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Mais motivos para amar Cher: cantora recusa convite para cantar na Rússia!


Pouco mais de um mês atrás, fizemos um post/resumão sobre a situação da Rússia em termos de reconhecimento dos direitos da comunidade GLBTT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais). Com Lady Gaga e Madonna em sua listinha homofóbica, o governo do maior país do mundo só faz ganhar pessoas contra suas políticas opressivas e atitudes repressivas de grupos de falsos benfeitores, e agora podem contabilizar outra artista: Cher. 

Como todos sabem, as Olimpíadas de 2016 estão cada vez mais perto e, obviamente, as Olimpíadas de Inverno, que acontecerão em 2014 na Rússia, também. Qualquer artista se sentiria mais que honrado em se apresentar e ser embaixador da competição, correto? Errado. Cher foi convidada e se recusou a prestar tal papel. Leiam as palavras da própria:
Eu não posso citar nomes, mas meu amigo, que é um grande oligarca lá, ligou e me perguntou se eu gostaria de ser embaixadora nas Olimpíadas e abrir o show. Imediatamente eu falei "não" (...) Eu quero saber o porquê de todo esse ódio gay ter explodido por lá. Ele me disse que a população não pensa como o governo
Cher tem razões de sobra para apoiar a causa. Além de ser uma cantora pop, o que inevitavelmente arrecada um enorme número de fãs  gays, a artista sofreu com preconceito no inicio de sua carreira, já que sempre possuiu uma identidade visual excêntrica ao lado do seu ex-marido Sonny Bono, que segundo ela era sempre chamado de "veado" e envolvido em brigas, das quais já saiu até com um nariz quebrado pela imagem da dupla. Cher ainda contou que, ao irem a programas de televisão, as emissoras costumavam receber uma série de manifestações contra os dois a ponto de não os convidarem a voltar. 

No entanto, acreditamos por motivos óbvios que o maior motivo de tamanho e declarado apoio à comunidade, é o filho dela, Chaz Bono, que é um homem transexual. Ou seja, nasceu com o corpo do sexo feminino, mas sempre se sentiu um homem. 

Além do posicionamento da Cher, existem campanhas para a anulação das Olimpíadas de Inverno de 2014, ou, pelo menos, para mudarem o local onde a competição ocorrerá. Se você tá por fora da situação russa, um bom começo para se manter informado é ler nosso post linkado lá na primeira linha.

This is a  woman's/queer's World!

O governo russo ameaça processar Madonna e Lady Gaga. Mas o que há por trás disso?


A política, seja de onde for, costuma bater de frente com os ideais de artistas de sua região. Aqui no Brasil mesmo, durante a enorme onda de protestos simultâneos por todo o território nacional, diversos atores e/ou músicos incentivavam o público a continuar frequentando as passeatas e exigindo esclarecimento e mudanças por parte do governo. Mas quando a política de um país, de outro continente, mobiliza um enorme público de pessoas e seus ídolos, é porque a situação está bem pesada!

Não é nada recente a opressão da Rússia a movimentos que lutam pelos direitos de homossexuais, transexuais e travestis, mas parece que o maior país do mundo atingiu (ou está perto de) seu auge em termos de repressão. A descriminalização da homossexualidade na Rússia se deu, historicamente, ontem! Foi só em 1993 que a prática do sexo gay deixou de ser considerada "sodomia" e render penalidades de até cinco anos. No entanto, desde 2006 diversas cidades russas foram adotando medidas homofóbicas como leis e nesse ano elas atingiram um nível nacional. O político e funcionário da prefeitura de São Petersburgo, Vitaly Milonov, criou uma lei para banir a "propaganda homossexual" em território russo, alegando proteção às crianças em termos de valores sociais, espirituais e mais uma enorme blablação homofóbica. A aceitação da medida demonstra por si só as tendências conservadoras, extremistas e ignorantes por parte da enorme maioria dos políticos dessa parte da Europa Oriental, mas como não bastasse o surgimento da lei que classifica até a mais ingênua demonstração de afeto homossexual como propaganda gay, o ~facebook russo~, ou seja, a rede social VK, foi palco da criação de um movimento neo-nazista que alega o combate à pedofilia e gerontofilia (contrário da pedofilia, preferência sexual por pessoas MUITO velhas). Na verdade, o que se criou foi um movimento social de combate e tortura aos adolescentes homossexuais. Eles torturam jovens em locais públicos, à luz do dia e os movimentos LGBT russos afirmam que o governo, e consequentemente a polícia, tem conhecimento dessas ações. Se tiver coragem, assista ao vídeo abaixo, onde um jovem pensou estar indo a um encontro marcado pela internet e foi torturado, além de ter tomado um banho de urina:



Mas enfim, e o pop nisso tudo? Ao redor do mundo vimos diversas reações à política anti-gay russa, indo de boicotes populares à vodka do leste europeu à declaração do Obama sobre o tema, mas um dos maiores ícones da música e da comunidade LGBT também se pronunciou e de forma bem ousada. Lady Gaga questionou as leis e lembrou os russos reprimidos que eles não estão sozinhos e provocou o governo perguntando "Por que vocês não me prenderam quando tiveram a chance? Não queriam dar uma resposta ao mundo?". Os fatos são que a Rússia está estudando a possibilidade de processar duas das artistas que assumem a luta a favor da igualdade homossexual: Gaga e Madonna. Segundo uma denúncia do criador da lei contra propaganda homossexual (que já quis prender as duas antes por incentivarem menores ao que ele chama de sodomia), ambas as cantoras entraram no território da "Mother Russia" com visto para turismo e intercâmbio cultural, sendo que na verdade realizaram shows muito lucrativos, o que não é permitido com o visto turístico.


As ações de Milonov não são em prol da ordem de seu país, ou do respeito às fronteiras existentes entre os países, mas sim a caça a cultura homossexual camuflada e apoiada por todo um eleitorado e outros políticos. Gaga e Madonna são artistas extremamente controversas e questionáveis (no melhor sentido das palavras), mas por mais críticas que seus trabalhos gerem, elas são, inquestionavelmente, militantes das causas igualitárias e os movimentos contra as leis russas têm o apoio delas, assim como o nosso. 


Ps. por motivos óbvios: o mashup foi escolhido porque as músicas abordam a aceitação, não pra vocês comentarem qual das duas acham melhor.

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