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It Séries | "American Horror Story" (3x08): A morte e a vida de Fiona Goode!


“Eu começo a parecer menos Samantha e mais Endora todos os dias.”

Após o breve hiato de ação de graças, American Horror Story retorna com seu oitavo episódio. Sob a direção de Alfonso Gomez-Rejon (responsável por “Birth” de Murder House e “Madness Ends” de Asylum), “The Sacred Taking” é desses episódios brilhantes que não vemos em Coven com frequência. 

Já é marca de American Horror Story o uso/abuso do ângulo holandês, a câmera em constante movimento, truques de foco, jogos de sombra… e Alfonso Gomez-Rejon, em toda a sua genialidade, usa isso perfeitamente em seu favor. De maneira sutil, os enquadramentos e movimentos de câmera do diretor acabam por se tornar personagens fundamentais à narrativa, quando acompanham toda a decadência de Fiona Goode. Talvez  como uma alusão à rainha malvada de Branca de Neve, a atual suprema acompanha sua queda através de espelhos. Da dor cruciante dos sintomas do câncer ao seu último vislumbre de si (“Você gosta da minha aparência? Tire uma foto. Daqui a um mês eu serei um esqueleto careca e sem dentes.”), a tortura psicológica por Madison, a grande sombra de Myrtle projetada (a sua já não passa de uma sombra pequena), bem como sua vaidade reduzida a um espelho de mão que sequer tem forças para segurá-lo antes de cometer suicídio. Por fim, a sua recomposição graças ao espírito de Spalding.





Fiona fez várias inimigas durante as últimas semanas, duas delas foram mortas inclusive… mas isso é apenas um detalhe para Misty Day. Após fugir do caçador de bruxas com Myrtle, a potencial nova suprema FINALMENTE ganha um propósito na série se une ao clã para a derrubada de Fiona, consequentemente a vingança de Cordelia… que nunca esteve mais disposta a corrigir os seus erros, mesmo que tenha que passar por cima de alguns deles (“Perder Queenie foi uma falha terrível, minha falha, mas a partir de agora ela está morta para mim.”)

Por falar em morte, talvez seja esse o ponto de Coven em que “ninguém está a salvo”. Comumente tememos pela vida de personagens nas séries, mas em American Horror Story, meio a tantas ressurreições, já começamos a temer se algum personagem voltará a vida e quando isso acontecerá. 

Ainda que o plano não tenha surtido o efeito esperado, o ritual da tomada sagrada foi um dos maiores momentos do episódio. Sempre falo que os flashbacks de American Horror Story são elementos fantásticos, muito bem dirigidos e de uma plástica maravilhosa. Dessa vez não poderia ser diferente... apenas continuam a surpreender com a riqueza do contexto histórico das bruxas de Salem.


Queenie, agora oficialmente #TeamVoodoo, vem dedicando seu tempo a matar estupradores e arrancar corações ~literalmente~, para se tornar mais poderosa (palavras de tia Laveau). De alguma forma, a série continua a querer transformar o lado voodoo como o vilão-mor de toda a história. Ok que não são rituais em nome do Senhor, mas basicamente tudo o que Marie Laveau luta contra é consideravelmente mais desprezível do que qualquer sacrifício que ela tenha feito (aos nossos olhos). Até mesmo quando Fiona recebe a cabeça de LaLaurie na porta de sua casa, não é nada tão chocante que não justifique tudo pelo que a racista fez Laveau passar.

Não tão obstante a qualidade do episódio, Nan também ganha espaço trazendo de volta Patti LuPone como a vizinha evangélica fervorosa e seu próprio ritual de purificação com o filho. Qual o problema das mães dessa temporada? Sério! Uma pedófila, uma torturadora, LaLaurie, Fiona… Tio Ryan, você passou por algum trauma? Brinks. Só titia consegue colocar “Só Jesus salva” e “Ressuscitou mais pessoas que Jesus” no mesmo episódio. Detalhe para o espelho novamente.


Mas por onde anda zzZZZoe e FrankensKyle? Ocupados sem agregar valor algum à temporada, óbvio. Madison deu sua contribuição quando brilhou em cena com Fiona, mas eu quero muito que ***Zoe colocando Dora, a Aventureira (Versão Interativa) para Kyle*** tenha alguma recompensa mais a frente, porque não aguento mais plot sem fundamento dessa menina. E claro, o espelho de canto evidenciando toda a importância de Zoe no episódio. nnnn


Até esse momento, as temporadas passadas já haviam sido mais coerentes e com mais nós atados… já boa parte dos 7 primeiros de Coven se esforçou mais em tornar tudo bizarro, do que se preocupar com recompensas a longo prazo. Afinal, como o próprio título sugere… não se deve esperar por romance adolescente literalmente sem vida. Mas ainda temos mais 5 episódios até o fim do arco e espero piamente que todos esses sejam tão brilhantes quanto “The Sacred Taking”.

Obs. 1: MAIS DENIS O’HARE POR FAVOR!

Obs. 2: D-I-V-A


disqus, portalitpop-1

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