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Bem na sua cara! Pabllo Vittar se torna a primeira drag queen indicada ao Grammy


Pabllo Vittar entrou para história nessa quinta-feira (20) ao ser incluída entre as indicações do Grammy Latino, pela sua participação na faixa "Sua Cara" - produção do Major Lazer em que divide os vocais com Anitta. A cantora é a primeira drag queen a ser indicada a uma premiação do Grammy, dessa vez na categoria Melhor Fusão/Interpretação Urbana.

No Instagram, Pabllo deixou claro que quer ser a primeira de muitas drags a ocuparem um espaço tão importante na música: "Eu estou muito feliz. Queria dedicar esse título a todas as drag queens. Meninas, vocês também podem!", disse a queen via stories.

A premiação ainda conta com outras indicações para o pop nacional: além de "Sua Cara", Anitta também foi indicada na categoria Melhor Canção Urbana com o single "Downtown", que tem a participação do colombiano J Balvin. O álbum da Iza, "Dona de Mim", foi indicado na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, e a cantora também foi ao Instagram toda emocionada para compartilhar a indicação.
A cantora baiana Xênia França recebeu duas indicações: uma para o seu álbum de estreia,"Xênia", na mesma categoria que o álbum de Iza, e para sua colaboração com Lucas Cirillo, "Para Que Me Chamas?", na categoria Melhor Canção Em Língua PortuguesaElza Soares ainda foi indicada na categoria Melhor Álbum de MPB por "Deus É Mulher".

O Grammy Latino acontece em 15 de novembro, na Arena do hotel MGM Grand, em Las Vegas. Quais são as apostas de vocês?

P!nk, Charli XCX, Katy Perry e Lorde falaram sobre a falta de mulheres no Grammy

O Grammy 2018 continua sendo assunto e, desta vez, pela ausência de mulheres indicadas e premiadas no evento, que contou com apenas uma vencedora em suas categorias principais, a eleita ‘Artista Revelação’, Alessia Cara.

Em resposta às críticas pelo chamado #GrammySoMale (uma adaptação do movimento anterior, Grammy So White, que significam, respectivamente, ‘Grammy Tão Masculino’ e ‘Grammy Tão Branco’), o presidente da premiação, Neil Portnow, conversou com a revista Variety, afirmando que “as mulheres precisam se impor”.

Para ele, falta um esforço delas em mostrarem que querem fazer parte da música em todos os seus níveis e, no seu mundo, se elas fizessem isso, “seriam muito bem-vindas”.

Obviamente, a declaração pegou super mal. Soa extremamente fora da curva para a mesma premiação que, apesar da desigualdade entre seus indicados e vencedores, contou com um discurso maravilhoso da Janelle Monáe em prol do movimento Time's Up e uma performance grandiosa de Kesha, que há pouco lançou seu primeiro disco sem o produtor que a abusou sexualmente, Dr. Luke.

Pelas redes sociais, algumas cantoras rebateram a declaração de Neil da melhor forma possível:

“O que você de acha de pisarmos na sua cara… As mulheres estão fazendo músicas INCRÍVEIS atualmente, que porra esse cara está falando?”, disse Charli XCX.

“As mulheres na música não precisam se impor. Elas estão se impondo desde o começo. As mulheres dominaram a música neste ano. Estão arrasando, e a cada ano antes desse. Quando celebramos e honramos o talento e as conquistas das mulheres, e como elas se impõem todos os anos contra todas as expectativas, nós mostramos para a próxima geração de mulheres e garotas, de homens e garotos, o que significa ser igual e como é ser justo”, afirmou P!nk, por meio de uma carta.

“Mais uma mulher poderosa servindo como exemplo”, disse Katy, replicando a mensagem de P!nk. “TODAS nós temos a responsabilidade de chamar a atenção para essa absurda falta de igualdade em todo lugar que a vemos. Fico orgulhosa de todas essas mulheres que fazem artes incríveis diante da resistência contínua.”

Lorde, que se recusou a cantar na premiação, ao saber que foi a única indicada na categoria de ‘Disco do ano’ que não teve direito a uma apresentação solo, também afirmou:

“Se você quer debater se eu posso ou não arrasar em cima de um palco, venha ver por conta própria”, com o link para a agenda da sua turnê.

No palco da premiação, o discurso de Janelle Monáe, já antecipava o inevitável debate:

“Para esses que ousam tentar nos silenciar, nós oferecemos duas palavras: Time's Up (os tempos mudaram). Nós dizemos Time's Up para o pagamento desigual, discriminação e assédio de qualquer forma, e abuso de poder. Nós chegamos em paz, mas estamos falando de negócios. Isso não está acontecendo apenas em Hollywood ou Washington. Está exatamente aqui, na nossa indústria também. E assim como temos o poder de moldar a cultura, nós também podemos nos desfazer da cultura que não nos serve bem. Então, vamos trabalhar juntos, homens e mulheres, como uma indústria musical unida e comprometida a criar ambientes mais seguros, pagamentos iguais e acessos para todas as mulheres.”


A gente espera que, após aprender com as cobranças e buscar corrigir seus problemas com a desigualdade racial, a academia também pare para ouvir o que elas têm a dizer e cantar e apresentar e produzir. E que nunca mais deem um Grammy para Ed Sheeran no lugar de Kesha ou Lady Gaga.

Presidente do Grammy comenta falta de mulheres na premiação: "elas precisam se impor"

A cada ano que passa, o Grammy gera mais conversas sobre injustiças ligadas a problemas sociais, principalmente no que diz respeito ao racismo e machismo. Esse ano, por exemplo, tivemos apenas uma mulher indicada a Álbum do Ano — Lorde, com o "Melodrama" —, enquanto apenas uma mulher ganhou um dos principais prêmios — Alessia Cara por "Artista Revelação" —, ainda que muitos trabalhos femininos de excelência tenham sido lançados em 2017. 

E o que a Academia tem a dizer sobre isso? Questionado pela revista Variety sobre o que tem sido chamado de #GrammysSoMale (Grammy Muito Masculino), o presidente Neil Portnow, aquele que disse no ano passado, após a derrota de Beyoncé e "Lemonade" para Adele e o "25", que o "Grammy não tem um problema racial", deu outra declaração incrivelmente... péssima. 

[A inclusão das mulheres] tem que começar com... mulheres que tem criatividade em seus corações e suas almas, que querem ser musicistas, que querem ser engenheiras, produtoras, e querem ser parte da indústria em um nível executivo... [Elas precisam] se impor porque eu acho que elas seriam bem vindas. Eu não tenho experiência pessoal com essas barreiras que você [a repórter] enfrenta, mas acho que cabe a nós — nós como indústria — criar uma recepção obvia, criando oportunidades para todas as pessoas que querem ser criativas e levando isso para frente e criando a próxima geração de artistas

O senhor Paul (e, francamente, metade dos homens que vemos por aí) diz que as mulheres precisam se impor, como se elas precisassem "fazer mais", como se a culpa fosse delas. Mas aonde ele estava quando a Lorde lançou o “Melodrama” e foi aclamada pela crítica? Quando a Kesha lançou o “Rainbow”, um disco que aborda temas pesados como abuso sexual, fez o melhor trabalho de sua carreira e um dos melhores do ano? E aonde ele se encontravam quando o “CTRL”, da SZA, arrebatava a crítica com as histórias mais íntimas de uma mulher negra e sua solidão? 

Ele estava fazendo-as perder em todas as categorias em que concorreram, contra homens que tiveram críticas muito inferiores.


Além da singela indicação de Álbum do Ano para o “Melodrama”, Lorde também se viu diante de outra polêmica no período pré-Grammy. Enquanto todos os indicados a essa mesma categoria, homens, foram convidados a realizarem performances solo, em apoio aos trabalhos indicados, Lorde foi convidada apenas para uma performance em grupo, que serviria como um tributo a Tom Petty. Sem entrar em um acordo com a produção da premiação, Lorde optou em não performar de forma alguma. 

Não colocar a Lorde entre as performances foi um erro? O produtor do Grammy, Ken Ehrlich, disse não saber: “Esses shows são feitos de escolhas. Nós temos uma caixa e ela fica cheia. Ela fez um ótimo álbum. Não há como arrumar espaço para todos”

Não há como arrumar espaço para a única mulher indicada em Álbum do Ano, mas há como arrumar espaço para performances de quem nem estava indicado. Um pouco controverso, não?



Homens culpabilizando mulheres por não conseguirem espaço na indústria? Não dá pra dizer que estamos chocados. 

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