Nem Jacob Tremblay consegue salvar o fraco "O Sono da Morte"


Hoje o maior ator de cinema que você respeita, Jacob Tremblay, antes de "O Quarto de Jack" era apenas mais um garotinho fofo que estava tentando sua vez na Sétima Arte. Poucos conheciam o trabalho do ator e as produções que participava não contribuía para seu talento. "Os Smurfs 2" deve ser seu trabalho de "maior renome" pré-"Room", mas isto mudou. Diversos projetos foram despontados — como "Extraordinário" e "The Book of Henry" — e até antigos viram a luz do dia. "O Sono da Morte" esteve engavetado por um tempo e seu lançamento nos deixa com vontade de coloca-lo de volta na gaveta e trancá-lo com sete chaves.

"O Sono da Morte" traz um casal, Jessie (Kate Bosworth) e Mark (Thomas Jane), que após perder um filho, resolvem seguir em frente adotando uma criança, e é Cody (Jacob Tremblay) quem acaba sendo acolhido pela família. Entretanto, o garoto tem um dom: seus sonhos se tornam realidade. Ao início, seu "poder" é apresentado como uma benção, mas se torna uma maldição quando ele tem pesadelos, com uma entidade perseguindo não só ele como todas as pessoas a sua volta.



O longa-metragem de Mike Flanagan ("O Espelho") está longe de ganhar o título de Pior Lançamento de 2016 por uma coisa ou outra que gera pontos positivos para a produção, mas a trama é tão rasa que terminamos o play nos perguntando se o filme era só aquilo que o diretor e o roteirista se propuseram a mostrar. É decepcionante!

A computação gráfica é algo de se relevar. Quando os longa-metragens de terror resolvem se apropriar desta tecnologia, o resultado é muitas vezes tenebroso — um beijo, "Invocação do Mal 2". Claro, tais produções têm seu orçamento curtíssimo, o que acaba resultando em um ataque aos olhos, porém "O Sono da Morte" mostra que dá para entregar um visual gráfico bem interessante com pouco dinheiro. Não iremos mentir dizendo que em algum momento ou outro nos sentimos incomodados pelo CGI, mas nada que nos fizesse sair da sala de cinema.

É indiscutível a atuação de Jacob Tremblay. Não é tão fantástica quanto aquilo que vimos em "O Quarto de Jack", mas é absurdo o quanto ele consegue fazer com seu personagem se aproxime do público em questão de minutos. Talvez a admiração pelo ator tenha contribuído para a rápida aceitação que temos de seu personagem, mas é bizarro, por exemplo, ver que o garotinho consegue sair melhor que o elenco adulto.

Como dito no começo deste texto, os sonhos de Cody se tornam realidade e por estarmos tão bem acostumados com justificativas horríveis seja para qualquer plot, é de se ficar surpreso pela leveza que é dada aqui ao explicarem o porquê de tais sonhos ganharem vida. É tão leve que desconstrói o filme por completo. Além da produção não conseguir manter um bom equilibro entre terror e suspense, por este motivo, não consegue ser nenhum dos dois no fim das contas. É um drama fantasioso com poucos elementos do terror e suspense.

Por mais que "O Sono da Morte" traga uma premissa diferente e execução aceitável, é simples demais sua resolução e a exploração de uma trama em potencial fica apenas prometida nos trailers. Por outro lado, Jacob Tremblay prova mais uma vez o grande pequeno ator que é. Uma pena que ele não consegue sustentar o filme sozinho.

Foals vem ao Brasil para o seu primeiro show solo em outubro

A próxima edição do Lollapalooza Brasil acontece em março de 2017, mas, antes do festival chegar, a gente começa um aquecimento não-oficial com a banda Foals, em outubro, no palco do Cine Jóia, em São Paulo.

Eles, que fizeram parte do Lollapalooza em 2013, confirmaram que tocarão no Brasil em outubro, pela primeira vez com uma apresentação solo, ao som do seu quarto e mais recente disco, “What Went Down”, e os primeiros ingressos já começaram a ser vendidos.

Foals tocará no Cine Jóia, no dia 19 de outubro, e os ingressos podem ser adquiridos pela Livepass, no valor de R$80 (meia entrada).


O disco que pautará essa passagem da banda, “What Went Down”, foi lançado em agosto do ano passado e contou com três singles, sendo eles sua faixa-título, “Mountain At My Gates” e “Give It All”. O álbum foi muito bem recebido pela crítica e marcou uma fase de transição para a banda, com um som mais pesado que seus trabalhos anteriores.

Quem não vamos perder?

Pare alguns minutos do seu dia para o clipe “A Santa Máquina”, da Antonia Morais

Antonia Morais é um nome novo por aqui, mas um rosto familiar para muitos. Pode ser que você a conheça da TV, por seu papel em “Guerra dos Sexos” (2012), das telonas, por sua personagem em “Linda de Morrer” (2015), ou de alguma notícia aleatória, por ser filha da Glória Pires, mas nosso foco aqui é seu clipe mais recente: “A Santa Máquina”.

A atriz e cantora brasileira tem apenas 24 anos e, no ano passado, se lançou na música com o EP “Milagros”, no qual aposta numa sonoridade suja ora alternativa demais pra ser pop, ora pop demais para ser alternativa, e prestes a lançar seu primeiro CD, previsto para esse semestre, revelou o clipe do seu novo single, no qual interpreta um ser conectado com a natureza, que trava uma batalha com o seu oposto, sem que exista um lado certo ou errado.

Musicalmente falando, “A Santa Máquina” remete à nomes que vão da brasileira Alice Caymmi a neozelandesa Lorde, com sintetizadores pesados, guiados ao longo da faixa por seus vocais. A produção e letra são da própria cantora.

Confira abaixo:


Que foda. A direção d’A Santa Máquina é assinada pelo Dauto Galli e, como conta a assessoria da cantora, seu clipe foi gravado em três dias, tendo como cenário a capital de Goiás, Goiânia.

O que você achou da brasileira?

Os melhores lançamentos da semana: Zara Larsson, M.I.A., AlunaGeorge, Izzy Bizu e mais


Desde junho do ano passado, a sexta-feira foi escolhida para o dia mundial de novos lançamentos musicais, chamado New Music Friday, e, no geral, todos esses lançamentos acontecem por plataformas como Spotify, Apple Music, Tidal, iTunes, etc.

Como tem se tornado costume, ao virar do dia entre quinta e sexta-feira, corremos para o Spotify, para sabermos quais são as novidades mais interessantes, sejam elas de artistas novos ou consolidados, e daí surgiu a ideia de tornarmos isso uma playlist que, obviamente, será atualizada semanalmente.



Como uma introdução, vale ressaltarmos que as músicas foram ordenadas de forma que as melhores se encontrem no topo e que, em todas as edições, faremos uma breve revisão sobre o top 10, apenas a título de informação.

Caso você não esteja interessado em ler sobre isso, pode apenas apertar o play na lista acima, mas se você realmente está disposto a saber o que temos a dizer sobre isso, aqui vamos nós:


 Se tem uma música que nos deixou NO CHÃO nesta sexta, foi “Ain’t My Fault”, da sueca Zara Larsson. E a culpa é dela, sim.

 A inusitada parceria da M.I.A. com o Zayn, “Freedun”, foi revelada e, para a nossa surpresa, é muito interessante. “AIM” está bem representado no quesito singles.

 Chega de dancehall! O disco do AlunaGeorge, “I Remember”, não sai nunca, mas ganhou uma música nova e, finalmente, soando como o bom e velho som do disco “Body Music”. “Mediator” é a nossa favorita do CD até aqui.

 Pensou Fetty Wap, já toca “Trap Queen” na cabeça, mas seu novo single, “Make You Feel Good” merece a nossa atenção.

 Izzy Bizu lançou seu disco de estreia, “A Moment of Madness”, e garantimos a nossa sanidade ao confirmar que a melhor música do disco se chama “Give Me Love”.

 Terminar essa semana sem ouvir o EP “Ultraviolet”, da Dagny, deveria ser um crime de responsabilidade, por isso deixamos “Fight Sleep” como uma amostra por aqui.

 Se Britney Spears tivesse arriscado algo no dance com seu disco “Glory”, provavelmente soaria como “Shout”, da novata Maribelle.

 “Wild World”, do Bastille, continua ganhando forma e, desta vez, a banda chega com os ânimos aliviados em “Send Them Off”.

 “Suburbia” é uma razão e tanto para guardarmos os nomes de Kilian & Jo e Erik Rapp.

 Essa é a primeira vez que o produtor graves aparece por aqui e, depois de “Sheep With Wolves”, deixamos registrado que ele pode voltar quando quiser.

+ Outro hino EDM apoteótico do FRENSHIP, uma música nova da Dulce Maria, a quinta volta do Usher, uma nova versão de “Timeless”, do James Blake, etc.


"TOC", com Tata Werneck, pode ser a comédia brasileira que tanto precisamos


A grande especialidade do cinema nacional sempre foi a comédia. Entretanto, poucas se salvam e a sensação de estarmos diante sempre do mesmo filme prevalece em grande parte das produções. Não podemos ir tanto contra a maré e dizer que o país não trouxe algo que ao menos arrancasse umas boas risadas nos últimos anos — "Minha Mãe É Uma Peça" é um ótimo exemplo —, mas mesmo que inflados no gênero, nós nunca precisamos de algo realmente bom como precisamos ultimamente.

"TOC", com Tata Werneck e Ingrid Guimarães, pode ser esta comédia tão desejada. Pelo menos é o que sua prévia promete. Recheado de cenas cortadas, o vídeo traz um pouco de deboche dentro dos bastidores da sétima arte, fazendo até piadinhas com o gênero que sustenta o longa-metragem. Dá só uma olhadinha aí!



— Você é atriz de cinema?
— Sou.
(...)
— Que que cê fez?
— Comédia.
— Achei que você tinha feito cinema (...). Comédia nacional: quem vê essa bosta?


"TOC" acompanha Kika (Tata Werneck), uma atriz e comediante com Transtorno Obsessivo Compulsivo, e sua relação com sua rival, interpretada por Ingrid Guimarães. O filme chega aos cinema logo mais em novembro!

Você precisa assistir ao trailer do suspense "Shut In", com Naomi Watts e Jacob Tremblay


2016 está sendo um ano maravilhoso para o terror, não é mesmo? Começamos com o divisor de opiniões "A Bruxa", depois tivemos o queridinho James Wan com sua sequência de "Invocação do Mal", e por fim, "Quando As Luzes Se Apagam" também não fez feio — leia nossa crítica. E não pararemos por aí! Além dos aguardadíssimos "A Bruxa de Blair" e "Chamados", seremos presenteados com "Shut In", que traz ninguém menos que Naomi Watts ("O Chamado") e Jacob fucking Tremblay ("O Quarto de Jack") em seu elenco.

Na trama, acompanharemos Mary Portman (Naomi), uma psicologa infantil e mãe viúva que cuida do filho (Charlie Heaton) em estado vegetativo. A reviravolta acontece quando ela se dispõe a cuidar de Tom (Jacob), um garotinho que perdeu sua mãe, e que acaba desaparecendo, sendo dado como morto. Porém sua presença continua constante com aparições assustadoras fazendo com que ela se questione sobre a morte do garoto.

Assista ao trailer pela essa água de Jesus porque tá muito bom. É sério!



A produção está com estreia marcada para a segunda semana de novembro nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, "Shut In" continua sem previsão, mas deve chegar aos cinemas no mesmo mês.

Carly Rae Jepsen deve estrear no top 15 da Billboard com seu “Emotion SIDE B”

Que o novo disco da Carly Rae Jepsen, “Emotion Side B”, foi lançado e está realmente incrível, todo mundo já sabe. (Se você não sabe, ao menos saiba que deveria, ou seja, clique aqui e ouça agora pelo Spotify!)

Mas o que nem todos esperavam é que o CD, composto por músicas que não fizeram parte de seu material anterior, “Emotion”, contaria com uma estreia mais bem sucedida que o disco original, com previsões para estrear entre os quinze mais da Billboard Hot 200, segundo os cálculos do site Hits Daily Double.


Até o momento, “Emotion Side B” está projetado para debutar na décima quinta posição da parada americana, um lugar acima do álbum “Emotion”, devendo ainda contar com uma ascensão referente aos streamings pelo Spotify e Apple Music.



Revelado na última sexta-feira (26), o novo material de Jeppo chega para acalmar seus fãs, até que seu novo álbum seja lançado, além de comemorar o aniversário de um ano do seu terceiro álbum, que contou com singles como “I Really Like You” e “Run Away With Me”.

Na próxima atualização da Billboard Hot 200, o álbum da cantora canadense dividirá espaço com lançamentos como “Glory”, da Britney Spears, e “Blond”, do Frank Ocean.

Frank Ocean chega ao topo da Billboard com o CD “Blond” e a sua gravadora não gostou nada disso

E o inevitável, aconteceu: o novo disco de Frank Ocean, “Blond”, se consagrou como um dos maiores lançamentos do ano e, apenas atrás dos discos “Views”, do Drake, e “Lemonade”, da Beyoncé, alcançou 276 mil cópias vendidas, sendo 232 mil vendas tradicionais, na sua semana de estreia, chegando ao topo da Billboard Hot 200.

Até então promovido pelo single “Nikes”, o novo disco de Ocean foi revelado um dia depois do álbum visual “Endless” e, se não fosse por sua exclusividade à Apple Music, teria conquistado números ainda maiores, confirmado o fato desse ser um dos melhores momentos de sua carreira, graças as expectativas geradas durante a espera de seu novo material.


Quem não tem o que comemorar sobre esses números, entretanto, é a sua gravadora. Responsável pela estreia do álbum “Endless”, o selo Universal não estava sabendo que Frank Ocean lançaria um segundo disco, sem a participação da empresa nos lucros, e viu essa estratégia como uma forma dele burlar seu contrato, atrapalhando de maneira intencional as vendas do primeiro lançamento, além de usá-lo como um projeto experimental, bem diferente da sonoridade mais familiar do disco seguinte.

Embora a gravadora tenha garantido que não irá processar Frank por passá-los pra trás, eles já começaram a tomar medidas preventivas e, de acordo com sites como The Guardian e The Fader, romperão novas parcerias de exclusividade com a Apple Music, que já havia trabalhado desta forma com o álbum “Views”, do Drake, além de, até então, estar negociando a estreia do novo CD de Lady Gaga, que pertence ao mesmo catálogo.

O que ainda não ficou claro, é se a regra valerá apenas para o serviço de streaming da Apple ou todas as plataformas, uma vez que, sem perder tempo, o Spotify demonstrou pela primeira vez interesse em lançar álbuns exclusivos para seus usuários premium, o que muda a sua posição na batalha que vinha travando contra as gravadoras e, muito provavelmente, o coloca em evidência após o streaming da maçã apoiar a fuga de Frank.

No fim das contas, o cantor de “Thinking About You” fez bem mais do que quebrar a internet, desestabilizando, literalmente, toda a indústria. Mudanças virão. 

O clipe de “Fade”, do Kanye West, é sobre o empoderamento negro e feminino

Tudo o que envolve o trabalho de Kanye West com o disco “The Life of Pablo” tem sido grandioso e, para o lançamento de seu novo clipe, o rapper não economizou. Sem qualquer aviso prévio, foi no palco do MTV Video Music Awards que West estreou o vídeo de seu novo single, “Fade”, e surpreendeu o público mais uma vez, agora sem polêmicas ou várias participações especiais, mas apenas, como disse o próprio, por um pedaço da sua arte.

“Fade” é estrelado pela atriz e cantora Teyana Taylor que, ao longo do vídeo, protagoniza belíssimas cenas nas quais dança e realiza movimentos de ginástica, facilmente remetendo ao clássico “Flashdance”, da década de 80, mas com uma agressividade, força, que combina com a musicalidade de Kanye.


Nos segundos finais, o clipe conta com uma mudança brusca: Teyana Taylor aparece ao lado de seu marido, o jogador de basquete Iman Shumpert, e, na sequência, com uma criança e rodeado por ovelhas. A câmera foca na atriz e, no lugar do seu rosto, o que vemos é a feição de um gato. Fade out.

Assim como “Famous”, “Wolves” e muitos outros de sua videografia, “Fade” não é um clipe de fácil interpretação – e, inclusive, abre margem para várias delas. Mas a diretora e coreógrafa da produção, Jae Blaze, contou um pouco sobre o seu conceito e, enfim, tornou mais clara a mensagem pretendida por Yeezus.
“Eu acho que a visão por trás disso é sobre o quão incrível a Teyana é”, contou Jae, ao Pitchfork. “e como ela tem ascendido e como está se esforçando, então você pode vê-la florescendo para essa leoa feroz, essa gata feroz. Ela tem trabalhado em busca disso e agora está numa ótima posição com a sua vida. Ela tem sua família, está agarrada ao seu incrível marido e tem uma linda criança. Sabe, ‘a leoa sempre protege a sua prole’. Eu realmente acho que isso é sobre ela se tornando poderosa e onde ela está com a sua vida agora. Ela está se descobrindo.”
Gritando representatividade, além de carregar um conceito de empoderamento feminino e negro, o novo vídeo segue justamente o caminho oposto de “Famous”, que possui um discurso misógino, por conta da violência implícita e explicita contra nomes como Rihanna e Kim Kardashian, mas repete a sua grandiosidade em termos visuais, sendo, até aqui, o melhor clipe de Kanye West com esse novo disco.

Por enquanto, o clipe de “Fade” só está disponível no Tidal, sem previsão de lançamento no canal Vevo do rapper.

"Quando As Luzes Se Apagam" é banhado em sustos gratuitos, mas traz um roteiro competente


Em 2013 estávamos inflados com o famigerado found-footage no terror, sub-gênero que utiliza "imagens encontradas" para a criação de um longa-metragem, baseados em fatos (ir)reais, e gritávamos desesperadamente por algo novo. "Invocação Do Mal", lançado naquele, não foi suficiente. Até que surge na internet um curta genialmente simples.

Os tímidos dois minutos de “Lights Out” conseguem criar uma tensão pouco vista no terror. Uma entidade persegue uma mulher no escuro, sumindo quando as luzes são acessas e retornando quando apagadas. Acompanhamos todo o desespero envolta da personagem em querer manter as luzes acessas, infelizmente, sem muito sucesso.



O curta foi tão estrondoso que garantiu sua versão em longa-metragem, "Quando As Luzes Se Apagam", com produção do mozão James Wan e distribuição da Warner Bros, mantendo em partes a mitologia já apresentada, mudando detalhes minúsculos (e necessários) para estabelecer a entidade, dando uma excelente justificativa, diga-se de passagem, para suas aparições, ganhando até mesmo uma boa origem. A reviravolta do ato final não é surpreendente, mas não deixa de ser interessante para a trama como um todo. Ponto para o roteiro de Eric Heisserer.

Algo bem legal de ressaltar, é que “Quando Luzes Se Apagam” foge do ordinário e traz personagens absurdamente espertos e inteligentes. Eles não levam quase todos os três atos para entender como a entidade se manifesta. É tudo bem rápido — corrido até — para os protagonistas assimilarem tudo que está acontecendo e buscarem uma maneira de se defender. Parece bobo relevar esse ponto, mas se pegarmos no leque atual, isto tem se tornado uma tendência no gênero. Então podemos dizer que o longa-metragem de David F. Sandberg só contribui para o fim dos “personagens burros”.

Por falar no diretor, ao mesmo tempo em que não conseguimos enxergar sua assinatura, vemos que ele não deixou James Wan tomar conta do filme todo. É uma direção bem competente, com uma produção tímida se formos relevar quem cuida dela. O único toque perceptível de Wan aqui é no visual do ser monstruoso, bem similar ao de “Invocação do Mal”, mas nada que incomode quem assiste.

O jump scare é presença garantida, infelizmente. Vai desde aquele estrondo aleatório da trilha sonora ao corte mais aleatório ainda. A tentativa de criar uma tensão é quase grotesca, com pouco sucesso. O atrativo do curta-metragem acaba se tornando uma piada quando levado ao longa.

O filme não salvou o terror, mas é aquele algo novo que tanto pedíamos. Os sustos são irrelevantes como falamos agora pouco, porém o roteiro é um dos poucos bem trabalhados no gênero (no meio dos blockbusters) nos últimos anos — ele te prende. Talvez se James Wan tivesse dado maiores pitacos na produção, o resultado seria outro e o longa poderia ter se tornado o assunto do momento como seu curta.

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