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"Ibiza" é uma produção preguiçosa que chega a lugar nenhum

Por que fez isso com a gente, Gillian Jacobs?

Fada do audiovisual indie, Gillian Jacobs botou mais uma produção original da Netflix no currículo: "Ibiza" ("Ibiza - Tudo pelo Dj", no Brasil). Chegando ao catálogo do serviço de streaming nas últimas semanas, o filme é sobre absolutamente nada. É sério.

No filme, acompanhamos Harper (Jacobs), uma jovem de relações públicas que vai à Espanha para compromissos profissionais a pedido de sua chefe maldosa, Sarah (Mikaela Watkins). Harper viaja acompanhada de duas amigas, Leah (Phoebe Robinson) e Nikki (Vanessa Bayer), e enquanto as três se divertem em uma balada na sua primeira noite em Barcelona, ela fica toda apaixonada pelo DJ da festa e decide fazer o que for necessário para encontrá-lo mais uma vez. Então, ela pega um avião para Ibiza e encontra o moço no dia seguinte.



Literalmente mais nada de relevante acontece durante o filme todo: entre festas, bebidas, drogas e muitos diálogos concluídos com "yaaaas", Harper desencana dos compromissos de trabalho para correr atrás do boy sem nenhum tipo de dificuldade ou consequência para a carreira. Desde a decisão de viajar à Ibiza para encontrá-lo, tudo o que se segue é um caminho bem tranquilo e cheio de rolês até que Harper se reúna com o moço, que também larga a festa na metade para passar a noite com ela sem problema algum. Nada que justifique o título brasileiro "Tudo Pelo DJ" - no máximo, "um pouquinho pelo DJ".

Gera-se até uma certa expectativa de virada no enredo quando, após passar a noite na suíte do DJ em Ibiza, ela perde o vôo de volta para Barcelona onde teria uma reunião importante. Mas até isso é resolvido de um jeito super duvidoso, com a amiga Nikki se passando por Harper durante a reunião. Até mesmo quando é descoberta, os executivos espanhóis sequer ligam muito para o fiasco e toda a confusão é concluída com uma oportunidade para ela abrir sua própria empresa longe da tenebrosa chefe.

Apesar de não aderir às construções misóginas que os personagens desse gênero normalmente recebem — ainda é motivo de comemoração quando temos mulheres confortáveis com a própria sexualidade no cinema —, a personalidade de cada uma delas nem é muito explorada ao longo da história, criando uma falsa sensação de que o filme prepara o espectador para algo maior. Mas este sequer é seu proposito.

A sensação final é que a produção tentou seguir a onda dessas comédias com grupos de mulheres se divertido, como o recente "Rough Night", com Scarlet Johanson e Ilana Glazer, mas o enredo entrega uma trama extremamente superficial. Durante o lançamento do filme, Gillian comentou que a produção é "sobre amizade feminina", mas o mesma não se propõe a de fato discutir o tema, seja com conflitos entre as protagonistas ou diálogos que exemplificassem tal proposta — os diálogos, na verdade, beiram ao ordinário.

"Ibiza - Tudo Pelo DJ" é um desperdício de um grupo de atrizes talentosas num produção com um roteiro que bem poderia caber em uma série de tuítes ou vídeos no Stories do Instagram, mas não em um longa-metragem de 1h30. Ao menos, temos o hit "Sua Cara".

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