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Justin Bieber busca por redenção com pitada de culpa cristã no álbum “Justice”

Com samples de Luther King e feats de Chance The Rapper, Dominic Fike e Burna Boy, disco retoma a narrativa do rapaz cristão cheio das boas intenções.
Clipe de “Peaches”, com Caesar e Giveon, acompanha lançamento do disco

“Injustiça em qualquer lugar é uma ameaça para a justiça em todos os lugares”, disse o ativista dos movimentos negros Martin Luther King em discurso que, décadas mais tarde, é relembrado através de um sample na faixa que abre os trabalhos de Justin Bieber com seu novo disco, “Justice”.

Dado o contexto em que nasce seu novo trabalho, inicialmente apresentado por faixas como as parcerias “Holy”, com Chance The Rapper, “Lonely”, com Benny Blanco, e “Monster”, com Shawn Mendes, não é difícil entender sobre que justiça o canadense se refere: é mais um processo de redenção.

Tal qual seu disco “Purpose”, que tirou sua fama de pitboy que batia em paparazzis para a atmosfera dançante e otimista de músicas como a produção de Skrillex em “Sorry”, “Justice” parece retomar essa narrativa do rapaz tão cheio das boas intenções e não mede esforços ao utilizar de todas as ferramentas e elementos possíveis.

Em seu clipe mais recente, para a faixa “Hold On”, que sampleia o hit de Gotye, “Somebody That I Used To Know”, em seu refrão, Justin interpreta um cara que arrisca sua própria vida em um assalto para custear o tratamento contra o câncer de sua namorada. Drama clichê adolescente com target adulto, o filme se passa na maior parte do tempo focado na tentativa de assalto, até que ele foge da polícia e, na conclusão da trama, tem o plot twist que mostra a sua verdadeira intenção. Boa, como não poderia ser.

Há anos envolto em polêmicas, com o disco “Justice” não seria diferente: antes mesmo do lançamento, o álbum se tornou alvo de uma disputa judicial entre o canadense e a dupla francesa Justice, que alega ter sido copiada em seu nome e identidade visual. Segundo os artistas de música eletrônica, a utilização de uma cruz no lugar da letra “T” reproduz uma personalização que, nos materiais de divulgação como capa do álbum e camisetas, poderá induzir o consumidor ao erro. Vale destacar que, ao contrário deles, que buscaram usar o símbolo da cruz como uma forma de subvertê-lo, Bieber só é cristão mesmo. Logo, sequer consegue desvencilhar a ideia de que justiça e religião andam de mãos dadas e amém.

Antes da dupla de “D.A.N.C.E.” vir a público, a equipe do cantor canadense parecia ciente do problema. Mandaram uma carta pedindo a autorização deles e tudo mais, mas não tiveram um retorno a tempo do lançamento do disco e, como agora já sabemos, seguiram com a ideia mesmo assim. Que a justiça seja feita.

Além dos singles citados, o álbum “Justice” conta com a participação de artistas como The Kid Laroi, Dominic Fike, Daniel Caesar e Burna Boy, além de uma interlude que sampleia um sermão de Martin Luther King sobre a fé na justiça. Kanye West ficaria orgulhoso.

O disco completo pode ser encontrado no Spotify, ou na sua plataforma de streaming favorita.

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