As 10 melhores atuações do cinema em 2021


O Cinematofagia está cada vez mais próximo de publicar a lista com os melhores filmes de 2021, mas antes vamos celebrar as 10 melhores atuações do ano (todas as listas de melhores de 2021 aqui).

De vencedoras da temporada a estreias inacreditáveis, a lista segue as seguintes regras: não há separação entre papéis protagonistas e coadjuvantes e nem de gênero, tendo como critério de inclusão a estreia do filme em solo tupiniquim dentro do ano ou com o filme chegando à internet sem distribuição no país até o fechamento da lista. Importante pontuar também que, quando são duas performances no mesmo filme, foram colocadas na mesma posição.

Não assistiu a algum dos longas aqui listado? Não se preocupe, pode ler todos os textos que são sem spoilers - e em seguida correr para aclamar essas performances maravilhosas. Quem são os indicados ao Oscar Cinematofagia de "Melhor Atuação" do ano? Você pode conferir abaixo.


#10 Morfydd Clark em "Santa Maud"

A galesa Morfydd Clark ainda está no começo de sua carreira, conseguindo papéis coadjuvantes em "Orgulho e Preconceito e Zumbis" (2016) e "Predadores Assassinos" (2019), finalmente conseguindo o merecido destaque em "Santa Maud". Vivendo uma enfermeira que, após um colapso, se converte para o (ultra) cristianismo, Clark é brilhante em compor a psicótica Maud e sua insana missão de salvar a alma de sua paciente, indo do céu ao inferno num piscar de olhos.

#9 Riley Keough & Taylour Paige em "Zola"

Enquanto Riley Keough já possui uma carreira solidificada - inclusive aparecendo na minha lista de melhores atuações de 2020 com "O Chalé", parabéns pela dobradinha -, Taylour Paige só havia conseguido pequenas pontas na tevê, cinema e videoclipes, e é difícil imaginar alguém melhor para ser Zola, a stripper que quebrou a internet com sua saga de 148 tweets em 2015. A dupla, um yin-yang perfeito, se completa na condução desse épico disfuncional e feminista.

#8 Nicolas Cage em "Pig: A Vingança"

Uma das trends da Hollywood moderna é a ressureição de carreiras que eram dadas como mortas ou nunca levadas à sério. Quer exemplos? Michael Keaton com "Birdman" (2014), Steve Carell com "Foxcatcher" (2014) e Adam Sandler com "Joias Brutas" (2019). Cada um desses filmes catapultaram os respectivos atores para o panteão de nomes a serem seguidos, e "Pig" é a redenção de Nicolas Cage. A diferença é que Cage já viveu o apogeu, vencendo o Oscar por "Despedida em Las Vegas" (1995) e destruindo sua imagem com péssimos filmes e atuações medíocres. Engraçado como ele entrega uma das melhores atuações de sua vida como um homem que só quer resgatar sua porca a todo custo.

#7 Frances McDormand em "Nomadland"

Meryl Streep é sempre consagrada como a melhor atriz da geração, mas Frances McDormand está nada atrás. Ambas, inclusive, venceram a mesma quantidade de Oscars nas categorias de atuação, com McDormand dominando o coração da Academia nos últimos anos. Apesar de não ter sido minha favorita na categoria de "Melhor Atriz" em 2021 (ela aparecerá mais à frente), McDormand continua impecável como Fern, uma nômade que vive em uma van e tenta sobreviver aos EUA em época de recessão. Servindo, também, como produtora do longa (que lhe deu um quarto Oscar), Frances demonstra sua versatilidade e esperteza em escolher mulheres complexas para representar na tela.

#6 Benedict Cumberbatch em "Ataque dos Cães"

Um ator que sempre figura nas listas de queridinhos do público é Benedict Cumberbatch. Alguns, inclusive, acham que ele deveria ter vencido o Oscar em 2014 por "O Jogo da Imitação" (coragem). Ao contrário da maioria, Cumberbatch nunca foi um ato do meu agrado, mas "Ataque dos Cães" me fez entrar no hype. O melhor elemento de todo o filme, Cumberbatch (que é inglês) mastiga um sotaque perfeito norte-americano caipira como um macho-alfa desprezível que esconde segredos para a fachada que emprega.

#5 Lady Gaga & Jared Leto em "Casa Gucci"

Dois Oscars winners juntos fazem magia. Aliás, quase todo o cast principal de "Casa Gucci" é vencedor do careca dourado e não decepciona, porém, Lady Gaga e Jared Leto roubam a cena. "Casa Gucci" é como aqueles filmes hollywoodianos na Era de Ouro que se passam em "terras estrangeiras": caricato e melodramático da melhor forma, com Gaga e Leto encabeçando o exagero. Podem, para alguns, ultrapassar o limite, mas os dois estão imperdíveis nesse universo camp que reúne remixes de clássicos e roupas de luxo, tornando-se um "O Poderoso Chefão" gay.

#4 Olivia Colman em "A Filha Perdida"

Junto com Meryl e McDormand, Olivia Colman também faz parte da elite de atuação moderna. Já tendo vencido o Oscar pela genial (e louca) rainha de "A Favorita" (2018), Colman mira em mais uma performance para arrebatar louvores com "A Filha Perdida". É difícil falar sobre sua personagem sem revelar as inúmeras camadas obscuras que a constroem, todavia, Colman traz uma das mães mais complexas do cinema nos últimos anos sem perder um mísero momento no filme de estreia de Maggie Gyllenhaal, que desglamouriza a maternidade de maneira sincera (até demais).

#3 Carey Mulligan em "Bela Vingança"

Carey Mulligan já habitava no meu radar há uma década, desde seu fantástico 2011 com "Drive" e "Shame", e finalmente teve o reconhecimento que merece com "Bela Vingança". Certo, ela não levou o Oscar (mas deveria), no entanto, sua garçonete que abandona tudo em busca de vingança pela amiga morta é uma viagem sensacional que reflete com maestria as desgraças que toda mulher está suscetível em uma sociedade afogada na cultura do estupro. Nada fácil de ser engolido, mesmo com tanta cor, Mulligan eleva "Bela Vingança" para patamares de excepcional.

#2 Anthony Hopkins em "Meu Pai"

Anthony Hopkins tem seu nome cravado na história do Cinema como um monstro, porém, entregar uma das melhores atuações de todos os tempos com mais de 80 anos é um feito sem precedentes. Levando seu segundo Oscar quase 30 anos depois do primeiro - com "O Silêncio dos Inocentes" (1991) - e se tornando o ator mais velho a receber a estátua de "Melhor Ator", a maior conquista de Hopkins com "Meu Pai" é entregar a melhor performance de uma pessoa que sofre com doenças mentais já feita na Sétima Arte. Tão impressionante quanto dolorido.

#1 Agathe Rousselle & Vincent Lindon em "Titânio"

Se houvesse justiça nesse mundo, Agathe Rousselle e Vincent Lindon estariam sendo celebrados como merecem. "Titânio" é o filme mais complexo e desafiador de 2021, e seus personagens são partes fundamentais da construção daquele mundo tão estranho, carregado por ambos como se não estivesse fazendo esforço. Duas das mais magistrais entregas de todos os tempos, Rousselle e Lindon entregam seus corpos nesse body horror bizarro e são as âncoras que não deixam todo o carnaval de loucuras sair do chão do verossímil. Absurdamente irretocáveis.

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As 10 melhores fotografias do cinema em 2021


Para abrir as listas de "Melhores de 2021" aqui no Cinematogafia (ainda teremos as melhores atuações e, claro, os melhores filmes), aqui estão as 10 melhores fotografias do ano, aquelas que nos fizeram falar "dá o Oscar para esse enquadramento". Mas antes de tudo, o que é fotografia?

A fotografia - ou cinematografia, no jargão técnico mais apropriado - é o termo que mais sofre quando alguém elogia o "visual" do filme. Ao contrário do que se pode presumir, a fotografia não é necessariamente tudo o que está na tela, tudo o que podemos ver; ela é a "impressão" do roteiro, ou seja, os enquadramentos, movimento de câmera, uso de filtros, manipulação de cores, exposição de luz e afins.

Quando alguém solta um "olha a paleta de cores maravilhosa desse filme!", muitas vezes ele não está falando da fotografia, e sim do design de produção - a chamada "direção de arte", que compõe todo o aparato físico que está no ecrã. As cores, parte visual mais emblemática, entra tanto na fotografia - pelo trabalho do colorista - como na direção de arte - no trabalho do cenógrafo - e nos figurinos - no trabalho do figurinista. São departamentos distintos e realizados por profissionais diferentes; é a união de todos que fazem um filme ser "bonito" (ou não, caso propositalmente).

Então, o que a lista está julgando, basicamente, é o trabalho de câmera juntamente com a colorização das películas. O critério de inclusão dos citados é o de sempre: ter estreado nacionalmente (em salas comercias, festivais ou plataformas de stream) em 2021 ou ter chegado à internet sem data de lançamento previsto. Preparado para fazer a linha cult na próxima roda de amigos e falar das fotografias mais estonteantes do cinema em 2021? Aqui as 10 melhores pelo Cinematofagia (sem ordem de preferência):


Ovelha (Lamb)

Cinematofragia por: Eli Arenson. Coloração por: Eggert Baldvinsson.

O selecionado da Islândia para o Oscar 2022, "Ovelha" é uma fantasia com toques de terror que necessitava de uma atmosfera ideal para o desenvolvimento de sua estranha história, e a cinematografia da fita é elemento fundamental para seu sucesso. Não é tão difícil assim conseguir um filme visualmente incrível na Islândia - é só apontar a câmera para qualquer lugar do país que é garantia de imagens belíssimas -, mas "Ovelha" sabe utilizar a natureza como elemento dramático, afinal, como bem informa o roteiro, a natureza é maior mãe que existe.

Spencer (idem)

Cinematografia por: Claire Mathon. Coloração por: Peter Bernaers.

De maneira inesperada, "Spencer" é um dos filmes mais "divisivos" de 2021: enquanto o consenso da crítica é de puro deleite, o público em geral não gostou tanto assim da obra. Um elemento, no entanto, é regra: a forma como a história de aprisionamento de Lady Di é filmada com maestria. Com cores escolhidas a dedo e enquadramentos que evidenciam o estado mental da protagonista, somos catapultados para uma década de 90 cheia de glamour e solidão, como se o que está passando diante dos nossos olhos fosse uma memória que, por mais afeto injetemos, não consegue esconder sua melancolia.


O Cavaleiro Verde (The Green Knight)

Cinematografia por: Andrew Droz Palermo. Coloração por: Alastor Arnold.

Dirigido por David Lowery, mesma cabeça pro trás de "Sombras da Vida" - uma das melhores cinematografias do século -, "O Cavaleiro Verde" não tinha como decepcionar. Lowery gosta de utilizar a lente para desenvolver um universo quase paralelo, como se suas histórias não se passassem na nossa realidade, e a epopeia de "O Cavaleiro Verde" busca ser um filme feito como se fosse uma obra fidedigna dos contos fantásticos medievais, abusando de enquadramentos que evocam magia e encantamento. Todos os momentos em que o personagem do título está na tela é um show.


If I Can't Have Love I Want Power (idem)

Cinematografia por: Petra Diensbirova. Coloração por: Bryan Smaller.

O filme que acompanhou o lançamento do quarto álbum de estúdio da norte-americana Halsey, "If I Can't Have Love I Want Power" é uma extravagância imagética que não economiza na grandiosidade de suas imagens. Seguindo uma rainha que abdica de tudo em busca de poder, Halsey foi caprichosa em extrapolar a narrativa do disco com cenas encharcadas de simbolismos que vão muito além de composições visualmente bonitas - são poderosíssimas.


Nomadland (idem)

Cinematografia por: Joshua James Richards. Coloração por: Élodie Ichter.

Aquele que deveria ter vencido o Oscar de "Melhor Fotografia" (desculpa, "Mank"), "Nomadland" arrebatou a todos (e o careca dourado de "Melhor Filme") com a simplicidade em que escancarou as mazelas do capitalismo norte-americano na contemporaneidade. Fotografado pelo parceiro da diretora e oscariada Chloé Zhao, Joshua James Richards, essa mistura de road movie com cinema de denúncia contrasta suas temáticas com cenas de tirar o fôlego, capturadas com uma falsa calmaria: tua soa muito simplista, mas carrega camadas que exprimem a luta de seus personagens ao tentarem sobreviverem àqueles ambientes.


Santa Maud (Saint Maud)

Cinematografia por: Ben Fordesman.

Filmes de terror com viés religioso são um dos meus fracos, principalmente quando fotografados da maneira correta (dá vontade, "A Freira"?). "Santa Maud" é um dos exemplos de louvor. Uma enfermeira, após um acidente fatal, se converte para o cristianismo com certo... radicalismo. Sua missão na terra é salvar a vida (e a alma) de sua nova paciente, custe o que custar. Ben Fordesman (fotógrafo do maravilhoso curta musical "M3LL155X" de FKA Twigs) vai a fundo na "decreptação" do mundo de Maud, extinguindo qualquer tom de cor alegre e afundando a história em imagens lúgubres que estão mais perto do inferno do que qualquer paraíso.


O Santo Desconhecido (The Unknown Saint)

Cinematografia por: Amine Berrada. Coloração por: Laurent Navarri.

Essa pequena joia do cinema marroquino não teve o apreço que merece aqui em terras brasileiras, e espero agora mudar essa realidade. "O Santo Desconhecido" narra o conto de um ladrão que enterra seu roubo no alto de uma colina. Ao sair da prisão tempos depois, ele volta para finalmente resgatar seu tesouro, só para descobrir que o local virou santuário intocável de um santo criado por um vilarejo. Recheado de planos abertos lindos de morrer, o árido norte da África é filmado com paixão e traduz imageticamente o misticismo (e pura comédia) de um povo apegado às tradições.


Duna: Parte 1 (Dune: Part One)

Cinematografia por: Greig Fraser. Coloração por: David Cole.

Um dos projetos mais ambiciosos do século, "Duna" comprova que Denis Villeneuve entrou na ficção-científica (depois de "A Chegada" e "Blade Runner 2049") e não sairá mais dela. Elogiar os aspectos visuais do filme é chover no molhado: efeitos especiais incríveis, figurinos irretocáveis e uma fotografia perfeita compensam qualquer defeito que podemos encontrar no filme como um todo. Villeneuve e Greig Fraser foram assertivos na criação desse mundo distópico que se consolida como um épico (ao menos no trato do ecrã). Oscars virão.


A Morte de Dois Amantes (The Killing of Two Lovers)

Cinematografia por: Oscar Ignacio Jiménez. Coloração por: Drew Tekulve.

Fincando no interior dos EUA, "A Morte de Dois Amantes" é o suprassumo do cinema indie. Um casal em crise decide dar um tempo. A regra é: cada um pode se envolver com outras pessoas, sem ressentimento. A regra é bem seguida pela esposa; já para o marido, ver a amada conseguindo seguir a vida sem ele é uma tortura. O longa se passa através do ponto de vista do marido, que vê seu relacionamento ruir impotentemente, e as imagens da fita são a combinação ideal para a destruição psicológica do fim de um romance - aqui, levado para extremos perigosos demais.


Luz Eterna (Lux Æterna)

Cinematografia por: Benoît Debie. Coloração por: Marc Boucrot.

Parceiro de cinematografia de Gaspar Noé, Benoît Debie sabe, desde "Irreversível", como o diretor é quase um ditador ao tratar suas imagens com o maior choque possível. Depois da festa mais caótica de todos os tempos com "Clímax", Debie vai ainda mais longe no média-metragem "Luz Eterna": são múltiplos trabalhos de câmera, que muitas vezes são colocados lado a lado na tela mostrando pontos de vistas diferentes do inferno que é a filmagem de uma obra. Um filme dentro do filme, "Luz Eterna" é ousado e desconcertante ao querer provar que o pandemônio não é sua história de bruxas high-fashions prestes a serem queimadas na fogueira, são os bastidores.

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It Avisa: Britney Spears tá livre, leve e trabalhando em música nova

Linda, Livre, Leve & Solta™, Britney Spears fez uma publicação no Instagram na última quarta-feira (22) para se autocelebrar – com todas as razões para isso – e mandar alguns recados bem diretos para sua família e um recado um tanto... auspicioso para seus seguidores. 

É que no vídeo publicado, a artista apareceu cantando uma música desconhecida em frente a um espelho e os fãs já sugerem ser uma música nova - mas calma que a gente já fala disso.

 

A lenda não tem medo de esculachar nos vocais, servindo o suficiente para passarmos o fim de ano de barriga cheia. Hummm, que sabor heim? 😋 

Em tom de desabafo, a cantora recorda algumas conquistas de sua influente e premiada carreira e não se deixa diminuir pelas circunstâncias que a mantiveram sob tutela do pai, Jamie Spears, por quase quatorze anos. Ela sabe que o mundo é dela e só quer nos lembrar!

“Acabei de perceber isso hoje, pessoal. Depois do que minha família tentou fazer comigo três anos atrás, eu precisava ser minha própria líder de torcida. Deus sabe que eles não eram [pessoas que torciam por mim]. Então acabei de ler sobre mim mesmo e descobri o seguinte: O ícone pop multi-platinado e vencedor do Grammy, Britney Spears é uma das mais bem-sucedidas e celebradas artistas da história do pop, com quase 100 milhões de discos vendidos em todo o mundo.” 

Britney continua, listando recordes de vendas e números expressivos de tempo de reprodução nas rádios e downloads de suas canções e deixa claro: 

 “Não, eu não estou tentando me inscrever para nada. Estou lembrando a mim mesma e ao mundo quem eu sou! Sim, eu serei minha própria líder de torcida. Por quê? Estou aqui para lembrar minha família branca “elegante” que não esqueci o que eles fizeram comigo e nunca vou esquecer!” 

A princesa do pop conclui com uma mensagem tão clara quanto misteriosa: 

 “Ps: música nova a caminho. Vou deixar vocês entenderem o que eu quero dizer...” 

 It Pop, avisa pro Jamie Spears pagar os próprios advogados dessa vez por que a Britney tá SOLTÍSSIMA! 🗣️

Alice Glass toma o papel de seu agressor em “Fair Game”; assista o vídeo

Prestes a lançar seu aguardado álbum de estreia, a cantora e compositora Alice Glass – por um tempo conhecida como vocalista do Crystal Castles – compartilhou uma nova faixa e vídeo para divulgação do seu primeiro projeto solo desde o seu EP autointitulado "Alice Glass" de 2017. O álbum PREY//IV deve chegar completo dentro de algumas semanas. 

O single lançado na última quarta (08), Fair Game, nos arremessa de volta para a sonoridade de sintetizadores sombrios e sujos que popularizou a voz distorcida e repleta de emoção da cantora em seus trabalhos anteriores. Na nova faixa, Glass canta da perspectiva de seu agressor nos versos envenenados da canção:

“Você estragou tudo para nós / Todo mundo ri pelas suas costas / Onde você estaria sem mim?”

A cantora confessa que hoje dança e sorri com a música, mas não foi assim no começo:

“’Fair Game’ foi catártico para mim, mas também muito difícil. Eu a escrevi há anos atrás, mas não consegui escutar novamente até recentemente. É uma música feita de frases reais que foram usadas em repetição para me manipular, me manter intencionalmente confusa e enfraquecida. Naqueles momentos, estava completamente convencida de que representavam fatos inegáveis. Olhando para trás, essas palavras agora parecem frágeis e estão obviamente escondendo sentimentos de outra pessoa, alguém cujo único poder está em ferir os outros.”

Alice deseja que outras pessoas possam aprender com ela através de sua música:

“Espero poder ajudar qualquer pessoa que ouça minha música a reconhecer as bandeiras vermelhas de relacionamentos abusivos antes que evoluam para algo pior, que se torna tão profundo que pode transformá-lo.”

Após trabalhar com nossa brasileiríssima Pabllo Vittar, a hyperpopper Dorian Electra, e até com outra Alice, a chinesa Alice Longyu Gao; a talentosa, brutal e electro-pop Alice Glass está pronta para nos servir – ou nós servimos a ela? – seu “PREY//IV”. O disco foi produzido por Jupiter Keys, ex integrante do Health. O trabalho será lançado pela Eating Glass Records, selo da própria artista, em 28 de Janeiro e contará com as já lançadas "Baby Teeth", "Suffer and Swallow" e "I Trusted You". Confira a tracklist e o vídeo para a música "Baby Teeth", onde a artista aparece como personagem de um videogame sangrento e assustador.

PREY//IV:

  1. Prey
  2. Pinned Beneath Limbs
  3. Love Is Violence
  4. Baby Teeth
  5. Everybody Else
  6. The Hunted
  7. Fair Game
  8. Witch Hunt
  9. Suffer and Swallow
  10. Suffer In Peace
  11. Animosity
  12. I Trusted You
  13. Sorrow Ends

Alice Glass incentivou os fãs a fazerem stream de suas músicas solo, por conta de boicote nos pagamentos de royalty das músicas de sua ex-banda Crystal Castles.

"Crystal Castles era. Alice Glass é."

E se ela disse, teje dito! STREAM ALICE GLASS.

Crítica: com Gaga, roupas de luxo e remix de "I Feel Love”, “Casa Gucci” é um "Poderoso Chefão” gay


Vou começar essa crítica apontando algo que já devo ter apontado em algum(ns) texto(s) dessa presente coluna: não aguento mais cinebiografias. O subgênero (vou chamar assim, mesmo não tão correto) está mais do que saturado em Hollywood - felizmente, a Academia está começando a diminuir o montante de premiações para papéis biográficos - se olharmos para as últimas cinco edições nas quatro categorias de atuação, sete atores levaram um Oscar interpretando algum personagem real - fora os inúmeros indicados. Papéis criados do zero deveriam ser mais bem vistos, a meu ver.

Esse rant é, também, devido aos rumos que o Oscar 2022 se encaminha, apontando mais papéis biográficos nos postos mais altos. Por isso que fui assistir "Casa Gucci" (House of Gucci), do lendário Ridley Scott (diretor de ""Alien: o Oitavo Passageiro", 1979, "Blade Runner", 1982, "Thelma & Louise", 1991, "Gladiador", 2000, e tantos outros clássicos), com um pé atrás.

Outro elemento que garantiu esse pé bem fincado no chão foi a maneira que o filme se vendeu desde o início de sua campanha: o foco era pesadíssimo em cima do elenco, pipocando na tela como todos são Oscar winners e nominees. Claro, isso é um chamariz mais do que efetivo, porém, muitas vezes a estratégia é utilizada para dar luz (e esconder) o óbvio: o que há de bom no filme é seus atores, não o filme em si.


E sim, "Casa Gucci" é mais uma cinebiografia hollywoodiana. O longa conta como a vida da família Gucci foi mudada com o casamento de Maurizio (Adam Driver), o herdeiro do império, com Patrizia Reggiani (Lady Gaga). Ele, no alto do mundo da moda, conhece a filha de um caminheiro em uma festa, recebendo imediata reprovação de Rodolfo (Jeremy Irons), pai de Maurizio, no melhor estilo "o princeso e a plebeia". Ela entende nada de arte, um alerta vermelho para quem habita um dos países com maior apreço pela sua carga cultural do planeta. É claro que ela não pertence àquele universo.

Extremamente ambiciosa, Patrizia se desdobra pra conseguir Maurizio - o início do relacionamento pende bastante para o lado econômico, como se ela estivesse mais interessada na fortuna do pretendente do que nele em si, todavia, o desenrolar dos acontecimentos mostram que sim, Patrizia quer a etiqueta "Gucci" em sua vida, mas também ama Maurizio. E falando no primeiro ato, ele talvez seja o mais irregular da película. Há uma falta de polimento na montagem, com alguns acontecimentos sendo cortados mais cedo do que deveriam (e estamos falando de um filme de 157 minutos), o que pode atrapalhar a imersão de alguns espectadores (apesar de notar as falhas, não foi o caso comigo). Soa como se Maurizio tivesse se apaixonado pela mulher fácil demais.

Rapidamente os dois se casam e então "Casa Gucci" começa de fato. Patrizia conseguiu. Porém, Maurizio tem interesse nenhum em se associar com a marca, controlada por seu pai e Aldo (Al Pacino) - do outro lado, há Paolo (Jared Leto), o filho "idiota e inútil" (esses adjetivos são repetidos inúmeras vezes) de Aldo que almeja levar a empresa para rumos mais, digamos, excêntricos. A Gucci é rapidamente vista como um tabuleiro em que cada peça toma cuidado para dar a próxima jogada.

O filme transita por dois estilos: o melodrama e a sátira, ou seja, é uma obra muito camp. A decisão de Scott neste determinado aspecto mostra que a produção estava ciente do divisor de opiniões que seria a fita - ao invés de focar em um dramão classudo com cara de Oscar - à la "Spencer" (2021), "Casa Gucci" quer transformar sua história em um espetáculo, uma escolha arriscada, e isso se comprova do consenso dividido por parte da crítica: uns amaram e outros acharam irregular.


O ritmo do filme é uma montanha-russa que não dá aviso prévio de quando vai subir lentamente pelo dramalhão e quando vai despencar na comédia - e há momentos realmente hilários, o que surpreende: como uma história sobre jogos de poder, ganância, poder, traição e assassinato pode ser tão leve? Não consigo negar que há algumas moedas de dois lados enormes dentro da exibição, e a maior delas é, com certeza, o personagem de Jared Leto.

Vi em threads no Twitter algumas análises entre os personagens vs. as pessoas reais, e muito foi falado como o Paolo Gucci de Leto tinha nada a ver com o real herdeiro, o que, pelo menos fisicamente, é um fato. Leto está soterrado em maquiagem (alguém aí quer o Oscar da categoria), e Scott empurra o personagem ao máximo, transformando-o em uma caricatura. Já li muito como alguns acharam Paolo o elemento dissonante do longa, contudo, cada momento em que Leto estava na tela era um frescor para mim. Sim, é demasiado e não há tentativas de esconder o peso das escolhas ao redor do personagem, mas é exatamente aí que habitam os dois lados da mesma moeda.

Paolo pode não ser o destaque do roteiro, mas resume muito bem o que é "Casa Gucci": é como um filme da Era de Ouro de Hollywood que se passa em um país ou com uma cultura ~estrangeira: os filmes de Humphrey Bogart, intrigas internacionais com cenários "exóticos" de Alfred Hitchcock ou homenagens à nouvelle vague. Os sotaques que não existem real motivo para existirem (os personagens são italianos, por que falam em inglês?), o exagero de características, tudo é muito nostálgico e delicioso nesse pacote assumidamente cafona (mesmo vestindo roupas de grife).

E falando nos sotaques, um rápido debate. Com tantos graduados em linguística e fonética que surgiram na internet desde o primeiro trailer da obra, muito foi falado sobre os sotaques utilizados, principalmente o de Lady Gaga: ele já foi chamado de russo, alemão, ucraniano e todas as nacionalidades possíveis para apontar como não soava italiano. É só assistir a qualquer vídeo da real Patrizia falando que vemos que o sotaque está igual, porém, não é esse o debate que quero levantar, e sim o seguinte: qual a necessidade absoluta de um filme de ficção ter que ser violentamente igual ao real? Isso não é um documentário, é uma obra fictícia baseada em acontecimentos reais, ou seja, não há qualquer contrato assinado sobre a veracidade. Se tratando de cinebiografias então, a cobrança é ainda maior. Temos que abrir mão desse apego ao real quando o cinema é uma REPRESENTAÇÃO do real - e muitas vezes nem do real é.


Se não bastasse a diversão que é a sessão, ainda temos uma porrada de atuações antológicas. Todos os cinco que compõe o elenco principal merecem uma chuva de elogios (e prêmios), com destaque, evidentemente, à Lady Gaga. Se ela encontrou sucesso com "Nasce Uma Estrela" (2018), em "Casa Gucci" ela rasga o ecrã e carrega o filme nas costas - até nos momentos em que Patrizia não está na tela desejamos que ela retorne o mais rápido possível. Gaga, que cambaleou no início de sua carreira como atriz (não esqueço o Globo de Ouro comprado por "American Horror Story: Hotel", 2015) está consolidada como uma atriz de alto escalação. Conseguir roubar a cena contracenando com AL PACINO (que está irretocável) é prova mais que resoluta de sua competência.

Algo que ficou pairando no ar foi: qual foi a motivação da existência da personagem de Salma Hayek dentro do texto? O letreiro no final informa que sua personagem foi condenada pelo assassinato de Maurizio, entretanto, fiquei em dúvida se realmente existiu essa pessoa. Existindo ou não, a Pina de Salma é bastante descartável - não em termos de atuação, e sim de peso narrativo. Se ela fosse cortada, nada mudaria no enredo, e soa cômico (no mal sentido da palavra) ver a vidente e feiticeira (?) ajudando a cada vez mais tresloucada Patrizia na sua jornada rumo à loucura. Em algumas passagens, pareceu como se Pina existisse apenas na cabeça de Patrizia, ou seja, não precisava estar ali.

De longe, a maior glória de "Casa Gucci" é um feito raramente conseguido por cinebiografias: tudo o que se passou fora do que está na tela é irrelevante. Você não precisa conhecer os personagens, nem suas histórias, nem seus desfechos antes de sentar diante do filme, uma falha recorrente dentro do subgênero. O desenvolvimento de seus personagens, principalmente se tratando de várias jogadas que mudam os rumos de todos, é inteiramente construído no ato fílmico, e você consegue entender perfeitamente as motivações e impactos de cada um, o que foi um alívio tremendo - receava que a fita fosse um "O Irlandês" (2019)

É até estranho colocar tais palavras juntas, mas "Casa Gucci" é um "O Poderoso Chefão" (1972) gay. Intrigas familiares com carregados sotaques italianos, mas adicionando roupas de luxo, remix de "I Feel Love", e, claro, Lady Gaga em cima de saltos agulha e casacos de pele se vingando do marido infiel? Mais queer impossível. O impacto cultural do longa é comprovado no momento em que quase toda a sala do cinema fez o sinal da cruz durante a já icônica fala "Em nome do pai, do filho e da Casa Gucci", e isso vale muito mais do que qualquer prêmio por aí.

O nome dela é Signora Gucci, obrigado.

Especial Lollapalooza: 5 motivos para não perder o show da Miley Cyrus no festival


Nesta terça-feira (23), Miley completa 29 anos, confirmando, simultaneamente, que é uma das maiores roqueiras da atualidade e que o “Retorno de Saturno” não é uma mera viagem mental da astrologia, já que, após um algumas “eras” de incertezas, a cantora parece realmente ter encontrado seu caminho dentro da música, atingindo um alinhamento estável entre carreira, personalidade, propósito e identidade artística.

Dentre as incontáveis realizações dessa sagitariana, também conhecida como a maior ativista do movimento #freeBritney – que aliás, também é sagitariana – está a confirmação de que a ex-Hannah Montana será headliner no Lollapalooza Brazuca de 2022, conquista que veio acompanhada de muita alegria e desespero para os smilers brasileiros. Alegria pelo show e desespero por viver em um país em recessão e não ter dinheiro para comprar os ingressos! Kkkkrying. 


– Interrompemos nossa programação para um esclarecimento oficial urgente –

“Querido Lolla, só para deixar claro, sabemos que qualquer culpa nesse sentido tem origem única e exclusivamente no desgoverno atual, não guardando qualquer relação com a organização do evento. Atenciosamente, redação.

– Retornamos agora com a nossa programação oficial –

Brincadeiras à parte, o fato é que tanto o aniversário quanto a conquista da nossa ex-Disney merecem sua devida celebração e, por isso, o It resolveu listar 7 things 5 motivos para você ir conferir a apresentação da loirinha ao vivo no dia 26 de março, lá em Interlagos! 


1. Mother's Daughter - Tinderbox Festival

Em 2019, a nossa “filhinha da mamãe” lançou o EP “She Is Coming”, que, originalmente, seria apenas o primeiro de uma trilogia de EP’s, que, reunidos, formariam o seu então próximo álbum de estúdio, “She Is Miley Cyrus”, projeto que acabou sendo engavetado. 

Contudo, apesar do cancelamento do álbum, o primeiro EP foi devidamente lançado, contendo seis faixas, dentre as quais, “Mother’s Daughter”, que conta com esse registro oficial no canal da Miley no YouTube, gravado no Tinderbox Festival, um festival da Dinamarca, e que conta inclusive com uma participação da famosa Mother Cyrus no palco.

Swish swish, motherfucker!

2. We Can’t Stop (feat. Charli XCX) – Radio 1’s Big Weekend

Ainda em 2019, no período pré-pandemia, Miley se apresentou também no Radio 1’s Big Weekend, que acontece no Reino Unido, e para a performance de um de seus maiores sucessos, convidou ninguém menos que a rainha da PC Music, Charli XCX


3. Party In The USA – Glastonbury

Geograficamente falando, o “Glastonbury” é uma Party In The UK, mas tudo bem, até porque também não estamos no USA e queremos cantar essa no Lolla Tupiniquim, principalmente se for nessa versão mais badass!

O Caio do BBB assim nesse momento...

4. Heart Of Glass - iHeart Festival

Essa aqui dispensa comentários, né? 

E apesar de também amar a versão original da Blondie, o fato que é que esse meme vem se tornando cada vez mais real! 

5. Miley Cyrus – Super Bowl #TikTokTailgate FULL performance 

E para encerrar, temos não apenas uma música, mas um setlist inteiro, com 20 músicas, incluindo “Prisoner”, “The Climb”, “Wrecking Ball” e alguns covers já conhecidos como o de “Jolene”, da Dolly Parton, e “Head Like a Hole”, do Nine Inch Nails, utilizado no episódio da cantora para a série “Black Mirror”, dentre outros. 

Trata-se do pré-show realizado pela cantora, em parceria com o TikTok, para o Super Bowl desse ano, e que foi performado para 7.500 profissionais da linha de frente no combate a pandemia de Covid-19. 

Parabéns Miley! Graças a você...

Cinquenta tons de Red: Taylor relança o queridinho da fanbase. Saiba os 5 motivos pelos quais o It AMA esse disco

 

Nove anos depois de lançar um de seus discos mais queridinhos pela crítica e da fanbase, Taylor Swift deu fim à ansiedade de meses e lançou hoje, 12, a regravação do Red - seu grande álbum de término. 

A “Taylor’s Version” do Vermelhinho estava rodeada de expectativas desde que foi anunciada. Isso porque já era sabido que o relançamento viria acompanhado de 9 faixas bônus (ou “From The Vault”), incluindo feats com Phoebe Bridgers, Ed Sheeran e Chris Stapleton, além da versão original de 10 minutos da apoteótica All Too Well. Isso tudo, claro, conduzido - ou narrado - pela voz mais madura e orgânica de uma Taylor hoje com 32 anos.

Talvez você esteja se perguntando agora: por que toda essa comoção em cima de um disco de quase uma década atrás? Bom, pra aproveitar todo o hype em cima do relançamento desse verdadeiro hinário, reunimos os cinco principais motivos pelos quais AMAMOS o Red. E porque vamos tacar MUITO stream na lenda. 

1) Temática do disco

Tematicamente falando, Red pode ser considerado um dos discos mais coesos de Taylor. Irônico falar isso de um disco que mescla pop e country? Talvez, a gente vai chegar lá! 

É que o fio condutor do quarto disco de estúdio de Swift é o amor. Mas diferentemente do idealizado Lover, aqui Taylor transborda em suas faixas todas as fases de uma paixão, principalmente a pior delas: o término. Tem espaço para tudo: de encontros fugazes e surpreendentemente apaixonantes, como em "State Of Grace", passando pela culpa por se entregar a alguém que você sabia que era roubada (olá, "I Knew You Were Trouble"), à certeza de que um amor intenso acabou e que agora você está na merd*: pode entrar, "The Moment I Knew".

Essa é a grande beleza de Red: Taylor narra a parte dolorosa do amor. Um amor nu, cru e incrivelmente universal. Porque, na maior parte do tempo, sempre estaremos lidando com uma de suas faces. Seja a boa e gostosa ou a ruim e dolorida. 

2) Misto de country e pop

Não é novidade que Red também marcou uma fase de transição de Tay de uma sonoridade country, que a fez ser conhecida mundialmente, a beats e produções mais pop, que seriam exploradas mais a fundo no sucessor oitentista 1989. 

Quando se fala em Taylor Swift, as opiniões geralmente se dividem em duas: há quem prefira a fase country da mocinha e há os que foram conquistados por suas eras pop. Em Red, Swift entrega o melhor dos dois mundos. 

O mais interessante de tudo isso é que, na maior parte do disco, as faixas country se alternam com outras mais voltadas ao pop. Algumas delas, como "State Of Grace", "I Knew You Were Trouble" e "22", soaram completamente novas para o público, que as abraçou completamente. Já outras, como "Treacherous", "Begin Again" e "Girl At Home" não nos deixam esquecer os motivos pelos quais a artista conquistou tamanho respeito e aclamação no seu nicho original.

3) Composições

O grande ponto alto do Red está em suas composições. Ao longo das 19 músicas da versão original do LP, Taylor consegue transplantar todos os seus pensamentos, dores e mágoas às letras, que são sinceras, honestas e algumas até antológicas. A grande inspiração pra tanto hino foi o relacionamento da hitmaker de Cardigan com o ator Jake Gyllenhaal, que aconteceu entre 2010 e 2011.

Ouvir o Red e prestar atenção em cada letra é uma experiência bem interessante. Cada música não só narra só sentimentos e vivências, mas as conta como histórias com riqueza de detalhes. E por mais que, nesse sentido, ela sempre tenha nos entregado o melhor (antes e depois do Red), foi aqui que ela concretizou seu nome como uma das maiores da geração. 

4) All Too Well!!!!

Se você nunca sentiu um aperto no peito ouvindo essa, você ouviu errado. "All Too Well" não só se destaca como a melhor música do Red - lírica e sonoramente falando - como também é considerada pela crítica como uma das melhores da carreira de Taylor. É o caso do NME e até da Pitchfork, que chata como é colocou a canção no top 60 de melhores da década passada (é a única música de Taylor no ranking).

Não é para menos. "All Too Well" desenha uma linha do tempo de um relacionamento, do início ao fim. É de fato uma das melhores composições de Taylor, narrando cenários, ambientes, olhares e sensações, além de uma grande intensidade de sentimentos que se confundem no meio da história. A produção também entrega, dando um ritmo progressivo e, do meio para o final, até mesmo explosivo. É aquela música em que ninguém, nem mesmo os haters, pode botar defeito. E um dos principais motivos pelos quais amamos o Red!

5) O impacto da era

As eras Fearless e Speak Now foram grandes sucessos e catapultaram o nome de Taylor no mercado da música. Mas o flerte de Taylor com o pop de Red foi o que firmou seu nome como uma A list mundialmente. Foi com o lead single "We're Never Ever Getting Back Together" que Tay conquistou seu primeiro #1 na Billboard Hot 100. O smash hit "I Knew You Were Trouble" não teve o mesmo destino, mas morou em #2 na principal parada americana e também na britânica, garantindo top 20 nos charts de final de ano de ambos os países em 2013. Foi o poder! E a partir disso, nada mais seria como antes na carreira da moça. Vide o estrondoso sucesso de 1989 dois anos depois. 

Red (Taylor's Version) já está entre nós. E se muitos - como eu - duvidavam que essa masterpiece tinha como ficar melhor... Bom, a regravação estreou no agregador de notas Metacritic com 94 fucking pontos após oito críticas postadas. Simplesmente a maior nota de Taylor na plataforma! 

Só resta ouvir pra comprovar que a gata entregou mais uma vez!

Marília Mendonça é eleita Cantora do Ano pelo Prêmio Multishow de Música Brasileira

“Você virou saudade aqui dentro de casa!” Em decisão unânime, o Prêmio Multishow de Música Brasileira cancelou as votações para a categoria de “Melhor Cantora” e anunciou que a vencedora deste ano é a artista Marília Mendonça, que faleceu aos 26 anos num acidente de avião.

Inicialmente partida pelo fã-clube de artistas como Anitta e Luísa Sonza, que também concorriam ao prêmio, a iniciativa foi apoiada por todas as artistas nomeadas na categoria, que também contava com Iza e Ivete Sangalo, e visa homenagear a cantora de sucesso e impacto indiscutível na cena musical brasileira.

Em nota para a imprensa, o Prêmio Multishow classificou a decisão das cantoras como um “gesto de respeito, amor e sororidade”, e prometeram uma homenagem “à altura do brilhante e inesquecível legado” de Marília.

Dona de hits como “Infiel”, “Eu sei de cor” e “Amante não tem lar”, Marília Mendonça lançou recentemente o projeto conjunto “Patroas 35%”, em parceria com a dupla Maiara e Maraísa, anteriormente, já possuía também 3 álbuns ao vivo, 6 EPs e os também colaborativos “Agora é que são elas” e “Patroas”, ambos com Maiara e Maraísa.

Crítica: a natureza é a maior (e mais cruel) mãe no conto de fadas de horror “Ovelha”


Atenção: a crítica contém spoilers.

Existe um quadro na parede do meu quarto que informa bem uma das certezas que possuo; nele há a afirmativa "In A24 we trust", quase um mantra. Se você minimamente acompanha o Cinematofagia, já deve saber que a frase é (quase sempre) lei por aqui. Quando a produtora vai para o terror então, é um dos pilares de sustentação do gênero na modernidade - nem preciso discorrer sobre nomes como "A Bruxa" (2016), "Hereditário" (2018), "Clímax" (2019) e "Midsommar" (2019), certo?

Na corrente década, a A24 já prometeu dois novos terrores para se unirem nessa seleta lista de preciosidades, "Santa Maud" (2020) - que desde janeiro habita na lista de melhores do ano, spoiler alert - e "Ovelha" (Lamb), que acaba de chegar na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. "Ovelha" compartilha várias similaridades entre outras fitas da produtora, que já é elemento fundamental da sua filmografia: é o filme de estreia de Valdimar Jóhannsson, diretor e roteirista islandês. A A24 tem apostado em cineastas estreantes em diversos gêneros, acertando com louvor no terror - "A Bruxa", "Hereditário" e "Santa Maud", por exemplo, foram todos filmes de estreia de seus respectivos diretores, e essa característica diz muito não só na forma como a produtora trabalha (apostando em novos talentos) como também na expertise em selecionar projetos de sucesso.


Ao contrário de todos os citados até agora - e da imensa maioria do portfólio da A24 -, "Ovelha" não é falado em inglês. Inteiramente passado na Islândia, o roteiro abraça a língua do país, e tal ponto faz toda a diferença. Em "Ovelha", María (a ótima Noomi Rapace) e Ingvar (Hilmir Snær Guðnason) são um casal de fazendeiros em uma planície gelada do país. Entre cuidar do plantio e de diversos animais, em especial ovelhas, a vida passa de maneira devagar e pacata, sem grandes acontecimentos. O auge acaba sendo o nascimento de cordeiros, com o parto realizado pelos dois, mas até isso já virou atividade corriqueira. Até que um dia um desses pequenos cordeiros choca o casal.



A produção faz escolhas na primeira parte que, apesar de ""frustrantes"", são corretas: demoramos uma boa parte da duração para ver o que assustou os dois. A primeira cena, inclusive, é rodeada de mistério: a câmera é a visão de alguma criatura, que caminha sem pressa até o celeiro onde se encontram as ovelhas. A fita não entrega as peças na tela, deixando o rápido prólogo como estopim nas sombras. É claro que, enquanto plateia, ficamos sedentos de vermos graficamente o que está acontecendo, todavia, imaginar o que está se desenrolando pode ser muito mais intrigante do que de fato ver.

O cordeiro recém-nascido é, de alguma maneira, um híbrido de ovelha com humano - sua cabeça e metade do tronco, até um dos braços, é composto de anatomia ruminante, enquanto o resto do corpo é humano. María e Ingvar acabam "adotando" a criatura e cuidando como se fosse um filho. A faixa temporal na película não é diretamente delimitada, acompanhando com certa precisão a partir do crescimento de Ada (o nome do bichinho), que dorme em um berço do lado da cama do casal.

A calmaria e felicidade da nova família começa a ser perturbada pela ovelha-mãe de Ada, que passa o dia do lado de fora da casa berrando atrás da cria que foi, de certa forma, roubada. María é a mais afetada pelas perturbações do bicho, até que perde a paciência e mata a ovelha - o que ela não sabia era que o irmão de Ingvar, Pétur (Björn Hlynur Haraldsson), acabara de chegar na fazenda e viu todo o ocorrido.



É claro que Pétur não vai entrar no conto de fadas de bom grado - a presença de Ada é uma aberração para ele, reforçado pela maneira que o casal lida com a situação: como se fosse a coisa mais natural do mundo. Fica ainda mais desconcertante quando descobrirmos que "Ada" não foi um nome sem propósito: esse era o nome da filha de María, que morreu em algum momento e de alguma forma não explanada.

Pétur perfura a bolha de fantasia quase histriônica da obra e traz mais elementos dramáticos que dão mais luz à trama. Ele, sempre que o irmão vira as costas, faz investidas sexuais em cima de María, que, apesar de negar, não parece se surpreender, o que demonstra que há uma história ali. Decidido a dar um ponto final naquele absurdo, Pétur tenta matar Ada, contudo, na hora H, desiste, se transformando em uma figura paterna. Aqui acende uma luz vermelha.

Talvez, e esse é um enorme "talvez", Ada (a filha morta) não era de Ingvar, e sim fruto de uma traição de María com Pétur. Com a chegada de Ada (a pequena ovelha), María a acolhe como sua em uma desesperada tentativa de reparação do passado - ela seria "genuinamente" filha do casal. O encantamento pela resolução e substituição do erro é tão grande que Ada se torna o ímo da felicidade dos dois, que a defendem a qualquer custo. A montagem e fotografia (belíssima, mas isso não é difícil, ligar uma câmera em qualquer lugar da Islândia é garantia de imagens perfeitas), no momento em que Pétur está com a arma apontada para Ada, foca na troca de olhares entre o homem e a criatura, e há uma áurea de ternura ali, comprovada pelo próximo corte em que Ada está dormindo no colo de Pétur. Ele viu ali a representação da filha perdida.



A atmosfera denota uma fixação de todos por Ada, talvez um simbolismo que também fomente uma teoria gerada pelo roteiro. É curioso que o animal escolhido seja um cordeiro - poderia ser facilmente um cavalo ou qualquer outro encontrado no cenário rural, então por que um cordeiro? O animal tem fortíssima referência religiosa, sendo, na mitologia cristã, a representação de Jesus, o Agnus Dei. Ada, de certa forma, é o messias daquela família, sendo a salvação e razão para María e Ingvar - até mesmo o problemático Pétur é arrebatado pela pureza da "criança".

Os nomes escolhidos para os poucos personagens não devem ter sido sem propósito. "Ada", em dialeto do povo Aro, na África, significa "a primeira filha", e "nobreza" em origem alemã. "Ingvar" é um antigo nome escandinavo que significa "protegido por deus". "Pétur" é a derivação islandesa do nome "Pedro", que foi um dos 12 apóstolos de Cristo. E "María" dispensa maiores descrições. Até o nascimento de Ada remonta a vinda do salvador na manjedoura.

No clímax da obra, finalmente vemos quem é o pai verdadeiro de Ada, a criatura que acompanhamos no prólogo: uma mistura de homem com bode, ele mata Ingvar e leva Ada embora, para o desespero de María, que perde o marido e a filha em um só golpe. Se você assistiu "A Bruxa" ou tem conhecimento das escrituras bíblicas, a figura da pai é ligada diretamente com Satanás, em uma mistura alucinada dessa mitologia específica - o diretor ainda afirmou que o enredo não é baseado em algum folclore islandês ou da região. Ada pode ter sido uma redenção para a família, mas ela não era deles. Ao ser roubada, a cordeirinha sai de glória à ruína num piscar de olhos.

É bem claro que um longa como "Ovelha" não será de largo apelo popular por inúmeros motivos - o ritmo lento, a ambientação contemplativa, as alegorias complexas, a falta de explicações diretas e até mesmo a língua acabam afastando -, sendo um daqueles filmes que precisam ser digeridos para não ficarem na superfície do "o que diabos foi isso?". Mais um pilar na nova onda de horrores que focam no drama ao invés da gratuidade que muitos exemplares do gênero acabam caindo, "Ovelha" é um estudo declaradamente estranho sobre a morte, a culpa e como encontramos nas mais diferentes coisas um motivo para nos trazer a felicidade. No fim das contas, a moral é que a natureza é a maior mãe de todas, e com ela é olho por olho e dente por dente.
 

Quebrando jejum de mais de 700 dias sem um line-up, habemus atrações do Lollapalooza Brasil 2022


E saiu a notícia que ninguém acreditou!

Passados tantos adiamentos e promessas de que estava vindo aí, o Lollapalooza quebrou o jejum de mais de 700 dias sem anunciar um line-up (!) e revelou nesta quinta-feira (28) as atrações oficiais da sua edição brasileira de 2022, que acontece entre os dias 25 e 27 de março em São Paulo, no Autódromo de Interlagos.

Revelada através de suas redes sociais, a line-up do festival que deverá ser um dos primeiros termômetros dos grandes eventos internacionais em solo brasileiro desde o isolamento pelo coronavirus traz alguns nomes já familiares à escalação da edição anterior, que não aconteceu também por conta da pandemia, mas revela inúmeras positivíssimas surpresas, como é o caso de Doja Cat, Machine Gun Kelly e Alessia Cara.

Com The Strokes, Miley Cyrus e Foo Fighters entre os headliners, o festival também CAPRICHOU na seleção nacional, confirmando shows de artistas como Pabllo Vittar, Gloria Groove e Fresno, além de ter arrasado no número de atrações femininas, em resposta às críticas que receberam sobre a desproporção entre artistas homens e mulheres de edições anteriores.

Cata o line-up completo ai embaixo:


O Lollapalooza Brasil 2022 acontece entre os dias 25 e 27 de março em São Paulo, no Autódromo de Interlagos. Os ingressos adquiridos antes do isolamento seguem válidos para essa edição e maiores informações, bem como novos ingressos disponíveis, podem ser encontrados no site da Tickets for Fun.

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