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Crítica: "Oito Mulheres e Um Segredo" é divertido pra caramba, mas o roteiro se atrapalha

"Oito Mulheres e Um Segredo", dirigido por Gary Ross ("Jogos Vorazes"), traz quase tudo aquilo que seu primo distante ("Onze Homens") trouxe também anos atrás: um enredo empolgante sobre crime e roubo, além de personagens com seus próprios talentos e personalidades. O bônus é um elenco cheio dos mulheres incríveis: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway, Sarah Paulson, Helena Bonham Carter, Rihanna, Mindy Kaling e Awkwafina. 

Se juntas já causam, imagina juntas?! De um elenco desses, bicho, não dá pra esperar nada além de puro tiro e lacração, não é mesmo? Infelizmente, no que "Oito Mulheres e Um Segredo" acerta na teoria, erra também na prática.

A premissa é a seguinte: Debbie Ocean (Sandra Bullock), irmã de Danny Ocean (George Clooney) da franquia-mãe, sai da prisão e reúne um formidável grupo de mulheres para roubar um colar de diamantes que custa US$ 150 milhões do pescoço da atriz Daphne Kruger (Anne Hathaway), no evento mais exclusivo dos Estados Unidos: o MET Gala, planejado todo ano pela revista Vogue, em Nova York, com a maior concentração de celebridades, dinheiro e imprensa possível no mesmo lugar.



"Oito Mulheres" tinha tudo para ser excelente por conta de seu elenco e enredo, porém acabou entregando um resultado somente satisfatório, graças ao seu roteiro irregular e uma certa ausência de originalidade. O filme começa forte com uma cômica sequência envolvendo Debbie, marcante por seu sarcasmo. Fica nítido que Sandra Bullock está se divertindo com o papel. Conforme cada mulher é recrutada para o time, o filme oscila entre divertido e interessante para devagar e estagnante. 

A produção consegue prender o espectador por conta do elenco principal que comanda a tela. As cenas em que o grupo todo está junto são as melhores e as mais dinâmicas. Por outro lado, quando o filme empaca, em poucos dados momentos, é inevitável sentir aquele gostinho de mesmice.

A sensação é mais presente com as personagens que, apesar de serem interpretadas por algumas das melhores atrizes da atualidade, são um tanto rasas e sem graça. A motivação de cada uma para participar do roubo é muito mal estabelecida e, conforme o longa se desenrola, a maioria não tem a chance de brilhar ou receber pelo menos um momento merecedor. Isto é uma pena porque cada atriz aqui é extremamente capaz. A culpa mesmo é do roteiro. 

Em meio de tantas personagens diferentes, cada qual com seu papel na arquitetura do roubo, as que se destacam são: Daphne (Anne Hathaway), hilária sem esforço; Rose (Helena Bonham Carter), única como qualquer personagem da atriz; e, surpreendentemente, Nine Ball (Rihanna), que é engraçada, engenhosa e rouba cada cena que aparece. 

A produção não reinventa a fórmula de sua franquia antecessora nem traz nada de novo para a mesa e não há problema quando a isso. O longa se orgulha de ser o que é, e seu roteiro cumpre exatamente a proposta que traz: uma história dominada por mulherões da p*rra, que é hilária, divertida, estilosa e, acima de tudo, que prova que filmes protagonizados por mulheres podem ser tão bons quanto aqueles centrados em um elenco masculino. O único problema, no entanto, é que essa mesma proposta poderia ter sido executada de forma impecável se não fosse pela forma que o roteiro trata suas personagens. No mais, é pura diversão. 

"Oito Mulheres e Um Segredo" e seu elenco lacrador mereciam mais do que seu roteiro e direção lhes deu, mas o mercado precisava de seu empoderamento feminino e nós, se a tradição da franquia original é de alguma indicação, precisamos do resto dessa possível trilogia com "Nove Mulheres" e "Dez Mulheres" se juntando ao segredo. Até lá, vamos esperar ansiosamente.

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