Chegou a hora da verdade: pra você, qual foi o hit do Carnaval 2018?

Anitta nos entregou um dos primeiros lançamentos realmente planejados para bombar no carnaval. “Vai Malandra” encerrou os trabalhos de seu “Check Mate” já com cara de hit, mas não tardou a encontrar suas concorrentes, começando pelo sucesso de uma das estrelas do seu clipe, “Que Tiro Foi Esse”, da funkeira Jojo ‘Toddynho’ Maronttinni.

Tudo parecia bastante seguro para Jojo que, além de ser um novo nome, trouxe uma letra marcada por uma expressão popular, principalmente entre o público LGBTQs, e ainda derivou um meme que, consequentemente, multiplicou a sua vida útil pela internet. Mas o que ninguém esperava, era o sucesso repentino de um novo nome, vindo diretamente de Recife.

MC Loma e as Gêmeas Lacração, começaram a fazer barulho pelo Youtube, chegaram no Spotify e outros players, e terminaram de contrato assinado, com um clipe lançado pelo Kondzilla, alguns muitos milhões de execuções e uma série de planos promissores. E, claro, com mais uma canção que tocou exaustivamente pelas festas e blocos desta temporada: o hit “Envolvimento”.



Nesse meio tempo, muitos outros lançamentos tiveram seus momentos, mas com impacto significativamente menor. Entre eles: Kevinho e Simone & Simaria com “Ta Tum Tum”, Aretuza Lovi, Gloria Groove e Pabllo Vittar com “Joga Bunda”, Pabllo Vittar e Diplo com “Então Vai”, Psirico e Àttooxxá, “Elas Gostam”, e até uma versão modernizada de “Tesouro do Pirata (Olha a Onda)”, do Tchakabum.



E, já fora do ciclo de novidades, rolou ainda uma atenção especial para o funk do MC 2K, “Chupa Xoxota (Na Maciota)”, que acumula mais de 3 milhões de execuções no Spotify, onde aparece nas versões clean e explícita, e teve seu videoclipe lançado em janeiro de 2016 (!) no Youtube.

A pergunta é: afinal, qual foi o hit do carnaval de 2018? E antes de saber a sua opinião, fomos aos números dos principais lançamentos nas maiores plataformas da atualidade. Para levantar essas informações, consideramos as execuções no Spotify e Youtube, além da quantidade de buscas pela canção no Shazam.

Olha só:

“Vai Malandra”

Spotify: 65 milhões
Youtube: 195 milhões
Shazam: 170 mil

“Que Tiro Foi Esse”

Spotify: 13 milhões
Youtube: 130 milhões
Shazam: 60 mil

“Envolvimento”

Spotify: 4,5 milhões
Youtube: 50 milhões
Shazam: 10 mil

“Ta Tum Tum”

Spotify: 7 milhões
Youtube: 45 milhões
Shazam: 10 mil

“Então Vai”

Spotify: 9 milhões
Youtube: 12 milhões
Shazam: 3 mil



Mas como nem tudo se resume às estatísticas e algoritmos, nós queremos saber de você: qual música você ouviu até cansar pelas festas e bloquinhos? Qual foi o hit desse carnaval? Nós reunimos todas as músicas citadas acima na playlist “Quem viver, verão”, no Spotify, e abaixo deixamos também uma enquete para você dar o seu voto.




Vote com consciência:

O que nós achamos do primeiro episódio de "Skam France", remake da melhor série teen dos últimos tempos

Você já ouviu falar de “Skam”, certo? A série adolescente, produzida na Noruega, foi um estouro em seu país, chegando ao mundo todo com a promessa de ser uma produção conectada com os jovens de hoje. E, francamente, atingiu seu objetivo.

Com personagens divertidos e complexos – há descoberta da sexualidade, reflexões sobre religião e desigualdade de gênero – a trama que, a princípio, poderia ser extremamente eurocêntrica acaba por refletir os dilemas de uma geração mundo afora.



Após o término de sua quarta temporada no ano passado, novas versões começam a ganhar vida. A primeira é a francesa, que estreou na última semana por lá. O primeiro episódio já está na internet e o veredito é simples: assim como a original, o remake promete ser incrível.

Na estreia, conhecemos as personagens com nomes adaptados à nova realidade: Eva, Noora, Isak e Sana, protagonistas da série norueguesa, agora são Emma, Manon, Lucas e Imane. Além disso, o roteiro é quase idêntico ao original. Não podemos também nos esquecer que a trilha sonora badaladíssima da versão da Noruega continua nesta versão.

Por ser tão parecida, os erros continuam os mesmos, como o ritmo rápido e as poucas explicações sobre o que está acontecendo, como a treta entre Emma e Ingrid que só teremos mais informações bem lá na frente.

Por contrato, as adaptações precisam seguir à risca a primogênita até o terceiro episódio. Mas as diferenças, claro, estão nos detalhes. Como o Lucas (antes Isak) que já deixa transparecer o interesse por Yann (anteriormente Jonas). Ou nas interpretações que causam estranheza, como Dahpné (a nova Vilde), que pode dar outro tom à personagem tão amada pelo público.



Na realidade, o mais excitante do remake para os fãs da versão norueguesa é esperar pelas emoções que passamos com os personagens já conhecidos e que nos abandonaram em 2017. A partir do terceiro episódio, com a trama tomando um outro rumo, vamos conhecer novos dilemas de uma juventude culturalmente distinta – mas se tudo der certo, universal.

Crítica: "The Post", o jornalismo usado em prol do ego e o declínio do spielberguismo

Indicado aos Oscars de:
- Melhor Filme
- Melhor Atriz (Meryl Streep)

O comediante Seth Meyers, apresentador do Globo de Ouro 2018, brincou durante a apresentação de "The Post: A Guerra Secreta" ao trazer vários prêmios enquanto descrevia o filme, o que fez a plateia chorar de rir. E também pudera: um filme sobre jornalismo, guerra, com Meryl Streep, Tom Hanks e dirigido por Steven Spielberg. Quantos Oscars temos aqui? Parecia a receita da produção perfeita para a premiação.

E na verdade é. Porém "The Post" acabou se tornando o indicado a "Melhor Filme" com menos indicações na carreira de Spielberg - e o menor do ano também, com apenas duas. Cotado para os prêmios de "Direção", "Ator", "Roteiro Original", "Fotografia", Trilha Sonora", "Figurino" e "Montagem", só Streep, em sua vigésima primeira indicação, conseguiu figurar na lista da Academia. E isso pode dizer muita coisa.


"The Post" se passa durante o governo de Richard Nixon (1966, para ser mais exato) e narra a redação do The Washington Post tentando conseguir documentos secretos que descrevem a participação dos EUA na Guerra do Vietnã. O governo insistia que a guerra ia bem para o país, mas os documentos mostravam o contrário. A dona do jornal é Katharine Graham (Streep), assumindo após a morte do marido, e vê complicações diante dos colegas, que enxergam sua falta de experiência como um problema - além disso, ela era a primeira mulher a assumir o cargo. Enquanto isso, Ben Bradlee (Hanks), editor-chefe, está arrancando os cabelos para por as mãos nos documentos antes do The New York Times, que já publicou trechos do mesmo.

A primeira parte do longa é basicamente inteira recheada pela construção dos meandros daquele universo, e se arrasta sem dó entre os corredores das redações jornalísticas. São reuniões intermináveis de terno e gravata, milhares de nomes disparados para cima e para baixo, encontros sem grandes relevâncias narrativas, espiões infiltrados para descobrir a manchete da concorrência e toda a burocracia que Spielberg adora encher seus filmes e dar aquela "densidade". É tanta coisa acontecendo, e tudo sem grandes enfoques, que o primeiro ato é uma bagunça completa.


Com a publicação dos trechos pelo TNYT, a justiça intervém e proíbe a publicação do material na íntegra, sob pena de prisão dos envolvidos no jornal. É então que o TWP consegue todos os capítulos do documento, que abre o segundo ato da obra. O dilema fundamental de "The Post" é: deve o TWP publicar ou não o documento? Caso decida pela publicação, todo o jornal corre o risco de parar atrás das grades. Pela pressão política, os patrocinadores do jornal poderão cair fora antes que o barco afunde, principalmente por ter uma mulher como dona da empresa, que já vinha causando problemas de financiamento.

O sub-gênero drama jornalístico já faz sucesso há décadas, como "A Montanha dos Sete Abutres" (1951), "Todos os Homens do Presidente" (1976) e o vencedor do Oscar de "Melhor Filme", "Spotlight: Segredos Revelados" (2015). Um dos mais fortes motes dessa forma de bolo é evocar a integridade jornalística, a importância da impressa e como ela tem papel crucial no funcionamento social - em "Spotlight", por exemplo, vemos um grupo de repórteres enfrentando a igreja e expondo casos de abusos sexuais de padres, o que é imprescindível. Porém tal veia romântica do jornalismo não é latente em "The Post", o que acaba se tornando um problema.


A todo o momento, a principal justificativa que paira sobre as cabeças dos repórteres do TWP para a publicação dos documentos do Vietnã é: temos que publicar antes do TNYT. O Ben Bradlee de Hanks grita a todo o momento que eles devem largar na frente e que, a cada minuto, estão mais longes do furo completo. É claro que o compromisso social está envolvido em tudo isso, afinal, um escândalo político estava em suas mãos, todavia é impossível ignorar a impressão de que o jornalismo aqui está sendo usado como ferramenta de inflação do ego.

A encruzilhada a ser decidida por Katharine, a única com poder de bater o martelo sobre publicar ou não a história, é regida de maneira competente, rendendo os melhores momentos da película. Spielberg arma um circo com repórteres, editores e advogados correndo descabelados, gritando e fumando enlouquecidamente, a fim de escancarar a panela de pressão que todos estão comprimidos, enquanto a protagonista é jogada de um lado para o outro com vários argumentos sobre o destino do documento.


E os momentos finais dessa decisão são os que fazem justiça ao título de "thriller jornalístico" que o filme carrega. Um grande jogo é formado enquanto a plateia - e os repórteres na gráfica à ponto de explodirem - ficam na expectativa: várias pessoas, com diferentes opiniões, formam uma corrente telefônica que termina em Katharine, que permite a publicação frente à ameaça política e quebra de relações.

O que vem a seguir é evidente: o TWP é condenado e vai a julgamento; o último ato é formado então com o desenrolar do impacto da publicação. O que poderia ser feito com certa burocracia é praticamente jogado na tela, retirando toda a carga emocional do momento. Ao invés de desenvolver e brincar com expectativas, o longa entrega o desfecho de forma fácil e insossa, tendo uma ou duas cenas no tribunal e dando o veredito da forma mais letárgica possível. Ao invés de usar o tempo do primeiro e chatíssimo ato para finalizar a obra de maneira bem acabada, a produção resolve tudo em 15 minutos.

E fica gritante o exagero da cenografia adotada pelas escolhas de direção. Spielberg coloca seus atores em movimentos estranhos e não naturais para fazer a fotografia de Janusz Kamiński - duas vezes ganhador do Oscar de "Melhor Fotografia", ambos por filmes de Spielberg - girar ao redor dos mesmos, o que retira até mesmo a atenção para o que está acontecendo, já que fixamos naquele balé estranho. Todo o controle narrativo e de mise-en-scène em "The Post" é deficiente.


E nem mesmo Tom Hanks e Meryl Streep entregam grandes atuações. Enquanto Hanks está no mais absoluto piloto automático - até em "Ponte dos Espiões", também do Spielberg, ele está melhor -, Streep foi indicada ao Oscar puramente por ser Streep. Está muito mais que provado que ela jamais consegue fazer algo ruim, e sua Katharine não foge à regra, porém nada justifica mais uma indicação num ano com atrizes tão fortes - Brooklynn Prince por "Projeto Flórida" e Daniela Vega por "Uma Mulher Fantástica" eram nomes bem mais merecedores. Mas para quem foi indicada por "Caminhos da Floresta" e "Florence: Quem é Essa Mulher?", "The Post" está no lucro - e algo tinha que entrar para justificar a indicação a "Melhor Filme". Apostaram na opção mais fácil (e preguiçosa).

"The Post: A Guerra Secreta" consegue criar uma boa ponte histórica sobre o poder massivo do jornalismo entre o governo Nixon e o atual governo Trump, entretanto, está (bem) longe de figurar no hall dos grandes filmes jornalísticos. Encontra sucesso ao não ser ufanista quando se preocupa em mostrar toda a corrupção e sujeita da América política, todavia só ganha maior destaque pelo selo spielberguiano, que ano após ano parece estar mais distante de uma relevância cinematográfica com real diferença. O número pífio de indicações na premiação que sempre o adorou é um dos merecidos reflexos.

Normani, do Fifth Harmony, faz sua estreia solo em "Love Lies", parceria com Khalid

Quando Normani fez uma pontinha no vídeo de “Young Dumb & Broke”, de Khalid, os dois aproveitaram a deixa para revelar que gravaram uma parceria e que ela, eventualmente, seria lançada. Como? Quando? Pra quê? Nesta quarta-feira (14), nós tivemos as respostas.


Chamada de “Love Lies”, a colaboração não poderia ter chegado em momento melhor. Hoje é comemorado os Valentine’s Day ou, como conhecemos, o Dia dos Namorados lá nos Estados Unidos. É isso que a gente chama de timing perfeito. 

A parceria mistura elementos acústicos com o R&B contemporâneo que já conhecemos de Khalid,  e o resultado é uma música bem refrescante e atual, mas que, de certa forma, nos remete aos duetos simples entre nomes do R&B que víamos nos anos 2000, como "No Air", de Jordin Sparks e Chris Bown.

"Love Lies" dá espaço para que Normani, do Fifth Harmony, possa brilhar em sua primeira música fora do grupo. Aliás, apesar de ser conhecida por seu nome e sobrenome (Kordei), Normani adotou apenas o seu primeiro nome como nome artístico, e já está preparando um disco solo. Beyoncé fazendo escola. 

“Love Lies” faz parte da trilha sonora de “Com Amor, Simon”, comédia romântica que vai contar a história de Simon Spier, que aparentemente leva uma vida comum, mas esconde um segredo: ainda não revelou ser gay para seus amigos e suas família. O longa, que promete finalmente trazer uma história LGBT com final feliz, estará entre nós no dia 22 de março. 

O disco ainda conta com a já lançada “Alfie’s Song”, do Bleachers, além das inéditas “Strawberries & Cigarettes” de Troye Sivan e “Never Fall In Love” do Jack Antonoff, vocalista da banda Bleachers, com a . O material completo chega no dia 16 de março.

Ryan Murphy agora tem um contrato de exclusividade com a Netflix

Ryan Murphy é um dos principais nomes da televisão norte-americana. O cara produziu "Glee", a série teen musical que se tornou um fenômeno, durando 6 temporadas, "American Horror Story" e "American Crime Story", seu novo bebezinho antológico que trata de grandes casos criminosos nos Estados Unidos. Todas as séries citadas pertencem a Fox, quem apoia horrores suas produções, inclusive aquelas que a gente finge ser boa, né, "Scream Queens"?

Entretanto, a casa caiu pra Fox e o produtor agora tem um contrato de exclusividade com a Netflix. Pois é. Segundo o The Hollywood Reporter, Murphy assinou um contrato exclusivo por gigantescos U$ 300 milhões. Logo, ele deixa a produção das novas temporadas de "American Crime" e "Horror", além das novatas "Feud" e "9-1-1". Porém, a nova série "Pose", da FX, produzida por Ryan Murphy, não deve ser afetada pelo contrato e segue sendo produzida por ele.

O cara não é o primeiro grande nome da TV a ser contratado pela grandona dos streamings. Shonda Rhimes, nome por trás de séries como "How To Get Away With Murder", "Scandal" e "Grey's Anatomy", também assinou contrato com a Netflix. O acordo, porém, não é exclusivo. As produções da ABC, incluindo as pendentes, seguem firmes no canal, com produção executiva da Shondland, produtora de Rhimes. O contrato com a Netflix assegura, na verdade, novas séries inéditas para o serviço.

Com Ryan Murphy e Shonda Rhimes em seu catalogo, a dona Netflix continua tranquila com seu plano de seguir dominando o mercado de streamings.

Foi o que a gente pediu: o primeiro trailer de "Os Incríveis 2" deve sair amanhã

"Os Incríveis" é aclamadíssimo por todos, fala sobre a importância da família, divertido pra caramba, e é o único filme de toda a Pixar que realmente queremos uma sequência. Agora, 14 anos depois, os refrescos finalmente virão.

A primeira prévia da sequência saiu em novembro e por se tratar de um teaser, não tivemos muito material para comentar sobre. Só tivemos a certeza de que o Zezé é o melhor bebê da sétima arte e que a Pixar consegue deixar a gente hypado sem mostrar coisa alguma do filme. Dá vontade, né, outros estúdios?



Neste final de semana, surgiu um comercial anunciando novas cenas do filme durante os intervalos das Olimpíadas de Inverno com isto mesmo: novas cenas, hahahaha. O anúncio trouxe o Toupeira tocando o terror na cidade, Beto e Helena Pera como os melhores pais super-heróis, um pouquinho do Gelado e Zezé louquinho não conseguindo controlar seus poderes.



"Os Incríveis 2" chega aos cinemas em 28 de junho de 2018 para salvar o cinema do mundo dos super-heróis.

“The Marvelous Mrs. Maisel” é a comédia feminista que você precisa

É provável que “The Marvelous Mrs. Maisel”, produção original da Amazon Prime Video, tenha passado batido por você no ano passado, mas a série chamou atenção após receber o Globo de Ouro de Melhor Comédia e de Melhor Atriz na categoria, prêmio entregue à Rachel Brosnahan ("House of Cards"), que dá vida a protagonista Miriam “Midge” Maisel.

Criada por Amy Sherman-Palladino, também responsável por “Gilmore Girls”, a produção é uma das melhores comédias que apareceram na TV nos últimos tempos. Midge, como é chamada pela família, é uma dona de casa nos anos 1958 que só quer isso para sua vida. Com dois filhos, vivendo em Upper East Side, ela parece ter a vida perfeita. Se esforça para isso, como maquiando-se depois do marido dormir, e levantando cedinho para se arrumar, para que ele sempre a veja bela. 

Acontece que por baixo dessa máscara de mulher ideal, Midge é à frente de seu tempo em todos os sentidos. Já nas primeiras cenas, a vemos contando sobre o dia em que saiu correndo nua pelo campus da universidade com algum tipo de descolorante de pelos pegando fogo em sua virilha, e fazendo um mini show de comédia em seu casamento. 

Seu marido, Joel (Michael Zegen), tem paixão pela comédia e se apresenta em clubes no centro na esperança de ser encontrado por um caça talentos. Como boa esposa, Midge o ajuda nesse sonho, mas o cara não tem talento e, em uma noite ruim, surta e termina com Midge. 

A partir daí a vida da moça vira de cabeça pra baixo e ela é obrigada a ver o mundo com outros olhos. Imaginem só para uma mulher nessa época: se o marido sai de casa, só pode ser culpa da esposa. É o que todos pensam, do pai judeu a sua mãe neurótica, passando pelo muquirana e professor universitário de Midge.

Perdida, divorciada e quebrada, Midge descobre um talento nato: fazer as pessoas rirem. Diferente de seu ex-marido, ela tem talento real, e com a ajuda de uma amiga improvável, a durona Susie (Alex Borstein), começa a construir uma carreira. 

Ácida, a produção questiona o machismo escancarado na sociedade e, embora se passe nos anos 1950, traça paralelos com a atualidade, como a dificuldade de mulheres fazerem sucesso em determinados segmentos. 

Seu marido Joel é o típico macho que precisa que o mundo gire em torno de si, e quando ele sai de casa o telespectador só consegue pensar: “você vai se arrepender muito disso”. Midge é incrível, desbocada, faladeira, muito parecida com as personagens que Palladino costuma criar. Rapidamente nos afeiçoamos a ela, e devoramos a série de 8 episódios com 1 hora de duração cada em poucos dias. 

Escondida no catálogo ainda pouco atraente da Amazon, “The Marvelous Mrs. Maisel” merece o prêmio que recebeu, e tomara que ganhe mais destaque com a segunda temporada já confirmada pelo serviço de streaming. A Donatella Versace já disse que foi fisgada, e nós também. 

Não deixe "Paddington 2" passar despercebido por você, e nós te dizemos o porquê

Simples e encantador. Esses dois adjetivos podem ser utilizados para descrever o primeiro filme de “Paddington”, lançado em 2014 (e disponível na Netflix), mas certamente sua sequência, que aterrisou no Brasil ainda neste início de 2018, consegue elevá-los a outro nível de intensidade. Tendo dito isso, é preciso ser direto e esclarecer algo: se você acredita que se trata de mais um simples “filme de criança”, está devidamente enganado (e perdendo a diversão). “Paddington 2” é sincero e charmoso, e não estamos sozinhos ao achar isso; ostentando 100% de aprovação no Rotten Tomatoes e nomeado a três BAFTA, o filme é uma aposta certíssima para quem procura entretenimento para todos (incluindo adultos), daqueles que arrancam um sorriso do rosto.

Apesar de pouco popular no Brasil, o urso Paddington é bastante popular no exterior: símbolo da cultura britânica, o personagem (que, ironicamente, não é europeu, possuindo fictícia nacionalidade peruana) tem origem dos livros de Michael Bond, famoso autor inglês do século XX (que faleceu ano passado). As publicações infantis, de muito sucesso na época, acabaram inspirando a fabricação de ursos de pelúcia que remetiam ao simpático protagonista, e movimentaram o mercado local de brinquedos. Hoje eles são souvenirs londrinos - mas isso tudo é história.

Quanto ao filme, o herói peludo e desastrado é introduzido já em seu dia-a-dia com a família adotiva, os Brown (cujo time é encabeçado pelos atores Sally Hawkins, de A Forma da Água; Hugh Boneville, do seriado Downton Abbey, e Julie Walters, da franquia Harry Potter). Aproximando-se o aniversário de sua tia, uma ursa de quase cem anos que mora em um “abrigo para idosos” na selva do Peru, Paddington deseja presenteá-la com um livro pop-up antigo que traz monumentos históricos de Londres. Ele só não sabe que, por tratar-se de um artefato raro e com pistas para um tesouro, o livro também é cobiçado pelo falido ator Phoenix Buchanan (Hugh Grant), que não medirá esforços para tê-lo em suas mãos.

Trazendo a mesma equipe do filme anterior, incluindo o diretor Paul King, esta continuação toma início de forma tímida, reaproveitando algumas piadas de seu predecessor. No entanto, não demora para que o doce visual comece: com um CGI competente, um figurino  excêntrico (que lembra o universo do diretor Wes Anderson) e uma direção de arte encantadora, as sequências iniciais já são permeadas com um dos diferenciais da franquia “Paddington”: o charme de uma história que orgulha-se de ser clássica.

Em muito remetendo ao universo da literatura infantil britânica, não é difícil traçar paralelos entre o longa metragem e obras como “O Ursinho Pooh”, de A.A. Milne, e “Mary Poppins”, de P.L. Travers. A família Brown e sua residência, inclusive, soa como um eco da família Banks da Cherry Three Lane, protagonista dessa última. Há inclusive uma leve semelhança à “George, o Curioso”, dos germano-americanos H.A. Rey e Margret Rey. Todas obras “aconchegantes” e memoráveis, adaptadas carinhosamente aos cinemas - e não com toques modernos, como promete a versão deste ano para “Pedro Coelho”, de Beatrix Potter. 

A escolha em traduzir-se a obra de “Paddington” para um mundo colorido e até vintage mantém uma essência que muito desperta nostalgia. E, somando-se a essa afeição instantânea, engatam-se surpresas após o sumiço da já citada timidez inicial: a ação e o humor irônico. Ainda que a ingenuidade permeie a obra, esse segundo filme ganha uma nova camada de atrevimento (sem perder a pureza) e doses de uma ação que, embora fantástica, não beira tanto ao absurdo. Conquista o espectador em boa dose, sem espaços para tédio.

Enaltecendo ainda mais Londres - desta vez com espaço para seus pontos turísticos, obras culturais e criações modernas, como a imprensa e a locomotiva a vapor, o filme do urso otimista busca explorar elementos marcantes de uma das civilizações mais antigas e tradicionais do mundo, mas com um toque narrativo que pesa como homenagem ao invés de ufanismo agressivo. Proporciona uma viagem às terras da Rainha, sem parecer uma evidente e desnecessária propaganda da cidade.

Em suma, “Paddington 2” já nasce com simpatia instantânea. Seguindo seus trilhos de forma exemplar,  o longa-metragem é afetuoso, sem exageros ou cinismos, e proporciona uma experiência alegre e cativante, que leva à risca a classificação de “para todas as idades”. Mantém-se, sem medo, longe das efervescências pós-modernas, e comprova que ainda há elegância nas histórias tradicionais (quando bem contadas).

Ludmilla estreou o bloco Fervo da Lud e a gente conversou com ela antes de subir no trio

O Carnaval está cada vez mais pop-funk, e a prova disso é o Fervo da Lud. O bloco da Ludmilla fez sua estreia nesta terça-feira (13), para mais de 400 mil pessoas no Rio de Janeiro, e antes de subir no trio e realizar um sonho, ela bateu um papo com a gente sobre isso e muito mais.



Para Ludmilla, Carnaval é sinônimo de festa. Por isso, em sua primeira edição, o Fervo da Lud teve como tema a África, raiz do Brasil e de quem nós herdamos a alegria. O figurino do bloco, todo em vermelho, é composto por um turbante e desenhos típicos da região, além de maquiagem também característica, ressaltando a beleza e o colorido da cultura africana.

Há um tempinho em fui pra África e lá eu vi muita coisa coisa colorida, muita festa e muita alegria nas pessoas. Eu fiquei com isso na cabeça. Quando surgiu o bloco, eu pensei num tema e a ideia de cara foi essa. Eu acho que combina com o meu bloco e com o público que me segue. África é colorido, é estampa, é ousadia, é negritude, é raiz.

Foto: Taty Larrubia/AgNews

Na estreia, o Fervo da Lud trouxe uma supermistura de ritmos brasileiros. Ludmilla cantou grandes sucessos do axé e do sertanejo, além de seus próprios hits, e ainda convocou amigos com a cara do Rio para dar uma palinha. O pagode chegou em peso com Ferrugem, Clareou e Vou Pro Sereno, mas o destaque ficou mesmo para o funk, com a participação de Nego do Borel e Jojo 'Todynho' Marontinni, que mesmo virada do desfile da escola de samba Beija-Flor, conseguia levar o público ao delírio com facilidade ao gritar seu ótimo bordão, "quer toddynho, quer?”.



E quando o assunto é funk, Ludmilla não esconde a alegria de ver o ritmo que a levou ao estrelato ganhar o destaque que merece.

O Spotify é um dos maiores medidores de popularidade musical no Brasil e o funk tá lá no topo. O funk sofria muito preconceito. Tinha uma barreira horrível que impedia as pessoas de se aproximar do funk. Graças a Deus, hoje estamos conseguindo quebrar isso. O funk tá entre os ritmos mais fodas que tem no Carnaval e isso pra gente, pra mim e pro próprio funk é muito importante.

Do amor pelo ritmo nascido na favela a exaltação da cultura africana, Ludmilla não só não se esqueceu de suas raízes, como também tem se conectado cada vez mais com elas. Recentemente, ela começou a fazer a transição de seu cabelo, voltando a usar seus cachos sem medo, como podemos ver em seu novo clipe, "Solta A Batida". Depois disso, passou a receber muitas mensagens de apoio e agradecimento por servir de inspiração para tantas pessoas, principalmente crianças.

Não tem quase nenhuma jovem negra que canta, que faz sucesso, que aparece na televisão, que tem música entre as mais tocadas do país. Quando tem, a gente tem que ser exemplo mesmo. Tem que ser exemplo de superação, de que dá pra chegar, porque as crianças que moram em comunidade vivem em um mundo muito pequeno, muito fechado, e quando elas tem acesso a outra informação, isso abre a cabeça delas. Pra mim é muito importante tá aqui representando, tá aqui fazendo esse bloco acontecer. [É importante] Existir. Eu to muito feliz com tudo que tem acontecido na minha vida e acho que hoje vai ser mais um dia histórico e marcante. 



Na entrevista, Lud nos disse que fervo é lugar de mistura e música boa, e foi com essa promessa implícita e muita atitude que ela subiu no trio, mandou ver e, entre gritos de "estou vivendo um sonho!" e agradecimentos a cada um dos presentes, mostrou que o Fervo da Lud chegou, e pra ficar. 

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