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Mais comédia romântica soft com a terceira temporada de "Love", da Netflix

Produção original da Netflix, "Love" estreou sua terceira e última temporada há algumas semanas. A série é protagonizada pelos fofos Gillian Jacobs e Paul Rust, e se encerra com mais daquelas histórias que fazem a gente se sentir melhor com os nossos próprios desastres.

A história é a clássica boy meets girl com as nuances da geração de jovens adultos millenials: falta de realização na vida profissional, questões de saúde mental e a necessidade de colocar-se como prioridade mesmo dentro de um relacionamento.

Mickey, personagem de Gillian, está frustrada no trabalho e buscando formas de enfrentar o próprio vício em amor e sexo. Gus, personagem de Paul Rust, escreve roteiros cinematográficos, porém o mais próximo que chegou de Hollywood foi atuando como professor para atores mirins de um seriado. Os dois se encontram por casualidades da vida e acabam engatando um romance esquisito, alternando momentos de carinho com sérios conflitos de personalidade entre os dois.



Apesar da temática tradicional, "Love" consegue trazer debates interessantes enquanto a história do casal se desenvolve, explorando questões que fortalecem, distorcem e questionam o tema central da série: o amor. O vício e a saúde mental de Mickey, junto com as reações de Gus diante de suas crises, geram discussões importantes sobre como um parceiro deve se colocar diante das dificuldades do outro, esbarrando em questões fundamentais sobre os papéis de gênero dentro de um relacionamento.

A terceira temporada marca o estabelecimento do relacionamento de Gus e Mickey, quando eles finalmente começam uma convivência real como casal e caminham para um momento mais "confortável" e "morno" de sua trajetória. Apesar de muito da história dos dois acabar caindo no clichê da "garota cool" encontra o amor com o "nerd esquisito", dá pra identificar um crescente respeito no casal. A solidez desse relacionamento ainda abre espaço para outros personagens queridos ganharem um espaço maior na série, como a fofíssima roomate australiana Bertie e o aspirante a dublê Chris.

"Love" se encerra como deveria, sem perder o cinismo característico da trajetória dos protagonistas ou forçar acontecimentos mirabolantes em um enredo que não tem mais muitos caminhos para seguir. É tipo quando aquela banda que você gosta muito acaba com um projeto legal, em vez de tentar um som que não tem nada a ver com eles. Rola um misto de tristeza e alívio pela saudade do que chegou ao fim, mas com a consciência de que ele chegou na hora certa.

“Flesh Without Blood”, da Grimes, é eleita a melhor música do ano pela TIME!


Dando uma explicação básica: ao final de cada ano, a revista americana TIME libera listas com as melhores e piores músicas, melhores álbuns do ano, e por aí vai. Você deve se lembrar dessa lista, pois foi a mesma que, em 2014, deu o título de “melhor música do ano” para o remix de “***Flawless” da Queen B com a Nicki Minaj, sendo que nesse mesmo ano, a eleita pior música foi “Rude”, da banda MAGIC!



Alguns dias atrás, a revista publicou as listas para 2015 e algumas das escolhas pareceram não agradar muito aos fãs. Mas vamos começar com os elogios. Confira abaixo a lista das 10 melhores músicas de 2015:
  1. “Flesh Without Blood” – Grimes
  2. “Tilted” – Christine and the Queens
  3. “Want to Want Me” – Jason Derulo
  4. “When We Were Young” – Adele
  5. “The Hills” – The Weeknd
  6. “Disappointing” – John Grant (feat. Tracey Thorn)
  7. “Let It Happen” – Tame Impala
  8. “Hotline Bling” – Drake
  9. “Yoga” – Janelle Monáe and Jidenna
  10. “King” – Years & Years
Sim, meus caros, a grande vitoriosa de 2015, segundo a TIME foi a Grimes! Os editores justificaram sua escolha dizendo que, geralmente, são necessários meia dúzia de escritores/produtores para fazer uma música tão boa como “Flesh Without Blood”, mas Grimes conseguiu escrever e produzir o hit do ano, segundo eles, sozinha!



Ainda falando de coisas boas, temos a lista dos 10 melhores álbuns de 2015, confira:
  1. “Wildheart” – Miguel
  2. “No Cities to Love” – Sleater-Kinney
  3. “To Pimp a Butterfly” – Kendrick Lamar
  4. “EMOTION” – Carly Rae Jepsen
  5. “Holding Hands With Jamie” – Girl Band
  6. “Pageant Material” – Kacey Musgraves
  7. “Sometimes I Sit and Think, And Sometimes I Just Sit” – Courtney Barnett
  8. “Break Stuff” – Vijay Iyer Trio
  9. “In Colour” – Jamie xx
  10. “The Blade” – Ashley Monroe
Elogios não faltaram quando o assunto era Miguel. Segundo a revista, em seu álbum, que se aprofunda na “mitologia de Los Angeles”, o cantor soube balancear os caminhos que a cidade pode abrir para futuros artistas, e mostrar as promessas frágeis que a fama dá.



E aí que a TIME incitou as massas, mas não de uma maneira positiva! Temos a lista com as 10 piores músicas de 2015:
  1. “Robin Williams” – CeeLo Green
  2. “Marvin Gaye” – Charlie Puth (feat. Meghan Trainor)
  3. “Hey Everybody” – 5 Seconds of Summer
  4. “Daddy” – PSY (feat. CL)
  5. “Downtown” – Macklemore & Ryan Lewis
  6. “Focus” – Ariana Grande
  7. “Better When I’m Dancin’” – Meghan Trainor
  8. “Pretty Girls” – Britney Spears & Iggy Azalea
  9. “AhHa” – Nate Ruess
  10. “Hula Hoop” – OMI
Tá, vamos começar no começo. Segundo a revista, “Robin Williams” ganhou seu lugar por “ser muito triste alguém querer lucrar em cima do suicídio de Robin Williams”, o que, realmente, é justificável. Já quando falamos de “Marvin Gaye”, a revista pergunta porque a família do cantor Marvin Gaye não processa “esses dois”, se referindo a Trainor e Puth, e fazendo alusão ao processo que rolou contra “Blurred Lines”, em que a família do cantor saiu ganhadora e lucrou mais de 7 milhões de dólares. Um comentário válido é que não é a primeira vez em que Meghan Trainor aparece nessa mesma lista. Além de ter entrado duas vezes nesse ano, em 2014, o smash-hit da cantora “All About That Bass” também foi considerado uma das piores músicas do ano. Daí fica a pergunta: será que ela realmente tem a fórmula para lançar um hit?

Pulando algumas posições, chegamos à “Focus”, que a revista diz ser totalmente sem energia, se comparada aos sucessos passados da cantora, como “Problem” e “Break Free”. Para “Pretty Girls”, a revista diz ter pena de quem escuta “essa música insuportável”. Curiosamente, ao falar de “AhHa”, a revista foi bem breve dizendo que eles não tinham certeza se a música era boa, já que eles não conseguiram passar dos segundos iniciais, em que Nate parece “limpar a garganta”, para ouvir a música completa. Por fim, temos OMI, com “Hula Hoop”, uma cópia descarada de sua antecessora, “Cheerleader”.



Mas e aí, o que acharam das escolhas da TIME? Aprovadas ou não?

Porque seu amor de fã não tem preço: o mal do Meet & Greet


Sem nenhum grande sucesso mundial há algum tempo, a cantora canadense Avril Lavigne tá longe de possuir a mesma relevância de outrora no cenário musical, com exceção da Ásia, onde ainda, assim como várias artistas, rende ótimos números, mas é inegável o fato de que, em palco, a mulher com cara de menina ainda consegue atrair um número absurdo de fãs, mais atraídos por seus trabalhos anteriores do que pelas coisas que coloca nas rádios atualmente.



No Brasil com sua Avril On Tour, Lavigne podia ter deixado o país com as melhores impressões possíveis. Seu último disco rende um repertório bem animado, além dos seus hits também soarem incrivelmente bem com o coro do público, mas o assunto que marcou sua passagem pelos solos tupiniquins foi a polêmica em torno do seu Meet & Greet, aquele momento dos bastidores onde alguns fãs $ortudos têm a chance de chegar perto do artista, tirar uma foto e, levando o nome em questão ao pé da letra, conhecer e cumprimentá-lo. Longe de tornar esse conceito do Meet & Greet algo literal, o que gerou a polêmica foi justamente isso, uma vez que o encontro de fãs com a cantora terminou marcado por uma enorme falta de interação com o público, que chegou a ser proibido de tocá-la durante o encontro — todos foram previamente orientados a não tocá-la, nem para um abraço ou aperto de mão. Rs.

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Os fãs, tanto os que participaram do evento quanto os que só viram as fotos, obviamente, foram contra toda essa onda de críticas e ressaltaram os raros momentos de quem conseguiu abraçá-la, roubar uma pose mais extrovertida ou até mesmo bater um rápido papo, coisas que, de acordo com eles, podiam ser facilmente conquistadas, apenas pedindo para Avril, mas fica bem difícil ficar do lado desses quando, na maioria dos momentos que foram registrados e revelados na internet, o que vimos foi justamente essa distância entre ela e os fãs. Fãs que pagaram nada menos que R$800 para esse singelo encontro.


Não é essa a primeira vez que algo assim acontece por aqui. Com a Femme Fatale Tour, a cantora Britney Spears se tornou motivo de piada na internet por seu afetado catálogo de poses, além do claro desconforto ao lado do seu próprio público, e em um caso mais recente, tivemos o Justin Bieber (que é canadense, assim como a Avril) e sua lamentável passagem pelo Brasil, que rendeu um episódio de desrespeito com os fãs em mais um desses Meet & Greets, onde as fãs, tratadas como gado, eram empurradas por um gargalo, conseguindo, no máximo, olhar para o cara por alguns segundos. 


O público brasileiro é caloroso e sempre motivo dos mais desmoderados elogios. A gente não quer só ver o artista ali, fazendo seu trabalho. Queremos gritar, suar, cantar junto cada uma das canções e, em oportunidades como essas que deveriam ser dadas em Meet & Greets, abraçá-lo, fazê-lo sentir que realmente é amado, idolatrado, deixar nele aquela vontade de voltar para sentir toda aquela febre nem que só por mais alguns instantes. Mas isso, assim como nos destaca quando os artistas pensam em falar sobre os shows que mais gostaram de fazer ou qual foi seu público mais insano, também nos afeta de maneira negativa quando nos deparamos com eventos assim, onde tudo o que queremos é uma ação que comprove que o sentimento, o tal amor de fã, é recíproco, e recebemos como resposta essa postura de quem só está ali por obrigação, porque faz parte dessa agenda em turnê e ajuda a cobrir os gastos não compensados com o lançamento de álbuns.


Como para tudo há uma exceção, temos que reconhecer uma grande leva de artistas que tiram de letra isso do Meet & Greet, indo de divas pop como Miley Cyrus, Rihanna e Lady Gaga à bandas de rock, como Paramore e Metallica, que fazem desse momento algo realmente válido para o valor cobrado e, o principal, especial para os fãs presentes e em qualquer parte do mundo, mas em um caso como esse, nos esforçamos ao máximo para não culpar Avril Lavigne, tanto pela merda já ter sido feita, quanto pela decisão de limitar o contato com o público não ter partido dela, que até cedeu a simpatia de alguns quanto assim insistiam.

Pra não perder a prática, Meet & Greet da canadense também virou meme.

A internet e boa parte da mídia, obviamente, vão extrair disso o máximo que puder e até esse artigo, ainda que tenha um propósito, aproveita do oportunismo em falar deste assunto justamente agora, no auge da polêmica, mas os que realmente deveriam reclamar foram os fãs que desembolsaram quase mil reais pra sorrir na frente de um fundo vermelho, posando para uma foto que poderia até ter saído melhor com alguns truques em casa mesmo, e esses se mostraram bem satisfeitos com a chance que tiveram de conhecer seu ídolo, ainda que dessa maneira tão fria e exploradora. 


Entretanto, apenas reclamar enquanto continua topando e pagando por eventos assim é tão útil quanto tentar combater o racismo se assumindo macaco e comendo bananas, pois enquanto houver público que aceite esse abuso, haverão esses Meet & Greets abusivos e, bem, é assim que o capitalismo funciona. Só esperamos que você, sendo ou não um fã da Avril Lavigne, tire disso alguma lição, pensando duas, três ou até quatro vezes antes de desembolsar um só centavo para o que é, de fato, apenas mais uma chance dos grandões das gravadoras lucrarem em cima de você e seu lindo amor de fã.

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Dos fãs que vestem a camisa aos que vestem a camisa sem serem fãs

A cantora Valesca Popozuda vestindo uma camiseta da banda Red Hot Chili Peppers
Ramones, Rolling Stones, AC/DC, Nirvana, Guns and Roses... Se você tiver o mínimo de conhecimento sobre rock, deve saber que são esses alguns dos seus principais nomes desse gênero. Se você tiver um conhecimento além do básico, algo entre o avançado e mediano, também deve reconhecer o quão importante foram essas bandas para o surgimento de todos os outros nomes que o rock ganhou nos anos seguintes. Mas se você for muito, mas muito fã de algum desses nomes, deve é ficar emputecido sempre que esbarra em alguém que, aparentemente, não se encaixa em nenhum dos níveis anteriores, mas aparece vestindo uma camiseta daquela banda que você ama.

A história é simples. Passei em frente a uma loja, vi uma camiseta preta com um símbolo bacana escrito alguma coisa com uma ou duas palavras em inglês e gostei. Cabia no meu bolso, eu comprei e, pouco depois de me certificar que passara a ser algo meu, vesti. Eu não entendo de bandas de rock, mesmo sabendo que todas as citadas anteriormente são grandes expoentes do gênero, mas tenho a leve impressão de que nunca escutei nada em toda minha vida de algum grupo chamado Jack Daniels. Também não bebo, então me sinto no direito de não ser obrigado a vistoriar o corredor de bebidas alcoólicas do supermercado periodicamente, pela certeza de que amanhã não estarei vestindo a camiseta de uma bebida que nem ao menos sei o que é, mas achei o logo com as palavras "Jack Daniels" em destaque bem legal e topei usar. Em meio a toda essa era de comunicação e com tanta informação cada vez mais acessível, até que seria viável, caso eu realmente me preocupasse a este ponto, que eu pesquisasse o tal nome no Google, só pra garantir que não estava apoiando nenhuma organização sem fins lucrativos em prol da extinção dos golfinhos ou outros desses lances bizarros que algumas pessoas gostam de apoiar, mas tenha em mente que eu simplesmente não me preocupei. E a estampa realmente era bem legal.

A novaiorquina Lana Del Rey e sua estampa da bebida Jack Daniels
Toda essa tendência de pessoas usando camisetas de coisas que não fazem ideia do que são tem se tornado bem comum e, sabe-se lá a razão, incomodado muita gente. Na realidade, sei a razão sim. É chato pra caramba ver o nome do seu ídolo (ou, no caso do Jack Daniels, que não é uma banda, sua bebida favorita) na frente do peito de um fulano que mal faz ideia do quão sua música (ou seu efeito antes da ressaca) significa pra você, sendo assim, o ideal seria que todos só vestissem o que tivessem certeza de que, por alguma razão, os representam. Mas em contrapartida, toda a ideia é, antes de ignorantemente ridícula, total e extremamente desnecessária.

O sentimento de propriedade dos fãs com seus ídolos é sim bem curioso. Indo além das camisetas, existem pessoas que gostam tanto, mas tanto de um artista, que se vêem no direito de definir onde ele deve ou não se apresentar, que tipo de pessoas deve ou não escutá-lo e até mesmo como ele deve ou não se portar em locais que deveria ou não estar, mas não adianta tentar parecer superior com meio no que você escuta ou defende, tudo isso é bem próximo daquela mesma paixão platônica que deixa meninas de 13 anos um pouco mais que suadas enquanto assistem aos clipes do One Direction e os imaginam em situações que seus pais nem devem sonhar. Entretanto, o erro aqui não está em ser fã, isso é um ato lindo e pra lá de sincero, mas adquirir uma obsessão ao ponto de acreditar ser o único merecedor de consumir algo, querer aquilo só pra você e sua outra meia dúzia de muitos amigos. Mas e então, onde entram as camisetas? Ah, claro, todos os citados, com exceção dos caras do One Direction na imaginação fértil de suas fãs, estavam devidamente vestidos.

Harry Styles, da boyband One Direction, com uma camiseta do Pink Floyd
Estamos então falamos no fator consumo. Nós estamos o tempo todo consumindo algo. Músicas, filmes, alimentos, peças de roupa e até a cultura em si. E camisetas de bandas são, antes mesmo de serem camisetas de bandas, apenas camisetas, podendo, quando expostas em vitrines de lojas e etc., serem chamadas por produtos e neste caso oferecidas a consumidores. Para o vendedor, dono da loja e marca responsável pelo lançamento da tal peça, não interessa se eu sei que o Axl Rose nunca foi do AC/DC ou já teve uma banda chamada Jack Daniels, só interessa que eu pague antes de sair com sua camiseta e feito isso, só me interessa que ela dure e, na melhor das hipóteses, que outras pessoas também a achem bonita.

Camiseta personalizada do Calypso aos moldes da famosa estampa dos Ramones. #EUQUERO
É óbvio que, tratando de mercado e consumo, também falamos, mesmo que indiretamente, do capitalismo, das classes sociais e, por último, mas não menos importante, dos influenciados pela moda que, depois de verem eu e outras não sei quantas pessoas usando uma camiseta escrita "Jack Daniels", vão querer uma para parecer legais também, mas aí alcançamos vertentes bem mais complexas que o simples sentimento de fã ofendido ao ver sua bebida favorita tão superexposta no corpo de alguém que enche a cara tomando Coca-Cola. Isso nos lembra daquelas pessoas que viraram santistas depois do Neymar se tornar "o Ronaldinho" do momento, daquelas que mudam seu artista musical favorito com base no primeiro lugar da Billboard Hot 100 ou até mesmo os que se declaravam amantes do UFC até o momento em que o lutador Anderson Silva teve aquele acidente bizarro no meio de uma luta.
Miley Cyrus e sua língua vestem Iron Maiden
Só que no geral, como vimos acima, toda a preocupação quanto a isso é mais que desnecessária. Aos meus 14-16 anos, enquanto ainda formava meu gosto musical e descobria que bandas de rock nunca seriam meu forte, conheci por meio de um amigo a história de pessoas que, em lugares como a Galeria do Rock, abordavam outras que vestiam roupas de banda pra se certificarem de que esses eram fãs, sabiam o nome do vocalista delas ou outras curiosidades do gênero. Por mais bizarro que isso fosse, mais tarde descobri, em filas de shows e afins, que esse pessoal existe mesmo e, queira você ou não, é mais ou menos desta forma que você é visto sempre que arma alguma confusão só porque pegou aquela fã de Justin Bieber vestindo algo com o logo, nome ou trecho de música do, sei lá, Arctic Monkeys. O que não a torna mais culta, a rendendo talvez algumas curtidas a mais caso ela publique uma foto com a tal camiseta no Instagram, Tumblr ou outras dessas redes-sociais em que as pessoas curtem coisas relacionadas ao Arctic Monkeys, e também, pasme, não te torna menos fã, só porque você escolheu aquele mesmo dia pra sair para rua com uma camiseta de banda nenhuma, simplesmente neutra neste mundo lotado de fãs de Jack Daniels.
Edição "Katy Perry" para a camiseta da Jack Daniels, retirada da loja virtual Ops! Camisetas
Em suma, a ignorância talvez parta dos dois lados. Do meu, por vestir algo que não faço ideia do que seja, assim como aquela sua tia que não fala inglês e tem uma blusa com a estampa "I ♥ LOVE", e do seu, por julgar necessário sentir-se superior a mim por ter tomado um Jack Daniels ontem e se lembrar de não ter ouvido nenhuma banda com o mesmo nome no mesmo dia, mas ainda assim eu saio na vantagem, visto que tenho ao meu favor outra centena ou milhares de pessoas que também comprariam a camiseta pelo simples fato de sua estampa induzir a isso — sério, ela é muito legal — mesmo que, num desses momentos em que eu achar uma camiseta legal e não pensar em compreendê-la, possa estar contribuindo para extinção definitiva dos golfinhos. A solução para o problema, porém, é ainda mais simples e se resume em você apenas não repetir o meu "erro", vestindo a camiseta de algo que goste e conheça, além de deixar de ser chato, cuidando da sua vida e não se preocupando sobre eu deixar ou não de saber que Ramones não é nada que vendem em garrafas.

E mesmo se fosse ruim, o novo “álbum visual” da Beyoncé continuaria sendo genial!


Se já não tivéssemos começado uma matéria sobre a Britney Spears desta forma, a primeira linha desse artigo seria sobre a Beyoncé ser foda. Nesse ano ela foi atração do Superbowl pra não promover coisa nenhuma, mais tarde participou de enésimas ações publicitárias, como as da Pepsi e H&M, também esteve na trilha-sonora de “O Grande Gatsby” e “Epic”, respectivamente com uma versão para “Back to Black” da Amy Winehouse e a até então inédita e composta pela australiana Sia, “Standing On The Sun”, saiu com uma turnê que mais pareceu fazer justiça ao disco “4” que anteceder algo novo oficial e, paralelamente a isso, ainda rolaram os lançamentos descompromissados de “Bow Down”, “I Been On” e “Grown Woman”, todas canções sem nenhum destino definido, mas depois de tantas perguntas quanto ao seu novo álbum, eis que Beyoncé economiza nos discursos e promessas, trazendo o que seus fãs queriam de uma só vez: todo o tempo de trabalho duro resumido em algumas horas de download. Uma era produzida em cerca de um ano à mercê do público para ser consumida em menos de um dia.

“Pretty Hurts” – dirigido por Melina Matsoukas


Parece loucura, mas rolou. Se mostrando a artista mais bem preparada de todas essas divas atuais para um público cada vez mais sedento por novidades, Queen B lançou de uma só vez seu novo disco, autointitulado “Beyoncé”, composto por 14 canções e acompanhado por, pasmem, 17 novos videoclipes. Não teve caminhão nas ruas, mil e um teasers pra cada uma de suas canções. Absolutamente nada previamente anunciado. Ele só saiu e se saiu bem. No disco, Beyoncé vem acompanhada por nomes de peso, Pharrell Williams, Timbaland e Justin Timberlake são alguns dos produtores, Ryan Tedder, Miguel e Sia Furler estão entre os compositores, e ainda tem parcerias com Jay-Z, Frank Ocean e Drake, além das inusitadas aparições da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichi e da primeira filha da cantora, Blue Ivy. Para seus clipes, ela também não economiza. Jonas Akerlund, Melina Matsoukas, Jake Nava e Hype Williams são só alguns dos diretores envolvidos no projeto, mas o trunfo do disco, que em suas letras vai de temas como a tirania da beleza na indústria e feminismo ao monstro da fama em si, não termina aqui.

“Ghost” – dirigido por Pierre Debusschere


Explicando a razão de tê-lo lançado desta maneira, Beyoncé falou sobre sua forma de apreciar música. Ela, que já confessou conhecer um hit ao escutá-lo pela primeira vez, agora diz “ver música”, então quis fazer deste disco uma experiência completa, onde a pessoa não só escuta, como também assiste ao álbum. Todo o conceito nos remete um pouco ao discurso utilizado pelo Justin Timberlake antes de lançar o “The 20/20 Experience”, mas no fim a proposta dos dois nem é tão diferente, visto que ambos visam a revalorização da música neste mercado que favorece cada vez menos a qualidade e mais os números.

“Haunted” – dirigido por Jonas Akerlund

E aí que chegamos à outra questão que faz de “Beyoncé”, o álbum pra se ver, um dos lançamentos mais aplaudíveis desse ano, porque dizer que não faz canções para as paradas ou que faz isso pelo amor à arte, cultura, música e etc — pelo Twitter — é fácil, difícil é botar a mão no fogo desta forma, realmente arriscando algo novo e, consequentemente, botando tudo a perder.

“Drunk in Love” – dirigido por Hype Williams


Que a verdade seja dita, quando seu nome é uma marca tão forte quanto o de Beyoncé, realmente chega a ser engraçado pensar que realmente poderia dar errado, mas é assim que preferimos pensar, pois imprevistos acontecem e com um passo em falso, todo esse marketing genial poderia ter levado um ótimo disco por água abaixo.

“Blow” – dirigido por Hype Williams


EN-FIM. Ainda não escutamos o disco vezes o suficiente pra dizer se realmente é o melhor desse ano ou o melhor da carreira da Beyoncé, e mesmo se assim tivéssemos feito, ainda estaríamos sob o efeito de toda a animação pós-lançamento, o que resultaria numa crítica nem tão verdadeira ao material, mas toda a forma com que ele chegou até nós, assim como a maneira com que ele promete ficar, é muito excitante, principalmente agora que estávamos prestes a aceitar que 2013 foi o ano da Miley Cyrus.

“No Angel” – dirigido por @lilinternet

Seja muito bem-vinda de volta, Beyoncé, e muito obrigado por existir e continuar integrando esse grupo de “gente que faz”, incentivando tanta gente a, antes de qualquer Billboard ou iTunes, realmente fazer isso pela música. You run this motha.

Abaixo, vocês podem conferir os vídeos restantes extraídos do álbum (destaque para "Mine", "***Flawless" e "Superpower":

“Yoncé” – dirigido por Ricky Saiz


“Partition” – dirigido por Jake Nava


“Jealous” – dirigido por Beyoncé, Francesco Carrozzini & Todd Tourso


“Rocket” – dirigido por Beyoncé, Ed Burke & Bill Kirstein


“Mine” – dirigido por Pierre Debusschere


“XO” – dirigido por Terry Richardson


“***Flawless” – dirigido por Jake Nava


“Superpower” – dirigido por Jonas Akerlund


“Heaven” – dirigido por Beyoncé & Todd Tourso


“Blue” – dirigido por Beyoncé, Ed Burke & Bill Kirstein


“Grown Woman” – dirigido por Jake Nava

Aos 40 anos, morre o ator Paul Walker, que a internet mal conhecia, mas já considera “pacas”


Como só se fala nisso por toda a internet, é provável que você já chegue aqui sabendo da notícia: o ator de 40 anos, Paul Walker, famoso por seu papel na franquia “Velozes e Furiosos”, faleceu após um acidente de carro em Los Angeles. O rapaz, que estava por lá pra participar de um evento beneficente, estava acompanhado quando perdeu o controle do seu Porsche e bateu numa árvore — os dois faleceram. De fato, é uma notícia triste. Ele era jovem e, meu Deus, quanta ironia cabe numa frase onde temos um ator de “Velozes e Furiosos” morrendo num acidente de carro? Mas a parte mais estranha de tudo isso acontece no momento em que as redes-sociais resolvem lamentar o ocorrido.

Pra ficar triste com uma morte dessas precisa ser fã do cara? Conhecer toda sua filmografia? Saber o nome completo? Não, não mesmo. Mas existe uma grande diferença entre tomar aquele choque por conta do ocorrido e a forma repentina com ele aconteceu e bancar aquele amigo de infância de Paul, que neste momento realmente deve estar bem triste com todo o acidente. Falar sobre isso, escrever um texto bonitinho em torno do assunto, publicar uma foto com o tradicional “Descanse em Paz”, é extremamente aceitável, neste momento devem ter milhares de pessoas fazendo justamente isso, mas chega a ser ridículo ver outros jurando que estão de luto ou chorando desde cedo, quando até algumas horas atrás nem fazia ideia da existência do cara. Não estamos tentando ditar nenhum manual de como se comportar virtualmente, mas é pura hipocrisia em troca de “curtidas” e “retuítes”, o que só não digo ser tão triste quanto a morte em si em respeito à família, amigos e fãs do ator.

Que a verdade seja dita, isso nunca foi uma novidade na internet. Quem nunca teve um amigo que só passou a ouvir Michael Jackson e Amy Winehouse depois de falecerem? E pior ainda, quem nunca teve aquele amigo que, em tempo que lamentava a morte de uma dessas estrelas, numa outra aba ou janela estava rindo sobre outro assunto totalmente aleatório? É como a internet funciona e essas coisas ainda me assustam um pouco. Não vou mentir, não estou triste com a morte do Paul Walker, mas respeito quem realmente se sente assim. Nunca assisti nenhum “Velozes e Furiosos” completo e até ontem nem ao menos sabia que aquele cara que contracenava com o Vin Diesel se chamava Paul, mas pelo o que li até agora, ele era bom no que se propunha a fazer e, repito, bem jovem pra falecer desta forma. Agora deixem de ser chatos e deixem-no fazer o que tanto pedem naquela foto em P&B que acabaram de compartilhar na sua timeline: descansar em paz. 

Tá declarado o fim da Lady Gaga, mas será que ela acabou mesmo?


Ninguém sabe exatamente quem espalhou a notícia, muito menos como comprovar sua veracidade, mas é essa a mensagem que estão repassando: Lady Gaga está acabada. A cantora, muitas vezes responsabilizada pelo crescimento do segmento eletrônico nas rádios por conta do seu disco de estreia, “The Fame”, outrora prometida como o grande nome em potencial pra assumir o posto de Madonna com o título de Rainha do Pop, estaria no fim da sua carreira após cerca de 4 anos em exposição. Estão todos cansados de suas bizarrices, todos cansados de suas polêmicas, até porque agora tem uma Miley Cyrus pra assumir esse espaço na mídia.



Tudo é bem controverso e de certa forma faz relação com aquela nossa matéria sobre o ódio virtual. Você vai dizer X, mas vão desenterrar o que precisarem pra te fazer acreditar que a realidade é Y ou Z. Logo, se você não estiver com a massa, te esmagam até que acredite estar errado, alienado. O segundo disco de inéditas da Lady Gaga, “Born This Way”, de certa forma é o grande culpado por toda essa confusão. O desconto concedido pela loja Amazon em sua semana de lançamento o tornou um dos maiores lançamentos pop dos últimos anos, rendeu mais de um milhão de cópias vendidas, e isso incomoda muita gente. Incomodou até a Billboard, que mudou as regras de suas paradas pra garantir que discos não seriam lançados por menos de US$1 nos anos seguintes, mas ao mesmo tempo que o álbum mantinha os números de Gaga láaa em cima, ele desgastava seu nome e imagem de uma forma tão eficiente quanto os tão pretensiosos artigos do Perez Hilton. Pretensão, taí a palavra. O álbum, assim como toda essa onda de ódio e suposta perseguição envolvendo a Lady Gaga, é bem pretensioso.

Quando apresentou o álbum, talvez o objetivo dela fosse soar relevante. Ela não queria mais cantar sobre sua “Poker Face”, muito menos pedir que seus fãs “Just Dance”, mas ainda era assombrada pelo fantasma dos seus grandes hits, como “Bad Romance”. Tudo isso, somado a sua obsessão por seu próprio nome e a forma com que ele deve, em sua cabeça, impactar o mercado, fez com que ela surgisse então com a tal grande produção. “Born This Way” não é um álbum ruim, muito menos mal estruturado, mas vinha sem os principais elementos que tornaram a menina de Nova York mainstream. Onde estavam as rimas fáceis? As sílabas repetidas no refrão? As batidas dançantes e, bem, atuais? Quem ela pensa que é pra tentar ganhar as rádios com essas guitarras? E aquela baladinha com sample de Queen?! Isso sem contar no famigerado plágio da Madonna.



Confiante do seu talento e, o principal, mantendo o voto de confiança de sua gravadora, a Interscope Records, que ainda a tinha como sua principal atração, Lady Gaga não se deixou abater pelas críticas conquistadas desde que o primeiro single de “Born This Way” chegou às rádios e foi isso o que tornou todo o disco ainda mais arriscado. Foram cinco singles com videoclipes, uma turnê mundial e, mesmo que as paradas e rádios indicassem o oposto, uma grande aceitação entre os críticos especializados no gênero. Mas e então, aonde foi que o disco foi o errado? Por que culpa-lo pelos erros apontados hoje? Simples, tudo isso, as mensagens sobre auto aceitação, os números nas paradas, a ausência nos TOP 10 de rádios ao redor do mundo e até a própria sonoridade e visual, quase que monocromático, do disco geraram sobre o nome dela uma grande áurea obscura, pesada, significante demais para uma artista pop. Ela queria soar mais relevante, seus fãs, chamados por “monstrinhos”, acreditaram nessa relevância e, por mais que ela nem fosse tão real no mundo fora de seu universo pessoal, com tanta gente dando crédito ao seu nome, ela acabou por realmente parecer maior do que era. Tirem as Britneys, Christinas e Katys do caminho, nenhuma delas se comparam a Lady Gaga, mas só exijam que essa última faça coisas tão grudentas e radiofônicas quanto as outras, afinal, não estamos colocando-a em exposição a troco de nada.

Lady Gaga queria ser tratada como uma popstar diferente e assim passaram a trata-la. Mas até aonde ceder ao seu luxo é realmente saudável a sua imagem? Desde então, passaram a cobrá-la como se fosse uma nova espécie de artista, não sujeita a erros, e está aí a grande crueldade da mídia e seus seguidores, que sempre esperam que ela não erre, não lance um single ruim, não desafine, não “se dê mal” nas vendas, mesmo que o que eles consideram mal pra ela seja o comum e/ou mediano para outras artistas do mesmo escalão. Lady Gaga é uma artista incrível, talvez a mais talentosa de todas essas grandes divas da atualidade, e está acabada, em seus momentos finais.

Em seu último disco, “ARTPOP”, a cantora dá alguns passos pra trás em busca do seu grande erro. Voltam as batidas dançantes, as rimas fáceis, as sílabas repetidas, mas com a adição de sangue fresco para as rádios, como aquele DJ de 19 anos, o Madeon, e o outro novato mas já chamado por aí como hitmaker, Zedd. Até a capa, composta pela obra do Jeff Koons, é a mais atraente e colorida de sua breve carreira. Particularmente, nem é o meu disco favorito dela (título pertencente ao EP “The Fame Monster”, mais por razões sentimentais que qualitativas em si), mas de bem mais fácil digestão do que o “Born This Way” e está aí o seu trunfo, visto que ele consegue ser um ótimo material, mesmo que com um objetivo obviamente traçado. 

Seja como for, nem o ótimo disco, um dos mais legais pop desse ano, ou o último clipe dela, “Applause”, serviram pra convencer a parte manipuladora da mídia — em sua grande parte fruto dos aprendizados do Perez Hilton, que descobriu da pior forma possível que assediá-la negativamente traz um ótimo retorno, numericamente falando — que já estava na hora de tirá-la da cruz. E foi assim que a primeira semana de vendas do álbum, com 258 mil cópias vendidas nos EUA (e um debute no primeiro lugar da Billboard Hot 100), nos ~sinalizou~ o fim de sua carreira. 

Se querem números, eles tem muitos. A estreia da Britney Spears, há quantos 14 anos?, com o “...Baby One More Time”, Madonna e seu “Ray of Light”... exemplos de grandes estreias é o que não faltam. Só se esquecem da forma com que a internet tornou tudo tão mais acessível nos dias de hoje, além de poucas artistas realmente venderem nesta indústria atual, salvo fenômenos como a britânica Adele e o seu tão supervalorizado “21”, e então preferem omitir outros quinhentos que rolaram de lá pra cá, como o “Femme Fatale” da Britney (276 mil cópias em sua semana de estreia), “Talk That Talk” (198 mil) e “Unapologetic” (238 mil) da Rihanna, e até exemplos mais recentes, tipo o “Bangerz” (270 mil) da Miley Cyrus e “Prism” (286 mil) da tida como grande rival de Lady Gaga nos últimos meses, Katy Perry. De certo, todos números bem próximos da estreia do “ARTPOP”, não?



O mais interessante nisso, porém, é o fato desse fantasma que a persegue ser quase que um clichê entre ícones pop. Madonna foi vista como desesperada por atenção quando lançou o clipe de “Like A Prayer”, Britney Spears fez do assédio seu melhor disco, “Blackout”, após surtar ao ponto de agredir paparazzis e raspar seu cabelo, Michael Jackson também era perseguido e precisou lidar com acusações como pedofilia e racismo, todas “absolvidas” só após sua morte, e ainda tem a Rihanna, um ícone pop moderno?, que também cantou sobre isso em “Question Existing”, faixa do CD “Good Girl Gone Bad”, onde lamenta não ser a mesma dentro e fora do palco e canta, entre tantos versos, sobre “eles” desejarem te ver perder.



A gente não vê tão próximo o fim de Lady Gaga. Pelo contrário, ela está é numa busca pra resgatar aqueles que torceram o nariz para o peso que ela colocou em seu “Born This Way” e tem sido bem sucedida nesta missão. Suas letras, seus figurinos, suas performances, tudo caminha para uma ideia mais atraente, mais chamativa, o que logo deve surtir algum efeito. Para os que procuram pela arte no cd, a gente já deixou bem claro aqui que ela existe e está no pop incluso nele, pop pelo qual Gaga se assume uma aluna e não professora. E, quanto aos boatos sobre ser esse seu fim, preferimos dar como certo depois que todas essas pessoas que dedicam seu tempo falando sobre sua irrelevância realmente passem a trata-la como tal, no caso não dando atenção alguma. Entretanto, que a verdade seja dita, muito bom também seria se a própria passasse a temer menos todos esses monstros (no caso, não seus fãs) e deixasse um pouco desta obsessão em ver seu nome sendo assunto a todo momento, afinal, assim como há pessoas para aplaudí-la, também haverão os dispostos a vaiá-la.

Um texto sobre a internet e a cultura do ódio entre os fãs de música pop


Pra começar esse texto, quero primeiro imaginar o dia de um fã de uma cantora famosa. Ele acorda cedo, toma um banho e o café da manhã, aí liga o computador pra saber tudo o que perdeu do seu ídolo durante o período em que desligou o computador, foi dormir, acordou e tomou banho e café. Feito isso, ele abre então o canal VEVO do seu artista no Youtube, pra assistir incessantes vezes aquele clipe que está perto de ganhar um certificado de um milhão de visualizações no site. Não que ele queira reassistir o clipe, é tudo pelo status. Pelos números que ele usará como argumento em futuras discussões.

Enquanto o vídeo é executado em looping, o fã aproveita pra passar o tempo fazendo qualquer outra coisa, então vai lá e abre algumas mil abas em seu navegador. O blog que ele não gosta, um artigo que achou no Google criticando seu ídolo e aquele outro sobre uma artista que ele odeia. Todas as abas com o mesmo intuito, preencher seu tempo com muita discussão desnecessária, só pra que ele tenha mais uma oportunidade de expor seu ódio sobre o trabalho de alguém, mesmo que ele nem ache essa pessoa ruim, e claro, demonstre também seu amor pelo seu ídolo, mesmo quando sabe que não é dos mais saudáveis. Se ele não fizer nenhuma outra coisa da vida, como trabalhar ou estudar, talvez isso seja tudo o que ele fará, com breves pausas para as refeições do dia e, por fim, a cama, pra que todo o ciclo recomece nas horas seguintes.


Parece estranho, mas é isso o que imagino quando vejo certas figuras, seja comentando aqui no blog como em qualquer outra página. Pois sim, também costumo ler os comentários de páginas que não sejam minha e chega a ser engraçado as semelhanças. Os tipos de fãs são os mesmos, o mimimi também, o que muda são os artistas em questões, além do gênero da página alvo do tal mimimi. O mimimi fez da internet um monstro feio e gigante, e olhem só!, vocês estão lendo isso em um blog. No mínimo irônico, o que não deixa de ser real. A gente não sabe bem quando ou a razão disso começar, mas aconteceu das pessoas se sentirem melhor falando sobre e ouvindo/assistindo/lendo coisas que ODEIAM, do que aproveitando o tempo livre pra fazer algo que envolva coisas que GOSTAM. Taí mais uma coisa bem estranha.


Nesse texto, preferi não falar pelo blog, mas por mim mesmo, Maria X o Gui, e isso porque o tema é algo tão pessoal, tão subjetivo, que uma palavrinha fora do lugar já é motivo pra contradizer qualquer outra coisa que eu tenha dito, mesmo que na minha cabeça funcione bem. O negócio é que o artigo é justamente pra você, que se encaixa no perfil daquele fã acima, não pra mudar seu jeito de viver, se você se sente bem fazendo isso, que continue, mas pra mostrar que dá pra ser mais legal. Particularmente, eu detesto escrever sobre coisas que não gosto e o mesmo serve no momento em que vou escutar/ler algo, mas eu tenho um blog sobre música e não posso passar o resto da vida ignorando coisas que odeio, então em momentos preciso abrir exceções, e em muitas delas acabo me surpreendendo, tipo quando gostei do último cd da Avril Lavigne ou viciei naquela música do pra mim antes intragável Austin Mahone. Claro, acima disso tudo ainda tenho meu gosto pessoal, o que faz com que eu continue não suportando o último disco da Jessie J e Daft Punk ou toda a ~excentricidade~ chata da Lady Gaga em palco — mesmo quando ainda a adoro em estúdio, o “ARTPOP” é realmente muito bom —, mas pra tudo há uma solução e, olhem só, eu posso escutar os discos da Icona Pop, AlunaGeorge, MS MR, 3OH!3 ou qualquer outra dupla que nesse ano eu tenha achado melhor que Daft Punk e simplesmente não assistir as coisas ao vivo da Gaga, o que não faz com que tudo isso não exista, mas também não faz de mim um chato que fica se torturando com coisas que acha ruim, só pra ter o que discutir com pessoas que pensam o inverso. Onde fica a liberdade de expressão nisso tudo? Na minha escolha, de escutar, assistir, ler e falar sobre coisas que eu realmente aprecio. Algo que muitos deveriam fazer.


Não me entendam errado, a ideia aqui não é dizer que eu sou o certo e o resto da internet o errado. É só que agora as pessoas têm vendido uma cultura duvidosa, onde odiar é mais legal que gostar, e isso é muito chato. Pior ainda é quando essas pessoas se mostram, além de chatas, babacas ignorantes. Passando a odiar tudo e todos que não gostem do seu ídolo ou amar tudo e todos que já elogiou algo que gosta. É um fenômeno engraçado, porque o que menos vai importar aqui é a qualidade e sim a forma com que as palavras são usadas. Assim que artistas como aquela neozelandesa de 17 anos colecionam tantos odiadores e outros, tipo a amiga-de-todos Katy Perry, tantos “””fãs”””. Não é sobre a música delas e sim sobre as aspas que estarão na capa daquela revista ou na página inicial daquele site sensacionalista, mesmo que tudo esteja bem distorcido. Se querem exemplos, eu sou um deles, e numa controvérsia que me arranca gargalhadas. Já disse isso antes e creio que poucos acreditam, mas SIM, eu leio TODOS os comentários que colocam em nossas postagens e sempre acontece de, quando eu publico um texto que tenha algo negativo sobre a Lady Gaga, me criticarem e dizerem que sou fã da Katy Perry ou Britney Spears, e fazerem exatamente a mesma coisa, só que me chamando de fã da cantora de “Applause”, quando critico qualquer outra cantora. Não é algo proposital, na realidade acho um porre quando vêm com esse mimimi sobre o que escrevo, mas simplesmente não tem como não rir, principalmente quando não sou superfã de nenhuma dessas cantoras. Só escuto e elogio ou critico quando assim achar justo.


O problema, é que nessa cultura, que não é pop e sim pobre, o ódio vende. É por isso que o blog do Perez Hilton continua com mais acessos que o It Pop, por isso que a Lorde e os sul-africanos do Die Antwoord se tornaram tão interessante para veículos que, se não fossem suas “críticas” envolvendo outros artistas, não falam sobre outros nomes que fazem o mesmo tipo de música que eles, por isso que aquele site tem uma coluna SÓ pra criticar canções de nomes fortes do pop atual ou aquele outro dedicou seu tempo para um editorial onde culpa uma fã-base por todas as rixas da música atual e por tudo isso que a internet tem ficado cada vez mais chata e repetitiva. (Imagine aqui um GIF da Gretchen ou uma foto da Britney Spears fazendo “cara de merda”).

Em suma, pode parecer meio hipócrita eu dizer tudo isso aqui, quando agora pouco deveria estar rindo sobre alguma rixa idiota com fãs babacas de alguma cantora em algum lugar, mas a ideia principal aqui não é dar minha palavra como a última e sim promover uma discussão saudável, uma reflexão, afinal, não posso me dizer contra esse monstro criado “pela internet”, quando faço parte dele. Então eis o apelo: desliga esse computador e vai ler um livro ou, se preferir, lavar uma louça.

Justin Bieber não merece uma "garrafada" e as Beliebers não merecem o Justin Bieber


E antes de qualquer coisa, precisamos externizar: Justin Bieber é um babaca. Nesta semana o cantor canadense veio ao Brasil, para cumprir com os shows prometidos em 2012, e desde que pisou em solo nacional, fez uma besteira atrás da outra. De início, nosso plano era não falar sobre isso, pois Bieber estava longe de trazer o que suas fãs estavam esperando e a gente não tem a mesma paciência de antes pra aturar muitas dessas meninas alienadas que surgiriam depois pra contrariar cada uma das coisas que fôssemos dizer sobre o cantor, mas estamos seguros em dizer que o próprio tratou de manchar muito do seu personagem por conta própria. 

Mas esperem, do que estamos falando? Obviamente, não é sobre ele ter ido pra uma ~casa de massagem~, sido expulso do hotel por excesso de baderna ou gastado sabe-se lá quantos mil com prostitutas por aí, até porque isso é do íntimo dele e temos mais é que deixá-lo ser feliz, mas sobre o desrespeito com fãs, atrasando o show e depois dando pití por conta de um objeto que jogaram nele no meio da apresentação.



Tá certo que levar um objeto, seja uma garrafa jogada por má fé ou um presente — como fotos em ângulos alternativos indicaram —, não é das coisas mais legais pra se fazer no Brasil, mas tinha mesmo que fazer o #chateado e abandonar o show pouco antes de cantar sua música mais famosa? Não, não precisava. Como ninguém CONFIRMOU que se tratava de um presente e não uma garrafa, vamos levantar também a falta de educação de quem atirou o objeto. De certo, é um desrespeito com o menino, que só precisava subir ali, cantar alguns sucessos, fingir alguma emoção com todo o momento e depois descer e voltar pra sua vida de "rei do camarote", mas nem assim conseguimos dar razão por cantor. 

Quer vocês aceitem ou não, Justin Bieber foi uma peça importante para o momento atual da cultura pop. Por mais que a Disney já lançasse artistas teens há tempos, foi com o disco "My World" que o canadense trouxe de volta a atração das gravadoras por nomes para adolescentes, abrindo espaço para nomes como a boyband britânica One Direction, mas ao mesmo tempo que alimentava e tornava maior a sua legião de fãs, as Beliebers, ele também se viu cada vez mais perto do monstro da maioridade, com aquela necessidade de amadurecer sua imagem para a mídia. Quem dera ele fosse a Miley Cyrus, então começava a fazer twerk, mudava radicalmente o visual, lançava um ótimo álbum carregado de influências urbanas e, bang!, tava visto com outros olhos pelo público, mas ele não é e preferiu então mostrar que cresceu da pior forma: fazendo a linha bad boy. 

Para os EUA, que há pouco tiveram uma experiência marcante com o cantor Chris Brown, que conquistou um bom número de odiadores após a polêmica agressão na cantora Rihanna, seria bem difícil Bieber impressionar. Ele bem tentou e musicalmente acertou, seu álbum "Believe" é uma superprodução para as rádios, mas conforme desenhava seu novo personagem foi inflando cada vez mais seu ego, até chegar ao ser insuportável que acabou com a fantasia de muitas Beliebers aqui no Brasil.

Como também parte da turnê Believe, as fãs mais sortuda$ pagaram cerca de 3 mil reais para respirar o mesmo ar que Justin Bieber em um Meet and Greet, mas essa foi só mais uma das coisas que o menino também provou não saber fazer por aqui. No encontro com suas Beliebers, o canadense não quis tirar uma só foto sem seus óculos escuros e talvez tenha tido menos contato com seu público do que a Britney Spears na mesma parte da sua última turnê, com o disco "Femme Fatale". Um vídeo, registrado por uma câmera escondida, mostra um pouco desse momento, no mínimo embaraçoso para muitas das meninas que, felizes da vida com sua fantasia de ídolo, estavam lá:



Claro, pelo Twitter ele garante que AMA cada uma das suas Beliebers. Querem provas? Ele até segue umas 3 ou 4. Só não peça pra tocá-las, aí é amor demais, tudo tem limite.

Em suma, a gente só não queria falar sobre essa passagem dele pelo Brasil porque ele realmente tem se tornado um ser intragável, mas também seria sacanagem não nos manifestarmos enquanto a dondoca continua parecendo algo bom para suas fãs. Muitas delas, inclusive, estão SE DESCULPANDO por artigos como esse ou garrafas como a que vimos acima em seus perfis no Twitter, com medo dele não voltar mais ao país. Não aprovamos de forma alguma a agressão física ao cara, isso é desrespeito, falta de educação, ninguém merece. Mas as mesmas palavras servem para o menino e a forma que trata suas Beliebers: desrespeito, ninguém merece. Burras são elas, que preferem ignorar a verdade e continuar louvando um Deus que nunca existiu.

"4", novo álbum de Beyoncé, vazou e a gente dá nossa opinião!

O novo álbum de Beyoncé, "4", caiu na internet. O álbum é daqueles que precisamos escutar várias vezes para aprender a gostar e mostra nada mais, nada menos que a boa e velha Beyoncé que todos já conhecíamos. Beyoncé por sua vez, soube enganar muito bem com "Run The World" que prometia um álbum bem diferente do que realmente era, mas não podemos esquecer que Beyoncé não é uma cantora POP, mesmo após breves transições, seu gênero ainda é o R&B.
Esperávamos algo muito do novo álbum da cantora, mas no fim, Queen B veio com mais do mesmo e não brincou quando disse que se inspirou em Adele. A britânica Adele ganhou o mundo (ou parte dele) com músicas bem diferentes de Lady Gaga, Ke$ha, Britney Spears ou qualquer outra coisa qual estávamos acostumados a ouvir, mas quando falamos de Beyoncé, esperamos um pouco mais do que "Rolling In The Deep". Adele faz muito bem seu trabalho, sendo Adele, mas Beyoncé que tem hits como "Single Ladies", "Crazy In Love" e "Déjà Vu" em sua carreira, a mesma Beyoncé que frequentemente elogíamos, precisa de um pouco mais do que "4" para impressionar. Na minha opinião, as melhores faixas do álbum são "I Was Here", "Best Thing I Never Had", "End Of Time" e a já conhecida "Run The World", a tão aguardada "Party" tinha tudo para ser uma b-side ou faixa bônus, mas é muito provável que seja single, sendo essa a única faixa com participação no álbum. Já o resto, são várias "1+1", com exceção de "Love On Top" que mostra uma influência mais anos 80 e lembra muito aquelas músicas que escutamos na trilha sonora de "Everybody Hates Chris". Por enquanto, ficamos devendo uma crítica mais detalhada. O álbum "4" caiu na internet bem antes de seu lançamento e pode ser encontrado em várias redes sociais.


Postagem reescrita por @GuiTintel

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