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Entrevista: Yann fala sobre o lançamento de EP visual, como Anitta salvou o pop brasileiro e "RuPaul's Drag Race"

Você tem um minutinho para dar atenção a um ótimo artista independente made in Brazil? O cantor Yann finalmente lançou seu EP "Entre o Fim e o Recomeço", que conta com o carro-chefe o hino "Até te Encontrar" (que demos cinco motivos para você amar nesse post aqui, lembra?). Completamente visual, a primeira parte do álbum completo do cantor conta com a participação da atriz e nossa eterna Lara Pereira Fontini de "A Favorita", Mariana Ximenes.

Convidamos Yann prum papo sobre música, inspirações, o cenário musical brasileiro, as dificuldades de ser um membro LGBT na nossa sociedade e, é claro, "RuPaul's Drag Race"! Você pode ler enquanto ouve o Volume 1 do "Entre o Fim e o Recomeço", recomendamos.




IT: Oi Yann, como você está?

YANN: Muito, muito bem. E você, Hackaq?

IT: Vou bem também, passei o dia com “Até te Encontrar” na cabeça.

YANN: Ah, maravilhoso. Fico feliz em perturbar seu cérebro haha.

IT: Vamos começar já nesse assunto com uma pergunta difícil: qual sua música favorita do “Entre o Fim e o Recomeço”?

YANN: Hmm... sendo bem honesto, varia muito. Acho que no momento “Love” porque foi a última que finalizei, então foi a que escutei menos, mas tenho uma queda forte por “Futuro Ex”. Talvez por ter sido, de longe, a mais trabalhosa.



IT: Eu lembro, há um bom tempo, que você já falava dessa música? O que teve de tão difícil?

YANN: Ela passou por diversas transformações. Aliás, foi uma das primeiras que comecei a fazer quando iniciei o projeto há dois anos. Originalmente era meio tropical house, mas aí logo em seguida o Bieber veio nessa onda e pensei: "ferrou, o pop todo vai ser assim, preciso mudar". E sorte que fiz isso mesmo. Depois demorou mais de 30 versões pra chegar exatamente aonde queria. Sou doentemente detalhista. Meu produtor me odeia haha.

IT: O EP será inteiramente visual? Já tem algum gravado além de “Até te Encontrar”?

YANN: SIM! Tem clipe pra todas vindo. “Futuro Ex” e os outros estão em pré produção. To bem animado pra lançar ele, mas ainda falta um pouco.

IT: Os clipes serão meio "Era Joanne", interligados, ou não?

YANN: Sim e não. Eles existem de forma independente, mas tem vários elementos que se interligam. O clipe “Até te Encontrar” é na verdade uma introdução. Não é uma narrativa linear, mas todas tratam sobre o meu processo de descobrimento e superação.

IT: Superação do quê, exatamente?

YANN: Da perda de um relacionamento. Na verdade, para o conceito do álbum, misturei algumas experiências. Tipo quando fazem filme biográfico e avisam que tal personagem é na verdade uma mistura de várias pessoas.

IT: A letra de “Até te Encontrar” trata muito bem disso, é quase que a faixa-chave do conceito do EP, ou to errado?

YANN: Bem isso mesmo. Por isso que escolhi ela como introdução pro “Volume 1” do EP.



IT: Ela é, de longe, minha faixa favorita, acho a produção muito boa, mas é a letra que me ganha. Já disse que acho a "Habits" brasileira hahahah. Como ela surgiu?

YANN: Hahaha. A primeira versão dela surgiu em outro projeto que ia fazer. Acabou que era só um trecho da música, mas senti que existia algo aí. Quando mergulhei nesse projeto, resolvi revisitar ela e terminei de compor a música. A ideia era tratar bem desse momento de desespero/euforia em que caímos na noite buscando anestesiar um término. Depois que surgiu essa letra de abertura "Me apaixono todo dia, até eu levantar" tudo acabou fluindo. Porque é bem essa ideia de sentir que consegue se reapaixonar na noite, até o segundo que a realidade bate e a sobriedade renasce hahaha.

IT: O dia chega e com ele a ressaca moral, entendo bem hahaha. Mas agora vários sites do país estão falando de “Love”, parceria com a atriz Mariana Ximenes. Como surgiu a música e a parceria?

YANN: Quando eu estava começando esse processo de composição do álbum eu tinha esse desejo de fazer uma música com alguma atriz, uma música que tivesse uma parte falada. Eu não imaginava que iria rolar [com a Mariana], eu nem ia tentar nada, mas sabe quando você quer muito algo na sua cabeça? Nessa mesma semana chegou um e-mail e tinha o de várias pessoas, inclusive o da Ximenes. “Gente, isso é um sinal, é pra ser, não é possível” hahaha. Aí eu mandei um e-mail para ela, contei o disco inteiro e dias depois tinha uma resposta dela topando. Demoramos uns seis meses para resolver tudo, porque ela tava gravando novela, e nos encontramos, trocamos histórias e com base nisso compus “Love”. A letra tem detalhes de histórias que ela me contou e histórias minhas. São verdades compartilhadas.

Foto: Divulgação/@marixioficial

IT: Como foi o processo de gravação?

YANN: Foi lindo vê-la interpretando e cantando uma musica que escrevi. Quando a Mari falava o texto, ela dizia chorando, lágrimas caindo mesmo. Ela é inacreditável. Eu a adoro, ela é uma das melhores atrizes da geração dela, um talento e uma intensidade absurda. Ela tem também esse lado delicado, sabe? Eu gosto muito dessa dicotomia que ela tem entre intensidade e delicadeza.

IT: Já podemos esperar um "Cheek To Cheek" de vocês dois? 
                       
YANN: Hahaha, veremos até onde vai a dupla Maryann, mas por enquanto estamos no “Love” mesmo. 

IT: O nome do EP leva "Vol. 1". Teremos outras partes ainda esse ano? Ele também será visual? Beyoncé realmente mudou as nossas vidas?

YANN: Tem uma segunda parte que quero que chegue esse ano ainda, já estou na metade das gravações. Mas em mundo de artista independente, existem surpresas. E quero muito que seja [visual]. Pra rolar é provável que eu precise vender meu rim, mas ta valendo hahaha.

IT: Fiquei sabendo que tuas nudes estão com cotação altíssima na roda gay, qualquer coisa já sabe hahaha. Inclusive, a pergunta que todos estão se fazendo? Está namorando?

YANN: Hahahaha. Estou sim!

IT: O vale chora hahaha. A gente tá acompanhando uma mudança bastante interessante na música brasileira. Com Anitta e Ludmilla, por exemplo, o pop voltou a ser um dos principais gêneros do mercado, que abriu espaço para artistas LGBTs, como Pabllo Vittar, Gloria Groove, Jaloo e Aretuza Lovi. Como você enxerga tudo isso sendo LGBT?

YANN: Eu acho maravilhoso. Bem ou mal, antes da Anitta o pop tava muito fechado no Brasil. Anitta abriu muitas portas para a gente, e, consequentemente, por ela trazer um holofote para esse gênero, acabou surgindo todas essas oportunidades com a Pabllo, o Jaloo e tantos outros artistas LGBTQs sensacionais. Quanto mais visibilidade para a nossa comunidade, melhor. Imagina a gente pequeno, podendo crescer com uma Pabllo para olhar. Você não se sente tão sozinho. Eu sempre vi nos meus ídolos pop representações de quem eu sou, do que eu quero ser, das minhas inspirações. E eu sempre falo, as Spice Girls me salvaram. Eu passava por muito bullying na escola quando era pequeno e gay. Então eu via nas Spices uma forma de fuga, existia uma autenticidade ali. Era incrível ver uma banda daquele porte falando de feminismo.


IT: Falando na nossa comunidade, semana passada começou a nona temporada de “RuPaul’s Drag Race” (também conhecido como a nossa Copa do Mundo). E aí, tá torcendo pra quem?

YANN: Já começo torcendo pra Charlie Hides (que amo os videos do YouTube) e Peppermint, mas ainda preciso assistir mais pra conhecer as outras queens direito. Essas duas eu já conhecia bem antes do programa, então é injusto com as outras haha.


IT: Adoro as duas, mas meu coração é da Sasha Velour e da Nina Bo'nina Banana Fofana Osama Bin Laden Brown Boom Boom Boom Boom. Eu não consigo não amar as estranhonas hahahaha. Até o próprio programa tem passado por muitas mudanças no sentido de exposição de gênero aceita. Uma Sasha nas primeiras temporadas nem entraria.

YANN: Nina é religião! E é uma evolução natural do programa, a ideia das temporadas iniciais era mostrar estilos mais tradicionais de drag, fazer com que o público se acostumasse com isso e, com o tempo, introduzir elementos novos. Cada temporada que passa, temos mais visibilidade. Peppermint é a primeira mulher abertamente trans a entrar no programa [na nona temporada].

IT: Isso é muito verdade e um passo gigante na representatividade. Até no próprio meio é complicado ser trans. Quem não se lembra da Monica Beverly Hillz na quinta temporada ou da Sonique na segunda chorando no palco quando revelaram?
                    
YANN: Sim, existe muito preconceito contra mulheres trans fazendo drag. Como se elas já não passassem preconceito suficiente. Até parte da nossa própria comunidade precisa se virar contra a representatividade delas nessa forma de arte. Inacreditável.


YANN: Sim, sim. Passos lentos, mas reais. As últimas três décadas foram revolucionárias pra nossa comunidade. Se formos pensar, até recentemente, ainda mostravam homossexualidade na tevê como uma doença. Quer dizer... tem gente que ainda tenta argumentar isso.

IT: Vamos voltar a falar de música? Vai ter “Entre o Fim e o Recomeço Ball Tour”?

YANN: Está nos planos, estou tentando articular isso agora. Quero muito mesmo, gosto demais de cantar ao vivo e trocar energia com a plateia.

IT: Se você pudesse lançar um álbum com três grandes parceiras, quem seriam?

YANN: Pergunta difícil hahaha. Tem muita gente, posso pensar nas deusas maiores da minha vida pop, que me criaram e me inspiraram até hoje, como Grace Jones, Kate Bush, Madonna. Por acaso tem uma música no segundo disco que eu tenho o sonho irreal de fazer com a Anitta. Não sei se ela toparia porque é bem alternativo, algo muito diferente do que ela já fez, mas seria sensacional pelo timbre de voz dela. Eu nem cogito, não me coloco nessa pretensão, mas vamos sonhar, né? Hahaha.


IT: Com a Mariana era um sonho irreal e deu certo, então vamos tentar hahaha. Para finalizar, o que você espera que seja o "legado" do “Entre o Fim e o Recomeço”? Qual o objetivo final dele?

YANN: Meu objetivo sempre foi colocar para fora esses sentimentos. O processo de composição, para mim, sempre foi extremamente pessoal, baseado em experiências minhas, então quero compartilhar essas verdades e compartilhar esses momentos da minha vida. Uso a música como meu diário, cada lançamento fala da minha vida, e quero que as pessoas ouçam e se identifiquem com minha história. Acontecendo isso já valeu pra mim, é tudo o que eu quero.

IT: Não sei os outros, mas eu me conecto demais com “Até te Encontrar”, me vejo muito na letra, então seu objetivo foi atingido com sucesso aqui hahaha.

YANN: Ahhh, fico tão feliz de ler isso, mesmo.


Yann é maravilhoso, não é mesmo? Além de ouvir o "Entre o Fim e o Recomeço" no Spotify, seguir o cara no Facebook, Instagram e Twitter. Agora vamos aguardar o Volume 2 do EP - vai que tem Anitta, não é mesmo?

Start your engines! Série sobre a vida do ícone RuPaul está a caminho

RuPaul está cada dia mais rica, ela é poderosíssima! A produtora de J.J. Abrams, Bad Robot, ao lado da World of Wonder, irá desenvolver uma dramédia sobre a trajetória do ícone RuPaul Charles, desde os anos de club kid ao título de supermodel of the world.


Nascido em San Diego, RuPaul se mudou para estudar artes performáticas em Atlanta, onde logo se tornou figura conhecida no cenário dos clubs, período que será abordado na série. A história se passará em uma Nova Iorque dos anos 80, durante a era Reagan.

Além de Ben Stephenson (Bad Robot), o próprio RuPaul Charles assumirá o posto de produtor executivo, bem como Fenton Bailey, Randy Barbato e Tom Capmbell. O roteiro fica por conta de Gary Lennon, responsável por Power e Orange is the New Black. Ainda não se sabe quando será a estreia, nem qual canal (ou serviço de streaming) será a casa da série.



Atualmente, a World of Wonder produz o fenômeno global e vencedor do Emmy, RuPaul’s Drag Race, que chega a sua nona temporada regular no próximo dia 24, pelo canal americano VH1.

O trailer da nova temporada de RuPaul’s Drag Race tá cheio de cor e discurso político!

Tempos drásticos pedem medidas “dragtásticas”. Assim é anunciada a nona temporada de RuPaul’s Drag Race. Com um tom político, as letras garrafais em preto e branco logo se transformam numa explosão de cores, etnias e muito glitter.


Depois de uma campanha repleta de teasers através do instagram stories, foi revelada nesta quinta-feira (03) o elenco completo da nova temporada. Além de queens vindas de diversas partes dos Estados Unidos, a programa mais uma vez quebra barreiras com a adição de uma inglesa. 


A nova corte de rainhas competirá pelo prêmio de 100 mil dólares, bem como o título de America’s Next Drag Superstar. Ainda sem data definida, o reality show vencedor do Emmy promete uma das estreias mais chocantes da herstory de Drag Race. 

Entrevistamos a Allie X: “Todas as cantoras deveriam se inspirar em Lady Gaga”

Allie X vem se apresentar no Brasil no próximo mês e para dar um gostinho, batemos um papo bem legal com ela! A cantora, nascida no Canadá, é destaque no pop underground e já possui uma legião de fãs, principalmente nas terras tupiniquins. Em uma conversa no Skype, Allie demonstrou ser uma pessoa bastante carismática, divertida e atenciosa, além de contar várias novidades e compartilhar um tanto de experiências fantásticas que ela já viveu em tão pouco tempo de carreira. Se você é fã de música pop, se curve à X, porque ela vai te cativar com seu som super catchy.




It Pop: Oi Allie, meu nome é Vitor, sou do It Pop, um site brasileiro e sou a pessoa que vai te entrevistar hoje. Estou um pouco nervoso, porque eu sou muito fã do seu trabalho e fico muito feliz por estar falando com você!
Allie X: Ei, não fique nervoso! Eu que agradeço por gostar do que eu faço.

It Pop: Como você está?
Allie X: Eu estou bem! Tive uma ótima noite de sono e estou tomando chá agora. E você, está bem?

It Pop: Como eu disse, um pouco nervoso, mas bem. Obrigado por perguntar! Você está pronta?
Allie X: É claro.

It Pop: Vamos começar com sua vinda ao Brasil... Está muito perto! Você sabe que tem muitos fãs brasileiros. Como foi essa aproximação?
Allie X: Eu tenho um brasileiro na minha equipe, ele se chama Jungle George, ele já escreveu músicas comigo, fez algumas fotos e vídeos, e eu acho que isso me fez conhecer um pouco da cultura do Brasil, um pouco de português também... Eu achei bem aleatório ter um público tão grande aí, mas foi algo bem orgânico e natural. Fico muito agradecida pelo carinho que recebo e espero que essa conexão cresça ainda mais.


It Pop: Quais as suas coisas preferidas no Brasil? Palavras, comidas, lugares...
Allie X: Eu já estive no Brasil uma vez, em São Paulo, e eu fiquei encantada pela comida. Era uma delícia! Eu amo comer peixe, vegetais... Eu experimentei comidas maravilhosas lá, e eu amei o espírito da cidade. Tinha um ambiente agradável, artisticamente falando; amei ver grafite em toda parte e como a cidade parecia selvagem. 

It Pop: Você planeja apresentar alguma música nova nos shows por aqui?
Allie X: Eu ainda não decidi o set exatamente, mas eu espero colocar algo que ainda não toquei ao vivo.

It Pop: E como você se prepara para os shows? Você tem algum ritual?
Allie X: Na verdade, eu canto melhor se eu não aquecer minha voz, porque eu tenho um tipo de voz que, tipo, se eu aquecer, ela fica muito fina, muito aguda, então é melhor quando minha voz está um pouco cansada, porque ela soa melhor. E, eu não sei, eu tento ficar em algum lugar com espaço livre, porque fico um pouco nervosa antes dos shows, então eu tento transformar isso em animação. Eu também tento aparentar o melhor de mim, porque isso é importante para mim e para meus fãs... E comer algo leve!

It Pop: Eu sei que você assiste muitas séries e que você espera terminar o novo disco bem rápido para colocá-las em dia. Quais são as que você mais gosta e como você administra o seu tempo entre diversão e trabalho?
Allie X: Eu amo "RuPaul's Drag Race"! Eu amo "Black Mirror", estou assistindo na Netflix... É muito louco, mas bem relevante. Eu amo alguns sitcoms dos anos 90, tipo "Frasier", "Seinfeld", "Friends". Eu gosto muito de "Homeland", "Luther"... Como você pode perceber, eu assisto Netflix demais! Eu não me socializo muito. Eu passo o meu dia inteiro trabalhando e então eu vou assistir alguma série, dormir, isso é o normal pra mim. É meio entediante...

It Pop: E você participou de "All Stars 2", dando voz à Katya. Como foi isso? Você chegou a encontrá-la?
Allie X: Foi muito divertido... e aleatório. Meus amigos fizeram a música para aquele episódio e eles me chamaram para ser a Princesa Diana. Foi bastante legal; eu não a encontrei, mas Michelle Visage estava lá no dia.



It Pop: Aproveitando que estamos no assunto, você tem uma drag queen preferida?
Allie X: Violet Chachki, é claro! 

It Pop: Sim, e vamos falar dela agora, porque eu quero saber sobre o vídeo de "All The Rage", que eu amo! Como foi trabalhar com a Violet?
Allie X: A Violet se destacou para mim como alguém perfeita para o vídeo, porque eu queria alguém para demonstrar uma outra parte do meu ego. A aparência e o estilo dela são muito parecidos comigo. E então, eu entrei em contato com ela e ela gostou da ideia. Eu não sei, nós somos fãs uma da outra e esperamos fazer mais coisas juntas.



It Pop: E se você pudesse escolher qualquer pessoa, viva ou morta, quem você escolheria para gravar uma música?
Allie X: Talvez Nina Hagen, você sabe quem é ela? Eu adoraria trabalhar com Nina Hagen.

It Pop: E você planeja gravar algum dueto?
Allie X: Possivelmente...

It Pop: Ok, eu senti algo sobre o "Collxtion II"...
Allie X: (risos).

It Pop: Você pode me dizer quando ele vai sair?
Allie X: Eu também não posso te dizer isso...

It Pop: Então me conte como foi trabalhar com o Troye Sivan. Foi uma experiência legal?
Allie X: Foi uma experiência muito boa e eu não estou dizendo isso só porque é uma entrevista. Foi uma boa convivência, sabe? Como quando você sai com seus amigos... Todos os nossos encontros foram assim. Eu já trabalhei com um bocado de artistas em Los Angeles, como compositora, e é muito frustrante quando o artista não sabe o que ele quer. Eu sinto como se eu não tivesse nada para oferecer. Como quando me chamam para dar uma identidade ao artista, tipo "ah, ela é cool, então isso vai passar para o artista". Mas com o Troye, ele sabia o que ele queria, ele nos direcionou, nós conversávamos sobre coisas que estavam acontecendo nessa vida e como nos identificávamos. Outra coisa é que nós nunca tentamos escolher um single ou criar um hit, necessariamente. Nós apenas estávamos curtindo, e acho que isso pode ser percebido no álbum.

It Pop: E vocês ainda conversam?
Allie X: Sim, a gente se encontra quando ele está aqui. Nós não estamos constantemente em contato, mas acho que nos falamos todo mês.

It Pop: Essa próxima pergunta é meio aleatória...
Allie X: Eu amo perguntas aleatórias!

It Pop: Eu, particularmente, amo a letra de "Sanctuary" e sempre quis saber a história por trás da música, porque eu acredito que seja algo sobre amizade verdadeira.
Allie X: Sim, sim, é isso. Começou numa sessão com um produtor, o nome dele é Jonas Jeberg, ele é da Dinamarca, mas mora aqui. E nós criamos a melodia do refrão, mas não havia letra. Nós dois sabíamos que aquilo estava interessante, então na outra sessão eu levei meu amigo Brett, que estava comigo na equipe do Troye, e ele apareceu com o conceito de "Sanctuary". Aí começamos a explorar o que aquilo significava e eu mentalizei algo como um grupo de pessoas, uma cidade que está contra você e você não se sente mais bem-vindo ali. É isso que eu digo nos versos "if they come with torches" (se eles vierem com tochas), perseguindo você com fogo, você corre para esse lugar seguro onde eles não podem entrar, que pode ser um amigo, sua família, seu amor ou até você mesmo! É sobre criar esse lugar onde você se sente acolhido, amado e pode ser você mesmo. E eu acho que isso é algo que eu quero passar para meus fãs, o conceito de X, você pode ser quem você quer e você pode criar um lugar seguro para você. Não importa se uma cidade inteira não te entende ou não acredita em você, nós todos só temos essa única vida, e com todo esse caos que acontece ao nosso redor, por que não viver de um jeito verdadeiro e que te traz coisas boas? Independente se quem você seja.



It Pop: Eu te disse minha música preferida. Qual é a sua?
Allie X: Isso muda... Atualmente eu estou muito orgulhosa de Bitch e animada com algumas músicas novas para o "Collxtion II" que ninguém sabe.

It Pop: Uma coisa que eu gostaria de saber, mas não só eu, como uma boa parte dos seus fãs. O que você fala no final de Bitch? Existem algumas possibilidades pela internet, mas eu não acho que elas estão certas...
Allie X: Aaaaah, a resposta é o que você ouve! O que estão dizendo por aí?



It Pop: No Genius está escrito "Let me know, tell me to go... through the crowd, only forsure, nobody’s sat at me and stared, oh well, oh well".
Allie X: A parte do "oh well, oh well" está certa!

It Pop: Uma das suas particularidades é a maneira como você trabalha com o visual, que é bem diferente de tudo que já vimos, como no vídeo de "Catch". Quais são suas inspirações quando você está pensando num videoclipe?
Allie X: O que eu gosto, pessoalmente, são imagens que são perturbadoras e bonitas ao mesmo tempo. Eu gosto de imagens fantasiosas, que não parecem reais, mas é uma fantasia dentro de uma realidade, se isso faz sentido. Eu não estou falando de algo como ficção-científica ou "Star Wars". É como pegar o que você vê no seu dia-a-dia e enxergar de um jeito fantástico e distorcido, como se você estivesse olhando para um mundo dentro de um mundo. Eu gosto de justaposição, gosto de quando algo está limpo e sujo ao mesmo tempo, inocente e sexual... Eu não sei, isso faz sentido para você? Essa é a minha inspiração visual.



It Pop: Ainda falando de visual, você usa muitos gifs. De onde veio isso?
Allie X: Logo após eu mudar para L.A. eu comecei a experimentar gifs. Sempre fui fascinada por gifs, o jeito como você pode criar movimento e o intervalo entre o final e o início de um gif. Eles são mais fáceis de fazer do que videoclipes, então se tornou parte do projeto.

It Pop: Você, assim como a Sia, tinha ou ainda tem uma vontade de preservar sua identidade. Como você lida com o público e o privado?
Allie X: Com o decorrer do tempo, eu passei a me sentir mais confortável para revelar meus olhos e minha identidade para meus fãs. O desejo de esconder minha identidade tem muito a ver com o conceito de X, existe um sentido de anonimato que aparece quando você se torna X, e eu gosto de manter o pessoal para mim e mostrar o que eu sinto confortável em mostrar para o público, o que é muito artístico.

It Pop: Você disse um pouco sobre X. Como você define X?
Allie X: X é a possibilidade de tudo. Quer dizer, se você voltar milhares de anos no tempo, os X sempre estiveram presentes e foram símbolos para religião, ciência, matemática... No meu caso, eu trabalho com a ideia de que você pode se tornar quem você quer ser ao se tornar um X. Isso te dá a liberdade de apagar seu passado e criar um novo futuro. Te dá a liberdade de ser anônimo.

It Pop: Você gostaria de se tornar uma artista muito famosa?
Allie X: Eu acho que alguém que se torna muito famoso perde privacidade e começa a se sentir saturado de algum jeito. Mas por outro lado, você pode compartilhar algo que você criou com o mundo e você tem o poder de mudar o mundo para o bem. Pessoalmente, eu quero levar o meu projeto o mais longe que eu puder, sem ter que sacrificar minha integridade. Se eu me tornar muito famosa, eu acho que teria que escrever músicas de outro jeito ou ser outra pessoa, e eu não quero isso. Mas a minha meta não é continuar underground pra sempre.




It Pop: Tenho certeza que alguém já te disse isso, mas você se parece demais com a Lady Gaga!
Allie X: Eu me pareço muito com a Lady Gaga?

It Pop: Sim! Você já se inspirou nela?
Allie X: Sim, eu sou uma fã da Gaga e me inspiro nela, com certeza. Eu acho que todas as artistas femininas deveriam ser inspiradas por ela. Ela abriu um caminho e sempre trabalha com muita integridade. Eu acho que existe muita diferença entre a gente, mas eu tenho muito respeito por ela.

It Pop: E você ouviu o último álbum dela, o "Joanne"?
Allie X: Eu ouvi algumas músicas, mas não o álbum todo.

It Pop: Million Reasons ou A-YO?
Allie X: A-YO!

It Pop: Qual estilo musical você mais ouve? 
Allie X: Recentemente, eu venho ouvindo muita música eletrônica. Eu gosto de ouvir coisas que eu nunca ouvi antes, então eu estou basicamente vivendo na playlist de Discover do Spotify, mas de vez em quando eu gosto de ouvir coisas familiares, rock, pop dos anos 90... Eu não sou muito fã de um estilo musical apenas.

It Pop: Você tem um álbum favorito este ano?
Allie X: Eu não consigo pensar no meu preferido agora, mas o que veio com essa pergunta foi o "The Altar", da Banks. Eu venho ouvindo muito ultimamente. É muito bom!

It Pop: Uma última pergunta. Para as pessoas que não te conhecem, o que você diria para levá-las ao seu mundo? Como você apresentaria Allie X para as pessoas que não conhecem Allie X?
Allie X: Eu diria que eu escrevo músicas pop que vêm de um cérebro estranho e interessante. 

It Pop: É isso, acabamos. Obrigado pelo seu tempo e pelo carinho!
Allie X: Eu que agradeço pela profunda entrevista e espero te ver no show.

***

Enquanto Allie não dá uma data para o lançamento do seu segundo álbum, continuamos ouvindo repetidamente o "Collxtion I", que você confere no player abaixo. A artista se apresenta no dia 9 de dezembro, em São Paulo. Clique aqui para mais detalhes.

Esquenta "All Stars 2": os 10 piores episódios de "RuPaul's Drag Race"

Com a estreia da segunda temporada de "RuPaul's Drag Race All Stars" batendo à nossa porta - no próximo dia 25, nos pegamos em tom de nostalgia sobre as 10 queens que retornam à competição em busca de um lugar no panteão do mundo drag. Então nos dispusemos a pensar: quais os melhores (e piores) episódios da história de "RuPaul's Drag Race"?

Depois de oito temporadas regulares, um "All Stars" e 110 episódios, sentamos e avaliamos cada acontecimento para reunirmos aqui nossos 10 piores episódios da herstory do reality - post com os melhores vem em breve. Como o montante de desamor por esse programa é muito baixo, alguns dos listados nem são realmente ruins, péssimos, horríveis, mas tem que fechar a lista, não é mesmo? Então decidimos categorizar os episódios por cores: os roxos são considerados [Michelle Visage's Voice] "meh", os laranja são "oooh no she betta don't!" e os vermelhos são "you are fucking terrible".

Os critérios utilizados para as escolhas foram os mais diversos, deste os desempenhos, edição, jurados, vereditos, lipsyncs e tudo o que tiver dentro do episódio, mas principalmente o desafio. Então senta e acompanhe os 10 episódios que receberam nosso "sashay away!".

#10: S04, E02: WTF!: Wrestling's Trashiest Fighters
Na terceira temporada, no lendário lipsync entre India Ferrah X Mimi Imfurst, Mama Ru decreta uma das regras básicas da arte drag: não se trata de um esporte de contato. Mas como a idade avançada a faz esquecer das coisas, o segundo episódio da quarta temporada, "WTF!: Wrestling's Trashiest Fighters", colocou as queens para simularem luta livre, numa versão super caricata e óbvia. Se não bastasse o desafio bem "que diabos?", fazendo jus ao nome, ele é recheado de momentos estranhos (todo o momento em que a The Princess aparecia atuando, principalmente) e uma vitória dupla de Chad Michaels e Madame LaQueer tão insonsa que até nos espantamos no "Reunited" quando Ru relembra que esta última venceu o desafio - graças à Chad, segundo às próprias participantes. Temos que concordar com elas.

#9: S03, E05: QNN News
A longuíssima terceira temporada foi, de longe, a mais difícil de todas em termos de estresse, com nada menos que 15 episódios e vários desafios de costura - os mais difíceis. E era difícil não errar pelo menos uma vez. Buscando explorar o CUNT das participantes, Ru mandou todo mundo brincar de jornalista em dois telejornais "ao vivo" (tão real quanto a falta de botox no rosto da matriarca). Com poucos momentos memoráveis, o episódio segue a passos lentos e sem graça, culminando numa das mais injustas vitórias de um desafio já cometidas no programa: Shangela perdendo para a Manila Luzon, que fez absolutamente nada de mais no desafio, ao contrário de Shangela, que ofuscou todo mundo. Mama Ru, não querendo escancarar o favoritismo, ainda deu a vitória à Manila com cara e tom de quem tá fazendo aquilo obrigada. Não passou a vida dizendo "meu programa, minhas regras"? Então não venha com esse showzinho, henny. #JUSTICEFORHALLELOO

#8: S01, E05: Drag School of Charm
Todas as temporadas temos um episódio de "makeover", onde as participantes devem transformar alguma pessoa de fora numa versão fraterna/materna de si mesmas - e, sendo curto e grosso, os episódios em sua maioria são desastrosos. Primeiramente por levar uma queen ao chão graças aos não-esforços de outra pessoa, quanto pelos resultados muita vezes fracos - difícil montar alguém que você nunca viu em um dia. A primeira temporada começou com grande estilo ao trazer mulheres para o "makeover", mas mulheres másculas, musculosas e com traços "masculinos". E se de favoritismo vive o programa, é desde a primeira temporada, caindo aqui em cima de Rebecca Glasscock, que venceu o desafio colocando uma peruca loira e um vestido tubinho preto na sua parceira. Really, queen? Shannel, a verdadeira vencedora do desafio, passou horas dizendo o quanto Rebecca não merecia a vitória (concordamos toda), que levou a um dos Bottom 2 mais sofridos do programa : Bebe Zahara Benet X Ongina, duas das maiores concorrentes da temporada. Até hoje choramos.

#7: S04, E09: Frock the Vote!
O ato de fazer drag é puramente político, mas misturar drag e politicagem não deu certo em "Flock the Vote!". As cinco participantes restantes tiveram que preparar uma campanha política para se elegerem a primeira drag queen presidente dos Estados Unidos. Pode até parecer uma boa premissa, mas o episódio vem abaixo quando as queens são colocadas na parede ao terem que fazer campanhas sérias, ao invés de usar o humor óbvio para o desafio. Com participação de Dan Savage, o ativista LGBT desestruturou todos os planos das cinco ao abordar de forma séria suas campanhas. Ainda bem que algumas delas não deram ouvidos ao cara e conseguiram fazer algo minimamente engraçado, senão seria perda total.

#6: S07, E04: Spoof! (There It Is)

Mama Ru, marqueteira como só ela, jogou na roda o desafio em que as queens deveriam criar três paródias de três de suas músicas, "Sissy That Walk", "Let The Music Play" e "Dance With U". A injustiça já começa com a escolha das músicas, pois "Sissy That Walk" é a única com clipe, ou seja, o time que ficou com a música deveria não só parodiar a canção, mas também o clipe, realizando versões caricatas das queens do clipe original - as outras tiveram que fazer nada disso, apenas criar um conceito e a paródia. Uma completa bagunça, o episódio começa a construir rivalidades - Pearl X Miss Fame, joga um Bottom 2 só pelo climão - Pearl X Trixie Mattel, e ainda elimina a que foi melhor na dublagem, mais uma vez salvando Kandy Ho sabe por qual motivo. O tema da passarela, "Verde", rendeu poucos looks incríveis - Miss Fame, Pearl roubaram a cena - e as paródias nem ao menos ficaram engraçadas. Next!

#5: S04, E10: DILFs: Dads I'd Like To Frock
Olha mais um "makeover" aqui, gente! O desafio de transformação da quarta temporada foi marcado pelo retorno de Kenya Michaels - para fazer a Carmen Carrera e ser eliminada no mesmíssimo episódio - e cinco papais que deveriam ser transformados em cinco mamães pelas competidoras. Fora isso, todas tinham que aparecer grávidas na passarela e realizar uma performance de striptease (!?). Como esperado, entre convidados completamente irritantes (o par da Sharon chegou a brigar com Chad Michaels) e apresentações apáticas e sem graça (o par da Kenya, coitado), os últimos minutos deram um sopro de felicidade com o lipsync incrível de Latrice Royale com "(You Make Me Feel Like) A Natural Woman" - sendo a primeira e única participante a não sair do lugar num "Lipsync For Your Life".

#4: S02, E06: Rocker Chicks

Quando RuPaul pela primeira vez na história do programa disse "pela primeira vez na história do programa", ela pediu para as participantes da segunda temporada cantarem ao vivo numa performance com plateia. A música? Uma versão rock (?) de "Ladyboy", da própria apresentadora, claro. Sabemos que o programa é da Ru e ela faz o que ela quiser, mas nunca, nem mesmo no cotadíssimo "All Stars", as coisas foram manipuladas como em "Rocker Chicks". Raven era a óbvia vencedora dum desafio sem grandes performances, mas a vitória foi para Jessica Wild, quase um prêmio de consolação. E pela terceira vez seguida temos a participante com imunidade fazendo o pior trabalho, dessa vez com Tyra Sanchez apresentando um número que fez os jurados olharem com cara de "o que diabos é isso?". Ainda bem que Ru decidiu tirar imunidades a partir da quinta temporada, pois os exemplos de queens aproveitando para entregar trabalhos medíocres são vários. [Tatianna's voice] a hot mess.

#3: S08, E05: Supermodel Snatch Game
Todos os desafios da todas as temporadas são segredo até o momento do episódio, com a única exceção do Snatch Game, que desde a segunda temporada é fixo. Rendendo episódios incríveis (como o da quinta temporada) e outros mais fraquinhos (como o da terceira), o da oitava temporada veio envolto de muita expectativa pelas fortes participantes (Bob The Drag Queen já era carta certa de vitória), Derrick Barry como Andrea Mello Britney Spears e uma passarela dedicada para divulgar e enaltecer Madonna (!!!!). Só que tudo foi um completo fiasco. No desafio, vencido por Bob, nenhuma das performances conseguiu ser épica como a de outras temporadas, as duas juradas convidadas, Gigi Hadid e Chanel Iman, são, de longe, duas das piores juradas a aparecerem no programa, dando críticas completamente fracas, infundadas e pioradas pela edição que fez de tudo para que elas parecessem super engraçadas. Para fechar o bonde descarrilado, a passarela foi uma decepção completa com o Kimonogate e a eliminação de Acid Betty continua sendo uma das mais injustas da história do programa. E nada justifica escolher "Causing a Commotion" numa noite temática de Madonna, viu?

#2: S07, E06: Ru Hollywood Stories
Chamada de "pior temporada de todas", a sétima conseguiu a proeza de entregar vários episódios fracos, mas nenhum tão ruim como "Ru Hollywood Stories". Aqui as participantes deveriam recriar três versões que explicavam como Merle Ginsberg, jurada das duas primeiras temporadas, foi substituída por Michelle Visage. Ain't nobody got time for that! Em roteiros ridículos, todo o desafio foi absolutamente patético e digno de esquecimento, só piorando com a edição forçando uma rivalidade inexistente entre Merle e Michelle. Poderia pegar o primeiro lugar da lista se não fosse pela passarela "Morte Lhe Cai Bem", uma das melhores da história do programa. Amém Violet Chachki.

#1: AS1, E02: RuPaul's Gaff-In
A primeira temporada de "RuPaul's All Stars Drag Race" já começou toda errada ao colocar as participantes para competirem em duplas, rendendo vitórias sem fundamento, eliminações injustas e muito mimimi. Mas nada perto do desafio "RuPaul's Gaff-In". Como não poderia rolar um Snatch Game, as queens tiveram que imitar celebridades em esquetes, aquelas comédias curtas e que fizeram sucesso na década de 60 - algo meio "A Praça é Nossa". Não há palavras para descrever o quão ruim foi todo o episódio, com tiradas cômicas que matavam de tédio, momentos vergonhosos e uma vitória sem lógica de Yara Sofia e Alexis Mateo. Please, make it stop.


***
É com dor no coração que listamos esses episódios, pois nosso amor pelo programa é gigante, porém temos que soltar o chá de vez em quando para as coisas melhorarem, certo? Reclamaram tanto do "All Stars 1" que a continuação não será em duplas, a voz do povo é a voz de deus! E para você, qual é aquele episódio do reality que você não consegue chegar perto? Tem algum aqui listado que você ama e quer defendê-lo? Conta pra gente.  Everybody say love!

P.S.: Se você está pensando "cadê ShakesQueer???": o episódio, considerado por muito como um dos piores, é tão errado que acaba sendo divertidíssimo - é uma delícia ver tudo dando tão errado. No T, no shade, no pink lemonade.

Entenda porque a Logo TV vai “censurar” todo o seu conteúdo LGBT

Enquanto o momento que o Brasil tem passado não é nada bom para os LGBTs, com pautas retrógradas no Congresso, deputados conservadores, pessoas usando a religião como desculpa para destilar seus preconceitos e um cenário político catastrófico; lamentamos o atentado que aconteceu em Orlando e suas 50 mortes, causadas apenas pela intolerância.

Motivados pelos projetos anti-minorias que tramitam pelo Congresso dos EUA e pelo lastimável fato da intolerância ainda existir, a Logo TV, uma emissora gay de lá, também responsável pela produção e exibição de "RuPaul's Drag Race", vai censurar seu conteúdo LGBT no chamado Day of Disruption (ou Dia de Interferência, em português), como parte do Global Ally Project.

A programação dos caras nesse dia começaria logo às 10h00 com uma maratona de "RuPaul's", mas, ao invés dos episódios normais, teríamos as roupas de todos os gays, lésbicas, transexuais e travestis pixelados, seus rostos com tarjas e os discursos pró-minorias substituídos por beeps. O conteúdo seria censurado de maneira similar no site da emissora, em suas redes sociais e no NewNowNext.com.



Ao longo do dia, haveriam debates sobre tolerância e a vida em países extremistas, como a Rússia. A programação seria fechada pelo documentário "Out of Iraq", que mostra um soldado iraquiano e um tradutor de curdo (língua oficial do país) a serviço dos EUA que se apaixonam, em meio à discriminação, violência e mortes.

A parte chata disso é que a Viacom decidiu adiar o projeto, para que a Logo foque no massacre de Orlando, trazendo notícias e programas para confortar os atingidos pela tragédia. De qualquer maneira, entendemos o motivo da mudança de data e estamos ansiosos para conferir o Dia da Interferência.

Por fim, ainda falando sobre a Pulse, gente queria destacar o discurso da ganhadora da última temporada de "RuPaul's", Bob The Drag Queen, em memória às vítimas do atentado e em nome do orgulho LGBT:


No discurso feito no Capital Pride, em Washington, Bob fala que as pessoas terem ido ao evento, mesmo com medo, já representa uma vitória. No trecho, ela ainda defende que devemos nos divertir e celebrar o orgulho, ao invés de se abater. É bacana lembrar que a drag sempre foi uma grande ativista, até já tendo sido presa por isso.

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