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Hitou! "WandaVision" é a série mais assistida no mundo, afirma Forbes

Toda sexta-feira a internet já tem um assunto em comum: "WandaVision". Se você não assiste rapidamente ao episódio da semana, a chance de ser bombardeado por algum spoiler é grande porque está todo mundo assistindo e comentando sobre. Segundo a revista Forbes (via Omelete), inclusive, esta é a série mais assistida no mundo.

A informação é baseada em um levantamento do Parrot Analytics. A análise se baseia em comportamento do público nas redes sociais, classificação feita por fãs e até mesmo dados de pirataria para representar a demanda do público. O fato da série ser lançada semanalmente, assim como "The Mandalorian", também contribuiu para o sucesso.

Estrelada por Elizabeth Olsen e Paul Bettany, "WandaVision" acompanha os personagens-título após os eventos de "Vingadores: Ultimato". É esperado que a série desencadeie em "Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura", visto que Olsen está confirmada no elenco. Esta será a primeira vez em que uma série de TV influenciará de verdade o mundo do cinema, não o contrário.

Crítica: “Boca a Boca” é a manufaturação de “Malhação” com cor-de-rosa e neon

Atenção: a crítica contém spoilers.

Eu, este entusiasta do audiovisual brasileiro, possuo alguns nomes que guardo em meu coração - então, qualquer produção feita por eles, terá minha atenção. Um dos maiores nomes para mim é o de Juliana Rojas. Rojas é diretora de curtas e longas pesadamente inspirados no terror, e é dela dois dos meus filmes tupiniquins favoritos da década passada: “Trabalhar Cansa” (2011) e “As Boas Maneiras” (2017), ambos co-dirigidos pelo também maravilhoso Marco Dutra. Resumindo: se Rojas sai de casa para fazer alguma coisa, eu assisto. Tudo para mim.

Foi exatamente por conta dela que encarei “Boca a Boca”, a nova série brasileira a estrear na Netflix. “Encarar” pode ser um verbo usado com certa.... força, mas até agora não consegui encontrar um seriado feito no país e com o selo da plataforma que seja algo realmente bom – “3%” (2016-) e “Reality Z” (2020), cof. Realmente, não assisti a todos os disponíveis (dizem que “Coisa Mais Linda”, 2019-20, vale a pena), no entanto, os que se encaixam mais no meu apetite foram decepções. Mas Rojas estava ali em “Boca a Boca” – que foi criada pelo também cineasta Esmir Filho –, e era irrelevante (até certo ponto) se a produção seria boa ou não, meu stream estava garantido.

Pois bem. “Boca a Boca” se passa em algum futuro não tão distante da nossa realidade – não fica explícito o quando, apenas o onde, em uma cidade do interior de Goiás chamada Progresso. A trama gira ao redor de três alunos da mesma escola: Alex (Caio Horowicz), filho do maior produtor de gado da região; Fran (Iza Moreira), filha da emprega da casa de Alex; e Chico (Michel Joelsas, o Fabinho do maior ato nacional da década, “Que Horas Ela Volta?”, 2015), um garoto vindo da capital para morar com o pai e reiniciar a vida.

A trama já é aberta com o mistério principal: a ficante/namorada de Fran, após uma festa, acorda com uma mancha preta nos lábios, o que desencadeia pânico na cidade sobre que doença seria aquela. O trio, quando a menina é internada, percebe que a coisa é mais séria do que poderia supor, e começa a buscar respostas sobre a epidemia, chegando à conclusão que ela era transmitida pelo beijo. Como todo mundo beijou todo mundo na tal festa, uma corrida contra o tempo se inicia para encontrar a cura.

Já fica bem evidente qual o primeiro pilar de sustentação de “Boca a Boca”: discutir as ânsias da juventude. O primeiro contato sexual, o descobrimento do próprio corpo, o acesso às drogas, tudo é embalado ali mesmo na sequência da festa – ou melhor, da rave, para ficar mais nos parâmetros modernecos. Um dos maiores alívios do roteiro é como o texto se preocupou não apenas em abrir uma gama de diversidade sexual, mas também explorá-la de maneira natural – Fran e sua bissexualidade existem na tela como qualquer relacionamento hétero. É claro que temos a ainda necessária discussão da homofobia quando a sexualidade de Chico cai na boca do povo.


Então dá para notar que os roteiristas sabiam da importância de transmitir sua mensagem da melhor maneira para a plateia. Todavia, também temos a certeza de que não foi um jovem que escreveu tudo aquilo, mais parecendo um compilado de tendências do momento (ou nem tanto) para fazer com que adolescentes se vejam no seriado. São jovens fazendo stories no Instagram com filtros de cachorro enquanto filmam um pai arrastando a filha para fora da escola ou até mesmo o grupo do “Zap-Zap” chamado “Progresso da Depressão”. Se no futuro ainda tivermos “Qualquer-Coisa da Depressão”, falharemos enquanto sociedade. Em diversos momentos me questionei se os jovens de hoje são daquela forma mesmo e eu, quase nos 30, já fui deixado para trás, mas quando os protagonistas tentam alertar uma menina sobre os riscos da doença e pedem para ela parar de beijar, ela grita “VoCÊs NãO pOdEM mE RePRimIR!”. É, talvez o problema não seja eu.

Uma das subtramas mais sem nexo é a da diretora da escola, Guiomar (Denise Fraga, anjo imaculado em “O Auto da Compadecida”, 2000). Além de ela ter sido composta com uma atuação muuuuito artificial, sua filha foi mandada para os EUA e a plateia só a vê através de suas fotos em redes sociais. SÓ QUE é gritante que todas as fotos são falsas – dá para catar imediatamente, logo na primeira vez que um dos personagens desliza pela timeline da garota –, no entanto, ninguém ali parece perceber. Demora alguns episódios para Chico desvendar um dos mais óbvios mistérios da cultura contemporânea, e isso ilustra bem como havia uma ideia que não foi executada de forma eficiente, afinal, a Rainha do Photoshop que conseguiu enganar todo mundo é um empurrão para fazer a história andar à força.

A trama de “Boca a Boca” está sentada em cima de uma briga ou desentendimento ou chame como quiser entre a cidade e a aldeia ao lado. Inúmeras vezes fica pontuado para os alunos que a segurança só existe dentro da cidade, e a culpa para a doença logo é jogada para os de “fora”, a clássica dicotomia “nós X eles”. É bem evidente que a solução de todo está exatamente do lado de lá, mas até mesmo a “mitologia” criada para salvar o dia é tão sem inspiração. Tudo vai sendo deixado pelo caminho.

Tenho notado uma feliz atenção de produções brasileiras em tocar nas desigualdades raciais. Mesmo em filmes/séries em que a pauta principal não seja esta, temos discussões acerca, afinal, a desigualdade social em nosso país é gritante. Em “Boca a Boca”, a questão está na casa grande X quarto da empregada. Os pais de Alex moram na “mansão” enquanto Fran e sua mãe vivem nos fundos, o padrão colonial que até presente data ainda habita nosso país. Há algumas tensões entre a mãe de Fran e o pai de Alex, contudo, o debate nunca consegue ser concreto o suficiente para ter relevância dentro do enredo – e não ajuda o personagem do pai ser o “vilão” unidimensional, o homem branco rico, frio e mal-humorado que só pensa em dinheiro.


Quanto mais chegamos perto do desvendar da série, mais absurda ela vai ficando. E nem digo “absurda” no sentido de “fantasiosa”, é “sem noção” mesmo. O que menos faz sentido em tudo – e olha que muita coisa não faz – é a maneira como o trio fica revoltado com os jovens doentes sendo internados no hospital. Quando Fran finalmente demonstra os sintomas, a mãe de Alex rapidamente a leva ao hospital, e o menino fica furioso. “Tá com a consciência pesada por ter lado a Fran ao hospital?”, pergunta ele, e eeeerrrrr, não? Por que ela estaria? Estamos falando de uma doença que ninguém nunca viu, que não se sabe ao certo como é transmitida, nem como age nas pessoas, e existe a certeza de que ela mata. Não seria a única coisa possível levar o doente ao médico e deixar profissionais capacitados resolverem (ou tentarem resolver) a questão? Os meninos agem como se houvesse uma prisão, ou que o hospital estivesse fazendo experiências como os doentes, mas não, eles estão literalmente fazendo de tudo para salvarem a vida dos enfermos. Qual a lógica ficar revoltado com isso?

A peça-chave da trama é que o pai de Alex está usando a pesquisa da filha para gerar mutações em seus bois e criar uma super raça a fim de impulsionar os negócios. Esse fio já começa ruim quando a filha, que trabalha com engenharia genética, é introduzida na história com uma placa em forma de DNA na mesa – porque tem que ficar extremamente óbvio que ela trabalha com DNA, por favor não esqueçam, hein, DNA, ela trabalha com DNA. Os bois, depois de várias mutações, desenvolvem a doença, o que é sim uma ideia boa, todavia, a história jamais explica como foi que a doença saiu dos bois e atingiu exatamente aquele grupo de pessoas da rave. Ou seja, a série termina e não sabemos o que de fato aconteceu. Então tá.

Ao terminar o seriado – que assisti com uma amiga (virtualmente, okay?, mantenham o distanciamento social) também perplexa com o quão forte a série se perde –, fomos ler os comentários das pessoas que gostaram, a fim de entender o ponto de vista oposto, e era quase um clichê falar como a série era boa graças à fotografia e trilha-sonora. E de fato, ambas são incríveis. Temos imagens fantásticas do interior do Brasil e uma trilha que vai de Baco Exú do Blues a Sophie (a saudades que deu de uma festa quando tocou “Faceshopping”), só que tais recursos não são o suficiente para fazer um bom trabalho. Aparatos para encher os olhos e os ouvidos, pelo visto, são o suficiente para muita gente.

É aí que está o cerne da produção. “Boca a Boca” é uma “Malhação” manufaturada para seu público-alvo: adolescentes que amam a Netflix e vivem no Instagram com suas fotos cheias de filtros. Uma pesquisa feita pela NetQuest para a Netflix informou que 80% dos jovens se veem mais na tela do que antes, e o que isso quer dizer? A plataforma está cada vez mais alimentando o público que a sustenta, com mercadorias feitas para agradá-los, o que, do ponto de vista mercadológico, é o correto a ser feito. Mas e o ponto de vista artístico? É claro que uma série como "Boca a Boca" não é algo descartável - e, curiosamente, ainda reflete bem o tempo de pandemia em que vivemos, outro acerto de timing da Netflix após "O Poço" (2020) -, porém, passa muito longe de algo que demonstra cuidado em sua concepção. Sempre que não gosto de uma produção nacional, repito: qualquer um que desbrave o audiovisual no Brasil merece total respeito, mas “Boca a Boca" usa fardas cor-de-rosa e luzes neon para hipnotizar, e não é todo mundo que vai se deixar levar pelo encanto. A mesma fórmula (futuro + pitadas de fantasia + análise social + cores neon) foi efetuada com brilhantismo em “Divino Amor” (2019).

P.S.: Juliana Rojas, continue contando comigo para tudo.

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Sarah Paulson é “Ratched” nas primeiras imagens da nova série de Ryan Murphy

Após "The Politican" e "Hollywood", Ryan Murphy está prestes a trazer sua terceira série original Netflix e é claro que a produção será estrelada por mais uma figurinha carimbada do produtor. Sarah Paulson dará vida a Mildred Ratched - sim, a mesma de "Um Estranho no Ninho", em "Ratched", série que chega ao serviço de streaming no dia 15 de setembro. Judy Davis ("Feud") também se integra ao elenco.

A data de lançamento da série foi divulgada pela própria Netflix. Além do anúncio, quatro imagens foram divulgadas e já dá pra ficar animado com o que está por vir.


Situada em 1947, "Ratched" servirá como uma prelúdio para "Um Estranho no Ninho". Na série, iremos acompanhar toda a trajetória de Mildred para que ela se torne a personagem conhecida no filme estrelado por Jack Nicholson. Além de Paulson e Davis, Finn Wittrock, Sharon Stone e Amanda Plummer também fazem parte do elenco.

Aparentemente, Hailee Steinfeld é a mais nova contratada do Universo Marvel

O mais novo requisito de Hollwood para se manter em voga é participar de alguma produção da Marvel Studios. Diversos nomes já passaram pelo Universo Cinematográfico Marvel, e parece que Hailee Steinfeld ("Bumblebee") é sua mais nova contratada. Ela deve interpretar Kate Bishop, filha de Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), segundo o The Illuminerdi, na série do personagem.

Entre as diversas séries anunciadas para o Disney Plus, a série do Gavião é uma das mais aguardadas pelos fãs justamente por dar a devida atenção que o personagem de Jeremy Renner merecia. Entretanto, é esperado que a produção sirva como uma forma de passar o manto para Bishop, quem já assumiu o codinome do pai nos quadrinhos.

Até o momento, atriz e estúdio não se manifestaram sobre a possível escalação, mas é válido lembrar que a Hailee já estava sendo cogitada para o papel há algum tempinho. Se confirmado, a chegada da atriz é muito bem-vinda, principalmente após sua performance em "Bumblebee" e "The Edge of Seventeen", onde foi possível ver o quão boa atriz ela é.

"Hawkeye" está prevista para estrear no Disney Plus em algum momento de 2021. Na trama, é esperado que acompanhemos o treinamento de Kate Bishop em meio a ameça de Kazimierz Kazimierczak, conhecido também como Palhaço. Jeremy Renner retorna como Gavião Arqueiro.

Primeiro trailer da série documental “Sandy e Junior: A História” faz sorrir e faz chorar

Em 2019, Sandy e Junior promoveram um reencontro para comemorar os 20 anos de carreira da dupla com uma turnê histórica pelo Brasil e algumas regiões do mundo. Todos os momentos foram documentados para uma série de sete episódios, "Sandy e Junior: A História", que estreia na próxima sexta-feira (10) no Globoplay. O seu primeiro, e provavelmente único, trailer foi liberado nesta quarta-feira (8).


Conforme o trailer aponta, a série documental deve comemorar a carreira dos cantores, mas também mostrar os diversos momentos difíceis que enfrentaram ao longo dos anos, principalmente por conta da mídia que pegou no pé dos dois. Não somente uma celebração, Sandy e Junior devem desabafar sobre diversos tópicos polêmicos em que foram envolvidos e que devem estar entalados na garganta há anos.

O primeiro episódio da série será transmitido na Globo no domingo (12), após "Tamanho Família". A série, aliás, antecipa o lançamento do show, que também será disponibilizado no serviço de streaming da Globo no próximo dia 17. Preparados para saber se a lenda dessa paixão pela dupla faz sorrir ou faz chorar?

Crítica: “O Grito - Origens” usa do gore e desconforto para recontar história clássica de terror

Atenção: o texto a seguir possui spoilers da série e do universo de "Ju-On". Leia por sua conta risco.

A franquia "Ju-On", criada por Takashi Shimizu, é uma das maiores exportações do horror japonês para o mundo. Com 13 filmes, entre altos e baixos, a história de Kayako foi contada diversas vezes, inclusive em quatro longa-metragens norte-americanos, mas retorna ao Japão como "O Grito - Origens" sob um novo olhar que visa, desta vez, contar do zero a maldição que deu origem a uma das entidades mais famosas do terror.


Dirigida por Sho Miyake, a série, entretanto, não é sobre Kayako e a violência doméstica sofrida pelo marido. No universo deste show, os filmes foram inspirados por uma série de acontecimentos "reais" ao longo de nove anos que estão ligados por uma casa onde uma mulher grávida morreu em 1952. Inclusive, "Origens" termina um ano antes do lançamento dos curtas de Shimizu em 1998, "Katasumi" e "4444444444".

Graças a essa liberdade criada, foi possível trazer uma história totalmente nova acerca da maldição. Não há menção há qualquer personagem mostrado nos filmes. Apesar da liberdade, isso não impediu com que certos elementos já conhecidos fossem mantidos justamente para deixar claro que foram eventos "reais" que inspiraram a franquia de filmes. Destaco, por exemplo, as mortes de certas personagens que claramente fazem referência a morte de Kayako, seu marido e Toshio.

Em certos momentos, a série parece ser uma grande celebração da própria franquia, tanto que a atmosfera e tensão criadas remetem muito aos longas originais. Outro ponto que lembra bastante os primeiros é justamente o mistério. É tudo muito propositalmente confuso.

Apesar destes pontos positivos, "Origens" erra justamente naquilo que trouxe um dos trunfos na maioria dos episódios: o desconforto. A série não traz muito sustos, mas deixa o espectador tenso e desconfortável a partir de cenas totalmente gráficas. Em um destes momentos, todavia, há uma cena de estupro que sequer é desenvolvida de forma decente para que seja justificada na trama.

A sequência se torna ainda mais problemática quando a vítima Kiyomi (Ririka) toma uma atitude muito bizarra se levarmos em consideração o que acabou de acontecer com ela. Há a possibilidade dela estar possuída por alguma entidade da casa, mas a série não se presta a momento algum a deixar isso claro de forma que tal interpretação seja feita.


O estupro gratuito poderia passar despercebido caso a grande maioria das personagens femininas não fossem tratadas como histéricas ou problemáticas de outras formas. É estranho ver tais personagens serem retratadas desta forma pois não as apresenta como realmente vítimas, diferente de Kayako, morta pelo marido somente por gostar de outra pessoa. Parece que os roteiristas Hiroshi Takahashi e Takashige Ichise decidiram mostrar que o problema é apenas das mulheres. É estranho.

Enfim, "O Grito - Origens" é uma bela homenagem a franquia, mas deixa perguntas sem respostas - e talvez isso seja seu grande charme. Porém enquanto série a falta de respostas seja uma decisão criativa tomada unicamente para deixar ganchos para uma possível segunda temporada. Só o tempo dirá.

Crítica: “Love, Victor” é sobre uma jornada de autodescoberta em meio ao caos

Atenção, este texto possui spoilers de "Love, Victor".
Você está avisado.

Quando "Love, Victor" foi anunciada me perguntei muito sobre o que um derivado de uma obra fechadinha - "Com Amor, Simon" - poderia trazer de relevante que justificasse sua existência. Poucas horas após terminar a maratona da série percebo que havia muito o que contar ainda sobre o universo de Creekwood, e que bom que tudo foi contado. Victor Salazar, interpretado por Michael Cimino, é um personagem muito mais identificável que Simon (Nick Robinson) e sua história se torna bem-vinda por isso.

Criada por Isaac Aptaker e Elizabeth Berger, a série é centrada na jornada de descoberta de Victor quanto a sua orientação sexual em meio ao caos familiar. Nesta jornada, ao contrário do filme - não usarei o livro como referencia, o romance vivido por Victor em alguns momentos não parece ser tão importante, mas algo que o ajuda a entender quem ele é e descobrir o quão despreparado está para se aceitar.

Seu despreparo parte muito mais de fatores externos do que internos, começando pela sua família. Victor, irmãos e pais se mudam devido a uma oportunidade de trabalho dada ao pai Armando (James Martinez), mas não demoramos muito para descobrir o real motivo da mudança - Isabela (Ana Ortiz), mãe de Victor, traiu o pai com seu chefe e o pai agrediu o amante. A família é bem religiosa e o pai dá alguns indícios de que não quer ter algum filho homossexual.

Além da família, a escola Creekwood mudou. O cenário LGBT-friendly apresentado em "Com Amor, Simon" não existe mais. Ao invés de avançar, regrediu. Há homofóbicos na escola e até mesmo o melhor amigo de Victor, Felix (Anthony Turpel), dá um toque sobre a orientação sexual de Benji (George Sear) - o futuro par romântico - para, como ele diz, "não terem a impressão errada". Felix, todavia, dá total apoio a Victor quando descobre sobre sua orientação sexual.


Como todos os problemas apresentados, Victor não vê qualquer outra solução a não ser namorar uma garota mais popular da escola, Mia. É interessante ver como esse relacionamento se desenvolve porque, em alguns momentos, você acredita junto de Victor que está gostando do namoro, mas é justamente junto com ele que o espectador percebe o erro que está cometendo. Uma pena que tal percepção vem somente quando ele trai Mia com Benji na metade da temporada.

Tudo isso acontece em meio a troca de mensagens entre Victor e Simon. A troca começa quando Victor manda uma mensagem no Instagram extremamente frustado pela escola não ser aquilo que esperava e ainda pontua que Simon foi bem sortudo. Simon, por fim, acaba se tornando um conselheiro para Victor, o que acaba culminando para o melhor episódio da série: o crossover com o filme.

A participação de Keiynan Lonsdale como Bram já havia sido confirmada pelo material de divulgação do filme, mas surpresa foi ver Nick Robinson muito além de um simples áudio de mensagem. É bacana ver o cuidado da série teve em evoluir gradativamente as ligações com o filme e a cena dos dois juntos é de dar quentinho no coração.


O episódio em que o crossover realmente acontece é o mais importante entre os dez. É nele em que Victor realmente começa a se aceitar e entender que o mundo gay não é também um mero esteriótipo. O diálogo entre Victor e o personagem de Tommy Dorfman ("13 Reasons Why") é extremamente tocante e necessário.

Victor começa a se aceitar em meio ao caos que o cerca e que parcialmente ajudou a construir.


Victor começa a se aceitar em meio ao caos que o cerca e que parcialmente ajudou a construir. O meme "deu tudo errado" faz muito sentido para essa série. O casamento dos pais começa a desmoronar, o aniversário de Victor não sai como o planejado graças a um avô homofóbico, ele beija um cara comprometido e também se sente culpado por enganar a namorada que tanto o apoia e que, sim, ele admira.

O grito final "eu sou gay" acontece somente nos últimos segundos do último episódio, quando Victor está farto de carregar não somente os seus problemas como também dos demais. É impactante sua fala e o corte para marcar o fim é genial. A jornada chega ao fim, mas abre espaço para uma nova história que não vemos a hora de poder conferir.

Para além da jornada de Victor, o casal Felix e Lake (Bebe Wood) ganham espaço no decorrer da história. Felix, aliás, é um personagem extremamente carismático e é divertido o acompanhar em sua busca por amor. O drama entre Armando e Isabela também é interessante e dá um ar de maturidade para uma série destinada a adolescentes.


Por fim, "Love, Victor" encanta ao mesmo tempo que traz debates interessantes sobre a descoberta de um jovem gay, além de como ele lida com os problemas de sua família a ponto de fingir que está tudo bem como ele. Uma pena que a série está disponibilizada apenas no Hulu e não no Disney+, conforme estava previsto. Talvez a série seja gay demais para a Casa do Mickey.

Crítica: “Reality Z”, nova série nacional da Netflix, tem zumbis demais e criatividade de menos


Atenção: a crítica contém spoilers.

De tempos em tempos, alguma criatura ressurge com força total na cultura mainstream. Nenhuma delas está mais saturada do que os vampiros, sabemos, com zumbis estando um pouco atrás. A série “The Walking Dead” está desde 2010 injetando os mortos-vivos na tevê, sendo o maior expoente da criatura na atualidade. Quando pegamos algo tão batido, só enxergo real necessidade se a abordagem trouxer algo verdadeiramente original, como “Amantes Eternos” (2013) com vampiros e “Os Famintos” (2017) com zumbis.

Fiquei bastante curioso com o anúncio de “Reality Z”, nova série original da Netflix. Mais uma produção brasileira na plataforma – seguindo “3%” (2016-) e “O Mecanismo” (2018-), para citar algumas –, o que traz o diferencial de “Reality Z” é a temática. Se em um contexto geral os zumbis são figurinhas carimbadas há décadas, na arte brasileira ainda é elemento raro. Por algum motivo, nossa indústria não gera tantas fitas com o gênero terror, vendo-o desabrochar com maior efusão nos últimos tempos, o que garante o interesse.

“Reality Z” é um remake da série britânica “Dead Set” (2008). Criada por Charlie Brooker – a mente por trás do hit “Black Mirror” (2011-) –, “Dead Set” é uma sátira do “Big Brother”, colocando participantes reais para interpretarem eles mesmos durante o apocalipse zumbi – “Reality Z” pegou apenas a premissa, readaptando-a. Os cinco primeiros episódios são ligados diretamente aos cinco (e únicos) episódios de “Dead Set”, com os cinco restantes sendo originais. 

Em terras tupiniquins, o seriado se passa no Rio de Janeiro. Lá é sede do “Olimpo”, o maior reality da tevê nacional: é basicamente um “Big Brother”, mas os participantes “interpretam” deuses da mitologia grega. Por quê? Eis uma boa questão. A base de “Reality Z” enquanto trama gira ao redor do “Olimpo” – a casa falsa dos deuses é, de certa forma, a protagonista de tudo –, todavia, tudo o que passava pela minha cabeça era: “Como inventaram um reality (apesar de fictício) tão ruim?”.


E nem falo “ruim” no sentido de “é tão ruim que com certeza venderia”, e sim “ruim” como criatividade. A fundamentação do reality (o porquê do formato) é fraquíssima, e, mesmo fictícia, difícil de imaginar alguém assistindo. Toda a história de deuses é totalmente descartável, apenas uma ideia (bem rasteira) para enfeitar e tentar fugir de ser mais um reality convencional. A cereja do bolo é a apresentadora, Divina (“interpretada”, sim, entre aspas, por Sabrina Sato).

A escolha de Sato é tanto mercadológica como metalinguística. É divertido ver que ela participou do real “Big Brother Brasil”, no entanto, a apresentadora está ali como chamariz de público – ela estampa várias artes promocionais da série, apesar de durar bem pouco no enredo. Eu não encontro problemas em escalações de globais quando há uma sólida justificativa baseada no talento, e, perdão caso soe ríspido, não é minha intenção, talento para a atuação não se encontra presente em Sato diante da tela. Aliás, não se encontra na maior parte do corpo de atores.

A trama de “Reality Z” se desenrola em três vertentes – que se chocarão em algum momento. Levi (Emílio de Mello), um deputado corrupto e sua comitiva, suborna policiais para o tirarem do meio de um ataque; Ana (Carla Ribas), engenheira-chefe da construção do Olimpo, e seu filho Léo (Ravel Andrade) veem que as instalações do reality são a via de salvação; e Nina (Ana Hartmann), produtora do “Olimpo” que está dentro do prédio sem saber o inferno que acontece lá fora.

Os cinco primeiros episódios são focados em Nina e os participantes do “Olimpo”. Há poucos exemplos de redenção ali quando as performances são sofríveis. Para tornar o resultado ainda pior, o roteiro não tem sutilezas em transformar os personagens em completos imbecis que tomarão as decisões mais absurdas possíveis, condenando o destino de todos. Os “deuses” são criados em cima de estereótipos absolutamente clichês e unidimensionais – o malhado tapado e preconceituoso contra a travesti piedosa, o velho sexualmente reprimido contra a gostosa que vive na academia, etc.

Quem controla todo o jogo é Brandão (Guilherme Weber), o Boninho do “Olimpo”. Na minha crítica de “A Ilha da Fantasia” (2020), falei que o vilão do longa era o pior que havia encontrado em muito tempo; pois ele pode dormir sossegado que o título passou para Brandão. Nem me refiro à atuação de Weber, e sim à construção do personagem. Ele não é insuportável porque foi refinadamente pensado para assim ser (tenho uma lista especificamente acerca, com personagens criados para odiarmos), é insuportável por ser tão mal feito. De ser injustificadamente cruel até arrotar e defecar na frente de mocinhas loiras que choram pedindo pela mãe (?), o texto força ao extremo a figura de malvado, levando-o à uma caricatura ambulante que consegue ser a pior coisa pensada ali dentro. Cada cena em que ele está na tela é uma tortura – principalmente porque em vários momentos Divina está com ele - seja viva ou em formato de zumbi (Sato é morta em câmera-lenta, eeerrrr).


A partir do sexto episódio, o foco passa a ser sobre Ana e Levi, os dois polos da luta do bem contra o mal. Como era de se esperar, as composições são preguiçosas e não conseguem levar a história ao rumo que deveria ir. Um dos acertos da segunda metade do seriado é a diferenciação particular que “Reality Z” tem do seu derivado britânico: as discussões de classe e raça. No carro dos policiais que Levi suborna havia Teresa (Luellem de Castro), uma mulher negra presa que será uma das protagonistas na luta contra os zumbis. Ela é a porta-voz do bom-senso no meio das insanidades conduzidas por Levi e é constantemente vítima de racismo pelos outros. Na luta extrema pela sobrevivência, a mulher preta não se surpreende em se ver na posição de descartável - o que é um bom estudo a ser entregue ao público.

Porém, apesar das discussões racializadas (que poderiam ser bem maiores e mais contundentes), há três passagens específicas que possuem um padrão meio desconcertante. Dentro do Olimpo há apenas uma participante negra, e ela é a primeira a morrer. Em uma abordagem policial fora de um supermercado, há cinco pessoas; três vindos do Olimpo, um policial branco e um negro, e o negro é o primeiro a morrer. Na chegada de Levi com a polícia no Olimpo, o motorista é um policial negro, e ele é o primeiro (e único) a morrer ali. Coincidência ou não, isso segue uma tradição em obras de terror em que personagens negros são os primeiros a morrerem, e só me questionava o porquê.

Já levantei uma hipótese em algum dos inúmeros textos desta coluna, e várias recepções sobre “Reality Z” tendem a fomentá-la: quando falada na nossa língua materna, conseguimos perceber atuações ruins com mais afinco. Vi vários comentários muito positivos de expectadores internacionais sobre as performances em “Reality Z”, mas pensemos: como podemos captar as nuances de fala e atuação em uma língua que não dominamos? Um filme em húngaro dificilmente será assimilado por nós da mesma forma que uma película brasileira, por isso, tendemos a ser mais críticos com algo próximo por sabermos como aquelas pessoas agem de verdade – e não estou apontando a “Síndrome de Vira-lata”, que rejeita qualquer coisa só por ser local, e sim do simples fato de que temos o português brasileiro como língua materna. Roteiros nacionais precisam parar de fazer com que seus atores falem da mesma maneira que escrevemos.

Pensando que não teria salvação, “Reality Z” me surpreendeu demais com as escolhas do episódio final, introduzindo trama com uma milícia que ameaça invadir o Olimpo. Toda a criatividade que mal aparecia nos nove episódios anteriores é derramada na finale, que tem plot-twists divertidos e não possui pena dos personagens, finalmente injetando uma sensação de perigo. Achei muito acertada a decisão de salvar nenhum dos personagens, o que provavelmente aconteceria com um mar de zumbis invadindo. A cena final ainda finca um gancho para uma continuação que, caso replique a engenhosidade da conclusão, será bem-vinda.

Realmente me doía ver o quanto estava desgostoso com “Reality Z”: sou um grande entusiasta de qualquer pessoa que desbrave o mercado audiovisual nesse país que ainda põe a cultura em um patamar de menor importância. Qualquer tentativa é bem-sucedida só por conseguir existir. Apesar de ser um seriado distante de uma mercadoria de qualidade – com exceção da ótima maquiagem dos zumbis – e não funcionar como entretenimento trash por se levar a sério demais para ser classificada como tal, “Reality Z” deve ser assistida para fortalecer as produções de gênero no nosso mercado, carente de exemplares do terror.

P.S.: caso exista em segunda temporada, produtores, um apelo: não façam mais cenas de ação com câmera de mão + slow motion. Obrigado.


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O primeiro teaser de “Love, Victor” é a coisa mais gracinha que você vai ver hoje

"Com Amor, Simon" fez um tremendo sucesso em 2018 por trazer um romancezinho que todo gay adolescente sempre quis ver. Não demorou muito para que resolvessem expandir o universo e oficializar uma série derivada, com novos personagens. Dois anos depois, "Love, Victor" tem o seu primeiro teaser revelado e a gente está morrendo de amores.



Quem nunca teve um gay panic desses? A representatividade, meu pai.

"Love, Victor" originalmente seria disponibilizada no Disney+, mas parece que a série está gay demais para o serviço. Entretanto, o derivado vai para o hulu que, no fim, é um serviço da Disney. Talvez a Casa do Mickey não queria associar diretamente  sua imagem com um produto inteiramente sobre gays, apesar de ter alguns personagens LGBTQ+ em algumas séries e até filmes.

O derivado acompanha Victor, interpretado pelo fofinho do Michael Cimino, que chega a Creekwood High School. A primeira temporada deve explorar os conflitos quanto a orientação sexual de Victor e terá 10 episódios de meia hora - o estúdio já cogita uma segunda temporada, aliás. "Love, Victor" estreia no dia 19 de junho.

Primeiro trailer de “Hollywood” mostra os bastidores de todo o glamour do cinema


A nova série do Ryan Murphy para a Netflix, "Hollywood", ganhou o seu primeiro trailer nesta segunda-feira (20) e traz Darren Criss, Jim Parsons e Queen Latifah nos bastidores sombrios de todo o glamour do cinema. Se depender apenas dessa prévia, essa série pode contar conosco para absolutamente tudo. Vem ver!


A série apresenta uma Hollywood pós-Segunda Guerra Mundial e promete trazer "um olhar único na Era de Ouro de Hollywood, chamando atenção para o sistema injusto e imparcial em termos de raça, gênero, sexualidade que continua até hoje. 'Hollywood' pretende expor e examinar décadas de dinâmicas de poder e revelar o que a cena do entretenimento seria hoje se não isso tivesse sido desmantelado".

Mais uma vez Ryan Murphy irá servir pelo menos no elenco. Além do ex-"Glee", ex-"Taxi" e ex-"Big Bang", a série traz Patti LuPoneLaura Harrier, Holland Taylor e muitos outros. "Hollywood" estreia no dia 1º de maio.

Com os criadores da obra original, Netflix vai lançar uma série em live-action para "A Lenda de Aang"

"Avatar: A Lenda de Aang" é uma das séries animadas mais icônicas feitas para TV. Contando a história do último mestre do ar, a série conquistou fãs, ganhou um live-action que fingimos esquecer e ainda ganhou um derivado trazendo Korra como protagonista. Agora chegou a vez da Netflix resgatar a obra com uma produção em live-action através de uma série.

A versão com atores "reais" está prevista para começar a ser produzida em 2019. Para poder botar fé na nova versão, os criadores da série original, Michael DiMartino e Bryan Konietzko, retornam como showrunners e produtores executivos.

Essas são as únicas informações que temos quanto a nova versão de "A Lenda de Aang". Nas próximas semanas, rumores quanto aos possíveis atores que devem dar vida a Aang, Katara, Sokka e ao real proprietário Zuko, podem surgir na rede mundial de computadores. A data de lançamento do live-action de "Avatar: A Lenda de Aang" ainda está sendo mantida em segredo, mas deve chegar ao serviço de streaming entre 2020 e 2021.

Os novos episódios de "The Originals" empolgam após temporada fraca


Depois de um longo hiato, poucos spoilers, e muita antecipação, nossa série favorita de vampiros voltou recentemente e, com apenas dois episódios, já deixou bem claro que não veio para brincar nesta quinta e última temporada. 

Em sua quarta, "The Originals" introduziu a filha de Klaus Mikaelson (Joseph Morgan) e Hayley Marshall (Phoebe Tonkin), Hope, e já a colocou em perigo com a ameaça do fraquíssimo vilão The Hollow. Para derrotá-lo, os Milkaelsons tiveram que repartir sua alma em vários fragmentos, num estilo beeeeem Voldemort, e viver com estes fragmentos dentro de si próprios – algo que os impede de um chegar perto do outro para sempre. E esta complicada dinâmica é bem explorada nos dois primeiros episódios da nova temporada.

*Para você que ainda não assistiu os novos episódios: os próximos paragráfos contém spoilers. 


O quinto ano da série é aberto com uma "reintrodução" dos personagens, mostrando o que cada um deles tem feito após a última season finale. É importante ressaltar que se passaram sete anos após os eventos da quarta temporada.

Hope (Danielle Rose Russell), agora adolescente, lida com a ausência de seu pai e causa problemas em sua escola quando transforma um lobisomem em vampiro, transformando-o em um híbrido. Rebekah está com Marcel, porém logo o deixa. Kol está com Davina. Elijah, sem sua memória, vive em ignorância. Freya continua se sacrificando por todo o mundo e Hayley completamente abraça sua função de mãe. 

Os Milkaelsons, como irmãos, sempre tiveram seus problemas. Sempre brigaram mais do que viveram em paz, sempre discordaram mais do que concordaram. Porém, no final, eles são a âncora da emoção e da razão um para o outro. Vivendo separados, limitados a falar no telefone, como seu único meio de contato, eles perdem seu rumo. 


Suas pequenas e breves interações mostram que, não importa onde estão ou com quem, suas emoções são sempre influenciadas por aquilo que é mais importante em suas vidas: a família. A volta de Caroline (Candice King) serve para lembrar Klaus disso. Ambos personagens tem uma história com o outro que começou lá na terceira temporada de "The Vampire Diaries". Assisti-los interagir novamente traz de volta todas aquelas emoções do passado, algo que não seria igual se não fosse pela química INCRÍVEL entre os atores. A cena dos dois juntos foi a melhor do primeiro episódio e provou que "The Originals" pode se beneficiar, e muito, de mais aparições de Caroline. 

Outra dinâmica de personagens bem interessante é a de Freya (Riley Voelkel) com Keelin (Christina Moses). O segundo episódio deixa mais evidente do que nunca que Freya não pode amar Keelin e sua família ao mesmo tempo; a própria até verbaliza isso. Priorizando a família, Freya sacrificaria sua felicidade e seu relacionamento romântico. Priorizando o relacionamento, ela prejudicaria sua família pois não pode ajudá-la estando longe, viajando com Keelin. 



É uma situação complicada que enfatiza os pilares da moralidade de Freya, uma personagem que desde que entrou na série sempre veio colocando sua família antes de tudo – e os roteiristas não mudaram isso agora para dar espaço para uma nova relação LGBT na série. Quando "The Originals" favorece personagem ao invés de enredo, os resultados são excelentes. 

No mais, o segundo episódio é um tanto morno e cumpre seu papel de revisitar os personagens e introduzir um novo conflito. Depois de uma quarta temporada extremamente fraca e decepcionante, esta nova empreitada promete muito conflito emocional, desenvolvimento de personagens, ação, e uma conclusão digna. Ainda é cedo para saber, mas por enquanto o gostinho na boca satisfaz o paladar. 

Primeiras impressões: "Siren" aborda a mitologia de sereias com uma pegada dark

Velhos são os dias de "H2O: Meninas Sereias". A Freeform, mesma emissora americana de "Pretty Little Liars", recentemente estreou sua mais nova série: "Siren", uma drama mitológico sobre sereias com uma pegada obscura, sinistra e bem peculiar.

Hey, rolaram alguns possíveis spoilers. Caso não viu os dois primeiros episódios, corre pra ver e depois volta aqui, tá?

A trama segue a protagonista Ryn (Eline Powell), uma misteriosa menina que um dia aparece na cidadezinha costal de Bristol Cove, e prova que todas as lendas antigas da cidade sobre sereias que habitavam a região são verdadeiras. Durante uma turbulenta noite em pleno mar aberto, uma rede de marinheiros captura  a "irmã" de Ryn e a leva para um laboratório do governo.

Ryn, devastada pelo acontecimento, vai para a terra e, em forma humana, começa a busca pela sua irmã e acaba conseguindo a ajuda de moradores locais; um desses sendo Ben (Alex Roe), um biólogo marinho que logo tem sua atenção despertada por Ryn.


Os dois episódios que já foram lançados são excelentes e fazem um bom trabalho em estabelecer uma história nova, fora do óbvio, que traz uma proposta dark e diferente para a sua temática.

O elenco da série não deixa a desejar e mostra potencial para o futuro ainda que seus personagens tenham parecido, pelo menos a um primeiro instante, superficiais. A direção artística, combinada com uma fotografia fria, consegue capturar a peculiaridade da situação de Ryn e dos moradores da cidade através de close-ups faciais, diálogos interessantes, e cenas que sutilmente sugerem storylines que ainda vão ser exploradas. Mas o verdadeiro destaque da série é inevitavelmente sua protagonista.

Ryn é introduzida como praticamente uma personagem muda. Sem saber falar inglês, a protagonista fala poucas palavras durante a duração dos dois primeiros episódios. Eline Powell, dando um show, consegue transmitir todas as emoções de raiva, curiosidade, medo e ameaça através de apenas olhares, expressões faciais e pequenos sons. Sua personagem consegue ser bizarramente assustadora e quase, quase fofa ao mesmo tempo.


Em seus melhores momentos, o roteiro toma cuidado para não revelar grandes detalhes. Os próprios poderes de Ryn são mostrados de forma contida, e a dinâmica de certos personagens sugerem possíveis romances e até inusitadas atrações sexuais.

Sirenes ou sirenas (sereias na mitologia grega) são criaturas perigosas que atraem pescadores e marinheiros com seu canto mágico para as rochas de suas ilhas, fazendo com que navios e barcos naufraguem. Os contos e versões variam, a maioria descreve uma Sirena como uma bela ninfa aquática com um canto angelical que, uma vez próxima de um homem, revela sua verdadeira face demoníaca e um canto que mais parece um grito bizarro do que qualquer outra coisa.

Estas criaturas são bem diferentes daquelas típicas sereias do imaginário popular, e "Siren" faz questão de retratar isso. Em apenas dois episódios, o telespectador já presencia um assassinato sangrento, uma tentativa de estupro, e uma das transformações mais fodásticas já feitas na televisão.

"Siren" ainda tem muita história pra contar e muito para provar, mas o pouco que já mostrou foi suficiente para segurar a atenção até dos mais exigentes. Ainda bem que essa não é só mais uma série de sereia bem vanilla que nem "H2O", porque sua pegada dark e sinistra a torna extraordinária.

SOCORRO! A Netflix vai exibir o primeiro episódio da segunda temporada de "Sense8" na CCXP!


Como falamos aqui, a Netflix estará com uma presença pesadíssima na CCXP 2016. Na sexta-feira o serviço de streaming vai estar com painel de "3%" junto do elenco, enquanto no domingo, serão 4 fucking horas com Neil Patrick Harris ("Desventuras Em Série"), além de parte do elenco de "Shadowhunters" e "Sense8". Só que, quando menos esperávamos, a Netflix tinha outra coisinha pra gente. ♥

Pra quem curte horrores a série das irmãs Wachowski, é válido saber que o primeiro episódio da segunda temporada será exibido para 200 pessoas no Auditório Prime durante o domingo às 18h30. O horário se choca com o painel da própria Netflix no Auditório Cinemark, que começa às 16h30. Felizmente, parte do elenco da série deve estar presente durante a exibição do episódio. A informação veio através da programação da maior feira que você respeita divulgada hoje.

EITA, GENTE!

Durante os quatro dias estaremos em nosso Twitter e Snapchat (portalitpop) com uma cobertura gostosinha em tempo real. Também vai rolar um resumo diário dos painéis e principais novidades divulgadas por lá. Outros materiais serão lançados pós-feira, mas o conteúdo fica em segredo por enquanto.

A CCXP 2016 começa nesta quinta e tem tudo para ser MUITO foda


Até um tempo atrás, nós amantes da cultura pop víamos a gringa se esbaldando toda pela San Diego Comic Con, sentindo também uma invejinha daquele amigo que pôde pisar os pés no Hall H. Ir num evento desses deve ser uma das coisas mais fodas até pro cara que só queria tirar uma foto com aquele ator classe D de uma série que só ele conhece. Pasmem, de 2014 em diante estamos podendo ter uma experiência parecida com a SDCC através da Comic Con Experience (CCXP), organizada pelos lindos do Omelete, Piziitoys e Chiaroscuro Studios.

A gente pôde conferir os dois primeiros dias da primeira edição — inclusive, você pode dar uma olhadinha no material produzido na época aqui. Em 2015, não pudemos comparecer, mas na edição deste ano estaremos bem lindos lá nos 4 fucking dias, loucos para ver os painéis, participar de uns stands e pegar uns brindes aleatórios porque sim.

A programação da feira tá absurda de boa

A quinta-feira começa com o homenageado do ano, Renato Aragão, num painel que deve percorrer por toda sua carreira. Pros fãs de quadrinhos, logo em seguida, tem o deus Frank Miller e Brian Azzarello, os caras por trás de "Cavaleiros das Trevas III". Para a divulgação de "xXx: Reativado", a Universal traz Vin Diesel, Nina Dobrev ("The Vampire Diaries") e Ruby Rose ("OITNB"). Vai rolar ainda um painel sobre "Game Of Thrones" de duas horas com a presença daquela que é melhor que todos nós, Natalie Dormer.


Calma lá que isso tudo é só no primeiro dia, e na sexta-feira as coisas só melhoram. Já começaremos o dia com uma homenagem aos 50 anos de "Star Trek", seguido por Milla Jovovich e Paul W. S. Anderson no painel da Sony para a divulgação de "Resident Evil 6" — também deve rolar algum material do novo filme do Homem-Aranha. A Fox chega com um painel sem grandes nomes, porém teremos algumas novidades de "Logan" e "Assassin's Creed". Daí finalizaremos com o painel de "3%", a primeira série brasileira da Netflix, contando com a presença do elenco.

Evanna Lynch abre nosso sábado para falar de "Harry Potter" e um pouco de sua carreira. A Disney vai fazer uma pré de "Moana" com a presença de seus diretores, John Musker e Ron Clements, responsáveis por "A Pequena Sereia" e "Alladin". Além do filme, o estúdio em conjunto com a Marvel está trazendo James Gunn para falar de "Guardiões da Galáxia Vol. 2", finalizando o dia. Só que antes deste aguardado painel, a Paris Filmes deve trazer MUITA novidade de "Power Rangers", com presença de parte do elenco garantida. Ah!, tem painel da Lucasfilm também, RS.

O domingo tinha tudo para ser o dia mais monótono da feira, né? Mas teremos a Warner com "Kong" e possivelmente algo do universo DC. A Netflix volta com uma painelzão da porra de 4 horas, trazendo o elenco de "Shadowhunters" AND "Sense8". Neil Patrick Harris também vem para divulgar "Desventuras Em Série"! Seria pedir muito a exibição primeiro episódio? It's gonna be... wait for it... legendary.


TUDO o que falamos até aqui envolve apenas os painéis no Auditório Cinemark. Tem taaaaaaanta coisa nessa CCXP que teríamos que dividir este post em dois. Mas pra ficar com aquele gostinho de quero mais, vocês deveriam saber que teremos a Fox promovendo vários saltos de fé — aquele pulo lindão de "Assassin's Creed" — em sua estande.

Durante os quatro dias estaremos em nosso Twitter e Snapchat (portalitpop) com uma cobertura gostosinha em tempo real. Também vai rolar um resumo diário dos painéis e principais novidades divulgadas por lá. Outros materiais serão lançados pós-feira, mas o conteúdo fica em segredo por enquanto.

Esquenta "All Stars 2": os 10 piores episódios de "RuPaul's Drag Race"

Com a estreia da segunda temporada de "RuPaul's Drag Race All Stars" batendo à nossa porta - no próximo dia 25, nos pegamos em tom de nostalgia sobre as 10 queens que retornam à competição em busca de um lugar no panteão do mundo drag. Então nos dispusemos a pensar: quais os melhores (e piores) episódios da história de "RuPaul's Drag Race"?

Depois de oito temporadas regulares, um "All Stars" e 110 episódios, sentamos e avaliamos cada acontecimento para reunirmos aqui nossos 10 piores episódios da herstory do reality - post com os melhores vem em breve. Como o montante de desamor por esse programa é muito baixo, alguns dos listados nem são realmente ruins, péssimos, horríveis, mas tem que fechar a lista, não é mesmo? Então decidimos categorizar os episódios por cores: os roxos são considerados [Michelle Visage's Voice] "meh", os laranja são "oooh no she betta don't!" e os vermelhos são "you are fucking terrible".

Os critérios utilizados para as escolhas foram os mais diversos, deste os desempenhos, edição, jurados, vereditos, lipsyncs e tudo o que tiver dentro do episódio, mas principalmente o desafio. Então senta e acompanhe os 10 episódios que receberam nosso "sashay away!".

#10: S04, E02: WTF!: Wrestling's Trashiest Fighters
Na terceira temporada, no lendário lipsync entre India Ferrah X Mimi Imfurst, Mama Ru decreta uma das regras básicas da arte drag: não se trata de um esporte de contato. Mas como a idade avançada a faz esquecer das coisas, o segundo episódio da quarta temporada, "WTF!: Wrestling's Trashiest Fighters", colocou as queens para simularem luta livre, numa versão super caricata e óbvia. Se não bastasse o desafio bem "que diabos?", fazendo jus ao nome, ele é recheado de momentos estranhos (todo o momento em que a The Princess aparecia atuando, principalmente) e uma vitória dupla de Chad Michaels e Madame LaQueer tão insonsa que até nos espantamos no "Reunited" quando Ru relembra que esta última venceu o desafio - graças à Chad, segundo às próprias participantes. Temos que concordar com elas.

#9: S03, E05: QNN News
A longuíssima terceira temporada foi, de longe, a mais difícil de todas em termos de estresse, com nada menos que 15 episódios e vários desafios de costura - os mais difíceis. E era difícil não errar pelo menos uma vez. Buscando explorar o CUNT das participantes, Ru mandou todo mundo brincar de jornalista em dois telejornais "ao vivo" (tão real quanto a falta de botox no rosto da matriarca). Com poucos momentos memoráveis, o episódio segue a passos lentos e sem graça, culminando numa das mais injustas vitórias de um desafio já cometidas no programa: Shangela perdendo para a Manila Luzon, que fez absolutamente nada de mais no desafio, ao contrário de Shangela, que ofuscou todo mundo. Mama Ru, não querendo escancarar o favoritismo, ainda deu a vitória à Manila com cara e tom de quem tá fazendo aquilo obrigada. Não passou a vida dizendo "meu programa, minhas regras"? Então não venha com esse showzinho, henny. #JUSTICEFORHALLELOO

#8: S01, E05: Drag School of Charm
Todas as temporadas temos um episódio de "makeover", onde as participantes devem transformar alguma pessoa de fora numa versão fraterna/materna de si mesmas - e, sendo curto e grosso, os episódios em sua maioria são desastrosos. Primeiramente por levar uma queen ao chão graças aos não-esforços de outra pessoa, quanto pelos resultados muita vezes fracos - difícil montar alguém que você nunca viu em um dia. A primeira temporada começou com grande estilo ao trazer mulheres para o "makeover", mas mulheres másculas, musculosas e com traços "masculinos". E se de favoritismo vive o programa, é desde a primeira temporada, caindo aqui em cima de Rebecca Glasscock, que venceu o desafio colocando uma peruca loira e um vestido tubinho preto na sua parceira. Really, queen? Shannel, a verdadeira vencedora do desafio, passou horas dizendo o quanto Rebecca não merecia a vitória (concordamos toda), que levou a um dos Bottom 2 mais sofridos do programa : Bebe Zahara Benet X Ongina, duas das maiores concorrentes da temporada. Até hoje choramos.

#7: S04, E09: Frock the Vote!
O ato de fazer drag é puramente político, mas misturar drag e politicagem não deu certo em "Flock the Vote!". As cinco participantes restantes tiveram que preparar uma campanha política para se elegerem a primeira drag queen presidente dos Estados Unidos. Pode até parecer uma boa premissa, mas o episódio vem abaixo quando as queens são colocadas na parede ao terem que fazer campanhas sérias, ao invés de usar o humor óbvio para o desafio. Com participação de Dan Savage, o ativista LGBT desestruturou todos os planos das cinco ao abordar de forma séria suas campanhas. Ainda bem que algumas delas não deram ouvidos ao cara e conseguiram fazer algo minimamente engraçado, senão seria perda total.

#6: S07, E04: Spoof! (There It Is)

Mama Ru, marqueteira como só ela, jogou na roda o desafio em que as queens deveriam criar três paródias de três de suas músicas, "Sissy That Walk", "Let The Music Play" e "Dance With U". A injustiça já começa com a escolha das músicas, pois "Sissy That Walk" é a única com clipe, ou seja, o time que ficou com a música deveria não só parodiar a canção, mas também o clipe, realizando versões caricatas das queens do clipe original - as outras tiveram que fazer nada disso, apenas criar um conceito e a paródia. Uma completa bagunça, o episódio começa a construir rivalidades - Pearl X Miss Fame, joga um Bottom 2 só pelo climão - Pearl X Trixie Mattel, e ainda elimina a que foi melhor na dublagem, mais uma vez salvando Kandy Ho sabe por qual motivo. O tema da passarela, "Verde", rendeu poucos looks incríveis - Miss Fame, Pearl roubaram a cena - e as paródias nem ao menos ficaram engraçadas. Next!

#5: S04, E10: DILFs: Dads I'd Like To Frock
Olha mais um "makeover" aqui, gente! O desafio de transformação da quarta temporada foi marcado pelo retorno de Kenya Michaels - para fazer a Carmen Carrera e ser eliminada no mesmíssimo episódio - e cinco papais que deveriam ser transformados em cinco mamães pelas competidoras. Fora isso, todas tinham que aparecer grávidas na passarela e realizar uma performance de striptease (!?). Como esperado, entre convidados completamente irritantes (o par da Sharon chegou a brigar com Chad Michaels) e apresentações apáticas e sem graça (o par da Kenya, coitado), os últimos minutos deram um sopro de felicidade com o lipsync incrível de Latrice Royale com "(You Make Me Feel Like) A Natural Woman" - sendo a primeira e única participante a não sair do lugar num "Lipsync For Your Life".

#4: S02, E06: Rocker Chicks

Quando RuPaul pela primeira vez na história do programa disse "pela primeira vez na história do programa", ela pediu para as participantes da segunda temporada cantarem ao vivo numa performance com plateia. A música? Uma versão rock (?) de "Ladyboy", da própria apresentadora, claro. Sabemos que o programa é da Ru e ela faz o que ela quiser, mas nunca, nem mesmo no cotadíssimo "All Stars", as coisas foram manipuladas como em "Rocker Chicks". Raven era a óbvia vencedora dum desafio sem grandes performances, mas a vitória foi para Jessica Wild, quase um prêmio de consolação. E pela terceira vez seguida temos a participante com imunidade fazendo o pior trabalho, dessa vez com Tyra Sanchez apresentando um número que fez os jurados olharem com cara de "o que diabos é isso?". Ainda bem que Ru decidiu tirar imunidades a partir da quinta temporada, pois os exemplos de queens aproveitando para entregar trabalhos medíocres são vários. [Tatianna's voice] a hot mess.

#3: S08, E05: Supermodel Snatch Game
Todos os desafios da todas as temporadas são segredo até o momento do episódio, com a única exceção do Snatch Game, que desde a segunda temporada é fixo. Rendendo episódios incríveis (como o da quinta temporada) e outros mais fraquinhos (como o da terceira), o da oitava temporada veio envolto de muita expectativa pelas fortes participantes (Bob The Drag Queen já era carta certa de vitória), Derrick Barry como Andrea Mello Britney Spears e uma passarela dedicada para divulgar e enaltecer Madonna (!!!!). Só que tudo foi um completo fiasco. No desafio, vencido por Bob, nenhuma das performances conseguiu ser épica como a de outras temporadas, as duas juradas convidadas, Gigi Hadid e Chanel Iman, são, de longe, duas das piores juradas a aparecerem no programa, dando críticas completamente fracas, infundadas e pioradas pela edição que fez de tudo para que elas parecessem super engraçadas. Para fechar o bonde descarrilado, a passarela foi uma decepção completa com o Kimonogate e a eliminação de Acid Betty continua sendo uma das mais injustas da história do programa. E nada justifica escolher "Causing a Commotion" numa noite temática de Madonna, viu?

#2: S07, E06: Ru Hollywood Stories
Chamada de "pior temporada de todas", a sétima conseguiu a proeza de entregar vários episódios fracos, mas nenhum tão ruim como "Ru Hollywood Stories". Aqui as participantes deveriam recriar três versões que explicavam como Merle Ginsberg, jurada das duas primeiras temporadas, foi substituída por Michelle Visage. Ain't nobody got time for that! Em roteiros ridículos, todo o desafio foi absolutamente patético e digno de esquecimento, só piorando com a edição forçando uma rivalidade inexistente entre Merle e Michelle. Poderia pegar o primeiro lugar da lista se não fosse pela passarela "Morte Lhe Cai Bem", uma das melhores da história do programa. Amém Violet Chachki.

#1: AS1, E02: RuPaul's Gaff-In
A primeira temporada de "RuPaul's All Stars Drag Race" já começou toda errada ao colocar as participantes para competirem em duplas, rendendo vitórias sem fundamento, eliminações injustas e muito mimimi. Mas nada perto do desafio "RuPaul's Gaff-In". Como não poderia rolar um Snatch Game, as queens tiveram que imitar celebridades em esquetes, aquelas comédias curtas e que fizeram sucesso na década de 60 - algo meio "A Praça é Nossa". Não há palavras para descrever o quão ruim foi todo o episódio, com tiradas cômicas que matavam de tédio, momentos vergonhosos e uma vitória sem lógica de Yara Sofia e Alexis Mateo. Please, make it stop.


***
É com dor no coração que listamos esses episódios, pois nosso amor pelo programa é gigante, porém temos que soltar o chá de vez em quando para as coisas melhorarem, certo? Reclamaram tanto do "All Stars 1" que a continuação não será em duplas, a voz do povo é a voz de deus! E para você, qual é aquele episódio do reality que você não consegue chegar perto? Tem algum aqui listado que você ama e quer defendê-lo? Conta pra gente.  Everybody say love!

P.S.: Se você está pensando "cadê ShakesQueer???": o episódio, considerado por muito como um dos piores, é tão errado que acaba sendo divertidíssimo - é uma delícia ver tudo dando tão errado. No T, no shade, no pink lemonade.

As artes e as minorias: o papel e a importância do ofício artístico em prol do empoderamento das minorias

A gente diria que os tempos hoje em dia estão loucos no que diz respeito às minorias. No caso do Brasil, por exemplo, os anos 2010 trouxeram um novo fôlego às militâncias: novas pautas, novos métodos de ação e mais empoderamento e alcance do que nunca, principalmente quando a gente fala das gerações mais novas, dos jovens nascidos na década de 1990. Podemos ter aguentado muita coisa calados, mas vimos que somos muitos, e que temos sim que exigir respeito e empatia.

Tá, mas você aí deve estar pensando: que diabos o It Pop está falando??w??w????ww? Acontece que isso tudo está muito ligado à cultura. E quando falamos cultura, abrangemos do nacional ao estrangeiro, do cinema à artes plásticas, e, claro da música. Em um década em que ganhamos discos como Born This Way, Lemonade, To Pimp A Butterfly, ou seja, álbuns de protesto e que ajudam o empoderamento de alguns grupos, o debate da arte como porta-voz de causas sociais aumenta. Afinal, a arte de massas não pode transmitir certas mensagens?

Há algumas semanas, o It Pop foi convidado para acompanhar a gravação do programa Ofício em Cena, da Globo News. Este ser que vos escreve foi quem representou o blog mais polêmico do Brasil, e é claro que, entre tantas coisas que foram debatidas, não poderíamos deixar de lado o que mais nos chamou a atenção: justamente esse papel da arte com uma pitada de militância. 


O convidado da último programa desta temporada foi o autor e diretor Jorge Furtado, famoso por filmes como Saneamento Básico e O Homem que Copiava, conhecido pelas mensagens sociais. Falando mais de seu ofício, a arte, Furtado nos lembrou que tanto o teatro quando o cinema são artes coletivas, feitas por mais de uma pessoa, e sendo uma arte coletiva, facilmente conseguem agregar aspectos do mundo dito real. Afinal, como ele mesmo falou, a separação entre o real e a ficção é tênue. Pode reparar, gente, o que acontece nas séries, novelas e peças da vida são reflexo da nossa realidade, um mundo paralelo. 


Ele também é uma das cabeças por trás do programa Mister Brau, que tem causado certo rebuliço pelas redes sociais por abordar questões como o racismo e o empoderamento negro de forma leve e descontraída, como quando Michele, personagem interpretada por Taís Araújo, dá uma aula sobre empoderamento negro e feminino a crianças em uma escola, quase uma Beyoncé na fase Lemonade. Furtado acha que deve haver um equilíbrio para que a "militância" e os valores que envolvem o respeito e a empatia não sejam tão explícitos que espantem o público, que ainda é, em geral, um tanto conservador.


Deu até pra lembrar de como era o humor predominante nos programas brasileiros. Lembra como o próprio Zorra Total era até dois, três anos atrás? Humor com o oprimido é coisa do passado, segundo o próprio Furtado. "O mundo tem que avançar", disse o diretor. E a dramaturgia pode ajudar. A gente assina embaixo, e emenda que não só a dramaturgia, como a música e todas as outras formas de arte também podem ter um quê de progressista. Que venham mais limonadas ácidas e mais roteiros contemplem não só os negros, como também mulheres e LGBTs. Amém?

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Por último, mas não menos importante, se quiser conferir o programa na íntegra e acompanhar toda essa discussão sobre o ofício na arte, só ligar sua TV na Globo News hoje, dia 14, às 23h30 e viajar no debate!

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