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Oscar Review: Paul Greengrass nos prende na cadeira com o tenso "Capitão Phillips"


FILME: Capitão Phillips (Capitain Phillips)
DIREÇÃO: Paul Greengrass
ROTEIRO: Billy Ray
PAÍS: Estados Unidos
ELENCO: Tom Hanks, Barkhad Abdi, Faysal Ahmed, Mahat M. Ali, Issak Farah Samatar
CATEGORIAS NO OSCAR: Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Barkhad Abdi), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som.

"Capitão Phillips" é um drama biográfico que conta o problema que o personagem título (interpretado por Tom Hanks) passa ao ver o navio cargueiro por ele comandado ser sequestrado por piratas somalianos no Golfo de Áden. Baseado em fatos reais, a força do filme está na impressionante história e na segura direção de Paul Greengrass.

A estrutura fílmica no primeiro terço de fita é de suspense. Acompanhamos a trajetória de Phillips no meio do oceano identificando barcos suspeitos se aproximando do cargueiro. Desde o começo do filme nós já sabemos que os piratas, liderados pelo cabeça quente Abduwali Muse (Barkhad Abdi, somaliano e ganhador do BAFTA de "Melhor Ator Coadjuvante"), conseguirão entrar, mas essa sequência congela o espectador na cadeira pela habilidosa direção de Greengrass, que orquestra jogos de câmera belíssimos durante o saque.

Os piratas conseguem então entrar na sala de comando. À partir daí inicia-se uma brincadeira de gato e rato entre os piratas e o resto da tripulação, escondida. Eles querem a carga e dinheiro, enquanto Phillips tenta negociar sem que ninguém saia ferido e, claro, com a carga intacta. O drama passa a andar junto com o suspense, com diálogos afiados entre Hanks e Abdi, que conduzem as situações e reviravoltas.

Quando chegamos ao terço final, depois de outra reviravolta (não podemos revelar porque seria spoiler, mas daria uma ótima discussão), o filme se torna ação. Cenas da polícia americana em suas lustrosas salas, com os letreiros na tela informando qual repartição de inteligência é aquela, típico de filmes do gênero, o que acaba comprometendo o andar, até aqui, linear da narrativa, todavia isso serviu para agilizar o ritmo, diminuído com o confinamento de Phillips com os piratas. Se serviu como problema de um lado, colaborou do outro.

"Capitão Phillips" é um filme bem eficiente, que pode afastar muitos pela longa duração (duas horas e quinze minutos), mas vale a pena, seja pela condução do todo ou pelos minutos finais, onde dá para sentir o gosto da angústia e do medo. E além disso, é um retorno fenomenal de Tom Hanks aos filmes do gênero, relembrando aquele longínquo, mas icônico, "Náufrago", de 2000.


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