Agora vai? Louisa Johnson posta prévia de novo single, "Til The Morning Comes", que sairá em janeiro

Assim que venceu o The X Factor UK em 2015, Louisa Johnson começou a preparar seu disco de estreia, com a promessa de Simon Cowell, dono do reality e da gravadora da garota, Syco, de que o álbum sairia o mais rápido possível. O que nem Louisa e nem Simon poderiam prever era que a menina (infelizmente) não se sairia tão bem assim nas paradas, fazendo com que seu trabalho fosse, inevitavelmente, adiado.

Depois de alguns singles aqui e outras parcerias ali, a cantora agora quer começar 2018 com tudo. Em seu Twitter, Louisa mostrou que uma voz é uma voz ao postar a prévia de seu novo single, "Til The Morning Comes", que é, segundo a própria, sua música favorita no álbum, e revelou que a faixa já estará disponível em janeiro.  


Louisa Johnson é a voz por trás do hit "Tears", do Clean Bandit. Ela lançou seu primeiro single próprio, "So Good", no início desse ano e, logo depois, a ótima, porém muito ignorada, "Best Behaviour". Seu último lançamento foi o single em conjunto com o Olly Murs, "Unpredictable"

Fé no pai que esse álbum sai. UK, ajuda! #JusticeForLouisaJohnson 

Demi Lovato em estádios? Sim! Cantora volta ao Brasil para shows em abril

Todo ano, podemos ter uma certeza: Demi Lovato virá ao Brasil. A cantora, que gosta bastante do país, raramente deixa de dar uma passadinha por aqui, e parece que, em 2018, não será diferente. 

Segundo o jornalista José Norberto Flesch, conhecido por adiantar notícias sobre a vinda de vários artistas, Demi chega ao Brasil em abril para uma série de shows em estádios (!). A volta da cantora aconteceria apenas 9 meses depois de seu último show em terras tupiniquins, em Goiânia, no festival Villa Mix. 

Promovendo o álbum "Tell Me You Love Me", que nem havia sido lançado na época em que fez seu último show por aqui, Demi entrará em turnê conjunta com DJ Khaled, o cara por trás do hit "Wild Thoughts", em fevereiro, e os shows da dupla terão como ato de abertura a revelação do R&B, Kehlani. Nada foi anunciado sobe a participação dos dois, mas não custa deixar registrado que eles são mais do que bem-vindos por aqui. 

Nosso gogó já está preparado para cantarmos "Tell Me You Love Me" bem alto. Diga que a ama, caralho!

Você consegue adivinhar quantas músicas Nicki Minaj lançou em 2017?

Entre músicas próprias, participações, remixes e até remixes dos remixes, Nicki Minaj liberou muita coisa nesse ano, isso sem nem ao menos ter lançado um álbum novo. Mas você consegue adivinhar quantas faixas, no geral, a rapper lançou?

Nós fizemos uma extensa pesquisa sobre o ano de Nicki e chegamos ao números exatos: foram 24 faixas liberadas. Você escutou todas elas? Segue a lista completa:

1- Major Lazer - Run Up (feat. PARTYNEXTDOOR & Nicki Minaj)
2- Nick Jonas & Nicki Minaj - Bom Bidi Bom
3- Gucci Mane - Make Love (feat. Nicki Minaj)
4- Nicki Minaj - No Frauds (feat. Drake & Lil' Wayne)
5- Regret In Your Tears - Nicki Minaj
6- Nicki Minaj - Changed It (feat. Lil'Wayne)
7- Jason Derulo - Swalla (feat. Nicki Minaj & Ty Dolla $ign)
8- Jason Derulo - Swalla After Dark Remix (feat. Nicki Minaj & Ty Dolla $ign)
9- David Guetta - Light My Body Up (feat. Nicki Minaj)
10- DNCE - Kissing Strangers (feat. Nicki Minaj)
11- Katy Perry - Swish Swish (feat. Nicki Minaj)
12- Yo Gotti - Rake It Up (feat. Nicki Minaj)
13- 2 Chainz - Realize (feat. Nicki Minaj)
14- DJ Khaled - Nobody (feat. Alicia Keys & Nicki Minaj)
15- DJ Khaled - I Can't Even Lie (feat. Future & Nicki Minaj)
16- Calvin Harris - Skrt On Me (feat. Nicki Minaj)
17- Future - You Da Baddest (feat. Nicki Minaj)
18- DNCE - Kissing Strangers Remix (feat. Luis Fonsi & Nicki Minaj)
19- London On Da Track - No Flag (feat. Nicki Minaj, 21 Savage & Offset)
20- Tasha Cobbs Leonard - I'm Getting Ready (feat. Nicki Minaj)
21- Fergie - You Already Know (feat. Nicki Minaj)
22- Migos - MotorSport (feat. Nicki Minaj & Cardi B)
23- Lil Uzi Vert - The Way Life Goes Remix (feat. Nicki Minaj & Oh Wonder)
24- Farruko, Nicki Minaj, Bad Bunny - Krippy Kush Remix (feat. 21 Savage & Rvssian)



Das vinte e quatro, apenas cinco são realmente dela: "Krippy Kush", "Bom Bidi Bom", "No Frauds", "Changed It" e "Regret In Your Tears". Essa última é também a única canção solo lançada pela rapper nesse ano. Treze faixas podem ser consideradas de rap. Entre as onze de outros ritmos temos canções pop, eletrônicas e até uma gospel, "I'm Getting Ready", com a Tasha Cobbs Leonard. Muito colaborativa e versátil sim!

Vamos falar de hits? A música a alcançar o maior pico na Billboard Hot 100 foi a parceria com o Yo Gotti, "Rake It Up", que chegou ao #8. No Top 15, tivemos "No Frauds" e "MotorSport", essa última lançada recentemente e, por isso, ainda com chances de crescer no chart. "Swalla" chegou ao #29 nos Estados Unidos, mas teve um desempenho bem melhor ao redor do mundo, enquanto "The Way Life Goes" teve um pico de #31, mas ainda pode crescer, pois também foi lançada recentemente. 



E o que 2018 reserva para Nicki? Mais parcerias, claro! Ela já está confirmada no novo álbum do ZAYN, enquanto outro ex-1D, Liam Payne, andou dizendo por aí que queria muito ver rapper em seu disco e, depois de pedir tanto, pode ter conseguido, já que entrega em algumas entrevistas uma "parceria feminina dos sonhos" em seu CD.

Com relação ao seu novo disco, Nicki disse:

Sonicamente, eu sei como esse álbum vai soar. Eu sei o que esse álbum vai significar para os meus fãs. Esse disco representa um ciclo se fechando em minha vida e eu estou soando realmente, genuinamente feliz. Parece uma celebração. Vai ser muito, muito icônico. 

Quem viver, verá.

Quem é Yuri Martins, o produtor por trás de “Vai Malandra”, da Anitta



Na principal parada nacional do Spotify, o funk “Agora Vai Sentar”, dos MCs Jhowzinho e Kadinho perde para apenas uma música: a espanhol “Downtown”, de Anitta e J Balvin. Coincidência ou não, ainda este mês, a mesma parada deverá receber uma parceria da cantora com o mesmo produtor dos caras, desta vez para o hit “Vai Malandra”, que encerrará o projeto “Check Mate”.


Yuri Martins é um nome bastante citado nos sucessos do funk paulista. Com apenas 22 anos, o produtor, que na verdade é carioca, veio pra São Paulo há cerca de 5 anos, buscando oportunidades de fazer a sua carreira na música, e neste tempo, esteve por trás de inúmeros hits do gênero, incluindo faixas como “Tá Tranquilo, Tá Favorável”, do MC Bin Laden, e “Vai Embrazando”, dos MCs Zaac e Vigary.



MC Zaac é, inclusive, outra participação na faixa de Anitta, que também contará com a participação do rapper americano Maejor, mantendo a proposta do “Check Mate”, todo composto por parcerias internacionais - Poo Bear na baladinha “Will I See You”, Alesso em “Is That For Me” e J Balvin em “Downtown”.

Uma colaboração frequente de Yuri Martins é o MC Don Juan, com quem produziu hits como “Oh Novinha”, “A Gente Brigou”, “Lei do Retorno”, “Dá Uma Segurada” e a recente “Amar, Amei”. Você provavelmente já ouviu o marcante “porra, o Yuri não dá uma atenção, meu!”, dessa música aqui:



Como um bom hitmaker, Yuri Martins tem a pretensão de alçar voos cada vez maiores e, antes de Anitta, já vinha flertando com outros artistas pop, como é o caso de Lucas Lucco, com quem trabalhou nas canções “Tic Tac”, ao lado de MC Lan, e “Permanecer”, com MC G15, ambas bastante comerciais e, ainda assim, fiéis ao funk, principalmente pelas participações.


“Vai Malandra”, por sua vez, chega ao público até o fim de dezembro e é a grande aposta de Anitta para encerrar o projeto “Check Mate”, com chances de se tornar o grande funk de 2018. A faixa teve seu videoclipe gravado há alguns meses na favela do Vidigal, Rio de Janeiro, com direção de Terry Richardson (mesmo de “Wrecking Ball”, da Miley Cyrus).

Ouça a playlist “Faixa a faixa: Yuri Martins”, com os maiores hits produzidos pelo cara:


A internet não tá a fim de ouvir “Lacradora”, a música nova da Claudia Leitte

Claudia Leitte está pronta pra lançar a sucessora de “Baldin de Gelo” e, desta vez ao lado da dupla Maiara & Maraísa, anunciou o single “Lacradora”, mas a música nem precisou sair pra começar a ser assunto e de uma maneira bastante negativa.


Após surgir na internet uma suposta letra da música, que será lançada na íntegra nesta sexta-feira (08), muitos começaram a questionar a “apropriação” de termos popularizados por grupos LGBTQs, além da incoerência sobre uma música que ensaia um empoderamento feminino, ao mesmo tempo que fomenta rivalidade entre mulheres.

Leia a letra abaixo:

“Make ok, salto ok,
Cabelo também..
Tamo na luta!
Sorriso e amor próprio já ajudam

Tudo bem
Hoje tem
Look bafo
Autoestima lá no alto
Eu não sou fácil
Eu nunca prestei

Eu dou trabalho mesmo
Quem disse que eu sou santa
Tá procurando paz
Namore a pomba branca
Não provoca não…
E viva a curtição!

Copo na mão
E as inimigas no chão
Copo na mão
E as inimigas no chão
Claudinha lacradora
Dando nas recalcadas
Enquanto a gente brinda
Elas tomam pisão

Provoco o seu desejo
O meu jeito maluca…
Lá vem chuva de lacre
Prepara o guarda-chuva!
Muita fechação
E viva a curtição

Brinda lacradora brinda aê!
Ninguém vai me parar, eu vou continuar…
Brinda lacradora brinda aê!
Eu vou viver aquilo que eu sempre quis..
Brinda lacradora brinda aê!
Espere a contagem pra fazer o brinde..
Brinda lacradora brinda aê!
Saúde às lacradoras do país – cheers!!

Copo na mão
E as inimigas no chão
Copo na mão
E as inimigas no chão
Maiara e Maraisa
Dando nas recalcadas
Enquanto a gente brinda
Elas tomam pisão”

Abaixo, reunimos algumas das reações sobre a faixa:







Teve quem relembrasse o passado homofóbico de Claudia Leitte, que agora tenta se reaproximar do público LGBTQ:


E, inclusive, quem aproveitasse pra apontar a hipocrisia de quem estava criticando a cantora, sem pensar que não faz muito diferente:


O que você achou da letra de “Lacradora”? Claudia Leitte tá passando vergonha ou vale esperar a música sair pra ter um veredito?

“Dark”, a nova série da Netflix, é uma irmã mais velha de “Stranger Things”

Na era dos algoritmos, tá cada vez mais difícil da Netflix errar a mão e em sua nova série, com quês de “Stranger Things”, “The OA” e “Mindhunter”, “Dark”, a fórmula vem mais do que pronta pra prender a sua atenção.

A produção alemã estreou na plataforma na última sexta-feira (01) e vai do terror ao suspense, contando uma história sobre um suicídio e desaparecimentos em uma cidade pequena que, apesar de terem acontecido em épocas diferentes, estão, de alguma forma, conectados.

“A diferença entre passado, presente e futuro é apenas uma persistente ilusão”, disse Einstein, num quote resgatado no primeiro episódio da série.


Logo em seu primeiro episódio, você já consegue ter uma noção sobre o quão “mindblowing” é toda a narrativa, com cada cena sendo um “quê?” diferente, mas conforme os personagens, mistérios e pistas deixadas começam a ser desenvolvidos, mais apegado você se vê com toda a história, se tornando mais uma pra sua lista de possíveis maratonas.

Irmã mais velha de “Stranger Things”, Dark acerta em cheio na ambientação inspirada nos anos 80, além de sua trilha sonora, que possui um papel muito importante de ditar o tom de inúmeras cenas.

Com 10 episódios, a série está disponível na íntegra na plataforma. Se ainda não tiver assistido, corre pra fazê-lo e nos contar o que achou!

Charli XCX, Pabllo Vittar, Cupcakke e Brooke Candy estarão juntas na faixa “I Got It”

Pabllo Vittar tá pronta pra terminar o ano no mesmo ritmo em que começou e se no início de 2017 ela começava a conquistar o público com os primeiros hits do seu disco “Vai Passar Mal”, no final do ano ela fecha com a prova de seu nome nunca esteve tão forte.

Uma das parcerias que devemos esperar com a drag brasileira é com ninguém menos que a cantora Charli XCX, que esteve por trás de hits como “I Love It”, do Icona Pop, “Fancy”, da Iggy Azalea, e “Same Old Love”, da Selena Gomez.


As duas já vinham interagindo pelas redes sociais há algum tempo e, neste final de semana, Charli sugeriu que uma parceria com Pabllo estava no seu radar, mas os fãs foram mais ágeis e descobriram que a música não só já existe, como já está devidamente registrada e tudo mais.

Chamada “I Got It”, a faixa inédita ainda traz dois outros nomes: as rappers Cupcakke e Brooke Candy. A primeira já havia trabalhado com Charli em “Lipgloss”, de sua última mixtape, e a segunda passou o ano passado em estúdio com a Sia, mas descartou todo o material trabalhado, que não refletia o caminho que queria seguir musicalmente.


“I Got It” deve integrar a próxima mixtape de Charli XCX, que também contará com as participações de Carly Rae Jepsen, Mykki Blanco, MO, Tove Lo, ALMA e Jay Park.

O último lançamento oficial com XCX foi a faixa “Dirty Sexy Money”, do David Guetta, que já teve seu clipe gravado, sem previsão de estreia.

P!nk gravou um dueto com Christina Aguilera, mas faz tanto tempo que ela nem lembra mais o nome da música

Há cinco anos (sim, cinco anos) preparando o sucessor do "Lotus", Christina Aguilera continua a deixar os fãs no deserto, sem absolutamente nenhuma informação sobre o novo disco. Porém, se ela não fala, outras pessoas falam por ela, e quem resolveu revelar algumas informações sobre o projeto foi a P!nk

Em recente entrevista, a cantora confirmou que, sim, as duas gravaram um dueto para o disco de Xtina, mas ela nem lembra mais o nome da música. O motivo? Faz muito tempo que a canção foi gravada. 

"Eu não sei quando [o dueto] será lançado, mas é incrível. Gravamos há dois anos, então não lembro o nome da música, mas ela [Christina] é incrível.

Tudo bem, P!nk. Nem a Christina lembra mais que tem carreira mesmo. 

Vale lembrar que as duas já colaboraram na icônica "Lady Marmalade", música do filme "Moulin Rouge", o que nos deixa um pouco tristes, já que, se a primeira parceria foi incrível, existem boas chances da segunda também ser, mas a gente provavelmente nunca vai saber porque parece que o novo disco de Aguilera virou lenda urbana. 

Choremos.

Parece que Charli XCX lançará uma nova mixtape com Pabllo Vittar, Carly Rae Jepsen, Tove Lo, MØ e muitos outros!

No início do ano, Charli XCX fez a louca e deixou de lado os trabalhos de seu terceiro álbum para lançar a mixtape "Number 1 Angel", com parcerias de , cupcakKe, RAYE e outros. Ao que parece, a história deve se repetir. 



Ao entrar em seu Twitter nesse domingo (03), Charli perguntou, como quem não quer nada, o que acharíamos se ela lançasse uma nova mixtape, dessa vez com participações de Tove Lo, Carly Rae Jepsen, ALMA, Brooke Candy, além de repetecos com MØ e cupcakKe, e a aparição de ninguém menos que Pabllo Vittar. Tudo isso sob a produção de A.G. Cook, produtor de PC Music por trás de "Numer 1 Angel". YUKÊ?


Se existe uma pessoa mais bem relacionada no mundo da música do que Charli XCX, não conhecemos. 

É claro que nós poderíamos dizer que sentimos falta de alguns nomes, como Dua Lipa, Halsey e Lorde, mas com tanta gente assim em um trabalho, não nos sentimos nem no direito de reclamar de algo. Amém, Charli.

Um tweet muito específico e com muitos nomes para ser algo apenas abstrato, né? Só nos resta ficar atentos porque, assim como a "Number 1 Angel", essa segunda mixtape deve chegar de surpresa – e, claro, ser um hinário.

Crítica: palhaços, luzes neon e cocaína sustentam o mito por trás de "Bingo: O Rei das Manhãs"

Todos os anos, no segundo semestre, começa o mata-mata para selecionarmos o indicado brasileiro ao Oscar de "Melhor Filme Estrangeiro". Depois do fiasco que foi a escolha de "O Pequeno Segredo" em 2017 ao invés de "Aquarius", o que maculou o andamento dos bons filmes indicados nos anos anteriores ("O Som Ao Redor" em 2014, "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" em 2015 e "Que Horas Ela Volta?" em 2016), voltamos aos trilhos com "Bingo: O Rei das Manhãs" para a vaga de 2018.

Apesar de ter influência distante dos grandes nomes da categoria, como os favoritos "Loveless" (Rússia), "Uma Mulher Fantástica" (Chile), "The Square" (Suécia) e "120 Batidas Por Minuto" (França), "Bingo" tem um poderoso reforço: foi comprado pela gigante Warner Bros na distribuição mundial. Com promoção em grandes sites de cinema americanos, o filme tem ganhado destaque na corrida e estreará internacionalmente no pico de atenção dos votantes. Uma indicação ainda é sonhar alto, coisa que não temos desde 1999 com "Central do Brasil", porém, com indicação ou não, é um filme que merece ser visto.
Imagem promocional da campanha internacional de "Bingo", destacando críticas positivas e o BAFTA de Rezende.

"Bingo" é dirigido por Daniel Rezende, montador indicado ao Oscar e vencedor do BAFTA (o Oscar britânico) por "Cidade de Deus" (2002), um dos principais motores para a divulgação internacional do longa. A obra retrata a vida, a ascensão e a queda de Bozo - ou Bingo (Vladimir Brichta) na versão cinematográfica, já que "Bozo" é uma marca registrada americana -, o palhaço mais famoso do país e apresentador do programa que dominava as manhãs da década de 80 - o "Programa do Bozo".

A produção em si carrega uma dualidade do próprio Bingo: parece uma obra recheada de palhaçadas (e, de fato, é), todavia, há uma crueza dos bastidores da vida de Augusto Mendes, o homem por trás da maquiagem. Ator de pornochanchadas, ele cai nas graças do estrelato ao convencer um produtor americano de que deveria ser o personagem título na versão brasileira da franquia. A cena, feita em sua essência igual ao que realmente aconteceu, mostra Augusto xingando o produtor (em português) enquanto toda a equipe cai na gargalhada. Mesmo sem entender o que ele falava, o produtor o contratou pelo rebuliço causado. No mínimo, curioso.


Então entramos num dos motes mais expressivos do filme: os corredores da produção de um programa de televisão. Numa era pré internet, mundo digital e computadores, tudo era feito no braço. O longa mostra os ensaios do Programa do Bingo, e, ao mesmo tempo, dá uma amostra do caos que é filmar um programa ao vivo. A diretora, Lúcia (Leandra Leal, nossa pérola do cinema), se descabela tentando fazer com que todos os milhares de detalhes saiam dentro dos conformes.

Mas e quando o apresentador é uma variável instável? Bingo começa seguindo o roteiro à risca, e desde já percebe: traduzido direto do original americano, aquele texto jamais fará sucesso no país. Após fracassadas tentativas dentro do molde que Lúcia insiste em que ele se enquadre, Augusto vira o rei da anarquia e começa a tocar o programa à sua maneira, para o bem ou para o mal, adicionando o jeitinho brasileiro na rigidez americana. Se o texto dizia para as crianças obedecerem o papai e a mamãe, Bingo gritava "façam bagunça!".


Temos aqui um retrato dos absurdos da televisão brasileira na década de 80. Visando bater de frente com a audiência, Augusto traz Gretchen (a única personagem efetivamente real do filme, interpretada por Emanuelle Araújo) para dançar o hit "Conga Conga Conga" ao vivo. Com um vestido curtíssimo que, a cada rebolada, subia cada vez mais, ela performa no meio das crianças, que pulam felizes ao som do cântico que fez Maria Odete ser quem a rainha dos memes que hoje é. Completamente inapropriado, o evento é um reflexo dramático fiel do que rolava nesses programas - não podemos esquecer do clássico "Short Dick Man" no palco da Xuxa em 1995. E nesse solo fértil do politicamente incorreto liberado para alcançar o pico de audiência, Augusto é o deus da sociedade do espetáculo.

No topo do mundo, sendo o rosto mais amado pelas crianças do país, há um binarismo na vida do protagonista: por contrato, ele não pode revelar a identidade por trás do Bingo, fazendo-o ser o anônimo mais famoso do país. Se no início do estrelado a fama e os prestígios eram o apogeu de Augusto, tudo foi pouco a pouco soando amargo por não ter, de fato, esses prazeres em suas mãos, e sim nas mãos de Bingo. A maquiagem, uma verdadeira máscara, se torna uma prisão, vislumbrada pelo público quando, ao ganhar um prêmio, Augusto, apenas em sua imaginação, deseja subir ao palco e tirar toda a maquiagem para ter o reconhecimento pessoal que merece.


A união dos tormentos e delírios dessa fama torta é composta com muito sexo, álcool e cocaína. O homem não mantém mais o pique de gravações e, viciado, só consegue sustentar as cinco horas seguidas do programa à base do pó, culminando numa das melhores cenas do longa, quando ele vê seu nariz sangrar graças à droga ao vivo, no meio do palco.

Inversamente proporcional ao seu próprio estrelato, Augusto vê seu relacionamento com o filho se diluir quando o menino diz que o pai é o único que brinca com todas as crianças, menos com ele. Muito mais que os entorpecentes, ele estava viciado na fama. Numa cena bastante emblemática, o pai quebra uma televisão que mostrava - numa alucinação - ele mesmo tentando em vão tirar a maquiagem do Bingo, como se ela estivesse permanentemente presa em seu rosto. Filmada com um falso plano sequência belíssimo, todo o momento demonstra o quanto aquele símbolo do sucesso se tornou o pior pesadelo de Augusto. Como diz a campanha internacional do longa, palhaçadas podem custar sua alma.


"Bingo: O Rei das Manhãs" trata-se de uma cinebiografia correta, com começo, meio e fim bastante redondos (o final é desnecessariamente formulaico, inclusive), fotografia e design de produção no ponto e uma força imagética memorável ao unir as cores aberrantes do universo do palhaço com o submundo depressivo que é sua vida por trás do nariz vermelho, encaixando-se no molde de ascensão e queda que tanto vemos em outros filmes do tema.

A obra é, também, uma viagem (por vezes macabra) à cultura da celebridade e como ela afeta o ser humano e as relações com as pessoas ao seu redor, carregado com bastante louvor por Vladmir Brichta. Num país recém saído da ditadura, Bingo era um símbolo de expressão além dos limites, dentro e fora da tela. Ao mesmo tempo em que humaniza, Rezende mostra os machismos, assédios e vícios de um homem que ajudou a moldar a televisão brasileira à base de boçalidade, 70% de inspiração e 30% de uísque. O Brasil não é mesmo para quem está começando.

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