“Por que não?”, diz The Weeknd sobre um disco em parceria com Drake

Atualmente promovendo seu novo álbum, “Starboy”, o cantor The Weeknd deu fim aos rumores de que sua relação com Drake não estaria bem e, após elogiar bastante o rapper de “One Dance”, afirmando que seu conterrâneo o deu vários discursos sobre como a indústria funcionava, Abel se mostrou animado quanto à possibilidade deles dividirem estúdio para um disco completo.

“Ele sempre me apoiou e eu sempre o apoiei. Por trás das câmeras, nós continuamos muito próximos, mas é legal que o mundo também possa ver cada um fazendo o seu trabalho. OVOXO [mistura do nome das gravadoras dos dois artistas, OVO Sounds e XO Records] sempre existirá”, disse The Weeknd, numa entrevista para a Beats 1.

E então, quando questionado sobre o disco em parceria, afirmou: 

Talvez. Por que não? É legal ter dois monstros trabalhando juntos, ao contrário de quando um monstro se une à um nome que ainda está chegando”, explicou. “É do caralho, tipo quando isso aconteceu com Kanye e Jay Z.

Assim como The Weeknd promove o álbum “Starboy”, Drake segue com os trabalhos do seu disco, “Views”, que contou com hits como “Hotline Bling” e “One Dance”. Os dois já trabalharam juntos em algumas canções, incluindo as faixas “Live For”, para The Weeknd, e “Crew Love”, de Drake.


Neste ano, quem havia começado um disco colaborativo com o dono de “Pop Style” foi o rapper Kanye West, entretanto, após suas declarações sobre Drake e DJ Khaled pagarem as rádios pelo sucesso de “For Free”, bem como sua recente internação, não sabemos se essa mistura ainda verá a luz do dia.

Carly Rae Jepsen registrou 4 músicas novas e todos esses nomes parecem incríveis

Ainda temos muito o que explorar no último álbum da Carly Rae Jepsen, também conhecido como a maior sequência que a gente respeita, “Emotion Side B”, mas é impossível conter as emoções ao sabermos que a canadense andou registrando músicas novas em seu catálogo, incluindo uma provavelmente incrível parceria com Max Martin.

Foram quatro os novos hinos registrados pela cantora e seus nomes são “Cut To The Feeling”, “As Long As I Want To”, “Hey Boy” e “You”, sendo essa última a parceria com Max Martin, com quem trabalhou pela primeira vez em “Tonight I’m Getting Over You”, do álbum “Kiss”, e chegou a dividir estúdio em sua produção seguinte, mas teve as colaborações posteriormente descartadas.


Além de Max, outros nomes que também dividiram estúdio com a eterna princesinha do pop foram Toby Gad (que esteve por trás de clássicos do pop moderno, como “Big Girls Don’t Cry”, da Fergie, e “If I Were A Boy”, da Beyoncé) e Kyle Shearer, com quem chegou a trabalhar em músicas como “Never Get To Hold You”, da bíblia “Emotion”, e “Fever”, do seu abençoado lado B.


Os hinos podem vir, porque estamos prontos pra louvar!

“Don’t Wanna Know”, do Maroon 5, e a forma como hits ruins estão acabando com as paradas

Todos concordam que é incrível a maneira com que os serviços de streaming revolucionaram a nossa forma de consumir música e, provavelmente, comemoraram quando esses conquistaram seu espaço na contabilização para as paradas musicais, mas não dá pra negar que o caminho escolhido para essa inclusão foi o pior possível.

Como você deve saber, a contagem dos streamings para paradas como a Billboard Hot 100 e UK Charts não funciona da mesma forma que as vendas físicas e digitais, com cálculos que, segundo eles, equiparam o valor das execuções por essas plataformas com as vendas reais. Entretanto, o que temos é uma proposital supervalorização, que tem causado a maior bagunça nas tais listas semanais.

Pra ilustrar isso de uma forma simples, pensemos em “Don’t Wanna Know”, o péssimo novo single do Maroon 5 com o Kendrick Lamar. A música precisa de 100 execuções para que contabilizem uma venda nas paradas e, seguindo as regras deste acordo, uma mesma pessoa só estará dentro desse cálculo nas primeiras 10 vezes que escutá-la por dia – 70 numa semana. Você pensa “mas quem em sã consciência escutaria essa música tantas vezes num período tão pequeno?”, e é aí que está o problema, ou pelo menos um deles.

Quando falávamos apenas das vendas físicas e digitais, o que tínhamos era o interesse numa música, seguido da sua compra: ou seja, eu estava sob o efeito de substâncias químicas e decidi comprar “Don’t Wanna Know”, então fui até o iTunes mais próximo e a comprei. Mas, se tratando das plataformas de streaming, o que temos são milhares de playlists que nos farão ouvir essa música entre outras que talvez nos interessem, de forma que, indiretamente, talvez eu contribua para as 10 execuções que o Maroon 5 precisa que eu faça para se garantir nas paradas da semana que vem.

Nem tudo é ruim, visto que, desde a ascensão dos streamings, também tivemos uma crescente de novos artistas nas paradas, como são os exemplos de Lukas Graham, twenty one pilots, Zara Larsson, entre outros, mas assim como alguns nomes conquistam o seu espaço por esse interesse orgânico, outros se aproveitam disso como o grande negócio que é – o que facilmente pode ser aplicado ao Maroon 5, outra vez, que garantiu seu lugar na nova edição do jogo “Just Dance”, antes mesmo que essa parceria com Kendrick Lamar tivesse sido lançada.


Nos recusamos a ajudar “Don’t Wanna Know” com mais uma execução sequer, então eis acima um player com uma canção boa do Maroon 5 em protesto.

O negócio fica ainda mais preocupante se levarmos em consideração o fato do Spotify e outros serviços do gênero serem baseados em algoritmos, uma vez que esses cálculos podem contribuir pra que hits sejam previamente definidos, levando em consideração o interesse das gravadoras x nosso comportamento dentro dessas plataformas.

A supervalorização dos streamings nas paradas é importante pelo posicionamento da nova ferramenta dentro de um mercado que ainda tende a resistir ao digital, vide a recusa de artistas como Taylor Swift em distribuir seus discos sob o modelo de negócios do Spotify, mas também soa como uma forma dos selos reassumirem o controle quanto ao que vende ou não, após a queda das vendas físicas, disputa ferrenha contra a pirataria e interesse cada vez maior de novos artistas aos meios de crescimento independentes. 

Uma saída, talvez impensável para as gravadoras e plataformas, seria recalcular a forma como os números desses serviços impactam as paradas, numa forma de, enfim, torná-los minimamente justos. Mas o provável é que sigamos o mesmo caminho, com o risco de, a qualquer momento, termos alguns dos maiores recordes da indústria batidos por produções tão preguiçosas quanto o último hit dos Chainsmokers – ou do Maroon 5, que seja.

Recap | X Factor UK 2016: bottom surpreendente define os 4 semifinalistas da temporada


Faltando exatamente dois domingos para o grande anúncio do campeão da 13ª temporada de The X Factor, o Top 5 viveu, na noite de ontem, pela primeira vez, uma rodada dupla, sob os temas "Louis Love" e "My Choice". 

Hoje, tivemos os resultados e mais uma eliminação. Nós apostamos que o bottom seria imprevisível, uma vez que a competição desse ano está totalmente aberta. Será que acertamos? Confira!

O programa começa com mais uma boa performance em grupo, agora com o hit oitentista "Saturday Night". Arrasaram!



Antes de formar o bottom, Dermot nos contou que os três menos votados da semana estavam separados por menos de 1% e qualquer coisa podia acontecer.

Na hora do anúncio, ele chamou Saara, Matt e... Emily! Formando, assim, o bottom com 5 After Midnight e Honey G, lutando pela última vaga na semifinal do programa.

Antes do sing off, os grandes convidados da noite foram chamados. Queridinhos no UK, Clean Bandit levou ao palco do programa seu novo hit, a excelente "Rockabye", em parceria com a Anne-Marie e o Sean Paul. Performance deliciosa e que deve impulsionar ainda mais o single, que já ocupa, há duas semanas, o topo da parada britânica.

[Quando o vídeo for liberado, atualizaremos o post]

Voltando ao foco e lutando pela permanência, Honey G teve a cara de pau de repetir "California Love", do Tupac, música esta, cantada por ela num live lá do início da competição e ressuscitando até o ~soletrando seu nome, pra levantar o público.



Já 5AM, visivelmente abalados com o bottom, optaram pela belíssima "Beneath Your Beautiful", do Labrinth com a Emeli Sandé. Vocalmente nervosos, foi longe de ser memorável, mas, naquele ponto, acreditávamos que era o suficiente pra ficarem.



Na votação, tivemos, sem maiores cerimônias, um 3x1 esperado contra Honey G, que há semanas já tava fazendo hora-extra ali. Com isso, 5 After Midnight ocupou a quarta e última vaga para a semifinal.



Semana que vem, o programa promete e muito, porque, na semifinal, além de outra rodada dupla – uma delas com o tema natalino –, teremos Lady Gaga e Zara Larsson como convidadas. Nos vemos lá!

Recap | X Factor UK 2016: com "Mannequin Challenge" SENSACIONAL, a competição, enfim, começou!


Após a eliminação tardia de Ryan Lawrie na última semana, chegou a vez do Top 5 da temporada subir ao palco e disputar uma vaga na semi-final do programa. Com duas oportunidades, "Louis Love" e "Own Choice", foi ao ar nessa noite sábado (26) o oitavo show da 13ª temporada de The X Factor.

Com momentos incríveis e outros que preferimos esquecer, o show foi interessante e deixou a competição ainda mais incerta. Será que o seu favorito se saiu bem? Confira em mais uma Recap!

PRIMEIRA RODADA

Matt Terry – "Secret Love Song" (Little Mix)



Não deixam esse menino fechar um único show. Impressionante! Mas vamos lá. Voltando pra apresentação, Matt fez uma apresentação toda correta e ficou ainda melhor nas partes altas da música - melhor região vocal do candidato. Apensar de não ser a melhor escolha pro cara, o legal é ver a evolução, afinal, essa apresentação ficou infinitamente melhor do que no 6CC. Matt fez uma apresentação memorável na semana passada e, por isso, ficamos com a impressão de que ele deveria entregar mais nesse primeiro round. De qualquer forma, Matt tem uma das melhores vozes da competição e merece muito passar para a próxima semana. Estamos na torcida.

Saara Aalto – "The Winner Takes It All" (ABBA)



HAHAHAHAHA. Esse figurino. Esse palco. Saara tá nessa competição pra se jogar e se divertir - e adoramos isso. Acompanhada pelo piano, Saara começou a apresentação voltando aos seus tempos de musical e mostrou porque é considerada uma das melhores vocalistas da temporada. Do meio pro fim, sua voz tomou conta do estúdio, fazendo o público e jurados aplaudirem de pé. Mostrando um super controle vocal, Saara entregou uma daquelas apresentações que marcam a jornada do candidato. Vocalmente, Saara arrasou. A gente só espera que o público tenha se conectado com a apresentação e vote por ela. E olha, Saara tá muito merecendo uma vaga na final!

Honey G – "U Can’t Touch This/Super Freak" (MC Hammer/Rick James) 



A gente adora o fato da Honey G ter virado o jogo e se tornado uma candidata respeitada na competição, mas toda semana é a mesma coisa e isso tá cansando. A gente entende a Honey G como artista, mas é fato que ela não tem muito pra onde ir. Não dá pra aguentar um CD inteiro assim. Pra competição pode ser divertido, mas pra carreira será boring. O lance é que a candidata tem muita popularidade e pode sim estar na final. Quem poderia imaginar, né? Vamos ver o que ela aprontará no próximo round!

5 After Midnight – "Uptown Funk" (Mark Ronson ft. Bruno Mars) 



Não cansamos de dizer o quanto esses meninos estão prontos pro mercado e hoje foi mais uma prova disso. Escolha perfeita de Louis pra eles mostrarem o quanto merecem essa competição. Melhoraram as harmonias, fugiram da versão icônica da Fleur dentro do programa em 2014 e fizeram, mais uma vez, um show deles deles dentro da competição. Sharon, em seu comentário, disse que enxerga eles quebrando barreiras além do mercado britânico e nós não vemos a hora de ter um material deles em mãos, porque realmente, com tudo já mostrado até aqui, soa muito promissor.

Emily Middlemas – "Toxic" (Britney Spears)



Se já não bastasse o pimp de dar o final do show pra essa menina quase toda semana, a produção jogou também o Drama Card por causa da eliminação do Ryan. Não rolou!

O que pode ser mais chato do uma apresentação da Emily? Uma apresentação da Emily com cocolele! MEU DEUS. QUE VERSÃO CHATA DO CARALHO DO HINO "TOXIC". A gente tinha certeza que a Emily faria exatamente essa apresentação insuportável. Não dá pra engolir essa menina. É tudo igual. Tá na hora de ir pra casa, linda!

SEGUNDA RODADA

Matt Terry – "Alive" (Sia) 



Sabe quem é o melhor mentor para o Matt? O próprio Matt! Que escolha ousada. Claro que a gente ficou morrendo de medo de como seria essa execução, mas Matt arrasou. As mudanças no arranjo - principalmente no refrão - ajudaram a música ficar com a cara do candidato. Vocalmente, foi muito inteligente, usando mais a voz de peito e guardando os falsetes apenas para o final da apresentação. Muito melhor que na primeira música, Matt voltou com tudo pra competição (desde a semana passada) e mostrou porque merece ser finalista! E Nicole, só te pedimos uma coisa: nessa reta final, escute o Matt. Ele se entende como artista e faz o melhor por ele!

5 After Midnight – "Sorry/One Dance" (Justin Bieber/Drake)



É ótimo vê-los mais contemporâneos, sem o instrumental de Big Band, que domina as performances desde a terceira semana, mas por algum motivo faltou algo aqui, que nos fez gostar muito mais da primeira. Talvez, seja o fato do palco não ter funcionado tanto como deveria e a coreografia mais contida, que impediu um momento explosivo na performance. Mesmo assim, concordando com Simon, no conjunto, foi a noite mais forte deles até agora na competição e, desse jeito, é questão de protocolo até à final.

Honey G – "Push It/Black Beatles" (Salt-N-Pepa/Rae Sremmurd) 



Hahahahahaha, enquanto assistíamos, comentamos que só um milagre com "Black Beatles" salvaria Honey G do bottom amanhã. E, durante a semana, pelo Whatsapp, assim que saíram as song choices, chegamos a prever que ela faria um "Mannequin Challenge" ao vivo e contando com todo o estúdio...


Dito e feito! #Visionários :)

E não é que ficou ESPETACULAR? Se tratando de um programa ao vivo, vocês não imaginam o quão difícil deve ter sido pra produção criar esse ambiente e tudo beirou a perfeição, principalmente se contarmos que foi um mashup com "Push It" hahaha. Honey G proporcionando um dos melhores momentos do X Factor em sua história, quem diria?! E isso será suficiente pra deixá-la fora do bottom amanhã.

Emily Middlemas – "Human" (Rag ‘N’ Bone Man) 



Escolha inusitada da Emily e finalmente saindo da zona de conforto, ao pegar uma das melhores músicas britânicas do ano. O problema aqui, é que mesmo não sendo lentinha, Emily não deu conta da forma que deveria. Continuou chata, faltou voz em algumas notas e, como Nicole comentou, faltou imprimir mais personalidade (que a letra transborda) e menos doçura. Já pode vazar mesmo, querida. Ryan te espera lá fora!

Saara Aalto – Diamonds are Forever/Diamonds Are a Girl’s Best Friend (Shirley Bassey/Marilyn Monroe)



Embora tenhamos achado cafona, é louvável a forma como ela abraça a loucura. Você sente o quanto ela se diverte e gosta de estar ali no palco, não importa o que faça. Não foi ruim (mas inferior à primeira). Acabou no fim das contas soando muito Broadway pro X Factor. Mas Saara é muito amor e queremos mais que nunca que se salve amanhã

***

Após essas duas rodadas, damos os destaques para a primeira rodada do 5AM e da Saara, a segunda rodada de Matt e o Mannequin Challenge da Honey G, mas mesmo assim, estamos incertos com relação ao Bottom de amanhã. 

Emily estará entre os menos votados, mas quem vai enfrentá-la, é uma total incógnita. Só sabemos que o programa amanhã, que ainda contará com Busted e Clean Bandit, promete!

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Amanhã estamos de volta pra mais uma Recap!:)

Editorial: “What happened, Mr. West?”

Kanye West nunca foi um santo. O rapper, autointitulado Yeezus no seu disco lançado em 2013, protagonizou uma série de polêmicas que, de certo, merecem ser questionadas, como o episódio com Taylor Swift no MTV Video Music Awards 2009 e o lançamento de “Famous”, do seu mais recente álbum, “The Life of Pablo”, mas quanto mais sua imagem caminhou para essa personalidade midiática, mais seu comportamento foi afetado por todo o assédio.



Tudo aconteceu muito rápido na vida e carreira de Kanye. Seu disco de estreia, “The College Dropout” (2004), lhe rendeu seu primeiro Grammy (por ‘Melhor Álbum de Rap’) e, na mesma edição, ele conquistou os gramofones por ‘Melhor Música de Rap’ (“Jesus Walks”) e ‘Melhor Música de R&B’ (como compositor, por “You Don’t Know My Name”). O reconhecimento veio acompanhado de ainda mais espaço pra que fizesse a sua arte e, consequentemente, o seu nome. Assim, de College Dropout até aqui, Kanye acumulou invejáveis 21 prêmios Grammy. Mas algo neste caminho deu errado.

Sempre lembrado por sua música, o nome de Kanye West foi aos poucos se tornando sinônimo de polêmica e, apesar de muitas atitudes e declarações questionáveis, a imprensa e todo seu racismo e sensacionalismo teve uma grande culpa nisso. O rapper, para terem uma ideia, discutia no começo da carreira sobre a importância de desconstruirmos a homofobia no hip-hop, porque tinha um tio gay e nunca havia pensado no quanto era preconceituoso com a comunidade LGBTQ+, e pensar nisso hoje, nos faz questionar o que houve com The Old Kanye, como ele mesmo se refere em “I Love Kanye”, também do último disco.



O MTV Video Music Awards de 2009 talvez seja um importante divisor na carreira do rapper. Naquela época, Kanye West não discutia apenas a qualidade do videoclipe de Beyoncé (“um dos melhores clipes de todos os tempos. De todos os tempos.”), mas também o privilégio branco na indústria e, não só nessa edição da premiação, ele seguiu questionando publicamente sobre isso e o quanto esses tipos de eventos são desrespeitosos com os artistas. “Amanhã, essa arena estará completamente diferente”, disse no seu discurso de agradecimento no VMA de 2015. “Terá algum show, algo assim. O palco irá partir. Depois dessa noite, o palco irá partir, mas o efeito disso [o evento] nas pessoas permanecerá”. E permaneceu.

Do MTV Video Music Awards 2009 até as premiações atuais, é difícil pensar numa retrospectiva em que a emissora não tenha relembrado o triste episódio de Taylor Swift ao lado do lobo mau do hip-hop e, reforçando a memória, fizeram questão de colocar a cantora ao lado do rapper em 2015, dando na edição seguinte 15 minutos pra que ele fizesse exatamente o que desse na telha – ele escolheu um breve discurso, seguido da estreia de seu novo videoclipe, “Fade”.



A edição desse ano, entretanto, ganhou um novo capítulo há alguns dias, quando Kanye West afirmou, durante um show, que a emissora o confidenciou que Beyoncé ganharia o prêmio de ‘Vídeo do Ano’ por “Formation”, numa decisão que teria sido feita por ela, em troca de uma performance no palco da premiação. No show, que aconteceu no dia 17 de novembro, o rapper afirma: “Beyoncé, isso me machucou”. E explica que o problema sequer foi o prêmio, mas, sim, saber que ela aceitou isso, ciente de que acarretaria numa vitória sobre ele e Drake, que concorriam por “Famous” e “Hotline Bling”, respectivamente.

A imprensa, obviamente, amou a novidade. O que se viu por aí foram vários “Kanye West acusa Beyoncé de fraudar o VMA”. Mas só esqueceram de analisar o que ele contou como um todo, porque, sim, faz mais sentido do que gostaríamos.

Apesar do longo e confuso desabafo desse show, que aconteceu em San Jose, na Califórnia, o rapper estava focado em criticar grandes corporações. Ele gritou “Google mente pra vocês, Facebook mente pra vocês, as rádios mentem pra vocês”, em certo momento. E, sobre a premiação da MTV, afirmou que a emissora te deu essa notícia momentos antes dos seus “quinze minutos livres”, o que, se não fosse a satisfação em lançar seu novo videoclipe com tamanha exposição, poderia tê-los rendido outra grande polêmica para os próximos anos. Se Kanye falou a verdade, a MTV queria que ele confrontasse Beyoncé ao vivo, mas o que tiveram foi um sincero e bem humorado rapper, que afirmou no palco da premiação: “Nesta noite, ‘Famous’ deve perder para Beyoncé, mas eu não posso me chatear. Eu estou sempre desejando que ela vença, então tudo bem”.



No mesmo show, Kanye ainda pediu pra que Jay Z o ligasse, eles precisavam conversar como homens crescidos, e estranhamente deixou o apelo: “não mande seus homens atrás da minha cabeça, me ligue, você ainda não me ligou”.

A apresentação foi alvo de muitas críticas pelo público presente, visto que o rapper apresentou apenas duas canções, deixando o palco antes do esperado, e na sequência Kanye West cancelou o restante da turnê, que ainda contaria com cerca de 20 shows.

Todos esses acontecimentos já sugeriam: algo estava errado com Kanye. A confirmação veio mais tarde, quando o rapper deu entrada numa clínica em Los Angeles, para tratar o que afirmaram serem problemas com a privação do sono, exaustão e excesso de trabalho.

Mas o que está acontecendo com Kanye West?

Se relembrarmos o ano como um todo, o rapper já passa por essa fase conturbada há algum tempo. Em seu perfil no Twitter, foram muitos os desabafos, dos problemas financeiros, contando até mesmo com um inusitado pedido de empréstimo ao dono do Facebook, Mark Zuckerberg, às discussões com outros artistas, e se tratando da indústria, também não faltaram pensamentos, com críticas às premiações, emissoras e rádios, além do claro descontentamento em ver trabalhos como o seu e outros artistas negros serem desvalorizados nos meios de massa.


O final desse ano, entretanto, conseguiu ser ainda pior. No começo de outubro, Kim Kardashian foi feita de refém e assaltada em Paris, optando por dar uma pausa nas redes sociais, e no dia 10 de novembro, o rapper passou por mais um ano desde o falecimento da sua mãe, acontecimento esse que desencadeou seus problemas com a depressão e quase levou o músico ao suicídio entre 2010 e 2011.

Neste mesmo período do ano passado, Kanye se refugiava em sua música, visto que estava em estúdio, produzindo o que viria a ser “The Life of Pablo”, mas em turnê, rodeado por toda a exposição que acompanha a família Kardashian e seu reality show que não termina quando a TV desliga, a pressão foi maior do que poderia aguentar.

Assim como um de seus maiores ídolos, a lendária Nina Simone, Kanye West usa muito de sua música como uma válvula de escape para o que tem sentido e, no disco “The Life Of Pablo” especificamente, dedicou alguns versos ao momento que vinha passando.

Na música com The Weeknd, “FML” – uma sigla para “fuck my life” –, ele fala sobre as pessoas sempre esperarem que ele cometa algum erro grave o suficiente para foder com a sua vida. “Eles queriam que eu fosse em frente e fodesse com a minha vida, mas não posso deixar que me atinjam. E mesmo se eu sempre estiver acabando com a minha vida, sou o único que posso falar disso”, canta seu refrão. Na mesma música, o rapper também faz menção a um remédio que trata distúrbios mentais, como depressão e bipolaridade, afirmando: “Você nunca verá um cara tão louco quanto esse sem seu Lexapro”.



Em tom mais sarcástico, Kanye faz uma longa reflexão sobre sua carreira em “Feedback”:

Parece que quanto mais fico famoso, mais fico selvagem. Tenho perdido a cabeça há muito tempo, tenho perdido a cabeça há muito tempo. Venho dizendo como me sinto nos momentos errados. (...) Não posso deixar que essas pessoas brinquem comigo. Me diga um gênio que não seja louco.



E, fora do seu disco, também há uma contribuição de Kanye em “Reaper”, lançada por Sia no disco “This is Acting” (2016). A música, descartada pelo rapper e por Rihanna, foi composta aos poucos, por meio de notas e conversas entre Kanye, Sia e Rihanna, e faz um pedido pra que a morte não o busque enquanto estiver se sentindo bem:

Não venha atrás de mim hoje, estou me sentindo bem e quero aproveitar isso. Não venha atrás de mim hoje, estou me sentindo bem e me lembro de quando você veio para me levar embora. Eu estive tão perto dos portões do paraíso. Mas, querido, hoje não. Você tentou me derrubar e me seguiu como uma nuvem negra, mas, querido, não, hoje não.



Em “What Have They Done To My Song, Ma”, originalmente lançada pela americana Melanie Safka, Nina Simone lamenta para sua mãe os efeitos da indústria em sua música, alma e mente. “Eles mexeram em minha mente como se fosse um pedaço de frango e agora acham que eu estou louca, mãe, olha o que fizeram comigo”. E apesar dessa não ser uma das muitas músicas da cantora reutilizadas por Kanye West, é possível associá-la bastante ao músico.

De Britney Spears à Amy Winehouse, foram muitas as vezes que os fãs da cultura pop tiveram a decadência de artistas famosos como seu entretenimento, e a imprensa aprendeu da pior forma possível o quanto isso pode ser lucrativo, então não deixará o nome do rapper em paz tão cedo. Mas no meio de toda essa realidade, na qual propagar o ódio tem parecido cada vez mais interessante, é importante ressaltar a necessidade da empatia e bom senso num momento como esse, em que não é preciso gostar ou admirar o artista para minimamente respeitar não apenas ele, mas todos que sofrem com algum desses distúrbios.

A reação contraditória das redes sociais, que comemoraram, afirmando que ele “está tendo o que merece”, é apenas mais um dos motivos pelos quais tantas vidas são perdidas, visto que muitas pessoas se tornam resistentes à pedir ajuda, temendo a mesma falta de consideração.

Nas palavras do próprio rapper: “we still love Kanye”. E estamos na torcida pra que ele se recupere dessa o quanto antes.

***

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 10% da população mundial possui algum distúrbio de saúde mental, e, apesar de ainda haver muito o que percorrer, esse é um assunto que tem sido cada vez mais debatido e desconstruído. Se você acredita lidar com algum transtorno mental, não hesite em procurar ajuda médica.

Pelas redes sociais, também recomendamos o maravilhoso trabalho do CVV (Centro de Valorização da Vida), que fornece apoio emocional e prevenção do suicídio por meio de atendimentos gratuitos por seu site oficial, telefone, Skype e, presencialmente, em seus postos físicos.

Os melhores lançamentos da semana: The Weeknd, Beyoncé, Jão, Molina e mais


Desde junho do ano passado, a sexta-feira foi escolhida para o dia mundial de novos lançamentos musicais, chamado New Music Friday, e, no geral, todos esses lançamentos acontecem por plataformas como Spotify, Apple Music, Tidal, iTunes, etc.

Como tem se tornado costume, ao virar do dia entre quinta e sexta-feira, corremos para o Spotify, para sabermos quais são as novidades mais interessantes, sejam elas de artistas novos ou consolidados, e daí surgiu a ideia de tornarmos isso uma playlist que, obviamente, será atualizada semanalmente.



Como uma introdução, vale ressaltarmos que as músicas foram ordenadas de forma que as melhores se encontrem no topo.

Caso você não esteja interessado em ler sobre isso, pode apenas apertar o play na lista acima, mas se você realmente está disposto a saber o que temos a dizer sobre isso, aqui vamos nós:


 Nós passamos o dia ouvindo “Starboy”, o novo disco do The Weeknd, e, definitivamente, “Secrets” é uma das melhores músicas desse álbum.

 Beyoncé sabe a hora certa de incomodar. Sua parceria com o as Dixie Chicks na nova versão de “Daddy Lessons” incomodou os fãs racistas e conservadores da música country americana, daí o que ela fez? Isso mesmo, disponibilizou a música no Spotify.

 Se tem uma música que ainda ouviremos muito pelos próximos dias, ela se chama “Dança Pra Mim”. A parceria do Jão com o produtor Pedrowl é um dos singles nacionais mais interessantes do ano.

 Foi extremamente difícil encontrar informações sobre a cantora de “Salvation”, Molina, mas enfim encontramos sua página no Facebook (ela está aqui, caso cogite curtir) e descobrimos coisas como seu primeiro nome, Rebecca, e sua nacionalidade dinamarquesa. Seu single é incrivelmente bom e valeu todo nosso esforço.

 Lully é um misterioso pop que, basicamente, tem nos entregado ótimas músicas pop, sob a enigmática imagem de uma moça por trás de vidros. “Sans Chapeau” merece a sua atenção.

 Pelos sintetizadores de “Man in You”, não ficou difícil prever que a estrela pop em ascensão, Jennie Abrahamson, vinha da Suécia.

 Já faz algum tempo que estamos de olho em Glória Groove, uma drag brasileira que tem feito um trabalho incrível na música, e ao lado de Aretuza Lovi, em “Catuaba”, ela conquista mais um espaço nas nossas playlists.

 Os anos 80s estão muito bem representados na deliciosa “Night Driver”, da banda Busted.

 A girlband TP4Y não emplacou nenhum hit do seu primeiro EP, mas segue na luta e, no single “Lovecation”, espera seu lugar ao sol mais uma vez.

 Você provavelmente ouviu o cover do Calum Scott para “Dancing On My Own”, da Robyn, mas, na contramão do arranjo profundamente adotado pelo cantor na sua versão para o hit da deusa sueca, seu single “Rhythm Inside” é repleto de sintetizadores que nos dão vontade de dançar.

O novo disco do The Weeknd, “Starboy”, chegou ao Spotify e, sério, você precisa ouvir isso

O ano foi do caralho para a música e, em seus meses finais, conseguiu nos deixar no chão, quase que literalmente. Muito disso, nós devemos agora ao The Weeknd, que lançou nessa sexta-feira (25) o seu novo disco, “Starboy”.

Desde a parceria com Daft Punk, lançada como primeiro single do CD, já esperávamos que o canadense fizesse desse um grande “álbum da porra” e, com ele lançado, nossas suspeitas estavam certas: “Starboy” é inevitavelmente radiofônico, mas carrega um perfeccionismo extremamente perceptível em cada uma das faixas, que nos contam uma história, sob uma sonoridade que passeia do R&B ao pop, introduzida e concluída pelos synths da dupla francesa de música eletrônica.


Fora os hitmakers de “Instant Crush”, o novo disco de The Weeknd também traz aparições de Kendrick Lamar, Future e Lana Del Rey, sendo essa última a voz da versão feminina da nova persona do cantor, aqui chamada por Stargirl.

Numa primeira audição, as inéditas que mais chamaram nossa atenção foram as dançantes “Secrets” e “Rockin’”, que remetem e muito aos trabalhos de Michael Jackson, além da curta e matadora colaboração com Lana Del Rey e a baladinha “True Colors”, que relembra e muito os primeiros trabalhos do cantor, antes de todo o sucesso.

A disputa pelo título de disco do ano está acirrada. Ouça “Starboy”:


Essa parceria do Jão com o Pedrowl, “Dança Pra Mim”, merece a sua atenção

Já estamos dançando para o Jão!

O cantor brasileiro, de 22 anos, chamou nossa atenção pela primeira vez por conta de um inusitado cover de “Medo Bobo”, da dupla Maiara & Maraísa, e no meio desse vício, recebemos a notícia de que ele estava prestes a lançar uma música autoral, com produção de ninguém menos do que Pedrowl.



Antes da chegada da faixa nova, chamada “Dança Pra Mim”, fomos nos aprofundar em seus outros covers e a surpresa não poderia ter sido melhor: ele vai de Lana Del Rey à Anitta, sempre dando um toque bastante singular para as suas versões.



Entre as inspirações de Jão, estão Frank Ocean, Kanye West, Tame Impala, Sia e Lady Gaga, mas o cantor também carrega uma veia da música nacional, que diz ir de Marisa Monte ao Cazuza.


“Dança Pra Mim”, lançada nesta quinta (24), chega no pé do tropical, que segue nas rádios por músicas de Justin Bieber, Drake e Rihanna, carregada por sintetizadores que facilmente nos remetem a sonoridade de discos como o “Emotion”, da Carly Rae Jepsen, e “1989”, da Taylor Swift.

Nas palavras do próprio cantor:
Como diz o título, essa é uma música para as pessoas dançarem! Ela mostra um lado diferente do que eu estou acostumado a fazer e do que as elas encontrarão no meu EP, que terá uma pegada um pouco mais calma e romântica, para aqueles momentos de choradeira mesmo.



Não dá pra negar esse pedido.

Antes de “Dança Pra Mim”, o produtor de São Paulo, Pedrowl, já vinha nos fazendo dançar bastante. O cara, pra quem não sabe, esteve por trás dos últimos trabalhos de artistas como Manu Gavassi e Banda Uó, além de também ter produzido o EP “Clark Boom”, da maravilhosa Lia Clark.

Recentemente, ele também anunciou o projeto alternativo O’hearts, que comanda ao lado de Barbara Ohana e o ex-CSS Adriano Cintra, e estreou a envolvente “Be No More”



Meu pop nacional tá vivo!

Lady Gaga fala sobre Kanye West: “Eu te apoio e te amo, irmão, posso ver sua coragem”

A hospitalização repentina de Kanye West, após o cancelamento de todos os shows da turnê Saint Pablo, continua sendo assunto e, se existe um consenso sobre essas discussões, é de que transtornos mentais não devem ser motivos para piadas ou quaisquer outros tipos de brincadeiras.

Lady Gaga, com quem o rapper se desentendeu em 2009, resultando no cancelamento da turnê conjunta Fame Kills, se manifestou sobre os últimos acontecimentos com seu nome pelo Twitter e, da forma mais sensata possível, pediu pra que o público fosse amável e gentil.

“Não é engraçado brincar sobre a possibilidade de ninguém ter ou não transtornos mentais, esse é um momento sensível para muitos”, disse Gaga. “Vamos ser gentis e amorosos.”

Como o assunto da declaração não havia ficado claro, a cantora de “Million Reasons” continuou:

“Embora eu não concorde com tudo o que ele faz, espero que o público mostre compaixão e amor por Kanye West e uns aos outros. Um amor. Uma raça”, e completou: “Kanye, eu te apoio e te amo, irmão, eu vejo sua bravura e coragem em parar essa turnê para cuidar de VOCÊ. Você é um ÓTIMO artista.”

Que fofa!

A cantora Janelle Monáe foi outra artista que comentou sobre o rapper, afirmando pelo Twitter:

“Orando por Kanye. Orando pra que ele tenha as energias certas ao seu redor nesse momento. Enviando paz e amor.”

Kanye West foi hospitalizado na noite da última segunda-feira (21) para “sua própria segurança e saúde”, de acordo com a NBC. Os principais veículos da imprensa americana reportaram que tentaram diversos contatos com a equipe do rapper, mas não tiveram qualquer retorno com maiores informações.  

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