Por que “Squid Game”, a nova febre da Netflix, se chama “Round 6” só no Brasil?

As dinâmicas infantis, coloridas e cheias de regras valendo recompensas em dinheiro lembram as gincanas de programas de auditório como “Caldeirão do Huck” ou, para os mais velhos, as clássicas releituras de Silvio Santos; a maneira como selecionam seus participantes e, claro, as consequências mortais, já se assemelham a formatos como “Jogos Vorazes” e, pela violência bastante gráfica, até “Jogos Mortais”, mas toda a carga emocional e dramática permite uma conexão quase instantânea com seus personagens que, inevitavelmente, fazem de “Round 6” uma fórmula perfeita.

Novo sucesso da Netflix por todo o mundo, se tornando a primeira produção a assumir o topo das paradas da plataforma em todos os países que atua, a série é uma produção sul-coreana, originalmente chamada “Ojingeo Geim”,  e em meio a tantos elementos capazes de levantar discussões em torno da sua trama e formato, no Brasil, uma curiosidade sobrou para o seu título: por que somos o único país que deu outro nome para a produção?

Em todos os países em que foi exibida, a série recebeu como título a tradução para o nome “Ojingeo Geim” (em inglês, “Squid Game”), uma brincadeira infantil tradicional sul-coreana que é introduzida logo no primeiro episódio da história e, posteriormente, retorna como um elemento crucial dentro da trama, mas, no Brasil, optaram pela chamada “Round 6”, em referência às seis rodadas que permeiam seus nove episódios.

Apesar da Netflix ainda não ter se manifestado sobre o assunto, a teoria mais crível pelas redes sociais é de que a plataforma quis fugir de associações políticas ao nome “Jogo da Lula”, que poderia ser relacionado ao ex-presidente do Brasil e atual pré-candidato do PT para as eleições de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva.

Mais do que prejudicar a adesão de bolsonaristas e eleitores da direita sem a capacidade de compreender a aplicação do nome dentro de outros contextos, inclusive do animal “lula”, que inspira o jogo sul-coreano, um possível risco seria atrair para as suas redes sociais os famosos “bots” antipetistas, que poderiam afetar também o engajamento das redes sociais da plataforma, fosse respondendo as suas próprias postagens com links e ofensas ou gerando discussões com os usuários que estivessem reagindo e comentando sobre a série organicamente.

E se foi essa a estratégia, funcionou, né? “Round 6” se tornou um sucesso absurdo por aqui e mal podemos esperar para, numa realidade pós-pandêmica, receber o elenco também em solo brasileiro! Tirando a bonequinha do “Batatinha Frita 1, 2, 3”... Essa, eles podem deixar por lá.

REVIEW: Lil Nas X nos convida a mergulhar no infinito complexo e particular de MONTERO

 

Aos 22 anos de idade, a maioria das pessoas pode não ter vivido muita coisa. Mas Lil Nas X de fato já viveu. Foi ainda aos 20 que, ao lado de Billy Ray Cyrus em “Old Town Road”, ele quebrou recordes da Billboard Hot 100 e passou 19 semanas no topo da parada dos Estados Unidos. Homem, negro e gay, Montero Lamar Hill teve um começo de carreira tão grandioso e histórico que dificilmente passaria batido. E o cantor, nascido e crescido no estado da Georgia, embarcou de vez no mainstream e logo teve os olhos ofuscados pelos holofotes da mídia e da indústria.

Se engana você que acha que de lá para cá as coisas foram fáceis. Lil sempre adotou uma postura autêntica e destemida ao falar sobre sua sexualidade de forma aberta e orgulhosa, se tornando um dos símbolos da nova geração de artistas LGBTQIA+.. Até que em março deste ano ele lançou “MONTERO (Call Me By Your Name)”, como lead single de seu debut álbum, e abalou as estruturas do pop.

As polêmicas foram imensas, dignas das grandes divas pop. As diversas referências a ícones e símbolos religiosos o fizeram persona non grata entre os conservadores. A Igreja Católica criticou. O mundo pop não só amou, mas elevou as expectativas sobre o que o artista estaria preparando para seu disco de estreia. Estetica e conceitualmente, já era claro que esse seria um dos destaques de 2021. Batizado de “MONTERO”, o disco quase homônimo prometia trazer um Lil Nas X independente, empoderado e livre das amarras que eventualmente poderiam o ter prendido quando ainda engatinhava (com muita cautela) e conhecia essa indústria por vezes tão ingrata.

Mas o que se viu – ou melhor, se ouviu – a partir da última sexta-feira, no entanto, foi revolucionário, extremamente vulnerável, pessoal e autêntico. Com 15 músicas - quatro delas em parceria com outros artistas, como Miley Cyrus, Doja Cat e Megan Thee Stallion, além da já lançada com Jack Harlow - MONTERO nos leva a uma jornada de vulnerabilidade, orgulho e inconstância sobre o que é ser Lil Nas X, mas mais do que isso: também expressa os sentimentos de uma geração confusa, insegura e que não tem certeza alguma de como será o dia de amanhã. 

Sem mais delongas, confira abaixo a nossa análise faixa a faixa do disco que conquistou nossos corações:

"MONTERO (Call Me By Your Name)"

O smash hit lançado em março e que abriu as portas da era Montero também é competente em abrir o disco. Aqui, Lil Nas X dá um pequeno spoiler do que vem nos próximos 38 minutos de disco. Melódica e liricamente, o artista ainda não entrega todo seu potencial logo de cara, mas nos convida a entender o mundo a partir do seu ponto de vista. Assim como seu nome de batismo, MONTERO apresenta um Lil Nas X se entregando aos socialmente ditos “pecados da carne”, enquanto na verdade aceita e abraça a própria sexualidade. Sem amarras, muito menos culpa.

"DEAD RIGHT NOW"

As intenções do artista ficam mais claras aqui. Nem só de prazeres e aceitações se vive em MONTERO. DEAD RIGHT NOW traz um flow mais lento e intimista que diminuiu o ritmo do disco e dá destaque ao rap do Lil Nas X de hoje que relembra um passado anterior ao de “Old Town Road”, abrindo o coração ao falar sobre todos que duvidaram de seu potencial na música e que, depois de seu sucesso, voltaram a aparecer como se nada tivesse acontecido. Ele também revela a complicada relação com a mãe, que ao beber o agredia. A faixa dois é um recado para essa galera: quem não o apoiou no passado não tem espaço no seu presente.  

"INDUSTRY BABY (feat. Jack Harlow)"

“And this one is for the champions”! Em INDUSTRY BABY, Lil Nas X sabe que venceu. Depois de tantos dias de luta depois do dilúvio, o artista acumula dois hits número 1 da Billboard, conquista fãs ao redor do mundo e se destaca como um dos maiores nomes do pop (e do rap) da nossa geração. A co-produção de ninguém menos que Kanye West, ao lado do duo Take a Daytrip, complementa com perfeição a letra já poderosa, tornando a faixa grandiosa com riffs e trompetes.

"THAT’S WHAT I WANT"

Assim como todas as outras faixas do disco, a quarta traz um sentimento pessoal de Lil Nas X: a solidão e o consequente desejo de amar e ser amado. Sentimentos também universais e atemporais, mas que ganham relevância ainda maior encaixados em um contexto ainda pandêmico, incerto e inconstante. No final do dia, Lil nos representa ao traduzir em palavras aquilo que temos sentido há tanto tempo. Tudo isso sob uma melodia extremamente radiofônica. Te lembrou algo? Que tal dar uma relembrada em “Hey Ya”, do Outkast?

"THE ART OF REALIZATION"

Única interlude do disco, THE ART OF REALIZATION é essencial para respirarmos e entendermos o que vem pela frente. Aqui, diferente de interludes como as de Chromatica, por exemplo, o destaque vai para um pequeno poema em que Montero se pergunta se tem caminhado na direção certa – mesmo assumindo não ter uma direção.

"SCOOP (feat. Doja Cat)"

Direto e reto, SCOOP repete o mood do lead single do CD agora em uma sonoridade que remete facilmente a algum hit de Drake. Na faixa mais narcisista do disco, Lil Nas X desconstrói as ideias de “THAT’S WHAT I WANT”. Ele está focado em cuidar do corpo e, basicamente, continuar sendo um grande gostoso enquanto aproveita a vida de acordo com seus prazeres pontuais. Ele é claro: não quer conversinha, ele só precisa do cara durante a noite. A participação de Doja Cat, apesar de tímida, é certeira e complementa bem a música. Há quem diga que um feat desses merecesse mais. Mas SCOOP serve uma mescla equilibrada entre o pop e o rap, é gostosa e leve de ouvir e tem tudo para bombar em challenges daquele app que-não-podemos-nomear.

"ONE OF ME (feat. Elton John)"

O encontro de dois ícones LGBTs de gerações diferentes serve uma das músicas mais íntimas e profundas do disco, e inicia de vez o bloco mais “pop” do disco. Mesmo depois de se orgulhar do tanto que conquistou na música e de abraçar e se jogar em seu próprio eu, Lil se mostra vulnerável por ter que seguir se provando em uma indústria machista, homofóbica e racista que sempre o subestimou. Uma música sem dúvida grandiosa, cujo piano de Elton John dá um toque especial. Deixando, no entanto, um gostinho de quero mais.

"LOST IN THE CITADEL"

Auge do pop no disco, aqui o cantor abraça a guitarra e se joga na atual tendência emo, optando por se inspirar no pop rock dos anos 80 enquanto entoa uma letra que fala sobre o fim precoce de uma relação que tinha tudo para dar certo. Mais uma vez, o hitmaker deixa claro seus sentimentos e declara luto, assumindo que precisa de um tempo para se reerguer enquanto segue chorando e relembrando o início de tudo. Quem nunca?

"DOLLAR SIGN SLIME (feat. Megan Thee Stallion)"

Rap chiclete e beat envolvente compõem a nona faixa do disco. Sem vulnerabilidade alguma, Lil Nas X se une a Megan Thee Stallion e com uma autoconfiança gigante repete o que ele já tinha falado em lá em cima: “Eu sou o momento e eles vão ter que me engolir”. Outro hit pronto e certeiro para bombar no app de dancinhas.

"TALES OF DOMINICA"

“Back to Black”, a faixa 10 diminui mais uma vez o ritmo do disco, volta a destacar o violão e os sentimentos mais confusos do nosso anfitrião. Aqui, ele mais uma vez escancara sua vulnerabilidade, relatando como é difícil encarar o passado conturbado que marcou sua história. Em mais uma letra que aumenta o nível de suas composições, Nas X é transparente e assume: nenhuma fama, dinheiro e sucesso no mundo vai apagar de sua memória o que já passou.

"SUN GOES DOWN"

SUN GOES DOWN não foi a música que mais chamou a atenção do editor que vos escreve quando foi lançada no final de maio. Com uma letra indiscutivelmente forte, a faixa ganha destaque e qualidade dentro do contexto do álbum. Apesar de ter uma melodia radiofônica, simples, animada e extremamente agradável aos ouvidos, o single promocional aprofunda sua visitação a uma época em que o bullying corroía sua autoestima e confiança como um jovem gay e negro no sul dos EUA. Dor essa que inevitavelmente faz parte de sua história.

"VOID"

Mas é em VOID que Lamar Hill alcança o máximo de sua melancolia. Definitivamente a mais sentimental do disco, a 12ª música é um mergulho no vazio existencial do próprio autor em busca de cura. Versos poderosos como “Eu acho muito difícil conseguir, muito difícil viver. Me conte o que você sabe, agora antes que eu me vá”. A faixa mais longa da jornada homônima do nosso astro chega a ser curta tamanha intensidade, profundidade e complexidade de seus sentimentos. Um depoimento pessoal e extremamente íntimo que de alguma forma se encaixa a mais um sentimento que a maioria de nós experimentou nos últimos meses.

"DON’T WANT IT"

Depois de tirar a máscara e mostrar sua insegurança nua e crua, Lil Nas X aborda a solidão de uma nova forma. Agora, ele busca a cura. Ou ao menos fazer as pazes com seus fantasmas (do passado e do presente). Em meio a faixas tão memoráveis, pessoais e intensas, a 13ª é uma das menos relevantes. Mas acerta em conduzir-nos à última parte da viagem por MONTERO.

"LIFE AFTER SALEM"

Na mera opinião deste editor, a penúltima música entrega uma das sonoridades mais carregadas do álbum - e isso é uma coisa ótima. A estética emo mais uma vez fica clara com as guitarras (o solo que começa aos 2:40 é de arrepiar), e o ritmo do disco começa mais uma vez a cair. Os vocais de Lil ganham destaque anunciando o fim próximo, enquanto o cantor se entrega mais uma vez à vulnerabilidade de um amor que não correspondeu às expectativas e praticamente clama: “Por que você só não pega o que você quer de mim?”.

"AM I DREAMING (feat. Miley Cyrus)"

Apoteótica e surpreendente, AM I DREAMING parece ter sido propositalmente idealizada, escrita e produzida para fechar o álbum. A presença de Miley Cyrus não poderia ser menos óbvia. Fugindo do lugar comum, a última música aposta nos vocais e nas cordas para deixar clara uma mensagem do autor de que nunca esqueçamos de quem ele é e do que conquistou nessas condições. Recado dado. Depois de uma jornada dessas, vai ficar difícil esquecer quem é Montero Lamar Hill. 

***

MONTERO é grandioso. Não apenas por suas composições, muito menos somente por suas melodias e beats de alto nível. É que o disco nos convida – e realmente nos guia – a uma viagem sobre o passado, o presente e o possível futuro do artista. Viagem essa paradoxal e complexa, pois sonoramente Lil Nas X se apresenta durante o percurso como um artista multifacetado e que explora com sucesso e conforto diferentes ritmos e vibes. Liricamente, também é um disco complexo, de altos e baixos, sem medo de dizer o que pensa e sente, nem de expurgar seus maiores demônios e até mesmo dançar com os mesmos.

Corajoso e ousado, o cantor não só se mostra vulnerável, inconstante, empoderado, carente, feliz, melancólico, orgulhoso ou magoado, mas nos faz sentir da mesma forma: mergulhando em seu infinito particular de uma forma igualmente intensa e autêntica.

Mais do que nunca vivemos um período de incertezas e inconstâncias, dias felizes seguidos de dias horríveis. Melancolia mesclada à esperança, e desesperança mesclada ao orgulho de ser quem somos. O debut do americano é sobre a complexidade e a inconstância dos nossos tempos a partir de uma visão pessoal e única. E se ele acha que tinha algo para provar com o disco, pode considerar a missão concluída.

Ele já mostrou que é o momento. MONTERO é o maior ato pop, hip-hop e rap de 2021. E esse título dificilmente estará aberto a discussões nos próximos meses.



Chameleo rasga o verbo e dá um ultimato ao boy em "Pendejo", primeiro single de sua nova era

Iniciando com o pé direito sua nova era, Chameleo lançou nesta quarta-feira "Pendejo", seu primeiro single solo em 2021. Sem deixar pedra sobre pedra, o artista apostou em uma letra que basicamente fala sobre assumir e aceitar os sentimentos que você tem por uma pessoa.

Mas se engana você se na mesma hora pensou em uma letra clichê sob uma simples balada. Chameleo abusa de sonoridade eletrônica mais densa, tão em alta na cena pop alternativa do Brasil e ainda manda um recado no refrão totalmente em espanhol: "Chinga tu madre pendejo. Estoy cansado de darte consejos. No quiero dinero, solo que seas sincero conmigo". Essa é especialmente praquele boy que tempera, tempera, e no final só te enrola. Já diria Regina Rouca: Se liga, hein?!

A estética da capa de "Pendejo" também mantém o nome de Chameleo entre um dos mais inovadores e esteticamente relevantes da cena musical brasileira. Os responsáveis são a dupla de fotógrafos MAR+VIN, que também vão cuidar de todo o conceito imagético do debut album do artista - cuja previsão de lançamento é ainda neste semestre. Vem muito close por aí!

Enquanto não temos esse disco na nossa mesa, vamos de ouvir e repetir o esse spoiler muito bem servido.

Caso você se pergunte, sim, a Azealia Banks já se vacinou e, assim como a OMS, recomenda as vacinas

Azealia Banks tá cansada de ser usada como exemplo negativo para todas as situações e, passada as discussões sobre a última edição do MET Gala e as artistas que, por não estarem com a vacinação contra o COVID-19 em dia, foram barradas do evento, a rapper de “Fuck Him All Night” esclareceu que não só apoia as vacinas, como já tomou as duas doses.

Em seu Instagram, Banks compartilhou uma postagem do Twitter em que o usuário falava sobre como seria engraçado se, ao contrário de Nicki Minaj, MIA, SZA e outros nomes que, aparentemente, optaram por não se imunizarem, a cantora estivesse vacinada, e confirmou: “100% vacinada.”

“Eu fui vacinada em abril em Miami e tomei minha segunda dose em maio em Nova York”, especificou. “Só porque eu gosto de compartilhar minhas opiniões, não significa que eu seja REALMENTE uma idiota, e outras celebridades podem ser repreendidas por serem genuinamente estúpidas sem que comparem isso às minhas valiosas décadas de sarcasmo, isso simplesmente já passou pela cabeça de vocês?”

Apesar de ser um exemplo mais do que positivo nessa discussão, Azealia Banks reforçou que não precisa ser lembrada sempre que alguma rapper fizer alguma besteira: “por que vocês sempre me apontam como um exemplo? Meu Deus!”

Barrada no MET Gala, a rapper Nicki Minaj usou seu Twitter para compartilhar notícias falsas sobre as vacinas que combatem o COVID-19, afirmando que só irá tomá-las quando acabar as suas “pesquisas” e se sentir segura. Numa sequência de publicações dignas daqueles furos de WhatsApp, que não mostraremos para não propagar mais desinformação, a artista afirmou que muito provavelmente será obrigada a se vacinar futuramente para sair em turnê, mas pediu pra que seu público orasse e tomasse cuidado para não acabar como seu primo que, aparentemente, ficou com os testículos inchados e impotência sexual após ser imunizado. Kkkkk

Nos EUA, têm sido baixa a procura de jovens pela vacina, justamente por conta das campanhas de desinformação que em muito se assemelha ao que vivenciamos no Brasil pelos meios bolsonaristas. Como forma de incentivo, o governo têm investido em campanhas que vão da distribuição de cervejas à ingressos para shows, além de bonificações em dinheiro.

Atualmente, inúmeras cidades do Brasil já estão vacinando crianças e adolescentes, além de oferecerem doses de reforço para idosos e pessoas com comorbidades. Se você ainda não estiver imunizado, não deixe de checar o calendário local e se vacinar.

Chlöe Bailey estreia solo com o pé direito servindo a certeira "Have Mercy"

 


Depois de muita expectativa gerada, Chloe Bailey lançou na madrugada de hoje seu primeiro single solo oficial, "Have Mercy". Para a felicidade geral dos já fãs e entusiastas da bonita - que há alguns anos já vem dado o nome ao lado da irmã, Halle - o lançamento já veio acompanhado de um clipe, que é pra gente não passar vontade!


Abusando da sonoridade urban, em especial o trap, a novidade traz uma Chloe ciente, segura e confiante do poder de si mesma diante do boy. E se a música já emana toda essa energia, o clipe apenas a fortalece. Além de deixar a gente muito ansioso pra saber quais os próximos passos a irmã de Halle planeja dar.

Isso porque já de cara dá para perceber que o vídeo serve um combo completo para os fãs de pop: looks baphos, dança, estética, beleza e conceito. Na história contada pelo clipe, ao contrário do que o nome da própria música diz, Chloe não tem dó nenhuma de usar seus atributos como isca para "congelar" suas vítimas. Ela sabe que venceu!

Sem mais delongas, ouça, assista e se deleite com a estreia solo de Chloe. E não esquece de comentar se também ficou impressionado como a gente aqui. 


Giulia Be flerta com levada do piseiro em música nova, “pessoa certa na hora errada”

Uma das revelações do pop nacional dos últimos anos, a cantora Giulia Be está pronta pra deixar para trás a era “Solta” e, nesta sexta (10), estreia a sua primeira música inédita em um ano: a chiclete “pessoa certa na hora errada”.

Com produção do Paul Ralphes, mesmo nome por trás de faixas como “Enquanto me beija” e “Coringa”, do Jão, a música aposta na sofrência com uma levada pop latina, flertando com a estética do piseiro, em alta nos streamings brasileiros, sob uma roupagem mais eletrônica.

Em entrevistas sobre essa música nova, Giulia afirmou se tratar de uma situação que realmente viveu, confirmando ainda a veracidade do áudio que abre a canção, numa declaração de amor que ela preferia não sentir. “Eu te amo muito muito mais do que eu devia, mas não dá.”

Antes desse novo single, Giulia Be havia relançado a música “Lokko”, com uma sonoridade inspirada no revival de artistas como The Weeknd e Dua Lipa, e recentemente também esteve em estúdio ao lado de Pedro Sampaio e Luísa Sonza.

Novo programa americano, “The Activist” fará competição entre causas sociais


Vai mais um reality show aí, gente?

Só que dessa vez, o formato não será musical, nem sobre pegação, muito menos por disputas de aventura no meio de alguma ilha televisionada. A ideia será muito mais profunda: uma competição entre grupos ativistas que, cada um defendendo uma pauta específica, deverão competir pelo maior engajamento nas redes sociais para chegar ao prêmio final.

Como a combinação de reality show e ativismo social talvez não pareça tão convidativa perto de outros formatos, o programa vai além e, claro, trará performances musicais, a começar por alguns dos artistas que preencherão sua bancada, incluindo nomes como Usher, Priyanka Chopra Jonas e Julianne Hough.

Com estreia marcada para o final de outubro na CBS, o novo programa se chama “The Activist” e, prometendo se tornar um formato revolucionário e inspirador, deverá abordar pautas em alta na atualidade, como mudanças climáticas, educação e saúde, com a causa finalista eventualmente chegando ao G20 Summit.

É um pouco difícil de mensurar quem achou que seria uma boa ideia desenvolver um programa onde pautas sociais competem por likes e engajamento, mas o formato conta com o apoio da Global Citizen e não ficaríamos surpresos se, neste exato momento, já estivesse sendo estudado para uma edição brasileira apresentada por Roberto Justus ou Luciano Huck.

Anitta será a primeira brasileira a se apresentar no MTV Video Music Awards

Quem tava curioso pelos próximos passos de Anitta com a empreitada internacional do seu novo disco, “Girl from Rio”, já pode se preparar: a cantora será uma das atrações do MTV Video Music Awards, o VMA, e com isso, se torna também a primeira brasileira a se apresentar na premiação, que é uma das maiores da indústria americana.

Com o anúncio feito pela própria MTV na última quinta-feira (09), Anitta chega a premiação à convite do Burger King, com quem trabalhou também numa peça que será veiculada nos intervalos do evento musical, anunciando o lanche “The Larissa Machado Meal”. A campanha traz a cantora respondendo ao narrador até que sua persona fora dos palcos, Larissa, aparece para respondê-la e lembrá-la de que é sua própria empresária.

Primeira atração brasileira de um VMA, Anitta deverá performar a faixa-título do seu novo disco, “Girl from Rio”, que conta com a produção do duo Stargate, famoso pelos hits pra Rihanna, Kelly Clarkson, Sia, entre outros nomes.

Além da cantora, o line-up do VMA ganhou mais reforços com a chegada de Normani e Alicia Keys, além dos nomes já esperados como Chloe Bailey, Doja Cat, Lil Nas X, Olivia Rodrigo, The KID Laroi, Machine Gun Kelly, twenty one pilots, Tainy, Shawn Mendes, Swae Lee, Kim Petras, Ozuna, Bieber, Jack Harlow e Kacey Musgraves.

A premiação acontece neste domingo, dia 12 de setembro, com transmissão ao vivo pela MTV Brasil.

GIRL FROM RIO

Apesar do intervalo maior do que o habitual entre os singles, Anitta garantiu que o álbum “Girl from Rio” será lançado ainda esse ano e, durante esse tempo no exterior, têm aproveitado para estreitar relações e experimentar novas parcerias.

Recentemente, a brasileira esteve em estúdio com o hitmaker Max Martin, nome frequente em hits do pop das últimas três décadas, incluindo artistas como Britney Spears, The Weeknd e Taylor Swift, além do músico e vocalista do OneRepublic, Ryan Tedder, que assina a produção executiva do vindouro álbum.

Seis discos inspirados em términos pra você ouvir – e abraçar a sofrência

Se existe um sentimento universal que gera identificação em absolutamente todas as pessoas desse mundão é o luto por um amor que acabou. Você com certeza já se apaixonou e quebrou a cara. Ou viveu por anos uma relação que eventualmente chegou ao fim. Términos podem ser traumáticos, ou mais tranquilos. Podem render uma boa amizade, ou um ranço que você simplesmente não consegue superar.

Reza a lenda que, para um artista, nada como uma boa fossa pra dar um belo empurrão na criatividade. É o caso desses seis artistas que a gente listou aqui pra você. Todos esses nomes vivenciaram términos que os inspiraram a pôr no papel todas as emoções que envolvem o fim de um ciclo ao lado de um amor. Além de muitos deles terem encontrado na arte uma forma de digerir o luto e encontrar a cura, esses artistas por meio de suas músicas nos ajudam a acolher a própria dor e a seguir em frente.

Todas prontas pro choro?

Amy Winehouse - Back to Black

Um clássico dos anos 2000, "Back to Black" narra com clareza a história conturbada do relacionamento entre Amy e Blake Fielder-Civil. Os vaivéns, as brigas e as traições da relação são expostas nas composições densas e melancólicas de Amy, e eternizam o sentimento de vulnerabilidade e tristeza quando se enxerga o fim iminente de uma relação. Sem dúvidas, o aclamado segundo e último disco de Amy estará para sempre em nossos corações. 

Kacey Musgraves - star-crossed

Dona de um dos discos mais aclamados dos últimos anos, o vencedor do Grammy Golden Hour, Kacey Musgraves agora também tem um disco sobre término para chamar de seu. Lançado nesta sexta-feira, dia 10, star-crossed já nasceu aclamado e tem tudo para entregar algumas das músicas mais pessoais da cantora americana. Descrito como “uma tragédia moderna em três atos”, o disco traz a narrativa da jornada pessoal de mágoa e cura da própria Kacey, que se divorciou do marido em meados de 2020. A gente não espera menos do que um álbum poderoso pra ajudar a gente a superar um amor que deu errado.

Tim Bernardes - Recomeçar

O representante brasileiro da lista, Tim Bernardes lançou em 2017 seu primeiro disco sem seus mates d’O Terno. Longe da irreverência e da despretensiosidade da banda, Tim se entregou à melancolia e serviu um disco que foi (e ainda é!) presença obrigatória em qualquer playlist de bad. Com muita honestidade, franqueza e sem medo de mostrar o que sentia ao fim de um amor, o boy deu o nome em "Recomeçar" e se concretizou como um dos maiores compositores da nova geração da MPB. Se você não ouviu, essa é a hora (de sofrer!)

Hayley Williams – Flowers for vases/descansos

Lançado no começo deste ano, o segundo disco solo de Hayley Williams traz composições mais pessoais e uma sonoridade mais íntima e sentimentalista do que o primeiro. Gravado por Hayley em casa durante a pandemia, "Flowers for vases/descansos" traz composições melancólicas que abordam luto, perdas e separações, fruto de um processo da própria artista, que parece não ter o superado por completo. Desde sua separação de Chad Guilbert após 10 anos de relacionamento, Hayley enfrentou dificuldades com sua saúde mental para processar o luto do término – que já havia sido tema de “Petals for Armor”, seu primeiro disco solo. 

Kanye West – 808s & Heartbreak

O nome já diz tudo. Entre 2007 e 2008, dois acontecimentos desestabilizaram a vida de Kanye West: a perda de sua mãe, Donda, e o fim do noivado com Aleis Phifer, com quem se relacionou por seis anos. A dor do artista ficaram claros no revolucionário “808s & Heartbreak”, em que Kanye entrega algumas das canções mais emocionais e vulneráveis de sua carreira, sem medo de expor sentimentos como tristeza, raiva e autopiedade – comuns aos diversos processos de luto.  É sem dúvida um de seus trabalhos mais aclamados pela crítica, sendo um dos pioneiros da mistura de ritmos pop e eletrônico com o rap. Além de, claro, ser uma trilha sonora perfeita para aqueles momentos mais difíceis.

Bjork – Homogenic

Terceiro disco da islandesa, Homogenic marca uma virada na carreira da cantora e compositora. Além de posicioná-la como a maior expoente do pop experimental eletrônico ainda no final dos anos 90. Bjork pela primeira vez explorou sua vida pessoal e suas origens. Como boa escorpiana que sabemos que é, a cantora falou de dolorosas experiências amorosas, chamando até de “covarde” que “não conseguia lidar com o amor”, um suposto ex-namorado na música “5 Years”. Porque tem términos que a gente só consegue superar na base da raiva, né? Por favor procurem terapia!

Crítica: “A Nuvem Rosa” previu a pandemia em seu (sensacional) estudo do distanciamento social

Existem certas coincidências que são assustadoras demais para serem verdade - e quando envolvem a corrente pandemia, se tornam ainda maiores. Lembro bem quando, no primeiro semestre de 2020, a Netflix lançou "O Poço" (2019), um filme sobre a equidade de recursos e como somos egoístas nessa coisa doida chamada "sobrevivência". A película espanhola refletia bem a loucura em supermercados e a falta de produtos pela compra desenfreada - álcool em gel mesmo, ninguém achava.
 

Pulamos para 2021. Em pleno mês de setembro do corrente ano, estamos caminhando para uma realidade menos caótica pelo avanço das vacinas (defenda o SUS), porém, a quarentena ainda é um fantasma mais que presente. No último dia 02, chegou nas plataformas de stream o filme "A Nuvem Rosa", longa de estreia de Iuli Gerbase. A primeira coisa que vemos sobre o filme, nos segundos iniciais, é um cartão informando que o roteiro foi finalizado em 2017 e as filmagens em 2019. "Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência". É raro vermos uma pontuação tão incisiva sobre um aspecto não-diegético, então por que aquela informação era tão vital para ser a abertura da obra?

A história se passa em algum presente ou futuro mais-do-que-próximo. Giovana (Renata de Lélis) é uma mulher que conhece Yago (Eduardo Mendonça) em uma festa e leva-o para passar a noite em sua casa (empoderadíssima, virei fã). Pela manhã, sirenes disparam ao redor da cidade, e os noticiários informam que nuvens tóxicas cores-de-rosa surgiram ao redor do mundo, matando quem entra em contato em apenas 10 segundos. A regra é fechar todas as portas e janelas e o que quer que dê acesso ao mundo externo, trancafiando todas as pessoas no lugar em que elas estiverem no momento - quem estava em casa, parabéns pela sorte.

Ali estava Giovana com Yago, um homem que ela conhece há menos de 24h. As primeiras reações são um misto de preocupação e frivolidade: por mais que eles levem a sério o que estava acontecendo, há uma latente impressão de "isso vai passar logo". E a partir de então, a câmera de Gerbase se instala claustrofobicamente dentro da casa de Giovana - mais uma fita para a lista de "filmes que se passam inteiramente em um só lugar".

A diretora foi bem esperta na tentativa de manter o espectador junto com os personagens naquela casa. Com exceção do rápido prólogo, não saímos das paredes da residência - até mesmo na cena em que Giovana conhece Yago, estamos afundados em um background escuro, sem conseguir visualizar o local da festa, apenas os personagens. Até esquecemos que um dia aqueles dois sentiram a brisa de uma rajada de vento.

Então, estranhamente, "A Nuvem Rosa" "previu" a pandemia. A distopia natural, no entanto, vai para caminhos que fogem da obviedade fomentada pela premissa. Ao contrário de nomes como "Contágio" (2011, que também se aproxima demais do nosso real) e qualquer longa que se baseia em algum tipo de "fim do mundo", "A Nuvem Rosa" não está tão interessado em estudar o que acontece do lado de fora das paredes de Giovana, focando quase que inteiramente na relação forçada dos dois protagonistas.


Em um momento, Giovana fala que ela e Yago são como um "casal indiano" que se conhece apenas no dia do casamento e devem aprender a conviver um com o outro a partir dali. Esse é o cerne da fita. Banhados por uma áurea rosa emanada pelas nuvens, os dois, que começaram como um lance de fim de noite, mantêm a relação que não estava prevista - e muito é questionado a partir disso. Quando o tempo vai passando e as nuvens não dão sinal de desistência, a situação fica mais precária.

Aqui também está uma das melhores escolhas técnicas e narrativas do filme, a maneira que ele cria as elipses temporais da história. Não há sinais cronológicos diretos de quanto tempo eles estão ali, explorados pelas mudanças físicas dos protagonistas, como o crescimento dos cabelos e da barba de Yago. No começo pode parecer um pouco estranho navegar pelo enredo sem uma bússola temporal, todavia, embarcamos sem problemas quando percebemos qual foi a estratégia selecionada por Gerbase, executada com êxito a partir da montagem certeira.

O primeiro grande estudo do roteiro é a convivência forçada. Giovana e Yago funcionavam muito bem nos primeiros tempos de quarentena, tendo o trabalho (agora home-office) para distrair e fugir da monotonia da rotina, porém, estar 24h por dia ao lado de alguém que você não escolheu se torna um peso cada vez mais difícil de ser carregado.


Giovana com frequência se comunica com amigos e parentes por meio de chamadas de vídeo. Sua irmã mais nova estava na casa de uma amiga quando a nuvem surgiu, estando lá desde então. Uma amiga está sozinha no apartamento depois que o namorado foi à uma padaria no momento que desencadeia a história, prendendo-o lá. Sua saúde mental vai degringolando pela ausência de contato humano, correndo em busca de válvulas de escape que se mostram inúteis, como a compra de um cachorro-robô.

É então entramos no segundo grande estudo do texto, o contato físico. O talo, a pele. Com as relações cortadas com Yago, ele e a protagonista desenrolam estratégias para suprir o desejo sexual - ele através de sexo virtual; ela, por meio de um vizinho de janela. Se ali a coisa não é tão ortodoxa, há situações bem piores: a irmã mais nova liga para Giovana e diz que o pai da amiga engravidou duas outras garotas que também estão lá desde o incidente da nuvem. Sim, o pai engravidou as amigas (menores de idade) da filha - esse momento me recordou "Miss Violência" (2013), uma referência bem-vinda.

E, para o espanto de ninguém, Giovana acaba grávida de Yago - um "bebê da pandemia". A chegada da criança é um ótimo elemento de elipse temporal, com o público podendo mensurar com mais precisão a passagem do tempo - e somos engolidos pelo crescimento da criança e a certeza de que eles continuarão presos ali. É triste pensar que o menino jamais pisou os pés fora daquela casa.


A maior previsão da obra, que deixaria Nostradamus abismado, é a galera que celebra a nuvem. Temos vídeos de youtubers falando como o conjunto de gás tóxico colorido do lado de fora na verdade é uma bênção, vinda para ensinarmos a vivermos de forma melhor. Coatches se aproveitam para vender estilos de vidas vitoriosos, independente da ameaça mortal ao lado da janela. Soa familiar? É o desgosto absoluto.

Com a depressão afogando Giovana, ela ganha de aniversário um óculos de realidade virtual. O presente é um ponto de virada na relação de todo mundo, pois a mulher acaba se perdendo naquela realidade artificial criada pelo óculos - no melhor estilo "Black Mirror" (2011-). Ela vai se distanciando cada vez mais da família para "viver" qualquer simulação dada pelo VR, chegando a espalhar areia em um quarto para se sentir ainda mais em uma praia. Ela anda pela casa de maiô e só interage com alguém nos rápidos momentos em que está fora da praia de led.

Uma das escolhas feitas pelo roteiro pode ser uma faca de dois gumes: raramente temos conhecimento de como está funcionando o mundo exterior. Não sabemos como está o governo, as autoridades e qualquer tipo de poder institucional que reja aquele Brasil, e isso é uma decisão correta. Não interessa os comos e os porquês da nuvem e das configurações que se iniciaram a partir dela - e, curiosamente, por estarmos dentro de uma realidade parecida, a falta dos porquês não é uma deficiência, pelo contrário. Sabemos muito bem como é estar ali - por mais que tenhamos mais liberdade de ir e vir que Giovana e Yago.

Com um final igual um acidente que vemos acontecer, mas podemos fazer nada acerca, "A Nuvem Rosa" fortalece uma veia grossa do novíssimo cinema nacional, a extrapolação criativa de enredos que hiperbolizam nossa realidade a fim de estudá-la e criticá-la - como "As Boas Maneiras" (2017), "Bacurau" (2019), "Trabalhar Cansa" (2011) e "Divino Amor" (2019). Essa veia contraposta o estilo mais clássico da nossa indústria, o "cinema verdade" ("Aquarius", 2016; "Que Horas Ela Volta?", 2015; "Tropa de Elite", 2007; "Temporada", 2018; etc), e não quer fincar as unhas no crível, pelo contrário, almejando desenvolvimentos mais fantasiosos que (absurdamente) soam mais do que reais - e a explanação de "A Nuvem Rosa" sobre o "novo normal" é um espelho desconfortável de ser encarado.

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