Primeiras impressões: “Love, Victor” apresenta dilemas reais de um jovem gay

Atenção, este texto possui spoilers dos dois primeiros episódios de "Love, Victor". Você está avisado.

"Love, Victor", série derivada de "Com Amor, Simon" protagonizada por Michael Cimino (Victor), chegou a rede mundial de computadores. Ao contrário do material de origem, onde tudo se resolve mais fácil - o que não é, na verdade, um problema - os dois primeiros episódios da série indicam que o enredo deve seguir um caminho muito mais realista com vários dilemas sobre a descoberta da orientação sexual do protagonista.

O único trailer da série já denunciava que nesta história nada seria fácil para o protagonista, mas o primeiro episódio deixa isso mais claro. Os pais de Victor, interpretados por James MartinezAna Ortiz, são religiosos e o personagem de Martinez dá indícios de ser aquele clássico pai que espera um filho "machão", e isso realmente pode se tornar um problema nos episódios seguintes.


Outro ponto interessante quanto a família de Victor é o fato de serem latinos e, ao contrário da família de Simon, a situação financeira não é das melhores. Moradores do Texas, ele se mudam para Atlanta devido ao emprego do pai. A situação financeira da família, aliás, é utilizada como um os plots principais dos dois primeiros episódios. Entretanto, chega a ser engraçado retratarem uma família aparentemente pobre, mas com elementos que visivelmente mostram que não é bem assim.

Os problemas citados até aqui parecem realmente insignificantes para Victor no primeiro episódio. Não é de se surpreender, o personagem precisa lidar pessoalmente com sua sexualidade e acredita que tudo vai dar certo neste sentido porque irá estudar na escola de Simon, interpretado por Nick Robinson no original. Victor tem a ilusão de que por Simon ter sido bem aceito pela comunidade escolar o mesmo aconteceria com ele.

As expectativas vão por água abaixo logo quando conhece Benji, interpretado por George Sear. Felix (Anthony Turpel), quem provavelmente se tornará o melhor amigo de Victor, alerta que Benji é gay justamente para "não terem a impressão errada". Ao longo dos dois episódios, o fato de Benji ser gay é um problema para os demais alunos e isso pode ser explicado facilmente pelo espaço de tempo entre o filme e a série. Novos alunos. Novos potenciais homofóbicos.

Todos os pontos enumerados até aqui levam a crer que a série será muito mais "pé no chão" do que "Com Amor, Simon". O filme protagonizado por Robinson é, digamos, muito mais leve sobre as questões acerca da orientação sexual de Simon, enquanto a série parece que irá abrir espaço para realmente discutir alguns pontos mais a fundo.

O enredo, aliás, se torna muito mais interessante graças ao elenco. Michael Cimino é uma graça e sua química com George Sear parece ser fantástica - há apenas três cenas dos dois juntos nos dois primeiros episódios. Porém destaco aqui Anthony Turpel, que rouba a cena quando aparece em tela.


A surpresa mesmo fica quanto a participação de Nick Robinson como Simon na série. O ator participa apenas com sua voz em alguns momentos específicos. Devido ao enredo apresentado até o segundo episódios, isso deve acontecer mais vezes ou culminar na participação de Keiynan Lonsdale (Bram) que, inclusive, aparece no trailer da série.

Enfim, os dois primeiros episódios de "Love, Victor" trazem muito potencial para a série. Inclusive, arriscamos dizer que essa nova história pode se tornar melhor que a original. Um dia a gente volta para dar um veredito para vocês. Agora nós vamos voltar para a nossa maratona.

Versão de Zack Snyder para “Liga da Justiça” ganha teaser focado na Mulher-Maravilha

Após ser anunciado no final de maio, a versão de Zack Snyder para "Liga da Justiça" ganhou nesta quinta-feira (18) o seu primeiro teaser, focado na Mulher-Maravilha (Gal Gadot). A produção está prevista pela 2021 no HBO Max, o serviço de streaming da Warner.


Conforme o teaser aponta, Mulher-Maravilha deve ser peça fundamental para esta versão, visto que ela está investigando sobre o Darkseid, que inclusive aparece no final. Rumores antigos apontavam para uma maior importância da heroína na versão que nunca foi lançada. Snyder, aliás, revelou no ano passado que era ela quem matava o Lobo da Estepe, vilão do filme.

A versão vendo sendo pedida desde o lançamento de "Liga da Justiça", em 2017. Snyder, é claro, contribuiu para que os fãs ficassem com mais vontade de assistir sua versão ao publicar nas redes ideias que foram descartas da produção. Membros do elenco também haviam confirmado a existência do "Snyder Cut".

A produção de "Liga da Justiça" foi totalmente conturbada. Em meio as gravações, Joss Whedon foi chamado para reescrever algumas cenas pois o estúdio as achava sombria demais. Tudo piorou quando Snyder se afastou após a morte de sua filha, o que resultou com que Whedon assumisse a direção. O resultado foi um filme com dois tons totalmente diferentes e uma sensação de que muita coisa estava faltando.

Atração da festa Trophy desta sexta (19), That Kid nos levará de volta aos anos 2000

As batidas são eletrônicas, os vocais computadorizadamente modificados, e o visual? É servido com muita cor, brilho e referências  que passeiam do final dos anos 90 ao auge dos 2000, época em que a história do pop era escrita por artistas como Destiny’s Child e Britney Spears.


That Kid é um cantor americano que se autointitula “a twink queridinha da América”. Seu hype começou láaa em 2018, com a faixa “Dial Tone”, mas foi só dois anos depois, em 2020, que ele retornou com a mixtape de estreia “CRUSH”, em parceria com as produtoras Donatachi e Ms. Cheeseburger, além de composições do expoente do hyperpop, Ayesha Erotica, provando que ainda tinha muito a mostrar.



Ao longo de suas nove faixas, “CRUSH” é extasiante, explosivo e dançante, sendo a sua única preocupação não nos deixar parados, e entre suas letras românticas, ora platônicas, sobra até espaço para um cover do hit “Kiss Me Thru The Phone”, do Soulja Boy, aqui repaginada como se fosse uma música que Charli XCX colocaria em seus últimos discos.

Na próxima sexta, 19, That Kid  será a atração principal da festa virtual Trophy, que, desde o início da quarentena, tem sido realizada através da plataforma de vídeoconferência ZOOM. Além do cantor, a festa contará com mais de 8 horas de pop, hyperpop e outras fritações, com sets dos DJs residentes Tintel, Jana Duarte e Sate e os convidados Luca Rassi, BRVVO, RCHRDXSEABRA e Manuxerecão2000.


Crítica: “A Assistente” traz uma ótica importante para o assédio no trabalho

Julia Garner tem apenas 26 anos, mas já se encontra no caminho perfeito para cair nas graças de Hollywood. A garota já possui um Emmy - de "Melhor Atriz Coadjuvante" pela série "Ozark" (2017-) - começou a carreira liderando dramas indies - como "Everything Beautiful Is Far Away" (2017) e o delicioso "A Fita Azul" (2012), além da ponta no clássico adolescente "As Vantagens de Ser Invisível" (2012). Ela agora retorna em mais um protagonismo que mostra todo o seu talento.

Ela é Jane em "A Assistente" (The Assistant"), estreia da diretora, roteirista e produtora Kitty Green no cinema de ficção. A australiana é conhecida pelos seus documentários, e o estilo jamais foge da tela do seu novo longa. Jane é a assistente do título, trabalhando em uma produtora de filmes. Ela é a primeira a chegar - quando o sol ainda nem apareceu - e a última a sair. Com sua mesa exatamente ao lado do escritório principal, ela é incumbida de fazer absolutamente tudo o que aparecer por lá.

A película segue exatamente um dia na vida de Jane. De tirar xérox de documentos a pegar comida e lavar a louça, Jane faz o que ninguém mais quer fazer. Em um local majoritariamente ocupado por homens, ela pode até ser chamada de "empregada" do lugar pelo leque sem coesão de atividades. O que mandarem, ela faz.


Enquanto limpava o escritório do chefe - um personagem que em momento nenhum aparece na tela -, ela encontra um brinco, e fica claro para o espectador que o ocorrido não é surpresa para a protagonista. Ela sabe que o chefe leva mulheres até lá para encontros sexuais, e sobra para Jane ter que lidar com a esposa do patrão, afinal, ninguém mais quer segurar esse abacaxi. A obra encontra muito sucesso ao ser capaz de falar apenas com imagens, com gestos e olhares de seus personagens.

Os encontros privados do chefe são de conhecimento geral. Até mesmo piadas são feitas sobre isso, como no momento em que um personagem se senta no sofá da sala presidencial e alguém fala, com gracejo, "Não sente jamais nesse sofá". Todos ao redor caem na gargalhada, menos Jane. Mesmo estando lá por apenas cinco semanas, ela já está ciente da conivência de todos com o que se passa por trás daquelas portas.

Apesar de que, sim, isso seria um embaraço, de início não fica muito explícito o motivo pelo qual Jane se demonstra tão desconcertada pelas traições do chefe. A resposta não demora: uma jovem (e bela) garçonete chega do interior para trabalhar como secretária no piso principal. Como alguém tão nova e sem a menor experiência já foi escalada para um trabalho tão importante? Na ida até o hotel - reservado pelo chefe para a garota -, ela revela a Jane que conheceu o patrão no restaurante que trabalhava, e aí estava a chave para todo o mistério. Ela foi contratada para ser aliciada, e parecia não ter a menor noção do que aconteceria.

O chefe não estava meramente pulando a cerca, ele usava seu status para conseguir sexo de jovens e vulneráveis mulheres que aspiravam subir na carreira. E Jane, que não queria perder o emprego, era conivente de maneira obrigada. Ela abaixava a cabeça para não ser demitida, mesmo com os telefonemas agressivos do patrão - que resultavam em humilhantes pedidos de desculpas da assistente.


Querendo por um fim na situação, Jane vai até o Recursos Humanos da empresa. Ela, completamente envergonhada, mal consegue formular frases com sentido, todavia, a mensagem é bem clara para o gestor. A opressão de todo o sistema grita ainda mais quando o gestor passa a impressão de que já sabia de tudo e que fará nada para ajudar, ameaçando o emprego de Jane. Ela vai embora da sala sem prestar a queixa, só para ser mais uma vez repreendida aos berros pelo patrão, que foi informado pelo RH.

A câmera da fita quase nunca deixa o rosto de Jane, e Julia Garner acrescenta mais uma performance incrível em seu currículo. O roteiro de Green auxilia e muito na sensação de que a protagonista é engolida pelo trabalho, seja nas cenas em que ela abdica de sua vida pessoal ou nas sequências em que vemos outras pessoas passando ao lado de Jane sem nem ao menos notá-la. Ali, ela era invisível, e deveria ser. O gestor de RH até solta: ela não deveria se preocupar porque não fazia o tipo do patrão. Grande alívio.

Possuindo apenas 85 minutos, uma obra relativamente curta, o ritmo do filme deveria ser mais dinâmico, porém, Green derrama seu estilo anterior e filma aquele dia de Jane de forma documental, indo nos mais irrisórios momentos da sua jornada. É quase hercúleo fugir da morosidade da narrativa em alguns momentos, que acaba caindo na chatice e na impressão de que o filme poderia ser muito mais, não nego, no entanto, tudo é trabalhado para que sintamos da maneira mais cristalina o que Jane sente convivendo com aquelas pessoas e aqueles desafios.

As engrenagens que fazem "A Assistente" andar são bem claras: o longa é mais um reforço da arte na solidificação da importância do movimento "Me Too", que denuncia o assédio na indústria do entretenimento - outro exemplo é o vencedor do Oscar "O Escândalo" (2019). Vemos por meio de Jane, carregada por uma atuação sensacional de Julia Garner, como já existe uma roda bastante delimitava e preparada para silenciar toda e qualquer mulher envolvida nas artimanhas que evocam os comportamentos predatórios dos homens em posição de poder. Mesmo não conseguindo parar essa roda, a protagonista é a ponta de um iceberg de sororidade que precisa vir à superfície assim como as portas que escondem assédios precisam ser abertas. Mas o que esperar de uma empresa que não contrata sequer uma pessoa preta?


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Um guia rápido com os 10 principais lançamentos de k-pop em junho

O mês de junho tem tudo para ser o mais agitado para o k-pop em 2020. Quem acompanha o gênero, sabe que desde o finalzinho de maio estamos sendo alertados quanto ao que poderia vir e parece que muita coisa boa será lançada nesse mês. Entre os grupos e solistas que já retornaram e aqueles que ainda estão por vir, são mais de 50 lançamentos.

Como é muita coisa para tentar acompanhar, o Daebak desta semana selecionou apenas 10 lançamentos que você precisa ficar de olho em junho. Vem comigo.

QUEM JÁ RETORNOU


TWICE 
As meninas do TWICE foram as primeiras a abrir o mês com o seu nono mini-álbum (EP) "MORE & MORE". Além do disco, o grupo trouxe um videoclipe para a faixa-título, que possui composição de Julia Michaels e Zara Larsson (!!!), além de um break perfeito para dançar em uma balada quando a quarentena acabar. Solta o som DJ!


TXT 
Quem também já deu o ar da graça são os meninos do TXT. O grupo havia lançado há pouco tempo o videoclipe para a excelente "Can't You See Me?" e agora retorna bem mais dark e selvagem, diga-se de passagem, com "Puma". Ambas as canções fazem parte do último disco do grupo, "The Dream Chapter: Eternety".



Super Junior K.R.Y.
Kyuhyun, Ryeowook e Yesung se juntaram mais uma vez para o sub-grupo do Super Junior, K.R.Y. O trio retorna com o mini-álbum "When We Were Us" e, olha, tem que ter gogó. Como já esperado, os três trazem vocais simplesmente impecáveis.


Chung Ha
Depois de servir com "Stay Tonight", Chung Ha lançou nesta segunda-feira (8) "Be Yourself". A faixa é completamente diferente do lançamento anterior: é animada, revigorante e bem fresh. Já o videoclipe é todo coloridinho, na paleta da Sprite mesmo, já que é uma parceria. "Be Yourself" não será integrada ao novo disco da cantora.


MOMOLAND
Donas do smash hit "BBoom BBoom", MOMOLAND retornou na quinta-feira (11) com o EP especial "Starry Night". O disco contém três faixas novas, além de dois instrumentais. No mesmo dia do lançamento do EP, o grupo também lançou um vídeo especial para a canção-título.


VEM AÍ


IZ*ONE
15.06.20
As princesinhas do IZ*ONE tão retornando já na próxima segunda-feira (15) com o disco "Oneiric Diary", seu terceiro mini-álbum. O retorno acontece junto do lançamento do videoclipe de "Secret Story of the Swan". Simplesmente chique.


Stray Kids
17.06.20
Depois de render hits como "My Pace" e "Miroh", os Stray Kids estão retornando com o seu primeiro álbum de estúdio, "GO生". Nos últimos dias, prévias das canções foram divulgadas e parece ser um material bem bacana, na verdade. Um trailer para o disco também já está entre nós e é impossível não ficar animado.


SEVENTEEN
22.06.20
Há quase um ano sem um lançamento para o mercado sul-coreano, o SEVENTEEN está prestes a fazer o seu comeback com o seu sétimo mini-álbum, "Heng:garae". O disco sai apenas no dia 22, mas na última quinta-feira o grupo pré-lançou "My My" com um videoclipe que aquece o coraçãozinho. O retorno do grupo acontece logo após a sua empresa, Pledis Entertainment, ser adquirida pela Big Hit, do BTS.


Golden Child
23.06.20
Logo após participar do reality "Road to Kingdom", o Golden Child se prepara para lançar o seu quarto mini-álbum, "Take a Leap". Com seis músicas e o single "One (Lucid Dream)", o lançamento está previsto para sair um dia após o retorno de SEVENTEEN e deve seguir um ar dark estabelecido desde o álbum "Reboot".


BLACKPINK
26.06.20
O que será que vem aí? A YG, empresa responsável pelo BLACKPINK, vem fazendo muito mistério quanto ao retorno das meninas, com o primeiro álbum previsto para ser lançado somente em setembro. Todavia, antes desse mês chegar, o grupo irá fazer pré-lançamentos e o primeiro acontece já no dia 26. Uma pena que a gente realmente não sabe nem qual vai ser o nome da faixa.

Deu tudo certo! O “Ungodly Hour”, do duo Chloe x Halle, é um dos melhores discos do ano

As novas princesinhas do R&B, as irmãs Chloe e Halle Bailey, lançaram nessa sexta-feira (12) seu segundo e ótimo álbum, o “Ungodly Hour” e, como a gente já esperava, o material é uma das melhores coisas lançadas em 2020. 



Em seu primeiro disco, “The Kids Are Alright”, a dupla Chloe x Halle investiu bastante em suas vozes angelicais para criar o mood de suas canções, apostando em um R&B mais tradicional. No novo disco, elas continuam explorando seus vocais diferenciados, mas experimentam muito mais em termos de sonoridade, flertando tanto com o trap como com elementos de música eletrônica (não à toa, a faixa-título do material tem produção do duo Disclosure).

Outro ponto alto do “Ungodly Hour” é que ele consegue mostrar muito bem todo o amadurecimento das artistas, não só em termos de sonoridade, pois agora parece que elas estão encontrando seu lugar na música, como também nas composições, pessoais, emotivas, melancólicas e muito relacionáveis. 

Algumas observações são válidas: elas participaram da composição de todas as músicas do material, tendo composto sozinhas algumas das faixas. Além disso, elas também ficaram à cargo da produção de algumas canções: “Baby Girl” e “Tipsy” são algumas das faixas produzidas pela Chloe, enquanto em “Wonder What She Thinks Of Me”, as irmãs trabalham juntas na produção.

Essa mistura de muito talento e coesão não poderia resultar em outra coisa senão aclamação. É por isso que elas são as pupilas da Beyoncé. 

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