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É uma pena "X-Men: Fênix Negra" ser o filme que encerra uma franquia de quase 20 anos

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Inevitavelmente, a primeira coisa que se passa na cabeça do espectador ao terminar de assistir "X-Men: Fênix Negra" é a impressão de que a compra da Fox pela Disney influenciou na produção, ainda que o acordo, na época, sequer tinha sido finalizado. A sensação se dá pelo ato final que carrega uma resolução apressada que não tem tempo nem de dizer adeus aos personagens apresentados nos anos 2000 nos cinemas.



Não é para menos. Muito provavelmente o longa-metragem não foi pensado para ser conclusivo desta forma para a franquia de quase 20 anos. O novo elenco, estrelado por Sophie Turner e Tye Sheridan, havia sido apresentado no filme anterior e chega a ser estranho tentar aceitar que tudo era para acabar logo em seguida. Não é assim que funciona em Hollywood: quando se tem a oportunidade de estender franquias ao máximo, isso é feito sem pensar duas vezes.

Caso "Fênix Negra" fosse apresentado desde o início como "o fim", definitivamente teríamos uma conclusão mais satisfatória, que seja condita como a própria produção se propõe a fazer, mas que chegasse ao nível de "Logan". Ou até mesmo poderia ser um grande filme-evento como "Vingadores: Ultimato", mas que para isso seria necessário uma maior leva de filmes que sustentassem a conclusão.

Os problemas de trazer a história para o cinema é justamente sua base: os quadrinhos. O "alter-ego" é apresentado em uma saga, o que faria jus ao investimento de uma adaptação melhor trabalhada em dois filmes, por exemplo. De qualquer forma, Simon Kinberg faz o impossível para trazer o mínimo (mesmo) de fidelidade que nos faça esquecer de "O Confronto Final", que ele também produziu. É quase um grande pedido de desculpas de duas horas que, no fim, engole quem quer.

Para o que se propõe, a adaptação é minimamente decente, mas traz algumas escolhas que resultam da própria franquia reapresentada em "Primeira Classe". Uma delas é a morte da Mística, interpretada de forma bem competente por Jennifer Lawrence. Mostrado já nos trailers, sua morte condiz com o personagem do cinema, remetendo ao aspecto heróico tão odiado pelos fãs mais exigentes.

A cena, que faz parte do primeiro ato, tem a única função de definir o tom do filme: ser dramático. A produção se esforça ao máximo, inclusive, para ser o mais sério possível (isso inclui a falta de piadas que virou regra no gênero) e mostrar que todo ato tem uma consequência. Em certos momentos consegue trazer tal dramaticidade desejada, como o pós-enterro da Mística, mas em outros momento falha. O próprio ato final sofre com isso.

Apesar de todas as ressalvas, a ação consegue ser um ponto alto, mas não o suficiente, em meio a tudo. A sequência de resgate dos astronautas é ótima e traduz bem o trabalho em equipe, enquanto as cenas que encerram o segundo ato, quando Magneto (Michale Fassbender) tenta matar Jean, também são divertidas. Nada memorável, entretanto, com exceção da cena de Jean controlando Charles, fazendo-o andar até ela.

Visualmente, "Fênix Negra" cumpre bem o seu papel e isso inclui os uniformes realistas do primeiro ato. Os efeitos gráficos são competentes, ainda que o CGI de Jean incomode em algumas cenas. Em contrapartida, quando a personagem fica full Fênix, pegando fogo do jeito que os fãs tanto clamavam, é quase possível esquecer de todos os problemas do filme por alguns segundos.

Uma pena ser este o filme que conclui uma saga de quase 20 anos, de verdade. Os mutantes foram essenciais para todos os longas de super-heróis que vemos hoje em dia e a conclusão sequer consegue passar tal importância. Surpreendente seria se fosse o contrário, até porque, definitivamente não era para ter acabado desse jeito.

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