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Liniker e os Caramelows trouxeram um show lindo para a história do Lollapalooza Brasil


Foto: Diego Baravelli/G1

Na última edição do Lollapalooza Brasil, em 2018, a cantora Liniker acabou encerrando sua apresentação no festival antes do previsto, por questões técnicas - mas dessa vez, ela e sua banda, Os Caramelows, conseguiram entregar um show completo, cheio de energia e emoção para a multidão que chegou cedo para assisti-los nesse sábado (6).
Transitando com facilidade entre seu repertório mais suave e mais dançante, Liniker compartilhou os seus vocais poderosos com o público durante os sons mais conhecidos como "Zero""Calmô" e "Tua", e arrancou lágrimas com as faixas mais emotivas, como "Deixa Eu Bagunçar Você". A qualidade de som da banda foi impecável, e junto à voz inconfundível da cantora, trouxeram uma apresentação de uma potência épica.

Seguindo os gritos de "Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*" - que estão se tornando bem comuns durante os shows do festival - Liniker ainda discursou sobre o período difícil de resistência que estamos enfrentando no país: "é para isso que a gente tá aqui, para resistir", disse à plateia, que vibrava junto à ela.
O Lollapalooza 2019 continua até domingo, com shows da poderosa Iza, do rapper Kendrick Lamar e muito mais. Acompanhe a nossa cobertura no Instagram para não perder nenhum destaque do festival!

Coro pra Liniker, aplausos pro Anderson Paak e um puta show do Imagine Dragons no 2º dia de Lollapalooza

(Foto: Marcelo Brandt/G1)

Já estamos chegando ao fim do Lollapalooza, gente! E apesar do cansaço, a vontade é de que tivesse o festival todo dia e, de preferência, com o Dan Reynolds, do Imagine Dragons, e o Anderson Paak melhorando as nossas tardes.

Daqui, já deu pra saber quais foram os destaques desse sábado (24), né? Mas vamos com calma…

A nossa tarde de festival começou ao som da brasileira Liniker que, chorando, precisou encerrar seu show antes do previsto, por conta de algumas falhas técnicas no seu palco. Já acompanhada pela banda Os Caramelows, com quem se apresenta ao vivo tradicionalmente, Liniker trouxe reforços de sobra para o palco, incluindo as cantoras Linn da Quebrada e Tássia Reis, e quando faltou energia pra amplificar todas essas vozes, foi a plateia quem puxou o coro, emocionando a moça. Apesar dos imprevistos, tudo ficou lindo demais!



Mantendo o nível das apresentações de Chance The Rapper e Rincon Sapiência, que fizeram bonito na sexta-feira (23), quem chegou inspirado para ir além das expectativas foi o músico Anderson Paak, que cantou, dançou, fez rap, tocou vários instrumentos e, vez ou outra, fez todas essas coisas ao mesmo tempo, com um som que mescla hip-hop, blues, rock e mais um pouco. Um dos destaques foi a canção “Til’ It’s Over”, famosa por um comercial estrelado pela FKA Twigs, e sua parceria com Mac Miller, “Dang!”, que fez todo mundo dançar.



Na mesma linha, quem também não economizou na ousadia e experimentações foi Mano Brown que, distante do som que o consagrou à frente d’Os Racionais MCs, entregou para o Lollapalooza um show todo levado pela pegada Mowtown, uma das principais influências do seu disco “Boogie Naipe”. Dançante e piegas, o show é quase uma viagem no tempo para a música negra dos anos 70, e esse é o melhor elogio possível.



De volta aos dias atuais, Kygo fez muita gente dançar, apesar da performance confusa e com hits espaçados, apoiados em alguns truques manjados. Dono de hits como “It Ain’t Me”, com Selena Gomez, e “Firestone”, o norueguês apelou para “Fuego”, do brasileiro Alok, e até versões de “Sweet Dreams”, do Eurythmics, e Marvin Gaye. Para o público presente, funcionou.



Já pela noite, Imagine Dragons entregou um dos shows mais impactantes dessa edição e, de certo, fez valer a espera do público, que se alojou no palco Onix para aproveitar cada um dos seus hits. Passando por toda a sua discografia, a banda balanceou seus maiores sucessos com algumas de suas melhores faixas, mas nem tão conhecidas, e compensou os momentos em que o público não sabia cantar com toda a energia e presença de palco do vocalista, Dan Reynolds, que demonstrou extrema gratidão por estar de volta ao festival em São Paulo. Mesmo com alguns hits do novo disco, os destaques ficam para as antigas e, até então, imbatíveis “It’s Time”, “Demons” e “Radioactive”, de seu primeiro CD. Um puta show.



No palco Budweiser, Pearl Jam cantou tudo e mais um pouco em um show que durou quase 2 horas e meia (!). “Black”, “Even Flow” e “Jeremy”, os maiores sucessos da banda, marcaram presença. Se “Last Kiss” ficou de fora, os caras compensaram com “Yellow Ledbetter”, que não costuma entrar em seus setlists. O vocalista Eddie Vadder fez discursos em português, com cola, sobre desarmamento e a necessidade de se apoiar a luta das mulheres por igualdade. Aproveitou também pra pedir (na nossa língua, é claro) um “parabéns pra você” para o vocalista da banda Jane’s Addiction, Perry Farrell. Esse encontrão gerou também uma apresentação de “Montain Song”, uma música do Jane’s. Mas o maior encontrão mesmo foi o de gerações: na plateia, pessoas de todas as idades entoaram e se emocionaram com sucessos do rock dos anos 90. Clássicos são clássicos.



Neste domingo (25) chega ao fim mais uma edição do Lollapalooza Brasil e, outra vez, a dica é que vocês não tirem os olhos do nosso Instagram, @instadoit, pra acompanhar vários vídeos e novidades em tempo real! ;)

Vai ter Linn da Quebrada arrasando com Liniker no Lollapalooza Brasil

A escalação brasileira desse ano no Lollapalooza tá cada vez melhor, né?

E nesta segunda-feira (05) quem se uniu ao time foi a cantora Linn da Quebrada, que na semana passada estava em Berlim, sendo premiada por conta do documentário “Bixa Travesty”, que narra a sua trajetória na vida e na música.

Dona de um dos melhores discos do ano passado, o manifesto artístico “Pajubá”, Linn se apresentará no segundo dia do evento, 24 de março, como atração convidada no show da Liniker e sua banda, Os Caramelows.


Mulheres negras e trans, que descobriram na música uma maneira de expressar seus sentimentos e inquietações, Liniker e Linn são amigas de longa data, tendo estudado no mesmo colégio quando mais novas, e musicalmente falando, já haviam se encontrado outras vezes, como na faixa “Coytada”, no disco de uma, e “Lina X”, no disco da outra.


O show delas será o segundo do Palco Onix, marcado pras 13h do sábado de Lollapalooza, então já temos um bom motivo pra chegarmos bem cedinho ao festival, né?

#AmarNãoÉDoença | A tal cura gay e uma reflexão sobre como deixamos isso acontecer

Na série vencedora do Emmy, “The Handmaid’s Tale”, Ofglen (interpretada por Alexis Bledel) é uma aia, classe de mulheres férteis que são obrigadas a engravidar de seus patrões. Certo dia, o governo, autoritário, descobre que ela é uma “traidora de gênero”, como chamam os homossexuais, porque tinha um caso com a esposa do seu chefe.

Culpada por cometer um dos maiores crimes existentes nesta sociedade, Ofglen foi obrigada a assistir sua amante ser enforcada, enquanto recebia uma pena mais “branda” por ser fértil: teve seu clitóris arrancado cirurgicamente.


Caso você ainda não tenha assistido à série, perdão pelo spoiler. Mas não, esse texto não é sobre "The Handmaid's Tale", é sobre algo real e que está acontecendo no nosso quintal: a decisão liminar do juiz federal heterossexual Waldemar Cláudio de Carvalho, favorável aos psicólogos estudarem e oferecerem tratamento de "reorientação sexual" - o que popularmente foi chamado de "cura gay".

O que tem a ver, então, a saga de Ofglen com essa decisão? Basicamente, tudo. A série se passa após um golpe de estado, onde um grupo fundamentalista ultra radical assume o poder e dita suas próprias leis. Conservadores e direitistas, a nova cúpula do poder aniquila quaisquer direitos das minorias sociais - até mesmo as mulheres de elites são absolutamente privadas. A protagonista da série, Offred (interpretada brilhantemente por Elisabeth Moss), se pergunta a todo momento "Como deixamos isso acontecer?".

Todo aquele caos é só um dos assustadores finais da onda conservadora que estamos vivenciando, não só no Brasil como no globo inteiro - a maior potência mundial, os EUA, tem como líder Donald Trump, que dispensa apresentações. E a pergunta que a protagonista tanto se faz demonstra como nós, infelizmente, ainda somos passivos diante a retirada de direitos.



E essa retirada nem sempre é abrupta como em Gilead, novo nome do país em que "The Handmaid's Tale" se passa. Vamos, pouco a pouco, perdendo pequenos direitos, sendo silenciados aqui e acolá, como um sapo dentro de uma panela com água fervendo. A intenção é justamente não nos fazer notar o quanto estamos caminhando rumo à total falta de liberdade - quando notamos, já estamos estamos como Offred, nos questionando como chegamos até ali.

Desde março de 1999, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) determina que "os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados" - nós somos um dos poucos países a conquistarmos uma determinação parecida. A liminar do juiz, heterossexual, não vai contra diretamente à determinação do CFP, porém abre um vasto leque para a volta do estigma de doença na homossexualidade, que até 1973 era considerada um "transtorno antissocial da personalidade".

A base argumentativa do liminar do juiz heterossexual diz que a determinação do CFP é uma censura ao livre estudo da psicologia, afinal, se um psicólogo quiser estudar sobre reorientação sexual, por que não? Esse argumento tem o mesmo fundamento daqueles que pregam a liberdade absoluta de opinião, ou, sendo mais claro, a liberdade de opressão. Mas como eu não posso gostar de gays?, é a minha opinião, você tem que respeitar! A partir do momento em que sua "opinião" oprime uma pessoa ou um grupo, ela deixa de ser "opinião" para virar "opressão".

Se antes a escola era a instituição fomentadora de conhecimento na nossa sociedade, a mídia hoje é quem senta nesse trono. Muito mais que livros e aulas, o imaginário popular dita valores e molda nossos gostos, e são os meios de comunicação que constroem esse imaginário. A liminar do senhor Waldemar de Carvalho, heterossexual, é mais uma peça para colar o rótulo de "doente" na testa de gays, lésbicas e bissexuais, rótulo esse que tanto lutamos para ser extinguido, afinal, de doentes nós temos nada.


"Não há cura para algo que não é uma doença. Não seria uma ideia revolucionária apoiar, celebrar e AMAR pessoas pelo o que elas são ao invés de envergonhá-las e tentar mudá-las? Essa legislação é uma vergonha, e eu mando todo o meu apoio para lutar contra essa decisão medieval e repulsiva", disse Kesha.

Felizmente, há progressos. Diversos artistas, tanto nacionais como internacionais, se pronunciaram sobre a absurda medida. Nomes como Anitta, Pabllo Vittar, Demi Lovato, Tove Lo e Kesha foram às redes sociais manifestarem contra a decisão da justiça. E aqui mesmo, em solo tupiniquim, estamos vivenciando a acensão massiva de artistas LGBT no meio musical: encabeçados por Pabllo, temos drags, gays e trans conseguindo bastante espaço e solidificando seus nomes, como Rico Dalasam, Gloria Groove, Liniker, Aretuza Lovi, Jaloo, Banda Uó e Linn da Quebrada.



Mas se nós "LGB" estamos numa saia justa, acredite, o "T" está ainda pior. Travestis e transexuais ainda enfrentam diversas burocracias para o acesso de direitos básicos: para a mudança do nome social e gênero é preciso um longo processo judicial, que, no fim das contas, nada mais é que uma pessoa cis reconhecendo (ou não) a transexualidade de alguém. A pessoa trans ainda precisa que alguém comprove o que ela própria é.

E o processo em si é massacrante. No Brasil, é necessário apresentar pelo menos dois laudos médicos atentando a transexualidade e que o indivíduo vive "como homem" ou "como mulher" há anos. Se os "LGB" estão retrocedendo para o rótulo de doença, a transexualidade é, até hoje, vista como uma, mais especificamente um "transtorno de identidade". Além dessa papelada, ainda pede-se cartas e fotos de amigos que comprovem o reconhecimento do indivíduo como trans. Ou seja, a voz menos ouvida é a da pessoa trans, que não tem autonomia sobre o próprio corpo.

Muita coisa ainda precisa mudar, mas, ainda mais imperativo, é não permitirmos que o que já conquistamos seja perdido. Nas redes sociais, o barulho dos contrários à regulamentação é alto, porém não podemos deixar que esse eco fique só no mundo digital, e se algo nos é ensinado com "The Handmaid's Tale" é como nossa liberdade é o bem mais precioso que existe. E a liberdade, inclusive, de amarmos quem quisermos.

Que não nos deixemos mais cair no conformismo, nem na esperança de que pior não pode ficar, que não deixemos que eles nos coloquem mais nenhum passo para trás e, o principal, que nos unamos para lutarmos com tudo o que estiver ao nosso alcance.

O nosso amor não é doença. 

***

Sempre estivemos dispostos a usar nossa plataforma como algo além do tradicional “noticiar” e aproveitarmos nosso alcance em prol do que merece a máxima atenção possível.

Desta forma, este artigo será o primeiro de muitos da campanha #AmarNãoÉDoença, também apoiada pelos veículos, páginas e grupos abaixo assinado.

Tudo é lindo no clipe de "Sem Nome, Mas Com Endereço", mas nada supera a Liniker


A banda Liniker e os Caramelows lançou o clipe da música "Sem Nome, Mas Com Endereço", que consiste em uma sucessão de imagens com muita surra de beleza, tanto da cantora, quanto de sua interpretação. O vídeo traz um ambiente paradisíaco, onde Liniker declama a música e atinge um clímax em uma cena explosiva entre todos os integrantes.

O clipe, além de simples, traz uma fotografia linda e é encantador, assim como a música, que fala de um sofrimento romântico piegas, mas é daquelas que todo mundo pode se relacionar. 

Além disso, vale ressaltar que em era de Spotify, artistas como Liniker, As Bahias e a Cozinha Mineira, Rico Dalasam, Pabllo Vittar entre outres, estão oferecendo para o seu públicos "eras" dignas do auge das divas pop, com lançamentos de singles, discos, clipes e turnês, tudo que a gente ama, não é?



O hinário "Remonta", disco de estreia da banda, foi lançado em setembro do ano passado e se ainda não ouviu, ele está aqui para você não perder mais tempo.


A gente vai se ver na Globo?

Existe um blog chamado “Quem a homofobia matou hoje?”, que diariamente nos atualiza com reportagens sobre pessoas LGBTs que tiveram suas vidas tiradas no Brasil. O país da diversidade, do carnaval e do futebol, é também o que mais mata transexuais, travestis, homossexuais e bissexuais em todo o mundo e, segundo uma pesquisa realizada pelo grupo Gay Bahia em 2016, estima-se que um LGBT morra a cada 26 horas.

Há pouco menos de vinte e seis horas, independente de sua posição política, orientação sexual, gênero, etnia e idade, quem estava com a televisão ligada na Globo, teve sua casa tomada por artistas, ativistas e pessoas públicas LGBT, que se abriram sobre as dificuldades em viver dentro de um país intolerante, desmitificaram os grupos que integram e representam e, de forma descontraída, modelada como entretenimento, deram uma verdadeira aula sobre o que é ser aqueles que morrem todos os dias apenas por serem quem são.

O programa que serviu de palco para todo esse show foi o “Amor & Sexo”, comandado pela Fernanda Lima, e levando em consideração as últimas edições dessa temporada, é esperado que as bandeiras dessas e outras minorias sigam sendo levantadas por mais algum tempo — e isso é maravilhoso!

Não, ninguém se esqueceu de quem é a Globo. A emissora tem um passado e presente que a condenam, é relembrada o tempo inteiro sobre ter apoiado um golpe político no Brasil há alguns anos e, refrescando nossa memória, apoiou outro anos depois. Em sua programação, fomentou estereótipos racistas, machistas e LGBTfóbicos e, após perceber que não poderia mais tratar essas fatias da população com tamanho desrespeito e indiferença, viu a oportunidade de abraçá-los. Abraçar-nos.

Quando se fala em representatividade e visibilidade, não podemos ignorar a necessidade de ocupar os espaços e, cientes de que esse diálogo não deve se limitar aos que já estão do nosso lado e compreendem nossas lutas, é inevitável que nos apropriemos também de palcos que nem sempre nos serviram para o bem, de forma que nossos discursos possam alcançar um número cada vez maior de pessoas.


Uma das convidadas da última edição do “Amor & Sexo” foi MC Linn da Quebrada, uma cantora negra, transexual e periférica, que se autointitula uma “bicha preta, louca e favelada”, e ao cantar sua nova música de trabalho, o afronte dançante de “Bixa Preta”, ela não só promoveu seu material enquanto artista, como fez do programa o palco para o seu discurso.

“Se tu for esperto, tu vai logo perceber que eu já não tô de brincadeira. Eu vou botar é pra foder.”

Outro destaque ficou para Liniker, artista que dispensa limitações de gênero e, usando vestido e batom, realizou uma performance da canção “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque, que retrata a história de Geni, uma travesti que, como muitas outras, é literalmente apedrejada por conta de sua condição inferiorizada pela sociedade.


A apresentação cheia de interpretação é interrompida quando Liniker apresenta os dados que abriram esse texto, concluindo com a afirmação de que isso tem que acabar: “Só assim poderemos nos redimir”.

Outras artistas LGBTs, como Pabllo Vittar, Gloria Groove e As Bahias e a Cozinha Mineira, também passaram pela programação, que contou com a consultoria de Jaqueline Gomes de Jesus, mulher trans, negra, doutora em psicologia social e pós-doutora em trabalho e movimentos sociais.

Não se ganha e mantém por tantos anos o título de maior do Brasil sem ser esperta nos negócios e, enquanto uma empresa, é óbvio que a Globo olhará para os grupos sociais como nichos de mercado, fatias que ainda pode abocanhar como telespectadores. E, mesmo que gradualmente e sob muita resistência, isso tem surtido efeito: semanalmente, a timeline das redes sociais se divide entre os que comemoram o espaço ocupado na programação da emissora e os que criticam a comemoração do primeiro grupo. No final, todos assistem.

Ainda assim, também não podemos negar que, embora não saibamos quais são todas as reais motivações da cúpula global, esse espaço ocupado significa um passo importante para essas minorias, que semanalmente têm a oportunidade de invadir “a tela da tevê” daquela sua tia homofóbica, daquele seu vizinho machista e colega de trabalho racista — um pessoal que dá zero fodas para os textões que você compartilha no Facebook, seja por achá-los chatos, discordar ou sequer entender — para darem a cara à tapa e baterem de volta também.

Tudo está ao nosso alcance nas bolhas que são as redes sociais, nas quais bastam alguns cliques para nos livrarmos do que nos incomoda e outros para nos rodearmos do que nos agrada e representa, mas é na televisão que ainda se concentra o maior poder de influência dos meios de comunicação no Brasil e, uma vez ocupado esses espaços, nossos discursos ecoarão alto demais para serem ignorados. O que não podemos é nos acomodar e acreditar que, por conta de alguns minutos de exposição, nos livramos das violências e opressões de cada dia, até porque, se fosse tão simples, não chamaríamos de luta.


***


Esse texto foi originalmente publicado no meu Medium. Você pode me seguir por lá também! :)

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