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“Viva: A Vida é Uma Festa” conquista pela carga sentimental que traz consigo

Pode-se dizer que “Viva: A Vida é Uma Festa" não é o típico filme Pixar, que quase sempre entrega uma obra com uma trama mais complexa, se assim podemos definir. O enredo tampouco é inédito. Coincidentemente (ou não), “Viva” tem muitas semelhanças com “Festa No Céu” de Jorge R. Gutierrez, lançado em 2014. Além de serem ambientados no México, ambos têm a história do menino que tinha sonhos contrários às expectativas da família, trazem a crença do Mundo dos Mortos e, tanto em um quanto em outro, os dois protagonistas – que também sonham em ser músicos – acabam indo parar nesta dimensão.

O que torna “Viva: A Vida é Uma Festa” um ótimo filme é a carga emocional que ele carrega, se tornando, assim, uma das animações mais comoventes do estúdio, mesmo indo na curva de sucessos anteriores.

O longa-metragem conquista o espectador com vários elementos. Personagens carismáticos, beleza estética, sensibilidade nas pequenas coisas — como o brilho nos olhos de Miguel (Anthony Gonzalez) ao ver vídeos de seu cantor favorito, Ernesto de la Cruz (Benjamin Bratt), o amor de Hector pela filha e seu sentimento de abandono por não ter uma foto com oferendas no Dia dos Mortos. Inclusive, é o próprio arco de Hector (Gael Garcia Bernal) que traz os momentos mais emocionantes do filme, onde facilmente se encontra a real essência da Pixar.

Um grande problema dos estúdios (principalmente aqueles hollywoodianos), sejam eles especializados em animação ou não, é retratar uma cultura mais distinta da estadunidense ou europeia sem utilizar muitos estereótipos. “Viva” não conseguiu fugir muito disso, porém não é algo que interfira tanto no resultado final para falar a verdade.

Quanto à trilha sonora, mesmo não fugindo do tradicional Mariachi, não deixa de ser ótima. A canção “Remember Me”, indicada ao prêmio de Melhor Canção Original no Globo de Ouro, ganha um significado especial ao fim do filme. Já a fotografia aposta no contraste do colorido com os tons terrosos do plano dos vivos, em uma explosão de cores e no neon do Mundo dos Mortos, criando algo belíssimo — sem contar a inserção de detalhes sobre a crença e o folclore local, que nos faz conhecer um pouco mais sobre a cultura mexicana.

“Viva: A Vida é Uma Festa” se salva da mediocridade graças ao apelo emocional e pode arrancar lágrimas daqueles mais emotivos. Ainda sendo apenas uma consequência da própria vida, a morte é temida e desconhecida por nós, e talvez seja a reflexão sobre o que tem do lado de lá e, também, sobre aqueles que deixamos quando partimos que dá ao filme a profundidade dispensada em outros aspectos.

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