Album Review: ansiedade, liberdade e solidão se confundem em “Lobos”, o primeiro disco do Jão

“Se você me amar demais, eu paro de te amar. Um amor fácil me apavora”, canta Jão logo na primeira faixa do disco “Lobos”, a dançante e confessional “Vou Morrer Sozinho”. Brega e pop, a faixa entrega uma combinação agridoce que acentua o tom de todo o disco: um compilado sobre amor, solidão e não-pertencimento, que ilustra o desprendimento emocional da sua geração, em tempo que se enquadra em cada uma dessas narrativas da maneira mais emotiva possível. O disco é co-composto pelo cantor ao lado de Pedro Tofani, com produção do coletivo Head Media.



Toda essa ilustração já fica muito clara logo em sua faixa seguinte: a terminal e quase sertaneja “Me Beija com Raiva”. Enquanto a música acontece, a cena se forma na nossa imaginação: o par romântico do cantor está arrumando as suas coisas pra partir, enquanto ele não sabe se o impede, tenta retomar a discussão ou apenas senta e cede a emoção. O arranjo pop sertanejo nos lembra do que ouviríamos em um disco do John Mayer ou Shawn Mendes, enquanto tudo o que ele pede é por um último beijo cheio do sentimento que os acompanha naquele momento de raiva. “Como fodemos o melhor amor do mundo? Sei lá se esse é o nosso último segundo, então me beija com raiva, me beija com raiva.”



Um sopro de ar fresco passado o aperto da faixa anterior, “Lindo Demais” é um grito de paixão desenfreada. Eles estão ótimos, se curtindo pra caralho, e entre eles tudo funciona tão bem, que o cantor mal pode esconder e se pega contando isso em voz alta, gritando pra quem quiser ouvir: “porra, a gente se ama! E isso é lindo demais!” Desta vez, o arranjo cai de vez na música pop, com direito a uma percussão eletrônica e corinho pós-refrão pra darem ainda mais força ao grito apaixonado. Lindo demais.

Se precisássemos escolher uma música do disco pra cantar num karaokê, com certeza seria “Imaturo”. A música que abriu os trabalhos do cantor com esse disco mantém o clima do álbum em alta, bem como o seu coração em boas mãos, sob um arranjo que anteriormente chamamos por “brega para millenials”: uma mistura de Pabllo Vittar com a dinamarquesa MØ. “Eu gosto de você, tchau!”



Sem tempo pra percebermos que as coisas estavam indo bem demais, a montanha russa de emoções do cantor dá a volta por baixo em “Ainda Te Amo” que, basicamente, é aquela ligação bêbado de madrugada que você provavelmente se arrependerá ao amanhecer. Sem um amor para pertencer, ele sai tapando o buraco com pessoas, hábitos e bebidas, mas quanto mais tenta se encontrar, mais se vê perdido. É interessante perceber que a vulnerabilidade desta faixa se entrega também no arranjo, simples e todo no violão, apoiado unicamente pela emoção com a qual o cantor entoa cada um dos seus versos. “Cê me jogou pro alto só pra me ver quebrar.” 

Ainda sem rumo, o não-pertencimento desperta em Jão um dos sentimentos mais familiares aos lobos, que preferem andar, caçar e viver em bandos ou, como são chamados esses grupos, alcateias. Sob a luz da lua, esses animais solitários se tornam a sua melhor companhia e é morando nesses desencontros que ele volta a se sentir parte de algo, ao som da selvagem e libertária “A Rua”. De longe, uma das nossas favoritas em todo o álbum. “Se eu me desencontrar, a rua vai me proteger.”



Em estado de sobriedade pós-êxtase, “Lobos” devolve o disco às suas amarras, assim como a letra, que encontra o cantor bem mais decidido sobre o que quer para si e as consequências de suas escolhas a longo prazo. “Nada do que você diz faz sentido algum, porque eu tenho a minha própria caminhada”, ele canta. “Eu podia ficar lento, só, perdido, mas é que solto eu fico muito mais bonito.”

“Eu sou daqueles que se desfaz com todos os finais”, lamenta Jão em “Eu Quero Ser Como Você”, mais uma toda ao violão e com uma letra confessional, na qual ele pensa alto sobre o quanto gostaria de ser como aqueles que sofrem na medida, rapidamente se alinham e, passado um difícil término, seguem com a vida. Outra vez, o disco se apoia numa fórmula que entrega uma narrativa triste ao som de um arranjo confortável o suficiente pra não nos encontrarmos num espaço tão ruim. Quase como aquela tentativa de nos vermos bem, quando sabemos que ainda há algo ali que nos faz mal.

Única participação especial do disco, se não fosse pelo sotaque, os vocais do português Diogo Piçarra passariam despercebidos em “Aqui”, faixa que já vinha integrando as apresentações ao vivo de Jão e, anteriormente, também fez parte do EP “Primeiro Acústico”. Eletrônica e introspectiva, a música apresenta uma perspectiva menos extrema sobre um relacionamento que está beirando o fim, mas ao menos foi bom e intenso enquanto durou. “Quem diria que a gente chegaria aqui?”



“Sempre lutei por liberdade, mas ser livre me fez só”, canta na faixa que encerra o disco, “Monstros”. Aqui, a sensação deixada é de que todos os cenários que visitamos ao longo do disco começam a se desfazer, conforme todos os rostos, lembranças e sentimentos vão sumindo em um longo e cinematográfico fade out. Sozinho, como começou sua história esperando morrer, ele chega ao fim, ao som de uma voz embargada e guiada por um piano, ciente de que ainda há muito o que percorrer e velhos demônios para confrontar.

***


Aos 24 anos, Jão canta sobre uma juventude que começou dia desses, pra outros jovens que, como ele em outrora, encontram nos versos de seus ídolos histórias que os motivam a seguir em frente, acreditar em si e que dias melhores virão. De maneira poética, “Lobos” é o clichê menos clichê possível: ele quer amar, mas se amar demais, cansa; quer ser feliz, mas por todas as felicidades que passa, não se encontra, e quer ser livre, mas pra se ver livre de todas as amarras, se isola.

Esses altos e baixos não poderiam refletir melhor essa realidade ansiosa, porém romântica, repleta de coadjuvantes e, ainda assim, solitária, na qual queremos tudo agora e, se não o temos, já não queremos mais. Ou o contrário, mas com aquele receio de demonstrar. Em que queremos tudo, mas com aquele medo de se entregar por completo. E recusamos nos conformar com migalhas, voluntariamente sendo as migalhas de outrém. 

Em tom reconfortante, é importante frisarmos que, assim como a vida, a história aqui contada pelo cantor não chegou ao fim. O que faz de “Lobos” um livro inacabado ou, por assim dizer, um diário que nos foi entregue antes de escreverem a página final. Se esse final será feliz ou não, só a jornada dirá.

Em sua estreia, Jão se desconstrói sob confissões e ficções que não nos dão outra opção, senão nos tornarmos a sua companhia nessa caminhada solitária, seja dançando, chorando ou cantando também. E como lobos, daqui em diante seguimos juntos, mais do que ansiosos por o que nos espera a seguir.

A "Toxic" brasileira tá pronta! Pabllo Vittar é uma espiã poderosíssima no clipe de "Problema Seu"

Pabllo Vittar lançou no início desta quarta-feira (15) seu novo single, "Problema Seu", que deve abrir os trabalhos de seu segundo disco, esperado para outubro desse ano. E se a música em sua mistura de ritmos brasileiros com pop já tinha mostrado que não existem limites para a artista, ela prova que pode ir ainda mais longe no clipe da canção. 

A produção, liberada na noite desta quarta e assinada pela dupla Os Primos, foi inspirada em filmes de espionagem como "Sr. e Sra. Smith", e até no desenho "Três Espiãs Demais", como a própria Pabllo revelou antes do lançamento. Porém, depois de assistir ao clipe, conseguimos também encontrar referências de grandes vídeos que marcaram a música pop, como o icônico clipe "Toxic", da Britney Spears, e "Bad Blood", da Taylor Swift. 

Em "Problema Seu", Vittar é uma agente secreta em busca do mais valioso dos artefatos - o PV2, é claro. Junto com seu boy, ela invade uma mansão, luta contra seguranças e até repete a clássica cena de filmes de espionagem onde a protagonista se estica toda para passar em meio a luzes infravermelhas, tudo isso usando looks incríveis e arrasando nas coreografias.


E se você perdeu a melhor referência de todas, a.k.a Pabllo correndo como Naruto, facilitamos sua vida: coloca lá no 1:48 pra você ver (ou, se já viu, rever) esse momento maravilhoso. Um ícone referenciando outro ícone? É isso que chamamos de produção de qualidade. 

Com 28 anos, Jennifer Lawrence é uma das maiores artistas do cinema

Perdão aos haters, mas só trouxemos verdades neste texto.

Filha de Karen e Gary Lawrence, Jennifer nasceu em 15 de agosto de 1990, em Louisville, no interior de Kentucky. No ápice de sua pré-adolescência, J-Law já mostrava sinais de que gostava de atuar e foi em 2007 que deu início a sua carreira de atriz, quando participou do “The Bill Engvall Show”. Mas o mundo só virou os olhos para ela anos depois, com sua indicação ao Globo de Ouro e Oscar de Melhor Atriz por “Inverno da Alma”, lançado em 2010.

No ano seguinte, a aclamação do povão e de alguns fãs começam a crescer com seu papel de Mística em “X-Men: Primeira Classe”, mas hoje a versão da atriz para a personagem não é muito aceita, principalmente em “X-Men: Apocalipse”, onde ela é tratada como uma espécie de heroína. Essas pessoas claramente não entenderam o conceito.

Ascensão


Brincadeiras à parte, o verdadeiro boom para Jennifer Lawrence acontece em 2012. Neste ano, a atriz estrela a adaptação de “Jogos Vorazes”, que se tornaria um verdadeiro fenômeno teen nos próximos 3 anos através dos filmes “Em Chamas”, “A Esperança: Parte 1” e “A Esperança: O Final”. A franquia, inclusive, ajudou a Jennifer Lawrence se tornar a atriz mais bem paga de Hollywood por dois anos seguidos.

Também, o feito não surpreende. Segundo dados do Box Office Mojo, as bilheterias dos filmes quase somam US$ 3 bilhões e, em resposta, cria-se uma fanbase bem estabelecida que também ajuda a sustentar as bilheterias dos filmes dos X-Men estrelados por ela. Jennifer Lawrence se tornou uma atriz merecidamente cara e aclamada pela crítica especializada.

Aclamada pela crítica


Ainda em 2013, ela recebe sua segunda indicação ao Oscar de Melhor Atriz por “O Lado Bom da Vida”, onde interpreta a ninfomaníaca Tiffany Maxwell ao lado de Bradley Cooper, com quem contracenou novamente em “Serena”, que a gente guarda na fanbase. A performance da atriz lhe rendeu a tão sonhada estatueta que alguns pelejam para aceitar. Sua performance por “O Lado Bom da Vida” trouxe pra mesa da sala da Jennifer Lawrence um Screen Actors Guild e um Globo de Ouro de Melhor Atriz

Se fica de curiosidade, em 2014, ela se consagrou, na época, como a atriz mais mais jovem a ter três indicações ao Oscar. Mais tarde, em 2016, ela cresceu o título, se tornando a atriz mais jovem agora com 4 indicações, graças a cinebiografia “Joy”. Em premiações em geral, ela tem 174 indicações e 78 prêmios. Felizmente aclamadíssima.


Desde o fim da franquia “Jogos Vorazes”, Jennifer Lawrence trabalha em reforçar sua imagem como atriz de “filmes de arte”, aqueles que a Academia e os críticos amam. Assim, veio seu protagonismo em “mãe!”, lançado em 2017 e dirigido por Darren Aronofsky, sendo considerado por muitos fãs como sua melhor performance no cinema, apesar da chacota indicação ao Framboesa de Ouro a Pior Atriz. Infelizmente, o Oscar não reconhece sua grandiosa atuação e a atriz sequer foi indicada à premiação.

Pausa na carreira e Fênix Negra

Em entrevista ao Entertainment Tonight, Jennifer Lawrence revelou em fevereiro que estará tirando férias em 2019 para uma espécie de férias para poder se dedicar ao Represent.Us, que promove leis de anticorrupção dentro do governo. “Eu estarei trabalhando nesta organização como parte da Represent.Us., tentando engajar as pessoas mais jovens no meio político local”.


Apesar da pausa anunciada, em fevereiro de 2019 ainda veremos Jennifer Lawrence nas telonas como Mística em “X-Men: Fênix Negra”. Com a compra da Fox pela Disney, esta deve ser a última vez que veremos a atriz interpretando a personagem no cinema. Há também "Bad Blood", dirigido por Adam McKay ("Homem Formiga"), mas este ainda não tem data de lançamento.

Com apenas 28 anos, Jennifer Lawrence é uma das maiores artistas do cinema. Sempre estando em voga na mídia, a atriz conquistou inúmeros feitos em sua curta carreira e com certeza deve crescer ainda mais com o decorrer dos anos. Parabéns, Jennifer Lawrence, que as jovens que se espelham em você cheguem onde você chegou.

Crítica: "O Nome da Morte" mergulha fundo nos comos e porquês de um matador de aluguel

Atenção: a crítica contém detalhes da trama.

Em 2018, não sei bem o motivo, entrei numa fase que anseia por filmes nacionais. Talvez seja pela incrível leva de nomes a surgirem nos últimos anos, resumida de maneira singela na minha lista com 10 produções do cinema moderno tupiniquim para provar que somos maravilhosos; ou por uma auto-demanda de valorização do que é nosso, atividade rara dentro da nossa gente.

E, felizmente, 2018 não tem me decepcionado no parâmetro "filmes brasileiros para entrarem na história". Dois grandes expoentes já despontaram, "Aos Teus Olhos" e "As Boas Maneiras" - e, consequentemente, figuram como protagonistas na corrida para descobrirmos quem será o escolhido para representar o país no Oscar 2019. Não esperava, confesso, que "O Nome da Morte" teria força para figurar ao lado dos dois citados, porém graciosamente me enganei.

De Henrique Goldman, diretor de "Jean Charles" (2009), cinebiografia do brasileiro baleado no metrô de Londres em 2005, "O Nome da Morte" segue a tendência do diretor ao trazer outra cinebiografia, dessa vez de Júlio Santana (interpretado por Marco Pigossi), matador de aluguel que possui no currículo quase 500 mortes. Como formato já padrão, o longa segue a vida do protagonista e mostra sua trajetória até se transformar no mito que é.

A primeira expectativa que tive ao saber da premissa foi: o filme mostraria a complexidade de um psicopata, quase um "Onde os Fracos Não têm Vez" (2007), ou, por ser baseado num livrorreportagem de Klester Cavalcanti, um "Zodíaco" (2007). Rapidamente essa expectativa foi desfeita, dando lugar a outro tipo de indagação: se Júlio não é um psicopata sanguinário, como ele se tornou?


Júlio morava com a família num pobre interior desse país e é levado pelo tio, Cícero (André Mattos), para a cidade grande com a promessa de transformar o garoto em um policial militar. Só que, para o espanto do protagonista, ele é inserido sem escolha na rede de mortes por aluguel, com Cícero sendo um dos "cabeças" das operações. Júlio, o pobre e ingênuo interiorano, sedento pelo trabalho na capital, era peça perfeitamente maleável para seguir os negócios do tio, querendo ou não.

Acho importante deixar claro: ainda não li o livrorreportagem sobre a vida de Júlio, então não sei até onde a ficção engole os fatos. Por se tratar de uma história real, tendemos a levar o que está na tela como "verdade" - ou como uma dramatização do que realmente aconteceu -; por isso é primordial pontuar que: a obra não tem obrigação de se prender aos ocorridos verdadeiros e, devido a isso, o Júlio da tela não é o Júlio real, e sim uma versão cinematográfica baseada. Continuemos.

Talvez por ter construído a expectativa já citada, a primeira parte do filme serviu para mim como a humanização absoluta de seu protagonista: ele não mata por prazer, ele mata por ter sido coagido. Claro, é inegável que Júlio não se trata de um inocente, ou alguém que é obrigado a fazer o que faz; a culpa está sobre seus ombros, todavia, há um elemento diferencial aqui: enquanto o tio leva o trabalho de forma até banal, rindo sobre o que faz, há um peso esmagador diante de Júlio.


Ele se desespera ao lidar com a crua verdade de que assassinou uma pessoa, algo piorado ao saber dos motivos, geralmente irrisórios, como brigas ou desentendimentos. A incisiva pontuação do roteiro que escancara a dor sentida pelo protagonista é elemento fundamental da sua humanização, aproximando o público da situação. Entre as dúvidas de Júlio perante seus atos, o texto também indaga: afinal, há algum motivo sólido para justificar minimamente o que ele faz? Esse dilema moral é atirado na cara do público quando, após matar um homem, Cícero "consola" o sobrinho, informando que o morto era um estuprador. Isso então é razão irretocável para o assassinato?

Esse cuidado narrativo impacta diretamente todo o andar da carruagem. Gostando ou não, o número de trabalhos executados (trocadilho proposital) vai aumentando drasticamente, mostrados de maneira criativa por cartões não-diegéticos, informando quantas pessoas Júlio matou até o momento. Por não ser um sociopata que mata sem uma gota de remorso, o destino do protagonista é assimilado de maneira natural por quem está do lado de cá da tela, efeito potencializado pelo contrapeso de personalidade: Cícero, o que mata por esporte.

Outra inserção de humanização é Maria (Fabiula Nascimento, uma das minhas atrizes nacionais favoritas, inclusive), que se tornará esposa de Júlio. Toda a situação da mulher imediatamente me remeteu à Skyler White (Anna Gunn), da melhor-série-já-feita-na-história, "Breaking Bad". Assim como Skyler, Maria não tinha ciência da real fonte de renda do marido - Júlio finge ser policial militar, tática que tanto esconde seus atos como é fachada incrível para despistar o que faz. Tanto Júlio quanto Walter (Bryan Cranston) burlavam a lei em nome de um "bem maior": suas famílias.


Mesmo Maria não sendo o estopim para Júlio cair no crime - como é o caso de Walter -, a esposa vira prioridade para o protagonista, que usará sua profissão para dar uma vida melhor a ela. Há sincera paixão entre os dois, com o protagonista demonstrando ainda mais humanidade ao se revelar devoto da mulher e do futuro filho. Entretanto, o castelo de cartas está a um sopro da ruína, e ela é inevitável.

Maria descobre como Júlio põe comida na mesa, pondo em cheque todo o seu casamento. Após a separação, ela se vê encurralada numa vida de grande miséria, tendo que sustentar o filho vendendo pastéis. Todo o mínimo conforto que possuía, assim como a segurança e estabilidade, vai por água abaixo, o que a faz tomar a decisão mais complexa de todo o filme a meu ver: ela aceita Júlio de volta.

O filme, até o momento, andava sem grandes dificuldades, contudo, a partir da cena em que Maria decide reatar com o marido, os níveis de complexidade psicológicas vão às alturas. A mulher não abraça apenas o homem, o esposo, o provedor, mas também todos os seus crimes. E, sabendo disso, ela se torna cúmplice do que Júlio faz. O roteiro deixa no campo da especulação as motivações de Maria: seria em nome da qualidade de vida do filho? Seria por vantagem própria?

A persona da esposa é costurada de maneira que a faça ser uma "mocinha" - ela é vítima da situação ao não saber o que o marido faz quando sai de casa. Ao saber, e ainda assim continuar ali, há uma carga negativa depositada sobre ela. No entanto, podemos realmente condená-la? Maria chegou próxima do fundo do poço do sistema, então é um crime ela abrir mão de certos valores pessoais para possuir uma vida melhor dentro do nosso severo mundo capitalista?


A montagem não perde tempo e dá um longo corte temporal até o momento em que a feliz família vive no luxo. O apartamento ultra-decorado e as comprinhas de fim de tarde são todas bancadas com dinheiro à base de sangue. Maria se torna uma dondoca, adquirindo até mesmo uma postura física diferente, a corrupção pessoal máxima de sua personagem, que sucumbe em prol do dinheiro. E melhor ainda: a esposa se torna evangélica fervorosa, cantando bênçãos em plenos pulmões no culto.

A religião em si não é o alvo da crítica - poderia ser qualquer uma -, e sim os placebos que escolhemos para contrabalancearmos nossas escolhas. A devoção à fé "paga" o que Maria aceitou em sua vida, e quanto mais forte ela louvar, mais paga está a dívida mortal. Júlio está ali do lado, desconcertado com a situação, sabendo que nada do que fizer vai poder diminuir sua culpa.

"O Nome da Morte" dribla expectativas, indo além das barreiras da cinebiografia e do estudo psicológico de um matador de aluguel ao saber onde se encontram suas forças cinematográficas, sejam elas de narrativa ou condução. Um retrato surpreendente de uma faceta brasileira, dando tarefa de casa para a plateia ao chamá-la para discutir sobre os complexos dilemas, sem os binarismos da luta do bem contra o mal. Somos criaturas dúbias e complicadas demais para sermos resumidas assim, encapsuladas pela moral final do filme: as mentiras e hipocrisias que contamos a nós mesmos para justificarmos nossos atos e deitarmos nossas cabeças tranquilamente no travesseiro.

Agradecimentos à Imagem Filmes e à Ana Carolina Laurindo 💗

Pabllo Vittar aposta no axé e vai ainda mais longe em seu novo single, "Problema Seu"

"É Vittar, mainha!"

Pabllo Vittar tá oficialmente de volta, gente! Depois de fazer sucesso Brasil afora com seu primeiro álbum, "Vai Passar Mal", e até se arriscar em colaboração internacionais com artistas como Charli XCX e Lali, a drag queen tá mais brasileira do que nunca em seu mais novo single, "Problema Seu"

Liberada no início desta quarta-feira (15), a faixa explora tudo o que deu certo em hits como "K.O." e "Corpo Sensual". Tem sonoridade pop com cara de Brasil? Tem sim! A batida eletrônica explode no refrão em um misto de axé, arrocha e tecnobrega que só Pabllo seria possível de criar. E letra debochada com aqueles quotes perfeitos pra gente usar de legenda nas fotos do rolê da noite passada? Tem também, de "eu não sou santa e a pista tá fervendo" a "quem mandou você se apaixonar? Problema seu!", é só escolher.

Cheia de atitude, "Problema Seu" consolida o estilo musical e a identidade de Pabllo, que se mostra cada vez mais segura fazendo seu som tão particular e, ao mesmo tempo, tão nosso. E pra quem não gostou, a resposta da drag já vem de graça no título da canção.



O clipe do single chega ainda nesta quarta-feira e, segundo a cantora, foi inspirado em diversas produções com temática de espionagem, de "Sr. e Sra Smith", filme com Brad Pitt e Angelina Jolie, ao desenho "Três Espiãs Demais". Ela revelou ainda que usará quatro looks diferentes e que vai se envolver em uma cena de briga com dublês. Você quer ação de verdade?

"Problema Seu" é o primeiro lançamento oficial da artista pela Sony Music, gravadora com quem assinou após o sucesso do seu disco de estreia. A música abre os trabalhos do segundo álbum de Pabllo, que ainda não tem título definido, mas deve estar entre nós em outubro. 

É melhor não tirar os olhos e ouvidos do duo WESLEE e seu novo single, a deliciosa “Sweat Dreams”

Na música pop, tudo o que acontece ou deixa de acontecer, influencia toda uma cadeia de acontecimentos que podem significar o próximo grande smash hit do gênero mundialmente. Foi assim que, só pra citar alguns exemplos, Kylie Minogue recusou a demo de “Toxic”, eternizada na voz de Britney Spears, e Leona Lewis não se identificou com “We Found Love”, mais tarde absurdamente bem sucedida nas mãos de Rihanna.

Nessa mesma linha, mas ainda sem a parte do smash hit, a cantora Emma DD e o produtor Josh Grant se descobriram como o duo WESLEE: eles haviam combinado uma sessão com uma cantora pop em ascensão, mas ela cancelou o encontro que resultou no single de estreia deste projeto.

Em destaque na Europa, com o apoio de nomes como a DJ, apresentadora e radialista irlandesa Annie Mac, o duo seguiu então explorando seus trabalhos com sonoridades que passeavam entre o pop, música eletrônica e R&B, e aproveitam a boa maré para a estreia do seu novo single: a masterpiece “Sweat Dreams”.



Boa pedida pra quem curte o trabalho de produtores como Mura Masa e Flume, principalmente pela forte presença dos sintetizadores, a música integra o EP de estreia do duo, “9F”, e tem tudo para marcar de vez a sua presença entre as apostas do próximo ano, ainda mais após seus singles anteriores terem feito diversas aparições entre as paradas virais de plataformas como o Spotify.

Se você estava carente de um novo nome pra te fazer dançar, a gente trouxe a solução:

Brega e pop, Jão faz da solidão a sua companhia no clipe de “Vou Morrer Sozinho”

“Ai meu Deus, eu vou morrer sozinho…”

O cantor brasileiro Jão está prestes a lançar seu disco de estreia, “Lobos”, e depois dos singles “Ressaca”, “Álcool” e seu lançamento mais bem sucedido até aqui, “Imaturo”, dá início a sua nova era ao som da tristemente maravilhosa “Vou Morrer Sozinho”.

Com os mesmos produtores de seus singles anteriores e que também assinam seu primeiro CD, Head Media, “Vou Morrer Sozinho” segue construindo uma identidade sonora bastante característica para Jão, ao mesmo tempo que não repete suas escolhas anteriores e o marca por essa mistura do brega e pop, que resulta numa ótima e dançante alternativa para aquela sofrência de cada dia.



A música nova do brasileiro já chegou com seu videoclipe e, sob a direção de Pedro Tófani, o leva para uma espécie de purgatório, no qual ele enche a cara, se encontra com outras almas perdidas desse mundão e sai por aí espalhando a sua descrença naquilo que tanto o decepcionou: claro, o amor.

Numa brincadeira com esse sentimento agridoce da música dançante de letra triste, o vídeo também vem todo divertido e colorido, fazendo toda essa bad nem parecer algo tão ruim.

Olha só:



Lindo demais, né? 

Segundo o próprio cantor, “Vou Morrer Sozinho” é uma das faixas mais animadas do seu disco, então a gente já sabe que músicas pra sofrer não faltarão, né? 

O álbum “Lobos” ainda não teve a sua data de lançamento revelada.

Taraji P. Henson tá ouvindo os pensamentos dos homens no trailer de "What Men Want"

Aos poucos, as comédias estão voltando ao seu devido lugar nos cinemas, né? Nos últimos anos, tivemos alguns filmes bem legais como "Viagem das Garotas" e "O Plano Imperfeito". Em 2019, se depender do trailer "What Men Want", o novo filme de Taraji P. Henson deve se tornar outra comédia para a gente amar.


A produção é, na verdade, um remake de "Do que as Mulheres Gostam". Porém, diferente do original 2001 protagonizado por Mel Gibson e Helen Hunt, a nova versão inverte a perspectiva, trazendo a visão feminina.

No filme, Taraji é uma empresária esportiva que batalha para conquistar seu espaço em uma área dominada por homens. Após tomar um chá duvidoso, ela passa a ouvir os pensamentos homens e vê uma oportunidade de tirar proveito.

Também com Tracy Morgan, Aldis Hodge e Wendi McLendon-Covey, "What Men Want" chega aos cinemas norte-americanos em janeiro. No Brasil, o filme deve estrear no mesmo mesmo.

As gravações de "Mulan" já começaram e estas são suas primeiras imagens

Apesar de algumas escolhas duvidosas para "Mulan", como a presença de uma vilã completamente aleatória, a gente ainda bota fé no live-action da Disney por N motivos. O elenco principal segue sendo todo asiático, assim como deveria ser, e conta com uma diretora, a Niki Caro, sendo a primeiríssima a comandar um longa com um orçamento de US$ 290 milhões.

Niki postou uma foto no Instagram com os bastidores das gravações, que começaram nesta terça-feira. As filmagens de "Mulan" serão realizadas na China e Nova Zelândia; antes elas estavam previstas para acontecer em janeiro deste ano, mas com o adiamento do filme, as gravações serão realizadas a partir deste mês.


Uma publicação compartilhada por @ nikicaro em


Além da imagem dos bastidores, ontem a Disney divulgou a primeira foto oficial de Liu Yifei como a personagem-título. A divulgação antecipada se deve a possibilidade de gravações externas. Como fotos sempre vazam, nada melhor do que soltar uma imagem oficial para ninguém ter dúvida de como a personagem será retratada na telona, né?


Com a chinesa Liu Yifei, "Mulan" ainda conta no elenco com Jet LiDonnie Yen ("Rogue One"). O filme chega aos cinemas em março de 2020.

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