O circo chegou na Billboard! Gloria Groove estreia em parada americana com “A Queda”

Extra, extra! Gloria Groove tá colhendo muitos frutos da sua música nova, “A Queda”, parte do vindouro disco “Lady Leste”, e depois do hit no TikTok e destaque em plataformas de streaming como Deezer e Spotify, a música atingiu mais um feito: colocou a cantora na parada global da Billboard.

Chamada “Billboard Global 200”, a parada da revista americana elenca os 200 maiores hits de todo o mundo, com base nos streamings fora dos Estados Unidos, e trouxe Gloria Groove em sua 171ª posição, sendo a drag a única brasileira entre todos os artistas citados.

Em “A Queda”, Gloria abre uma discussão sobre a famigerada “cultura do cancelamento”, propondo um debate sobre até que ponto as críticas e questionamentos aos “cancelados” buscam uma desconstrução ou espetacularização da sua “destruição” ou, como diz o nome da faixa”, “queda”.

A faixa segue os trabalhos da artista com o álbum “Lady Leste” após o single “Bonekinha”, um rave funk pra ninguém botar defeito que, não bastasse ser bom, veio no timing certíssimo para os memes envolvendo a série sul-coreana “Round 6”.

Duda Beat lidera indicações ao WME Awards; confira as indicadas para premiação dedicada às mulheres da música

Chegando em sua quinta edição, o WME Awards, premiação totalmente dedicada às profissionais mulheres da música, anunciou nesta semana suas indicadas para o prêmio de 2021 e, refletindo o que tocou na indústria brasileira ao longo deste ano, traz como as recordistas de nomeações Duda Beat, que concorre a cinco prêmios, Luísa Sonza (quatro) e Ludmilla e Marília Mendonça empatadas por 3 indicações.

Realizada pela Music2!, a premiação acontecerá pela primeira vez no Teatro B32 dia 16 de dezembro e, com a apresentação de Preta Gil, contará com 17 artistas e profissionais premiadas, além de performances musicais e homenagens para as cantoras Sandra de Sá e Cássia Eller.

Confira a lista de indicadas completa abaixo:


1 - Radialista

Sarah Mascarenhas

Fabiana Ferraz

Fabiane Pereira

Paula Lima

Valeria Becker


2 - Profissional do Ano

Anita Carvalho

Cris Garcia Falcão

Eliane Dias

Alana Leguth

Ana Morena Tavares


3 - DJ

Curol

Eli Iwasa

Lys Ventura

Badsista

KENYA20Hz


4 - Cantora

Luísa Sonza

Ludmilla

Maiara e Maraisa

Majur

Duda beat


5 - Revelação

Marina Sena

MC Dricka

Japinha Conde

Fenda

Bixarte


6 - Videoclipe

Duda Beat - Nem Um Pouquinho

Mulamba - Lama

Marília Mendonça e Maiara & Maraisa - Esqueça-Me se For Capaz

Iza - Gueto

Luísa Sonza - Melhor Sozinha


7 - Música LATAM

Miss Bolivia feat Perotá Chingó - Menos Mierda

Nathy Peluso - Mafiosa

Paloma Mami - Que Wea

Natti Natasha - Noches em Miami

Karol G feat Mariah Angeliq - El Makinon


8 - Música Alternativa

Liniker - Baby 95

Marina Sena - Me Toca

Duda Beat - Meu Pisêro

Urias - Foi Mal

Linn da Quebrada - I Míssil



9 - Produtora Musical

Mahmundi

Natália Carrera

Malka Julieta

Iasmin Turbininha

Bárbara Labres


10 - Jornalista Musical

Pérola Mathias

Isabela Yu

Chris Fuscaldo

Fabiane Pereira

Kamille Viola


11- Diretora de Videoclipe

Sabrina Duarte

CeGe (Camila Toun e Gabiru)

Gabi Jacob

Joyce Prado

Cris Streciwik


12 - Instrumentista

Silvanny Sivuca

Ana Karina Sebastião

Josyara

Rayani Martins

Michele Cordeiro


13 - Álbum

Liniker - Indigo Borboleta Anil

Duda Beat - Te Amo Lá Fora

Luísa Sonza - Doce 22

Ludmilla - Numanice

Anavitória - Cor


14 - Inovação na Web

Music Rio Academy

Phonogram me

UH Manas TV

Hervolution

Festival Mana


15 - Empreendedora Musical

Arleyde Caldi

Kamila Fialho (K2L)

Eliane Dias (Boogie Naipe)

Anita Carvalho (Rio Music academy)

Juli Baldi (Bananas Branding)


16 - Música Mainstream

Mari Fernandez - Não, Não Vou

Marília Mendonça - Troca de Calçada

Iza - Gueto

Luísa Sonza - Penhasco

Ludmilla - Rainha da Favela


17 - Compositora

Juçara Marçal

Carol Biazin

Ana Juh

Marília Mendonça

Duda Beat

Agnes lança seu "Magic Still Exists" provando que o revival da Disco ainda não acabou!



Ganhadora do programa “Ídolos” da Suécia em 2005, Agnes volta a música após 9 anos em hiato. Seu poderoso e cintilante “Magic Still Exists” emana o poder da liberdade por meio do hedonismo e da psicodelia da disco music dos anos 70. 

“Fingers Crossed” foi seu primeiro single lançado ainda em agosto de 2020, que já nos dava um gostinho do que vinha por ai!


Trazendo influências de Donna Summer, Grace Jones, CHIC, Boney M. e até seus conterrâneos do ABBA, “Magic Still Exists” propõe reflexões existenciais, como a liberdade do corpo, da alma e do gênero e até nossa busca incessante por algo superior que nos conduza. 


Com pouco mais de 35 minutos, o LP possui 4 interlúdios que servem de sons psicodélicos a verdadeiros mantras, conectando perfeitamente uma música a outra e tornando indispensável qualquer segundo da obra. 

as referências a Grace, TU-DO! cê também catou?!

Ano passado tivemos o grande revival da Disco  com Dua Lipa e seu estrondoso “Future Nostalgia”, Kylie Minogue com seu delicioso “DISCO” e o majestoso taça-de-gin-dançando-na-sala; “What’s Your Pleasure?” de Jessie Ware. Agora, Agnes volta mostrando que ainda há muito o que ser explorado no gênero que fomentou a música pop e o conceito das pistas de dança.

FREE YOUR MIND AND FREE YOUR BODY!


Com "Faking Love", Anitta avança no seu projeto de exportação do funk para o mundo

 


Nesta quinta-feira, Anitta deu mais um passo na divulgação do seu futuro álbum de estúdio, “Girl From Rio”, com o lançamento de seu novo single, a faixa “Faking Love”, parceria com a americana Saweetie. 

Aliás, quanto à Saweetie, vale mencionar que a rapper, apesar da carreira recente, já conta com alguns sucessos na indústria fonográfica americana, muito graças ao seu bom desempenho com o público jovem em apps de dancinha, vide faixas como “My Type”, “Tap In” e “Best Friend (feat. Doja Cat)”, que alcançaram respectivamente as posições #21, #20 e #14 na Billboard Hot 100. E você aí achando que a Sassa não era famosa!

Além disso, a rapper também foi a primeira artista a colaborar com as Little Mix em sua nova formatação, agora como trio, na regravação da faixa “Confetti”, o que demonstra o bom senso natural e um feeling primoroso da gatinha para escolher parcerias (espero que o shade não esteja muito pesado). Por fim, visando afastar quaisquer questionamentos quanto à fama de Sassa, vale mencionar que, mesmo antes da parceria com a Anitta, Sawee já possuía uma carreira no Brasil, sendo bastante conhecida pelo hit “Lesgo”

Mas... esse não é um post sobre a carreira da Saweetie, então bora pro feat!

Com produção de Ryan Tedder, que tem um milhão e trezentos hits, Andres Torres e Mauricio Rengifo, nomes por trás de “Despacito” e “Me Gusta”, “Faking Love” é o terceiro single da era “Girl From Rio”, sendo, contudo, o primeiro deles a investir diretamente no funk como gênero central da produção. Aqui, um parêntese, ainda que “Me Gusta” também apresentasse alguns elementos do funk carioca fusionados ao pagode baiano e que “Girl From Rio” tenha ganhado um remix do Troyboi, no qual o funk foi incorporado à produção da música, esta foi a primeira vez que o funk veio como elemento central e facilmente identificável dentro de um single internacional da cantora. 

Claro que “Faking Love” chega como uma introdução do gênero ao mercado americano, sendo, portanto, um funk mais “clean”, sem muito barulho, sem muito grave, nem mesmo muita aceleração, afinal, como a própria Anitta já disse, não dá pra chegar lá fora e entregar de cara um funk 170 bpm, é preciso vencer por etapas, adotando uma fórmula mais radio-friendly, pro pessoal ir se acostumando com a sonoridade primeiro. E aqui está o provável grande acerto de “Faking Love”, ser um funk melody!

O funk melody é um subgênero do funk carioca, que conta com uma batida mais suingada e letras menos explicitas (mas nem sempre), que costumam retratar aspectos da vida e/ou relacionamentos amorosos, aumentando também a margem de identificação com o público. Aliás, o funk melody também teve um papel fundamental na popularização do funk carioca no próprio Brasil, servindo de base para carreiras de muitos artistas, inclusive da própria Anitta, que agora repete a fórmula lá fora, claro que com as  adaptações necessárias a esse tipo de investida. 


Inclusive, como boa poderosa, empresária, foda e milionária, Anitta planejou o lançamento com bastante cuidado, incluindo os versos de uma rapper para criar aproximação entre o ritmo brasileiro e o público americano, além de investir em uma composição que, além de falar muito sobre o próprio jeito da artista, reflete valores compatíveis com uma visão de mundo mais atual, apresentando a narrativa de uma mulher que, rompendo com as expectativas mais tradicionais, não sofre prelo final de um relacionamento, já que suas conquistas são maiores que um relacionamento, sendo muito fácil deixar o boy ir!

Também merece destaque o registro visual do lançamento, dirigido pelo duo de diretores Bradley & Pablo, responsáveis, dentre outros, pelos vídeos de “Aute Cuture” da Rosalia, “2099” da Charli XCX, “Electricity” do Silk City e Dua Lipa, “React” das PCD e “Watermelon Sugar” do Harry Styles, o que evidência, além da versatilidade dos diretores, o comprometimento da brasileira em entregar um trabalho tecnicamente competitivo no mercado internacional. 

Também é interessante apontar, dentro do clipe de “Faking Love”, a utilização de alguns elementos apreciados pela cultura pop e que podem interferir positivamente no desempenho de uma música, como a presença de uma coreografia replicável, principalmente em tempos de TikTok, e os visuais da própria artista. No caso de “Faking Love”, os looks utilizados pela cantora acabam funcionando como um reforço de imagem para a identidade visual que artista pretende trabalhar, sendo relativamente fácil associar cada look a um traço da persona Anitta, seja a sensualidade no look bege, a força no dominatrix, a “meiga” do vestido branco, a poderosa no dourado e a latina no look da coreografia, evidenciada, principalmente, pelos brincos, penteado e blusa (que a título de curiosidade é da shein e custa 33 reais! Lenda fashion que continua acessível mesmo após o MET!). 

Por fim, vale mencionar também que, segundo a própria Anitta, tanto “Faking Love” quanto os singles anteriores, “Me Gusta” e “Girl From Rio”, não foram lançadas com a intenção de serem grandes sucessos, mas sim músicas de qualidade que pudessem compor um material de base para a criação da identidade da cantora no mercado americano, preparando o terreno para o lançamento do quarto single, esse sim, a grande aposta de hit do álbum! Vem aí!  






Adele finalmente quebra jejum de seis anos e lança comeback. Vem ouvir "Easy on Me" com a gente!


A espera acabou! Depois de seis longos anos sem uma única faixa inédita, Adele acaba de estrear o lead-single de sua nova era. A tão aguardada "Easy On Me" debutou à meia noite de 15 de outubro no Reino Unido - 8 da noite aqui no Brasil - e abre os trabalhos de "30", quarto disco de estúdio da queridinha da indústria que chega no próximo mês às plataformas digitais. 


Como bem era de se esperar, o que recebemos nessa noite de quinta-feira foi uma balada totalmente à la Adele. Muito piano e muitos vocais acompanhados de uma composição forte e bem feita. Tudo muito bem ornado pra gente matar a saudade da hitmaker da inesquecível "Rolling in the Deep".

Repetindo a estratégia de "Hello", a gata lançou o single já direto com o clipe, o que deve potencializar os números desse que é um dos comebacks mais aguardados dos últimos anos.

A pergunta que fica no ar não é nem se Adele vai quebrar recordes, mas quais ela deve quebrar. Seu último comeback, com "Hello", rendeu à mãe de Angelo o marco de clipe mais acessado no YouTube em 24h, música mais pedida nas radios americanas desde "Born This Way", de Lady Gaga, e de maior estreia no Spotify UK e US até aquele momento. 

Gigante. Sempre ela... A indústria é sua, Adele!


Por que “Squid Game”, a nova febre da Netflix, se chama “Round 6” só no Brasil?

As dinâmicas infantis, coloridas e cheias de regras valendo recompensas em dinheiro lembram as gincanas de programas de auditório como “Caldeirão do Huck” ou, para os mais velhos, as clássicas releituras de Silvio Santos; a maneira como selecionam seus participantes e, claro, as consequências mortais, já se assemelham a formatos como “Jogos Vorazes” e, pela violência bastante gráfica, até “Jogos Mortais”, mas toda a carga emocional e dramática permite uma conexão quase instantânea com seus personagens que, inevitavelmente, fazem de “Round 6” uma fórmula perfeita.

Novo sucesso da Netflix por todo o mundo, se tornando a primeira produção a assumir o topo das paradas da plataforma em todos os países que atua, a série é uma produção sul-coreana, originalmente chamada “Ojingeo Geim”,  e em meio a tantos elementos capazes de levantar discussões em torno da sua trama e formato, no Brasil, uma curiosidade sobrou para o seu título: por que somos o único país que deu outro nome para a produção?

Em todos os países em que foi exibida, a série recebeu como título a tradução para o nome “Ojingeo Geim” (em inglês, “Squid Game”), uma brincadeira infantil tradicional sul-coreana que é introduzida logo no primeiro episódio da história e, posteriormente, retorna como um elemento crucial dentro da trama, mas, no Brasil, optaram pela chamada “Round 6”, em referência às seis rodadas que permeiam seus nove episódios.

Apesar da Netflix ainda não ter se manifestado sobre o assunto, a teoria mais crível pelas redes sociais é de que a plataforma quis fugir de associações políticas ao nome “Jogo da Lula”, que poderia ser relacionado ao ex-presidente do Brasil e atual pré-candidato do PT para as eleições de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva.

Mais do que prejudicar a adesão de bolsonaristas e eleitores da direita sem a capacidade de compreender a aplicação do nome dentro de outros contextos, inclusive do animal “lula”, que inspira o jogo sul-coreano, um possível risco seria atrair para as suas redes sociais os famosos “bots” antipetistas, que poderiam afetar também o engajamento das redes sociais da plataforma, fosse respondendo as suas próprias postagens com links e ofensas ou gerando discussões com os usuários que estivessem reagindo e comentando sobre a série organicamente.

E se foi essa a estratégia, funcionou, né? “Round 6” se tornou um sucesso absurdo por aqui e mal podemos esperar para, numa realidade pós-pandêmica, receber o elenco também em solo brasileiro! Tirando a bonequinha do “Batatinha Frita 1, 2, 3”... Essa, eles podem deixar por lá.

REVIEW: Lil Nas X nos convida a mergulhar no infinito complexo e particular de MONTERO

 

Aos 22 anos de idade, a maioria das pessoas pode não ter vivido muita coisa. Mas Lil Nas X de fato já viveu. Foi ainda aos 20 que, ao lado de Billy Ray Cyrus em “Old Town Road”, ele quebrou recordes da Billboard Hot 100 e passou 19 semanas no topo da parada dos Estados Unidos. Homem, negro e gay, Montero Lamar Hill teve um começo de carreira tão grandioso e histórico que dificilmente passaria batido. E o cantor, nascido e crescido no estado da Georgia, embarcou de vez no mainstream e logo teve os olhos ofuscados pelos holofotes da mídia e da indústria.

Se engana você que acha que de lá para cá as coisas foram fáceis. Lil sempre adotou uma postura autêntica e destemida ao falar sobre sua sexualidade de forma aberta e orgulhosa, se tornando um dos símbolos da nova geração de artistas LGBTQIA+.. Até que em março deste ano ele lançou “MONTERO (Call Me By Your Name)”, como lead single de seu debut álbum, e abalou as estruturas do pop.

As polêmicas foram imensas, dignas das grandes divas pop. As diversas referências a ícones e símbolos religiosos o fizeram persona non grata entre os conservadores. A Igreja Católica criticou. O mundo pop não só amou, mas elevou as expectativas sobre o que o artista estaria preparando para seu disco de estreia. Estetica e conceitualmente, já era claro que esse seria um dos destaques de 2021. Batizado de “MONTERO”, o disco quase homônimo prometia trazer um Lil Nas X independente, empoderado e livre das amarras que eventualmente poderiam o ter prendido quando ainda engatinhava (com muita cautela) e conhecia essa indústria por vezes tão ingrata.

Mas o que se viu – ou melhor, se ouviu – a partir da última sexta-feira, no entanto, foi revolucionário, extremamente vulnerável, pessoal e autêntico. Com 15 músicas - quatro delas em parceria com outros artistas, como Miley Cyrus, Doja Cat e Megan Thee Stallion, além da já lançada com Jack Harlow - MONTERO nos leva a uma jornada de vulnerabilidade, orgulho e inconstância sobre o que é ser Lil Nas X, mas mais do que isso: também expressa os sentimentos de uma geração confusa, insegura e que não tem certeza alguma de como será o dia de amanhã. 

Sem mais delongas, confira abaixo a nossa análise faixa a faixa do disco que conquistou nossos corações:

"MONTERO (Call Me By Your Name)"

O smash hit lançado em março e que abriu as portas da era Montero também é competente em abrir o disco. Aqui, Lil Nas X dá um pequeno spoiler do que vem nos próximos 38 minutos de disco. Melódica e liricamente, o artista ainda não entrega todo seu potencial logo de cara, mas nos convida a entender o mundo a partir do seu ponto de vista. Assim como seu nome de batismo, MONTERO apresenta um Lil Nas X se entregando aos socialmente ditos “pecados da carne”, enquanto na verdade aceita e abraça a própria sexualidade. Sem amarras, muito menos culpa.

"DEAD RIGHT NOW"

As intenções do artista ficam mais claras aqui. Nem só de prazeres e aceitações se vive em MONTERO. DEAD RIGHT NOW traz um flow mais lento e intimista que diminuiu o ritmo do disco e dá destaque ao rap do Lil Nas X de hoje que relembra um passado anterior ao de “Old Town Road”, abrindo o coração ao falar sobre todos que duvidaram de seu potencial na música e que, depois de seu sucesso, voltaram a aparecer como se nada tivesse acontecido. Ele também revela a complicada relação com a mãe, que ao beber o agredia. A faixa dois é um recado para essa galera: quem não o apoiou no passado não tem espaço no seu presente.  

"INDUSTRY BABY (feat. Jack Harlow)"

“And this one is for the champions”! Em INDUSTRY BABY, Lil Nas X sabe que venceu. Depois de tantos dias de luta depois do dilúvio, o artista acumula dois hits número 1 da Billboard, conquista fãs ao redor do mundo e se destaca como um dos maiores nomes do pop (e do rap) da nossa geração. A co-produção de ninguém menos que Kanye West, ao lado do duo Take a Daytrip, complementa com perfeição a letra já poderosa, tornando a faixa grandiosa com riffs e trompetes.

"THAT’S WHAT I WANT"

Assim como todas as outras faixas do disco, a quarta traz um sentimento pessoal de Lil Nas X: a solidão e o consequente desejo de amar e ser amado. Sentimentos também universais e atemporais, mas que ganham relevância ainda maior encaixados em um contexto ainda pandêmico, incerto e inconstante. No final do dia, Lil nos representa ao traduzir em palavras aquilo que temos sentido há tanto tempo. Tudo isso sob uma melodia extremamente radiofônica. Te lembrou algo? Que tal dar uma relembrada em “Hey Ya”, do Outkast?

"THE ART OF REALIZATION"

Única interlude do disco, THE ART OF REALIZATION é essencial para respirarmos e entendermos o que vem pela frente. Aqui, diferente de interludes como as de Chromatica, por exemplo, o destaque vai para um pequeno poema em que Montero se pergunta se tem caminhado na direção certa – mesmo assumindo não ter uma direção.

"SCOOP (feat. Doja Cat)"

Direto e reto, SCOOP repete o mood do lead single do CD agora em uma sonoridade que remete facilmente a algum hit de Drake. Na faixa mais narcisista do disco, Lil Nas X desconstrói as ideias de “THAT’S WHAT I WANT”. Ele está focado em cuidar do corpo e, basicamente, continuar sendo um grande gostoso enquanto aproveita a vida de acordo com seus prazeres pontuais. Ele é claro: não quer conversinha, ele só precisa do cara durante a noite. A participação de Doja Cat, apesar de tímida, é certeira e complementa bem a música. Há quem diga que um feat desses merecesse mais. Mas SCOOP serve uma mescla equilibrada entre o pop e o rap, é gostosa e leve de ouvir e tem tudo para bombar em challenges daquele app que-não-podemos-nomear.

"ONE OF ME (feat. Elton John)"

O encontro de dois ícones LGBTs de gerações diferentes serve uma das músicas mais íntimas e profundas do disco, e inicia de vez o bloco mais “pop” do disco. Mesmo depois de se orgulhar do tanto que conquistou na música e de abraçar e se jogar em seu próprio eu, Lil se mostra vulnerável por ter que seguir se provando em uma indústria machista, homofóbica e racista que sempre o subestimou. Uma música sem dúvida grandiosa, cujo piano de Elton John dá um toque especial. Deixando, no entanto, um gostinho de quero mais.

"LOST IN THE CITADEL"

Auge do pop no disco, aqui o cantor abraça a guitarra e se joga na atual tendência emo, optando por se inspirar no pop rock dos anos 80 enquanto entoa uma letra que fala sobre o fim precoce de uma relação que tinha tudo para dar certo. Mais uma vez, o hitmaker deixa claro seus sentimentos e declara luto, assumindo que precisa de um tempo para se reerguer enquanto segue chorando e relembrando o início de tudo. Quem nunca?

"DOLLAR SIGN SLIME (feat. Megan Thee Stallion)"

Rap chiclete e beat envolvente compõem a nona faixa do disco. Sem vulnerabilidade alguma, Lil Nas X se une a Megan Thee Stallion e com uma autoconfiança gigante repete o que ele já tinha falado em lá em cima: “Eu sou o momento e eles vão ter que me engolir”. Outro hit pronto e certeiro para bombar no app de dancinhas.

"TALES OF DOMINICA"

“Back to Black”, a faixa 10 diminui mais uma vez o ritmo do disco, volta a destacar o violão e os sentimentos mais confusos do nosso anfitrião. Aqui, ele mais uma vez escancara sua vulnerabilidade, relatando como é difícil encarar o passado conturbado que marcou sua história. Em mais uma letra que aumenta o nível de suas composições, Nas X é transparente e assume: nenhuma fama, dinheiro e sucesso no mundo vai apagar de sua memória o que já passou.

"SUN GOES DOWN"

SUN GOES DOWN não foi a música que mais chamou a atenção do editor que vos escreve quando foi lançada no final de maio. Com uma letra indiscutivelmente forte, a faixa ganha destaque e qualidade dentro do contexto do álbum. Apesar de ter uma melodia radiofônica, simples, animada e extremamente agradável aos ouvidos, o single promocional aprofunda sua visitação a uma época em que o bullying corroía sua autoestima e confiança como um jovem gay e negro no sul dos EUA. Dor essa que inevitavelmente faz parte de sua história.

"VOID"

Mas é em VOID que Lamar Hill alcança o máximo de sua melancolia. Definitivamente a mais sentimental do disco, a 12ª música é um mergulho no vazio existencial do próprio autor em busca de cura. Versos poderosos como “Eu acho muito difícil conseguir, muito difícil viver. Me conte o que você sabe, agora antes que eu me vá”. A faixa mais longa da jornada homônima do nosso astro chega a ser curta tamanha intensidade, profundidade e complexidade de seus sentimentos. Um depoimento pessoal e extremamente íntimo que de alguma forma se encaixa a mais um sentimento que a maioria de nós experimentou nos últimos meses.

"DON’T WANT IT"

Depois de tirar a máscara e mostrar sua insegurança nua e crua, Lil Nas X aborda a solidão de uma nova forma. Agora, ele busca a cura. Ou ao menos fazer as pazes com seus fantasmas (do passado e do presente). Em meio a faixas tão memoráveis, pessoais e intensas, a 13ª é uma das menos relevantes. Mas acerta em conduzir-nos à última parte da viagem por MONTERO.

"LIFE AFTER SALEM"

Na mera opinião deste editor, a penúltima música entrega uma das sonoridades mais carregadas do álbum - e isso é uma coisa ótima. A estética emo mais uma vez fica clara com as guitarras (o solo que começa aos 2:40 é de arrepiar), e o ritmo do disco começa mais uma vez a cair. Os vocais de Lil ganham destaque anunciando o fim próximo, enquanto o cantor se entrega mais uma vez à vulnerabilidade de um amor que não correspondeu às expectativas e praticamente clama: “Por que você só não pega o que você quer de mim?”.

"AM I DREAMING (feat. Miley Cyrus)"

Apoteótica e surpreendente, AM I DREAMING parece ter sido propositalmente idealizada, escrita e produzida para fechar o álbum. A presença de Miley Cyrus não poderia ser menos óbvia. Fugindo do lugar comum, a última música aposta nos vocais e nas cordas para deixar clara uma mensagem do autor de que nunca esqueçamos de quem ele é e do que conquistou nessas condições. Recado dado. Depois de uma jornada dessas, vai ficar difícil esquecer quem é Montero Lamar Hill. 

***

MONTERO é grandioso. Não apenas por suas composições, muito menos somente por suas melodias e beats de alto nível. É que o disco nos convida – e realmente nos guia – a uma viagem sobre o passado, o presente e o possível futuro do artista. Viagem essa paradoxal e complexa, pois sonoramente Lil Nas X se apresenta durante o percurso como um artista multifacetado e que explora com sucesso e conforto diferentes ritmos e vibes. Liricamente, também é um disco complexo, de altos e baixos, sem medo de dizer o que pensa e sente, nem de expurgar seus maiores demônios e até mesmo dançar com os mesmos.

Corajoso e ousado, o cantor não só se mostra vulnerável, inconstante, empoderado, carente, feliz, melancólico, orgulhoso ou magoado, mas nos faz sentir da mesma forma: mergulhando em seu infinito particular de uma forma igualmente intensa e autêntica.

Mais do que nunca vivemos um período de incertezas e inconstâncias, dias felizes seguidos de dias horríveis. Melancolia mesclada à esperança, e desesperança mesclada ao orgulho de ser quem somos. O debut do americano é sobre a complexidade e a inconstância dos nossos tempos a partir de uma visão pessoal e única. E se ele acha que tinha algo para provar com o disco, pode considerar a missão concluída.

Ele já mostrou que é o momento. MONTERO é o maior ato pop, hip-hop e rap de 2021. E esse título dificilmente estará aberto a discussões nos próximos meses.



Chameleo rasga o verbo e dá um ultimato ao boy em "Pendejo", primeiro single de sua nova era

Iniciando com o pé direito sua nova era, Chameleo lançou nesta quarta-feira "Pendejo", seu primeiro single solo em 2021. Sem deixar pedra sobre pedra, o artista apostou em uma letra que basicamente fala sobre assumir e aceitar os sentimentos que você tem por uma pessoa.

Mas se engana você se na mesma hora pensou em uma letra clichê sob uma simples balada. Chameleo abusa de sonoridade eletrônica mais densa, tão em alta na cena pop alternativa do Brasil e ainda manda um recado no refrão totalmente em espanhol: "Chinga tu madre pendejo. Estoy cansado de darte consejos. No quiero dinero, solo que seas sincero conmigo". Essa é especialmente praquele boy que tempera, tempera, e no final só te enrola. Já diria Regina Rouca: Se liga, hein?!

A estética da capa de "Pendejo" também mantém o nome de Chameleo entre um dos mais inovadores e esteticamente relevantes da cena musical brasileira. Os responsáveis são a dupla de fotógrafos MAR+VIN, que também vão cuidar de todo o conceito imagético do debut album do artista - cuja previsão de lançamento é ainda neste semestre. Vem muito close por aí!

Enquanto não temos esse disco na nossa mesa, vamos de ouvir e repetir o esse spoiler muito bem servido.

Caso você se pergunte, sim, a Azealia Banks já se vacinou e, assim como a OMS, recomenda as vacinas

Azealia Banks tá cansada de ser usada como exemplo negativo para todas as situações e, passada as discussões sobre a última edição do MET Gala e as artistas que, por não estarem com a vacinação contra o COVID-19 em dia, foram barradas do evento, a rapper de “Fuck Him All Night” esclareceu que não só apoia as vacinas, como já tomou as duas doses.

Em seu Instagram, Banks compartilhou uma postagem do Twitter em que o usuário falava sobre como seria engraçado se, ao contrário de Nicki Minaj, MIA, SZA e outros nomes que, aparentemente, optaram por não se imunizarem, a cantora estivesse vacinada, e confirmou: “100% vacinada.”

“Eu fui vacinada em abril em Miami e tomei minha segunda dose em maio em Nova York”, especificou. “Só porque eu gosto de compartilhar minhas opiniões, não significa que eu seja REALMENTE uma idiota, e outras celebridades podem ser repreendidas por serem genuinamente estúpidas sem que comparem isso às minhas valiosas décadas de sarcasmo, isso simplesmente já passou pela cabeça de vocês?”

Apesar de ser um exemplo mais do que positivo nessa discussão, Azealia Banks reforçou que não precisa ser lembrada sempre que alguma rapper fizer alguma besteira: “por que vocês sempre me apontam como um exemplo? Meu Deus!”

Barrada no MET Gala, a rapper Nicki Minaj usou seu Twitter para compartilhar notícias falsas sobre as vacinas que combatem o COVID-19, afirmando que só irá tomá-las quando acabar as suas “pesquisas” e se sentir segura. Numa sequência de publicações dignas daqueles furos de WhatsApp, que não mostraremos para não propagar mais desinformação, a artista afirmou que muito provavelmente será obrigada a se vacinar futuramente para sair em turnê, mas pediu pra que seu público orasse e tomasse cuidado para não acabar como seu primo que, aparentemente, ficou com os testículos inchados e impotência sexual após ser imunizado. Kkkkk

Nos EUA, têm sido baixa a procura de jovens pela vacina, justamente por conta das campanhas de desinformação que em muito se assemelha ao que vivenciamos no Brasil pelos meios bolsonaristas. Como forma de incentivo, o governo têm investido em campanhas que vão da distribuição de cervejas à ingressos para shows, além de bonificações em dinheiro.

Atualmente, inúmeras cidades do Brasil já estão vacinando crianças e adolescentes, além de oferecerem doses de reforço para idosos e pessoas com comorbidades. Se você ainda não estiver imunizado, não deixe de checar o calendário local e se vacinar.

Chlöe Bailey estreia solo com o pé direito servindo a certeira "Have Mercy"

 


Depois de muita expectativa gerada, Chloe Bailey lançou na madrugada de hoje seu primeiro single solo oficial, "Have Mercy". Para a felicidade geral dos já fãs e entusiastas da bonita - que há alguns anos já vem dado o nome ao lado da irmã, Halle - o lançamento já veio acompanhado de um clipe, que é pra gente não passar vontade!


Abusando da sonoridade urban, em especial o trap, a novidade traz uma Chloe ciente, segura e confiante do poder de si mesma diante do boy. E se a música já emana toda essa energia, o clipe apenas a fortalece. Além de deixar a gente muito ansioso pra saber quais os próximos passos a irmã de Halle planeja dar.

Isso porque já de cara dá para perceber que o vídeo serve um combo completo para os fãs de pop: looks baphos, dança, estética, beleza e conceito. Na história contada pelo clipe, ao contrário do que o nome da própria música diz, Chloe não tem dó nenhuma de usar seus atributos como isca para "congelar" suas vítimas. Ela sabe que venceu!

Sem mais delongas, ouça, assista e se deleite com a estreia solo de Chloe. E não esquece de comentar se também ficou impressionado como a gente aqui. 


NÃO SAIA ANTES DE LER

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