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Análise: poderia “Parasita” repetir “Moonlight” e levar o Oscar de “Melhor Filme”?

Na minha crítica para "La La Land: Cantando Estações", começo o texto falando que ele será o vencedor do Oscar de "Melhor Filme" mais previsível da década. Bem, sabemos que a Academia não terminou aquela noite como prevíamos (e nem estou reclamando, "Moonlight" é o melhor vencedor do século até agora). É claro que previsões e apostas sempre podem render surpresas, porém, mesmo "Moonlight" sendo o maior entre os concorrentes daquele ano, a temporada apontava para um caminho diferente.

Curiosamente, estamos vendo bastante similaridades entre a temporada de 2017 e a de 2020, com "Parasita" sendo o "Moonlight" do ano. Em primeiro lugar, os dois filmes foram os mais aclamados nos seus respectivos anos - só para dar uma ideia do tamanho da aclamação, a nota de "Moonlight" no Metacritic é 99 e a de "Parasita" é 96. Mas prêmios da crítica (que ambos ganharam aos montes) são bem diferentes dos prêmios da indústria - os televisionados e prêmios das associações. Vamos voltar para 2017.

"Moonlight" abriu a temporada com um ótimo Globo de Ouro de "Melhor Filme: Drama", contudo, ele não competia com "La La Land", que levou "Melhor Filme: Comédia". Para diminuir ainda mais o troféu de "Moonlight", "La La Land" ganhou todas as sete categorias que foi indicado, um recorde jamais visto - ainda permanece como o filme mais premiado da história do Globo. Foi a noite que abriu as portas para uma campanha perfeita, com uma diferença esmagadora de 7 X 1 (doeu aí?).

Depois, veio o Critics' Choice Awards, e, novamente, "La La Land" fez a limpa, arrematando oito prêmios, incluindo "Melhor Filme" - "Moonlight" saiu com dois. Em seguida, o BAFTA, e, surpresa, lá estava "La La Land" com mais sete prêmios no bolso; "Moonlight", no entanto, perdeu todas as categorias que foi indicado. Não tinha como "La La Land" sair sem o Oscar. Risos.


Os últimos pregos no caixão de "Moonlight" vieram com as Associações de Diretores (DGA) e Produtores (PGA), os termômetros principais para os Oscars de "Melhor Direção" e "Filme", respectivamente, as duas maiores categorias da noite. Claro, "La La Land" levou ambos. Àquela altura, estava conformado e, sim, bem contente, pois, por mais que "Moonlight" fosse meu favorito, "La La Land" é uma obra-prima (aquela temporada foi cheia de longas que mereciam o posto mais alto, não é mesmo, "A Chegada"?). Aí veio a noite do Oscar, "La La Land" já tinha seis estatuetas e.......... "Moonlight" deu uma rasteira e agarrou "Melhor Filme" (não sem antes termos o lendário erro no anúncio, dando o careca dourado pra "La La Land" por dois minutos). A reviravolta da geração, o erro deixou ainda mais impressionante a vitória.

Voltemos para 2020. "1917" está sendo o "La La Land" da temporada. Já ganhou o Globo de Ouro, o BAFTA, a Associação de Produtores e a de Diretores - o único que "1917" perdeu, ao contrário de "La La Land", foi o Critics' Choice, vencido por "Era Uma Vez em Hollywood" (felizmente, Tarantino parece estar sem força na reta final da temporada, saindo da briga principal). "Parasita", assim como "Moonlight", venceu a Associação de Roteiristas (WGA), todavia, há uma diferença fundamental aqui: "Parasita" é um filme estrangeiro.

E por não ser em inglês, diversas limitações surgem pela frente. Ele não pode concorrer ao Globo de Ouro de "Melhor Filme: Drama" junto com "1917", e perdeu "Melhor Roteiro" no Globo e no Critics' (provavelmente por esse exato motivo). No entanto, venceu cada um dos prêmios de "Filme Estrangeiro" que viu pela frente - não existe concorrência nessa categoria específica - e empatou em "Melhor Direção" com "1917" no Critics' Choice. Para deixar mais fácil a absorção desses dados todos, a tabela abaixo:

Como podemos ver, os caminhos de "Parasita" X "1917" são bem similares aos de "Moonlight" X "La La Land". A Academia jamais deu o careca dourado mais cobiçado da noite para um filme em língua estrangeira - e apenas 11 foram indicados nos 92 anos (com "Roma" perdendo no ano passado mesmo com o favoritismo) -, mas também, até "Moonlight", nunca havia premiado um filme LGBT e/ou com um elenco 100% negro, e aconteceu. Respondendo a pergunta do título: sim, "Parasita" tem chances de repetir o caminho de "Moonlight" e levar "Melhor Filme", mesmo com "1917" derrubando todo mundo temporada adentro.

Assim como a vitória de "Moonlight" foi um marco histórico, uma vitória de "Parasita" também seria. O Oscar é uma premiação norte-americana, e costuma celebrar o cinema do eixo EUA-Reino Unido, então, dando "Melhor Filme" para "Parasita", seria uma valorização para a arte de outros mercados, restrita na categoria de "Filme Internacional" e, ainda mais raro, a alguma categoria técnica.

Bem verdade que o favoritismo de "Parasita" a "Melhor Roteiro Original" já é um feito - apenas "Fale Com Ela" venceu a categoria com um texto não-inglês. Vencendo ou não algum Oscar além de "Filme Internacional", "Parasita" já deu um chacoalho nos pilares da Academia, ainda muito limitados às obras além do seu meio - alguns votantes confessaram que não viram "Parasita" porque não curtem legendas (?). De qualquer forma, na abertura do envelope de "Melhor Filme", caso "1917" (que é espetacular, não se engane) seja anunciado, vou esperar alguns minutos para ver se não houve outro erro e o real vencedor é o filme do Bong Joon-ho. Vai que...

Análise: porquê as quase 3h do corte do diretor marcam “Midsommar” como uma obra-prima

Atenção: o texto contém spoilers.

Se por algum acaso você não seja um desses cinéfilos que acompanham as notícias do mundinho do Cinema, talvez tenha perdido a versão do diretor de "Midsommar: O Mal Não Espera a Noite" (2019) - segundo filme de Ari Aster, badalado diretor do maior terror da década, "Hereditário" (2018). Do que se trata? Originalmente conhecida como "director's cut", é a versão idealizada pelo diretor, que diverge da versão lançada em cinemas. Isso acontece porque, quando a distribuidora garante os direitos de vender o filme para as salas, ela tem poder em decidir o corte que vai ser exibido - e inúmeros longas ganharam uma edição especial contendo o filme projetado originalmente.

Quando Ari Aster chegou com o corte final de "Midsommar", a A24, distribuidora da obra, falou com toda educação: "então, dá pra cortar mais?". O filme finalizado pelo diretor tinha 171 minutos, quase 3h, e era uma versão grande demais, o que seria menos vendável.

Há uma lógica mercadológica por trás da decisão da A24: quanto maior a duração de um filme, menos sessões diárias ele pode ter; enquanto um filme de 1:30h tem, digamos, seis sessões, o de 3h obviamente só caberá na metade delas, o que corta pela metade o montante a ser arrecadado. Além disso, o público se assusta com 3h de filme, escolhendo, muitas vezes, um mais curto entre as opções em cartaz - nem vou entrar no mérito dos filmes de super-herói com 3h (ou mais), afinal, é um filão à parte e exceção à regra.

Aster então voltou para a sala de edição e, sofridamente, reduziu seu filme à duras penas, o que foi aprovado para ser distribuído. A versão de cinema, com 147 minutos, ainda assim era robusta, mas o suficiente de acordo com a A24. Foi essa a versão que eu – e todo mundo – assistiu primeiramente (deixo aqui meu descontentamento com a demora do lançamento da película em solo brasileiro, mais de dois meses depois da estreia internacional e uma semana antes do lançamento digital).

Felizmente, o diretor conseguiu, também, lançar sua versão idealizada – nos cinemas foi apenas nos EUA, no entanto, o arquivo digital chegou no final de setembro, facilitando o acesso ao que seria o corte ideal segundo seu realizador. Antes de entrarmos na versão estendida de “Midsommar”, uma rápida passada pela sinopse: após uma tremenda tragédia pessoal, Dani (Florence Pugh) vai com o namorado Christian (Jack Reynor) para a Suécia, a fim de presenciar as comemorações do solstício de versão de uma comunidade isolada. Lá, ela se divide entre os bizarros ritos e o relacionamento à beira do desastre.

Seria um exagero dizer que nova versão é um “filme diferente” do que vimos no cinema; mesmo 20 minutos (a duração retirada) bastando para mudar completamente um filme, vários momentos que Aster retirou são cortes de aceleração de ritmo. Eles são diminuídos e, comparando com o corte de 147 minutos, não fazem tanta diferença assim – como a sequência dentro do carro, quando o pessoal está dirigindo até o local das comemorações. No entanto, existem cenas vitais para unir o todo e que foram ou descartadas completamente ou severamente decepadas. Vamos a cada uma delas.

1: Christian convida Dani a ir até a Suécia

Há um atrito latente quando Dani descobre que Christian vai até a Suécia – sem informa-la. Na versão de cinema, há um grande corte entre esta cena e o momento que Christian avisa aos amigos que Dani vai acompanha-los (para o desgosto quase geral). Já na versão completa, a cena se desenrola mais, acrescentando detalhes sobre o estado emocional da protagonista – ainda de luto pela morte da família – e como o namorado é, sem rodeios, um completo covarde. A cena vista da maneira que Aster intencionou é um grande bloco que ilustra a precária união dos dois.

2: Christian esquece do aniversário de Dani

Como um lixo de namorado que é, Christian esquece do aniversário da amada – mesmo a viagem sendo exatamente no dia. Esse corte foi bem pequeno, porém, Aster agora deixa explícito do esquecimento quando Pelle, um dos amigos, avisa Christian sobre a data – antes só vemos Christian preocupado com algo e perguntando se Dani falou sobre alguma coisa. Deixar abertamente expositivo projeta ainda mais como o namorado não coloca Dani como prioridade.

3: A cena do lago

Após o primeiro estágio das comemorações – a fatídica cena do penhasco –, há outro passo cultural que é totalmente excluído no corte de cinema. Acontece um ritual que mostra um garotinho decidido a se suicidar em nome da Mãe Natureza, para o desespero de Dani (inclusive, tal ritual vai explicar como um dos personagens morre no final, uma dúvida que não é claramente respondida pelo corte de cinema). Ela diz a Christian que vai embora, enquanto o namorado fala um belo “então pode ir, porque eu não vou”.

Há uma briga de extrema importância aqui, e não consigo ver motivos que convenceram Aster a tirar toda a sequência – ela poderia vir imediatamente após a cena anterior sem o ritual do lago. Talvez o motivo da exclusão seja porque essa é a única cena noturna depois que os personagens chegam no vilarejo – no corte de cinema, a luz do dia não vai embora momento algum, um efeito brilhante.

4: Christian planeja roubar a tese de Josh

A motivação fundamental da viagem é que Josh, um dos amigos, está fazendo sua tese de doutorado em Antropologia, e usará a comunidade como objeto de estudo. Só que Christian, até então perdido sobre o tema de sua tese, decide roubar a ideia do colega. Enquanto assistia ao filme, achava muito deslocado o estopim para essa decisão, que não havia recebido tratamento devido – tudo surgia do nada.

E o motivo para esta impressão é graças ao corte feito na cena em que Christian agradece Pelle pelas informações sobre a comunidade, sendo que foi Josh quem fez a pergunta. Ali está a semente do que viria a florescer no roubo da ideia, um acontecimento muito sutil, mas que fundamenta uma motivação que recebe muito peso no roteiro, afinal, é mais um bloco de construção da persona de Christian.

5: Christian se aproxima de Maja

Uma das cenas mais desconcertantes de “Midsommar” é o ritual sexual que faz Christian engravidar Maja, uma das meninas do vilarejo. Há diversas trocas de olhares entre os dois, todavia, a primeira interação entre eles, no que vimos no cinema, é na derradeira cena da cópula. Isso porque foi retirado um momento em que ele deliberadamente vai até Maja com o pretexto de investigar sobre a cultura do local. Isso acontece logo após a briga do lago, como se Christian já não estivesse dando a mínima para a relação e dando abertura para a garota que estava jogando sinais de interesse.


Como podemos ver, Aster priorizou manter as cenas que colocam Dani em primeiro plano em detrimento do desenvolvimento de Christian, limado com a redução de 20 minutos, então, assistir à versão completa é uma experiência muito mais rica. Os cinco pontos citados são peças-chaves na costura do roteiro sobre como Christian é enquanto pessoa e, principalmente, enquanto namorado de Dani.

Muito peso psicológico foi retirado, e todo ele é fundamental para entendermos com ainda mais afinco a decisão do clímax, quando Dani escolhe sacrificar o (ex) namorado. Nem o público consegue ficar do lado do rapaz quando ele se mostra egoísta, egocêntrico e totalmente preocupado unicamente em si próprio, passando por cima de quem seja necessário.

E é inegável como esse lado ainda mais reprovável de Christian impacta diretamente em Dani, explicando sua instabilidade emocional e destruição psicológica. Pelle pergunta para ela: “Você se sente acolhida por ele?”. Com todas as cenas completas, a resposta é um “Não” ainda mais definitivo.

Curioso, também, perceber como os minutos a mais tornam “Midsommar” mais fluido – já que as peças se unem de maneira correta –, e as quase 3h correm sem que percebamos. É verdade que, querendo ou não, estamos revendo o filme e revisando alguns pontos e simbologias que antes não percebemos – como o painel que abre o filme e possui o roteiro do começo ao fim. Seguir por esse caminho – primeiro ver a versão de cinema e depois o corte do diretor – é a experiência mais interessante enquanto filme e enquanto entendimento da indústria. Com 20 minutos a mais, “Midsommar” se consagra como obra-prima.

Recap | X Factor BR 2016: entre erros e acertos, eliminações fizeram o Top 10 valer a pena


Depois de muitas críticas, apresentações esquecíveis, seis eliminações, polêmicas e coisas a melhorar, tivemos na noite da última segunda-feira o primeiro show ao vivo com o Top 10 da temporada de X Factor BR, seguido do episódio de eliminação na quarta-feira. Sob o tema do "Halloween", será que todos os pontos que criticamos nesse texto foram consertados? Confira em mais uma Recap!

Acompanhe conosco toda quarta-feira a cobertura do X Factor Austrália, a melhor franquia do programa!

E aos sábados e domingos, a cobertura do X Factor UK

Diego Martins - "Monster" (Lady Gaga) 



Como performer, Diego é muito interessante, mas essa música, definitivamente, não o favoreceu. Tá certo que Gaga é a artista certa pra ele, mas com tanta música incrível no repertório, Di (o mentor) pegou logo uma que nem single foi ou apelo tem, o que deixou tudo estranho e desconfortável. E a voz de Diego aqui, preferimos nem comentar.

Valter Jr. & Vinícius - "Menina Veneno" (Ritchie)



A ideia do Paulo Miklos de modificar o estilo da dupla foi boa, porém, a execução deixou muito a desejar. A começar pela escolha, que os desfavoreceu. Apesar do tempo de parceria, VJV são bem jovens e, consequentemente, imaturos sonoramente. Ambos se esforçaram, mas não funcionou. Em alguns momentos, chegaram a atravessar um ao outro, esqueceram letra e não teve participação da segunda voz. Foi fraco. Bem fraco.

Cristopher - "Talking to the Moon" (Bruno Mars)



Uma linda e delicada música sendo cantada por um cara cheio de vícios ao cantar. No que resultaria? Se você pensou num desastre, acertou! Foi muito, muito ruim! Gostaríamos de entender por que gostam tanto desse cara. Sério, não dá! Performance gritada, semitonou várias vezes e nem é carismático o suficiente pra sustentar uma performance ruim. Começo tenebroso do programa até agora.

Conrado - "Sem Radar" (LS Jack)



Escolha muito previsível e Conrado com os problemas de sempre envolvendo afinação, não surpreendem. Na verdade, a cada performance fica mais evidente o quão "cru" ele é. Mesmo assim, até metade da apresentação estávamos tolerando, mas bastou subir o tom e não aguentar, que acabou com tudo. Sem falar nessa pose arrogante de bater no peito ao final da performance hahahaha, não damos conta. Mas enxergamos facilmente ele sendo arrastado até à final.

Naomi - "I'm in Love with a Monster" (Fifth Harmony)



Não dá pra entender essas escolhas dos jurados hahaha. Você tem um menina com perfil rockstar na equipe e dá Fifth Harmony pra ela. Qual a lógica? Cadê Evanescence? Aff! Sorte de Alinne que Naomi é boa e mesmo toda cagada, conseguiu entregar uma performance minimamente satisfatória – o que, numa noite fraquíssima até agora, já a coloca em vantagem.

Rafael - "Superstition" (Stevie Wonder)



Rafael tem uma boa voz. E só. E essa performance foi a prova disso. Saiu da zona de conforto, sendo colocado pra dançar e foi tragicômico hahaha. Sentimos vergonha por ele. Adoraríamos não ter visto essa performance, de tão ruim que foi. E nem a voz prestou – semitonada e errando nos melismas (falta de fôlego, talvez?). 

Ravena - "E.T." (Katy Perry feat. Kanye West)



Miraram na performance icônica das Little Mix em 2011 e acertaram num teatrinho de bonecos forçado. Que coisa medonha, ainda mais pelos elogios dos jurados! Individualmente até que se salvam, mas quando juntam pra harmonizar, fica bem ruim. Sabemos que elas têm uma fanbase já grande e carente, mas cá entre nós, pra essa girlband ter a chance de acontecer, é necessário muito, mas MUITO tempo. E tempo é justamente o que não possuem. 

Jenni Mosello - "Máscara" (Pitty)



Jenni é a nossa principal aposta (talvez única) de algo que pode dar certo nessa temporada, mas com essa escolha ela foi completamente sabotada. A música da Pitty é pesada e só fica boa assim, sem suavizá-la, como tentou a menina Mosello. Perdeu o brilho intenso da faixa e ainda cantou atrás da base em alguns momentos. Uma pena, mas segue como nossa favorita.


Miguel - "Demons" (Imagine Dragons)



Esses jurados só podem viver numa realidade paralela pra fazer essas escolhas, porque olha... hahaha, tá difícil. Em que mundo "Demons" ficaria boa na voz do Miguel, Di? Outro desastre, apesar do começo promissor e de todo esforço do menino. 

Helóa - "Sweet Dreams"/"É O Poder" (Eurythmics/Karol Conka)



O mais próximo de X Factor que vimos na noite foi guardado pro final. Grande produção e performance ótima. Chega a ser engraçado ver que Heloá tem se transformado no total oposto (popstar) do que imaginávamos (diva MPB), mas ainda bem que tá funcionando e torcemos pra vê-la muito mais na competição, porque é uma das melhores.

★★★

Já no episódio de eliminação, na quarta-feira, o programa começou com a clássica performance em grupo. A escolha foi pelo hino dos Rolling Stones, "Sympathy for the Devil". Assim com a de semana passada, foi tão ruim que até o diabo recusaria. E, vem cá, por que raios eles têm que dividir microfone sempre? O orçamento tá tão baixo assim, que coisas básicas têm de ser cortadas? 



Na sequência Paula Fernandes se apresentou e fomos ao banheiro...



Voltamos juntamente com o programa do intervalo e, pra nossa surpresa, Fernanda chamou Paula Fernandes outra vez pra cantar. Sim, pra encher o tempo, fizeram bis com o convidado...



Agora, começando pra valer o que interessa, tivemos a primeira formação da "zona de eliminação", ou famoso "bottom" na gringa. Chamados um a um em ordem aleatória, descobrimos que Valter Jr. & Vinícius, Diego Martins e *BOOOM* Rafael estavam entre os menos votados, sendo que a pior votação entre eles, já sairia de cara.

Depois de momentos de tensão, Rafael foi anunciado como o menos votado e Rick Bonadio entrou em colapso por perder seu "queridinho" e aquele que, nas palavras dele, "merecia vencer a competição" (talvez no The Voice, migo), levando a internet à loucura com o resultado.



No Bottom, Diego foi de "Erva Venenosa", clássico de Rita Lee e arrasou, sendo muito melhor que na performance de segunda. Nossa única crítica sendo a voz do Diego. Não tá boa, de verdade. 



Já Valter Jr. & Vinícius optaram por "Flor", de Jorge e Matheus, errando tanto quanto antes.



Na votação, como esperado, tivemos um empate em 2x2, com Rick justificando ainda mais sua birra gratuita com Diego, ao afirmar que não via nele potencial pra vender discos ou ser um sucesso no mercado (como se a dupla tivesse, né?). No resultado do desempate, com a votação do público, Valter Jr. & Vinícius foram eliminados, deixando Paulo Miklos, assim como Rick Bonadio, com apenas um participante, em pleno Top 8 ainda hahaha, que delícia.



Pra encerrar, ainda tivemos a estreia do novo single do NXZero, "Modo Avião", porém com esse áudio cagadíssimo do programa.



★★★

Sendo sinceros, vimos uma clara evolução (mesmo que à marcha lenta) em muitos aspectos que criticamos no texto em destaque no começo do post, apesar da qualidade dos participantes e, agora, erros primários da produção e essas escolhas dos jurados, ainda nos incomodarem. De muito ruim mesmo, só essa nova mudança no formato, criando um programa de resultados arrastado de 2h, com direito a duas performances do artista convidado só pra encher o tempo, enquanto nos outros países, condensam muito bem isso tudo dentro de 1h apenas. Ambas eliminações foram corretas, pensando no conceito do programa e no fato de Bonadio ficar sem participantes já na próxima semana, também é animador.

E vocês, gostaram do programa? Nos vemos semana que vem, com o tema "Retrô". Até!


X Factor BR: 4 pontos que merecem muito a nossa atenção


O que era sonho para os fãs do formato se tornou realidade: O Brasil ganhou uma versão pra chamar de sua do reality show musical mais incrível dos últimos anos!

Desde que a Band anunciou a produção de uma versão brasileira do X Factor, ficamos animados e confiantes de que o projeto seria um sucesso no Brasil, afinal, a emissora tem feito um ótimo trabalho com o MasterChef, e o Brasil, mais do que qualquer outro país, têm revelado artistas em que o "Fator X" é uma característica determinante para o sucesso. Anitta, Ludmilla, Karol Conka e Luan Santana são alguns nomes recentes que podemos citar.

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Em meados de julho, tivemos as primeiras informações a respeito das gravações do X Factor Brasil. Pelas imagens, tudo parecia no lugar: a produção, a comunicação visual, o número de inscritos e a qualidade da produção. Mas bastou o final de semana em que os jurados foram confirmados – conversaremos já já sobre isso – e as audições começarem, para que algumas falhas começassem a aparecer. 

Com as audições realizadas na Arena Corinthians (Itaquera, SP) durante um final de semana frio, críticas e comentários negativos tomaram conta da internet. Na época, batemos um papo por telefone com o Leandro Buenno – ex-The Voice Brasil – e pudemos entender a desorganização da produção e o desrespeito com os candidatos: filas quilométricas, falta de estrutura e avaliações superficiais para apresentações de 15 segundos configuraram as principais reclamações dos futuros candidatos.


[A gente sabe que o Leandro daria conta do recado. Ele tem a cara do programa e os nossos corações]

Assim como boa parte do público, ficamos com um pé atrás, mas resolvemos dar um voto de confiança ao formato e acompanhamos a estreia do programa. Já nos primeiros dez minutos pudemos perceber que a qualidade da produção não era das melhores e, após um primeiro episódio com candidatos fracos, começamos a nos perguntar: Será que o X Factor Brasil vai realmente acontecer?

Para que não fôssemos injustos, demos tempo ao tempo, mas hoje, meses após a estreia do programa e da apresentação ao vivo do Top 16 na última segunda e quarta-feira, temos uma certeza: o programa tem muito a evoluir para dar certo. 

Para te explicar essa nosso posicionamento, listamos abaixo os 4 maiores erros do X Factor Brasil.

1) SUPERFICIALIDADE NOS COMENTÁRIOS

Tirando a Alinne Rosa – que até o anúncio como jurada era praticamente desconhecida pelo grande público (gente, sabemos da importância dela dentro do Axé e já a conhecíamos) – os jurados escolhidos para a edição brasileira pareciam interessantes. Rick Bonadio comandou o reality show que revelou dois dos maiores sucessos pop do Brasil (Rouge e Br’Oz) na primeira metade de 2000. Di Ferrero soa atual e conectado com o perfil do programa, que busca atingir um público jovem e antenado. E Paulo Miklos, integrante de uma das maiores bandas brasileiras de todos os tempos, prometia trazer sua imensa bagagem musical para o programa. Pensando assim, a bancada tinha tudo para funcionar lindamente.

Isso mesmo. Tinha. O grande lance dessas bancadas não é ter nomes conhecidos e amados pelo público – até o começo do American Idol, em 2002, você fazia ideia de quem era Simon Cowell? –, mas sim, ter personagens comprometidos com o programa, que nos representem e que sejam sinceros. O que a gente mais espera desses jurados é que eles consigam avaliar os cantores, aprimorando pontos que ajudem no desenvolvimento dos candidatos. Para isso, pitadas de humor, comentários ácidos e química entre eles também são indispensáveis - Por favor, vejam o trabalho incrível que a bancada do X Factor Austrália tem feito esse ano, com destaques para Adam Lambert e Guy Sebastian.


Acontece que aqui no Brasil, os quatro jurados parecem nadar contra essa corrente. A impressão que temos é que eles se sentem na obrigação de elogiarem tudo e todos, afinal, precisam afirmar como o formato tem funcionado e vender o produto ao público. A química entre eles não é das piores, mas nada têm superado a superficialidade dos comentários. Rick e Di esboçaram momentos de coerência, mas que (ainda) não foram suficientes. Aline e Paulo parecem nunca terem entendido a verdadeira função de suas participações no programa e isso têm gerado um incômodo gigantesco durante essas semanas do programa. Tem hora que a gente para e pensa: será que estamos assistindo as mesmas apresentações? 



Outro ponto que causou um incômodo tremendo, mas passou um tanto quanto despercebido, veio no ao vivo de quarta-feira (26): Começou com TropeirAfrica, candidatos de origem angolana, sendo criticados energicamente por Rick, como um "desastre". Mediante a isso, Paulo, defendendo sua categoria, retrucou, dizendo que eles foram ótimos e que desastre era a "dívida histórica" pela escravidão que tínhamos com a África.

O que, aparentemente, tinha sido um fato isolado, se tornou, na sequência, um festival de despreparo e ignorância através de uma discriminação velada contra minorias, pois na vez de Diego, candidato assumidamente gay, Rick criticou sua performance retomando o assunto, afirmando que não se importava com a história do Brasil ou "opção sexual" (Em pleno 2016 e na TV ao vivo isso? OI?), mas sim com a voz do candidato e qualidade artística e que Diego, pra ele, não era cantor, nem artista.

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Di (mentor dos meninos) não gostou do comentário e resolveu alfinetar também, dizendo que ali não era um programa de boas vozes apenas, mas de um pacote completo. Rick não se conteve, dessa vez atacando o público de casa que votou para que Diego ficasse (em detrimento de Prih, sua candidata), dizendo que haviam outros motivos nos votos por causa do momento difícil que nosso país atravessa, insinuando claramente que os votos recebidos por Diego e TropeirAfrica vieram por serem representantes de minorias - no vídeo abaixo, a partir de 2:40.

Péssimo, Rick! [e a gente gosta de você, viu?]



2) FALTA DE PERSONALIDADE DOS CANDIDATOS

O Brasil tem artistas incríveis, talentosos e estilosos. A gente só está se perguntando onde eles estão, porque olha, o nível dos candidatos no X Factor Brasil está muito abaixo do esperado. Timbres que não agradam, repertório óbvio e falta de personalidade são marcantes nesse elenco. 

A gente já chegou a se perguntar se artistas realmente interessantes não confiam mais nesses programas e, por isso, nem passam perto das audições ou se a produção errou feio nas escolhas durante aquela famigerada primeira fase porque o Fama (Rede Globo), por exemplo, teve artistas interessantíssimos e ainda relevantes, mesmo mais de uma década depois de sua exibição.



Temos a impressão de qualquer candidato do The Voice Brasil é realmente melhor do que o Top 16 inteiro do X Factor Brasil. Simultaneamente, estamos acompanhando o X Factor UK com um elenco interessante, o X Factor Austrália com candidatos fortíssimos, o X Factor Itália com uma de suas melhores levas e a última temporada do X Factor Bulgária, que teve uma das melhores finais (em termos de gênero comercial diferente) e revelou um dos maiores sucessos atuais por lá no começo desse ano, tendo apenas 16 anos de idade e esbanjando personalidade artística.



Já aqui, o que vemos, são candidatos despreparados, insossos, com zero presença de palco e que se acham a/o ~última [insira aqui um nome de qualquer participante de sucesso ] do programa~. Sério, gente, isso é algo que irrita nas competições brasileiras: os candidatos acham que são muito mais do que realmente demonstram. Uma dose de humildade, se conscientizar que tem muito a aprender e que o programa é apenas uma plataforma de visibilidade pra sua carreira (não ela em definitivo), não faria mal a ninguém e elevaria o nível da competição também, porque exigiria foco e menos previsibilidade. Ou vocês realmente acham que só cantar bem te garante bons números no mercado?



Obviamente há algumas exceções na temporada, mas são poucas. E, mesmo assim, com muita coisa a evoluir. 



Sério, em anos acompanhando o formato mundo afora, nunca nos sentimos tão desconfortáveis como na nossa própria versão. E isso é uma pena por tudo já citado.

3) EDIÇÃO E PRODUÇÃO DEIXAM A DESEJAR 

Se os jurados já decepcionaram e os candidatos não cumpriram, nem sabemos o que comentar sobre a edição e a produção da versão brasileira. A gente te explica: a Band optou por oito episódios com audições e incontáveis episódios para o Centro de Treinamento e Desafio das Cadeiras. Isso significa que tivemos que esperar D-O-I-S meses para o primeiro show ao vivo. Isso até que não seria um grande problema se o programa tivesse ritmo. Acontece que as audições pareciam eternas, o Centro de Treinamento parecia não fazer sentido e o Desafio das Quatro Cadeiras forçou um drama desnecessário.

Fora a edição, a produção parece que nunca assistiu um episódio do X Factor em outro país. O palco está "ok", mas o corpo de balé é terrível, os arranjos estão datados (sempre soa a mesma base), a voz do locutor parece deslocada do estilo do programa e o nível dessas imagens que o programa têm postado nas Redes Sociais até diminuem a nossa expectativa de vida de tão ruins que são.


A gente jura que não é implicância, mas não da pra defender aquilo, quando temos isso na franquia:



Dá pra entender como um programa que tem o foco no X Factor pode optar por essas escolhas?

Outra coisa que incomoda bastante, é o tempo em que as apresentações demoram a chegar no Youtube. Enquanto nos outros países, geralmente, o candidato se apresenta na TV e, segundos depois, já podemos reassisti-lo via YouTube, no BR, isso tem levado 3 F*CKING DIAS (!!!) ou mais, fazendo com que o programa perca a audiência daqueles que não conseguiram ver na íntegra, que não possuem TNT para acompanhar a reprise e também os que só iriam acompanhar pela internet. Garantimos, é uma boa parcela desperdiçada. Nos ajudem a te ajudar, queridas!

Ah, por fim, adoramos a escolha da Fernanda Paes Leme como apresentadora, mas por favor, parem de roteirizar a menina! Ninguém percebeu que ela ficar forçadíssima nessas situações? O grande charme da Fernanda é justamente a espontaneidade, aqui, limitada a um roteiro careta e que não acrescenta!

4) MUDANÇAS BIZARRAS NO FORMATO

Mudanças são sempre bem-vindas, desde que melhorem algo, não o contrário. O X Factor Austráli, por exemplo, trouxe, pela primeira vez, a brilhante ideia do Underdog Judge, que movimentou o formato por lá esse ano.



A nossa temporada de estreia, ao invés de apostar no formato clássico, sucesso no mundo todo, escolheu intervir, como citamos acima, arrastando as fases preliminares com oito episódios de audições (uma versão normal tem, no máximo, cinco) e preferindo correr com a fase principal da competição, que são os Shows ao Vivo, limitando-os a dez episódios (5 de apresentações e 5 de resultados), piorando ainda mais, ao aumentar o número de classificados pra essa fase de 12 (padrão normal nos últimos anos) para 16 participantes.

E o que isso acarreta? Bem, uma enorme bagunça para enfiar 16 pessoas em cinco shows. Com isso, só na primeira semana, já tivemos seis participantes eliminados e daqui, até a final, teremos mais dois a cada quarta-feira, imitando o modelo do reality rival (The Voice) e levando quatro participantes para a decisão. Sério, gente, pra quê?

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E nem comentaremos a ideia dessa primeira semana, de dividir em dois grupos, com jurados salvando um participante de sua própria categoria, enquanto os restantes disputariam o voto do público, porque um outro programa abusa desse esquema há anos.

Nós realmente torcemos pra que as coisas se alinhem e o programa ainda decole, pra pelo menos garantir mais uma temporada no próximo ano. Mas tá difícil acreditar nisso por ora.

E precisamos dizer algo muito importante: nós não estamos pensando nesses pontos e criticando o programa porque não conseguimos valorizar o que o Brasil produz. Pelo contrário. Sabemos que o Brasil é capaz, acreditamos na capacidade da emissora nesse formato (pensando no ótimo trabalho do MasterChef Brasil), mas só queremos um X Factor que realmente se destaque e seja reconhecido pela qualidade. Inclusive, estamos abertos para um diálogo com a produção – caso, algum dia, queiram propor um grupo de discussão sobre a atração com fãs –, porque experiência adquirimos esses anos todos de franquia.


E vocês, estão satisfeitos com o programa?

The X Factor BR vai ao ar, toda segunda e quarta, às 22h30, na Band. Terça e quinta, às 20h30, no TNT. E nossas Recaps, dependendo de quando os vídeos forem postados, devem sair, atrasadas, entre sexta e domingo.

Até mais, pessoal!

* Texto desenvolvido em parceria com o Maicon Alex ;)

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