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Review: caso estejam interessados, o Fall Out Boy está de volta e pronto para "Save Rock and Roll"!


Salvar o rock é uma missão que muitas bandas tentam não assumir. Por acidente, foram os Strokes responsabilizados pela salvação do gênero em 2001 (ano em que a banda Fall Out Boy começou a ganhar forma), quando lançaram seu álbum de estreia, mas provaram nos anos seguintes que isso não era coisa pra eles e que foram um tanto superestimados. Desde então, o rock foi perdendo cada vez mais espaço na mídia, até se tornar quase que um tipo de música para trilha-sonoras.

Por sorte dos fãs do gênero e todos seus sub-gêneros, esse rebaixamento do rock incomodou os integrantes da, até então, em hiato Fall Out Boy, fazendo com que eles ressuscitassem a banda para o lançamento de um novo disco e traçando uma meta bem clara, "Save Rock and Roll". Com colaborações de nomes como Elton John e Courtney Love, o novo álbum da banda chega às prateleiras nesta segunda (15), mas foi revelado na íntegra para audição virtual na semana passada e já não aguentávamos mais nos conter quanto ao que temos a dizer sobre o material, sendo assim, caso ainda não tenham conferido, apertem o play abaixo e venham com a gente nesta resenha faixa-à-faixa. Salve o rock and roll!


1) "The Phoenix"

Sim, eles voltaram, e sedentos para mostrar quem está na liderança. Abrindo os trabalhos do disco, quem se apresenta é a agressiva "The Phoenix" e ela não vem sozinha, com Joe Trohman mostrando que não perdeu a prática com a guitarra, Andy com uma bateria nervoooosa e Patrick nos lembrando porquê é um dos melhores vocalistas da atualidade.


"Ei, sangue fresco, não parece que nosso tempo está acabando?", pergunta a Stump em seu refrão, antes de anunciar que fará algumas mudanças para nos reerguer como uma fênix. Começo não menos que épico.

2) "My Songs Know What You Did In The Dark (Light'Em Up)"

Eis aqui o primeiro single do álbum. Com palmas, coral e a mesma agressividade da faixa anterior, "My Songs..." é a canção que melhor resume a proposta do álbum e talvez por isso tenha sido a escolhida para anunciar o renascimento da Fall Out Boy. "Tenha cuidado com o que você deseja no escuro", diz um dos versos da música. Fomos bem cuidadosos quando desejamos que eles estivessem de volta, certo?


3) "Alone Together"

Depois de tanta barulheira (boa, que fique claro), já estávamos nos perguntando se existia amor no Save Rock and Roll e a resposta veio em "Alone Together", onde podemos escutar Patrick Stump pedindo por um lugar ao nosso lado. "Vamos ser sozinhos juntos? Podemos ser jovens para sempre. Grite isso do fundo dos seus pulmões!". Como prova de que tempo não foi algo que afetou a banda, "Alone Together" poderia ser facilmente uma irmã/prima de outra velha amiga nossa, "Sugar, We're Going Down".


4) "Where Did The Party Go?"

Ainda não comentamos sobre, mas por mais que tenha como objetivo salvar o rock, esse disco é algo bem pop — ressaltando que "pop" nem sempre se resume ao que toca nas rádios e sim ao dançante, animado. Na primeira vez que escutamos "Where Did The Party Go?", não deu outra, logo pensamos em "Good Girls Gone Bad" do Cobra Starship e "Tik Tok" da Ke$ha, mas não deixem que os sintetizadores os enganem, essa é uma das faixas mais enérgicas do álbum e fala sobre uma história de amor sem final feliz. Após alguns plays, ela soa como uma tentativa (bem sucedida, diga-se de passagem) de repetir a fórmula de "Dance, Dance".

5) "Just One Yesterday (feat. Foxes)"

Chegamos a primeira colaboração do álbum e ela parte de ninguém menos que Foxes, uma cantora pop em ascensão que já passou aqui pelo blog algumas vezes e teve uma ótima exposição após emprestar seus vocais para "Clarity", do DJ Zedd. Em seus primeiros segundos, a canção mais parece uma releitura de "Rolling In The Deep", da gordelícia Adele, mas bastou esperar mais um pouco para que caíssemos de amor por seu instrumental, o vocal feminino levemente modificado no refrão, Patrick Stump dizendo que trocaria todos seus amanhãs por um único ontem e Foxes sendo Foxes, o que de acordo com nosso dicionário-pop-que-deve-ser-consultado-em-caso-de-eventuais-dúvidas é sinônimo de "linda".


6) "Mighty Fall (feat. Big Sean)"

Retomando o climão ~sangue nos olhos~ do álbum. Somos apresentados a mais uma parceria, desta vez com o rapper Big Sean. Aqui temos de volta o peso da guitarra, bateria e baixo (Pete Wentz, ainda gostamos de você), enquanto Patrick canta sobre ter caído numa armadilha pra lá de conhecida, chamada amor. Ao decorrer da letra, fica bem claro que ele tá caidinho por uma mulher, mas tenta ao máximo fugir deste sentimento. O rapper Big Sean, por sua vez, realiza uma ponte semelhante ao que fez em "As Long As You Love Me" do Justin Bieber e se coloca no papel do personagem principal, deixando seu orgulho pra trás e ligando pra maldita amada. "Sim, eu sei que você falou pra ligar apenas quando estivesse morrendo. Mas estou dirigindo e não consigo parar de olhar para minhas pálpebras, mas mesmo com os olhos fechados, continuo vendo você [...] Eles dizem que eu tenho parafusos a menos e, que inferno, é só quando sinto sua falta. E sim garota, eu sou um idiota, um idiota viciado em você". Se não fosse a clara aversão ao sentimento, dava pra usar trechos da canção como cantadas.

7) "Miss Missing You"

Em contrapartida à nossa amiga raivosa acima, "Miss Missing You" é mais ou menos o que seu título sugere, falando sobre a falta que a nossa ~metade da laranja~ faz. Por mais que também seja rendida à uma dose de sintetizador, a faixa pega emprestado um pouco do que David Bowie fez há anos atrás, e começa fazendo referência ao clássico nerd "O Guia do Mochileiro das Galáxias", com Patrick dizendo para si mesmo não entrar em pânico. "Há um tempo atrás isso era melhor, a escuridão era melhor. A pessoa por quem você levaria um tiro, agora está atrás do gatilho", diz o refrão da música.

8) "Death Valley"

Após lançar seu primeiro álbum solo, "Soul Punk", o vocalista Patrick Stump se mostrou um cara mais confiante e podemos notar muito disso nesse CD, tanto nas composições quanto nas formas com que o ele explora melhor seu vocal, mas caso isso ainda não estivesse claro para todos, incluíram "Death Valley" no "Save Rock and Roll". O lugar dos sonhos de Stump existe, fica localizado na Califórnia, e é pra lá que ele vai quando o mundo estiver às ruinas, pra libertar seu lado animal e aproveitar seus dias finais de glória.

9) "Young Volcanoes"

Palmas, coral e muito "woah-uo-oh", é assim que Fall Out Boy vem na calma "Young Volcanoes". Como dissemos, esse é um disco bem pop e se pudéssemos comparar essa música com algo que as rádios tenham tocado, diríamos que é tão boa e viciante quanto "We Are Young" da banda fun. ou "Hey, Soul Sister" da Train. Um single em potencial, sem dúvidas.

10) "Rat A Tat (feat. Courtney Love)"

Britney Spears que se cuide, pois curtimos muito as primeiras palavras de "Rat A Tat", inusitada parceria com a vocalista da extinta Hole, Courtney Love. De início, somos surpreendidos por uma introdução falada pela própria e em seguida temos Patrick perguntando se estamos prontos para mais um poema ruim e revisitando a faixa "Alone Together". Foi Courtney Love quem compartilhou sua solidão com ele e também foi ela a culpada por deixar tantos vestígios de melancolia em seu miserável coração. "Ela é a doente, ela é a errada. Ela é a loira jovem e suja. E você se afundou dentro dela, como um homem-bomba [...] Vai garoto, corra para sua vida!", entoa a loira-jovem-suja que já era loira-jovem-suja bem antes de nomes como Lindsay Lohan adotarem esse perfil.


11) "Save Rock and Roll (feat. Elton John)"

Pra fechar com chave de ouro, a última e melhor colaboração do "Save Rock and Roll" é do Sir Elton John, na faixa-título do CD. Obviamente, qualquer coisa que o dono de "Your Song" fizesse aqui seria boa o suficiente, afinal, estamos falando Dele (com D maiúsculo), mas achamos válido citar que o velho realmente fez um ótimo trabalho. O choque cronológico é algo marcante durante toda a música, mas não podemos deixar de amar a forma com que Elton apoia a causa da banda, deixando isso claro de forma poética em versos como "irmãos de sangue desesperados, uma jura de silêncio pela voz de nossa geração" ou ao dividir os vocais com Patrick em trechos como "eu vou defender a fé, descendo aos balanços. Eu vou salvar as canções, as canções que não podemos parar de cantar" e no refrão — "[...] por onde quer que eu vá, os problemas parecem me seguir. Só estou nessa para salvar o rock and roll".


Resumindo:
De fato, o rock nunca precisou ser salvo de verdade. Ele está aí, como qualquer outro gênero, para ser escutado, ostentado ou scrobblado. Mas com toda sinceridade do mundo, não damos a mínima pra isso, assim como não ligamos em ouvir Katy Perry, Strokes e Banda Uó no mesmo dia, o importante é que já temos aqui um disco para nos salvar sempre que as rádios estiverem tocando algo extremamente ruim. Se perguntarem a quem agradecer, digam que ao Fall Out Boy.
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