veio quente e fervendo, como já sugere a capa ensolarada. Aquela vibe oitentista dos EPs segue mais refinada, com algumas velhas conhecidas em nova roupagem. Ainda temos muito a conhecer do "mundo de Marcela". – Sebastião Mota

Pra testar: “Calor do Amor”, “Leve”, “Eterno Verão”.

23. Supercombo, “Rogério”



A identificação pode ou não ser algo positivo quando se trata do quarto álbum da banda Supercombo. “Rogério” ultrapassa o caricato quando, por meio de suas faixas, não só narra uma história, como descreve um pouquinho de todos nós e nossos dilemas de cada dia, para terminar com uma lição de moral que, ao som da parceria com Negra Li em “Lentes”, soa inusitadamente positiva. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Magaiver”, “Bomba Relógio” e “Lentes”.

22. Tássia Reis, “Outra Esfera”



A força de Tássia Reis transborda dos vocais às percussões de seu álbum de estreia, que, ao decorrer das canções, nos transporta para “Outra Esfera”, como sugere seu título. A sonoridade eletrônica, majoritariamente guiada pelo trip-hop, passeia ainda pelo R&B e, no caso da marcante “Se Avexe Não”, até pagode, com letras sobre feminismo, luta negra e romantismo. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Ouça-Me RMX”, “Semana Vem” e “Se Avexe Não”.


21. Fetuttines, “Impossível Só”



Em apenas dez faixas, o duo Fetuttines consegue ir da música brasileira ao eletrônico francês no disco “Impossível Só”, marcado pelo contraste dos beats e sintetizadores com os vocais característicos e totalmente cantados em português, indo do minimalismo à grandiosidade dos detalhes. Boa pedida de música eletrônica com letras verdadeiramente aceitáveis. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Revolucionar”, “A Cor de Tuddo” e “Impossível Só”.

20. Séculos Apaixonados, “O Ministério do Coração”



Primeiramente, fora Temer! Em segundo, não, o título do álbum não se trata de uma gíria gay, mas de uma brincadeira entre os membros da banda. Séculos Apaixonados seguiu a mesma linha rock oitentista apresentada em seu álbum de estreia, “Roupa Linda, Figura Fantasmagórica” (2014), dando uma cara mais dance. Talvez pelo instrumental mais rápido e mixagem limpa. Diferente das demais bandas que resgataram elementos de décadas passadas, Séculos se destaca por não ter medo de se entregar completamente ao espírito da época. A bateria, o teclado frenético, as composições, o clima nostálgico é garantido e, sem perceber, o mais tímido dos ouvintes logo se imagina fazendo “dois pra lá, dois pra cá”. – Sebastião Mota

Pra testar: “Disfarçando Riquezas na Triagem”, “A Origem das Espécies” e “Dedo em Riste”.

19. Autoramas, “O Futuro dos Autoramas”



Idas e vindas, com mudanças que preocuparam seus fãs, marcam a estreia do novo Autoramas, com a resposta para a pergunta que provavelmente ecoou entre o seu público. Felizmente, “O Futuro dos Autoramas” soa promissor, resgatando algumas das principais características da discografia da banda, enquanto os adequam ao cenário pop da atualidade, entre guitarras, influências new wave e toda aquela roupagem suja dos álbuns anteriores. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Quando A Polícia Chegar”, “Problema Seu” e “A Sua Vinda Até Aqui”.

18. Anavitória, “Anavitória”



A dupla formada por Ana Caetano e Vitória Falcão foi descoberta após publicar covers no Youtube e, apadrinhada por Tiago Iorc, lançou no último ano seu álbum de estreia autointitulado, inicialmente apresentado como um material pop, enquanto musicalmente passeia entre o folk e sertanejo, remetendo aos trabalhos de artistas como Banda do Mar, Clarice Falcão, Cícero e seu próprio padrinho, que colabora na faixa “Trevo (Tu)”. Um sopro de ar fresco despretensiosamente grandioso. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Singular”, “Trevo (Tu)” e “Talvez a Deus”.

17. Rael, “Coisas do Meu Imaginário”



Do encontro de Sabotage com o trap do Tropkillaz ao disco funk e inspirado pelo Motown do Mano Brown, são muitos os exemplos de evoluções e experimentações do rap brasileiro no último ano, e agora acrescentamos à lista o disco do Rael, “Coisas do Meu Imaginário”. Em seu disco, entretanto, o rapper parece seguir os passos de outros nomes do momento, como Emicida e Criolo, assumindo inspirações no reggae, pop e MPB, que embalam letras críticas ao racismo, intolerância religiosa e até mesmo o comportamento das pessoas na era virtual. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Do Jeito”, “Estrada” e “Descomunal”.

16. Trem Fantasma, “Lapso”



É como se Cachorro Grande tivesse um filho que ouvisse muito Pink Floyd, Tame Impala e um tanto de Nick Cave também, vai. Muitíssimo bem produzido pelo Beto Bruno, do Cachorro Grande (olha aí), a psicodelia vive no álbum de estreia da banda paranaense. A colagem sonora do Trem Fantasma te leva numa viagem a um lugar de completa inexistência material, um lapso no espaço e tempo. – Sebastião Mota

Pra testar: “Nebulosidade”, “Lua Alta” e “Dublinense”.

15. Cachorro Grande, “Electromod”



Cachorro Grande sempre foi interessante fazendo aquilo que se propunha (e muito bem, diga-se de passagem), mas só em 2014, com seu “Costa do Marfim”, que a banda se arremessou de sua zona de conforto. Foi daquele rock Beatles, certinho, ao psicodélico. O que era pra ser um álbum de experimentação, acabou servindo de trampolim para o que veio em seguida. “Electromod”, o oitavo álbum dos gaúchos, rompe completamente com aquele som típico da banda. Entra agora a guitarra pesada, a bateria alta e um vocal punk. Tudo costurado com muitos elementos eletrônicos setentistas. – Sebastião Mota

Pra testar: “Tarântula”, “Nem Tudo É Mais Como Era Antes”, “Pandora”.

14. Matheus Brant, “Assume Que Gosta”



“Você fala que não gosta da levada do arrocha, mas quando toca nem nota seu quadril querendo ir”, canta Matheus Brant na segunda faixa do disco “Assume Que Gosta”. Em tempos de Tiago Iorc e todo um esforço pra que a música pop nacional soe cada vez mais homogênea, é na pluralidade de todas as vertentes do que é popular e brasileiro que Brant se encontra, numa sonoridade que casa muito bem com o visual brilhante e colorido de sua capa. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Assume Que Gosta”, “A Levada do Arrocha” e “Pagode”.

13. Braza, “Braza”



O álbum de estreia autointitulado da banda BRAZA consegue ser despretensioso e intenso na mesma medida, soando como uma evolução ao trabalho anterior, com a banda Forfun, e uma clara postura mais aberta às experimentações, que contribuem para toda a mistura da sua sonoridade, do rock ao reggae. Um disco dançante, vibrante e, ainda assim, leve. É quase impossível não seguir o baile. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Segue o Baile”, “Normal” e “We Are Terceiro Mundo”.

12. O Terno, “Melhor do Que Parece”



Daquele discos melancólicos que te fazem dançar, não importa a dor, a culpa ou o arrependimento. “Melhor Do Que Parece” tem aquela felicidade comedida que deixa qualquer pessoa caidinha de amores pela banda. Com muito pop agridoce e forte influência motown, O Terno consegue estampar sorrisos de ponta a ponta nos nossos rostos após revisitar diversas formas de dor e saudade, até fechar o ciclo com a faixa-título. – Sebastião Mota

Pra testar: “Culpa”, “Não Espero Mais” e “Deixa Fugir”.


11. Mano Brown, “Boogie Naipe”



Do rap-pop de Kanye West aos classudos flertes de Kendrick Lamar com o jazz e soul, o hip-hop seguiu abraçando cada vez mais influências e, no Brasil, isso surtiu efeito nas mãos de Mano Brown, que estreou na sua carreira solo após duas décadas à frente dos Racionais MCs, com o disco “Boogie Naipe”. Em tom nostálgico, que resgata a era disco e da black music brasileira, o primeiro álbum de Brown apresenta uma faceta pouco explorada ao longo dos últimos anos com seu coletivo, com inspirações que vão do nosso próprio R&B ao Marvin Gaye e Motown. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Boa Noite São Paulo”, “Foi Num Baile Black” e “Flor do Gueto”.

10. Céu, “Tropix”



Céu jamais se repete. “Tropix”, seu quarto e ainda mais visionário álbum de estúdio, é um universo de “músicas noturnas”. Sem uma atmosfera nebulosa, o vocal peculiar da paulistana agora recebe uma textura eletrônica e entrega cada canção de maneira diferente. Da disco à tropicália, bolero, reggae, trip-hop, até a psicodelia, a ambiência sintética de “Tropix” nos leva em uma viagem por diferentes épocas e lugares, com intervalos instrumentais bastante precisos e sem pressa alguma. – Sebastião Mota

Pra testar: “Perfume do Invisível”, “Varanda Suspensa” e “Rapsódia Brasilis”.

09. Barro, “Miocardio”



Em seu primeiro álbum solo, Barro mostra que a principal e única regra para fazer pop em sua melhor forma é não seguir regras. O pernambucano parte de elementos da música nordestina, reúne influências do indie, rock, funk, reggae e música africana para contar histórias românticas. Barro junta um time de vozes de várias partes do planeta para nos lembra que “a festa é popular, não tem pulseira vip”. – Sebastião Mota

Pra testar: “Vai”, “Despetalada” e “Piso em Chão de Estrela”.


08. Clarice Falcão, “Problema Meu”



Clarice trouxe verdades. Em seu segundo álbum de estúdio, somos muito gratos pela cantora e compositora trocar o característico violão de “Monomania” (2013) por grandes produções com camadas de instrumentos e elementos eletrônicos, mas mantendo as composições agradavelmente inconvenientes. Clarice agora passeia pelo pop, rock e indie, trazendo influências de bandas como a alternativa MGMT. – Sebastião Mota

Pra testar: “Ironico”, “Eu Escolhi Você” e “Eu Sou Problema Meu”.

07. O Teatro Mágico, “Allehop”



Allehop é uma contagem regressiva feita antes do início de um espetáculo circense. E esse é o espetáculo d'O Teatro Mágico. O quinto álbum de estúdio da banda, originada em Osasco, aposta em uma nova sonoridade mais alegre, colorida e dançante, distante do indie folk já conhecido pelos fãs. O violão agora cede espaço aos sintetizadores, criando uma atmosfera oitentista e ao mesmo tempo moderna, sem perder a poesia forte presente em “Grão do Corpo”. Esse álbum é mais uma mágica que O Teatro soube tirar de sua cartola. – Sebastião Mota

Pra testar: “Quando se Distrai”, “Deixa Ser” e “Um Filme”.


06. Sabotage, “Sabogate”



O visionário é aquele capaz de ver além do momento atual, prevendo os passos seguintes e, desta forma, idealizando maneiras de se preparar para isso. Sabotage, definitivamente, foi um artista visionário. Um dos maiores rappers brasileiros nos trouxe novos ensinamentos com seu primeiro álbum póstumo, autointitulado, e entre colaborações com Tropkillaz, Negra Li, Rappin’ Hood, Dexter e Céu, todas as faixas demonstram a preocupação dos envolvidos na produção em resgatar suas principais características, mantendo-o vivo por suas rimas e, na mesma postura à frente do seu tempo, materializando sobre o que ele provavelmente estaria cantando nos dias de hoje. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Mosquito”, “País da Fome: Homens Animais” e “Quem Viver Verá”.


05. MC Carol, “Bandida”



“Você se fodeu, sou mais esperta que você. Você tá doidão, seus amigos vão te comer”, canta MC Carol em “A Vingança”, faixa que fala sobre a maneira que ela deu o troco para um cara que pretendia abusá-la sexualmente. Sem qualquer discurso polido para as rádios ou pensado para emplacar uma trilha sonora da Globo, é no proibidão que a MC se encontra no disco “Bandida”, abordando do racismo à política, enquanto levanta sua bandeira de mulher e negra e, apesar dos temas pesados, nos entrega tais reflexões sob as dançantes batidas de Leo Justi. – Guilherme Tintel

Pra testar: “100% Feminista”, “A Vingança” e “Delação Premiada”.


04. BaianaSystem, “Duas Cidades”



Uma vez que você entrar na dança do BaianaSystem, fica quase impossível sair. No segundo álbum da banda, “Duas Cidades”, eles embalam importantes discussões sobre desigualdades sociais em meio aos arranjos dançantes e extremamente diversos, que passeiam do reggae ao axé, com um pé no dancehall, entre outros gêneros. É brasileiro e abrasileirado, recheado de referências e, como está vendo nesta lista, um dos discos mais interessantes de 2016. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Bala na Agulha”, “Playsom” e “Panela”.

03. Fresno, “A Sinfonia de Tudo Que Há”



Menos é mais. Sem grandes pretensões (se comparamos com "Revanche" ou "Infinito"), Fresno consegue nos levar em uma viagem transcendental em seu sétimo álbum de estúdio. Das composições introspectivas, bastante presentes em toda a sua discografia, até os arranjos minimalistas e universais, “A Sinfonia de Tudo que Há” é uma miscelânea de hinos atemporais acompanhados por orquestras e explosões milimetricamente planejadas. Ah... e Caetano Veloso é só a cereja do bolo. – Sebastião Mota

Pra testar: “Hoje Sou Trovão”, “Poeira Estelar”, “Deixa Queimar”.

02. Rico Dalasam, “Orgunga”



Um dos pioneiros do 'queer rap' no Brasil, Rico Dalasam vem quebrando barreiras de gênero com um discurso que levanta bandeiras de orgulho negro e gay, palavras que formam o título do seu álbum de estreia, “Orgunga”. Passeando entre elementos tradicionais do hip hop e ritmos africanos, trap, pop rock e samba, Dalasam segue os trabalhos iniciados com EP “Modo Diverso” (2014), sem poupar nas rimas fortes e necessárias, afinal, “vira passado igual Rouge se nós não rugir”. – Sebastião Mota

Pra testar: “Milimili”, “Esse Close Eu Dei” e “Dalasam”.

01. Elza Soares, “A Mulher do Fim do Mundo”



Apesar do lançamento físico em 2015, foi apenas no ano seguinte e por meio das plataformas de streamings que conhecemos “A Mulher no Fim do Mundo”, de Elza Soares, e simplesmente não conseguiríamos seguir com essa lista sem reconhecê-lo, em um ano que até o New York Times se deitou para a brasileira e seu memorável material. Em seu trigésimo quarto álbum, Elza transcende qualquer barreira que ainda existisse sobre sua música e história enquanto mulher negra e, quase que no sentido literal, guerreira, sob uma sonoridade que vai do seu tradicional samba aos riffs de guitarra, sintetizadores e outros flertes eletrônicos. Um álbum que sempre deve ser ouvido do início ao fim. – Guilherme Tintel

Pra testar: “Maria da Vila Matilde”, “Pra Fuder” e “O Canal”.

Ouça nossa playlist baseada nos álbuns acima no Spotify:


Os 15 melhores videoclipes brasileiros de 2016

Se uma música é boa, nada melhor do que um ótimo videoclipe para torná-la ainda mais interessante, mas o que define a qualidade desse vídeo? Um bom roteiro? Aquela coreografia de tirar o fôlego? Pênis e vaginas coloridos e simpáticos que balançam para quem quiser ver?

Descubra com a nossa seleção abaixo. Esses são os 15 melhores videoclipes nacionais de 2016:

15. Karol Conka, “É O Poder”

A ascensão de Karol Conka a transformou em mais um nome para o pop nacional e, apesar de suas rimas tê-la tornado um tanto quanto narcisista, seu visual ainda demonstra ter muito o que ser explorado, como é o caso de “É O Poder”. Seu desfile, com alguns dos figurinos mais espalhafatosos que já vestiu até aqui, vai de encontro com tudo aquilo que ela se tornou desde o sucesso e, nesta chuva de referências, começa nas divindades africanas e acaba no fashionismo pop americano. – Guilherme Tintel



14. Lia Clark, “Clark Boom”

Uma vez preparado o trava trava, a drag queen Lia Clark agora chama suas bad guels para o confronto. No meio de sets “acessíveis”, a funkeira mostra que a festa acontece onde ela estiver. Quem nunca mandou uma coreografia depois do rolê em frente a uma oficina fechada, um galpão cheio de pallets ou uma piscina infantil de plástico? Rainha é pouco. – Sebastião Mota



13. Tiago Iorc, “Bang”

Bang! É aquele tiro que não estávamos esperando levar em 2016. O hit de Anitta aqui fica mais lento e ganha acordes de violão e violoncelo. A performance com luz negra e muita tinta neon do músico ainda aumenta o jogo de sedução evocado pelos versos. – Sebastião Mota



12. Céu, “Perfume do Invisível”

De uma atmosfera bem intimista, Céu logo cai em uma viagem psicodélica com técnicas de iluminação que lembram "O Inferno", de Henri-Georges Clouzot, e o uso de "glitches" constantes. Tudo bem sincronizado com a trilha e os movimentos da intérprete. –  Sebastião Mota



11. Banda Uó, “Cremosa”

Desde o primeiro videoclipe de sua carreira, o forte da Banda Uó sempre foi seu catálogo de referências. Em “Cremosa”, a banda aproveita a sonoridade resgatada do álbum “Veneno” para explorar o obscuramente colorido passado da TV brasileira, com ícones que vão da ‘Banheira do Gugu’ ao sucesso do É O Tchan, amarrando todas essas ideias dentro de um contexto que promove um creme que promete verdadeiros milagres, como conta a letra da música. Uma produção crítica, humorada e muito bem executada. – Guilherme Tintel



10. Braza, “Embrasa”

Formada por membros remanescentes da Forfun, a banda BRAZA surge com uma proposta tão diferenciada quanto seu projeto anterior no tempo em que fora lançado. O clipe de “Embrasa”, por sua vez, exalta a cultura jamaicana, das danças aos rituais religiosos, numa forma de apresentar a mensagem da banda no seu primeiro contato com o público e, levando seu conceito ao ápice visual, pintado por cores que remetem ao calor do fogo. – Guilherme Tintel



09. Gloria Groove, “Império”

Prova de que a revolução queer já começou, a rapper carrega em “Império” a luta de todo LGBTQ marginalizado no Brasil. Além de várias drag queens já conhecidas no cenário, a diva reúne em seu império um time de dançarinos fora do padrão cis e heteronormativo em looks impecáveis para que juntos tomem seus lugares de direito na sociedade e mídia.  – Sebastião Mota



08. Mahmundi,  “Eterno Verão”

Quem disse que precisa ser verão pra estar de frente pro mar? Através de um jogo de imagens onde nunca é mostrado o óbvio do que o verso aponta, Mahmundi subverte o significado da estação e define que verão mesmo é um estado de espírito que você pode atingir em qualquer período do ano. Sentando numa cadeira, olhando para o céu, numa piscina de apartamento… tudo é um lugar pra descansar. – Sebastião Mota



07. Baleia, “Volta”

É difícil tirar os olhos da tela quando começa “Volta”, da banda Baleia, e os motivos são muitos. Enigmático do início ao fim, o clipe é ilustrado por um ritual de purificação, protagonizado pelo ator Igor Angelkorte, e em meio aos devaneios de seu personagem, criam uma áurea grandiosamente singular, que nos prende pelos detalhes, bem como necessidade de compreender o discurso por trás de todos os elementos. – Guilherme Tintel



06. O Terno, “Ai Ai, Como Eu Me Iludo”

Se a evolução d’O Terno foi enorme em seu novo disco, “Melhor do que parece”, o mesmo se estende aos videoclipes, como é o caso de “Ai Ai, Como Eu Me Iludo”. Com uma estética fria, combinando com a temática de solidão, o vídeo começa com um anúncio retrô, sobre uma nova linha de “bonecos-assistentes”, que te ajudam em tarefas simples na cozinha, mas quando um cozinheiro se arrisca com a nova tecnologia, ele não contara com a possibilidade do seu boneco ser cheio de sentimentos, se apaixonando por todas as mulheres que vê pela frente, das reais às capas de revistas, além de outras que também são bonecas como ele. Tudo se desenrola entre essas paixões platônicas, com um fim que nos faz sentir pelo pequeno, que até tem uma chance de ser feliz. – Guilherme Tintel



05. Clarice Falcão, “Eu Escolhi Você”

Entre suas muitas definições, a arte se encontra na posição de nos causar reações, indo além da admiração ao que é belo, mas, também, podendo gerar repulsa, agonia, medo e outras sensações. Tudo isso, entretanto, é discussão demais para o que realmente temos em “Eu Escolhi Você”: um monte de pintos e vaginas comuns e engraçadinhos. A maneira como Clarice despretensiosamente soube narrar sua canção de uma forma tão fora dos trilhos, numa produção que vai na contramão da mania brasileira de lançar vídeos sempre tão explicados do pé a cabeça, é o que torna algo tão banal, interessante demais para ser só divertido. – Guilherme Tintel



04. Rico Dalasam, “Esse Close Eu Dei”

Sente esse calafrio, bee! O CEO na empresa Close S.A. abraça todas as suas conquistas até aqui, criando um paralelo de sua trajetória - da simplicidade das favelas de São Paulo até se tornar uma das maiores referências de moda do mundo. Cenários bem desenhados, figurinos dignos de capa da Vogue… não teria como começar os trabalhos do primeiro álbum com close melhor. – Sebastião Mota



03. Anitta, “Essa Mina É Louca”

Essa mina é louca, mas também é muito inteligente. No segundo registro de “Bang” e primeiro hit de 2016, Anitta e Jhama vivem um casal fora do convencional, cercados por uma plástica colorida e doce. Seguindo aquela direção cartunesca já apresentada, o ponto máximo se dá com a participação da atriz Ísis Valverde e a referência ao single anterior. Para um país que até então não tinha muitas referências de videoclipe no meio mainstream, a dona do mundo tem feito um trabalho grandioso e a brasilidade de “Essa Mina é Louca” só evidencia isso. – Sebastião Mota



02. Emicida, “Mandume”

Os videoclipes de Emicida serão verdadeiros marcos na história audiovisual nacional e, quando se juntou com Drik Barbosa, Rico Dalasam, Raphão Alaafin, Amiri e Muzzike em “Mandume”, o rapper não decepcionou mais uma vez, acompanhado de uma crítica que apoia do feminismo negro à resistência das religiões de origem africana, dando o tom e imagem para a revolução que assistimos levantar aos poucos. – Guilherme Tintel



01. MC Linn da Quebrada, “Talento”

Se representatividade e empoderamento foram teclas insistidas ao longo do ano, MC Linn da Quebrada foi quem melhor explorou as duas expressões, dentro de uma produção independente e de grandiosidade absurda, na qual critica a LGBTfobia dando espaço pra que as próprias mulheres trans se manifestem sobre a violência sofrida, por meio de depoimentos e performances, que se tornam uma de suas formas de resistir, visto que, para os intolerantes, elas incomodam só pelo fato de existirem. “Talento” alcança todas essas pontas dentro de uma produção impecavelmente completa, tocando na ferida e, muito provavelmente, te causando arrepios do início ao fim. – Guilherme Tintel

Os 20 melhores singles brasileiros de 2016

Cada vez mais plural, 2016 foi um ano de encontros e reencontros para a música nacional e, em especial, para o cenário pop, cada vez mais cheio de cores, gêneros e motivações que vão além de nos fazer rebolar ao som do novo refrão chiclete da Anitta – que sempre será muito bem vinda, diga-se de passagem.

Desta forma, foi inevitável que reconhecêssemos também os nomes que mais chamaram nossa atenção ao longo dos últimos doze meses e, com isso, preparamos uma lista que representa bem toda a versatilidade do que invadiu nossas playlists vestindo verde e amarelo, indo do rap de Emicida ao synthpop da Manu Gavassi.

Esses são os 20 melhores singles nacionais de 2016:

20. Banda Uó, “Arregaçada”




O forte da Banda Uó sempre foram as referências e, no disco “Veneno”, eles não só entenderam isso, como trouxeram de volta para o público. “Arregaçada” é o bom e escrachado humor do trio brasileiro, levado pelo clássico “Super Freak”, enquanto indiretamente revive também os tempos da Blitz no pop nacional. – Guilherme Tintel


19. Siso, “Eclipse”




Abrindo o EP de estreia da persona Siso (do mineiro David Dines), “Eclipse” traz quase 4 minutos de puro pop e várias camadas de sintetizadores. A composição conversa sobre o processo de amadurecimento e sua identidade no mundo, fazendo muita analogia ao cosmos. Uma das faixas mais interessantes do último ano, mostrando que podemos aguardar grandes feitos do músico no futuro. – Sebastião Mota


18. Liniker e os Caramelows, “BoxOkê”




Pluralidade é a palavra, quando o assunto é Liniker. O cantor é uma das maiores vozes brasileiras da música LGBTQ, ainda que não cante diretamente sobre isso, e em seu disco de estreia, “Remonta”, entrega um pop redondo e que resgata muito da black music brasileira, sintetizado pela faixa que abriu os trabalhos com o CD, “BoxOkê”.


17. Baleia, “Estrangeiro”




Numa primeira audição, “Estrangeiro”, da banda Baleia, pode soar um pouco suja, extravagante demais, mas basta ouvir outras vezes para se habituar no singular universo da faixa, que empresta bastante do indie-rock apoteótico de nomes como Imagine Dragons, Of Monsters and Men e Kings of Leon. – Guilherme Tintel 


16. Silva, “Feliz e Ponto”




A nova MPB de Silva é leve, aconchegante, contagiante e cheia de gingado. “Feliz e Ponto” fez parte do disco que reafirmou a posição pop do cantor, “Júpiter”, e nos ganha por sua simplicidade, que combina, inclusive, com a letra da canção. É boa e ponto. – Guilherme Tintel


15. O Terno, “Culpa”




Para o primeiro single do terceiro álbum, o trio esbanja senso de humor e despretensão. A baladinha pop tem uma vibe sessentista e uma letra com complexo de culpa, mas sem jamais demonstrar tristeza ou dor, temática que se estende ao longo do LP. – Sebastião Mota


14. Anitta, “Sim ou Não (feat. Maluma)”




Ame ou odeie, todos sabem os refrões da mulher que ressuscitou o pop nacional. Apostando agora em novos sons, a criadora de tendências trouxe o dancehall jamaicano e não poderia ter acertado mais. Entre versos do rapper colombiano Maluma, a rainha do pop fala sobre o jogo de sedução que pode acontecer numa pista de dança. Com Anitta sempre vai ser sim ou sim! – Sebastião Mota


13. Lia Clark, “Trava Trava”




Com a explosão do reality show RuPaul’s Drag Race no mundo, a cultura drag tem ganhado cada vez mais admiradores. Não tardou e já temos algumas representantes na música brasileira. Lia Clark se uniu ao produtor Pedrowl (anotem esse nome!) e lançou o hit viral “Trava Trava”, que une elementos do pop com muito funk carioca. Sem dó e piedade, as repetições no refrão, o sample de “Show das Poderosas” e o carisma da intérprete, não tem como não se viciar. Então prepara! – Sebastião Mota


12. Céu, “Perfume do Invisível”




Apresentando o novo álbum, a cantora resolveu apostar na arrebatadora e melancólica “Perfume do Invisível”, que recorda o “cheiro” de um relacionamento fracassado. Em diversos momentos, a balada cede espaço ao groove das guitarras melódicas e baixo intenso. – Sebastião Mota


11. Mahmundi, “Eterno Verão”




Uma das melodias mais gostosas do ano passado, “Eterno Verão” é um ótimo hino pop nacional. Cheio de referência aos hits dos anos 80, a letra romântica, aliada à guitarras e sintetizadores, gruda na cabeça já no primeiro play. É nessa “ingenuidade” retrô que queremos passar o verão inteiro. – Sebastião Mota


10. MC Carol, “100% Feminista (feat. Karol Conka)”




A união entre MC Carol e Karol Conka resultou num dos maiores tiros que a música nacional levou em 2016. “100% Feminista” é quase uma aula sobre feminismo, na qual Carol costura seu discurso por meio de sua vivência e nomes de mulheres que não só marcaram, mas, sim, fizeram história. – Guilherme Tintel


09. Manu Gavassi, “Direção”




É perceptível a evolução de Manu Gavassi em relação ao seu último álbum com o EP “Vício” e, no single “Direção”, temos uma boa amostra dessa mudança positiva, com uma faixa construída por cordas e elementos eletrônicos, sob a narrativa romântica usual, só que agora tão amadurecida quanto sua sonoridade. – Guilherme Tintel 


08. Clarice Falcão, “Irônico”




Já estamos acostumados com as composições ácidas de Clarice, mas a canção aqui ganha corpo com sintetizadores logo no início e acaba por se tornar uma ótima fanfarra. Nesse bloco, não faltam ironias sobre relacionamentos amorosos no meio de toda serpentina e glitter que banham a marchinha carnavalesca. – Sebastião Mota


07. Jão, “Dança Pra Mim (feat. Pedrowl)”




Pedrowl é um nome para ficarmos de olho. O produtor esteve ao lado de nomes como Banda Uó, Lia Clark e Manu Gavassi nos últimos anos e, em 2016, estreou o single “Dança Pra Mim”, com os vocais de outra aposta brasileira: o cantor Jão. Toda trabalhada no synthpop, a faixa oferece uma alternativa ao que conhecemos como pop nacional até aqui e, a cada audição, fomos capazes de descobrir um elemento novo. – Guilherme Tintel


06. Omulu, “Bonde de Pantera”




Se a sonoridade tropical ditou a tendência do último ano, a mistura dela com o funk, proposta pelo brasileiro Omulu, ao lado da MC Tha e do também produtor King Doudou, foi um dos melhores experimentos que poderíamos ter ouvido em 2016. “Bonde de Pantera” possui um arranjo coeso pelos mínimos detalhes, que ascende com a batida do funk em seu refrão, mas é mesmo guiado pelo sexy vocal de Thai. Tudo na medida. – Guilherme Tintel


05. Fresno, “Hoje Eu Sou Trovão (feat. Caetano Veloso)”




Um marco na maturidade da banda. Não por conta da parceria inesperada e espetacular de Caetano Veloso, mas por mostrar que os gaúchos não têm medo de experimentar novas sonoridades. O lírico da canção aqui traz algumas referências cósmicas, comparando-as com seus sentimentos, sempre dialogando com outras faixas do álbum. Tudo brilhantemente casado com os vocais explosivos do vocalista. – Sebastião Mota


04. Rico Dalasam, “Esse Close Eu Dei”




Dar close: ato ou ação que atraia todos os olhares, fechar com, ser o melhor no que faz. É exatamente isso que o rapper paulistano faz no carro chefe de seu primeiro disco. As rimas do trap de pura autoafirmação e empoderamento negro e queer carregam vários neologismos, com referências a sua origem na favela e elementos da cultura pop. Emergindo em um gênero predominantemente homofóbico, Rico sem dúvidas foi onde ninguém (até então) tinha ido. – Sebastião Mota


03. Emicida, “Mandume”




A crítica ao racismo já era frequente na música de Emicida e, em seus últimos trabalhos, se mostrou ainda mais presente, mas quando lançou “Mandume”, o rapper foi além, com uma extensa lista de colaboradores que, por conta de sua diversidade, permitiu que o debate se estendesse em torno do feminismo negro, intolerância religiosa e LGBTQfobia. Só pela introdução aos trabalhos de Drik Barbosa, já valeria uma posição em nossa lista. – Guilherme Tintel


02. MC Linn da Quebrada, “Talento”




Cada vez mais, o funk tem se tornado um ambiente familiar pra que os artistas LGBTQs façam música por meio da militância e, na voz de MC Linn da Quebrada, são as pessoas transexuais que entram em formação, questionando a objetificação e hipersexualização da classe, em meio ao arranjo dançante e, apesar do tema sério, bastante descontraído. Talento, não temos dúvidas de que ela tem. – Guilherme Tintel


01. Dennis DJ, “Malandramente”




O funk carioca não só vem se reinventando como voltou a ter destaque nacional. O próprio sertanejo universitário já havia incorporado elementos do gênero, mas agora o jogo se inverte. O maior hit viral de 2016 é um exemplo dessa subversão. Passeia pelo pop, eletrônico e até o reggae, para contar a saga de uma moça dona de si que só quer sair para se divertir. A “menina inocente”, historicamente objetificada, agora é a protagonista desses novos tempos de intensas discussões sobre feminismo e a violência contra a mulher. – Sebastião Mota

Ouça a lista completa pelo Spotify:


Crítica: "Moonlight: Sob a Luz do Luar" não é só uma jornada tocante, é uma obra de inestimável importância social

Indicado ao Oscar de:
- Melhor Filme
- Melhor Direção
- Melhor Ator Coadjuvante (Mahershala Ali) *favorito*
- Melhor Atriz Coadjuvante (Naomie Harris)
- Melhor Roteiro Adaptado *favorito*
- Melhor Trilha Sonora
- Melhor Fotografia
- Melhor Montagem

Atenção: a crítica contém spoilers.

Certa vez li que é rara a certeza de estar diante de uma obra-prima. De saber, desde o começo do filme, que sua vida não será mais a mesma depois de ver o que está passando diante dos seus olhos – e digo isso em um sentido maior, já que você (quase) nunca sai de um filme na mesma forma que entrou, mesmo que seja uma diferença mínima. E não dá para discordar dessa lógica. É rara, raríssima essa ciência.

Eu sei, é bastante arriscado apontar isso inserido nessa crítica – spoiler alert: “Moonlight: Sob a Luz do Luar” é uma obra-prima –, já que expectativas podem não ser supridas quando lemos algo tão grande sobre qualquer coisa, mas seria leviano não (tentar) pôr em palavras a magnitude que é o melhor filme do ano em diversas listas de críticos mundo afora: com nota 99 (de 100) no Metacritic, o longa foi eleito o melhor de 2016 por 65 críticos, mais do que qualquer outro (o segundo lugar, “La La Land: Cantando Estações”, ficou em #1 na lista de 37 deles).

Olhando pelo prisma do Oscar, o (desnecessário) cerco formado para o prêmio máximo da noite é entre “Moonlight” e “La La Land”, como se tivéssemos que tomar partido entre um deles e torcer contra o outro ao invés de aceitar a possibilidade de gostar de ambos. Mesmo com o favoritismo de “La La Land”, “Moonlight” ainda é o filme mais premiado da temporada: foram, até agora, 141 prêmios contra 134 do musical de Damien Chazelle.

Excluindo todo esse cenário que, mesmo sendo divertido de acompanhar, é irrelevante no sentido puro da arte que é o cinema, “Moonlight” é dirigido e roteirizado por Barry Jenkins, baseado no projeto “In Moonlight Black Boys Look Blue” de Tarell Alvin McCraney (Oscar de “Melhor Roteiro Adaptado” é obrigação). O filme traça a vida de Chiron durante três fases: infância, adolescência e maturidade. Semelhanças com a premissa de “Boyhood: da Infância à Juventude” são naturais, ambos focam, cada um numa maneira, no amadurecimento de seus protagonistas, porém, em “Moonlight”, a liberdade de não ter que filmar durante doze anos (o que “Boyhood” tem de melhor) deu ao roteiro uma coesão primordial para o sucesso da fita.

Imagem: Divulgação/Internet
Chiron, chamado então de “Little” (e interpretado por Alex Hibbert), é uma criança negra perseguida por colegas de escola aos gritos de “Pega esse viadinho”. Acuado e escondido num prédio abandonado para não apanhar, Juan (Mahershala Ali), um traficante local, ajuda o garotinho, muito assustado, e o leva para lanchar, mesmo sendo sumariamente ignorado pelo pequeno, que não abre a boca. Depois, na casa do homem, Little conhece Teresa (Janelle Monáe), namorada de Juan, e juntos começam a construir um laço quase familiar. O motivo? A criança não possui seio familiar que o acolha e o entenda, já que sua mãe, Paula (Naomie Harris), é abusiva e viciada em drogas que está mais preocupada em suprir sua dependência do que com a criança.

O único amigo na escola de Little é Kevin (Jaden Piner), uma das poucas pessoas que consegue se conectar com o retraído garoto. Mesmo achando-o “estranho”, ele tenta ajudar Little a enfrentar a situação com os outros meninos da escola, mandando “mostrar firmeza pros caras”. “Mas eu não sou firme”, responde Little. “Eu sei, mas eles não precisam saber”. A diferença de atitude das duas crianças é evidente, com Little não sabendo o que fazer e como agir diante da masculinidade dos outros meninos, aflorando mesmo numa idade tão precoce.

Imagem: Divulgação/Internet
Num paradoxo bastante interessante, Little consegue ser natural junto com Juan, um homem adulto. Este não trata Little como um ser diferente, e sim um ser à procura de sua verdade e sua identidade. O homem consegue entender o garoto. Numa das cenas mais belas do longa, Juan leva o menino até o mar e o ensina a nadar – nota: Ali estava realmente ensinando Hibbert a nadar no momento. “Eu estou te segurando. Eu prometo, não vou te soltar”. Juan se torna uma figura quase paterna, estando mais presente na vida de Little que a própria mãe, alguém que irradia sentimentos negativos – até para o espectador.

E um dos detalhes mais importante nessa relação é o fato de que a masculinidade do menino não é questionada na presença de Juan, ao contrário dos outros machos em sua volta. Durante essa época de descobertas, Little vê os garotos explorarem seus corpos (em conjunto, inclusive) enquanto ele não se atreve a participar, já que sua sexualidade é um confronto de identidade. Há um misto de curiosidade e confusão em querer conhecer outros corpos masculinos, ainda mais dentro de um sistema onde isso, vindo de um homem, é algo condenável.

E o próprio meio molda o indivíduo. A marginalização social daquelas pessoas negras torna suas vidas algo duro, então os mesmos se encontram numa posição de endurecimento de si para poder lidar com a situação. Nem mesmo os mais novos fogem desse ciclo vicioso, repetindo os arquétipos sociais dos mais velhos em prol da sua sobrevivência e inclusão de suas identidades naquele meio. A periferia, as escolas exclusivas de alunos negros, os locais onde essa população se reúne, tudo é filmado com grande requinte para a construção do espaço físico e social onde Chiron, e todos os outros, habitam.

Imagem: Divulgação/Internet
No momento final dessa primeira parte há um dos diálogos mais sinceros de todo o filme, onde Little questiona a Juan e Teresa o que é ser “bicha”. “’Bicha’ é uma palavra que as pessoas usam para fazer os gays se sentirem mal”, diz Juan. “Eu sou uma bicha?”, pergunta o menino. “Não. Você pode ser gay, mas não pode deixar ninguém te chamar de bicha”. Há um grande poder na cena pelo fato de ser uma criança fazendo tais perguntas, respondidas com grande maturidade pelos dois adultos. Conseguimos parar por um momento e nos colocar na cabeça daquele menino, perturbado por ter que lidar não só com a dúvida interna, mas o julgamento externo. É um momento cruel e reflexo perfeito de tantas realidades.

Na segunda parte, Chiron, agora adolescente (interpretado por Ashton Sanders), sofre ainda mais em todos os departamentos de sua vida. Juan está morto; sua mãe afunda cada vez mais em drogas; seu melhor amigo, Kevin (interpretado agora por Jharrel Jerome) exala uma desconcertante heterossexualidade; e outros rapazes da escola tornam sua vida um inferno. É notável ver a forma como o filme retrata a falta de atitude e responsabilidade por parte da escola em resolver a situação de agressões que Chiron sofre dentro das próprias paredes da instituição. O local é uma selva, cada um por si.

Imagem: Divulgação/Internet
A cena chave desse “meio” da história é o diálogo que Chiron e Kevin tem numa praia, onde os jovens conversam sobre suas vidas e anseios. Há muita crueza na cena, onde as máscaras sociais de ambos vão caindo pouco a pouco. “Você chora?”, questiona Chiron, e Kevin responde: “Não, só me dá vontade”, numa clara recompostura da fachada heterossexual de jamais demonstrar emoção. “Às vezes choro tanto que acho que vou secar por dentro”, responde Chiron, de forma honesta. A conversa consegue abrir Kevin, que beija Chiron, partindo para uma masturbação no garoto, tudo fotografado de forma estupenda.

Nos dias seguintes, Kevin é coagido por Terrel (Patrick Decile) a, junto com um grupo de rapazes, espancar Chiron, que sai bastante machucado. A reação do protagonista, dias depois, é o expurgo máximo: ele quebra uma cadeira nas costas de Terrel. O acontecimento causa consequências e Chiron é preso, saindo algemado da escola. De uma forma demasiadamente sutil, o filme faz um estudo de situação: pense você vendo o noticiário e ouvindo a notícia que um jovem negro quebrou uma cadeira nas costas de um colega de classe dentro da escola. “Vândalo” e “bandido” seriam facilmente os adjetivos que viriam à sua mente. Sabemos os meandros que levaram Chiron a cometer tal (errado) ato, desencadeado por outros atos errôneos, porém é Chiron que leva o rótulo de culpado, de bandido, sendo que, nos altos da situação, ele é a vítima – mesmo extrapolando os limites pela reação radical. Somos convidados a conhecer os pormenores de uma situação que já chega pronta, e nos colocamos no lugar do protagonista. Seríamos então tão passíveis de condenação? Todo ato não é o produto de uma série de acontecimentos?

Imagem: Divulgação/Internet
Pulamos vários anos e chegamos na parte final de “Moonlight”, com Chiron adulto e conhecido pelo codinome “Black” (interpretado por Trevante Rhodes). Sua vida agora se assemelha com a de Juan: Black é um traficante de drogas (outro estudo de situação). Super musculoso, Chiron assumiu uma identidade física completamente diferente, vivendo uma vida de mentira em prol de algo que ele nunca teve: respeito. Um personagem pergunta se ele está “pegando” uma mulher, e ele responde “Estou tentando”, com um breve lapso de mentira que só o expectador pode reconhecer.

Certo dia Black recebe uma ligação de Kevin (interpretado em sua forma adulta por André Holland), convidando-o para jantar no restaurante em que trabalha e se desculpando pelo o ocorrido na juventude, fato que os fizeram acabar com a amizade. No jantar, há grande desconforto entre os dois pelos anos de distância, as mudanças de ambos e o fantasma do acontecimento que os separaram. Enquanto Chiron permanece um pé atrás, Kevin demonstra bastante alegria por vê-lo ali (mesmo dando de carra com os silêncios de Chiron), até que os dois vão até a casa de Kevin depois de uma investida deste: “Você dirigiu até aqui só porque estava com saudade de casa? Onde você vai passar a noite?”.

Imagem: Divulgação/Internet
Na casa, a tensão sexual se torna palpável durante a conversa, com Kevin questionando quem era aquele novo e diferente Chiron e assumindo que nunca fez o que ele realmente queria fazer na vida, e sim o que as outras pessoas achavam que ele deveria fazer, algo que Chiron consegue se identificar. A áurea sexy exala da tela, com ambos gritando por dentro o desejo de um pelo outro. Toda a sequência é bastante sexual, mesmo não havendo um segundo de sexo, prova do domínio cinematográfico estupendo de Barry Jenkins e seus dois atores, além de ótima montagem. É perceptível a batalha acontecendo por trás dos olhos do protagonista, que assume: “Você [Kevin] foi o único homem que me tocou na vida. O único. Eu nunca fiquei com alguém desde então”. Não há mais necessidade de palavras.

“Moonlight: Sob a Luz do Luar” é um filme triste, não há como negar, todavia, ao mesmo tempo, é uma obra genialmente bela, tocante e verdadeira. Acompanhamos a jornada de descoberta de Chiron durante suas três fases e conseguimos pegar carona ao relembrar das nossas próprias jornadas, ainda em curso. Atuado com maestria por Trevante Rhodes, Mahershala Ali e Naomie Harris, temos um olhar brilhante de Barry Jenkins sobre temas muitas vezes esquecidos no cinema, mas urgentes, necessários e representativos como o ser gay, o ser negro, o ser periférico, o que solidifica sua inestimável importância social. Porém, você não precisa se enquadrar em algum desses três “seres” para sentir a delicadeza devastadora que “Moonlight” provoca – mas caso se encaixe, essa é uma história para toda uma vida. A de Chiron e a sua.

Muito “Black Mirror”! Tem Lady Gaga e vários famosos no clipe novo do Molejo, “Fofoca É Lixo”

A internet é uma coisa maravilhosa, né? Quando Lady Gaga lançou o primeiro single do álbum “Joanne”, “Perfect Illusion”, choveram comparações da letra da cantora com o hit “Cilada”, do grupo brasileiro de pagode Molejo, e como eles não são bobos, nem nada, aproveitaram a homenagem da Tia Joana para prepararem o terreno do seu retorno e entraram na brincadeira.

O resultado foi positivamente assustador: as reproduções de “Cilada” cresceram mais que 100% no Spotify e, redes sociais afora, trouxe de volta à exposição o nome do Molejo, que emplacou nos anos 90 sucessos como “Dança da Vassoura” e “Brincadeira de Criança”.

Faltando pouco pra Lady Gaga fazer sua aguardada performance no Super Bowl, eis que os brasileiros voltaram oficialmente, com a inédita “Fofoca É Lixo”, e lançaram nesta terça-feira (24) seu videoclipe, no qual contam com a aparição de Gaga – com a capa de “Joanne” e a postagem em português feita nas suas redes sociais, na época em que os fãs estavam fazendo as comparações – e vários outros artistas, numa crítica às fofocas e especulações que tomam conta da internet.

Uma coisa muito bacana é que, apesar de termos parado pra ouvir esse novo trabalho do grupo por conta do meme, o lançamento é bom de verdade, com o videoclipe todo inspirado numa estética virtual propositalmente “trash”, esbarrando fácil na cultura seapunk e todos seus excessos visuais, antes explorados por Banda Uó, Karol Conka, Azealia Banks, MIA e até Rihanna. Assista abaixo:



E os caras estão mesmo de olho num hit, né? Tanto que até apostaram num “vai, Molejão!”, bastante parecido com o grito de palco do Wesley Safadão.

Agora a ideia é compartilhar o clipe até que chegue na Lady Gaga, quem sabe ela não os chama pra fazer um mashup ao vivo lá no Super Bowl? Ouvimos dizer que ela ainda não definiu seu artista convidado.

"La La Land" é o grande destaque entre os indicados ao Oscar 2017; confira a lista completa!


Quando falamos em premiações no mundo do cinema, nós temos uma gama enorme de cerimônias para celebrar nosso filme favorito. Se você não curte aquele cultzão de duas horas, temos o People Choice Awards, porque é lá que o filme do povão é bem-vindo. Agora, se você quer aquele cultzão um pouquinho mais comercial, ou até mesmo nem tão cult, porém longe de ser do povão, temos o Oscar. E os indicados da edição de 2017 acabaram de sair.

Neste ano, os indicados foram divulgados através do YouTube e Facebook, com atores, atrizes e roteiristas compartilhando suas experiências com a premiação, parecendo até que meio jogado, para falar a verdade. Entre os destaques, temos o já favorito "La La Land" com 14 indicações, "Moonlight" e "A Chegada". Os blockbusters, como sempre, ficaram com categorias técnicas, como "Doutor Estranho" em Melhores Efeitos Visuais e "Esquadrão Suicida" com Maquiagem e Cabelo. Confira a lista completa abaixo:

Melhor Filme
A Chegada
A Qualquer Custo
Até o Último Homem
Cercas
Estrelas Além do Tempo
La La Land: Cantando Estações
Lion: Uma Jornada para Casa
Manchester à Beira-Mar
Moonlight: Sob a Luz do Luar

Melhor Filme em Língua Estrangeira
Land of Mine
A Mand Called Ove
O Apartamento
Tanna
Toni Erdmann

Melhor Documentário
13th
I am not your negro
Fire At Sea
Life, Animated
O.J. Made in America

Melhor Animação
Kubo e As Cordas Mágicas
Moana
My life Courgette
The Red Turtle
Zootopia

Melhor Curta-Metragem
Ennemis Intérieurs
La femme et le TGV
Silent night
Sing
Timecode

Melhor Documentário em Curta-Metragem
41 miles
Extremis
Joe's violin
The white helmets
Watani: My homeland

Melhor Curta-Metragem de Animação
Blind Vaysha
Borrowed time
Pear Cider and Cigarettes
Pearl
Piper

Melhor Diretor
Barry Jenkins, de Moonlight: Sob a Luz do Luar
Damien Chazelle, de La La Land: Cantando Estações
Dennis Villeneuve, de A Chegada
Kenneth Lonergan, de Manchester à Beira-Mar
Mel Gibson, de Até o Último Homem

Melhor Atriz
Emma Stone, por La La Land: Cantando Estações
Isabelle Huppert, por Elle
Meryl Streep, por Florence: Quem é Essa Mulher?
Natalie Portman, por Jackie
Ruth Negga, por Loving

Melhor Ator
Andrew Garfield, por Até o Último Homem
Casey Affleck, por Manchester à Beira Mar
Denzel Washington, por Cercas
Ryan Gosling, por La La Land: Cantando Estações
Viggo Mortensen, por Capitão Fantástico

Melhor Atriz Coadjuvante
Michelle Williams, por Manchester à beira-mar
Naomi Harris, por Moonlight: Sob a luz do luar
Nicole Kidman, por Lion: Uma Jornada para Casa
Octavia Spencer, por Estrelas além do tempo
Viola Davis, por Cercas

Melhor Ator Coadjuvante
Dev Patel, por Lion: Uma Jornada para Casa
Jeff Bridges, por A Qualquer Custo
Lucas Hedges, por Manchester à Beira Mar
Mahershala Ali, por Moonlight: Sob a Luz do Luar
Michael Shannon, por Animais Noturnos

Melhor Roteiro Original
20th Century Woman
A Qualquer Custo
La la land: Cantando estações
Manchester à beira-mar
O lagosta

Melhor Roteiro Adaptado
A Chegada
Cercas
Estrelas Além do Tempo
Lion
Moonlight

Melhor Fotografia
A Chegada
La La Land: Cantando Estações
Lion: Uma Jornada para Casa
Moonlight: Sob a Luz do Luar
Silêncio

Melhor Edição
A Chegada
Até o Último Homem
A Qualquer Custo
La La land: Cantando estações
Moonlight: Sob a luz do luar

Melhor Figurino
Aliados
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Florence: Quem é Essa Mulher?
Jackie
La La Land: Cantanto Estações

Melhor Maquiagem e Cabelo
A Man Called Ove
Star Trek: Sem Fronteiras
Esquadrão Suicida

Melhor Trilha Sonora
Micha Levi, de Jackie
Justin Hurwitz, de La la land: Cantando estações
Nicholas Britell, de Moonlight: Sob a luz do luar
Thomas Newman, de Passageiros

Melhor Canção Original
"Audition (The fools who dream)", de La la land: Cantando estações
"Can't stop the feeling", de Trolls
"City of stars", de La la land: Cantando estações
"How far I'll go", de Moana
"The empty chair", de  Jim: The James Foley Story

Melhor Mixagem de Som
A Chegada
Até o Último Homem
Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
La La Land: Cantando Estações
Sully: O Herói do Rio Hudson

Melhor Edição de Som
A Chegada
Até o Último Homem
Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
La La Land: Cantando Estações
Sully: O Herói do Rio Hudson

Melhores Efeitos Visuais
Doutor Estranho
Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
Kubo e as Cordas Mágicas
Mogli
Rogue One: Uma História Star Wars

Melhor Design de Produção
A Chegada
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Ave César!
La La Land: Cantando Estações
Passageiros

E aí, teu favorito está entre os indicados? A cerimônia de entrega de prêmios acontece no dia 26 de fevereiro e será apresentada por Jimmy Kimmel.

Vai ter crossover musical de “Flash” com “Supergirl” e o vilão será Darren Criss

Sempre se falou em um episódio musical no Arrowverse, ainda mais tendo dois de seus protagonistas participado do fenômeno “Glee”. Em entrevista ao TVLine, o produtor Andrew Kreisberg confirmou que o ex-Warbler se reuniria mais umas vez aos seus amigos Grant Gustin e Melissa Benoist, dessa vez como o vilão Music Meister.

Ficamos impressionados com o seu talento ao longo dos anos e mal podemos esperar pra ver o que ele fará como Music Meister

O vilão, introduzido na série animada “Batman: Bravos e Destemidos” (com a voz de Neil Patrick Harris), tem o poder de controlar as pessoas, obrigando-as a dançar e cantar. Nem tão absurdo em um mundo onde vilões conseguem dividir a terra ao meio, como disse o produtor.



Também foi confirmado que os atores Jesse L. Martin (Joe), Victor Garber (Dr. Stein), John Barrowman (Malcolm Merlyn), Jeremy Jordan (Winn) e Carlos Valdes (Cisco) cantarão ao lado dos heróis. 


O evento musical dividido em duas partes vai ao ar nos dias 20 e 21 de março pelo canal americano CW.  No Brasil, as séries são exibidas pelo Warner Channel. 

Menos eletrônica, cai na internet uma das versões demos de “All My People”, da M.I.A.

Foi longa a lista de colaboradores de M.I.A. no disco “AIM” e, com isso, também foram muitas as versões das músicas gravadas para esse material, até que chegassem no que conhecemos no álbum disponibilizado pelo Spotify.

Uma dessas músicas que passaram por muitas e muitas mixagens foi “A.M.P. (All My People)”, oficialmente lançada pelas mãos de Skrillex e do brasileiro Leo Justi.



Na época de seu lançamento, o brasileiro, também conhecido pelos trabalhos com o Heavy Baile e, mais recentemente, produção do disco “Bandida”, da MC Carol, chegou a comentar sobre as muitas versões de “All My People”, incluindo uma menos eletrônica, fortemente inspirada pelas percussões africanas, e eis que uma dessas edições chegou ao público.

Chamada por “drum version”, a demo de “All My People” conta com a colaaboração dos produtores Switch e Riton e, nesta edição, já não apresenta o batidão eletrônico de Skrillex com Justi, se aproximando bastante dos trabalhos de M.I.A. em seus primeiros discos.

Ouça abaixo:



Nossa vida mudou após os dois minutos e trinta segundos desta versão. Deus é top.

Saiu uma prévia de “Love Incredible”, música nova do Cashmere Cat com SOPHIE e Camila Cabello

Camila Cabello continua trabalhando em seu disco de estreia solo, prestes a lançar seu primeiro material desde a saída do Fifth Harmony, e enquanto segue nas paradas com “Bad Things”, do rapper Machine Gun Kelly, explora outras sonoridades com diferentes produtores, incluindo, como já te contamos, Cashmere Cat e um dos precursores da PC Music, SOPHIE.

Seu guia definitivo sobre PC Music, a tendência para a música pop de 2017

A parceria de Cashmere e SOPHIE com Cabello foi registrada no final do ano passado e, chamada “Love Incredible”, ainda não foi revelada ao público. Entretanto, uma pequena prévia caiu na internet e, pelos segundos vazados, confirmou que sua sonoridade será levada para a PC Music, também utilizada pelos produtores na parceria “After Coachella”, com vocais da dinamarquesa MØ.

Ouça:


Rainha da PC Music mesmo!

Além de Cashmere Cat, SOPHIE e Machine Gun Kelly, Camila esteve em estúdio com produtores como Benny Blanco e Diplo nos últimos meses, devendo ainda fazer uma participação no novo disco do Major Lazer, “Peace Is The Mission”.

“Love Incredible” não tem previsão de lançamento, mas, se já estávamos animados só por seu registro, com essa prévia não vemos a hora de escutá-la na íntegra. 

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