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As 15 melhores atuações do Cinema em 2022

Mia Goth em "Pearl", Keke Palmer em "Não Olhe!" e as melhores performances da Sétima Arte no ano

O Cinematofagia está cada vez mais próximo de publicar a lista com os melhores filmes de 2022, mas antes vamos celebrar as melhores atuações do ano (todas as listas de melhores de 2022 aqui).

De indicados ao Oscar a estreias inacreditáveis, a lista segue as seguintes regras: não há separação entre papéis protagonistas e coadjuvantes e nem de gênero, tendo como critério de inclusão a estreia do filme em solo tupiniquim dentro do ano ou com o filme chegando à internet sem distribuição no país até o fechamento da lista.

Não assistiu a algum dos longas aqui listado? Não se preocupe, pode ler todos os textos que são sem spoilers - e em seguida correr para aclamar essas performances maravilhosas. Quem são os indicados ao Oscar Cinematofagia de "Melhor Atuação" do ano? Você pode conferir abaixo.

 

15. Dolly de Leon (Triângulo da Tristeza)

Confesso que, antes de "Triângulo da Tristeza", o mais novo vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, nunca havia conhecido Dolly de Leon. Não é de se espantar, afinal, a atriz nunca havia saído da indústria das Filipinas - ela, inclusive, fez as audições para "Triângulo" sem nem ao menos possuir um agente, conseguindo o papel ainda assim. O caos sarcástico desse filme sobre troca de poderes vê a personagem de Leon como destaque absoluto no último ato, com tanta competência que ela finalmente possui carreira internacional agenciada e sendo a primeira atriz filipina na história a ser indicada ao Globo de Ouro. E deveria levar.


14. Alana Haim (Liquorice Pizza)

Mais conhecida por ser uma das integrantes do grupo Haim - juntamente com suas duas outras irmãs -, Alana Haim fez uma gloriosa estreia no Cinema com "Liquorice Pizza" (curiosidade: sua família no filme é interpretada por sua família na vida real). O diretor Paul Thomas Anderson, que dirigiu vários clipes do Haim, escreveu o papel com Alana em mente, e a cantora (e agora atriz) não decepciona nessa comédia setentista que, problemáticas de lado, é um palco dominado por Alana, que parece atuar a vida inteira.


13. Mehdi Bajestani (Santa Aranha)

Ator iraniano do Teatro, Mehdi Bajestani tem apenas cinco créditos no Cinema, e em "Santa Aranha" ele já revela o incrível ator que é. O representante dinamarquês para o Oscar 2023 de "Melhor Filme Internacional" é baseado em uma história real que ocorreu no começo dos anos 2000 no Irã: um serial killer assolava uma cidade matando prostitutas em nome de deus. Mehdi Bajestani vive esse psicopata e transmite toda sua loucura santificada que é ainda mais assustadora quando se trata de eventos reais - e proibida de ser filmada no Irã; a produção teve que gravar na Jordânia.


12. Claes Bang (O Homem do Norte)

Claes Bang é um experiente ator dinamarquês que ganhou notoriedade com "A Arte da Discórdia" (2018), a primeira das duas Palmas de Ouro recebidas por Ruben Östlund. Mesmo com o sucesso na Europa, Bang só veio até Hollywood em 2018 com "Millennium: A Garota na Teia de Aranha", sendo um dos protagonistas de "O Homem do Norte", novo filme do REI Robert Eggers. Mesmo com um elenco lotado de estrelas -  Alexander Skarsgård, Nicole Kidman, Claes Bang, Anya Taylor-Joy, Ethan Hawke e Willem Dafoe - o vilão de Bang, que faz toda a história girar, é o catalisador do filme. No meio de tanto talento, Bang não tem recebido o devido reconhecimento, e cá estamos para isso.


11. Denzel Washington (A Tragédia de Macbeth)

Com quase 70 anos, Denzel Washington é há muito tempo sinônimo de qualidade, com dois Oscars na prateleira e aclamações para dar e vender. Como o primeiro Macbeth negro na história do Cinema dentre as incontáveis versões já lançadas (corrija-me se estiver esquecendo de alguma delas), Denzel assume toda a insanidade cinematográfica de Joel Coen como se fosse fácil, atuando em cima de um roteiro que se utiliza dos monólogos rebuscados e complexos do texto de Shakespeare de forma legítima. Dentre as adaptações modernas, o rei destinado ao fracasso nunca foi tão bem interpretado quanto agora. 



10. Michelle Yeoh (Tudo em Todo o Lugar Ao Mesmo Tempo)

A atriz malaia Michelle Yeoh começou sua carreira em filmes de ação em Hong Kong, conseguindo destaque por performar suas próximas cenas, sem a necessidade de dublês. Em Hollywood, marcou seu nome com "O Tigre e o Dragão" (2000), "Memórias de um Gueixa" (2005) e o hit "Podres de Rico" (2018). Porém, apesar dos sucessos, Yeoh nunca havia vencido um prêmio de "Melhor Atriz" - até agora. "Tudo em Todo o Lugar" é, sem dúvidas, o auge de Yeoh no cinema, como a mãe que se desdobra entre salvar sua lavanderia falida e o multiverso inteiro. Toda a experiência da atriz é posta à prova nesse pandemônio e ela não falha em nenhuma cena, demonstrando seu talento como nunca havia até então - tanto que, até o fechamento desta lista, já levou DEZESSETE prêmios de "Melhor Atriz".


09. Dario Argento (Vórtex)

Dario Argento é um dos diretores definitivos do terror italiano, entregando clássicos que influenciaram o gênero permanentemente, como "Prelúdio Para Matar" (1975) e "Suspiria" (1977). Ele fez algumas pontas como ator ao longo da vida, na maioria das vezes em papéis sem créditos, então foi uma surpresa quando ele foi anunciado como o protagonista de "Vórtex", novo filme do polêmico Gaspar Noé. Como o marido de uma idosa sucumbindo à demência, Argento não só assombra com seu francês impecável como pela desenvoltura diante das intrusivas câmeras de Noé, em um papel pra lá de difícil sobre a finitude da vida - e como podemos fazer nada diante do fim.


08. Eden Dambrine (Close)

E quem não gosta de uma revelação mirim? O representante da Bélgica para o Oscar de "Melhor Filme Internacional" em 2023, "Close" segue dois amigos que, graças à homofobia, têm a amizade arruinada permanentemente. O sucesso de "Close" não seria 10% sem a poderosíssima atuação do pequeno Eden Dambrine. O ator, que conseguiu o papel com 14 anos, suporta a carga emocional elevadíssima do roteiro sem titubear, dando vida à uma história tão sensível e delicada. De cair o queixo.


07. Colin Farrell (Os Banshees de Inisherin)

Apesar de uma carreia com décadas nas costas, o irlandês  Colin Farrell só possui um dos principais prêmios da indústria, um Globo de Ouro por "Na Mira do Chefe" (2008). Coincidentemente, "Na Mira" e "Os Banshees de Inisherin" são ambos do mesmo diretor, Martin McDonagh, e em "Banshees", Farrell tem a performance mais aplaudida da carreira. Aqui ele é Pádraic, um pacato e abobalhado homem que vê sua vida virar de cabeça para baixo quando seu melhor amigo decide cortar relações da noite pro dia. O roteiro de McDonagh abre espaço para Farrell arrebentar, já ganhando "Melhor Ator" no Festival de Veneza, no National Board of Review e em várias outras premiações. Um Oscar seria bem-vindo.


06. Ke Huy Quan (Tudo em Todo o Lugar Ao Mesmo Tempo)

O vietnamita Ke Huy Quan começou sua carreira ainda como ator mirim, emplacando dois clássicos consecutivamente: "Indiana Jones e o Templo da Perdição" (1984) e "Os Goonies" (1985). A década de 80 foi a mais expressiva até então, atuando muito esporadicamente depois disso, fazendo com que o ator abandonasse a profissão. Felizmente, as coisas mudaram, e ele encontra nova glória com "Tudo em Todo o Lugar". Como um dos proprietários da lavanderia mais endividada de todo o multiverso,  Quan vai de cenas de ação eletrizantes até a mais pura emoção em momentos que já estão nos livros de história. "I wanted to say, in another life, I would have really liked just doing laundry and taxes with you".

 

 

05. Jessie Buckley (Faces do Medo) 

Jessie Buckley não tem 20 créditos no Cinema, todavia, chamou minha atenção logo no começo, com "Beast" (2017). Foi a partir de 2020 que sua trajetória viu um avanço considerável, conseguindo aclamação em "Estou Pensando em Acabar com Tudo" (2020) e "A Filha Perdida" (2021), com o último lhe garantindo uma indicação ao Oscar. "Faces do Medo", no entanto, mostrou o lado mais brutal da atriz. Sendo perseguida por uma avalanche de homens dispostos a destruir seu psicológico, Buckley sobe aos berros neste laborioso filme capaz de torcer a mente de quem vê - seja na exibição da bizarrice do texto ou nas cenas complexas de violência e abuso.


04. Mia Goth (Pearl)

Ei, você sabia que Mia Goth é neta da atriz brasileira Maria Gladys??? O meme que saturou o Twitter após o boom de Goth em 2022 só mostra como a britânica, que não possui nem 10 anos de carreia, virou um nome do alto escalão. Ela já havia encantando com "Ninfomaníaca" (2013) e "Suspíria" (2018), mas finalmente sobe na cadeira de protagonista na franquia "X". Apesar de possuir dois papéis no primeiro filme, é em "Pearl" que Goth mete o pé na porta. Como a reprimida adolescente com um amor sociopata pela vida (e pelo sexo), Goth dá lágrimas, sangue e saliva na juventude de uma das mais interessantes vilãs do ano. Aquele monólogo no último ato já rende uma indicação ao Oscar. Ela é uma estrela!

 

03. Simon Rex (Red Rocket)

Simon Rex é um caso que Hollywood parece abraçar. Adam Sandler e Steve Carell são, assim como Rex, comediantes conhecidos por suas farofas com péssimas atuações - Sandler mesmo tem a carreia marcada por suas atuações tão ruins que são boas. O que aconteceu com ambos? Encontraram papéis que conseguiram apagar qualquer má fama - Carell com "Foxcatcher" (2014) e Sandler com "Joias Brutas" (2019). Rex entra para esse hall com "Red Rocket". Conhecido pelas suas comédias pastelão - principalmente na franquia "Todo Mundo em Pânico" -, Simon vive um ator pornô decadente que volta para o interior (que prometeu nunca mais por os pés) em busca de dinheiro. Em uma performance brilhante, o ator de despe de qualquer vaidade e desenvolve um personagem revoltante e picareta que amamos odiar.

 

02. Keke Palmer (Não! Não Olhe!)

Keke Palmer tem uma looonga carreia dentro da TV, conseguindo um Emmy e o BET Awards, porém, nunca havia encontrado um filme que desse o devido holofote para seu talento. "Não! Não Olhe" realizou essa tarefa. O terceiro filme de Jordan Peele, assim como "Corra!" (2017) e "Nós" (2019), exige bastante de um ator em específico, e, mesmo sendo coadjuvante, é Keke que carrega "Não!". Seu carisma é perfeito para Esmerald, a heroína definitiva de 2022 que brilha em cada segundo que está na tela. Cinco estrelas, anjo, cinco estrelas.

 

01. Javier Bardem (O Bom Patrão)

O marido de Penélope Cruz provavelmente é o ator espanhol mais aclamado de todos os tempos, tendo em casa - além da esposa mais linda do mundo - todos os principais prêmios da indústria: Oscar, BAFTA, Globo de Ouro, Goya, SAG, Critics' Choice e por aí vai. Virou queridinho do Cinematofagia? Virou, mas é porque ele é bom mesmo. Tanto que ele conseguiu alcançar mais um patamar ao viver o chefe manipulador em "O Bom Patrão". Bardem passeia naturalmente pelo cômico e trágico e consegue o feito de não permitir com que o espectador veja outro ator ali. Não por acaso, sua atuação em "O Bom Patrão" rendeu seu SÉTIMO Goya (o Oscar da Espanha). Ele é e sempre foi o momento.


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