Crítica: não há amor familiar maior do que o de "O Sacrifício do Cervo Sagrado"

Atenção: a crítica contém spoilers.

Quando perguntado "Qual o seu diretor em atuação favorito?", muitos respondem Quentin Tarantino, ou Christopher Nolan, Tim Burton, Wes Anderson e Sofia Coppola. Todos esses são mesmo bons diretores, mas o meu favorito é Yorgos Lanthimos. Pode soar bem wannabe-cult ter como diretor favorito um grego que dificilmente está na boca das pessoas, porém suas obras falam por si só.

Yorgos teve seu apogeu com "Dente Canino" (2009), vencedor do prêmio de "Melhor Filme" em uma das principais mostras do Festival de Cannes e indicado ao Oscar de "Melhor Filme Estrangeiro", o que abriu as portas para o diretor financiar projetos cada vez mais ambiciosos. Ele é mais famoso por "O Lagosta" (2015), que rendeu sua segunda indicação ao Oscar, na categoria "Melhor Roteiro Original", e é exatamente em seus roteiros que habita a máxima do cinema lanthimoniano.

Todos os seus filmes possuem premissas completamente absurdas, estranhas ou curiosas, para dizer o mínimo. Em "Dente Canino", seguimos uma família cujo os filhos nunca passaram do portão de casa, desenvolvendo mentalidades completamente diferentes do resto do mundo. Em "Alpes" (2011), um grupo cria uma empresa onde as pessoas podem contratá-los para substituírem algum familiar que morreu. E em "O Lagosta", ser solteiro é proibido, e eles devem encontrar um parceiro em 45 dias ou serão transformados em um animal e solto em uma floresta. Pois é.


É claro que em seu mais novo filme, "O Sacrifício do Cervo Sagrado", não seria diferente, mesmo a premissa não soando tão absurda em uma primeira lida. O longa conta a história de Steven (Colin Farrell), um cirurgião que vira amigo de Martin (Barry Keoghan), adolescente que perdeu o pai na mesa de cirurgia do médico. Em um misto de pena e culpa, o protagonista acaba colocando o jovem debaixo de suas asas, a pior coisa que poderia ter feito.

A primeira característica do estilo de Lanthimos, e que está em todos seus trabalhos, são as atuações quadradas. Ele dirige os atores para que estes soem quase robóticos. Além de ser um artefato de cunho estilístico, isso serve para compor uma ideia de que seus filmes não se passam em nossa realidade. São como mundos paralelos, ou versões diferentes do nosso mundo. Os personagens agem, reagem e respondem de maneiras diferentes do esperado, o que pode espantar de início, porém faz parte da bizarrice que acompanha o texto.


No desenrolar da relação entre Steven e Martin, o homem decide apresentar o garoto para sua família: a esposa Anna (Nicole Kidman), sua filha mais velha, Kim (Raffey Cassidy), e o caçula, Bob (Sunny Suljic). Em retorno à gentileza, é a vez de Steven conhecer a família de Martin, que se resume em sua mãe (interpretada pela Alicia Silverstone), que abertamente dá em cima de Steven, para seu completo desconforto.

Após o acontecido, ele começa a evitar Steven, tanto para não precisar declinar de novos convites quanto por perceber que a relação saiu do controle, o que gera a ira do garoto. O que ele faz? Não há uma palavra específica, mas chamarei de "praga": Martion joga uma praga na família, que consiste em quatro etapas, começando do caçula até Anna. Primeiramente eles ficarão paralíticos e não conseguirão mais andar. Depois, se recusarão a comer, até que seus olhos comecem a sangrar, o penúltimo estágio. O último, então, é a morte. Para encerrar a praga, Steven deve matar um dos três, caso contrário todos morrerão.

O filme em momento nenhum explica como Steven faz isso - e, sinceramente, não importa. Para o garoto, aquela é uma forma de justiça para compensar a morte do pai. "Você matou um membro da minha família e agora vai ter que matar um da sua", diz ele. O que antes era uma situação em que Steven se tornara um pai postiço acaba se rebelando contra ele.


Os estágios de negação são seguidos à risca, com Bob passando por inúmeros exames médicos que não encontram o motivo para sua paralisia, sendo, para a mãe, um distúrbio psicológico, e para o pai, pura invenção do garoto, até que a filha também sofre da praga. A confirmação do poder de Martin vem quando a menina volta a andar momentaneamente enquanto conversa com ele por telefone. É o momento em que a mãe vê que realmente não se trata de uma doença, e que deve tomar medidas rápidas.

A partir de então começa um grande jogo de interesses dos três membros fadados a sofrerem pela praga. Tudo começa de maneira sutil, sendo mais escancarado com o passar do tempo e o último estágio da maldição chegando. O que antes era um família unida e amável como qualquer outra vai expondo suas rachaduras de modo feio.

Sabe aquela máxima de que os pais não têm filhos favoritos? A maior furada, mas o que antes era acobertado agora está aí para todo mundo ver. A mãe é claramente mais apegada ao garoto, enquanto o pai tem uma relação mais estreita com a menina. E esta, mais velha, usa dessa verdade para manipular o garoto e conseguir sair viva da situação, que rende a malfadada cena do mp3, quando ela pede, na maior naturalidade do mundo, para ficar com o aparelho do menino depois que ele morrer.


Como é cada um por si, todos vão pouco a pouco cedendo à música tocada e dançando conforme o ritmo. Kim vai até Martin e se oferece para fugir com ele. Bob começa a fazer tudo o que o pai mandava, como cortar os cabelos e se oferecer para regar as plantas. Se antes o garoto queria ser oftalmologista como a mãe, agora quer ser cardiologista como o pai. E até a mãe não resiste: tenta agradar o marido sexualmente e diz que eles podem matar um dos filhos, afinal, ainda podem fazer outro. Vale tudo para se salvar.

E é de uma ironia trágica perceber que tudo isso acontece por causa do pai, um poço de erros consecutivos. Ele não assume, mas causou a morte do pai de Martin durante sua cirurgia - representada pela cena de abertura, mostrando que Steven tem sangue nas mãos. Além de negar, o homem joga a culpa para o anestesista, um padrão comportamental que tende a se repetir: durante um encontro com o diretor da escola dos filhos, ele pergunta qual deles o diretor gosta mais, tentando pôr a responsabilidade de matar um dos dois em cima de outra pessoa.


Em um filme regido por homens, todos, com exceção de Bob, são recheados de problemas. Martin é um sociopata; o anestesista pede favores sexuais para Anna; e Steven então, nem se fala. A obra se passa em uma realidade aquém, porém mostra como funciona a cultura do estupro quando a forma que o homem se excita é vendo Anna fingindo estar inconsciente, um comportamento repetido por Kim.

E Bob é o único macho a sair desse padrão por ser puro, inocente e sem segredos. Ele é o cervo sagrado. Mas a morte do garoto para salvar a família é revelada desde o começo da praga para quem é atento: há um desenho de cervo em cima da cama quando o menino fica paralisado.

Com o comportamento de sempre colocar o peso da culpa em cima de outra pessoa, é claro que Steven não escolhe Bob: ele faz um jogo de roleta-russa para matar um dos três aleatoriamente. Nem na hora mais derradeira o pai consegue assumir a responsabilidade de toda a situação, que teve seu estopim graças a ele. É certo que Martin é o culpado por aquilo, pois, como bem lembra Anna, quem está pagando pelo erro de Steven são pessoas inocentes, porém a recusa do pai em aceitar o problema é o pontapé de todo o filme.


Muito se debateu sobre a figura de Martin. Afinal, o que ele é? O longa não nos entrega uma resposta definitiva, todavia há simbolismos que podem dar pistas: o garoto seria uma espécie de Jesus ao contrário: ao invés de fazer aleijados andarem, ele tira as pernas de suas vítimas. Isso fica claro quando Anna beija seus pés, no intuito, também, de obter a salvação (em vão).

O roteiro foi baseado na tragédia de Ifigénia, de Eurípedes, que conta a história de um pai que mata um dos filhos para saciar a ira de um deus, com Ifigénia, a escolhida para o sacrifício, se transformando em um cervo após sua morte (daí o título do filme). A peça se utiliza da ironia trágica para contar os passos da protagonista, da mesma forma que o roteiro de Lanthimos e Efthymis Filippou narram a loucura dessa família.

"O Sacrifício do Cervo Sagrado" não visa tecer críticas sociais tão evidentes como em "O Lagosta"; a obra prefere compor uma família disfuncional que só percebe suas falhas quando pressionada diante de uma situação extrema. Claro, a bizarrice do cinema do diretor está impregnada em cada segundo, em um filme incômodo que aponta o dedo ao revelar o quanto a sagrada família pode ser o antro que renderá tragédias - além de continuar nos fazendo olhar torto pelas cenas desconcertantes, como Martin pedindo para ver os pelos de Steven. Caminhando sobre o gênero suspense, um fértil campo não tão explorado pelo diretor - e capinado com maestria aqui, o longa é uma exposição do amor familiar no mais destilado modo, lanthimonianamente falando, claro.

Não foi a gente que pediu: Lady Gaga lançará "Joanne" como single de encerramento da era

Se você pensava que a era "Joanne" tinha acabado, pensou errado. Apesar de estar se despedindo aos poucos dessa parte de sua vida e de ter lançado "The Cure", single avulso bem diferente do que vimos em seu último disco, Lady Gaga parece ainda ter alguns planos para o álbum. 

"Joanne", faixa-título do material, será enviada para as rádios italianas nessa sexta-feira, 22 de dezembro. A música, escrita para sua tia, teve grande importância no documentário de Gaga lançado nesse ano, "Five Foot Two", onde ela explica melhor o conceito do CD e sua conexão com esse membro da família. 


Não sabemos se a escolha foi feita justamente para promover o documentário, ainda mais em período de premiação, ou apenas sempre foi algo planejado para terminar a era, mas o single não deve receber muita atenção de Gaga. A cantora já confirmou estar trabalhando em um novo material, enquanto o produtor Mark Nilan garantiu que eles vão dominar as rádios em 2018.

Podia ser "Dancin' In Circles", né? Lady Gaga, por que me matou?

Anitta bate recordes no Spotify com "Vai Malandra" e não choca ninguém

Ser o videoclipe brasileiro mais visto nas primeiras 24 horas não é o único recorde que Anitta alcançou com "Vai Malandra". Para além do YouTube, a música mostrou todo o seu poder no Spotify e fez a cantora bater uma série de recordes. 



"Malandra" é a primeira faixa nacional a conseguir mais de 1 milhão de execuções em apenas um dia no Spotify Brasil. A música fechou suas primeiras 24 horas com mais de 1,2 milhões de plays. O sucesso no Spotify BR fez com que a canção figurasse na parada global da plataforma, o Spotify Worldwide, onde Anitta fez a melhor estreia de um brasileiro, entrando com a canção em #49. 

Mas sabe quem já estava no Spotify Worldwide faz um tempinho? A própria Anitta, dessa vez com "Downtown"! A música acaba de alcançar seu pico no chart e chegou a 26ª posição, ultrapassando "Hear Me Now", do Alok. Agora, Anitta é a artista brasileira como principal da canção a ter a melhor posição no Spotify Mundial.


E não para por aí! Com "Vai Malandra" e "Downtown" no Spotify WW, Anitta é a primeira cantora brasileira a emplacar duas músicas no Top 50 da parada. 

Parabéns, malandra! Esse momento é só seu!

Anitta quebra recorde de clipe brasileiro mais assistido nas primeiras 24 horas com "Vai Malandra"

Não dá pra dizer que estamos surpresos, né? Anitta veio com tudo com "Vai Malandra", tacada final do projeto Check Mate, e seu clipe cheio de referências às origens da cantora lançado nesta segunda-feira (18) já quebrou seu primeiro recorde. 

Com apenas 10 horas de lançamento, "Vai Malandra" já conseguiu mais de 8.7 milhões de visualizações, se tornando agora o videoclipe brasileiro mais visto nas primeiras 24 horas. O título, até então, pertencia a Luan Santana com "Check-In", que chegou aos 8.2 milhões de views no YouTube.



Se agora o número de visualizações é esse, imagina quando a contagem do primeiro dia fechar? Uau!

Vale lembrar também que Anitta já estava no Top 5 dos clipes brasileiros com mais visualizações nas primeiras 24 horas com "Paradinha", que alcançou pouco mais de 6.4 milhões de views. 

O vídeo de "Vai Malandra" foi filmado no Morro do Vidigal e é uma grande homenagem de Anitta à cultura da favela, em uma forma da cantora não só agradecer e lembrar de onde veio, mas também mostrar que, apesar de cada vez mais internacional, ela é mais brasileira do que nunca, e também se opor ao projeto de lei que visa criminalizar o funk. Vai, malandra!

A Anitta internacional é boa, mas a brasileira e funkeira de "Vai Malandra" é muito melhor

Saiu! A tacada final do projeto #CheckMate é "Vai Malandra", música lançada nesta segunda-feira (18), que mostra o orgulho que Anitta tem do funk e de onde veio, além de reafirmar o posicionamento da cantora com relação ao projeto de lei que quer criminalizar o funk em nosso país.

"Vai Malandra" tem a participação de Mc Zaac, o cara do sucesso "Vai Embrazando", além de Maejor, rapper que cumpre a "conta internacional" estabelecida pelo projeto, segundo Anitta. A música tem a produção de Tropkillaz e do DJ Yuri Martins, produtor da própria "Vai Embrazando", além de muitos outros sucessos do funk, como "Tá Tranquilo, Tá Favorável" e "Oh Novinha". Apesar da produção caprichada, o melhor de tudo é o vídeo.  

No clipe, gravado no Vidigal, Anitta mostra que, apesar de estar investindo em uma carreira internacional, não pretende abandonar suas origens. Em uma verdadeira homenagem a cultura da favela, ela passeia de mototáxi, pega sol na laje e termina em um baile funk diverso e completamente dominado por mulheres, com a presença da revelação da internet e também funkeira, Jojo Todyinho.

Escute agora o funk oficial do Carnaval 2018: 



É isso que nós chamamos de Check Mate.

Mica Condé e Perlla querem a sua atenção com a dançante “Beijando Todo Mundo”

Mica Condé começou a sua carreira no rock, à frente da banda Divisa, mas foi ao pop que se dedicou quando saiu em carreira solo. Com um disco já lançado (“Nada Além de Mim”, produzido por Latino, foi lançado em 2015 e não chegou às plataformas de streaming), a cantora se prepara para retomar a busca por seu lugar ao sol com um novo EP, previsto para o começo de 2018, e termina o ano ao lado de ninguém menos que a cantora Perlla, que saiu da música gospel para voltar ao funk há alguns meses.

Nos passos de hits como “Loka”, da Simone & Simaria com Anitta, e “Esqueci Como Namora”, do Nego do Borel com Maiara & Maraísa, as duas se uniram para a faixa “Beijando Todo Mundo”, que mescla música pop, reggaeton e um quê de sertanejo, com a certeza de que, no mínimo, te fará dançar.

Falando sobre a faixa, Mica conta que pensou nela como uma conversa entre amigas, de forma que a parceria com uma outra cantora cairia muito bem. A escolha de Perlla, por sua vez, ainda te deu a oportunidade de colaborar com um nome que admirava quando era mais nova. “Ela é uma pessoa incrível, que marcou a minha adolescência e tem uma importância absurda no funk melody”, explicou.

“Beijando Todo Mundo” é o segundo single do seu EP de retorno, sucedendo a faixa “Me Solta”, também lançada neste ano. Ouça abaixo:



E aí, vale um espaço na sua playlist?

A CCXP 2017 nos proporcionou uma das experiências mais fodas do ano

Imagem cedida pela CCXP. Foto por Daniel Deák - Galpão de Imagens.

Há exatos 7 dias, estávamos nos despedindo de uma das experiências mais legais que tivemos neste ano. A nossa jornada começou na quarta-feira, por volta das cinco da tarde, com uma coletiva para a imprensa apresentando as novidades e objetivos da feira neste ano. Logo mais, o principal desse curtíssimo primeiro dia: a Spoiler Night, inspiradíssima na Preview Night da San Diego Comic-Con, feira que serve de inspiração para a CCXP desde 2014.


Não demora muito para gente perceber o quão oportuno é essa dia, mas só percebemos sua real importância nos dias seguintes (risos). Aqueles que adquiriam os ingressos Full e Epic Experience puderam desfrutar de bastante coisa sem enfrentar aquelas filas que podem chegar a demoradas 4hs, só para poder tirar uma foto no Trono de Ferro de "Game of Thrones", por exemplo. Um brinde ali e outro aqui, "olha a foto", e quando tomamos conta, já está na hora de ir embora. Porém, uma certeza: a edição deste ano seria incrível. E foi.

Chega quinta-feira e com ela a gratidão pelo Spoiler Night. Não demora para formar filas enormes após a abertura dos portões, e ainda bem que esta realidade não é presente na fila para o auditório principal, o Thunder, onde acontece de tudo. Nesse primeiro dia, por exemplo, rolou orquestra tocando a música tema de "Jurassic Park", provocando arrepio na alma, sem contar a exibição em primeira mão do primeiro trailer de "Jurassic World: Reino Ameaçado". Ao fim do dia, a sensação de que não poderia ficar mais legal o evento era grande.


Felizmente, a sexta-feira matou com bondade nossa suposição. Já no primeiro painel do Thunder, a emoção tomou conta do auditório com Fernanda Montenegro falando um pouco sobre sua carreira. Também tivemos Bruna Marquezine e Marina Ruy Barbosa ao som do funk proporcionado por Tatá Werneck que levou todo mundo ao delírio. Claro, o grande destaque acabou ficando pelo painel da Fox, trazendo 11 minutos de "Maze Runner: A Cura Mortal". Ainda não sabemos se é o hype, mas que troço bom, viu?

Imagem cedida pela CCXP. Foto por Daniel Deák - Galpão de Imagens.

Já no terceiro dia, só conseguimos entrar no Auditório Thunder para o painel de "The Walking Dead" com Danai Gurira, com seus discursos lindíssimos de feminismo e elogios a "Stranger Things". Doninha ♥. Depois, Nick Jonas esbanjou simpatia no painel da Sony que trouxe uma caralhada de conteúdo legal, como o vídeo com o elenco de "Jumanji: Bem-vindo à Selva" exclusivo para a CCXP. Ah!, não podemos esquecer do susto que foi conversar com Tom Hardy diretamente do set de "Venom".

Agora uma pausa nos painéis que acabou se estendendo até o último dia. Fomos parar lá no estande da Warner para ter um gostinho das ativações. Fotinha bem Aquaman, com arma, barba e cabelão e foto ao lado do icônico carro de "Supernatural"; e por fim, deu pra ser o próprio Barry Allen numa gincaninha que exigia agilidade.

Depois fomos ao estande da HBO para ver o que o canal tinha preparado ao público. Logo no começo, vários cenários que remetem às séries presentes no HBO Go, o serviço de streaming do canal, e deu pra tirar muita foto conceitual, hahahaha. O famigerado Trono de Ferro estava lá também, mas a novidade foi o trono da moça dos dragões. Para "Westworld", a experiência foi bem mais imersiva, com uma viagem para o parque, e a sensação de realmente estar na série foi constante.

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No dia seguinte, voltamos ao estande da Warner para outras ativações que acabamos não conseguindo experimentar no dia anterior: "Supergirl" e "Tomb Raider: A Origem". Para a prima do Superman, fomos suspensos no ar através de cabos e viramos a própria kriptoniana, com direito a capa vermelha. Já para "Tomb Raider", encarnamos a pele de Lara Croft e escalamos um paredão em 30s para ganhar um mimo e, não vamos mentir, o desespero bateu quando o tempo começou a acabar.

Como não pegamos nenhum painel no domingo, o ponto alto do nosso dia foi quando vimos uma multidão indo atrás de um homem mascarado. A primeira suposição é ser um cosplayer mega famoso, mas ouvimos dizer ser Will Smith. Eita! O cara atravessou o pavilhão mascarado para ir até o estande da Netflix para fazer um barulho lá no espaço de "Bright", seu novo filme com o serviço. Smith levou todo mundo a loucura com sua rápida aparição. O ator também já havia ido ao terraço do Omelete, assim como os outros convidados.

Imagem cedida pela CCXP. Foto por Daniel Deák - Galpão de Imagens.

Isso tudo foi só um pouquinho do que vivenciamos nos quatro dias e meio da CCXP 2017, e rolou bastante coisa que não conseguimos pegar, como a Alicia Vikander tirando foto com vários cosplays de Lara Croft. Filas, brindes, conteúdos especiais, ativações incríveis e convidados fodas. Isto é CCXP! Foi épico, e quem sabe no próximo ano estaremos lá de novo, né?

Os melhores lançamentos da semana: Mc Fioti com J Balvin, Banda Uó, Anne-Marie e mais

Nada foi a mesma coisa após junho de 2015, quando as gravadoras e plataformas de streaming se uniram para a chamada New Music Friday: um dia global de lançamentos com artistas de todos os gêneros nas principais plataformas pela rede mundial de computadores.

Ao virar do dia entre quinta e sexta-feira, nós religiosamente corremos para o Spotify, pra sabermos quais são as novidades mais interessantes da semana, sejam elas de artistas  novos ou consolidados, e reunimos todas nesta playlist que, sendo assim, é atualizada semanalmente.




Apesar de todas as músicas acima serem 10/10, vale ressaltarmos que as melhores das melhores se encontram no topo da lista.

Caso se interesse em ler mais sobre as faixas escolhidas, aqui vamos nós, e não deixe de nos seguir pelo Spotify!

O QUE TEVE DE BOM


👍 O remix internacional de "Bum Bum Tam Tam", do Mc Fioti com a participação de J Balvin, Future, Stefflon Don e Juan Magan é tão bom que nos faz acreditar que o funk brasileiro tem mesmo o potencial para ser o novo reggaeton. 

👍 O último single da Banda Uó antes da pausa, "Tô Na Rua", é uma despedida agridoce para um grupo que fez muito pela música brasileira e pela diversidade que encontramos hoje no cenário. Vão deixar saudade. <3

👍 Anne-Marie guardou o melhor para o final. Seu último single a ser lançado em 2017, "Then", é um mid-tempo sincero e cheio de emoção, que nos lembrou o porquê de nos apaixonarmos por ela em "Alarm". 



👍  Se nos falassem há 5 anos atrás que o Arcade Fire lançaria um remix latino, não acreditaríamos. Hoje, os tempos são outros, e todo mundo quer tirar uma casquinha da música latina, até eles. Durante sua passagem pelo continente, a banda liberou um remix de sua "Everything Now" com a dupla Bomba Estéreo, e o resultado é surpreendentemente incrível.  

👍  Com sua nova mixtape, "Pop 2", Charli XCX continua a explorar todas as possibilidades da PC Music, gênero ainda pouco conhecido pelo grande público, além de criar um som próprio e se firmar como uma das artistas mais originais do nosso tempo. "Femmebot", com a Dorian Electra e o Mikky Blanco, não nos deixa mentir.


O QUE TEVE DE RUIM


💩 Ótimas parcerias não fazem um ótimo álbum. O "Revival", do Eminem, que o diga.

NÃO PODE SAIR SEM OUVIR




Ouça e siga a playlist “It’s Nü Music Friday” no blog:

Crítica: "A Deusa da Vingança" é um quebra-cabeça mitológico sem respostas fáceis

Começar este texto com um aviso de spoiler seria simplório demais, então vamos lá: o texto em questão contém explicações pessoais sobre "A Deusa da Vingança" (Sam Was Here), longa que acaba de chegar no catálogo da Netflix e tem feito muita gente quebrar a cabeça. Recomendo que você vá agora assisti-lo - são só 70 min de filme, rapidinho - e logo em seguida retorne para, juntos, tentarmos entender o que diabos se passa ali. Caso você já tenha feito todos esses passos, siga em frente.

Como apenas 1:10h pode estar fazendo tantas pessoas amarem e odiarem um filme? "A Deusa da Vingança" segue um dia na vida de Sam (Rusty Joiner), um vendedor ambulante que chega numa cidadezinha no meio do deserto. Mas deserta também está a cidade: nenhuma das casas parece conter uma alma viva, assim como todos os lugares por que ele passa. Sam liga para o seu chefe, pedindo para ir embora dali, e para sua esposa, dando sinal de vida, porém ninguém atende. Ele se sente a última pessoa do planeta.

As suas únicas companhias são seu page, que passa o dia recebendo mensagens anônimas o chamando de "Porco pedófilo" (que Sam ignora com certa desconfiança), e o rádio, mais especificamente o "Programa do Eddy", uma espécie de programa policial pro qual as pessoas ligam para denunciar ou reclamar de absolutamente qualquer coisa. Sam se distrai com uma caçada de um serial killer que está foragido pelas redondezas, ouvindo a população ligando para Eddy e temendo por suas seguranças. Mas onde estão todas essas pessoas?

Enquanto segue até um motel para passar a noite, o protagonista percebe uma brilhante luz vermelha no céu, que permanece imóvel e enigmática - ele nem ao menos tem alguém para perguntar "O que pode ser aquilo?". Christophe Deroo, em contrapartida, dirige o filme dando pinceladas não-diegéticas, ou seja, com apenas o público tendo ciência: no motel, tão vazio quanto o resto da cidade, há alguém escondido num dos banheiros, mesmo com as súplicas de Sam para algum atendente aparecer. Se para o homem tudo está muito estranho, para nós, que temos mais informações que ele, a situação está bizarra.


A atmosfera do longa é construída de maneira exemplar - ajudada pela estonteante fotografia de Emmanuel Bernard; o afiado design de produção de Barnabe Nuytten; e a bela montagem de Camille Guyot, todos em seus primeiros trabalhos em um longa-metragem. É impossível não se sentir desconfortável com o passar da duração e as peças se encaixando de forma hermética e não conclusiva. Desde a estranha luz no céu até o cômico programa do rádio, tudo conspira para que entremos na onda do filme e sigamos os passos de Sam em busca de alguma explicação. E manter o interesse da plateia é primordial em qualquer obra.

Quando Sam finalmente encontra um ser vivo, um policial, parece que a solidão acaba, todavia, o pesadelo começa de verdade quando o tal policial atira no protagonista, forçado a fugir. Todo o desenvolvimento de Sam é feito de maneira que sintamos a mais pura simpatia pelo personagem - suas tentativas frustradas de venda, sua preocupação com a família e até mesmo o dinheiro deixado pelos lugares vazio por que passa (junto com um bilhete dizendo "Sam esteve aqui") são mecanismos de afeto para o público - então tal violência gratuita ativa um alerta máximo na nossa mente de maneira tão urgente quanto na de Sam, tendo que lutar pela sua vida.

"A Deusa da Vingança" entra aqui num mote bastante conhecido dentro do cinema de terror: o protagonista sendo perseguido por vilões mascarados. Desde os clássicos "O Massacre da Serra Elétrica" (1974), "Halloween: A Noite do Terror" (1978) e "Sexta-Feira 13" (1980), até os modernos, como "Pânico" (1996), "Os Estranhos" (2008) e "A Morte Te Dá Parabéns" (2017), a figura do vilão por trás de uma máscara é elemento eficiente para a construção da atmosfera, principalmente se a máscara em questão conseguir gerar algum medo. É certo que psicopatas mascarados já deram uma saturada, porém "A Deusa da Vingança" não se utiliza disso como apoio principal de sua narrativa.


Isso fica claro quando a identidade de seus capatazes é irrelevante para Sam. Ao contrário do que se espera, o protagonista não demonstra querer descobrir quem sejam aqueles perseguidores. Com exceção do primeiro, de que ele meramente olha a identidade, nenhum dos rostos de nenhum dos outros personagens é mostrado de forma explícita na tela.

Sam então encontra cartas para todos os moradores da cidade, enviadas por Eddy, o apresentador do tal programa de rádio, dizendo para a população fugir do protagonista e, caso o encontre, matá-lo, pois ele era o serial killer de que todos estavam atrás. Entretanto, Sam sabe da sua inocência, e, longe de qualquer ligação com o "mundo exterior", se vê preso numa cidade que deseja a sua morte.

Ao contrário de Darren Aronofsky, que saiu explicando "Mãe!" para todos os lados, Christophe Deroo simplesmente disse que entender o longa não é o mais importante, e sim acompanhar sua atmosfera. Claro, falar é fácil, e nós, seres humanos, criaturas sedentas de curiosidade, ficamos desesperados diante do que não faz sentido, do que não tem uma explicação - e "A Deus da Vingança" explica praticamente nada do que se passa no ecrã, o que gerou comentários furiosos de como a obra é uma perda de tempo. Mas vamos entender.


Assim como qualquer obra que permita que a subjetividade do espectador crie seus próprios sentidos, não há uma explicação correta para todo o caos do filme - principalmente quando o diretor se recusa a dar essa explicação. A teoria a seguir é extremamente particular e tão correta (ou errada) quanto qualquer outra das várias que surgiram na internet, então comprá-la ou não cabe a você, leitor, que pode achar tanto que faz total sentido quanto uma viagem sem qualquer lógica.

Sam está no inferno. Todo o trecho de sua vida nada mais é que sua passagem pelas terras de Satanás, personalizado pela figura de Eddy, o rei daquele deserto, já que é o único a conseguir se comunicar com todos. A misteriosa luz vermelha nada mais é que o símbolo desse submundo, que vai brilhando cada vez mais forte até a derradeira hora do acerto de contas.

O próprio título nacional dá uma grande dica. Não se revolte, você, que acha que as produtoras brasileiras inventam títulos absurdos ao destoarem de uma tradução literal - e isso é uma realidade: "A Deusa da Vingança" - bastante distante de "Sam Esteve Aqui", o título americano - não é uma firula para soar bonito e vender o filme em terras tupiniquins. Uma produção franco-americana, o longa recebeu na França o título de "Nemesis", figura da mitologia que era, olha só, a deusa da vingança para os gregos, a entidade responsável pela justiça e por dar o equilíbrio cósmico entre bem e o mal.


O protagonista de fato é culpado pelos crimes de que é acusado, porém não se recorda por estar diante do seu julgamento, e todo o sofrimento que percorre faz parte do pagamento de seus pecados. Eddy liga para Sam e mostra uma gravação de sua esposa, dizendo que Sam já está morto, o que reforça a ideia de que o filme se passa em seu pós-vida. Todas as pessoas determinadas a matá-lo são meros peões do jogo de Lúcifer - ou de Nemesis, ou de Eddy, ou do nome que você queira dar - destinados a causar dor e sofrimento para alguém que fez a mesma coisa em vida.

O roteiro de Deroo e Clement Tuffreau faz a sacanagem de jogar anzóis de apreço do público para com Sam e depois destruir tudo ao colocá-lo como culpado. Não dá para não torcer pelo protagonista, e toda a construção do personagem, atuado com muito poder por Rusty Joiner, que carrega o filme nas costas, é feita de modo brilhante. Todas as nuances e camadas do vendedor abandonado que vira a caça por um bando de malucos ensandecidos no meio do nada são para fazer qualquer um sentir a mínima empatia.

"A Deusa da Vingança" vem sofrendo ataques de um público que não é culpado: estamos acostumados a termos respostas fáceis, entregues de bandeja por um cinema abertamente comercial e que se utiliza de crenças religiosas familiares - como a franquia "Invocação do Mal" (2013-), por exemplo. Quando batemos a cara numa obra que não faz o mínimo esforço para se explicar, soa como algo mal feito, não finalizado e até arrogante, todavia, temos aqui um filme competente em sua proposta e execução ao orquestrar um novo olhar de referências mitológicas de maneira criativa. Basta você tentar ver além da superfície - e as profundezas às vezes assustam.

O remix de "Bum Bum Tam Tam", com J Balvin, Future e Stefflon Don, é a única coisa que você precisa ouvir hoje

Se algum dia você pensou que "Bum Bum Tam Tam", do Mc Fioti, não poderia ficar melhor, pensou errado. No remix do funk lançado hoje (15), com J Balvin, Future, Stefflon Don e o produtor Juan Magán, a música consegue chegar ao seu ápice e, como sempre, não deixa nossa bunda ficar parada.

Apesar de ser um remix internacional, tem muito português sim! O brasileiro aparece bastante e a estrutura original da faixa é mantida, com o refrão praticamente intacto. J Balvin chega mandando um espanhol, enquanto a britânica Stefflon Don e o americano Future cantam em inglês, fazendo uma grande mistura de idiomas que, acredite, não fica uma grande bagunça, e funciona muito bem.

É a flauta envolvente que mexe com a mente...



A bunda chega a tremer. 

Sem remix e de forma extremamente espontânea, "Bum Bum Tam Tam" se tornou o funk mais visualizado da história do YouTube, acumulando quase 500 milhões de visualizações em seu vídeo oficial. Smash hit faz assim!

Estamos prontos para a dominação mundial. 

NÃO SAIA ANTES DE LER

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