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Alessia Cara explora a arte de sentir tudo ao mesmo tempo em seu novo disco, "The Pains Of Growing"

Sentir é necessário.
Podem falar o que quiserem de Alessia Cara, mas não podem dizer que ela não é autêntica. Em um meio onde gravadoras moldam artistas e os transformam em produtos com prazos de validade, ela quebra esse molde e, das roupas às composições, se mostra determinada a ser quem é, a sentir todas as emoções sem controle, a refletir sobre tudo e mais um pouco, sem desculpas. “The Pains Of Growing”, seu novo disco, é um produto dessa determinação. 

Lançado nessa sexta-feira (30), o álbum, composto e co-composto inteiramente por Alessia, que também se aventurou na produção de algumas faixas, vem pra consolidar seu estilo próprio e original, algo relativamente difícil de se conseguir em um segundo material e com apenas 22 anos de idade. E a cantora faz isso fugindo de todos os clichês. 

Em “Not Today”, por exemplo, Alessia nos leva pela jornada de sua tristeza, e ao invés de tentar afastar suas emoções para se sentir melhor, o que o senso comum diria para ser feito, ela canta sobre como vai sim sofrer um pouco, pelo menos por hoje. Já na balada acústica “Wherever I Live”, a típica música sobre estar na estrada o tempo todo, ela foge mais uma vez do que se espera e, além de falar da saudade, abraça seu novo estilo de vida e a independência que vem com ele. Ela entende que lar é onde ela estiver, porque ela tem a si mesma. 


Seguindo o disco, encontramos o hit perfeito para os nossos tempos. Ao contrário do que o título “All We Know” diz, nós não sabemos de nada. É a partir desse entendimento que Alessia conta sobre suas experiências, como em “Confortable”, faixa deliciosa com toques de jazz na qual, partindo dessa, a artista aprende um pouco sobre como não podemos fugir do inevitável. 

Ela também aprende muito sobre si mesma. Alessia se define como a “Girl Next Door”, aquela que “pelo menos fala o que pensa”, que pode não ser a mais genial de todas, um “Bowie, Prince ou Queen”, mas que não vai ser esquecida assim tão fácil. Aquela que é um produto dos “quem, quando e como” de sua vida, das “pessoas que estavam de passagem e das que continuam ali”, como ela canta em “My Kind”. Aquela que pergunta se pode ser culpada por querer um pouco mais em “A Little More”, mas sabe que essa pergunta é retórica, porque não, ninguém pode culpá-la.

Com letras ainda mais trabalhadas e o entendimento do quão perdidos todos estamos por aqui, Alessia faz um álbum sobre o limbo pós-adolescência refrescante e diferente de tudo que já ouvimos por aí. Mesmo entre camadas e mais camadas de insegurança, incertezas e tristezas, de alguma forma ela consegue entender que tudo vai ficar bem, quase como se pudesse olhar seu futuro ou como se já estivesse anos a frente dividindo ensinamentos com seu eu mais jovem. E é exatamente isso que ela passa pra quem escuta o disco. De uma forma ou de outra, tudo vai dar certo. Mas, por hoje, vamos sentir um pouco.

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