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Review: De pequeno o "Little Red", novo álbum de Katy B, só tem o nome


Ela não é nenhuma diva, e talvez nunca tenha pretendido tal título. Sequer tem um hit com refrão chiclete que todo mundo conhece. Não é definitivamente a Katy mais conhecida do povo. Mas nada disso faz a britância Katy B menos incrível. Três anos após o bem-sucedido debut "On a Mission", a missão de Katy ainda estava por vir. O quão manter a qualidade do primeiro trabalho seria difícil? Então, como que despretensiosamente, a britânica surge como forte candidata a um dos melhores álbuns do ano e a gente te conta agora o porquê.

Embalada por hinos em potencial como o single "Crying for No Reason" e a faixa inicial "Next Thing", Katy aposta na maioria das música em um tom eletrônico mais cru, sem firulas que se encaixam perfeitamente com os vocais inocentes da britânica. Em algumas oportunidades, a facilidade de ditar o refrão das faixas dá a impressão de que B solta as palavras como se cantar fosse uma brincadeira das mais prazerosas tipo "vou ali cantar e já volto, gente". Pois bem, começamos agora a dissecar o "Little Red" faixa-a-faixa pra vocês.

01) "Next Thing"

O álbum já começa trazendo uma das melhores músicas que Katy já fez em toda a carreira. "Next Thing" é aquele tipo de faixa que te contagia pelo ritmo desde o primeiro segundo. Envolvida por uma letra 'I can do whatever I want', o que importa para B é a arte do sempre querer deixar aquele gostinho de quero mais nos boys. Tem cara de hit nas pistas e renderia um bom single.



02) "5 AM"

Escolhida como carro-chefe do álbum, a faixa certamente não parece tão radiofônica em suas primeiras execuções, mas ainda assim, é gostosinha, apesar de te colocar naquele feeling 'tô sozinho numa bad'. Katy entoa melancolicamente versos em meio a batidas eletrônicas: "São cinco horas da manhã, estou sozinha / só preciso de alguém para conversar comigo/ Perdi os meus amigos, olhei meu celular / Ainda procurando por alguém para passear comigo". Me diz se isso não é tá na fossa?!

03) "Aaliyah (feat. Jessie Ware)"

Eis que a parceria única do trabalho aparece na faixa 3. A sonoridade crescente de "Aaliyah" se mistura aos vocais fortes de Katy e da rainha contemporânea do R&B britânico Jessie Ware. Importante ressaltar que a faixa é de quase dois anos atrás e faz parte do EP "Danger". Mas a música emana tanto amor pra vida de quem ouve que B, inteligentemente, incluiu o hino em versão remasterizada na tracklist oficial do "Little Red". E os fãs agradecem, apenas.

04) "Crying for No Reason"

HINO-DE-UMA-GERAÇÃO. "Crying for No Reason" é a resposta pra qualquer pergunta do mundo, é a perfeição em forma de música, é uma epopeia de batidas, é a melhor coisa já ouvida nos últimos anos. Enfim, pouco mais de quatro minutos transformados em uma canção fantástica.

05) "I Like You"

A quinta faixa do álbum traz uma grande referência ao primeiro ábum de Katy, o ótimo "On a Mission". Com batidas mais genéricas e sem grandes surpresas (tirando o break abafante), a faixa é 'redondinha no seu conteúdo e serve bem para a composição do "Little Red" como conjunto. Mais uma bate-cabelo de qualidade pros amantes de uma boa balada.

06) "All My Lovin"

Mudando um pouco os rumos do trabalho, Katy incluiu como faixa 6 a excêntrica "All My Lovin". O lado intimista da britânica implora pra ter seu amor reconhecido, embalada por versos de "Todo o meu amor, eu te mostro / Você me tem / Como ecstasy, olha o que me fez!". Caótico, gente. Aliás, quem nunca sofreu por um amor não correspondido? Se não tá fácil nem pra ela, imagina pra nós...

07) "Tumbling Down"

Encontramos aí uma nova referência ao debut da gata. "Tumbling Down" traz toques de músicas noventistas, o que põe em dúvida se a música cairia no gosto do povo caso tornasse single. Sendo ou não, a música é deliciosa e dá vontade de você sair dançando e estalar de dedos como sua mãe faz de vez em quando. Fala se num é verdade?!

08) "Everything"

"I'll be the one, I'll be the one, I'll be the one". Eu só peço todo os dias da minha vida que "Everything" seja o próximo single do "Little Red". Como eu disse na introdução desta resenha, o forte de Katy nunca foi o refrão chiclete. Nunca até ela ter um hit em potencial nas mãos. A repetição de frases no refrão gruda na cabeça e não sai nunca mais! Só digo uma coisa: leitores, se a faixa 8 deste bendito álbum não for sucesso, adeus vida.

09) "Play (feat. Sampha)"

Pelo menos até ontem Sampa pra mim só significava um apelido carinhoso de São Paulo. "Play" talvez seja a faixa mais exótica de todo o álbum. Com toques mais clássicos acompanhados de uma letra sóbria, a faixa é uma das mais fracas do trabalho, na humilde opinião deste que vos fala. E ah, hoje descobri que Sampha também é um produtor de música eletrônica que não gostei. Na próxima chama o Tinie Tempah pra farofar que vai ficar melhor. Apenas sugerindo.

10) "Sapphire Blue"

Prometo ser mais breve nas faixas finais, já que tô me prolongando demais. "Sapphire Blue" parece ter sido produzida pelo Disclosure, mas não foi. Uma pena! Ainda que seu início não seja uma maravilha, o tom da faixa vai crescendo e tornando ela cada vez melhor. Mas sabe aquela sensação de que ainda precisa de algo pra ser uma faixa boa?! Pois é. Just ok, Katy.

11) "Emotions"

A letra é lindinha, a voz da Katy tá impecável, mas não empolga. "Emotions" tem um jeito de "tudo que é bom acaba". Com direito a caixinha de música e tudo mais, B mistura sons crus à batidas mais elaboradas, o que torna a faixa confusa e pouco acessível (leia-se: estranha). Só tenho uma coisa a dizer sobre: next!

12) "Still"

Depois da tempestade vem a calmaria. Ufa! De um modo todo tristonho, "Still" é a baladinha na medida certa em meio a tantas eletrônicas. Acompanhada apenas de um piano e algumas batidas de tambor, a Kátia britânica lamenta ter sido deixada pelo cara que sempre amou. E o pior é que ela ainda sofre por esse cafajeste. Quem terminou por aí, nunca escute "Still" e "All My Lovin"seguidas, pois corre sérios riscos de depressão. Sério.

13) "Blue Eyes"

Que instrumental incrível! "Blue Eyes" inicia uma série de cinco inéditas que entraram pra versão deluxe do álbum. E não poderia começar de melhor modo. A faixa é um conjunto delicioso de ritmos que te faz balançar os ombros de tanta vontade de levantar e sair dançando igual um louco. Rosanas, aquietem-se porque hoje é domingo. Em resumo, poderia estar na versão standard.

14) "Stay Down"

Alguém aí sabe porque Katinha incluiu a tal de "Stay Down" na tracklist e deixou de fora "What Love is Made Of"? Me recuso a aceitar isso. Sim, eu acho a faixa 14 extremamente fora de contexto, ruim e descartável. Portanto, fica aqui o meu protesto e a campanha #JusticeForWhatLoveIsMadeOf!

15) "Hot Like Fire"

Pelo menos no nome, é a música do verão brasileiro. Brincadeiras à parte, quando a faixa começa a tocar você pensa "gente, que lindo a Katy no dubstep". Mas infelizmente, ela flerta bem de longe com o jeito Skrillex de ser. Acredito que se "Hot Like Fire" tivesse um break mais elaborado, seria uma das faixas diferenciadas do álbum, apesar de ser boa. Mas poderia ser melhor, compreende?

16) "Wicked Love"

Uma palavra define a faixa 16 do álbum: sombria. Com vocais mais robotizados, o clima de "Wicked Love" é tenso. A música é uma mescla de toques caóticos enquanto Katy imprime um ritmo misterioso e instigante ao replicar os versos a cada minuto. A coisa é tão pesada que logo você fica na ânsia de que a música acabe logo. Não que ela seja ruim, mas dá nos nervos.

17) "Sky's the Limit"

Fechando os trabalhos do ótimo "Little Red", Katy resgata novamente o ritmo contagiante da década de 90 em "Sky's the Limit". A faixa tem instrumental que lembra claramente a extinta banda Corona. A cara de música de academia, sabe?! Já posso até ouvir os instrutores gritando no ouvido dos alunos da aula de spinning. Quem não gosta de música assim, né?!



Resumindo: 
Dentro das suas possibilidades, Katy B mostrou que consegue mesclar outros ritmos ao eletrônico tão característico que a acompanha desde o primeiro trabalho. Sim, o "Little Red" foi um passo grandioso para que a cantora marque território no mundo todo. Não existe menor chance de alguém escutar o álbum todo e não gostar de pelo menos uma faixa. Por tudo que se leu e escutou, o título dessa resenha se torna auto-explicativo e redundante.

disqus, portalitpop-1

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