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A importância de Jo Kwon se identificar como agênero para o k-pop

Na última quinta-feira (30), artista de k-pop Jo Kwon revelou em entrevista ao Newsis (via koreaboo) que se identifica sem gênero (agênero), não-binário. Para Jo, entender-se como sem gênero agora se tornou uma arma de autoaceitação. Entretanto, aceitar-se foi um processo. No começo, não aceitava quando as pessoas diziam que elu parecia uma garota, mas agora vê isso com tranquilidade.

"Ser sem gênero é minha arma".


“Ser sem gênero é minha arma. No passado, eu tinha medo de passar uma imagem neutra. Se pessoas falassem que eu pareço uma garota, eu pensava que aquilo não é verdade. Mas agora eu estou bem com isso. Se as pessoas dizerem que pareço Choi Ji Woo [atriz] ou Taeyeon [Girls' Generation], eu estou bem com isso”.

Na entrevista, elu acrescenta que Bang Si Hyuk, CEO da Big Hit, foi quem comprou o seu primeiro par de saltos após uma conversa quando Kwon ainda respondia pelo selo da empresa do BTS. O CEO incentivou elu para “fazer o que quisesse” e Jo disse, na época, que queria fazer o que quisesse assim como Lady Gaga.

Jo Kwon, que estrela uma versão sul-coreana do musical “Everybody’s Talking About Jamie”, lançou “Animal” em 2012, uma época em que a Coreia do Sul ainda estava muito longe de cogitar conversas sobre drag queens e kings, como também sobre as vivências de pessoas LGBTQIA+. Se passaram oito anos desde o lançamento da canção e Jo ainda é um dos poucos artistas que falam abertamente de sua identidade de gênero, ainda mais sendo membro desta comunidade.


“Há tantas pessoas diferentes no mundo, entre homens e mulheres a minorias LGBTQIA+, pessoas com deficiência ou pessoas de outras culturas. A aparência de todos e como elas andam são diferentes. Não há lei que institui que mulher deve ter cabelo longo ou homem não pode usar maquiagem. Mulheres não precisam usar apenas saltos altos e homens não precisam usar apenas chuteiras”, disse elu ao Newsis. 

Homossexual, Holland fala abertamente sobre sua orientação sexual. O cantor iniciou sua carreia já dizendo para todos os ouvidos qual era sua orientação sexual e trouxe já no videoclipe de estreia um beijo gay. Infelizmente, “I’m Not Afraid” acabou sendo censurado na Coreia do Sul. No YouTube sul-coreano, o vídeo está disponível apenas para maiores de idade.


Em entrevista a Vogue, Holland explica sobre seus posicionamentos enquanto artista: “quando eu era mais jovem, não havia um cantor ídolo coreano que tivesse divulgado ou revelado abertamente seu status de LGBTQ +. Então, durante meus anos de escola, quando eu estava passando por um momento difícil, fui muito influenciado por artistas pop ocidentais LGBTQ +. Eu sabia que precisávamos de uma figura semelhante na Coréia”.

Além de Holland e Jo Kwon, outros artistas levantaram na Coreia do Sul as pautas LGBTIQA+ por revelarem suas orientações sexuais ou identidade de gênero. Hansol, do Topp Dogg, revelou ser assexual durante um chat com os fãs nas redes sociais. Somhein é abertamente bissexual. Já Harisu é uma cantora, modelo e atriz transsexual. Harisu, aliás, trouxe a pauta da identidade de gênero na país lá no começo dos anos 2000.

O cenário hoje é completamente diferente. Nos últimos anos, as pautas LGBTQA+ passaram a surgir cada vez mais em meio aos artistas de k-pop. Em sua maioria, demonstram apoio as causas de maneiras diversas e o fandom internacional contribui para que a discussão aconteça de alguma forma na Coreia. O grupo SEVENTEEN, por exemplo, falou pela primeira vez sobre seu público LGBTQIA+ graças a uma pergunta de uma fã durante uma entrevista para a Build Series.


Apesar das discussões acerca destas pautas, a possibilidade de um artista de k-pop se revelar como LGBTQIA+ é sempre minúscula. Isso é triste. A indústria do k-pop se apoia muito no fanservice com artistas do mesmo gênero se insinuando de forma romântica para aumentar sua legião de fãs, mas aceitar novos artistas que realmente são LGBTQIA+ é ultrapassar os limites para a Coreia do Sul.

Discutir pautas LGBTQIA+ é necessário. Ter pessoas como o Jo Kwon, Holland, Harisu e Hansol faz com que o assunto se torne ainda maior, trazendo uma grande visibilidade para os temas. Não somente isso, mas é importante ter representatividade no k-pop. É importante conseguir realmente se ver em um artista que te serve de modelo.

A gente espera que partir dessas pessoas mais artistas passem a se sentir confortáveis para dizerem sem medo quem são. Porém, fica difícil ter uma esperança como essa quando um simples namoro entre artistas heterossexuais viram uma grande polêmica no país e resulta na quebra de contratos para que consigam ser felizes.

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