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Lista: filmes com mulheres que se relacionam com uma criatura não-humana que as satisfazem como homem nenhum

Morte ao patriarcado
Essa é uma lista de extrema importância - talvez a mais importante que fiz até hoje. Existe um sub-sub-sub-sub-sub-sub-gênero no Cinema (ou assim chamo essa repetição quase involuntária de uma estrutura) que me fascina enormemente: filmes em que a protagonista se cansa dos machos da mesma espécie e faz sexo com com alguma criatura não-humana que consegue satisfazê-la como homem nenhum antes. Sim.

E como não amar obras que estudam isso? É verdade, a variedade de películas ao redor da estrita narrativa selecionada é pouca, mas cada um não consegue ser menos que obra-prima, porque né. Pois bem, os critérios de seleção aqui foram: o filme deve ter como protagonista uma mulher; o sexo deve ser elemento fundamental dentro da trama; e ela deve se relacionar com algum tipo de criatura não-humana, seja ela qual for - por isso, filmes como "A Bela e A Fera" (1991; 2017) não cabem (a Fera é humano, só está transformado; e o sexo não é fundamental para a narrativa).

Ordenei os filmes em ordem cronológica, todavia, todos imperdíveis - e, curiosamente, são todos dirigidos por homens. Uma maratona com essas pérolas do patriarcadicídio é mais que bem-vinda, não é mesmo?


Possessão (Possession), 1981

Direção de Andrzej Żuławski, Alemanha/França.
Desconfiando que sua esposa Anna está o traindo, Mark resolve seguir os passos da mulher para descobrir a verdade. Para ela, em meio a uma séria crise conjulgal, a obsessão do marido a leva aos braços (ou, na verdade, aos tentáculos) de uma criatura bizarra. "Possessão", clássico cult dos anos 80, é uma parábola insana da Alemanha no pós-Guerra Fria. Com uma atuação lendária de Isabelle Adjani como a protagonista, o filme de Żuławski, inspirado em hentais e obras asiáticas como a xilogravura "O Sonho da Mulher do Pescador" (1814), é peça icônica do terror que estaria por vir.

A Região Selvagem (La Región Salvaje), 2016

Direção de Amat Escalante, México.
Em um dia como outro qualquer, um meteorito cai em uma região comum do México. Com ele, um alienígena veio de carona, e seu objeto é......sexo. Do outro lado, há uma mãe sexualmente frustrada já que seu marido na verdade é um homossexual enrustido que a trai com o irmão da esposa. A premissa de "A Região Selvagem" é caótica, e ilustra as hipocrisias e preconceitos da nossa sociedade. No fundo, nada mais é do que uma obra sobre uma mulher se reerguendo depois de tragédias familiares e tentando sobreviver dentro de uma sociedade machista, misógina, ultrarreligiosa e homofóbica, percalços que todos nós conhecemos tão bem. Um longa sobre uma mulher que encontrar o prazer nos tentáculos de um alienígena não poderia ser menos que sensacional - não por acaso é pesadamente inspirado por "Possessão".

A Forma da Água (The Shape of Water), 2017

Direção de Guilhermo Del Toro, EUA.
Um dos melhores vencedores do Oscar de "Melhor Filme" do século, "A Forma da Água" segue uma tímida e reprimida mulher muda. Pela sua deficiência, ela se isola da maior parte do mundo, jamais encontrando um par. A situação muda quando ela conhece, dentro da instalação militar secreta na qual trabalha, um anfíbio humanoide vindouro da Amazônia, capturado para estudos. Só que ela se apaixona perdidamente pela criatura, que, de uma maneira muito estranha, se afeiçoa à ela na mesma medida. "A Forma da Água" traz um dos romances mais absurdos da história da Sétima Arte e consegue ainda mais sucesso quando aquele amor é tão verdadeiro sem que suas partes troquem uma palavra falada sequer.

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